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 Atualizado em 16/01/2024
LEI 14.811/2024
(SUMÁRIO)
LEI 14.811/2024: ALTERA O ECA, CÓDIGO PENAL E A LEI DOS CRIMES HEDIONDOS ................................. 2
ANEXO: LEI 14.701/2023 SEM COMENTÁRIOS ....................................................................................... 16

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Área do aluno (1ª versão foi publicada em 15/01/2024):
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Dúvidas, sugestões e críticas:


 Favor enviar para: [email protected]
 Instagram: @marcoavtorrano / @proleges

Legenda:
 AMARELO – DESTAQUE
 VERDE – EXCEÇÃO, VEDADO ou ALGUMA ESPECIFICIDADE
 AZUL – GÊNERO, PALAVRA-CHAVE ou EXPRESSÃO
 LARANJA – SUJEITOS, PESSOAS OU ENTES
 CINZA – MEUS COMENTÁRIOS DENTRO DO ARTIGO

Proposta da Assinatura Anual  Pro Leges


https://bit.ly/3NKvEgP
Lista de materiais publicados

https://bit.ly/42PEZwM

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DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE,
DIREITO PENAL E LEIS PENAIS ESPECIAIS

AUTOR: MARCO TORRANO


INSTAGRAM: @MARCOAVTORRANO/@PROLEGES

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LEI 14.811/2024:
ALTERA O ECA, CÓDIGO PENAL E A LEI DOS CRIMES HEDIONDOS

Art. 1º Esta Lei institui medidas de proteção à criança e ao adolescente contra a violência nos
estabelecimentos educacionais ou similares, prevê a Política Nacional de Prevenção e Combate ao Abuso e
Exploração Sexual da Criança e do Adolescente e altera o Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de
1940 (Código Penal), e as Leis nºs 8.072, de 25 de julho de 1990 (Lei dos Crimes Hediondos), e 8.069, de 13
de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente).

Institui medidas de proteção à criança e ao adolescente contra a violência


nos estabelecimentos educacionais ou similares.
Prevê a Política Nacional de Prevenção e Combate ao Abuso e Exploração
Sexual da Criança e do Adolescente.
Lei 14.811/2024
Altera o Código Penal (DL 2.848/1940).
Altera a Lei dos Crimes Hediondos (Lei 8.072/1990).
Altera o ECA (Lei 8.069/1990).

Art. 2º As medidas de prevenção e combate à violência contra a criança e o adolescente em


estabelecimentos educacionais ou similares, públicos ou privados, devem ser implementadas pelo Poder
Executivo municipal e do Distrito Federal, em cooperação federativa com os Estados e a União.
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, consideram-se violência contra a criança e o adolescente as
formas de violência previstas nas Leis nºs 13.185, de 6 de novembro de 2015, 13.431, de 4 de abril de 2017,
e 14.344, de 24 de maio de 2022.

As medidas de prevenção e combate à violência contra a criança e o


adolescente em estabelecimentos educacionais ou similares, públicos ou
Cooperação federativa
privados, devem ser implementadas pelo Poder Executivo municipal e do
Distrito Federal, em cooperação federativa com os Estados e a União.

Para os efeitos desta Lei, consideram-se violência contra a criança e o


adolescente as formas de violência previstas nas leis:
 Lei 13.185/2015 - Programa de Combate à Intimidação Sistemática
Violência contra a
(Bullying);
criança e o adolescente
 Lei 13.431/2017 – Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do
Adolescente (SGDCA).
 Lei 14.344/2022 – Lei Henry Borel.

Art. 59-A. As instituições sociais públicas ou privadas que desenvolvam


Art. 59-A do ECA atividades com crianças e adolescentes e que recebam recursos públicos
deverão exigir e manter certidões de antecedentes criminais de todos os

proleges.com.br  pág. 2 de 18
seus colaboradores, as quais deverão ser atualizadas a cada 6 (seis) meses.
(Incluído pela Lei nº 14.811, de 2024)
Parágrafo único. Os estabelecimentos educacionais e similares, públicos
ou privados, que desenvolvem atividades com crianças e adolescentes,
independentemente de recebimento de recursos públicos, deverão
manter fichas cadastrais e certidões de antecedentes criminais atualizadas

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de todos os seus colaboradores. (Incluído pela Lei nº 14.811, de 2024)

Art. 3º É de responsabilidade do poder público local desenvolver, em conjunto com os órgãos de


segurança pública e de saúde e com a participação da comunidade escolar, protocolos para estabelecer
medidas de proteção à criança e ao adolescente contra qualquer forma de violência no âmbito escolar
prevista no parágrafo único do art. 2º desta Lei, com ações específicas para cada uma delas.
Parágrafo único. Os protocolos de medidas de proteção à violência contra a criança e o adolescente nos
estabelecimentos educacionais ou similares, públicos ou privados, deverão prever a capacitação continuada
do corpo docente, integrada à informação da comunidade escolar e da vizinhança em torno do
estabelecimento escolar.

É de responsabilidade do poder público local.


Protocolos
Deverão prever a capacitação continuada do corpo docente. [1]
[1] Integrada à informação da comunidade escolar e da vizinhança em torno do estabelecimento escolar.

Art. 4º A Política Nacional de Prevenção e Combate ao Abuso e Exploração Sexual da Criança e do


Adolescente será elaborada no âmbito de conferência nacional a ser organizada e executada pelo órgão
federal competente e deverá observar os seguintes objetivos:
I - aprimorar a gestão das ações de prevenção e de combate ao abuso e à exploração sexual da criança e
do adolescente;
II - contribuir para fortalecer as redes de proteção e de combate ao abuso e à exploração sexual da criança
e do adolescente;
III - promover a produção de conhecimento, a pesquisa e a avaliação dos resultados das políticas de
prevenção e de combate ao abuso e à exploração sexual da criança e do adolescente;
IV - garantir o atendimento especializado, e em rede, da criança e do adolescente em situação de
exploração sexual, bem como de suas famílias;
V - estabelecer espaços democráticos para participação e controle social, priorizando os conselhos de
direitos da criança e do adolescente.
§ 1º As políticas públicas de prevenção e de combate ao abuso e à exploração sexual da criança e do
adolescente não se restringem às vítimas e devem considerar o contexto social amplo das famílias e das
comunidades.
§ 2º A Política Nacional de Prevenção e Combate ao Abuso e Exploração Sexual da Criança e do
Adolescente, considerada a sua transversalidade, deverá prever capacitação continuada de todos os agentes
públicos que atuam com crianças e adolescentes em situação de violência sexual.
§ 3º A Política Nacional de Prevenção e Combate ao Abuso e Exploração Sexual da Criança e do
Adolescente será detalhada em um plano nacional, reavaliada a cada 10 (dez) anos, a contar de sua
elaboração, com indicação das ações estratégicas, das metas, das prioridades e dos indicadores e com
definição das formas de financiamento e gestão das políticas de prevenção e de combate ao abuso e à
exploração sexual da criança e do adolescente.
§ 4º Os conselhos de direitos da criança e do adolescente, organizações da sociedade civil e
representantes do Ministério Público realizarão, em conjunto com o poder público, em intervalos de 3 (três)
anos, avaliações periódicas da implementação dos Planos de Prevenção e Combate ao Abuso e Exploração
Sexual da Criança e do Adolescente, a serem definidas em regulamento, com o objetivo de verificar o
cumprimento das metas estabelecidas e de elaborar recomendações aos gestores e aos operadores das
políticas públicas.
§ 5º Haverá ampla divulgação do conteúdo do Plano Nacional de Prevenção e Combate ao Abuso e
Exploração Sexual da Criança e do Adolescente.
proleges.com.br  pág. 3 de 18
Política Nacional de Prevenção e Combate
ao Abuso e Exploração Sexual da Criança e do Adolescente
Elaborada, organizada Será elaborada no âmbito de conferência nacional a ser organizada e
e executada executada pelo órgão federal competente.
Aprimorar a gestão das ações de prevenção e de combate ao abuso e à

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exploração sexual da criança e do adolescente.
Contribuir para fortalecer as redes de proteção e de combate ao abuso e
à exploração sexual da criança e do adolescente.
Promover a produção de conhecimento, a pesquisa e a avaliação dos
Objetivos resultados das políticas de prevenção e de combate ao abuso e à
exploração sexual da criança e do adolescente.
Garantir o atendimento especializado, e em rede, da criança e do
adolescente em situação de exploração sexual, bem como de suas famílias.
Estabelecer espaços democráticos para participação e controle social,
priorizando os conselhos de direitos da criança e do adolescente.
Não se restringem às vítimas e devem considerar o contexto social amplo
Não se restringem às vítimas
das famílias e das comunidades.
Considerada a sua transversalidade, deverá prever capacitação continuada
Transversalidade
de todos os agentes públicos que atuam com crianças e adolescentes em
e capacitação continuada
situação de violência sexual.
Plano nacional Será detalhada em um plano nacional.
Será reavaliada a cada 10 (dez) anos, a contar de sua elaboração, com
indicação das ações estratégicas, das metas, das prioridades e dos
Reavaliação indicadores e com definição das formas de financiamento e gestão das
políticas de prevenção e de combate ao abuso e à exploração sexual da
criança e do adolescente.
Serão realizados pelos:
- conselhos de direitos da criança e do adolescente;
- organizações da sociedade civil;
- representantes do Ministério Público.
- em conjunto com o poder público.
Planos de Prevenção
e Combate ao Abuso Realizarão em intervalos de 3 anos, avaliações periódicas da
e Exploração Sexual da implementação dos Planos de Prevenção e Combate ao Abuso e
Criança e do Adolescente Exploração Sexual da Criança e do Adolescente, a serem definidas em
regulamento.
Com o objetivo de verificar o cumprimento das metas estabelecidas e de
elaborar recomendações aos gestores e aos operadores das políticas
públicas.
Haverá ampla divulgação do conteúdo do Plano Nacional de Prevenção e
Ampla divulgação
Combate ao Abuso e Exploração Sexual da Criança e do Adolescente.

A seguir veremos as alterações legislativas.

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 Alterações no Código Penal
Art. 5º Os arts. 121 e 122 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), passam a
vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 121. (...).
§ 2º-B. (...)
III - 2/3 (dois terços) se o crime for praticado em instituição de educação básica pública ou privada.” (NR)

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“Art. 122. (...).
§ 5º Aplica-se a pena em dobro se o autor é líder, coordenador ou administrador de grupo, de
comunidade ou de rede virtual, ou por estes é responsável.” (NR)

Art. 121. Matar alguém: (...).


§ 2º-B. A pena do homicídio contra menor de 14 (quatorze) anos é
Causa de aumento
aumentada de:
(homicídio)
III - 2/3 (dois terços) se o crime for praticado em instituição de educação
básica pública ou privada. (Incluído pela Lei nº 14.811, de 2024)

Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a praticar


Causa de aumento
automutilação ou prestar-lhe auxílio material para que o faça: (...).
(Induzimento, instigação ou
§ 5º Aplica-se a pena em dobro se o autor é líder, coordenador ou
auxílio a suicídio ou a
administrador de grupo, de comunidade ou de rede virtual, ou por estes é
automutilação)
responsável.

CÓDIGO PENAL
TÍTULO I - DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
CAPÍTULO I - DOS CRIMES CONTRA A VIDA
Antes da Lei 14.811/2024 Depois da Lei 14.811/2024
Não havia inciso III do § 2º-B do art. 121. Art. 121. (...).
§ 2º-B. § 2º-B. A pena do homicídio contra menor de
14 (quatorze) anos é aumentada de:
III - 2/3 (dois terços) se o crime for praticado em
instituição de educação básica pública ou privada.
Art. 122. (...). Art. 122. (...).
§ 5º Aumenta-se a pena em metade se o agente é § 5º Aplica-se a pena em dobro se o autor é líder,
líder ou coordenador de grupo ou de rede virtual. coordenador ou administrador de grupo, de
comunidade ou de rede virtual, ou por estes é
responsável.

proleges.com.br  pág. 5 de 18
Art. 6º O Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar acrescido do
seguinte art. 146-A:
“Intimidação sistemática (bullying)
Art. 146-A. Intimidar sistematicamente, individualmente ou em grupo, mediante violência física ou
psicológica, uma ou mais pessoas, de modo intencional e repetitivo, sem motivação evidente, por meio de
atos de intimidação, de humilhação ou de discriminação ou de ações verbais, morais, sexuais, sociais,

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psicológicas, físicas, materiais ou virtuais:
Pena - multa, se a conduta não constituir crime mais grave.
Intimidação sistemática virtual (cyberbullying)
Parágrafo único. Se a conduta é realizada por meio da rede de computadores, de rede social, de
aplicativos, de jogos on-line ou por qualquer outro meio ou ambiente digital, ou transmitida em tempo real:
Pena - reclusão, de 2 (dois) anos a 4 (quatro) anos, e multa, se a conduta não constituir crime mais grave.”

Intimidação sistemática (bullying)


e intimidação sistemática virtual (cyberbullying)
Intimidação sistemática (bullying)
Art. 146-A. Intimidar sistematicamente, individualmente ou em grupo, mediante violência física ou
psicológica, uma ou mais pessoas, de modo intencional e repetitivo, sem motivação evidente, por meio de
atos de intimidação, de humilhação ou de discriminação ou de ações verbais, morais, sexuais, sociais,
psicológicas, físicas, materiais ou virtuais:
Pena - multa, se a conduta não constituir crime mais grave.
Intimidação sistemática virtual (cyberbullying)
Parágrafo único. Se a conduta é realizada por meio da rede de computadores, de rede social, de aplicativos,
de jogos on-line ou por qualquer outro meio ou ambiente digital, ou transmitida em tempo real:
Pena - reclusão, de 2 (dois) anos a 4 (quatro) anos, e multa, se a conduta não constituir crime mais grave.
Competência Justiça estadual
Ação penal Ação penal pública incondicionada.
Para o parágrafo único do art. 146-A, não é possível aplicar os institutos
Lei 9.099/95
despenalizadores da Lei 9.099/95.
Para o parágrafo único do art. 146-A, é cabível (pena mínima inferior a 4
ANPP
anos), desde que preenchidos os demais requisitos do art. 28-A do CPP.
Sujeito ativo Crime comum (pode ser praticado por qualquer pessoa).
Sujeito passivo Qualquer pessoa (“uma ou mais pessoas”).
Elemento subjetivo É o dolo. Não se admite modalidade culposa.
Objeto jurídico [1] Liberdade pessoal.
Objeto material [2] A(s) pessoa(s) que sofre(m) a intimidação.
Núcleo do tipo Intimidar.
É crime formal (consumação ocorre no momento em que a vítima toma
Consumação
conhecimento da intimidação), independe da real intimidação.
A tentativa é admissível. Ex.: João envia carta intimidando a vítima, mas é
Tentativa
interceptada por terceiro antes de chegar ao destinatário.
Trata-se de delito expressamente subsidiário, sendo aplicável somente se
a conduta não constituir crime mais grave.
Pena - multa, se a conduta não constituir crime mais grave.
Subsidiariedade expressa
Exemplo: João diz a Fernando que está sofrendo muito por ter sido
esquecido pelo ex-amigo Osvaldo. Fernando (melhor amigo de Osvaldo)
diz a João que deveria tirar a própria vida para deixar de sofrer. Nesse

proleges.com.br  pág. 6 de 18
exemplo, Fernando responderá pelo crime de induzimento ao suicídio (art.
122 do CP), e não pelo artigo 146-A, caput.
Art. 146-A. (...).
Parágrafo único. Se a conduta é realizada por meio da rede de
computadores, de rede social, de aplicativos, de jogos on-line ou por
qualquer outro meio ou ambiente digital, ou transmitida em tempo real:

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Pena - reclusão, de 2 (dois) anos a 4 (quatro) anos, e multa, se a conduta
não constituir crime mais grave.

Subsidiariedade expressa do parágrafo único do art. 146-A: trata-se de


Figura qualificada:
delito expressamente subsidiário, sendo aplicável somente se a conduta
intimidação sistemática virtual
não constituir crime mais grave. Exemplo: João faz parte de um grupo de
(cyberbullying)
WhatsApp da escola. João fala no grupo que está sofrendo de depressão.
Fernando (que faz parte do grupo de WhatsApp e é diretor da escola) envia
memes e mensagens para João se matar. João tira a própria vida. Fernando
responderá pelo crime de induzimento ao suicídio qualificado pelo
resultado morte (art. 122, §§ 2º e 4º, do CP), e não pelo art. 146-A,
parágrafo único.
Pena - reclusão, de 2 (dois) anos a 4 (quatro) anos, e multa, se a
conduta não constituir crime mais grave.
Art. 4º Para os efeitos desta Lei, sem prejuízo da tipificação das condutas
criminosas, são formas de violência:
II - violência psicológica:
Lei 13.431/2017
a) qualquer conduta de discriminação, depreciação ou desrespeito em
(Sistema de Garantia de
relação à criança ou ao adolescente mediante ameaça, constrangimento,
Direitos da Criança e do
humilhação, manipulação, isolamento, agressão verbal e xingamento,
Adolescente – SGDCA)
ridicularização, indiferença, exploração ou intimidação sistemática
(bullying) que possa comprometer seu desenvolvimento psíquico ou
emocional;
Trata-se de novo crime (novatio legis in pejus), pois não estava previsto no
Novidade legislativa
Código Penal.
[1] Bem jurídico tutelado pela norma penal.
[2] Pessoa ou coisa que sofre com a conduta criminosa.

proleges.com.br  pág. 7 de 18
 Alterações na Lei dos Crimes Hediondos
Art. 7º O art. 1º da Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990 (Lei dos Crimes Hediondos), passa a vigorar com
a seguinte redação:
“Art. 1º (...)
X - induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou a automutilação realizados por meio da rede de
computadores, de rede social ou transmitidos em tempo real (art. 122, caput e § 4º);

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XI - sequestro e cárcere privado cometido contra menor de 18 (dezoito) anos (art. 148, § 1º, inciso IV);
XII - tráfico de pessoas cometido contra criança ou adolescente (art. 149-A, caput, incisos I a V, e § 1º,
inciso II).
Parágrafo único. (...)
VII - os crimes previstos no § 1º do art. 240 e no art. 241-B da Lei nº 8.069, de 13 de julho de
1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente).” (NR)

O rol da Lei dos Crimes Hediondos foi ampliado pela Lei 14.811/2024
São crimes hediondos, consumados ou tentados:
Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a
Induzimento, instigação ou auxílio a praticar automutilação ou prestar-lhe auxílio material
suicídio ou a automutilação realizados para que o faça:
por meio da rede de computadores, Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.
1.
de rede social ou transmitidos em (...)
tempo real § 4º A pena é aumentada até o dobro se a conduta é
(art. 122, caput e §§ 4º, do CP) realizada por meio da rede de computadores, de rede
social ou transmitida em tempo real.
Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante
Sequestro e cárcere privado cometido seqüestro ou cárcere privado: (...).
2. contra menor de 18 (dezoito) anos § 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos:
(art. 148, § 1º, inciso IV, do CP) IV – se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito)
anos;
Art. 149-A. Agenciar, aliciar, recrutar, transportar,
transferir, comprar, alojar ou acolher pessoa, mediante
grave ameaça, violência, coação, fraude ou abuso, com a
finalidade de:
I - remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo;
Tráfico de pessoas cometido II - submetê-la a trabalho em condições análogas à de
contra criança ou adolescente escravo;
3.
(art. 149-A, caput, incisos I a V, III - submetê-la a qualquer tipo de servidão;
e § 1º, inciso II, do CP) IV - adoção ilegal; ou
V - exploração sexual.
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
§ 1º A pena é aumentada de um terço até a metade se:
II - o crime for cometido contra criança, adolescente ou
pessoa idosa ou com deficiência;
Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou
registrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou
pornográfica, envolvendo criança ou adolescente:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
4. Art. 240, § 1º, do ECA § 1º Incorre nas mesmas penas quem:
I - agencia, facilita, recruta, coage ou de qualquer modo
intermedeia a participação de criança ou adolescente nas
cenas referidas no caput deste artigo, ou ainda quem com
esses contracena;

proleges.com.br  pág. 8 de 18
II - exibe, transmite, auxilia ou facilita a exibição ou
transmissão, em tempo real, pela internet, por aplicativos,
por meio de dispositivo informático ou qualquer meio ou
ambiente digital, de cena de sexo explícito ou
pornográfica com a participação de criança ou
adolescente.

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Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer
meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que
contenha cena de sexo explícito ou pornográfica
envolvendo criança ou adolescente:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 1º A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de
pequena quantidade o material a que se refere o caput
deste artigo.
§ 2º Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a
finalidade de comunicar às autoridades competentes a
ocorrência das condutas descritas nos arts. 240, 241, 241-
A e 241-C desta Lei, quando a comunicação for feita por:
5. Art. 241-B do ECA
I – agente público no exercício de suas funções;
II – membro de entidade, legalmente constituída, que
inclua, entre suas finalidades institucionais, o
recebimento, o processamento e o encaminhamento de
notícia dos crimes referidos neste parágrafo;
III – representante legal e funcionários responsáveis de
provedor de acesso ou serviço prestado por meio de rede
de computadores, até o recebimento do material relativo
à notícia feita à autoridade policial, ao Ministério Público
ou ao Poder Judiciário.
§ 3º As pessoas referidas no § 2º deste artigo deverão
manter sob sigilo o material ilícito referido.

LEI DOS CRIMES HEDIONDOS (LEI 8.072/90)


Antes da Lei 14.811/2024 Depois da Lei 14.811/2024
Não havia incisos X, XI e XII do art. 1º. Art. 1º São considerados hediondos os seguintes
crimes, todos tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de
7 de dezembro de 1940 - Código Penal, consumados
ou tentados:

X - induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou


a automutilação realizados por meio da rede de
computadores, de rede social ou transmitidos em
tempo real (art. 122, caput e § 4º);

XI - sequestro e cárcere privado cometido contra


menor de 18 (dezoito) anos (art. 148, § 1º, inciso IV);

XII - tráfico de pessoas cometido contra criança ou


adolescente (art. 149-A, caput, incisos I a V, e § 1º,
inciso II).
Não havia inciso VII do parágrafo único do art. 1º. Art. 1º (...).

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Parágrafo único. Consideram-se também hediondos,
tentados ou consumados:
VII - os crimes previstos no § 1º do art. 240 e no art.
241-B da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990
(Estatuto da Criança e do Adolescente).

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 Alterações no Estatuto da Criança e do Adolescente
Art. 8º Os arts. 240 e 247 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente),
passam a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 240 (...)
§ 1º Incorre nas mesmas penas quem:
I - agencia, facilita, recruta, coage ou de qualquer modo intermedeia a participação de criança ou

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adolescente nas cenas referidas no caput deste artigo, ou ainda quem com esses contracena;
II - exibe, transmite, auxilia ou facilita a exibição ou transmissão, em tempo real, pela internet, por
aplicativos, por meio de dispositivo informático ou qualquer meio ou ambiente digital, de cena de sexo
explícito ou pornográfica com a participação de criança ou adolescente.” (NR)

“Art. 247 (...)


§ 1º Incorre na mesma pena quem exibe ou transmite imagem, vídeo ou corrente de vídeo de criança ou
adolescente envolvido em ato infracional ou em outro ato ilícito que lhe seja atribuído, de forma a permitir
sua identificação.” (NR)

Art. 240. (...).


§ 1º Incorre nas mesmas penas quem:
I - agencia, facilita, recruta, coage ou de qualquer modo intermedeia a
participação de criança ou adolescente nas cenas referidas no caput deste
Figura equiparada artigo, ou ainda quem com esses contracena;
II - exibe, transmite, auxilia ou facilita a exibição ou transmissão, em tempo
real, pela internet, por aplicativos, por meio de dispositivo informático ou
qualquer meio ou ambiente digital, de cena de sexo explícito ou
pornográfica com a participação de criança ou adolescente.

Art. 247. (...).


§ 1º Incorre na mesma pena quem exibe ou transmite imagem, vídeo ou
Figura equiparada corrente de vídeo de criança ou adolescente envolvido em ato infracional
ou em outro ato ilícito que lhe seja atribuído, de forma a permitir sua
identificação.

ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE


Antes da Lei 14.811/2024 Depois da Lei 14.811/2024
Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, Art. 240. (...).
filmar ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo § 1º Incorre nas mesmas penas quem:
explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou I - agencia, facilita, recruta, coage ou de qualquer
adolescente: modo intermedeia a participação de criança ou
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e adolescente nas cenas referidas no caput deste
multa. artigo, ou ainda quem com esses contracena;
§ 1º Incorre nas mesmas penas quem agencia, II - exibe, transmite, auxilia ou facilita a exibição ou
facilita, recruta, coage, ou de qualquer modo transmissão, em tempo real, pela internet, por
intermedeia a participação de criança ou aplicativos, por meio de dispositivo informático ou
adolescente nas cenas referidas no caput deste qualquer meio ou ambiente digital, de cena de sexo
artigo, ou ainda quem com esses contracena. explícito ou pornográfica com a participação de
criança ou adolescente.
Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem Art. 247. (...).
autorização devida, por qualquer meio de § 1º Incorre na mesma pena quem exibe ou
comunicação, nome, ato ou documento de transmite imagem, vídeo ou corrente de vídeo de
procedimento policial, administrativo ou judicial criança ou adolescente envolvido em ato infracional

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relativo a criança ou adolescente a que se atribua ato ou em outro ato ilícito que lhe seja atribuído, de
infracional: forma a permitir sua identificação.
Pena - multa de três a vinte salários de referência,
aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
§ 1º Incorre na mesma pena quem exibe, total ou
parcialmente, fotografia de criança ou adolescente

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envolvido em ato infracional, ou qualquer ilustração
que lhe diga respeito ou se refira a atos que lhe
sejam atribuídos, de forma a permitir sua
identificação, direta ou indiretamente.

Art. 9º A Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), passa a vigorar
acrescida dos seguintes arts. 59-A e 244-C:
“Art. 59-A. As instituições sociais públicas ou privadas que desenvolvam atividades com crianças e
adolescentes e que recebam recursos públicos deverão exigir e manter certidões de antecedentes criminais
de todos os seus colaboradores, as quais deverão ser atualizadas a cada 6 (seis) meses.
Parágrafo único. Os estabelecimentos educacionais e similares, públicos ou privados, que desenvolvem
atividades com crianças e adolescentes, independentemente de recebimento de recursos públicos, deverão
manter fichas cadastrais e certidões de antecedentes criminais atualizadas de todos os seus colaboradores.”

“Art. 244-C. Deixar o pai, a mãe ou o responsável legal, de forma dolosa, de comunicar à autoridade
pública o desaparecimento de criança ou adolescente:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.”

Art. 244-C. Deixar o pai, a mãe ou o responsável legal, de forma dolosa, de comunicar à autoridade pública
o desaparecimento de criança ou adolescente:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Competência Justiça estadual
Ação penal Ação penal pública incondicionada.
Lei 9.099/95 Não é possível aplicar os institutos despenalizadores da Lei 9.099/95.
É cabível (pena mínima inferior a 4 anos), desde que preenchidos os
ANPP
demais requisitos do art. 28-A do CPP.
Crime próprio/especial, pois a figura típica requer qualidade especial do
Sujeito ativo
sujeito ativo (pai, mãe ou responsável legal).
É a criança desaparecida ou adolescente desaparecido.
Sujeito passivo  Criança é a pessoa até doze anos de idade incompletos; adolescente é aquela entre
doze e dezoito anos de idade (art. 2º do ECA).

Elemento subjetivo É o dolo (omissão dolosa). Não se admite modalidade culposa.


A vida e a integridade física da criança e do adolescente. Conforme
previsão constitucional “os pais têm o dever de assistir, criar e educar os
filhos menores” (art. 229 da CF/88); “é dever da família, da sociedade e do
Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta
Objeto jurídico [1] prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer,
à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à
convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda
forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e
opressão” (art. 227 da CF/88).
Objeto material [2] Criança desaparecida ou adolescente desaparecido.
proleges.com.br  pág. 12 de 18
Núcleo do tipo Deixar.
É crime formal, basta que o agente deixe de comunicar o desaparecimento
Consumação
à autoridade (não depende da produção de resultado naturalístico).
Não é possível a tentativa (conatus), pois crime omissivo próprio/puro.
Tentativa
É inviável o fracionamento do iter criminis (= crime unissubsistente).

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Cuidado para não confundir o crime do art. 244-C do ECA com o delito do
Figura específica
art. 26 da Lei 14.344/2022 (Lei Henry Borel).
Art. 26. Deixar de comunicar à autoridade pública a prática de violência,
de tratamento cruel ou degradante ou de formas violentas de educação,
correção ou disciplina contra criança ou adolescente ou o abandono de
incapaz:
Lei Henry Borel Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos.
(Lei 14.344/2022) § 1º A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal
de natureza grave, e triplicada, se resulta morte.
§ 2º Aplica-se a pena em dobro se o crime é praticado por ascendente,
parente consanguíneo até terceiro grau, responsável legal, tutor,
guardião, padrasto ou madrasta da vítima.
Trata-se de novo crime (novatio legis in pejus), pois não estava previsto no
Novidade legislativa
Estatuto da Criança e do Adolescente.
[1] Bem jurídico tutelado pela norma penal.
[2] Pessoa ou coisa que sofre com a conduta criminosa.

#Não_confundir:
Art. 244-C do ECA Art. 26 da Lei 14.344/2022 (Lei Henry Borel)
Art. 244-C. Deixar o pai, a mãe ou o responsável Art. 26. Deixar de comunicar à autoridade pública a
legal, de forma dolosa, de comunicar à autoridade prática de violência, de tratamento cruel ou
pública o desaparecimento de criança ou degradante ou de formas violentas de educação,
adolescente: correção ou disciplina contra criança ou adolescente
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e ou o abandono de incapaz:
multa. Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos.
§ 1º A pena é aumentada de metade, se da omissão
resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada,
se resulta morte.
§ 2º Aplica-se a pena em dobro se o crime é
praticado por ascendente, parente consanguíneo até
terceiro grau, responsável legal, tutor, guardião,
padrasto ou madrasta da vítima.
O tipo penal prevê uma conduta: O tipo penal pune condutas distintas:
1) O pai, a mãe ou o responsável legal toma 1) A pessoa toma conhecimento de que a criança ou
conhecimento do adolescente foi vítima de:
- desaparecimento da criança ou adolescente - violência
... e mesmo assim não comunica esse fato à - tratamento cruel
autoridade pública. - tratamento degradante ou
- formas violentas de educação, correção ou
disciplina
... e mesmo assim não comunica esse fato à
autoridade pública.

2) A pessoa toma conhecimento de que há uma


situação de abandono de incapaz e não comunica à
autoridade pública.
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A vítima do crime será: A vítima do crime será:
 a criança; • a criança;
 o adolescente. • o adolescente; ou
• o incapaz.
Não é possível aplicar os institutos despenalizadores É cabível a suspensão condicional do processo (art.
da Lei 9.099/95. 89 da Lei 9.099/95: “pena mínima cominada for igual

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ou inferior a um ano”), desde que preenchidos os
demais requisitos.
É cabível ANPP (pena mínima inferior a 4 anos), É cabível ANPP (pena mínima inferior a 4 anos),
desde que preenchidos os demais requisitos do art. desde que preenchidos os demais requisitos do art.
28-A do CPP. 28-A do CPP.
É crime punível a título dolo, não se admitindo É crime punível a título dolo, não se admitindo
modalidade culposa. modalidade culposa.
É crime omissivo próprio/puro. É crime omissivo próprio/puro.
Não admite tentativa, pois crime unissubsistente. Não admite tentativa, pois crime unissubsistente.
É crime próprio/especial (exige qualidade especial É crime comum (pode ser praticado por qualquer
do agente: pai, mãe ou responsável legal). pessoa).
Não prevê causa de aumento. Prevê causa de aumento:
Art. 26. (...).
§ 1º A pena é aumentada de metade, se da omissão
resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada,
se resulta morte.
§ 2º Aplica-se a pena em dobro se o crime é
praticado por ascendente, parente consanguíneo até
terceiro grau, responsável legal, tutor, guardião,
padrasto ou madrasta da vítima.
Competência: Justiça Estadual. Competência: Justiça Estadual.
Ação penal pública incondicionada. Ação penal pública incondicionada.

ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE


Antes da Lei 14.811/2024 Depois da Lei 14.811/2024
Não havia art. 59-A. Art. 59-A. As instituições sociais públicas ou privadas
que desenvolvam atividades com crianças e
adolescentes e que recebam recursos públicos
deverão exigir e manter certidões de antecedentes
criminais de todos os seus colaboradores, as quais
deverão ser atualizadas a cada 6 (seis) meses.
Parágrafo único. Os estabelecimentos educacionais
e similares, públicos ou privados, que desenvolvem
atividades com crianças e adolescentes,
independentemente de recebimento de recursos
públicos, deverão manter fichas cadastrais e
certidões de antecedentes criminais atualizadas de
todos os seus colaboradores.
Não havia art. 244-C. Art. 244-C. Deixar o pai, a mãe ou o responsável
legal, de forma dolosa, de comunicar à autoridade
pública o desaparecimento de criança ou
adolescente:

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Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e
multa.

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Art. 10. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

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ANEXO:
LEI 14.701/2023 SEM COMENTÁRIOS

Art. 1º Esta Lei institui medidas de proteção à criança e ao adolescente contra a violência nos
estabelecimentos educacionais ou similares, prevê a Política Nacional de Prevenção e Combate ao Abuso e
Exploração Sexual da Criança e do Adolescente e altera o Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de

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1940 (Código Penal), e as Leis nºs 8.072, de 25 de julho de 1990 (Lei dos Crimes Hediondos), e 8.069, de 13
de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente).

Art. 2º As medidas de prevenção e combate à violência contra a criança e o adolescente em


estabelecimentos educacionais ou similares, públicos ou privados, devem ser implementadas pelo Poder
Executivo municipal e do Distrito Federal, em cooperação federativa com os Estados e a União.
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, consideram-se violência contra a criança e o adolescente as
formas de violência previstas nas Leis nºs 13.185, de 6 de novembro de 2015, 13.431, de 4 de abril de 2017,
e 14.344, de 24 de maio de 2022.

Art. 3º É de responsabilidade do poder público local desenvolver, em conjunto com os órgãos de


segurança pública e de saúde e com a participação da comunidade escolar, protocolos para estabelecer
medidas de proteção à criança e ao adolescente contra qualquer forma de violência no âmbito escolar
prevista no parágrafo único do art. 2º desta Lei, com ações específicas para cada uma delas.
Parágrafo único. Os protocolos de medidas de proteção à violência contra a criança e o adolescente nos
estabelecimentos educacionais ou similares, públicos ou privados, deverão prever a capacitação continuada
do corpo docente, integrada à informação da comunidade escolar e da vizinhança em torno do
estabelecimento escolar.

Art. 4º A Política Nacional de Prevenção e Combate ao Abuso e Exploração Sexual da Criança e do


Adolescente será elaborada no âmbito de conferência nacional a ser organizada e executada pelo órgão
federal competente e deverá observar os seguintes objetivos:
I - aprimorar a gestão das ações de prevenção e de combate ao abuso e à exploração sexual da criança e
do adolescente;
II - contribuir para fortalecer as redes de proteção e de combate ao abuso e à exploração sexual da criança
e do adolescente;
III - promover a produção de conhecimento, a pesquisa e a avaliação dos resultados das políticas de
prevenção e de combate ao abuso e à exploração sexual da criança e do adolescente;
IV - garantir o atendimento especializado, e em rede, da criança e do adolescente em situação de
exploração sexual, bem como de suas famílias;
V - estabelecer espaços democráticos para participação e controle social, priorizando os conselhos de
direitos da criança e do adolescente.
§ 1º As políticas públicas de prevenção e de combate ao abuso e à exploração sexual da criança e do
adolescente não se restringem às vítimas e devem considerar o contexto social amplo das famílias e das
comunidades.
§ 2º A Política Nacional de Prevenção e Combate ao Abuso e Exploração Sexual da Criança e do
Adolescente, considerada a sua transversalidade, deverá prever capacitação continuada de todos os agentes
públicos que atuam com crianças e adolescentes em situação de violência sexual.
§ 3º A Política Nacional de Prevenção e Combate ao Abuso e Exploração Sexual da Criança e do
Adolescente será detalhada em um plano nacional, reavaliada a cada 10 (dez) anos, a contar de sua
elaboração, com indicação das ações estratégicas, das metas, das prioridades e dos indicadores e com
definição das formas de financiamento e gestão das políticas de prevenção e de combate ao abuso e à
exploração sexual da criança e do adolescente.
§ 4º Os conselhos de direitos da criança e do adolescente, organizações da sociedade civil e
representantes do Ministério Público realizarão, em conjunto com o poder público, em intervalos de 3 (três)
anos, avaliações periódicas da implementação dos Planos de Prevenção e Combate ao Abuso e Exploração
Sexual da Criança e do Adolescente, a serem definidas em regulamento, com o objetivo de verificar o

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cumprimento das metas estabelecidas e de elaborar recomendações aos gestores e aos operadores das
políticas públicas.
§ 5º Haverá ampla divulgação do conteúdo do Plano Nacional de Prevenção e Combate ao Abuso e
Exploração Sexual da Criança e do Adolescente.

Art. 5º Os arts. 121 e 122 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), passam a

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vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 121. ................................................................................
.........................................................................................................
§ 2º-B. ...................................................................................
.........................................................................................................
III - 2/3 (dois terços) se o crime for praticado em instituição de educação básica pública ou privada.
................................................................................................ ” (NR)
“Art. 122. ................................................................................
.........................................................................................................
§ 5º Aplica-se a pena em dobro se o autor é líder, coordenador ou administrador de grupo, de
comunidade ou de rede virtual, ou por estes é responsável.
................................................................................................ ” (NR)

Art. 6º O Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar acrescido do
seguinte art. 146-A:
“Intimidação sistemática (bullying)
Art. 146-A. Intimidar sistematicamente, individualmente ou em grupo, mediante violência física ou
psicológica, uma ou mais pessoas, de modo intencional e repetitivo, sem motivação evidente, por meio de
atos de intimidação, de humilhação ou de discriminação ou de ações verbais, morais, sexuais, sociais,
psicológicas, físicas, materiais ou virtuais:
Pena - multa, se a conduta não constituir crime mais grave.
Intimidação sistemática virtual (cyberbullying)
Parágrafo único. Se a conduta é realizada por meio da rede de computadores, de rede social, de
aplicativos, de jogos on-line ou por qualquer outro meio ou ambiente digital, ou transmitida em tempo real:
Pena - reclusão, de 2 (dois) anos a 4 (quatro) anos, e multa, se a conduta não constituir crime mais grave.”

Art. 7º O art. 1º da Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990 (Lei dos Crimes Hediondos), passa a vigorar com
a seguinte redação:
“Art. 1º ...................................................................................
.........................................................................................................
X - induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou a automutilação realizados por meio da rede de
computadores, de rede social ou transmitidos em tempo real (art. 122, caput e § 4º);
XI - sequestro e cárcere privado cometido contra menor de 18 (dezoito) anos (art. 148, § 1º, inciso IV);
XII - tráfico de pessoas cometido contra criança ou adolescente (art. 149-A, caput, incisos I a V, e § 1º,
inciso II).
Parágrafo único. .....................................................................
.........................................................................................................
VII - os crimes previstos no § 1º do art. 240 e no art. 241-B da Lei nº 8.069, de 13 de julho de
1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente).” (NR)

Art. 8º Os arts. 240 e 247 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente),
passam a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 240 .................................................................................
§ 1º Incorre nas mesmas penas quem:
I - agencia, facilita, recruta, coage ou de qualquer modo intermedeia a participação de criança ou
adolescente nas cenas referidas no caput deste artigo, ou ainda quem com esses contracena;

proleges.com.br  pág. 17 de 18
II - exibe, transmite, auxilia ou facilita a exibição ou transmissão, em tempo real, pela internet, por
aplicativos, por meio de dispositivo informático ou qualquer meio ou ambiente digital, de cena de sexo
explícito ou pornográfica com a participação de criança ou adolescente.
................................................................................................. ” (NR)
“Art. 247 .................................................................................
§ 1º Incorre na mesma pena quem exibe ou transmite imagem, vídeo ou corrente de vídeo de criança ou

Disponibilizado para: evandro sergio lopes da silva | [email protected] | CPF: 915.606.326-15


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adolescente envolvido em ato infracional ou em outro ato ilícito que lhe seja atribuído, de forma a permitir
sua identificação.
................................................................................................. ” (NR)

Art. 9º A Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), passa a vigorar
acrescida dos seguintes arts. 59-A e 244-C:
“Art. 59-A. As instituições sociais públicas ou privadas que desenvolvam atividades com crianças e
adolescentes e que recebam recursos públicos deverão exigir e manter certidões de antecedentes criminais
de todos os seus colaboradores, as quais deverão ser atualizadas a cada 6 (seis) meses.
Parágrafo único. Os estabelecimentos educacionais e similares, públicos ou privados, que desenvolvem
atividades com crianças e adolescentes, independentemente de recebimento de recursos públicos, deverão
manter fichas cadastrais e certidões de antecedentes criminais atualizadas de todos os seus colaboradores.”
“Art. 244-C. Deixar o pai, a mãe ou o responsável legal, de forma dolosa, de comunicar à autoridade
pública o desaparecimento de criança ou adolescente:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.”

Art. 10. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

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