Gabriela Dos Santos Gaspar

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ANHANGUERA EDUCACIONAL PARTICIPAÇÕES S.

GABRIELA DOS SANTOS GASPAR

DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM REFERENTES AO


PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO NO 1º ANO DO ENSINO
FUNDAMENTAL

Campinas
2020
ANHANGUERA EDUCACIONAL PARTICIPAÇÕES S.A

GABRIELA DOS SANTOS GASPAR

DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM REFERENTES AO


PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO NO 1º ANO DO ENSINO
FUNDAMENTAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


faculdade Anhanguera Campinas como
requisito parcial para a obtenção do título de
graduado em Pedagogia.

Orientador: Ana Massambani

Campinas
2020
ANHANGUERA EDUCACIONAL PARTICIPAÇÕES S.A

GABRIELA DOS SANTOS GASPAR

DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM REFERENTES AO PROCESSO


DE ALFABETIZAÇÃO NO 1º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Faculdade Anhanguera Campinas, como
requisito parcial para a obtenção do título de
graduado em Pedagogia.

BANCA EXAMINADORA

Prof(MS). Daniele Eloise do Amaral Silveira


Kobayashi

Prof(Esp). Margarete Aparecida Ligeiro

Prof(Esp). Jose Silvino de Morais

Campinas, 7 de dezembro de 2020


ANHANGUERA EDUCACIONAL PARTICIPAÇÕES S.A

Dedico este trabalho a minha família por


todo apoio e incentivo durante o curso.
ANHANGUERA EDUCACIONAL PARTICIPAÇÕES S.A

AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus primeiramente que me deu forças e me abençoou para assim estar
concluindo este trabalho.

Agradeço a Nossa Senhora Aparecida por me acalmar nas horas mais difíceis, e
sempre me abençoar.

Agradeço a minha família por toda ajuda, motivação e incentivo durante esses anos.

Agradeço pelas amizades feitas na faculdade, pelos momentos alegres e pelas horas
mais difíceis, no qual buscamos apoio umas nas outras.

Aos Professores que fizeram parte desta história, desde a faculdade até os
professores das escolas no qual estive presente realizando estágios.
ANHANGUERA EDUCACIONAL PARTICIPAÇÕES S.A

“Para mim, é impossível existir sem sonho. A vida na


sua totalidade me ensinou como grande lição que é
impossível assumi-la sem risco. “ Paulo Freire
ANHANGUERA EDUCACIONAL PARTICIPAÇÕES S.A

GASPAR, Gabriela dos Santos. Dificuldades de aprendizagem referentes ao


processo de alfabetização no 1ºano do ensino fundamental. 2020. 25 folhas.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Pedagogia) Faculdade Anhanguera
de Campinas – Unidade 4, Campinas, 2020.

RESUMO

Este trabalho tem como contribuição apresentar no processo de ensino e


aprendizagem as dificuldades encontradas no processo de alfabetização, abordando
o processo de leitura e escrita, além da formação de professores que auxiliarão os
alunos nesta etapa. A razão para a escolha deste tema foi a necessidade
compreender este processo, no qual apresenta algumas definições de aprendizagens
que são referentes ao fracasso escolar, sendo abordada através de revisão
bibliográfica baseada nas obras de Emilia Ferreiro, Magda Soares, Ana Teberosky,
Sara Paín, Telma Leal e Maria Lucia Weiss. Assim, para obter resultados satisfatórios
desta pesquisa nas questões referentes às dificuldades de aprendizagem no processo
de alfabetização, a pesquisa qualitativa torna-se essencial neste quesito, bem como
o aprofundamento nos estudos sobre este tema. Conclui-se que para ter um ensino
de qualidade, é necessário que o educador estimule os alunos e esteja sempre em
uma constante formação para melhorar cada dia mais sua prática de ensino.

Palavras-chaves: Dificuldades de aprendizagem; Alfabetização; Aluno; Professor


ANHANGUERA EDUCACIONAL PARTICIPAÇÕES S.A

GASPAR, Gabriela dos Santos. Learning difficulties related to the literacy process
in the 1st year of elementary school. 2020. Total number of 25 sheets. Course
Conclusion Paper (Graduation in Pedagogy) Anhanguera Faculty of Campinas - Unit
4, Campinas, 2020.

ABSTRACT

This work has as a contribution to present in the teaching and learning process the
difficulties found in the literacy process, addressing the reading and writing process, in
addition to the training of teachers who will assist students in this stage. The reason
for choosing this theme was the need to understand this process, in which it presents
some definitions of learning that refer to school failure, being approached through a
bibliographic review based on the works of Emilia Ferreiro, Magda Soares, Ana
Teberosky, Sara Paín, Telma Leal and Maria Lucia Weiss. Thus, to obtain satisfactory
results from this research on issues related to learning difficulties in the literacy
process, qualitative research becomes essential in this regard, as well as deepening
studies on this topic. It is concluded that to have quality teaching, it is necessary that
the educator stimulates the students and is always in constant training to improve their
teaching practice more and more.

Key-words: Learning difficulties; Literacy; Student; Teacher


ANHANGUERA EDUCACIONAL PARTICIPAÇÕES S.A

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

BNCC Base Nacional Comum Curricular


13

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 14
2. O PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO E AS DIFICULDADES DE
APRENDIZAGEM. .................................................................................................... 15
3. O PROCESSO DE LEITURA E ESCRITA NA ALFABETIZAÇÃO ................... 19
4. A FORMAÇÃO DO PROFESSOR ..................................................................... 23
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 27
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 28
14

1. INTRODUÇÃO

Este Trabalho de Conclusão de Curso aborda como tema o estudo das


dificuldades de aprendizagem do aluno durante o seu processo de alfabetização no
1º ano do ensino fundamental, a partir do levantamento bibliográfico. Nesse contexto,
há a necessidade por parte dos professores de refletir sobre suas ações pedagógicas,
além de reconhecer a importância do aluno e entender o que pode facilitar ou dificultar
a sua aprendizagem, adaptando seu trabalho de acordo com as necessidades de cada
aluno.
O estudo das dificuldades de aprendizagens tem como objetivo entender
melhor o processo de alfabetização na escrita e as dificuldades enfrentadas pelos
alunos nesse processo. Portanto, cabe ao professor observar cada aluno para
conseguir entender a dificuldade existente e com a sua devida mediação, proporcionar
as atividades para o melhor desenvolvimento do mesmo. Nesse sentido, esta
pesquisa tem a intenção de compreender as dificuldades que os professores
enfrentam para alfabetizar seus alunos.
Deste modo, o problema de pesquisa consiste na pergunta: Quais dificuldades
o aluno encontra no processo de alfabetização, durante a transição da educação
infantil para o ensino fundamental? Contudo, muitos professores esquecem dessa
transição e isso acaba dificultando esse processo do aluno, pois os mesmos saem de
lugares diferentes e vivenciam diferentes experiências no seu cotidiano.
Demonstrou-se neste trabalho como objetivo geral compreender as
dificuldades encontradas nos alunos, durante o processo de alfabetização no 1º ano
do ensino fundamental. Ademais, os objetivos específicos são: entender o processo
de alfabetização e as dificuldades encontradas pelo aluno no 1º ano do ensino
fundamental; compreender o processo de leitura e escrita na alfabetização e discutir
a formação do professor nesse processo.
Para isso, realizou-se a pesquisa por meios bibliográficos com caráter
qualitativo, visando os objetivos propostos baseados em livros, artigos e autores que
dizem respeito as dificuldades encontradas no processo de transição da educação
infantil para o primeiro ano do ensino fundamental.
15

2. O PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO E AS DIFICULDADES DE


APRENDIZAGEM.

Pode-se dizer que a alfabetização não é um processo no qual o aluno


aprende a memorizar para poder aprender a ler e escrever, e sim, construir e ter uma
base de conhecimento. Sendo assim o mesmo não só precisa saber como é a escrita,
como também como é a sua linguagem. De início, é interessante fazer colocações
sobre as especificidades do processo de alfabetização que defere como é
compreendido como letramento. Compreende-se que a alfabetização é um estudo
mais técnico e o letramento é a função social da escrita, sendo assim uma não
sobrepõe a outra. Soares (2003) defende que devemos alfabetizar letrando, e letrar
para alfabetizar, deste modo sendo a faces de uma mesma moeda.
De acordo com Soares (2016, p.16) “Se entende por métodos de alfabetização
um conjunto de procedimentos que, fundamentados em teorias e princípios, oriente,
a aprendizagem inicial da leitura e da escrita.” Em adição, essas ações auxiliam o
ensino, mas como aponta a autora, é preciso se fundamentar em teorias. Dessa forma,
considerando que a alfabetização é um processo de uma construção de hipóteses
sobre a forma de escrita no seu sistema alfabético, o aluno precisa passar por diversos
desafios que o faça refletir sobre a língua escrita (FERREIRO,1985)
Com a construção conceitual da alfabetização passamos a perceber que é
possível o desenvolvimento dentro e fora da sala de aula simultaneamente, como
parte de um processo interativo com situações vividas dentro do cotidiano de cada
criança, pois o processo de alfabetização não se baseia apenas em sons e letras.
As crianças por meios de objetos de interação, adquirem conhecimentos e
constroem hipóteses de forma progressiva. Assim, é durante o convívio diário com
embalagens, rótulos, placas, bilhetes, receitas, que a criança se familiariza e
estabelece uma relação com o sistema escrito, no qual acaba criando hipóteses e
compreensão do seu significado. Além disso, independentemente de sua classe o
social, o indivíduo percorrem diversos caminhos até a sua chegada na apropriação da
língua escrita, passando por níveis de pensamento estrutural. Ferreiro (1985) partindo
da psicologia piagetiana, estabeleceu alguns níveis de escrita, mostrando -se que no
processo de aquisição da linguagem escrita a criança passa por algumas hipóteses
16

de escritas, sendo os níveis classificados em nível pré-silábico, nível silábico, nível


silábico-alfabético e nível alfabético.
Em adição, esses níveis seguem uma linha regular, organizada em três
grandes períodos: O primeiro é a distinção entre o modo de representação icônica por
imagens ou não icônica, através de letras, números, sinais. O segundo trata da
construção de formas de diferenciação e controle progressivo das variações sobre a
quantidade ou variedade de grafias, sendo esses dois primeiros, a fase pré-silábica;
O terceiro da fonetização da escrita, quando aparecem suas atribuições de
sonorização, iniciado pelo sistema silábico e terminando no alfabético. Ferreiro (1985)
também enfatiza que:
[...] vão desestabilizando a hipótese silábica até que a criança tem coragem
suficiente para se comprometer em seu novo processo de construção. O
período silábico-alfabético marca a transição entre os esquemas prévios em
vias de serem abandonados e os esquemas futuros em vias de serem
construídos. Quando a criança descobre que a sílaba não pode ser
considerada como unidade, mas que ela é, por sua vez, reanalisável em
elementos menores, ingressa no último passo da compreensão do sistema
socialmente estabelecido. E, a partir daí, descobre novos problemas: pelo
lado quantitativo, se não basta uma letra por sílaba, também não pode
estabelecer nenhuma regularidade duplicando a quantidade de letras por
sílaba (já que há sílabas que se escrevem com uma, duas, três ou mais
letras); pelo lado qualitativo, enfrentará os problemas ortográficos (a
identidade de som não garante a identidade de letras, nem a identidade de
letras a de som). (FERREIRO, 1985, p. 13-14).

Para Soares (2003) o letramento é um processo que se inicia antes mesmo da


passagem da criança pela escola, ou seja, para que o sujeito seja letrado ele
necessariamente não frequentou uma escola, deste modo a mesma passa a ser
apenas um lugar no qual se preocupa com o letramento, pois você pode estar se
alfabetizando durante uma pratica social do seu cotidiano.
Sendo assim, o professor passa a ser o mediador deste processo durante a
alfabetização do seu aluno e acaba preparando um ambiente alfabetizador, no qual o
seu aluno terá contato com diversos meios de alfabetização, sendo eles livros, jogos
apropriados e entre outros.
Nesse contexto, entende-se por dificuldades de aprendizagem a incapacidade
de alguns indivíduos diante de situações novas e desencadeadas por diversos fatores.
Contudo, essas dificuldades não são uma exceção durante o processo educacional.
Muitas vezes esse distúrbio pode estar ligado a alguma doença socioemocional, já
que muitas crianças são afetadas pelo ambiente no qual elas convivem, tanto o
17

doméstico, quanto o escolar, podendo afetar o seu desenvolvimento intelectual e o


seu processo de aprendizagem. Compreende-se que as crianças que recebem um
incentivo têm mais estímulos e acabam sendo mais positivas, ao contrário de crianças
que são privadas de diversas formas, essas acabam enfrentando mais obstáculos,
mesmo que elas não apresentem alguma deficiência. Para Weiss (1977) as
dificuldades podem estar ligadas a fatores internos e externos.
Essa insuficiência na aprendizagem escolar pode estar ligada à ausência de
estrutura cognoscitiva, que permite a organização dos estímulos e favorece
a aquisição dos conhecimentos. Todavia, a dificuldade em aprender pode
estar relacionada a determinantes sociais, da escola e do Olhar de professor,
próprio aluno, ou seja, ligada a fatores internos (cognitivos e emocionais) e a
fatores externos (culturais, sociais e políticos) (WEISS, 1977, p. 16)

Antigamente as dificuldades de aprendizagem denominadas pela medicina


tratavam sobre a anormalidade genética e orgânica. Já a psicologia contribuiu para
que uma nova concepção inspirada na psicanálise, buscando em ambiente familiar a
causa desses conflitos. Com isso, as causas agora vão desde as físicas até as
emocionais, as de personalidades e as intelectuais.
O termo dificuldades de aprendizagem refere-se ao aluno que tem uma maior
dificuldade de compreensão, causando assim uma maneira diferente de aprender,
ocasionando uma barreira. As dificuldades de aprendizagens mais conhecidas dentro
da sala de aula são:
De acordo com Sampaio (2004), dislexia é um distúrbio na leitura, que impede
a criança de identificar símbolos gráficos (letras ou números), dificultando assim, o
processo da leitura e da escrita
A disgrafia é caracterizada pela dificuldade na escrita. Ocorre uma falha no
estabelecimento entre o sistema simbólico e as grafias que o representam. As letras
são invertidas, aglomeradas ou omitidas (RELVAS, 2008).
TDAH (Transtorno de Déficit de atenção e hiperatividade) é um transtorno
neurobiológico, genético e hereditário e pode ser representado por 2 tipos: O TDAH
combinado é aquele em que a criança apresenta hiperatividade, impulsividade e o
déficit de atenção. Já o TDAH desatento é classificado quando a criança demonstra
apenas a falta de atenção. De acordo com Paín (1989, p.27 ):
Podemos considerar o problema de aprendizagem como um sintoma, no
sentido de que o não-aprender não configura um quadro permanente, mas
ingressa em uma constelação peculiar de comportamento, nos quais se
destaca como sinal de descompensação.
18

De fato, trabalhar com uma criança que foi diagnosticada com dificuldade de
aprendizagem não será um simples trabalho a ser realizado, pois o mesmo requer o
envolvimento de diversos profissionais, e irá abranger diversas estratégias de
aprendizagem e estudo, no qual possibilitara o aluno a superar suas dificuldades no
cotidiano da vida escolar. Um professor sozinho dentro da sala de aula, dificilmente
não irá conseguir detectar e ajudar aluno, já que ele contará com a ajuda de
profissionais específicos para cada um.
Para isso, é necessário adaptar a metodologia de ensino para ajudar o aluno,
diante disso deve-se adotar praticas, instrumentos para contornar essas dificuldades
através de um planejamento de aula, bem como com atividades lúdicas, juntamente
com o apoio das tecnologia, estimulando assim o aluno de uma forma mais sutil a se
alto desafiar sobre suas dificuldades.
Deste modo a escola tem como papel principal de favorecer um ambiente de
aprendizagem favorável, onde o aluno com dificuldade de aprendizagem sinta-se
seguro e confiável, e juntamente com a sua família possa superar essas dificuldades.
Cabe ao professor decidir qual é o método mais indicado para cada aluno da
turma, pode-se desenvolver atividades prazerosas para que cada criança consiga
estar se desenvolvendo dentro do seu contexto de aprendizagem.
Sendo assim, compreende-se que a adequação dos métodos de alfabetização
pode ser um o caminho para se conduzir o processo de trabalho de ensino e
aprendizagem, no qual é necessário ter cautela para que o ensino seja significativo
para a criança, e que a torna reflexiva e crítica, e não um indivíduo que reproduz o
aprendizado de modo mecânico.
19

3. O PROCESSO DE LEITURA E ESCRITA NA ALFABETIZAÇÃO

Compreender o processo de leitura e escrita nem sempre será fácil,


considerando a importância que ela tem na vida do ser humano. Contudo, nem todas
as pessoas têm acesso a leitura e escrita, tendo em vista que as diferenças
socioculturais são notavelmente influentes nesse processo. Tendo isso em mente,
sabe-se que o analfabetismo em parte vem da cultura familiar, o que contribui para o
problema da aprendizagem das crianças no processo de leitura e escrita. Ademais,
crianças que não tem o apoio de familiares e nem acesso a jornais, revistas ou livros
em casa terão uma certa dificuldade na hora que forem aprender a ler e escrever,
diferentemente de crianças que tem o apoio e incentivo dentro de casa, as quais estão
o tempo todo sendo estimuladas. Para Ferreiro e Teberosky (1985.p.24):
A alfabetização tem duas fases; uma relativa ao adulto, e outra relativa às
crianças, se em relação aos adultos trata de sanar uma carência, no caso das
crianças trata-se de prevenir, de realizar o necessário para que as crianças
não se convertam em futuros analfabetos.

O educador deve estar atento nesse processo, para saber em qual meio social
a criança se encontra, e assim, se adequar a realidade da mesma durante essa
aprendizagem. Além disso, a leitura é de grande importância na vida da criança, visto
que a maioria dos problemas enfrentados pelos alunos no período escolar é recorrente
pela falta de leitura. Segundo as autoras Ferreiro e Teberosky (1985.p.24):
Classicamente, pensa que para escrever corretamente é preciso também
saber pronunciar corretamente as palavras. Não se trata de ensinar as
crianças a fazer uma distinção, mais sim de levá-las a se concretizar de uma
diferença que já sabiam fazer.

Este processo de leitura se inicia, quando a criança passa a ter seu foco de
atenção influenciado pelo ambiente que ela está inserida. Assim também, ler não é
apenas decodificar as palavras e sim entender o que o autor está querendo dizer
(SOARES, 2006).
Dentro do contexto escolar, a capacidade de leitura está ligada a compreender
e interpretar textos, posteriormente a leitura e a escrita favorece a aquisição de novos
conhecimentos para a sua comunicação no mundo social e pessoal, visto que, quando
o sujeito apresenta alguma dificuldade de aprendizagem, isso pode frustrá-lo perante
a sociedade. Segundo os Parâmetros Curriculares Do Ensino Fundamental, é possível
dizer que:
20

A leitura é o processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de


compreensão e interpretação do texto, a partir de seus objetivos, de seu
conhecimento sobre o assunto, sobre o autor, de tudo o que sabe sobre a
linguagem etc. Não se trata de extrair informação, decodificando letra por
letra, palavra por palavra. Trata-se de uma atividade que implica estratégias
de seleção, antecipação, inferência e verificação, sem as quais não é possível
proficiência. É o uso desses procedimentos que possibilita controlar o que vai
sendo lido, 70 permitindo tomar decisões diante de dificuldades de
compreensão, avançar na busca de esclarecimentos, validar no texto
suposições feitas. (BRASIL, 1998, pp.69-70).

O ato de ler e escrever com fins pedagógicos devem-se tornar significativos


com a realidade do aluno. Nesse sentido, a escola deve ser um lugar agradável, a
biblioteca por exemplo, deverá ter um acervo diversificado com diversos livros,
revistas, jornais e gibis, permitindo uma variação dos gêneros para que os alunos
tenham os mais variados tipos de contatos. Com efeito, a escola deve entusiasmar os
alunos a leitura, assim gerando hábitos dentro e fora da mesma. Entende-se que,
muitas crianças só têm acesso a diferentes tipos de texto para leitura na escola, por
isso cabe ela proporcionar subsídio para desenvolver e estimular este processo de
leitura da criança. Para Ferreiro e Teberosky (1985 p.176):
É possível que o protótipo de portador de texto para as crianças de classe
baixa seja o jornal a qual fazem frequentes referencias; enquanto para as de
classe média preferencialmente seja o livro de contos, dos quais sabem ser
destinatários diretos.

Sendo assim, o trabalho pedagógico deve estar centrado na maneira no qual o


aluno adquira competências e habilidades na leitura, facilitando assim a sua
aprendizagem nas demais disciplinas e que permitam seu desenvolvimento nas series
futuras.
Ao chegar na escola a criança já traz consigo uma linguagem e isso aos poucos
vai se manifestando e iniciando o processo de aquisição da língua escrita. Sendo
assim, é papel da escola ensinar a escrita, além de incentivar a criança a desenvolver
a linguagem oral que já havia trazido consigo na bagagem. Para Ferreiro & Teberosky
(1985) a preocupação dos educadores tem-se voltado para a busca do melhor ou do
mais eficaz dos métodos, levando a uma polêmica entre dois tipos fundamentais;
método sintético e método analítico.
O método sintético preserva a correspondência entre o oral e o escrito, entre
som e a grafia. Mas o que se destaca neste método é o processo que consiste em
partir das partes do todo, sendo letras os elementos mínimos da escrita. Já o método
21

analítico, insiste no reconhecimento global das palavras ou orações; a análise dos


componentes se faz posteriormente (FERREIRO E TEBEROSKY,1985, p.19).
No início da escolarização todo criança supõe que a escrita é uma forma de
representação por meio de desenhos. Assim, ao começar a se conscientizar sobre a
forma de escrita, a criança acaba aprendendo que para escrever é preciso usar um
número mínimo de letras, com isso, ela passa a perceber a diferença entre desenho
e escrita, sendo assim nessa fase a criança é considerada pré-silábica. Em
consequência, ao descobrir que cada letra representa uma silaba a criança dá um
grande salto para uma nova fase, no qual é considerada silábica.
A partir desse momento a criança começa a avançar em seus conhecimentos
e começa o seu processo de transição para a hipótese silábica-alfabética, onde a
mesma utiliza silabas completas, nesse momento é muito importante intervenção do
professor para com o aluno. Dessa maneira, a fase final é o momento no qual a criança
já está alfabetizada e passa a ler e escrever, mas acaba criando conflitos dentro de si
mesma, ao comparar a escrita alfabética com a ortográfica, que se escreve de um
jeito e se fala de outro ( FERREIRO, 1985)
A sondagem diagnostica é feita para que se possa identificar as hipóteses de
escrita, a mesma é feita da seguinte forma: o professor escolhe uma lista de palavras
que tenha o mesmo campo semântico, sendo elas uma lista de animais, nomes de
frutas, objetos pessoais, assim o desempenho deste alunos irá depender da
segurança que o mesmo estará sentindo naquele momento. Sendo assim, é
fundamento conscientizá-los sobre a importância de escreverem da melhor maneira
possível, caso contrário eles poderão supor que essa atividade seja apenas uma
brincadeira para com eles.
Uma outra maneira de ajudar o aluno a ampliar seu repertorio de conhecimento
é apresentar desde o início do ano letivo o alfabeto por completo, sendo assim o aluno
que tem poucas informações sobre outros temas, acaba reconhecendo o território e
tendo mais propriedade no assunto que será abordado nesse período.
Ferreiro destaca que:
Um sujeito intelectualmente ativo não é um sujeito que “faz muitas coisas”,
nem um sujeito que tem uma atividade observável. Um sujeito ativo é um
sujeito que compara, exclui, ordena, categoriza, reformula, comprova, formula
hipóteses, reorganiza etc., em ação interiorizada (pensamento) ou em ação
efetiva (segundo seu nível de desenvolvimento). Um sujeito que está
realizando algo materialmente, porém, segundo as instruções ou o modelo
22

para ser copiado, dado por outro, não é, habitualmente, um sujeito


intelectualmente ativo. (FERREIRO, 1985, p.29).

Assim, o professor deve estar valorizando o conhecimento prévio de cada


aluno, levando em conta o seu conhecimento sem fazer a interferência do que o
mesmo já traz de casa, e a partir deste momento possibilitar a criança uma nova
maneira de aprendizado do conteúdo, sem que ele perca a referência que já havia
trago com sigo. De fato, no pensamento de Teberosky (2001) a leitura e a escrita são
consideradas um objeto sistemático pertencente a escola
Portanto, pode-se proporcionar atividades de leitura de texto com situações de
aprendizagem significativa, assim colocando o aluno em situações aonde ele fará
utilização da leitura e escrita. Contudo, esses desafios fazem parte do momento onde
o aluno tem a possibilidade de refletir sobre os processos de leitura e escrita para
assim avançar no seu processo de alfabetização.
23

4. A FORMAÇÃO DO PROFESSOR

O professor alfabetizador tem um papel de grande importância, pois é devido


aos seus conhecimentos que ele leva a criança a aquisição da leitura e da escrita.
Neste momento, pode-se perceber a importância de analisar este processo que se
desenvolve na escola, para assim alfabetizar as crianças no seu devido tempo.
Portanto, deve-se saber que os professores alfabetizadores têm o dever de
compreender as dificuldades encontradas em cada aluno no seu processo de
alfabetização, pois muitos professores sabem letrar, mas não conseguem alfabetizar.
Assim, a formação dos professores para atuar na Educação Básica, é de
grande importância a conclusão do curso de pedagogia em licenciatura, e assim o
mesmo estará apto para atuar na sala de aula. Na Base Nacional Comum Curricular
(BNCC) aprovada pela Resolução CNE/CP Nº 2, de 22 de dezembro de 2017, há
orientação quanto ao desenvolvimento da ação pedagógica no processo de
alfabetização para que o mesmo seja feito nos dois primeiros anos do ensino
fundamental.
Nos dois primeiros anos do Ensino Fundamental, a ação pedagógica deve ter
como foco a alfabetização, a fim de garantir amplas oportunidades para que
os alunos se apropriem do sistema de escrita alfabética de modo articulado
ao desenvolvimento de outras habilidades de leitura e de escrita e ao seu
envolvimento em práticas diversificadas de letramentos. (BRASIL, 2017,
p.57)

A pratica pedagógica tem como objetivo a alfabetização de todos os alunos,


mas também deve-se olhar para cada um de modo a compreender os processos pelo
qual ele se desenvolve, sendo assim jamais deve se desistir de um aluno, ao contrário,
o olhar deverá estar mais voltado para a sua aprendizagem. Sendo assim, é
necessário refletir sobre a formação do professor durante a sua preparação para atuar
no processo de alfabetização e letramento, compreendendo que a sua formação
docente irá resultar no desenvolvimento dos alunos que seguem sem serem
alfabetizados no Ensino Fundamental. Pode-se ressaltar que:
Importância de se considerar, na organização das práticas pedagógicas de
alfabetização, os conhecimentos que os alunos possuem acerca da escrita a
fim de se planejar atividades que efetivamente possam contribuir para que
todos os alunos avancem (BRASIL, 2012, p. 8).
24

De acordo com Ferreiro é necessário que os professores tenham informações


para compreender as produções das crianças em processo de aquisição de leitura e
de escrita.
Eu creio que é possível pensar em alternativas que transformem o professor
alfabetizador no mais importante de toda a escola, que é possível imaginar
estratégias para não o deixar só e a mudar sua prática, apelando para a sua
inteligência. (FERREIRO, 2011, p. 52)

A formação dos professores alfabetizadores necessita contemplar o


conhecimento do processo no qual os alunos aprendem a ler e escrever, juntamente
com as formas de intervenções, metodologias e conteúdos desenvolvidos pelo
professor alfabetizador durante o seu cotidiano de trabalho com os alunos, sendo a
mediação como um dos elementos que caracterizam o professor como alfabetizador,
como por exemplo:
[...] consideração da alfabetização na perspectiva do letramento; respeito às
diferenças e atendimento à diversidade, considerando a heterogeneidade de
aprendizagens e percursos diferenciados das crianças; necessidade de
diversificação de atividades, procedimentos e agrupamentos;
desenvolvimento de postura avaliativa em uma perspectiva formativa e
acompanhamento das aprendizagens de forma qualitativa (BRASIL, 2012, p.
19).

Cada professor tem uma formação pessoal que o influencia em sua prática
profissional, pois antes de ser professor, o mesmo tem sua identidade formada, uma
história de vida, suas concepções, valores, tendo em vista sua influência na atuação
profissional, logo que não deve estar desarticulado com os processos de formação
docente.
Pode-se destacar também que a formação continuada do professor é oferecida
por espaços institucionais e órgãos oficiais sendo eles: governo federal, estadual e
municipal, e que tem por objetivo formar conhecimentos, discussões e aprimoramento
da sua prática profissional, sendo realizados fora do ambiente escolar e no contra
turno do seu horário de trabalho.
Durante o cotidiano o professor pratica a sua formação, nas suas ações
pedagógicas, pois no seu dia-dia ocorrem diversos tipos de aprendizagens, trocas de
informações com professores e alunos, e novas descobertas como formas de
aprendizagens.
A concepção do ensino da língua escrita trouxe contribuições para a prática
pedagógica dentro da alfabetização, tendo como o foco o processo pelo qual a criança
aprende, sendo assim o professor deixa de ser o transmissor de conhecimento, tirando
25

o foco dele. Essas contribuições para a educação passaram a exigir dos profissionais
de educação uma busca maior para ensinar competências, o que ocasionou numa
mudança do pensamento mecanicista.
É papel do professor alfabetizar a criança dentro de um contexto, através de
práticas de letramento, e é durante este processo que o alfabetizador deve despertar
no educando o prazer pela leitura. Para Ferreiro (2011,p.32), as reflexões
empreendidas sobre esse aspecto nos levam a pensar “através de que tipos de
práticas a criança é introduzida na língua escrita”.
Há diversos meios que possibilitam a construção do conhecimento das
crianças junto ao educador, e há outros que distanciam as crianças do aprendizado,
tornando os alunos apenas espectadores. Nesse contexto, isto não se trata somente
de um método novo de alfabetização, mas sim de uma nova maneira que a escrita é
introduzida. Além disso, é possível rever as práticas que serão utilizadas e pensar na
criança como ela será capaz de aprender. Sendo assim, a prática pedagógica é em si
a ação realizada pelo professor em sala de aula, tendo como foco o aprendizado do
educando, assim desenvolvendo atividades com uma proposta lúdica e interessante
para a criança.
Na obra de Leal (2005), a autora aponta cinco fatores que são de extrema
importância para o professor alfabetizador os quais vale destacarmos:
[...] para exercermos nossas funções de professores (as) - alfabetizadores
(as), é preciso que tenhamos muitos tipos de saber [...]. (1) o que é
alfabetização, articulando tal conceito ao de letramento [...]. (2) o que é esse
objeto de ensino, a escrita alfabética, além de compreendermos o que é texto,
gênero textual [...]. (3) quais são as hipóteses que os alunos elaboram e,
consequentemente, o que sabem e não sabem ainda sobre a escrita
alfabética [...]. (4) os percursos que fazem na apropriação desse sistema e as
estratégias de aprendizagem que utilizam [...]. (5) os tipos de intervenção
didática que são utilizados para ajudá-los a percorrer esses caminhos [...].
(LEAL, 2005, p. 90)

Contudo, o educador deve aprender a interpretar as produções do aluno, e a


respeitar o educando, por meio dos seus esforços, produções de atividades,
mostrando por esses meios a compreensão das atividades de aprendizagem
propostas.
É importante perceber que, na construção de práticas de alfabetização, para
levar os alunos a pensar sobre o Sistema de Escrita Alfabética e a
compreender os princípios que o constituem, é necessário diversificar as
atividades, escolhendo propostas que exijam diferentes demandas cognitivas
e que mobilizem diferentes conhecimentos (BRASIL, 2012, p. 31)
26

Por fim, o professor volta o seu olhar para ele próprio e para os desafios de
trabalhar com a alfabetização, aonde reflete sobre as suas ações pedagógicas que se
transformam de acordo com o movimento da sociedade. Deste modo a formação
docente se torna emancipatória e traz consigo o objetivo do desenvolvimento do
professor alfabetizador consciente, que projete de forma sistemática um caminho para
solucionar os seus problemas, tornando-se um agente construtor de conhecimento.
27

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho teve a intenção de contribuir para o estudo das dificuldades


de aprendizagens no processo da alfabetização, apresentando algumas práticas
relacionadas à didática do professor com base no referencial teórico, os objetivos e
pesquisa com o intuito de auxiliar o aluno neste processo de aprendizagem no primeiro
ano do ensino fundamental.
Entende-se que a tarefa de educar é complexa, mas que a mesma pode ser
superada a cada dia com o comprometimento do professor com a educação,
possibilitando o a ampliação dos seus conhecimentos dentro da sala de aula, e desse
modo, criar metodologias que possam obter melhorias no processo educacional.
Conclui-se que este trabalho é bastante amplo e possui ainda um grande
conteúdo para ser compreendido. Assim, faz -se necessário um estudo maior sobre o
tema abordado, considerando que a existência de mais autores tende a contribuir para
a formação metodológica criando assim novas perspectivas de trabalho pedagógico.
28

REFERÊNCIAS

BRASIL, Parâmetros Curriculares Nacional: Ensino Fundamental: Língua


Portuguesa/Secretaria de Educação Fundamental – Brasília: MEC/SEF, 1998,
pp. 69-70

BRASIL. Secretaria de Educação Básica. Diretoria de Apoio à Gestão


Educacional. Pacto nacional pela alfabetização na idade certa. Ministério da
Educação, Secretaria de Educação Básica, Diretoria de Apoio à Gestão Educacional
- Brasília: MEC, SEB, 2012.

FERREIRO, Emilia; Teberosky, Ana. A Psicogênese da Língua Escrita. Porto


Alegre: Artes Médicas 1985. 284p.

FERREIRO, Emilia. Com todas as letras. 17. ed. São Paulo: Cortez, 2011.

FERREIRO, Emilia. Reflexões Sobre Alfabetização. São Paulo: Cortez, 2000. 104p

LEAL, Telma Ferraz. Fazendo acontecer: o ensino da escrita alfabética na escola.


Alfabetização: apropriação do sistema de escrita alfabética. Belo Horizonte: Autêntica,
2005.

Resolução CNE/CP Nº 2, de 22 de dezembro de 2017. Institui e orienta a implantação


da Base Nacional Comum Curricular. MEC, CNE, CP, 2017b. Disponível em:
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/. Acesso em 20 de Abril de 2020.

PAÍN, S. (1989) Diagnóstico e tratamento dos problemas de aprendizagem. Porto


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SOARES, Magda. Letramento e Alfabetização: As Muitas Facetas, Universidade


Federal de Minas Gerais, Centro de alfabetização, Leitura e Escrita, Revista Brasileira
de Educação, outubro de 2003.

SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte:


Autêntica, 2006.

TEBEROSKY, Ana. Aprendendo a escrever. 1 ed. São Paulo, Ática, 2001.

WEISS, M. L. L. Psicopedagogia Clínica: uma visão diagnóstica dos problemas


de aprendizagem escolar. Rio de Janeiro: DP & A. 1977

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