Material Programa
Material Programa
Material Programa
br/prosausocurg-
g02289-ago-2024-grad-ead/)
1. Introdução
Seja bem-vindo!
Esta disciplina tem seu conteúdo relacionado à saúde, todavia, sua abordagem
está direcionada para um contexto mais amplo, a�nal, trataremos de sua in-
serção no contexto social e escolar.
A Educação a Distância exigirá de você uma nova forma de estudos, uma vez
que você será o protagonista de sua aprendizagem. No entanto, você não esta-
rá sozinho, pois terá o apoio necessário para a construção do seu conhecimen-
to. Esse será um desa�o que enfrentaremos juntos, e, com sua dedicação, o
crescimento pro�ssional e pessoal será conquistado.
2. Informações da Disciplina
Ementa
A disciplina de Programas de Saúde e Socorros Urgentes tem como intuito a
formação dos alunos, consonante aos princípios e diretrizes do Sistema Único
de Saúde (SUS), para atuarem em diferentes níveis de atenção à saúde, com
enfoque na promoção, prevenção e recuperação da saúde da população.
Proporcionará, também, conhecimentos fundamentais para que os alunos te-
nham condições de prestar os primeiros socorros aos acidentados, visto que,
na prática de exercícios físicos, o futuro pro�ssional poderá enfrentar situa-
ções, em que tenha que prestar socorro ao aluno/cliente, em diferentes faixas
etárias. Para tanto, o aluno deverá conhecer os princípios e as técnicas de
atendimento de emergência em diferentes situações. O domínio dos conteúdos
abordados na disciplina habilitará o aluno para intervir, de forma consciente e
quali�cada, no seu campo de atuação, desde a prevenção de acidente ao aten-
dimento de intercorrências mórbidas mais comuns. Para o alcance dessas
premissas, será abordado os conteúdos referentes ao processo-saúde-doença,
ao longo da história; Sistema Único de Saúde (SUS); ações e programas de saú-
de governamentais; segurança do socorrista e da vítima; aspectos legais e se-
gurança de cena; procedimentos básicos de avaliação da vítima, remoção e
transporte e acionar sistema de urgência/emergência; emergências clínicas e
cardiorrespiratórias; lesões de partes moles, cabeça e coluna, musculoesquelé-
ticas; emergências relacionadas ao ambiente, veneno, queimadura e eletrocus-
são.
Objetivos Especí�cos
• Contextualizar o processo saúde-doença na história da saúde do Brasil.
• Conhecer o Sistema Único de Saúde (SUS), organização, projetos e pro-
gramas.
• Relacionar os conceitos de Educação em Saúde na prática da saúde e da
educação.
• Compreender as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST).
• De�nir as noções de saúde mental e o corpo no cotidiano.
• Conhecer e identi�car as principais ações a serem feitas nas situações
de acidente.
• Identi�car a sequência de ações para exame e atendimento da vítima.
• Compreender e identi�car os sinais e sintomas que caracterizam a para-
da cardiorrespiratória de adultos.
• Identi�car os elos que compõem a cadeia da sobrevida e as ações a se-
rem realizadas na parada cardiorrespiratória.
• Identi�car os sinais e sintomas e as ações a serem realizadas nas se-
guintes situações de emergência: desmaio, convulsão, engasgo, infarto
agudo do miocárdio (IAM) e acidente vascular cerebral (AVC).
(https://md.claretiano.edu.br/prosausocurg-
g02289-ago-2024-grad-ead/)
Conteúdos
• Compreender o conceito saúde-doença, os seus determinantes e os níveis
de atenção em saúde.
• Evolução histórica - período colonial, sanitarismo, previdência social, o
regime militar e os re�exos na saúde.
• Movimento sanitarista brasileiro e a Constituição de 1988.
• VIII Conferência Nacional de Saúde.
• Sistema Único de Saúde.
Problematização
Qual o conceito de saúde preconizado no Brasil, pela Organização Mundial da
Saúde? Quais os determinantes do processo saúde-doença? O que signi�ca
prevenção primária, secundária, terciária e quaternária? Quais foram às medi-
das sanitaristas realizadas por Oswaldo Cruz? Quais as ações desenvolvidas
por Carlos Chagas? Como surgiu a Previdência Social? O que signi�ca CAPs e
IAPs? Qual o impacto do regime militar na saúde do Brasil? O que é o Sistema
Único de Saúde (SUS)? Quais são seus princípios e seus respectivos preceitos?
Quais são as ações de saúde desenvolvidas pelo SUS? Quais são as ações e
programas de Saúde desenvolvidos pelo SUS? O que signi�cou a VIII
Conferência Nacional de saúde para o SUS?
1. Introdução
Para iniciar o estudo da disciplina ,é
indispensável um breve histórico sobre como a saúde foi se estruturando em
nosso país. É importante compreendermos os interesses e saberes que perpas-
sam a história e, assim, nos posicionarmos diante de processos de saúde-
doença e da busca da cidadania e autonomia com o próprio corpo e com a saú-
de de cada um.
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e
ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e
recuperação.
Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder
Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, �scalização e controle,
devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por
pessoa física ou jurídica de direito privado.
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e
hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as se-
guintes diretrizes:
Com a chegada da família real no Rio de Janeiro, em 1808, criou-se uma estru-
tura mínima sanitária para dar suporte ao poder e realizar um controle sanitá-
rio mínimo na capital do império. Forçaram a criação das duas primeiras es-
colas de medicina do país: o Colégio Médico-Cirúrgico no Real Hospital Militar
da Cidade de Salvador e a Escola de Cirurgia do Rio de Janeiro. E foram essas
as únicas medidas governamentais até a República.
[...] os operários no início do século 20 ainda não tinham quaisquer garantias traba-
lhistas, tais como: férias, jornada de trabalho de�nida, pensão ou aposentadoria. O
surgimento da Previdência Social no Brasil se insere num processo de modi�cação
da postura liberal (não intervenção do Estado) do Estado frente à problemática tra-
balhista e social, portanto, num contexto político e social mais amplo. Esta mudan-
ça se dá enquanto decorrência da contradição entre a posição marcadamente libe-
ral do Estado frente às questões trabalhistas e sociais e um movimento operário-
sindical que assumia importância crescente e se posicionava contra tal postura.
Esta também é a época de nascimento da legislação trabalhista brasileira. Em 1923
é promulgada a lei Eloy Chaves, que para alguns autores pode ser de�nida como
marco do início da Previdência Social no Brasil. No período compreendido entre
1923 e 1930 surgem as Caixas de Aposentadoria e Pensões – CAPs. Eram organiza-
das por empresas, de natureza civil e privada, responsáveis pelos benefícios pecu-
niários e serviços de saúde para os empregados de empresas especí�cas. As CAPs
eram �nanciadas com recursos dos empregados e empregadores e administradas
por comissões formadas de representantes da empresa e dos empregados. Cabia ao
setor público apenas a resolução de con�itos (apud BRASIL, 2005, p. 29).
A partir de 1930, o Estado recebe fortes pressões por parte de intelectuais e mi-
litares para a criação de novos serviços na área de saúde pública, culminando,
em 1931, com a criação do Ministério da Educação e Saúde. Nessa fase, a saúde
pública de�niu seu papel, e os burocratas e as classes que apoiavam a
Revolução Constitucionalista obtiveram grandes privilégios políticos (IYDA,
1994).
O período �cou marcado pela separação entre saúde pública – centrada na erradi-
cação de doenças infectocontagiosas, endemias ou epidemias – e assistência mé-
dica previdenciária, de caráter individual, destinada aos indivíduos acometidos por
doenças que lhes impediam de trabalhar.
Outro marco da história da saúde no âmbito ministerial ocorreu em 1963, com a re-
alização da III Conferência Nacional da Saúde (CNS), convocada pelo ministro
Wilson Fadul, árduo defensor da tese de municipalização.
O novo governo passou a trabalhar por decreto, como já supracitado, pelo cha-
mado AI (Ato Institucional). O presidente baixava o AI sem consultar nin-
guém, e todos tinham de obedecer. O AI-1 determinava que a eleição para pre-
sidente da república fosse indireta, ou seja, com o Congresso Nacional já sem
os deputados e senadores incômodos, devidamente cassados, e um único can-
didato. Em 15 de abril de 1964, era anunciado o primeiro general-presidente,
que iria governar o Brasil segundo interesses do grande capital estrangeiro
nos próximos anos: . Esse general, a
pouco mais de 20 dias de governo, decretou o AI-2, que acabava, de�nitiva-
mente, com eleições diretas para presidente da república, e quem votaria nes-
se cargo seriam os senadores e deputados, de forma nominal e declarada. Ele
acaba, também, com partidos políticos, podendo apenas dois existirem:
ARENA (Aliança Renovadora Nacional) E MDB (Movimento Democrático
Brasileiro). O primeiro era do governo e apoiava o regime militar, e o segundo
era a oposição consentida. A ditadura, querendo uma imagem democrática,
permitia a existência de um partido levemente contrário, contanto que nin-
guém �zesse uma oposição muito forte. No começo de 1966, é lançado o AI-3,
que determinava que as eleições para governador também seriam indiretas.
Como visto, a previdência foi uni�cada com a junção dos IAPs, em 1966, cres-
cendo a ingerência do Estado na sociedade, com este excluindo os trabalhado-
res na gestão da previdência. O setor de saúde assume características capita-
listas, incorpora as modi�cações tecnológicas do exterior, tendo as seguintes
características:
Quase toda essa produção adotava uma postura radical de crítica ao centralis-
mo autoritário do regime militar (SOARES; MOTA, s. d.). O movimento começa
a ganhar força, até a criação do SUS pela Constituição de 1988. Assim, surge o
Movimento Sanitário Brasileiro, que se apropria dessas pesquisas para denun-
ciar os efeitos do modelo econômico na saúde das pessoas. Defende a reforma
sanitária, que é um processo político em busca de conquistas sociais – conse-
quentemente, da saúde – e responsável pela construção do novo sistema naci-
onal de saúde.
Saúde como Direito – em seu sentido mais abrangente, a saúde é a resultante das
condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho,
transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso a serviços de
saúde. É, assim, antes de tudo, o resultado das formas de organização social da pro-
dução, que podem gerar desigualdades nos níveis de vida.
Figueiredo Neto et al. (2010) ressaltam que a promoção da atenção à saúde são
fundamentais e fazem parte do elenco de políticas sociais necessárias para a
construção de uma sociedade justa e democrática, sendo essa a missão cen-
tral do SUS.
A sigla “SUS”, que signi�ca “Sistema Único de Saúde”, traz a ideia de único
porque segue a mesma doutrina e os princípios organizativos em todo país,
que está sob responsabilidade das três esferas de governo (federal, estadual e
municipal). O SUS é um sistema com serviços e ações que interagem para um
�m comum, trabalhando com atividades de promoção, proteção e recuperação
da saúde.
Gestão do SUS
Nos municípios, os gestores do SUS são as secretarias municipais de saúde ou
as prefeituras, sendo responsáveis os respectivos secretários municipais e
prefeitos. Nos estados, os gestores são os secretários estaduais de saúde e, no
âmbito federal, o Ministério da Saúde. A responsabilidade sobre as ações e
serviços de saúde em cada esfera de governo, portanto, é do titular da secreta-
ria respectiva, e do Ministério da Saúde no âmbito federal.
Ainda que a saúde seja um direito de todos e um dever do Estado, isso não dis-
pensa cada indivíduo da responsabilidade por seu autocuidado nem as em-
presas, escolas, sindicatos, imprensa e associações de sua participação no
processo.
3. Programas de saúde
Existem grupos populacionais que estão mais expostos a riscos na sua saúde,
e isso é evidenciado pelos registros disponíveis de morbimortalidade, como,
por exemplo, menores de um ano, gestantes, idosos, trabalhadores urbanos e
rurais sob certas condições de trabalho etc.
Implantação do SUS
Segundo Peres (s. n. t.), uma das etapas para a implantação do SUS no Brasil é
a municipalização da saúde, ou seja, que o município se responsabilize em ad-
ministrar o dinheiro arrecadado e promova ações em saúde. Entretanto:
[...] existe especialmente três grandes obstáculos para que este processo não ocorra:
o primeiro é a questão �nanceira, pois os gastos com saúde no Brasil são incompa-
tíveis com a real necessidade, além de variar muito a destinação das verbas em pe-
ríodos de crise.
Mesmo com essas di�culdades, o SUS é um dos sistemas que se propõe a ser
universal, ou seja, a garantir que o acesso à atenção e a assistência à saúde
ocorram em todos os níveis de complexidade, desde atendimentos a ocorrên-
cias menores, como machucados que necessitam de curativos, até transplante
de órgãos, além de garantir aos cidadãos brasileiros a promoção e proteção à
saúde no sentido amplo do conceito.
4. Considerações
O objetivo deste ciclo foi introduzir você no campo histórico da saúde pública
brasileira. Para isso, associaram-se os diversos contextos brasileiros, desde o
Brasil Colônia, incluindo a ditadura de Getúlio Vargas, o governo de Juscelino,
a ditadura militar dos anos 1960 aos 1980, até a criação do SUS. Em todas as
descrições históricas feitas, é possível a re�exão de qualquer assunto, e o aqui
proposto foi o da saúde pública.
Com o estudo deste primeiro ciclo, foi possível veri�car como os processos de
cidadania e saúde estão intimamente relacionados e fazem parte de opressões
e conquistas em cada momento. As políticas públicas não estão dadas, e essa
é uma luta que pertence a quaisquer cidadãos. Por isso, foi importante com-
preender, de forma panorâmica, a evolução das ações na área de saúde, bem
como ver que a efetivação do direito à saúde depende do provimento de políti-
cas que assegurem esse direito, cabendo, especi�camente, ao SUS, a promo-
ção, proteção e recuperação da saúde dos indivíduos e das coletividades, de
forma equitativa.
(https://md.claretiano.edu.br/prosausocurg-
g02289-ago-2024-grad-ead/)
Conteúdos
• Programas governamentais: Dengue: programa de combate, conceito, pre-
venção, quadro clínico, tratamento.
• Principais Programas governamentais desenvolvidos no Brasil.
• Programa de saúde da família: estratégia para reorientação do modelo de
saúde.
• Conceito de saúde, promoção de saúde e Educação em Saúde no território.
• Doença Sexualmente Transmissível: HIV/AIDS.
• Segurança do socorrista e da vítima. Direitos e deveres. Aspectos Legais
relacionados ao atendimento de primeiros socorros. Segurança da cena.
Problematização
O que é dengue e as principais medidas preventivas? O que é o Programa de
saúde da família? Quais são os objetivos desse modelo? Como atua no territó-
rio? Qual a importância da intersetorialidade para a qualidade de vida? O que é
DST? Como prevenir, diagnosticar e tratar? Qual o papel da mídia para a con-
cepção de corpo saudável, na contemporaneidade? O que são primeiros socor-
ros? Quais são os principais objetivos dos primeiros socorros? Quais as princi-
pais informações a fornecer para o resgate médico? Quais são os aspectos le-
gais relacionados ao atendimento de primeiros socorros? Qual é o conceito de
segurança de cena? Como proceder para dimensionar os riscos e saber o que
será necessário para resolver a situação? Quais são as ações que devem ser re-
alizadas no momento em que o socorrista �ca a par da situação?
1. Introdução
O SUS traz uma concepção ampliada do processo saúde-doença quando pro-
põe que:
Além disso, não há dúvida de que existem situações que estão no imaginário
de todos como amedrontadoras: são os acidentes e situações de emergência
em saúde. Na maioria das vezes, não sabemos em que pensar nem em que fa-
zer primeiro.
2. Combate à dengue
Os países tropicais estão mais vulneráveis à dengue; portanto, o Ministério da
Saúde propõe o controle da doença, incluindo pro�ssionais, cidadãos em geral
e educadores para auxiliar nesse trabalho. Assim, atualmente, informações e
materiais (vídeo, cartazes, folhetos etc.) são de fácil acesso às pessoas.
A dengue é uma doença infecciosa aguda que pode ser de curso benigno ou
grave, dependendo da forma em que se apresenta. A primeira manifestação é
a febre, geralmente alta (de 39°C a 40°C), de início abrupto. É transmitida pela
picada do mosquito Aedes aegypti infectado. Ocorre, principalmente, nas áre-
as tropicais e subtropicais do mundo, inclusive no Brasil. As epidemias geral-
mente acontecem no verão, durante ou imediatamente após períodos chuvo-
sos. O quadro clínico é amplo, apresentando desde uma síndrome febril ines-
pecí�ca até quadros mais graves, como hemorragia, choque e, às vezes, óbito.
Os sintomas mais comuns são:
Caso observe que você ou alguém está com suspeita de dengue e começou a
apresentar dores abdominais e vômitos, utilizando somente medicamentos
prescritos pelo médico para aliviar as dores e a febre, busque uma unidade de
saúde imediatamente.
Tratamentos
Ao ser observado o primeiro sintoma da dengue, deve-se buscar orientação médica
no serviço de saúde mais próximo. Só depois de consultar um médico, alguns cui-
dados devem ser tomados, como: Manter-se em repouso e beber muito líquido (in-
clusive soro caseiro). A reidratação oral é uma medida importante e deve ser reali-
zada durante todo o período de duração da doença e, principalmente, da febre. O
tratamento da dengue é de suporte, ou seja, alívio dos sintomas, reposição de líqui-
dos perdidos e manutenção da atividade sanguínea.
Prevenção
A melhor maneira de lidar com a dengue é prevenindo. O ambiente escolar é
propício para incentivar ações de prevenção, pois as pessoas estão nesse am-
biente de ensino-aprendizagem, e o diálogo compartilhado poderá ser uma re-
alidade ali.
Não deixe água acumulada sobre a laje. Manter o saco de lixo bem fechado e fora
do alcance dos animais até o recolhimento pelo serviço de limpeza urbana. Manter
a caixa d’água completamente fechada para impedir que vire criadouro do mosqui-
to. Manter bem tampados tonéis e barris d’água. Encher de areia até a borda os pra-
tinhos dos vasos de plantas.
Lavar semanalmente por dentro, com escova e sabão, os tanques utilizados para ar-
mazenar água.
Se você não colocou areia e acumulou água no pratinho de planta, lavá-lo com es-
cova, água e sabão. Fazer isso uma vez por semana.
Remover folhas e galhos e tudo que possa impedir a água de correr pelas calhas.
Jogar no lixo todo objeto que possa acumular água, como embalagens usadas, po-
tes, latas, copos, garrafas vazias e etc.
Se você tiver vasos de plantas aquáticas, trocar a água e lavar o vaso principalmen-
te por dentro com escova, água e sabão pelo menos uma vez por semana.
Colocar o lixo em sacos plásticos e manter a lixeira bem fechada. Não jogue lixo em
terrenos baldios.
Lavar principalmente por dentro, com escova e sabão, os utensílios usados para
guardar água em casa, como jarras, garrafas, potes, baldes, etc.
3. Saúde da família
Este tópico está baseado em informações encontradas no site do Ministério da
Saúde, em informes técnicos institucionais editados na Revista de Saúde
Pública, em 2000, e em artigos diversos sobre o Programa de Saúde da Família
e a Estratégia de Saúde da Família.
O Programa de Saúde da Família foi criado em 1993 e hoje é uma das metas
importantes do Governo Federal para as pessoas que lutam por uma saúde pú-
blica digna, universal, integral, equânime e de qualidade.
SAÚDE DA FAMÍLIA
O objetivo do Programa Saúde da Família (PSF) é atuar na manutenção da saúde e na pre-
venção de doenças, alterando, assim, o modelo de saúde centrado em hospitais. Criado em
1993, o programa já atende 103 milhões de pessoas (PORTAL DA SAÚDE, 2012).
Esse modelo de saúde no SUS tem por base a implantação de equipes multi-
pro�ssionais que atuam em Unidades Básicas de Saúde e são responsáveis
por um número predeterminado de famílias localizadas numa área delimita-
da.
O PSF não é uma peça isolada do sistema de saúde, mas um componente arti-
culado com todos os níveis. A ideia desse programa é ordenar os encaminha-
mentos e racionalizar o uso de tecnologias. Isso é possível porque as equipes
dos PSFs estão próximas à população. A atenção primária não descarta a alta
complexidade hospitalar, por exemplo, apenas articula todas as necessidades
da população e a disposição de todos, racionaliza o uso e democratiza o aces-
so. Como é isso? Não há necessidade de uma pessoa buscar um hospital por
um estado gripal; isso pode ser resolvido perto do local onde ela mora, por
meio de uma Unidade de Saúde da Família. O controle e as atividades direcio-
nadas à qualidade de vida da população podem ser o apoio para hipertensos,
diabéticos, cardíacos, entre outros, sendo estes encaminhados a um serviço de
alta complexidade quando houver necessidade e por meio da Unidade de
Saúde da Família.
Com base nessas premissas, o Programa Saúde da Família representa tanto uma
estratégia para reverter à forma atual de prestação de assistência à saúde como
uma proposta de reorganização da atenção básica como eixo de reorientação do
modelo assistencial, respondendo a uma nova concepção de saúde não mais cen-
trada somente na assistência à doença mas, sobretudo, na promoção da qualidade
de vida. Caracteriza-se pela sintonia com os princípios da universalidade, eqüidade
da atenção e integralidade das ações. Estrutura-se, assim, na lógica básica de aten-
ção à saúde, gerando novas práticas e a�rmando a indissociabilidade entre os tra-
balhos clínicos e a promoção da saúde.
A estratégia do PSF propõe uma nova dinâmica para a estruturação dos serviços de
saúde, bem como para a sua relação com a comunidade e entre os diversos níveis e
complexidade assistencial.
O PSF representa ações combinadas a partir da noção ampliada de saúde que en-
globa tudo àquilo que possa levar a pessoa a ser mais feliz e produtiva. Propõe-se a
humanizar as práticas de saúde, buscando a satisfação do usuário pelo estreito re-
lacionamento dos pro�ssionais com a comunidade, estimulando-a ao reconheci-
mento da saúde como um direito de cidadania e, portanto, expressão e qualidade de
vida.
Uma das principais estratégias da Saúde da Família é sua capacidade de propor ali-
anças, seja no interior do próprio sistema de saúde, seja nas ações desenvolvidas
com as áreas de saneamento, educação, cultura, transporte, entre outras. Por ser
um projeto estruturante, deve provocar uma transformação interna do sistema,
com vistas à reorganização das ações e serviços de saúde. Essa mudança implica
na ruptura da dicotomia entre as ações de saúde pública e a atenção médica indivi-
dual, bem como entre as práticas educativas e assistenciais.
Con�gura, também, uma nova concepção de trabalho, uma nova forma de vínculo
entre os membros de uma equipe, diferentemente do modelo biomédico tradicional,
permitindo maior diversidade das ações e busca permanente do consenso. Sob es-
sa perspectiva, o papel do pro�ssional de saúde é aliar-se à família no cumprimen-
to de sua missão, fortalecendo-a e proporcionando o apoio necessário ao desempe-
nho de suas responsabilidades, jamais tentando substituí-la. Tal relação de traba-
lho, baseada na interdisciplinaridade e não mais na multidisciplinaridade, associa-
da a não-aceitação do refúgio da assistência no positivismo biológico, requer uma
nova abordagem que questione as certezas pro�ssionais e estimule a permanente
comunicação horizontal entre os componentes de uma equipe.
A equipe de saúde da família deve realizar uma permanente interação com a co-
munidade, no sentido de mobilizá-la, estimular sua participação e envolvê-la nas
atividades (REVISTA DE SAÚDE PÚBLICA, 2012).
– renda: a geração de renda para todos e com volume compatível com a vivência;
– ecossistema saudável: ar salubre; água potável disponível 24 horas por dia; ali-
mentos existentes em quantidade su�ciente e de boa qualidade;
[...] coerente e competente, que testemunha seu gosto pela vida, sua esperança no
mundo melhor, que atesta sua capacidade de luta, seu respeito às diferenças da rea-
lidade, a maneira consistente com que vive sua presença no mundo.
Assim, para educar em saúde, faz-se necessário estar aberto ao contorno geo-
grá�co, social, político e cultural do indivíduo, da família e da comunidade.
Nesse sentido, a escola torna-se espaço primordial para as ações de Educação
em Saúde:
Na escola, onde crianças e jovens passam grande parte de seu dia, as ações de ori-
entação de promoção da saúde constituem importante meio de informação. A esco-
la, local onde vivem, aprendem e trabalham muitas pessoas, é um espaço no qual
programas de educação e saúde podem ter grande repercussão, atingindo os estu-
dantes nas etapas in�uenciáveis de sua vida, quais sejam, a infância e adolescên-
cia (BRASIL, 2002, n. p.).
Para vários autores que estudam este tema, isto só é possível por meio de ações
intersetoriais, de forma que um setor somente desenhará suas estratégias, ações e
objetivos conforme as repercussões sobre as estratégias, ações e objetivos do outro
setor (TEIXEIRA; PAIM, 2002). Isto signi�ca, que o setor educacional, por exemplo,
deve organizar suas práticas a partir dos efeitos que alcançam sobre o setor saúde,
na direção da promoção da saúde.
“[...]
usar as escolas como espaços privilegiados de fazer saúde por meio de progra-
mas de saúde escolar e de programas de educação em saúde com escolares. A
promoção da saúde obtida através de iniciativas criativas de educação para o se-
tor, que são desenvolvidas em conjunto por professores e pro�ssionais de saúde
visando a ampliação da consciência sanitária – tem mostrado enorme capacidade
para estender seus efeitos ao longo da vida futura de cada estudante, assim como,
de imediato, para o interior de suas famílias”.
Por sua vez, as políticas públicas saudáveis surgem como resposta a um novo en-
tendimento das formas de organização em sociedade das civilizações humanas.
Homens e mulheres são seres racionais e que estabelecem relações sociais para
sobrevivência. Entretanto, não basta simplesmente sobreviver, pois criamos uma
necessidade subjetiva, a . Isto só foi possível porque ações e relações hu-
manas adquiriram signi�cados coletivos, constituindo o que chamamos de cultu-
ra.
Contudo, somente o setor Saúde não é capaz de suprir todas as necessidades obje-
tivas e subjetivas que explicitamos. Assim, a promoção da saúde deve ser uma
prioridade em todas as políticas sociais, pois o que será do homem e da mulher
sem condições adequadas de sobrevivência e felicidade? Podemos a�rmar, sem
receio, que nenhuma destas condições básicas de vida é possível sem a saúde.
Saúde é o bem humano essencial e primordial. Interpretamos que foi com esta
preocupação que a XI Conferência Nacional de Saúde elegeu como prioridade para
efetivação do SUS, além da participação social (SANTOS, 2005, n. p.).
4. Farmácia popular
O Governo Federal criou o Programa Farmácia Popular do Brasil para ampliar o
acesso aos medicamentos para as doenças mais comuns entre os cidadãos.
O Programa possui uma rede própria de Farmácias Populares e a parceria com far-
mácias e drogarias da rede privada, chamada de Sistema de Copagamento ou “Aqui
tem Farmácia Popular”.
5. UPA 24h
As Unidades de Pronto Atendimento – UPA 24h são estruturas de complexidade in-
termediária entre as Unidades Básicas de Saúde e as portas de urgência hospitala-
res, onde em conjunto com estas compõe uma rede organizada de Atenção às
Urgências. São integrantes do componente pré-hospitalar �xo e devem ser implan-
tadas em locais/unidades estratégicos para a con�guração das redes de atenção à
urgência, com acolhimento e classi�cação de risco em todas as unidades, em con-
formidade com a Política Nacional de Atenção às Urgências.
Podemos classi�car as UPAs em três (3) diferentes portes, de acordo com a popula-
ção da região a ser coberta, a capacidade instalada (área física, número de leitos
disponíveis, recursos humanos e capacidade diária de atendimentos médicos) e pa-
ra cada porte foi instituído incentivo �nanceiro de investimento para implantação
das mesmas além de despesas de custeio mensal (quadros abaixo) (PORTAL DA
SAÚDE, 2012).
6. SAMU-192
O SAMU 192 faz parte da Política Nacional de Urgências e Emergências, de 2003, e
ajuda a organizar o atendimento na rede pública prestando socorro à população em
casos de emergência. Com o SAMU 192, o governo federal está reduzindo o número
de óbitos, o tempo de internação em hospitais e as sequelas decorrentes da falta de
socorro precoce. O serviço funciona 24 horas por dia com equipes de pro�ssionais
de saúde, como médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e socorristas que
atendem às urgências de natureza traumática, clínica, pediátrica, cirúrgica, gineco-
obstétrica e de saúde mental da população.
Esse mesmo médico regulador avalia qual o melhor procedimento para o paciente:
orienta a pessoa a procurar um posto de saúde; designa uma ambulância de supor-
te básico de vida, com auxiliar de enfermagem e socorrista para o atendimento no
local; ou, de acordo com a gravidade do caso, envia uma UTI móvel, com médico e
enfermeiro. Com poder de autoridade sanitária, o médico regulador comunica a ur-
gência ou emergência aos hospitais públicos e, dessa maneira, reserva leitos para
que o atendimento de urgência tenha continuidade (PORTAL DA SAÚDE, 2012).
7. Noções de DST
Você sabe o que signi�ca a sigla “DST”? Ela quer dizer “Doença Sexualmente
Transmissível”, ou seja, trata-se das doenças transmitidas por meio de rela-
ções sexuais, tendo uma pessoa saudável e outra infectada, que mantêm rela-
ção sexual sem proteção, isto é, sem camisinha.
Sobre a AIDS
Apenas o fundamental para a compreensão do tema AIDS será apresentado
aqui, pois nossa intenção é oferecer somente noções básicas para se trabalhar
como educador na prevenção dessa doença. O campo de estudo aprofundado
do assunto, na área biológica, é a disciplina Imunologia, que, entre outros as-
pectos, trata da compreensão do que é a AIDS. No entanto, neste estudo, objeti-
vamos que você obtenha uma ideia geral dessa DST, para transmiti-la de for-
ma simples aos seus educandos. A intenção é que este texto sirva de apoio pa-
ra o trabalho nas escolas, juntamente com formas criativas de prevenção da
AIDS.
O HIV é o vírus que causa a AIDS. É uma sigla em inglês para “Vírus da
Imunode�ciência Humana”. Ele ataca as células de defesa do organismo, al-
terna o DNA das células, integra-se ao código genético das células infectadas
e usa-as para fazer cópias de si mesmo. Cada vez que a célula infectada se di-
vide, ela produz uma cópia de seu código genético e uma cópia do código ge-
nético do vírus, prejudicando, com isso, o sistema imunológico. Assim, o indi-
víduo que tem o vírus HIV �ca sujeito a doenças oportunistas, que são assim
chamadas porque tiram proveito da fraqueza do sistema imunológico para
instalarem-se no organismo, sendo estas, geralmente, de origem infecciosa.
Desse modo, doenças que não causariam problemas graves em pessoas não
infectadas pelo HIV, em um portador do vírus, geram vários problemas, porque
o corpo não consegue defender-se.
É importante saber que nem todas as pessoas que têm o vírus HIV têm AIDS
ou desenvolvem a doença, mas elas transmitem. Há soropositivos que vivem
anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença, mas, mesmo as-
sim, podem transmitir o vírus por meio de relações sexuais desprotegidas,
bem como pelo compartilhamento de seringas contaminadas ou através da
gravidez e da amamentação.
Formas de contágio
O HIV pode estar presente no esperma masculino, nas secreções vaginais fe-
mininas, no leite materno e no sangue. As principais formas de contágio des-
critas atualmente são: via relações sexuais com pessoas infectadas pelo vírus;
transfusão de sangue que contenha o vírus HIV; troca de seringas com pesso-
as infectadas; contato com material cortante infectado; e via mãe para �lho,
por meio da gestação ou da amamentação, sendo esta denominada “transmis-
são vertical”.
O vírus da AIDS é transmitido somente pelo contato direto e/ou troca de san-
gue e/ou �uidos corporais de uma pessoa infectada. O carinho, o abraço, o
contato via ar, o aperto de mãos, o beijo na boca, a masturbação a dois, suor, lá-
grimas, saliva, espirro, vasos sanitários, piscinas, picadas de insetos, copos,
pratos, talheres, roupas de cama, toalhas usadas por pessoas que têm o vírus
da AIDS e a comida não transmitem o vírus.
Sintomas
Os sintomas são próprios de doenças oportunistas e podem ser confundidos.
Em geral, há febre, dores musculares e articulares, crescimento dos gânglios,
dores de garganta, vermelhidão no corpo, emagrecimento. Os sintomas às ve-
zes vêm e desaparecem.
Mães soropositivas
As mães soropositivas têm 99% de chance de ter �lhos sem o HIV
(http://www.aids.gov.br/pagina/uso-de-antirretrovirais-em-gestantes) se se-
guirem o tratamento recomendado durante o pré-natal, parto e pós-parto. Por
isso, é importante uma mulher grávida que tenha passado por uma situação
de risco, como ter feito sexo desprotegido ou compartilhado seringas, fazer o
exame.
Encaminhamentos
Caso seja con�rmado o diagnóstico de HIV positivo, o portador do vírus deve
ser encaminhado a serviços de saúde. A consulta com o pro�ssional de saúde
é o momento certo para esclarecer todas as dúvidas e acontecer os encami-
nhamentos necessários à melhora da qualidade de vida e ao tratamento. A
equipe envolvida no atendimento de soropositivos tem todas as condições de
responder sobre qualquer assunto relacionado ao tratamento e à prevenção
(http://www.aids.gov.br/pagina/formas-de-contagio) da doença.
8. Segurança da cena
Iniciaremos, agora, nosso estudo sobre os primeiros socorros. O conceito de
segurança da cena é talvez o mais importante em primeiros socorros. É pen-
sando na segurança da cena que evitamos ações intempestivas que poderiam
inclusive colocar em risco a vida e a integridade do socorrista (pessoa que
presta os socorros), da vítima e dos circundantes (transeuntes, passantes, ob-
servadores).
Quando estamos diante de uma cena de emergência, devemos nos fazer algu-
mas perguntas, que visam abordar todos os aspectos da cena, identi�cando os
riscos, necessidade de socorro especializado e limitações que os recursos ime-
diatos podem ter.
Para dimensionar esses riscos e saber o que será necessário, faça estas três
perguntas:
Resumindo:
Se sim, vamos lá! Se não, afaste-se, afaste as pessoas e chame ajuda.
Se, para ajudar a vítima, o único risco é o de contaminação biológica, será ne-
cessário o uso de equipamento de proteção individual para tal. Geralmente, es-
ses equipamentos devem proteger o socorrista do contato com �uidos, como
saliva, escarro, sangue, vômito, entre outros.
Esses conceitos (uso de EPI, normas de proteção universal etc.) estão dentro
do grande conceito chamado de “biossegurança” e compreendem todos os
equipamentos e atitudes que evitam ou minimizam a possibilidade de contá-
gio ou contato com agentes contaminantes ou intoxicantes.
Algumas ações podem ser realizadas no momento em que você �ca a par da
situação:
9. Avaliação da vítima
A avaliação da vítima e os procedimentos relacionados aos achados clínicos
têm sofrido várias modi�cações ao longo do tempo. O que era verdade há dois
ou cinco anos hoje pode ser considerado procedimento ine�caz ou inadequa-
do. Portanto, mantenha-se atualizado!
Os procedimentos de avaliação da vítima podem ser divididos em dois cami-
nhos diferentes: se a vítima não sofreu “acidente” e se a vítima sofreu “aciden-
te”. Para �ns didáticos e técnicos, a partir de agora, não usaremos mais a ex-
pressão “acidente” e vamos passar a chamá-la de . Esse é um nome
técnico e mais correto que se dá a
.
Para esquentar um pouco nossa discussão, vamos conversar sobre a palavra “aci-
dente”. Por que a professora de Português escorregou e caiu no corredor? Porque
alguém deixou o chão molhado? Porque havia uma goteira? A goteira existia por-
que ninguém trocou as telhas quebradas? Ou ela estava usando uma sandália ve-
lha que quebrou? Por que a pessoa foi atropelada? Porque não olhou direito ao
atravessar a rua? Porque o motorista estava desatento? Passou o sinal vermelho?
Converse com seus parentes e amigos e faça-os pensar em casos que já ouviram
falar ou presenciaram. Faça o exercício de avaliar a situação e tente imaginar as
causas.
É de espantar como, a partir desses conceitos, pouca coisa pode ser determinada
ao “acaso” ou à sorte. No fundo, alguém “pisou na bola”.
No trauma, o processo �siopatológico que está por trás da maioria das situa-
ções com risco de morte é a falta de oxigenação das células teciduais, que faz
que o organismo passe a produzir energia utilizando o metabolismo anaeróbi-
co.
Essas palavras têm relação com a dinâmica dos processos que podem levar
alguém à morte mais rapidamente em uma situação de trauma, como, por
exemplo, obstrução da via aérea (por inconsciência ou sangue), parada respi-
ratória, parada cardiorrespiratória, sangramento externo abundante, trauma-
tismo craniano e outras lesões ou ferimentos graves, como, por exemplo, fra-
turas, amputações, ferimentos por arma branca ou projétil de arma de fogo em
cabeça, tórax ou abdome, entre outros, que acabam por levar a uma situação
grave.
Muitos esportes ou atividades recreativas podem provocar lesões graves. Essas le-
sões podem ser causadas por forças de desaceleração súbita, compressão excessi-
va (como nos saltos, por exemplo), rotação, hiperextensão ou hiper�exão. Atletas
ocasionais ou sem treinamento, orientação, condicionamento ou equipamentos de
proteção são mais propensos a lesões. Mesmo atletas com treinamento bem ori-
entado e equilibrado podem sofrer lesões. Esportes que envolvem atividades po-
tencialmente de alta velocidade, desaceleração, colisões e impactos se asseme-
lham a ocorrências com motocicletas ou veículos motorizados.
Um dos traumas que podem ocorrer e que não é visível aos olhos é a lesão de
coluna. Sendo assim, a regra é que a vítima possa ter sofrido
traumatismo raquimedular, tendo chance de sofrer lesões permanentes.
Portanto, é por isso que perguntamos “o que é isso”, pois precisamos saber
de “por a mão” na vítima: é ou não é possível que a pessoa tenha lesão de
coluna? Essa pessoa pode se mover? Pode ser movida de posição sem preocu-
pações?
Essa primeira ação faz parte da letra A do ABCDE. Vamos a ela e às outras.
Ao assumir essa posição, você imediatamente vai perceber que não poderá fa-
zer mais nada além disso, pois, ao estabilizar a cabeça, não poderá mais soltá-
la. Se você precisar sair do local, coloque outra pessoa no seu lugar.
Essa segunda pessoa deve tocar a vítima levemente nos ombros e chamá-la
em voz alta. A vítima que tem algum grau de consciência deve esboçar algu-
ma resposta ou, então, responder claramente ao chamado.
Para liberar a via aérea, o socorrista que assumiu a estabilização manual deve
posicionar o segundo e terceiro dedos sob o ângulo da mandíbula e
impulsioná-la para cima. Essa técnica recebe diversos nomes:
, ou, em inglês, .
B (Breathing) – respiração
O socorrista postado ao lado da vítima deve aproximar seu rosto em direção
ao nariz e boca da vítima, direcionando seu olhar para o tórax. É o que chama-
mos de “ver, ouvir e sentir” a respiração. Devemos ver o movimento do tórax,
ouvir a respiração e sentir o ar que sai da boca e nariz da vítima na nossa face.
C (Circulation) – circulação
O segundo socorrista deve passar a mão sob a vítima, sem movimentá-la, pro-
curando por manchas de sangue na roupa.
Uma vítima com nível de consciência alterado, seja por agitação, seja por in-
consciência, deve alertá-lo para uma destas quatro possibilidades:
E (Exposure) – exposição
A vítima deve ser avaliada por inteiro, procurando-se por lesões óbvias; deve
ter suas roupas abertas, dentro do possível, para observar lesões localizadas, e,
ao �nal, deve ser protegida contra hipotermia (mesmo que o tempo esteja
quente). A vítima de trauma perde calor com grande rapidez, e, sendo a manu-
tenção da temperatura uma das funções essenciais para a vida, devemos evi-
tar essa situação, cobrindo-a o mais rápido possível.
Se a vítima estiver de bruços, somente a desvire (veja a técnica mais adiante), ca-
so seja impossível determinar se há ou não respiração. Caso contrário,
mantenha-a na mesma posição, sem mexer a cabeça, e aguarde socorro especiali-
zado.
Palpe, com as mãos espalmadas, todas as regiões do corpo, iniciando pela ca-
beça e seguindo até os pés. Procure por sinais de sangramento. Observe a pre-
sença de lesões na pele, como equimoses, hematomas, escoriações, contusões
lacerações, cortes ou ferimentos penetrantes (a de�nição de cada tipo de feri-
mento veremos no Tópico Problemas no “E” de Exposição e proteção contra
hipotermia). Veja e sinta se há deformidades ósseas, inchaços (edema), abau-
lamentos ou afundamentos resultados de fraturas ou incapacidades funcio-
nais agudas.
Temos de ter muito cuidado na palpação. Esse procedimento deve ser �rme,
porém não intempestivo, especialmente na palpação do crânio, da face e, tam-
bém, dos locais que a vítima informa dor importante. Nas extremidades, caso
a vítima esteja consciente, peça para executar movimentos leves, como aper-
tar sua mão ou mover o dedão do pé. Esses movimentos, se executados, po-
dem indicar que, até então, não há lesão raquimedular, o que não signi�ca que
não há lesão de coluna.
Por exemplo, você deverá imobilizar, primeiramente, o quadril, que você sus-
peita ter lesão, e, depois, o punho, e não o contrário.
Pergunte a ela seu nome completo, idade, endereço e telefones para contato. É
preciso aproveitar ao máximo esses momentos de consciência e lucidez para
obter-se essas informações. Caso a vítima se torne inconsciente, será possível,
com esses dados, o contato com a família.
Pergunte se a vítima está sentindo dor e em que região. Pergunte, também, so-
bre tontura, náusea (ânsia de vômito); se houve perda da consciência (se �cou
desmaiada); se há perda de memória. Pergunte, por exemplo, se a vítima se
lembra de tudo o que aconteceu. Pergunte se ela consegue sentir seu toque nas
mãos e nos pés.
A (Alergies) – alergias
Esse dado é importante para as vítimas que precisam ir para cirurgia de emer-
gência. Há quanto tempo foi a sua última refeição? O que comeu? Por exemplo,
se a vítima acabou de comer uma feijoada e sofreu um atropelamento, o estô-
mago estará, com certeza, bem cheio, e isso deve ser informado ao anestesista,
para o caso de ser necessária uma cirurgia, pelo risco de vômito no momento
da indução anestésica. Pelo mesmo motivo, nos traumas,
Veja que a avaliação da cabeça aos pés e a entrevista são as ferramentas mais
valiosas para o levantamento de informações sobre a vítima, suas lesões e
problemas.
10. Considerações
Finalizamos este ciclo não com a intenção de esgotar o assunto, mas, sim, de
introduzir você nos conhecimentos sobre os programas, projetos e ações do
governo no campo da saúde. Nesses projetos da saúde, preconiza-se a interse-
torialidade, o que cabe muito bem nos campos da educação, saúde e cidada-
nia.
g02289-ago-2024-grad-ead/)
Conteúdos
• Avaliação primária da vítima.
• Avaliação secundária da vítima.
Problematização
Como avaliar a vítima de trauma? Quais são as situações que podem ser con-
sideradas potencialmente de risco para traumatismo raquimedular? Como
proceder a avaliação A, B, C, D e E? Como proceder para realizar a avaliação
secundária da vítima? O que signi�ca sinais vitais? Quais são os parâmetros
de normalidade? Como proceder diante das hemorragias externas? E nas he-
morragias internas? Quais são os diferentes tipos de ferimentos e as respecti-
vas intervenções?
1. Introdução
Dando sequência no assunto do ciclo anterior, continuaremos nosso estudo
sobre os primeiros socorros.
Vamos então agora discutir alguns dos problemas da avaliação primária e se-
cundária.
Caso a vítima esteja em decúbito ventral horizontal (de barriga para baixo),
respirando e consciente, é melhor deixá-la nessa posição até a chegada da
ambulância.
Na impossibilidade de manter a vítima “de barriga para baixo”, por inconsci-
ência, sangramento na região anterior do corpo ou outras situações de risco,
você vai precisar desvirá-la. Chame ajuda de outras pessoas e desvire a vítima
como se rolasse um bloco ou um tronco de árvore.
A obstrução da via aérea pode ser causada, também, por sangue ou vômito.
Essa é uma situação bem difícil para você lidar sozinho, pois é necessário
equipamento de aspiração e sondas especiais para desobstruí-la; portanto, es-
se é um trabalho para um pro�ssional especializado (SAMU ou Corpo de
Bombeiros) fazê-lo.
Situações como essa são bastante angustiantes para quem está prestando so-
corro. Por sorte, não são tão comuns, pois traumas como esses são resultado
de lesões causadas por grande energia cinética, como alta velocidade, grandes
quedas, violência etc.
1. Ar respirável.
2. Vias aéreas livres (desde a boca e nariz até os bronquíolos).
3. Integridade da caixa torácica (costelas, músculo diafragma, músculos in-
tercostais, pleuras etc.).
4. Integridade do parênquima (tecido) pulmonar.
5. Integridade do Sistema Nervoso Central e Autônomo.
6. Integridade e funcionamento do Sistema Circulatório (sangue, artérias,
veias e coração).
A contusão torácica ocasionada por uma força de alta energia cinética (agres-
são, colisão, queda etc.) pode muito provavelmente provocar uma contusão
pulmonar, levando ao edema (inchaço) do tecido pulmonar e consequente di�-
culdade para realização das trocas gasosas. Esse processo é sentido pela víti-
ma como di�culdade para respirar, angústia respiratória, aumento da frequên-
cia respiratória e consequente diminuição da profundidade das respirações
(respirações mais curtas).
O choque pode ser causado por fatores associados à falência do sistema cardi-
ovascular:
• Volume (conteúdo).
• Vasos sanguíneos (continente).
• Coração (bomba).
Nas perdas de volume, vamos nos ater às hemorragias, tanto externas como
internas, aos vasos sanguíneos, cujos ferimentos são os causadores de proble-
mas, e, por �m, à falência cardíaca, em situações como infarto ou edema agu-
do de pulmão, que são os principais causadores de choque. Existem outras si-
tuações que podem levar ao choque, mas fazem parte mais frequentemente do
universo de situações mais difíceis de ocorrer na vida do cidadão comum ou,
então, encontradas no ambiente hospitalar.
Todos esses recursos são ativados pelo corpo para tentar compensar a falta de
sangue, resultando em uma vítima pálida, sudoreica (suor excessivo causado
por re�exo vagal), com a pele fria, com pulso e respirações mais rápidos.
Essa é a maneira de descon�armos de uma hemorragia que não se apresenta
externamente. Junte a causa (agressão, atropelamento, colisão, queda etc.)
com esses sintomas e você poderá praticamente a�rmar que a vítima tem um
sangramento. Se você não vê esse sangramento (hemorragia externa), então, é
um sangramento interno (hemorragia interna). Esses recursos, chamados de
“mecanismos compensatórios”, já indicam que a vítima em choque. O
choque compensado já quer dizer perda de sangue signi�cativa e que temos
pouco tempo para tentar reverter a situação, ou seja, a vítima tem de chegar
rapidamente a um hospital.
O uso de torniquete é bastante controverso, porém, em situações limite, se você estiver di-
ante de um sangramento incontrolável e todas as ações anteriores já tiverem sido realiza-
das sem sucesso na contensão da hemorragia, em locais com falta de recurso ou onde o
atendimento hospitalar está muito distante, você pode considerar a aplicação do torniquete
– porém, com a possibilidade quase certa de perda do membro.
Esses procedimentos também devem ser feitos para vítimas com hemorragia
externa.
Antigamente, havia uma diferenciação de procedimentos para sangramentos de origem venosa, capilar
ou arterial. Atualmente, essa diferenciação não é mais comum em primeiros socorros.
: não é à toa que os antigos diziam que “os olhos são a janela da alma”.
Em emergência, dizemos que as pupilas nos mostram o estado do cérebro. As
pupilas, quando estão dilatadas (midríase), não sendo ação de nenhuma droga
ou medicamento, indicam pouca ou nenhuma oxigenação cerebral. Nas lesões
cranianas que afetam apenas um lado do cérebro, uma das pupilas estará de
tamanho diferente, geralmente maior, do que a outra. Nas lesões que atingem
todo o cérebro, as duas pupilas estarão dilatadas. Pupilas contraídas (miose)
ocorrem por ação da luz forte ou de drogas e, também, em algumas lesões e
doenças cerebrais.
Não se esqueça de que existem várias drogas, lícitas e ilícitas, que têm sua
ação no Sistema Nervoso Central, lenti�cando ou acelerando as respostas da
vítima sob sua ação. Tente identi�car se a vítima fez uso de alguma delas, in-
cluindo álcool. Porém, cuidado! Não atribua toda sonolência ao uso de drogas.
Você não verá aqui a indicação de nenhuma substância para limpeza dos feri-
mentos além de água e sabão! Não recomendamos o uso de substâncias casei-
ras, como açúcar, limão, vinagre, terra, cinza de algodão, folha de bananeira
etc. ou, ainda, glicerinas, vaselinas, água oxigenada etc. Repetimos:
Um objeto, mesmo que rombudo, pode, pela ação da força, causar o dilacera-
mento dos tecidos, como, por exemplo, uma pancada forte em um músculo
com um bastão de beisebol. Esse ferimento é chamado de .
Pessoas que �cam presas em lanças ou outro tipo de ferimento dessa natureza
somente devem ser retiradas pelo Corpo de Bombeiros, que tem equipamento
para efetuar o corte desses objetos.
Para calcular a área, ou, ainda, a superfície corpórea queimada (SCQ), usamos,
no ambiente hospitalar, a chamada “regra dos nove”, porém, em primeiros so-
corros, sugerimos a regra da palma da mão, que corresponde a 1% de superfí-
cie corpórea. Utilize como parâmetro a , e não a sua.
Os agentes térmicos são os agentes mais comuns, sendo a queimadura por es-
caldo a mais frequente, e as crianças, as vítimas comuns. Como o mecanismo
causador é a transferência de calor de um objeto ou substância para o corpo, a
melhor forma de controlar a queimadura térmica é fazer a mesma coisa, ou
seja, transferir o calor da pele para outro corpo, que, nessa situação, o melhor
remédio é a ! Portanto, resfrie a queimadura com água em temperatura
ambiente. Ao passar pela pele, a água vai remover o calor em excesso. Essa
ação vai restringir a área queimada e controlar a dor.
1. Não use cremes com anestésicos ou com perfume (o perfume contém ál-
cool, que desidrata mais a pele).
2. Banhos frios podem ajudar a aliviar os sintomas.
3. Leve a vítima ao médico se for grave.
3. Considerações
Obviamente, existem inúmeras variações dos ferimentos que aqui vimos, bem
como muitos outros tipos de ferimentos, porém, não foi o objetivo desta unida-
de percorrer todos eles ou transformá-lo em um pro�ssional da emergência. O
importante é saber comportar-se na maioria das situações e, principalmente,
como chamar ajuda!
Bons estudos!
(https://md.claretiano.edu.br/prosausocurg-
g02289-ago-2024-grad-ead/)
Conteúdos
• Parada cardiorrespiratória.
Problematização
O que é a parada cardiorrespiratória? Quais os procedimentos que devemos se-
guir diante de uma vítima com suspeita de parada cardiorrespiratória? Como
proceder para realizar a reanimação cardiorrespiratória precoce? Quais são os
elos da corrente da sobrevivência? Descreva-os.
1. Introdução
A parada cardiorrespiratória (PCR) é um dos eventos dramáticos que podem
ocorrer dentro do espectro das emergências, principalmente porque a grande
maioria das pessoas não sabe o que fazer nessa situação.
1. Parada cardíaca.
2. Ataque cardíaco (infarto agudo do miocárdio).
3. AVC (acidente vascular cerebral, ou derrame).
4. Obstrução das vias aéreas (engasgo por corpos estranhos).
Uma das ações de orientação para a saúde que devem fazer parte das suas ati-
vidades como professor é mostrar aos seus alunos como reconhecer a PCR e
saber o que fazer nesses casos. Quanto mais pessoas da comunidade estive-
rem orientadas para realizar esses procedimentos, mais teremos chances de
reverter uma parada cardíaca. Essas são ações não somente de saúde, mas
também de civilidade, cidadania e preocupação com o bem-estar de todos.
1. Acesso rápido.
2. RCP precoce.
3. Des�brilação precoce.
4. Suporte avançado precoce.
5. Cuidados integrados pós-reanimação.
Figura 2 Cadeia da sobrevida.
Vamos então descrever os procedimentos que estão contidos em cada elo até a
chegada do serviço de emergência.
Acesso rápido
O tempo é um dos fatores que mais in�uenciam resultados bons ou ruins.
Portanto, reconhecer rapidamente a necessidade de socorro e ajuda é uma das
ações mais importantes para o socorrista.
Caso não haja resposta, não haja movimentos respiratórios ou a vítima esteja
em respiração agônica (movimento torácico ine�caz), dizemos que a vítima
está inconsciente, e, nesse caso, você deve chamar ajuda imediatamente (192
ou 193), pedindo, também, que venha um DEA, ou peça para que alguém que
esteja próximo o faça.
Aproxime-se o su�ciente para fazer que seus braços �quem esticados e ali-
nhados em 90° com o tórax, como podemos observar na Figura 4.
Figura 4 Ilustração da posição do corpo para realização da RCP.
Não use a força dos braços para fazer a massagem cardíaca, mas, sim, o peso
das costas.
Caso você esteja contando com a ajuda de outro socorrista, um poderá assu-
mir as compressões e o outro poderá assumir as ventilações. Porém, ao �nal
de 5 ciclos, as posições devem ser trocadas, independentemente de o massa-
geador sentir-se bem ou não para continuar (Figura 6).
Des�brilação precoce
Caso exista a possibilidade de se obter um des�brilador antes mesmo da che-
gada do SAMU (isso pode ocorrer em clubes, casas noturnas, escolas, aviões
etc.), interrompa imediatamente as compressões e utilize o aparelho.
Se a pessoa que está trazendo o aparelho souber como utilizá-lo, esta deve ini-
ciar os procedimentos, enquanto você continua com as massagens até que o
aparelho ordene sua interrupção.
O DEA é um aparelho de fácil operação, pois, após ser ligado, dá início a uma
série de comandos de voz que orientam todos os passos a serem realizados.
1. Ligar o aparelho.
2. Colocar as pás adesivas no tórax do paciente.
3. Análise.
4. Choque recomendado ou não recomendado.
Choque recomendado (presença de FV): o choque deve ser de�agrado.
Choque não recomendado (ausência de FV): o aparelho vai solicitar que
seja checado o pulso e RCP se necessário.
5. Interrupção para checagem a cada 2 minutos.
Assim que o choque for de�agrado, as compressões devem ser imediatamente
reiniciadas na sequência de 30:2, até completar 5 ciclos ou 2 minutos para no-
va checagem.
Estando ausente apenas a respiração, faça uma ventilação a cada 5-6 segun-
dos, durante mais 2 minutos, checando o pulso na sequência, ou até a vítima
recobrar a respiração espontânea.
Essa sequência de RCP deve ser realizada por pro�ssionais da área da saúde
(educadores físicos inclusos). A sequência designada para leigos tem diferen-
ças, e, caso você inicie um programa de treinamento no seu local de trabalho,
veri�que corretamente o protocolo que será utilizado. Conheceremos o algorit-
mo da sequência completa da RCP para pro�ssionais da saúde no Quadro 1.
– afogamento;
– traumatismo craniano;
– outras situações.
Seja qual for a causa da parada cardíaca ou da parada respiratória, não há alte-
ração dos procedimentos, ou seja, se não há pulso, qualquer que seja a causa,
você deverá fazer massagem cardíaca. Se não houver respiração, você deverá
fazer a ventilação, não importando a causa, mesmo no caso de afogamento!
A ordem para que a reanimação não seja realizada ou seja interrompida deve
ser feita por um médico ou autoridade policial na ausência deste (em localida-
des distantes).
3. Considerações
Neste ciclo, você teve a oportunidade de conhecer os procedimentos que deve-
mos seguir diante de uma vítima com suspeita de parada cardiorrespiratória.
Lembre-se que os conteúdos não se esgotam aqui. Continue seus estudos so-
bre o assunto!
(https://md.claretiano.edu.br/prosausocurg-
g02289-ago-2024-grad-ead/)
Conteúdos
• Outras emergências clínicas: Desmaio. Convulsão. Engasgo.
• Infarto agudo do miocárdio (IAM).
• Acidente vascular Cerebral (AVC).
Problematização
O que é desmaio? Quais as suas causas? Quais os sintomas? Como ajudar a
pessoas em desmaio? Como se caracteriza a convulsão? Como se caracteriza a
epilepsia? Quais
são as principais causas da convulsão? Quais as principais condutas diante da
crise convulsiva? Como se apresenta a pessoa em situação de engasgo? Quais
as condutas
para atender a vitima de engasgo? O que signi�ca infarto agudo do miocárdio
(IAM)? Quais os sintomas apresentados? Quais as condutas para o atendimen-
to de IAM? O
que signi�ca Acidente vascular Cerebral (AVC)? Quais são os sinais e sintomas
apresentados? Como reconhecer o AVC? Qual a conduta a ser adotada?
1. Introdução
Agora, nosso estudo será em torno de outras emergências clínicas, como o
desmaio, a convulsão e o engasgo, além do Infarto Agudo do Miocárdio e do
Acidente Vascular Cerebral.
Abordaremos as causas, os sintomas e as condutas a serem tomadas nesses
casos.
A pessoa pode apresentar palidez, sudorese (suor excessivo) e pele fria. Pode
também referir tontura, escurecimento da visão e mal-estar.
Para ajudar uma pessoa que sofreu um desmaio, primeiramente, tente se acal-
mar e, principalmente, não tente levantar ou colocar a pessoa em pé! A pessoa
está desmaiada, sem controle muscular, e não há ninguém que consiga colo-
car alguém nessa situação em pé ou mesmo sentada em uma cadeira!
Deixe-a no chão, veri�que se está respirando e coloque-a, então, na posição de
recuperação, até que volte à consciência.
Desafrouxe roupas, como colarinho, gravata, cintos, o que for possível. Assim
que a pessoa conseguir, coloque-a em lugar calmo e fresco.
Somente dê água para quem estiver totalmente recobrado. Não forneça nada
para beber ou comer a quem está torporoso (meio mole).
Se na queda a pessoa bater com a cabeça no chão, você terá dois problemas: o
primeiro é a causa do desmaio e o segundo é o traumatismo craniano. Nessa
situação, é necessário imobilização e até RX ou tomogra�a. Não se esqueça de
chamar o SAMU! Muitas pessoas acreditam que é necessário colocar a pessoa
sentada com a cabeça entre as pernas, pedindo para que faça força etc., mas
nada disso é necessário. Exceto em uma situação em que o retorno do des-
maio está demorando muito, na qual podemos elevar as pernas da vítima (co-
loque almofadas sob os joelhos para não forçar a articulação, até, no máximo,
30° de elevação). O desmaio não precisa de atitudes heroicas ou de di�culdade
para ser resolvido.
Quando uma pessoa que está inconsciente demora a recobrar o estado de aler-
ta, isso deixa de ser um desmaio de uma causa simples, como calor ou pressão
baixa. A causa pode ser uma situação mais grave, como um sintoma de algu-
ma doença, e, portanto, a pessoa deve ser obrigatoriamente levada a um hospi-
tal.
Convulsão
A convulsão é uma situação em que há uma descarga elétrica que acontece
em um grupo de neurônios e que pode se espalhar para parte do cérebro ou na
sua totalidade. Pode ocorrer por causas simples, por situações de agressões
externas ou por doenças.
Qualquer pessoa está sujeita a ter uma convulsão; é só ver as causas que po-
dem desencadeá-la:
Porém, tudo isso não é nada comparado ao grande mito que envolve a convul-
são: a língua. O que acontece de verdade com a língua?
As pessoas acreditam que a língua “enrola” ou que a vítima vai “engolir” a lín-
gua! Mas isso pouco tem de verdade. Anatomicamente,
É possível que a vítima não queira ir até o hospital, pois pode estar confusa
(estado comum após uma convulsão) ou mesmo por acreditar que o pior já
passou. Você pode tentar convencê-la, mas não pode obrigá-la a ir ao hospital.
Apesar de parecer muito tempo, uma convulsão não dura mais que um ou dois
minutos. O grande perigo é o que chamamos de “estado de mal epiléptico”
(normalmente, isso acontece em quem possui a doença epilepsia), que ocorre
quando mal termina uma convulsão e já se inicia outra, sem o tempo necessá-
rio para o cérebro se recompor. Isso é uma emergência neurológica, e o paci-
ente deve receber medicação especí�ca urgentemente para que a situação seja
controlada. Por isso, toda pessoa que tem uma convulsão deveria �car no hos-
pital sob observação.
Engasgo
O engasgo com o qual nos preocupamos é o que acontece por obstrução da via
aérea por objetos ou alimentos sólidos, impedindo a passagem do ar para os
pulmões.
Preste atenção para não confundir infarto com engasgo. Para que isso não
aconteça, é importante, ao aproximar-se da pessoa, perguntar: “você está en-
gasgado?”.
Muitas pessoas nessa hora fazem “simpatias”, como erguer os braços e bater
nas costas. Tudo é válido se a pessoa ainda está respirando. Se a pessoa não
consegue respirar, tossir ou falar, aja imediatamente! Coloque-se atrás dela, fa-
zendo com seu corpo um “muro de arrimo” junto das costas da vítima, não dei-
xando espaço entre vocês. Coloque seus braços à volta da cintura da vítima na
distância média entre o umbigo e o apêndice xifoide. Junte suas mãos e faça
movimentos de “soco” para dentro e para cima no abdome da vítima, como
mostra a Figura 2.
Figura 2 Manobra de Heimilich, ou manobra de desengasgo.
Faça esses “socos” até a vítima “cuspir” o objeto para fora ou até que, na im-
possibilidade de desobstrução, a pessoa, já sem ar, desmaie. Nesse caso,
deite-a no chão e inicie a RCP. A única diferença é que, ao ventilar a pessoa,
você deve veri�car a cavidade oral e, se for possível, retirar o objeto.
Não se esqueça de chamar ajuda, pois, se a vítima evoluir para uma parada
cardíaca, quanto menos tempo demorar para a ambulância chegar, melhor! Se
o objeto for “cuspido” com a vítima ainda consciente, isso é o que de melhor
poderia acontecer. Veri�que se a respiração está adequada, acalme a vítima e
insista para que ela seja examinada por um médico.
Essa obstrução pode ser causada por diversos fatores que não cabem aqui ser
discutidos, porém, como um pro�ssional da saúde, você deve estar alerta aos
fatores de risco e, sempre que possível, orientar seus alunos para melhorar a
qualidade de vida, minimizando a possibilidade de ocorrência desse tipo de
evento. Dentro dos fatores de risco, estão: alimentação inadequada, sedentaris-
mo, hábito de fumar, estresse, hipertensão arterial sistêmica, diabetes, coleste-
rol alto, sobrepeso e obesidade, fatores genéticos, alcoolismo, entre outros.
Uma pessoa que esteja sofrendo um infarto não deve ser levada com carro
particular ao hospital, pois pode ocorrer uma parada cardíaca no meio do ca-
minho, e não há possibilidade de realizar RCP dentro de um carro. Um infarto
não é sinônimo de parada cardíaca, assim como parada cardíaca não quer di-
zer infarto. O infarto pode evoluir para a parada cardíaca.
Derrame, ou acidente vascular cerebral
O derrame, ou acidente vascular cerebral (AVC), também chamado de “aciden-
te vascular encefálico”, tem sinais e sintomas que invariavelmente afetam as
funções cerebrais, tais como: perda da consciência (desmaio) ou torpor, perda
ou di�culdade de coordenação motora e da fala, convulsões, dor de cabeça in-
tensa e súbita, entre outros.
Para poder reconhecer mais precisamente o AVC, você pode utilizar-se de três
pontos básicos para identi�cação:
Caso um ou mais desses sinais esteja presente, é muito provável que a pessoa
esteja tendo um AVC. Isso só deve apressar a ida ao hospital.
Boa sorte!
3. Considerações �nais
Chegamos ao término do último ciclo da disciplina Programas de Saúde e
Socorros Urgentes.
O foco deste ciclo foi introduzir você no campo das emergências clínicas, com
o objetivo de tornar o menos angustiante possível momentos como esses.