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Disponibilizado para: evandro sergio lopes da silva | [email protected] | CPF: 915.606.326-15
Atualizado em 16/01/2024
LEI 14.811/2024
(SUMÁRIO)
LEI 14.811/2024: ALTERA O ECA, CÓDIGO PENAL E A LEI DOS CRIMES HEDIONDOS ................................. 2
ANEXO: LEI 14.701/2023 SEM COMENTÁRIOS ....................................................................................... 16
Legenda:
AMARELO – DESTAQUE
VERDE – EXCEÇÃO, VEDADO ou ALGUMA ESPECIFICIDADE
AZUL – GÊNERO, PALAVRA-CHAVE ou EXPRESSÃO
LARANJA – SUJEITOS, PESSOAS OU ENTES
CINZA – MEUS COMENTÁRIOS DENTRO DO ARTIGO
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DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE,
DIREITO PENAL E LEIS PENAIS ESPECIAIS
LEI 14.811/2024:
ALTERA O ECA, CÓDIGO PENAL E A LEI DOS CRIMES HEDIONDOS
Art. 1º Esta Lei institui medidas de proteção à criança e ao adolescente contra a violência nos
estabelecimentos educacionais ou similares, prevê a Política Nacional de Prevenção e Combate ao Abuso e
Exploração Sexual da Criança e do Adolescente e altera o Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de
1940 (Código Penal), e as Leis nºs 8.072, de 25 de julho de 1990 (Lei dos Crimes Hediondos), e 8.069, de 13
de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente).
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seus colaboradores, as quais deverão ser atualizadas a cada 6 (seis) meses.
(Incluído pela Lei nº 14.811, de 2024)
Parágrafo único. Os estabelecimentos educacionais e similares, públicos
ou privados, que desenvolvem atividades com crianças e adolescentes,
independentemente de recebimento de recursos públicos, deverão
manter fichas cadastrais e certidões de antecedentes criminais atualizadas
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Alterações no Código Penal
Art. 5º Os arts. 121 e 122 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), passam a
vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 121. (...).
§ 2º-B. (...)
III - 2/3 (dois terços) se o crime for praticado em instituição de educação básica pública ou privada.” (NR)
CÓDIGO PENAL
TÍTULO I - DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
CAPÍTULO I - DOS CRIMES CONTRA A VIDA
Antes da Lei 14.811/2024 Depois da Lei 14.811/2024
Não havia inciso III do § 2º-B do art. 121. Art. 121. (...).
§ 2º-B. § 2º-B. A pena do homicídio contra menor de
14 (quatorze) anos é aumentada de:
III - 2/3 (dois terços) se o crime for praticado em
instituição de educação básica pública ou privada.
Art. 122. (...). Art. 122. (...).
§ 5º Aumenta-se a pena em metade se o agente é § 5º Aplica-se a pena em dobro se o autor é líder,
líder ou coordenador de grupo ou de rede virtual. coordenador ou administrador de grupo, de
comunidade ou de rede virtual, ou por estes é
responsável.
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Art. 6º O Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar acrescido do
seguinte art. 146-A:
“Intimidação sistemática (bullying)
Art. 146-A. Intimidar sistematicamente, individualmente ou em grupo, mediante violência física ou
psicológica, uma ou mais pessoas, de modo intencional e repetitivo, sem motivação evidente, por meio de
atos de intimidação, de humilhação ou de discriminação ou de ações verbais, morais, sexuais, sociais,
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exemplo, Fernando responderá pelo crime de induzimento ao suicídio (art.
122 do CP), e não pelo artigo 146-A, caput.
Art. 146-A. (...).
Parágrafo único. Se a conduta é realizada por meio da rede de
computadores, de rede social, de aplicativos, de jogos on-line ou por
qualquer outro meio ou ambiente digital, ou transmitida em tempo real:
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Alterações na Lei dos Crimes Hediondos
Art. 7º O art. 1º da Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990 (Lei dos Crimes Hediondos), passa a vigorar com
a seguinte redação:
“Art. 1º (...)
X - induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou a automutilação realizados por meio da rede de
computadores, de rede social ou transmitidos em tempo real (art. 122, caput e § 4º);
O rol da Lei dos Crimes Hediondos foi ampliado pela Lei 14.811/2024
São crimes hediondos, consumados ou tentados:
Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a
Induzimento, instigação ou auxílio a praticar automutilação ou prestar-lhe auxílio material
suicídio ou a automutilação realizados para que o faça:
por meio da rede de computadores, Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.
1.
de rede social ou transmitidos em (...)
tempo real § 4º A pena é aumentada até o dobro se a conduta é
(art. 122, caput e §§ 4º, do CP) realizada por meio da rede de computadores, de rede
social ou transmitida em tempo real.
Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante
Sequestro e cárcere privado cometido seqüestro ou cárcere privado: (...).
2. contra menor de 18 (dezoito) anos § 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos:
(art. 148, § 1º, inciso IV, do CP) IV – se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito)
anos;
Art. 149-A. Agenciar, aliciar, recrutar, transportar,
transferir, comprar, alojar ou acolher pessoa, mediante
grave ameaça, violência, coação, fraude ou abuso, com a
finalidade de:
I - remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo;
Tráfico de pessoas cometido II - submetê-la a trabalho em condições análogas à de
contra criança ou adolescente escravo;
3.
(art. 149-A, caput, incisos I a V, III - submetê-la a qualquer tipo de servidão;
e § 1º, inciso II, do CP) IV - adoção ilegal; ou
V - exploração sexual.
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
§ 1º A pena é aumentada de um terço até a metade se:
II - o crime for cometido contra criança, adolescente ou
pessoa idosa ou com deficiência;
Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou
registrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou
pornográfica, envolvendo criança ou adolescente:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
4. Art. 240, § 1º, do ECA § 1º Incorre nas mesmas penas quem:
I - agencia, facilita, recruta, coage ou de qualquer modo
intermedeia a participação de criança ou adolescente nas
cenas referidas no caput deste artigo, ou ainda quem com
esses contracena;
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II - exibe, transmite, auxilia ou facilita a exibição ou
transmissão, em tempo real, pela internet, por aplicativos,
por meio de dispositivo informático ou qualquer meio ou
ambiente digital, de cena de sexo explícito ou
pornográfica com a participação de criança ou
adolescente.
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Parágrafo único. Consideram-se também hediondos,
tentados ou consumados:
VII - os crimes previstos no § 1º do art. 240 e no art.
241-B da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990
(Estatuto da Criança e do Adolescente).
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Alterações no Estatuto da Criança e do Adolescente
Art. 8º Os arts. 240 e 247 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente),
passam a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 240 (...)
§ 1º Incorre nas mesmas penas quem:
I - agencia, facilita, recruta, coage ou de qualquer modo intermedeia a participação de criança ou
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relativo a criança ou adolescente a que se atribua ato ou em outro ato ilícito que lhe seja atribuído, de
infracional: forma a permitir sua identificação.
Pena - multa de três a vinte salários de referência,
aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
§ 1º Incorre na mesma pena quem exibe, total ou
parcialmente, fotografia de criança ou adolescente
Art. 9º A Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), passa a vigorar
acrescida dos seguintes arts. 59-A e 244-C:
“Art. 59-A. As instituições sociais públicas ou privadas que desenvolvam atividades com crianças e
adolescentes e que recebam recursos públicos deverão exigir e manter certidões de antecedentes criminais
de todos os seus colaboradores, as quais deverão ser atualizadas a cada 6 (seis) meses.
Parágrafo único. Os estabelecimentos educacionais e similares, públicos ou privados, que desenvolvem
atividades com crianças e adolescentes, independentemente de recebimento de recursos públicos, deverão
manter fichas cadastrais e certidões de antecedentes criminais atualizadas de todos os seus colaboradores.”
“Art. 244-C. Deixar o pai, a mãe ou o responsável legal, de forma dolosa, de comunicar à autoridade
pública o desaparecimento de criança ou adolescente:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.”
Art. 244-C. Deixar o pai, a mãe ou o responsável legal, de forma dolosa, de comunicar à autoridade pública
o desaparecimento de criança ou adolescente:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Competência Justiça estadual
Ação penal Ação penal pública incondicionada.
Lei 9.099/95 Não é possível aplicar os institutos despenalizadores da Lei 9.099/95.
É cabível (pena mínima inferior a 4 anos), desde que preenchidos os
ANPP
demais requisitos do art. 28-A do CPP.
Crime próprio/especial, pois a figura típica requer qualidade especial do
Sujeito ativo
sujeito ativo (pai, mãe ou responsável legal).
É a criança desaparecida ou adolescente desaparecido.
Sujeito passivo Criança é a pessoa até doze anos de idade incompletos; adolescente é aquela entre
doze e dezoito anos de idade (art. 2º do ECA).
#Não_confundir:
Art. 244-C do ECA Art. 26 da Lei 14.344/2022 (Lei Henry Borel)
Art. 244-C. Deixar o pai, a mãe ou o responsável Art. 26. Deixar de comunicar à autoridade pública a
legal, de forma dolosa, de comunicar à autoridade prática de violência, de tratamento cruel ou
pública o desaparecimento de criança ou degradante ou de formas violentas de educação,
adolescente: correção ou disciplina contra criança ou adolescente
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e ou o abandono de incapaz:
multa. Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos.
§ 1º A pena é aumentada de metade, se da omissão
resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada,
se resulta morte.
§ 2º Aplica-se a pena em dobro se o crime é
praticado por ascendente, parente consanguíneo até
terceiro grau, responsável legal, tutor, guardião,
padrasto ou madrasta da vítima.
O tipo penal prevê uma conduta: O tipo penal pune condutas distintas:
1) O pai, a mãe ou o responsável legal toma 1) A pessoa toma conhecimento de que a criança ou
conhecimento do adolescente foi vítima de:
- desaparecimento da criança ou adolescente - violência
... e mesmo assim não comunica esse fato à - tratamento cruel
autoridade pública. - tratamento degradante ou
- formas violentas de educação, correção ou
disciplina
... e mesmo assim não comunica esse fato à
autoridade pública.
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Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e
multa.
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ANEXO:
LEI 14.701/2023 SEM COMENTÁRIOS
Art. 1º Esta Lei institui medidas de proteção à criança e ao adolescente contra a violência nos
estabelecimentos educacionais ou similares, prevê a Política Nacional de Prevenção e Combate ao Abuso e
Exploração Sexual da Criança e do Adolescente e altera o Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de
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cumprimento das metas estabelecidas e de elaborar recomendações aos gestores e aos operadores das
políticas públicas.
§ 5º Haverá ampla divulgação do conteúdo do Plano Nacional de Prevenção e Combate ao Abuso e
Exploração Sexual da Criança e do Adolescente.
Art. 5º Os arts. 121 e 122 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), passam a
Art. 6º O Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar acrescido do
seguinte art. 146-A:
“Intimidação sistemática (bullying)
Art. 146-A. Intimidar sistematicamente, individualmente ou em grupo, mediante violência física ou
psicológica, uma ou mais pessoas, de modo intencional e repetitivo, sem motivação evidente, por meio de
atos de intimidação, de humilhação ou de discriminação ou de ações verbais, morais, sexuais, sociais,
psicológicas, físicas, materiais ou virtuais:
Pena - multa, se a conduta não constituir crime mais grave.
Intimidação sistemática virtual (cyberbullying)
Parágrafo único. Se a conduta é realizada por meio da rede de computadores, de rede social, de
aplicativos, de jogos on-line ou por qualquer outro meio ou ambiente digital, ou transmitida em tempo real:
Pena - reclusão, de 2 (dois) anos a 4 (quatro) anos, e multa, se a conduta não constituir crime mais grave.”
Art. 7º O art. 1º da Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990 (Lei dos Crimes Hediondos), passa a vigorar com
a seguinte redação:
“Art. 1º ...................................................................................
.........................................................................................................
X - induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou a automutilação realizados por meio da rede de
computadores, de rede social ou transmitidos em tempo real (art. 122, caput e § 4º);
XI - sequestro e cárcere privado cometido contra menor de 18 (dezoito) anos (art. 148, § 1º, inciso IV);
XII - tráfico de pessoas cometido contra criança ou adolescente (art. 149-A, caput, incisos I a V, e § 1º,
inciso II).
Parágrafo único. .....................................................................
.........................................................................................................
VII - os crimes previstos no § 1º do art. 240 e no art. 241-B da Lei nº 8.069, de 13 de julho de
1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente).” (NR)
Art. 8º Os arts. 240 e 247 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente),
passam a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 240 .................................................................................
§ 1º Incorre nas mesmas penas quem:
I - agencia, facilita, recruta, coage ou de qualquer modo intermedeia a participação de criança ou
adolescente nas cenas referidas no caput deste artigo, ou ainda quem com esses contracena;
proleges.com.br pág. 17 de 18
II - exibe, transmite, auxilia ou facilita a exibição ou transmissão, em tempo real, pela internet, por
aplicativos, por meio de dispositivo informático ou qualquer meio ou ambiente digital, de cena de sexo
explícito ou pornográfica com a participação de criança ou adolescente.
................................................................................................. ” (NR)
“Art. 247 .................................................................................
§ 1º Incorre na mesma pena quem exibe ou transmite imagem, vídeo ou corrente de vídeo de criança ou
Art. 9º A Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), passa a vigorar
acrescida dos seguintes arts. 59-A e 244-C:
“Art. 59-A. As instituições sociais públicas ou privadas que desenvolvam atividades com crianças e
adolescentes e que recebam recursos públicos deverão exigir e manter certidões de antecedentes criminais
de todos os seus colaboradores, as quais deverão ser atualizadas a cada 6 (seis) meses.
Parágrafo único. Os estabelecimentos educacionais e similares, públicos ou privados, que desenvolvem
atividades com crianças e adolescentes, independentemente de recebimento de recursos públicos, deverão
manter fichas cadastrais e certidões de antecedentes criminais atualizadas de todos os seus colaboradores.”
“Art. 244-C. Deixar o pai, a mãe ou o responsável legal, de forma dolosa, de comunicar à autoridade
pública o desaparecimento de criança ou adolescente:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.”
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