Instituto Educacional L. Carvalho Curso Tecnico em Enfermagem

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INSTITUTO EDUCACIONAL L.

CARVALHO
CURSO TECNICO EM ENFERMAGEM

AÇÕES EDUCATIVAS PARA REALIZAÇÃO DE

AUTO EXAMES DE MAMAS

GEISYELE SOARES DE MATOS


ADRIELLY SANTOS DE SOUSA

1
FLORIANO – PIAUI
2024
AÇÕES EDUCATIVAS PARA REALIZAÇÃO

DE AUTO EXAME DE MAMAS

Trabalho de Conclusão de Curso a ser


apresentado ao Curso Técnico em enfermagem,
do Instituto Educacional L. Carvalho para
obtenção do Certificado de Especialista.

Orientadora: Profª Paulicéia Damasceno Messias

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FLORIANO – PIAUI
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DEDICATÓRIA

DEDICAMOS ESSE TRABALHO A NOSSA FAMILIA QUE


ESTA PRESENTE EM TODOS OS MOMENTOS DE NOSSAS VIDAS.

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A virtude do conhecimento encontra-se no exercício da
paciência e ambos formam o caminho para a
plenitude da sabedoria.

Voltaire

Resumo

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Os casos novos de câncer de mama apresentam curva ascendente para os próximos
anos, o que torna esse tipo de câncer um dos mais temidos e um dos maiores problemas de
saúde pública no mundo. Assim, as formas mais eficazes encontradas para prevenção do
câncer mamário estão baseadas na combinação do auto-exame de mamas, exame clínico e
mamografia. O primeiro por tratar-se de uma estratégia que depende somente da prática
da mulher torna-se, muitas vezes, primeira escolha por muitas usuárias. Além disso,
existem ainda, grandes barreiras em relação aos repasses de investimentos voltados a
saúde pública, o que corrobora maior incentivo por parte dos profissionais de saúde para a
realização de tal prática, que além de diminuir a incidência de novos casos de câncer
estimula o auto- conhecimento, participação e educação da comunidade para o cuidado
corporal. Trata-se de uma revisão integrativa, que permite reunir e sintetizar estudos
publicados, possibilitando conclusões sobre o tema investigado. Realizou-se busca da
literatura nas bases de dados LILACS, SciELO e Medline, abrangendo diversos tipos de
estudo, nos idiomas inglês, português e espanhol, publicados no período de 2000 a 2010.
Foram selecionados 19 artigos que atenderam aos critérios de inclusão. Constatou-se que
a autoria da maior parte das publicações não é de enfermeiros. Foram categorizados dois
temas: “as ações educativas de enfermagem para o auto-exame de mamas” e “os serviços
de saúde e as ações voltadas à prática da saúde da mulher”, que evidenciaram a
necessidade de tais ações para as usuárias dos sistemas de saúde, principalmente durante
as consultas de enfermagem e realização de rodas de conversa para educação e troca de
experiências. Os profissionais de saúde ainda deixam muito a desejar quanto às
orientações ofertadas para as usuárias em relação ao período, a freqüência e a forma de
orientar o auto-exame mamário, o que pode contribuir para o desestimulo da mulher a
práticas de auto-cuidado. Diante dos resultados apresentados, constata-se que os serviços
de saúde acabam por colaborar indiretamente com essas estatísticas, uma vez que não
oferecem aos profissionais que estão na linha de frente, estímulo e capacitação para o
ensino do auto-exame de mamas as usuárias. Ademais, uma vez que o repasse das verbas
públicas para prevenção da saúde mostra-se cada vez mais escasso e desigual, os
profissionais de enfermagem têm o dever de proporcionar a essas mulheres alternativas
possíveis e alcançáveis, em razão do baixo custo, para detecção desse tipo de câncer que é
o que mais acomete as mulheres, seja através do conhecimento de seu corpo realizando o
auto-exame de mamas durante as consultas e em seus lares, seja proporcionando acesso a
informações através de campanhas nos meios de comunicação, que ainda apresentam-se
como os maiores disseminadores de informações entre a população feminina.

Descritores: Neoplasias de mama, Cuidados de Enfermagem, Auto-exame de


mama e Saúde da Mulher.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO -------------------------------------------------------- 7

OBJETIVO---------------------------------------------------------------12

2 MÉTODO------------------------------------------------------------------13
2.1 TIPO DE ESTUDO---------------------------------------------------13
2.2 PRIMEIRA ETAPA: FORMULAÇÃO DO PROBLEMA---------------------------13
2.3 SEGUNDA ETAPA: COLETA DE DADOS--------------------------------------14
2.4 TERCEIRA ETAPA: AVALIAÇÃO DOS DADOS-------------------------------------14
2.5 QUARTA ETAPA: ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS-----------------15
2.6 QUINTA ETAPA: APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS---------------------------15
2.7 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA-----------------------------------16
2.8 ASPÉCTOS ÉTICOS---------------------------------------------------17

RESULTADOS E DISCUSSÕES--------------------------------------------18
2.9 CONTEÚDO DOS ARTIGOS ANALISADOS--------------------------------------------18
O papel da enfermagem nas ações educativas para a realização do auto - exame
de mamas----------------------------------------------------------------------------18
2.9.1 Os Serviços de Saúde e as ações voltadas à prática da saúde da mulher--------26

REFERÊNCIAS----------------------------------------------------------------------------------34

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INTRODUÇÃO

O progressivo aumento das doenças crônicas e degenerativas no Brasil é evidente.


As alterações demográficas por que passa a população trouxeram como conseqüência uma
maior ocorrência de casos de doenças crônicas dentre as quais se enquadra o câncer
(MENDONÇA, 1993).
Informações processadas pelos Registros de Câncer de Base Populacional,
disponíveis para 16 cidades brasileiras, mostram que na década de 1990, o câncer de
mama foi o mais freqüente no país. As maiores taxas de incidência foram observadas nas
cidades de São Paulo, no Distrito Federal e em Porto Alegre (BRASIL, 2004).
O número de casos novos de câncer de mama esperados para o Brasil em 2010 era
de 49.240, com um risco estimado de 49 casos a cada 100 mil mulheres (INCA, 2009).
Segundo Mendonça (1993), as neoplasias malignas, em especial os tumores de
mama e colo uterino, exercem um peso importante na morbidade e mortalidade das
mulheres brasileiras.
O câncer de mama é o segundo tipo de câncer mais freqüente no mundo e o mais
comum entre as mulheres. A cada ano, cerca de 22% dos casos novos de câncer em
mulheres são de mama (INCA, 2009).
Isto ocorre geralmente devido a um diagnóstico médico tardio, poucos trabalhos de
pesquisa na área, tardia decisão das mulheres de procurar ajuda médica e, com freqüência,
inexistência da prática do auto-exame de mama (SARDINAS, 2009).
Segundo Instituto Nacional de Câncer (INCA, 2009), sem considerar os tumores
de pele não melanoma, este tipo de câncer também é o mais freqüente nas mulheres das
regiões Sul (64/100.000).
O câncer de mama tem sido um dos maiores problemas de saúde pública em todo o
mundo, sendo provavelmente o mais temido pelas mulheres devido a sua alta freqüência e
pelos seus efeitos psicológicos (GONÇALVES; DIAS, 1999).
Os cânceres de mama podem ocorrer em qualquer local da mama, porém, em
regra, são encontrados no quadrante superior externo, onde se localiza a maior parte do
tecido mamário. Em geral, as lesões são indolores, fixas, e induradas com bordas
irregulares (SMELTZER; BARE, 2009).

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No que se refere ao câncer de mama palpável, este pode ser identificado, conforme
ensina o Instituto Nacional do Câncer (INCA, 2009, s.p.):
[...] os sintomas do câncer de mama palpável são o nódulo ou tumor no
seio, acompanhado ou não de dor mamária. Podem surgir alterações na pele
que recobre a mama, como abaulamentos ou retrações ou um aspecto
semelhante a casca de uma laranja. Podem também surgir nódulos palpáveis na
axila.

As formas mais eficazes de detecção para o câncer de mama são o auto-exame, o


exame clínico e a mamografia. Por seu alto índice de mortalidade entre as mulheres e não
existindo uma forma de evitar o seu aparecimento, o que melhor se pode obter é o
controle de sua evolução por meio da prática sistemática do auto-exame de mama e
atenção, quanto aos fatores de risco (DAVIM et al., 2003).
O exame clínico da mama (ECM) é parte fundamental da propedêutica para o
diagnóstico de câncer. Deve ser realizado como parte do exame físico e ginecológico, e
constitui a base para a solicitação dos exames complementares (INCA, 2008).
Acerca dos passos para a realização do exame clínico da mama adequado,
preconiza o Ministério da Saúde (BRASIL, 2004): a realização da inspeção estática e
dinâmica, a palpação das axilas e a palpação da mama com a paciente em decúbito dorsal.

OBJETIVO

Descrever as ações educativas dos profissionais de saúde para a realização do auto-


exame de mamas na população feminina.

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MÉTODO

2.1 TIPO DE ESTUDO

O presente estudo é uma revisão integrativa de pesquisa proposta por Cooper


(1982). Esta metodologia se baseia no agrupamento dos resultados obtidos de pesquisas
primárias sobre o mesmo assunto, objetivando sintetizar e analisar esses dados para
desenvolver uma explicação mais abrangente de um fenômeno específico (COOPER,
1982).
Segundo Cooper (1982), a revisão integrativa se desenvolve em cinco etapas,
descritas a seguir:
Primeira etapa: formulação do problema. Formula a questão norteadora e permite
identificar o propósito da revisão o que facilita definir os critérios de inclusão e exclusão,
a extração e análise das informações e identificação das melhores estratégias de busca,
facilitando a definição dos descritores e tipos de periódicos a serem revisados.
Segunda etapa: coleta de dados. São definidas as bases de dados a serem utilizadas
na busca justificando os critérios utilizados.
Terceira etapa: avaliação dos dados. Determina os procedimentos a serem
utilizados na avaliação dos estudos selecionados que permitam encontrar as evidencias e
elabora-se o instrumento para registro dos dados encontrados nos artigos com o qual,
permite-se a avaliação individual da metodologia dos resultados dos estudos e a síntese
(semelhanças e diferenças) dos artigos, avalia a qualidade dos artigos a partir das
evidencias (a partir de instrumento especifico para a classificação da qualidade das
evidências, alcançando-se a validade científica).

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Quarta etapa: análise e interpretação dos dados. Sintetiza e discute os dados
extraídos dos artigos, realiza-se uma comparação com o conhecimento teórico,
delimitando prioridades para futuras pesquisas.
Quinta etapa: apresentação dos resultados. Através de tabelas, quadros ou gráficos,
permitindo ao revisor apresentar ao leitor uma grande quantidade de dados para análise
sistemática, resumo e discussão dos principais resultados e conclusões.

1.2 PRIMEIRA ETAPA: FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

Tendo em vista o objetivo de estudo a formulação do problema deu-se por meio da


seguinte questão norteadora: Quais são as ações educativas dos profissionais de
saúde para o auto-exame das mamas em mulheres?

1.3 SEGUNDA ETAPA: COLETA DE DADOS

Considerando a questão norteadora desta revisão integrativa os dados foram


coletados através de acesso às bases de dados LILACS, SciELO, Medline, sendo
utilizados os seguintes descritores: neoplasias de mama; auto-exame de mama; cuidados
de enfermagem; saúde da mulher, segundo o DeCs (Descritores em Saúde da Bireme).
Foram critérios de inclusão e seleção os artigos referentes às áreas de saúde que
abordassem a temática do câncer de mama, escritos nos idiomas português, espanhol e
inglês. O período compreendido foi entre 2001 a 2010, resultantes de pesquisas primárias
qualitativas, quantitativas e estudos teóricos, artigos com acesso on-line em texto
completo.
Foram critérios de exclusão os artigos sem o acesso on-line, escritos em outro
idioma, artigos que não possuíam acesso ao texto completo e os que não respondiam a
questão norteadora.

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1.4 TERCEIRA ETAPA: AVALIAÇÃO DOS DADOS

Para o registro das informações extraídas dos artigos foi utilizado um instrumento
de coleta de dados (APÊNDICE A), cujos itens foram relacionados aos objetivos e a
questão norteadora do estudo. Este foi preenchido após a leitura dos resumos e aplicação
dos critérios de inclusão e exclusão dos artigos.

1.5 QUARTA ETAPA: ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Nesta etapa da revisão integrativa deu-se a síntese e a discussão dos dados


extraídos dos artigos, assim como a comparação entre os resultados dos estudos
analisados.

1.6 QUINTA ETAPA: APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

A síntese dos dados foi apresentada em um quadro sinóptico, que sumarizou as


informações obtidas e relacionadas à questão norteadora do estudo. Após foram
apresentadas as principais características dos artigos analisados. A apresentação do
conteúdo dos artigos, conforme similaridade de temas foi organizada em tópicos.

1.7 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA

Foram utilizadas para busca de artigos três plataformas de dados e através dos
descritores selecionados foram encontrados 13 artigos no SciELO, cinco artigos no
LILACS e um artigos no Medline. A seguir, apresenta-se no Quadro 1 o total de artigos
encontrados em cada plataforma de dados previamente a seleção.

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SciELO LILACS Medline

Neoplasias de 237 1240 17935


Mama
Auto-exame 05 41 100
de mama
Cuidado 1078 1953 2822
de
Enfermag
em
Saúde da Mulher 1174 1784 2262

No que se refere à caracterização da amostra, apresenta-se, a seguir, no Quadro 2 a


distribuição dos artigos científicos analisados conforme o ano de publicação, idioma, país
de origem e formação dos autores.
Foram obtidos através da busca 47 artigos contempladores da questão norteadora
da pesquisa sendo que desses, apenas 19 artigos contemplaram o objetivo do estudo.

ANO DE IDIOMA PAÍS DE FORMAÇÃO


PUBLICAÇ ORIGEM DO DOS
ÃO PERIÓDICO AUTORES
PORTUGU BRASIL MÉDICO
2003 ÊS
PORTUGU BRASIL ENFERMEIR
ÊS O
PORTUGU BRASIL MÉDICO
ÊS
PORTUGU BRASIL MÉDICO
2005 ÊS
PORTUGU BRASIL MÉDICO
ÊS
PORTUGU BRASIL MÉDICO
ÊS
PORTUGU PORTUG ENFERMEIR
ÊS AL O
2006 PORTUGU BRASIL MÉDICO
ÊS
2007 INGLÊS TURQUÍA ENFERMEIR
O
PORTUGU BRASIL ENFERMEIR
ÊS O
2008 PORTUGU BRASIL MÉDICO
ÊS
ESPANHOL CUBA MÉDICO
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ESPANHOL BRASIL ENFERMEIR
2009 O
PORTUGU BRASIL ENFERMEIR
ÊS O
ESPANHOL CUBA MÉDICO
ESPANHOL COLÔMBI ENFERMEIR
A O
PORTUGU BRASIL MÉDICO
2010 ÊS
PORTUGU BRASIL MÉDICO
ÊS
ESPANHOL CUBA MÉDICO
Quadro 2 – Distribuição dos artigos conforme ano de publicação, idioma de publicação, país de
origem do periódico e formação dos autores, 2011.

1.8 ASPECTOS ÉTICOS

Esta revisão integrativa de literatura levou em consideração as questões éticas,


assegurando a autoria dos artigos pesquisados, utilizando para citação e referência dos
autores as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), conforme
Furasté, 2011.
O projeto de pesquisa foi aprovado pela Comissão de Pesquisa da Escola de
Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (COMPESQ/EE/UFRGS)
em Setembro de 2011 (ANEXO B).

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RESULTADOS E DISCUSSÕES

A seguir são apresentados e discutidos os principais resultados dessa revisão


integrativa, organizados em tópicos sobre a caracterização das publicações e o conteúdo
dos artigos analisados. O Quadro 3 (APÊNDICE B), traz o quadro sinóptico desta
pesquisa que sintetiza informações sobre o ano da publicação, o tipo de estudo, principais
resultados e discussões dos 19 artigos analisados relacionados ao foco do estudo e assim
incluídos no trabalho.

2.1 CONTEÚDO DOS ARTIGOS ANALISADOS

Quanto à análise de dados referente ao conteúdo dos artigos, esta deu-se conforme
a similaridade de temas apresentados. Identificou-se que dos 19 artigos analisados, 63,1%
abordavam as intervenções educativas dos profissionais de saúde e a propagação de
conhecimentos para prevenção do câncer de mama. Nessa mesma amostra, 17 artigos
(89,4%) abordaram sobre o papel dos serviços de saúde para educação e conscientização a
respeito da saúde da mulher.

O papel da enfermagem nas ações educativas para a realização do auto-exame de


mamas

Nos últimos anos tem-se discutido bastante sobre a necessidade de se ensinar o


auto- exame de mama, visto ser um dos métodos importantes na detecção precoce do
câncer de mama (DAVIM et al., 2003). Porém, apesar dessa abordagem preventiva e da
notável necessidade de se evitar novos casos de câncer, Monteiro et al. (2003) ressaltam

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que exames como a mamografia e ultra-sonografia são de elevado custo não sendo
acessível a toda população feminina, assim consagra-se o auto-exame de mamas mensal,
inserido num processo educativo, juntamente com o exame das mamas por profissional
treinado, como estratégia de escolha.

Quanto à prática do auto-exame como método para detecção precoce do câncer de


mama, orientam Davim et al. (2003, p. 22) que:

[...] é necessário que essa prática seja estimulada constantemente e


orientada por profissionais da área da saúde, inclusive pela enfermeira, fazendo
com que conheça melhor o seu corpo e crie hábitos de se auto-examinar, visto
ser este um dos métodos essenciais na detecção precoce do câncer de mama.

Sendo assim, os profissionais de saúde têm a responsabilidade de promover o


ensino da técnica correta para realização do auto-exame nas consultas ginecológicas e na
realização de grupos educativos. Em contraponto, no estudo de Silva et al. (2008),
percebe-se que, no que se refere à prática do mesmo, as mulheres ainda agem de forma
incorreta quanto ao momento adequado de sua realização e ao número de movimentos
utilizados no auto-exame das mamas, o que prejudica a percepção de alterações no tecido
mamário.
A respeito da importância da realização do auto-exame de mamas, a maioria das
entrevistadas (59,0%) tomou conhecimento desta prática, em primeiro lugar pela
imprensa, seguido dos demais profissionais de saúde (17,9%) (MONTEIRO et al., 2003).
Com isso percebe-se que, apesar do profissional de saúde ter todo o conhecimento
científico quanto à importância do diagnóstico precoce de novos casos da doença, a
abordagem preventiva ainda não é uma rotina nos serviços de saúde, que ainda seguem o
modelo curativo de cuidado à população. A imprensa tornou-se o principal meio de ensino
quanto ao exame preventivo, uma vez que órgãos governamentais recorrem a campanhas
publicitárias encenadas por artistas femininas de destaque e, por sua vez, chamando a
atenção de mulheres anônimas quanto à necessidade do auto-cuidado corporal.
Ainda quanto às barreiras para prevenção do câncer de mama, Mora e Rojas
(2009) destacam o fato de que 75 % das ações de saúde fazem parte do auto-cuidado; e
neste estudo, somente as mulheres com maior nível educativo ou com uma visão
alternativa da saúde compartem essa perspectiva.
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Além dos aspectos educativos e acesso as informações por fontes seguras,
Marinho et al. (2003), destacam em sua pesquisa que como obstáculos alguns aspectos
pessoais, sendo o esquecimento (58,1%) o principal motivo para não realizar o
procedimento, seguido da crença de que só o médico sabe examinar as mamas de maneira
correta (42,8%). Em contraponto a essa idéia, Dermirkiran et al. (2007) revelam em seu
estudo que, as enfermeiras entrevistadas estavam convencidas de que elas utilizam a
técnica correta e são capazes de identificar massas, o que contraria a idéia equivocada e
geradora de obstáculo de que apenas alguns profissionais são capacitados para tal
diagnóstico.

Ainda quanto a técnica correta para realização do auto-exame de mamas, Silva et


al. (2009) comentam que quando realizado esporadicamente, os resultados são
possivelmente tão ineficientes quanto aos realizados de maneira incorreta, o que ainda
destaca o auto-exame como método eficaz, acessível e de baixo custo na detecção de
alterações mamárias.
No estudo realizado por Marinho et al. (2003), a maioria das entrevistadas mostrou
atitude adequada quanto ao auto-exame das mamas (95,9%), sendo que o caráter
preventivo associado ao melhor prognóstico (88,5%) foram as duas principais razões para
a realização do exame. É provável que este fato deva-se ao maior estímulo dirigido às
mulheres, por campanhas específicas, de divulgação nos diferentes meios de comunicação
em massa e também por consultas médicas ou com outros profissionais envolvidos na
atenção à saúde (SCLOWITZ et al., 2005).
Observou-se durante a análise das publicações que pesquisas mais recentes
apontam que o público feminino não possui conhecimento adequado quanto às formas de
prevenção do câncer mamário. Mora e Rojas (2009) afirmam em sua pesquisa que quanto
ao auto-exame, os dados mostram que, em geral, as mulheres possuem um conhecimento
vago sobre o tema, no sentido de não saberem como nem com que regularidade devem
examinar suas mamas e que, apesar da aceitação que o auto-exame de mama vem
alcançando durante os últimos 30 anos, menos de 50% das mulheres o praticam, e entre
elas, a maioria não o faz corretamente.
A educação sobre a técnica para realização do auto-exame de mamas, visa
contribuir para alertar as mulheres a respeito dos riscos do câncer de mama, por meio da

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aprendizagem para o auto-cuidado e a apreensão da realidade a partir de ações educativas,
isto requer interação e diálogo para analisar, internalizar e gerar trocas baseando-se no
ambiente em que o público está inserido, além de incentivar a procura por atendimento e
cuidados com a saúde (MORA; ROJAS, 2009; SILVA et al., 2008).

A dificuldade de acesso à consulta e aos exames diagnósticos, como a


mamografia, são fatores que, de certa forma, podem estar estimulando as mulheres de
classe social menos favorecida economicamente a praticar o auto-exame de mamas, já que
passa a ser a forma de prevenção mais acessível (SCLOWITZ et al., 2005).
O auto-exame de mamas como método secundário à prevenção do câncer de
mama, ainda apresenta-se como o mais eficaz e sem custos. Nesse mesmo contexto,
afirmam Marinho et al. (2003, p.:577) que:

[...] o diagnóstico precoce do câncer de mama está ligado,


indubitavelmente, ao acesso à informação para as mulheres, conscientizando-
as sobre a realização do auto-exame da glândula mamária, do exame clínico e
do exame de mamografia, tríade na qual deve se basear o rastreamento dessa
neoplasia.

Desse modo, as mulheres se familiarizam com o aspecto normal, sentem as suas


mamas e são capazes de melhor reconhecer mudanças e informá-las ao médico para
melhor avaliação profissional (DEMIRKIRAN et al., 2007).
Segundo Mora e Rojas (2009, p.:196-197) observa-se algumas vantagens no
controle combinado da mamografia e na realização do auto-exame para a enfermagem:

[...] primeiro, porque significa que o auto-exame e a investigação de


fatores que aumentam sua realização como fatores de prevenção não são
suficientes para encontrá-la [a lesão de mama]. Segundo os recursos devem ser
enfocados na promoção e investigação de práticas de controle verificadas,
como a mamografia. E terceiro, a educação para o auto-exame deve ser
substituída pela sensibilização para o cuidado do corpo.
.
Nesse contexto, muitas mulheres perdem precocemente oportunidades de detecção
e tratamento devido à falta de informação, conhecimento e conscientização sobre a
possibilidade de cura do câncer de mama por práticas de rastreamento do câncer
(DEMIRKIRAN et al., 2007). Segundo Marinho et al. (2003), é nessas situações que se
tem, na prática do auto-exame, a oportunidade de oferecer às mulheres um método de
auxílio diagnóstico que pode contribuir para a detecção mais precoce de tumores das
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mamas.

Os serviços de saúde e as ações voltadas à prática da saúde da mulher

Sabemos que, na rede básica de saúde, o atendimento dos profissionais deixa muito a desejar,
além de existirem preconceitos e timidez de algumas mulheres no que se refere à realização
do auto-exame de mama (DAVIM et al., 2003). No que tange as políticas públicas para o
diagnóstico precoce do câncer do de mama nos países em desenvolvimento e o repasse de
recursos destinados à saúde da população, que encontram-se aquém do necessário, torna-se
evidente a necessidade de que os governos lancem mão de alternativas possíveis para corrigir
distorções e que sejam capazes de proporcionar o diagnóstico mais precoce possível dos
tumores que afetam a mama. Por isso, não há política adequada, e por mais um longo
período, provavelmente, não haverá condições ideais de lançar campanhas com custos
elevados, não havendo investimento em educação pública nesses países, dificultando assim o
acesso às informações. (MARINHO et al., 2003; MONTEIRO et al., 2003).

Ainda quanto ao repasse e incentivo de verbas públicas para a área da saúde que favoreçam
a educação em saúde e promovam o auto-cuidado, ressaltam Sclowitz et al. (2005) que a
dificuldade de acesso à consulta e aos exames diagnósticos, como a mamografia, são fatores
que, de certa forma, podem estar estimulando as mulheres de classe social mais baixa a
praticar o auto-exame de mamas, já que passa a ser a única forma de detecção acessível.
Nesse contexto, baseando-se na escassez de investimentos para prevenção de agravos à
saúde da população feminina com enfoque para o controle de novos casos de neoplasias
mamárias como formas eficazes de detecção precoce ao câncer de mama encontram-se
como opções de escolha o exame sistemático da mama, ou exame clínico, feito pelo
profissional especializado, a mamografia e o auto-exame das mamas caracterizado pela
facilidade e baixo custo, já que quem o executa é a própria mulher. Este devido ao fato de
não gerar custos pode ser utilizado como estratégia de escolha em grandes massas
populacionais como forma de prevenção secundária (MONTEIRO et al., 2003;
NASCIMENTO; SILVA; MACHADO, 2009).
O auto-exame de mamas, por ser de fácil execução, pode ser realizado por qualquer
mulher, uma vez que não acarreta custos e oferece maior conhecimento do corpo devido a
freqüência de realizações, o que favorece a possibilidade de diagnóstico precoce e cura
dessas usuárias. Assim, ressaltam Davim et al. (2003) que dentre suas inúmeras

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vantagens, destacam-se a detecção de tumorações pequenas, ainda confinadas à glândula
mamária; ser um método conveniente, útil, proveitoso, vantajoso e oportuno; podendo ser
repetido à vontade e sua precisão aumentar com a prática.
Quanto aos processos de educação e conscientização para o cuidado corporal das
mulheres para o diagnóstico precoce do câncer de mama, orientam Menke e Delazeri
(2010, p.: 05) que:

Mais abrangente e importante que o auto-exame é a noção de auto-


cuidado, a qual envolve um conceito mais amplo de saúde, a saber: aquisição
de conhecimento sobre a doença e a redução de risco; conscientização corporal
e toque manual. É componente essencial, no processo educativo, para o
diagnóstico precoce do câncer de mama. Pacientes que fazem auto-exame
regularmente são mais aderentes aos programas de rastreamento mamográfico.

Apesar das vantagens já evidenciadas que englobam a realização do exame


mamário, muitas mulheres acabam optando pela não realização ou realização equivocada
do mesmo devido a inúmeros fatores, como os de natureza cultural, como o
desconhecimento da técnica, o esquecimento, a falta de conhecimento e a intimidade com
o próprio corpo associados ao medo de tocá-lo e sentí-lo sem culpa, o medo de procurar o
profissional de saúde e detectar qualquer mudança em seu organismo, o medo de barreiras
ao acesso nos serviços, de maltratos e negligências pelos profissionais, implicando, de
certa forma, problemas referentes à sua saúde, o que se justifica pelo fato destes serviços
que realizam atendimento para a saúde da mulher apresentar propostas que não são
acompanhadas de treinamento adequado para a prática do auto-exame de mamas (DAVIM
et al., 2003; NASCIMENTO; SILVA; MACHADO, 2009).
Quanto a capacitação de profissionais para orientação, educação e conscientização da
realização do auto-exame mamário, Davim et al. (2003) e Monteiro et al. (2003) revelam
em suas pesquisas que no exercício da técnica de palpação da mama, as mulheres
destacam como necessária a importância da realização de um auto-exame com
autoconfiança, possibilitando, assim, o exercício de uma prática saudável e preventiva a
uma clientela de baixo nível socioeconômico e cultural, havendo, portanto, tendência a se
valorizar o bom exame clínico das mamas pelo médico e a solicitação de possíveis
exames para detecção de tumores, necessitando-se dessa forma mudanças de
comportamentos deste profissional e conscientização de seu papel importante neste
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contexto, afim de que se obtenha cada vez mais aproximação com a realidade das usuárias
desmitificando suas inseguranças e receios em relação a prática do auto-exame. Além
disso, apresenta-se como de extrema relevância que esses profissionais utilizem os
recursos disponíveis para que o auto-exame adequado das mamas venha a ser praticado
por um número cada vez maior de mulheres, e que assim como eles, os gestores públicos
também devam ter a conscientização da importância do diagnóstico precoce. Para isso, há
que se dar condições para os profissionais que atuam nos centros de saúde para que
apliquem programas que efetivamente venham a promover a saúde da população
(MARINHO et al., 2003).
O ensinamento sobre a técnica do auto-exame de mamas pode contribuir para
alertar as mulheres sobre os potenciais riscos do câncer de mama, além de incentivar a
procura por atendimento e cuidados com a saúde (SILVA et al., 2008). Assim, o estudo
realizado por Nascimento; Silva e Machado (2009, p.: 561) ensina que:

Durante o processo de adoecer e, evidenciado aqui, o câncer de mama, as


mulheres buscam identificar sentimentos e para tal tentam compreender sua
própria responsabilidade nesse processo, assim passam a conviver com uma
nova concepção de si mesmas, a qual nem sempre é fácil de ser aceita. É, pois,
nesse sentido que o incentivo a práticas de prevenção como o auto-exame de
mamas, passam a ser parte de seus repertórios, a fim de sensibilizar as demais
mulheres pertencentes ou não a seus círculos de convivência, para evitar que
estas não “passem por tudo isso”.

Apesar da necessidade de conscientização da sociedade em relação à prática do


auto- exame e quanto a práticas que favoreçam o diagnóstico precoce de câncer, Mora e
Rojas (2009) e Silva et al. (2009) revelam em seus estudos que, o auto-exame é uma
atividade a ser realizada pela mulher durante toda a vida, para manter e promover seu
bem-estar e, quando efetivamente realizado, ajuda na manutenção de sua integridade e
contribui para o bom funcionamento do organismo. Mesmo assim, algumas mulheres só
procuram consulta médica quando apresentam sintomas ginecológicos que as preocupem
e quando consideram que devam comentá-los com especialistas. Outras acreditam que o
exame de mamas deva ser feito somente durante o climatério, com o agravante de que
comparecem ao exame clínico desconhecendo sua importância e pertinência, e dizem, não
saber para que serve nem como se realiza. Nesse mesmo sentido, Davim et al. (2003, p.:
23), discorrem em seu estudo que:

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Apesar do grande número de pesquisas já realizadas sobre câncer, seu
controle é reduzido, e, os programas de saúde existentes, dificilmente tem êxito
na redução de suas taxas de mortalidade. Assim, é necessário um amplo
esforço na óptica da saúde pública, para que as pesquisas sejam direcionadas
na identificação dos fatores de risco e no mecanismo de ação do câncer.

Apesar do reduzido investimento dos setores públicos para prevenção na área da


saúde existe em contra partida muitos esforços de profissionais da saúde e educadores que
estimulam o auto-cuidado na população feminina para diminuição da descoberta de casos
tardios de câncer de mama. Monteiro et al. (2003), afirmam que a prática do auto-exame
de mamas pode alcançar seu objetivo de detecção precoce do câncer e conseqüente queda
da mortalidade, quando as campanhas forem realizadas de modo a fornecer informações
mais completas sobre a técnica e a importância do auto-cuidado, para que se incorporem
ao comportamento da mulher.

Quanto ao acesso as informações a respeito da realização da técnica correta do


exame de mamas, assim como fontes seguras de informações e formas de divulgação
desse exame, comentam Monteiro et al. (2003) que a imprensa aponta-se como maior
fonte disseminadora de informações sobre o câncer de mama e seu exame preventivo na
mulher, seguido pelos profissionais de saúde. Brito et al. (2010) e Godinho; Koch (2005)
reafirmam essa impressão

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