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Universidade católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Tema: A importância da avaliação no processo de ensino e aprendizagem

Nome: Odete Abudo Salimo


Código: 708210164

Curso: História
Disciplina: Didáctica de História III
Ano de Frequência: 4º Ano
Turma: F

Nampula, Abril de 2024

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Estrutura Organizacionais  Introdução 0.5
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 Contextualizaçã
o (indicação
clara do 1.0
problema)
 Descrição
Introdução objectiva 1.0
 Metodologia
adequada ao
objecto do 2.0
trabalho
 Articulação e
domínio do
Conteúdos discurso
académico
(expressão, 2.0
escrita, cuidada,
coerência /
coesão textual)
Analise Discussão  Revisão
bibliográfica
nacional e
internacional 2.0
relevantes na
área de estudo
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dados 2.0

 Contributos
Conclusão teóricos
praticam 2.0

 Paginação, tipo
Aspectos gerais tamanho de 1.0
letra, paragrafa,
Formatação espaçamento
entre linhas
 Rigor e
Referencias coerência das
Bibliográficas Normas APA 6a citações/referên 4.0
Edição em Citações e cias
bibliografia bibliográficas

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Índice
Introdução ................................................................................................................................................. 5
Definição de Avaliação ............................................................................................................................. 6
Metodologias…………………………………..………………………………………………………………………………………………….6

Avaliação s Suas Concepções ................................................................................................................... 8


Os Pressupostos da Avaliação Como Prática Reflexiva ......................................................................... 10
O Papel do Professor Junto ao Processo Avaliativo ............................................................................... 12
Considerações Finais .............................................................................................................................. 16
Referências bibliográficas ....................................................................................................................... 18

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Introdução
O presente trabalho tem por objectivo abordar aspectos inerentes a Definição de Avaliação,
Metodologias, Avaliação s Suas Concepções, Os Pressupostos da Avaliação Como Prática
Reflexiva e O Papel do Professor Junto ao Processo Avaliativo.

Onde ao falarmos de avaliação, logo associasse a esta prática termos que nos foram instruídos
desde cedo como notas, diagnósticos, controle, classificações, selecções, continuidade, retenção,
medos e tantos outros elementos pré-estabelecidos neste termo.

Frente ao exposto, observemos a evolução educacional, suas progressões dentro das


metodologias de ensino e, até mesmo, nas concepções dos processos de ensino e aprendizagem.

As evoluções nestas concepções, passamos a compreender a criança em seu contexto individual


através de sua vivência social, histórica e cultural, além de seu desenvolvimento cognitivo. Com
isto, a avaliação deve tornar-se mais do que somente um instrumento de classificação, de
conhecimento técnico e focado no que o aluno soube ou não responder.

Com isto busquemos que o leitor realize uma análise do conceito de avaliação e sua
representação histórica no contexto escolar, compreendendo assim sua representatividade ainda
hoje nas escolas e como uma mudança de sua prática, tornando-se um ato reflexivo, torna-se ser
essencial na prática do educador para a construção dos processos de ensino e de aprendizagem de
forma efectiva.

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Definição de Avaliação

No processo de ensino-aprendizagem, o bom desenvolvimento do aluno é tido como fato


prioritário. E para que isso venha a acontecer, o professor deve ter uma prática pedagógica
reflexiva, pois assim ele poderá diagnosticar qualquer retardo no desempenho dos alunos e o
diagnostico pode ser feito através da avaliação.

Segundo os PCN’s, avaliar significa:

Emitir em juízo de valor sobre a realidade que se questiona, seja propósito das
exigências de uma acção que se projectou realizar sobre ela, seja a propósito de
suas consequência. (PCN, 1997, p. 86).

A avaliação está presente no dia-a-dia de todos, no ambiente de trabalho, em uma notícia, em


algum acontecimento da sociedade, ou seja, é uma actividade que faz parte da existência
humana. No ambiente escolar, é um dos recursos que auxilia o professor na sua prática
pedagógica, principalmente no que diz respeito à avaliação do ensino e da aprendizagem,
VASCONCELOS (1994, p. 43), se refere ao processo avaliativo em sentido amplo:

Avaliação é um processo abrangente da existência humana que implica uma


reflexão crítica sobre a prática, no sentido de captar seus avanços, suas
resistências, suas dificuldades e possibilitar uma tomada de decisão sobre o que
fazer para superar os obstáculos.

Metodologias

Na visão contemporânea temos que a educação é o alicerce de um país, é só através dela que se
desenvolve científica e economicamente. A busca e o compromisso por melhor nível educacional
deve ser constante e nesse contexto o papel do professor é primordial, um elo entre a cultura e a
qualidade de vida dos cidadãos, portanto não há um profissional sem que se tenha um professor
planejando e mediando esse processo de ensino e conhecimento e todo esse processo de
enriquecimento cultural, social e mesmo de qualificação se dá em sala de aula. É de
fundamental importância então, que se discuta sobre as formas de avaliações no sistema
educacional, afim de que esta proporcione ao aluno uma construção de conhecimentos.
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Torna-se, nesse sentido, uma necessidade que se repense sobre o conceito e a prática das
avaliações, tanto nos meios académicos, em sala de aula e principalmente no sistema
educacional, para que esse processo possa evoluir juntamente com o nível de aprendizado dos
alunos. Daí a importância de se verificar critérios e formas de avaliação, e sua qualidade. Se
acertou ou se errou, se apenas aprovação ou reprovação.
De acordo com PERRENOUD (1999, p.68), "em torno da avaliação se estabelecem competições,
estrese, sentimento de injustiça, temores em relação aos pais, ao futuro, à auto-imagem".

Embora haja diferentes formas de uma avaliação, esses métodos na maioria das vezes tornam-se
apenas classificatório, não cumprindo um compromisso assumido com a aprendizagem.

Entretanto, a avaliação na escola desde os primórdios, tem assumido uma função classificatória,
de verificação e quantificação de conhecimentos, objectivando apenas notas finais e vestibulares,
e muitas vezes assumindo uma prática discriminatória, de aprovação ou reprovação. Diferentes
formas e critérios, devido a diversidade de conteúdos que devem serem ministrados e a
heterogenia entre os alunos, a sua verdadeira função, qualidade, seu processo contínuo e
importância devem ser buscadas.

Levando-se em consideração os grandes desafios que os professores enfrentam, a avaliação é um


dos maiores, não o único. Infelizmente existe outros como o próprio desinteresse do aluno, falta
de material pedagógico, indisciplina, factores estes que contribuem para a má qualidade dos
resultados finas do processo ensino aprendizagem.

HOFFMANN (2000, p.54), defende que:

Dessa forma, o professor não assume absolutamente a responsabilidade em


relação ao fracasso do aluno. Em primeiro lugar, porque representaria assumir
sua incompetência na organização do trabalho pedagógico, uma apresentação
inadequada de estímulos à aprendizagem. Em segundo lugar, porque aquilo que
faz geralmente se traduz em resultados positivos. Ou seja, alguns alunos, ou a
maioria, aprendem. Se a acção produz modificação de comportamentos em
alguns alunos, então o problema está nos alunos e não na acção do professor

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Avaliação s Suas Concepções
O processo de avaliação permeia a constituição da sociedade desde registos antigos da evolução
do homem, visto que sempre estivemos sendo classificados por algum critério pela estética, pela
etnia, por profissões ou por outros pressupostos impostos pela sociedade em que vivemos.

Tal colocação pode-se ser vista através de CHUEIRI (2008, p. 54), onde a autora afirma que
“[...] na China, três mil anos antes de Cristo, já se usavam os exames para seleccionar homens
para o exército”.

Assim, percebe-se que tal critério também é adoptado no ambiente escolar, pois ao
padronizarmos nossas políticas educacionais através de práticas com valores e normas, fazendo
com que esta esteja ligada directamente, em uma forma implícita ou explícita, à pratica
pedagógica adoptada pela instituição e, deste modo, caracterizando-se uma prática educacional
formalizada e organizacional (CHUEIRI, 2008, p. 53), vemos uma prática exposta de critérios
avaliativos.

Sabe-se que a avaliação não constitui-se somente a um conceito teórico ou que esteja
ligada directamente aos processos educacionais, mas sim ser pertencente à processos de
formações, a concepção de educação, de sociedade, onde é citado por Caldeira (2000, p.
122) como “um meio e não um fim em si mesma; está delimitada por uma determinada
teoria e por uma determinada prática pedagógica” (apud CHUEIRI, 2008, p. 51) e,
também, explicitado por Raphael:
A qualidade técnica de um processo avaliativo reside, essencialmente, no
aprimoramento dos instrumentos utilizados. Estes instrumentos têm o objectivo
de obter dados de medida que formarão um conjunto ao qual será atribuído o
juízo de valor. Estes dados que servirão ao julgamento necessitam ter
qualidades técnicas para que o juízo seja aceitável. Devem ainda ser coerentes
com a totalidade do processo, pois nesta fase são decididas questões como:
para que servem os dados? Que informações são necessárias? Como serão
obtidas as informações? A quem caberá esta tarefa? (1994, p. 34)
Deste modo percebemos que a avaliação não ocorre apenas em um momento específico, e sim
que está presente em todo o processo educacional, tornando-se um instrumento que se concebe
desde o início até a finalização do trabalho do professor.

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Ainda como uma prática pedagógica, o professor não deve se abster de seu papel como avaliador
no processo de ensino e de aprendizagem, de forma que este instrumento torne-se um elemento
presente em seu quotidiano, assim como afirma CHUEIRI:

A avaliação, como prática escolar, não é uma actividade neutra ou meramente técnica, isto é, não
se dá num vazio conceitual, mas é dimensionada por um modelo teórico de mundo, de ciência e
de educação, traduzida em prática pedagógica. (2008, p. 52)
Vemos então que a relação da prática pedagógica do educador está directamente ligada ao
processo de avaliação e, assim, influenciando directamente no contexto de ensino e de
aprendizagem, o que resultara nas habilidades, comportamentos e concepções de seus educandos,
onde deve-se enfatizar que:

Na condição de avaliador desse processo, o professor interpreta e


atribui sentidos e significados à avaliação escolar, produzindo
conhecimentos e representações a respeito da avaliação e acerca de seu
papel como avaliador, com base em suas próprias concepções, vivências
e conhecimentos. (CHUEIRI, 2008, p. 52)
Mas, para compreendermos melhor o papel do educador na condição de avaliador, analisemos
previamente a concepção de “avaliação” e quais sua concepção ao longo do tempo, iniciando
seus primeiros registos, no Brasil, entre os séculos XVI e XVII, usando para tal analise a
proposta de CHUEIRI (2008) em seu estudo da avaliação educacional, onde a classificou em 4
fases: “examinar para avaliar”, “medir para avaliar”, “avaliar para classificar” e “”avaliar para
qualificar”.

Porém, muitas escolas interpretam de forma errónea o conceito da avaliação qualitativa,


impondo um sistema classificatório e, assim, fundamentando seu conceito em um processo que
apresenta ser diferenciado, porém, seu fim se mantém em outras concepções, como apontado por
ESTEBAN (2001, p. 122):

[...] Muitas vezes observamos, tanto na sala de aula quanto nas


propostas que chegam à escola, a manutenção da prática de avaliação
fundamentada na lógica classificatória e excludente, ainda que a prática
adquira uma aparência inovadora e que o conceito de avaliação escolar

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associado à quantificação do rendimento do/a aluno/a seja objecto de
inúmeras e profundas críticas. (apud CHUEIRI, 2008, p. 60)
Notemos então a necessidade de abordar a avaliação num conceito qualitativo, ou seja,
compreender este processo como um ato reflexivo, uma ferramenta de trabalho para desenvolver
o educando e não ocasionar uma classificação e, automaticamente, uma exclusão. Onde, para tal,
utilizemos o próximo capítulo para aprofundarmos este conceito e esta prática avaliativa.

Os Pressupostos da Avaliação Como Prática Reflexiva


Através do capítulo anterior pudemos notar que a prática da avaliação não é somente uma parte
do processo educacional onde chega-se a uma conclusão de saberes, de aprendizados e de
comportamentos, ou seja, este modo de utilização do recurso da avaliação não é um fim.

Partindo desta concepção de que o procedimento avaliativo permeia todo o período dos
processos de ensino e de aprendizagem, tornando-se um meio, foram-se introduzindo novas
formas de se avaliar, mas que ainda utilizam-se, como apontado por HOFFMANN (1994), “o
paradigma de transmitir-verificar-registar”.

Deste modo, qualificando melhor a definição do que seria a avaliação reflexiva ou mediadora,
HOFFMANN (1991, p. 67) nos introduz:

O que pretendo introduzir neste texto é a perspectiva da acção avaliativa como


uma das mediações pela qual se encorajaria a reorganização do saber. Acção,
movimento, provocação, na tentativa de reciprocidade intelectual entre os
elementos da acção educativa. Professor e aluno buscando coordenar seus
pontos de vista, trocando ideias, reorganizando-as. (apud HOFFMANN, 1994,
p. 51, grifo do autor)
Vemos, a partir do pressuposto acima, que a acção de um processo de avaliação reflexivo baseia-
se na busca pelo conhecimento, ou seja, a avaliação torna-se um meio de encontrar qual a acção
deve ser tomada diante do aprendizado daquele aluno.

Neste contexto, percebemos a importância de não tratarmos a avaliação como algo quantitativo
ou qualitativo, visto que cada educando possui um processo de desenvolvimento instaurado tanto
pelo processo educacional quanto pelo seu âmbito sociocultural, como apontado por Perrenoud:

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A isto será preciso acrescentar que nem todas as crianças de uma mesma
geração seguem o ensino pré-obrigatório, enquanto algumas, posteriormente
ao reprovarem no ensino primário ou secundário são submetidas duas vezes ao
mesmo programa. (PERRENOUD, 1986, p. 32)
Nota-se, então, que para a realização de uma avaliação qualitativa e reflexiva, necessita-se
compreender muito mais do que o contexto escolar daquela criança, o professor precisa
compreender que existe uma história por trás de suas dificuldades, acessibilidades, incentivos,
desenvolvimento e, até mesmo, em relacionamentos dentro do âmbito escolar, seja este entre os
colegas ou mesmo com o docente.

De forma a ficar mais claro esta forma de concepção, a autora nos traz o conceito de ambos os
termos:

[...] Através do diálogo, entendido como momento de conversa com os alunos,


o professor despertaria o interesse e a atenção pelo conteúdo a ser transmitido.
O acompanhamento significaria estar junto aos alunos, em todos os momentos
possíveis, para observar passo a passo seus resultados individuais.
(HOFFMAN, 1994, p. 55, grifo do autor)
Assim, o educador deve buscar estar o mais próximo de seus educandos de forma a acompanhar
seu desenvolvimento durante todo o processo, não somente caracterizando sua aprendizagem nos
momentos considerados avaliativos e, para isto, utilizar-se do diálogo provocativo, encorajador,
que ajude o aluno a buscar novas informações de forma que o aprendizado ali lhe proporcione
novos significados, novos saberes, tornando a prática do diálogo um processo de acção-reflexão-
acção (HOFFMANN, 1994, p. 56).

Comparação das concepções de aprender e avaliar

1. Aprender
 Aprendizagem significa modificação de comportamento que alguém que ensina
produz em alguém que aprende.
 Aprendizagem significa descobrir a razão das coisas e pressupõe
a organização das experiências vividas pelos sujeitos numa compreensão
progressiva das noções.

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2. Avaliar

 Acompanhar significa estar sempre junto para observar e registar resultados.

 Acompanhar é favorecer o “vir a ser”, desenvolvendo acções educativas que


possibilitem novas descobertas.

 Avaliação significa o controle permanente exercida sobre o aluno no intuito de ele chegar
a demonstrar comportamentos definidos como ideias pelo professor.

 Dialogar é perguntar e ouvir respostas;

 Avaliação significa acção provocativa do professor, desafiando o educando


a reflectir sobre as situações vividas, a formular e a reformular hipóteses,
encaminhando-se a um saber enriquecido;
 Dialogar é reflectir em conjunto (professor e aluno) sobre o objecto de conhecimento.
Exige aprofundamento em teorias de conhecimento e nas diferentes áreas do saber.
Neste contexto, fiquemos com a discussão de que, dados os pressupostos de uma prática
avaliativa reflexiva na educação, ainda nos deparamos com o papel do educador e suas
concepções avaliativas.

O Papel do Professor Junto ao Processo Avaliativo


Nos capítulos anteriores, foi-se abordado estruturas avaliativas e resultados em que seus
diferentes tipos pode-se apontar no processo educacional, mas neste contexto falta-nos tratar
sobre um de seus principais agentes: o professor.

Para BERTAGNA (2006, p. 62) professores ainda possuem dificuldades quanto aos conceitos de
avaliação, fazendo com que esta não possua um processo claro e coerente em sua prática,
tornando-a arbitrária e um instrumento de poder nas escolas.

Deste modo, compreendemos que educadores apropriam-se do instrumento avaliativo como um


meio de se manter comportamentos, regras, valores e reconhecimento de poder dentro das
instituições, assim como a autora nos afirma:

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[...] avaliar torna-se um processo mantenedor da ordem, da disciplina em sala
de aula, além de revelar relações de hierarquia e poder latentes na escola,
reflectindo na avaliação um sistema selectivo em que o processo pedagógico
centra-se na classificação do aluno. (BERTAGNA, 2006, p. 62)
Com isto tomado em seus princípios, o professor absorve por si três áreas do qual BERTAGNA
(2006, p.64) aponta como “tripé avaliativo”, sendo eles: a avaliação instrucional, a avaliação
disciplinar e a avaliação de valores e atitudes.

Denomina-se como avaliação instrucional o processo do qual é reconhecido, medido e


qualificado o cognitivo do aluno nos conteúdos de disciplinas presenciados até determinado
momento, sendo este realizado num contexto formal através de provas, trabalhos e notas
(BERTAGNA, 2006, p. 64).

Ainda quanto a questão de avaliar os valores e atitudes dos educandos, a autora cita que:

Se entendida a avaliação como um julgamento de valor, o que se constata é que


esse julgamento envolve, além da aquisição de um conhecimento, valores
daqueles que julgam, suas concepções de homem, escola, sociedade.
(BERTAGNA, 2006, p. 66)
Neste contexto, devemo-nos, como educadores, perguntarmo-nos quais são nossos valores,
crenças, atitudes e, partindo disto, questionarmo-nos se realmente possuímos o “poder” para
julgar as acções de nossos educandos a ponto de medirmos e qualificarmos suas atitudes
interpessoais e intrapessoais.
Percebe-se, ainda, que o professor a todo momento relaciona acções de seus alunos a modelos
pré-determinados, ou seja, não institui um processo avaliativo somente através de provas,
trabalhos e notas, o que BERTAGNA (2006, p. 68-69) as separa em avaliação formal e avaliação
informal e, que para uma melhor compreensão

Práticas avaliativas formal/informal

Avaliação Formal Avaliação Informal


• Correção das lições de classe ou de casa no caderno; • Considerações orais sobre o caderno do aluno
ou sobre a realização de uma atividade ou de um
• Provas;
exercício escrito, sobre o desempenho do aluno

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• Trabalhos (grupo ou individual) sobre temas na prova ou tarefa de casa, ou execução de uma
determinados; actividade na lousa, sobre o comportamento
inadequado ou adequado do aluno, elogios,
• Actividades ou exercícios determinados em sala de aula
reprimendas, grito, silêncio;
registrado em síntese bimestrais (fichas descritivas)
considerando aspectos relativos ao conhecimento e às • Gestos como afastas os alunos antes mesmo de
atitudes dos alunos; ele se aproximar ou indicando lugares: a saída,
atrás da porta, o canto da sala, atrás do armário,
• Comportamento;
gestos negativos com a mão ou balançando a
• Participação; cabeça, parar ao lado do aluno, cruzar os braços e
encará-lo, avançar sobre o aluno, pegar
• Auto-avaliação.
actividade ou o caderno com desdém ou cuidado,
posicionamento na frente ou ao fundo da sala de
aula;

• Outras formas de expressões: olhar de canto,


olhar severo, olhar acolhedor, sorriso, caretas,
cara feia, entre outros.

Dado este conceito, compreende-se que uma avaliação reflexiva vai além de mudanças no
sistema educacional, mas nota-se também a necessidade de mudanças no conceito pessoal de
cada educador, visto que se tomada uma prática de reflexão permeada por pré-conceitos do
professor, se desencadeará desigualdades no processo avaliativo, como é descrito por
PERRENOUD (1986, p. 51-54) como: momentos de manifestação dos alunos, expectativas dos
alunos e do professor, encenação de competências e performances, a interpretação das
observações do professor, a posição dos resultados avaliativos e suas negociações.

Portanto, para que educadores possam utilizar-se de uma avaliação reflexiva e assim
desenvolver em seus alunos conceitos de superação sem limitar-se, é importante que estes
assumam seu papel de julgadores e passem a posicionar-se contra sistemas vivenciados pela

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nossa sociedade, tornando-se um referencial de conquista aos seus alunos, onde Bertagna nos
aponta que:

Se pretendermos uma outra compreensão do processo de avaliação, ou melhor,


se o objectivo é que ela exerça o seu papel no processo de aprendizagem, como
um meio e não um fim em si mesma, primeiramente teremos que romper com o
carácter classificatório e selectivo do sistema escolar da sociedade capitalista,
redimensionando a avaliação no sentido de torna-la um auxiliar no
desenvolvimento dos alunos, possibilitando-lhes a superação de dificuldades,
não enfatizando resultado de aprendizagens (produto) em detrimento do
processo de aprendizagem. (BERTAGNA, 2006, p. 77)
Para tanto, faz-se necessário que o professor, em sala de aula, busque novas metodologias para
sua prática pedagógica e em seu sistema avaliativo de forma que os erros dos alunos, suas
dificuldades, os erros cometidos, suas tentativas e suas hipóteses obtenham espaço para um
encontro de possibilidades e desenvolvimento de novas habilidades e conhecimentos.

Considerando-se que as relações sociais aplicadas pela sociedade capitalista do qual estamos
inseridos impõe-se de preceitos e julgamentos pré-estabelecidos, o professor necessita policiar-se
para a necessidade de novas práticas que permeiam edificações na aprendizagem, construções
significativas aos seus educandos, sem exclusões em seu processo e interferência de sistemas
opressores.

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Considerações Finais
Ao iniciar-se este trabalho, pontuei como objectivo principal a dúvida quanto à evolução do
processo avaliativo junto as mudanças escolares que ocorreram ao longo da educação e, para
isto, compreender seus conceitos, seus pressupostos e suas aplicações.

Partindo desta concepção, no primeiro capítulo abordou-se os quatro conceitos avaliativos que
nos cercam desde os preceitos da história da humanidade, onde avaliar constitui-se do exame, do
medir, do classificar e do qualificar.

Deste preceito, compreende-se que avaliar através do exame torna-se um processo de controle do
que é considerado certo e errado, de tornar-se o centro do conhecimento e o ignorar do que se
pode ser uma outra visão do mesmo tema.

Partindo do exame, ocorre o processo do medir aqueles que estão acima ou abaixo da média, no
contexto escolar, e então os classificar dentre aqueles participam do meio.

Porém, afirma-se em contrapartida, o avaliar para qualificar, onde nos foi apresentado que a
avaliação não é um fim do processo educacional, mas sim um meio, uma forma de compreender
quais enfoques devem ser actuados e, com os erros apontados, apropriar-se como forma de busca
ao conhecimento.

Compreende-se que o educador alimenta em seu próprio consentimento aqueles que irão bem no
desempenho escolar e aqueles que não estarão no patamar desejado somente pelos primeiros
contactos.

Com isto, podem se ocasionar processos exclusivos dentro de seu ambiente e, assim, caracteriza-
se como somente mais um processo de avaliação classificatório dentro de seu próprio espaço.

Conclui-se o trabalho com a resposta do projecto de pesquisa, do qual compreende-se, por fim,
que por mais que o processo educacional venha numa linha evolutiva, o processo avaliativo
continuou estagnado.

Compreende-se assim que, nós educadores, necessitamos compreender de uma forma reflexiva e
abrangente o que queremos avaliar em nossos educandos e, com isso, devemos tomar partido
quanto aos processos em que estamos inseridos.

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Para isto, considera-se necessária uma pesquisa afunda sobre uma metodologia qualitativa de
avaliação, um novo pensar num processo que, até então, é tomado como um fim e não como um
método que transpõe todo o período de ensino e aprendizagem.

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Referências bibliográficas

 BERTAGNA, Regiane Helena. Avaliação Escolar: Pressupostos Conceituais. In:


BERTAGNA, Regiane Helena; MEYER, João Frederico da Costa Azevedo. O Ensino, a
ciência e o cotidiano. Editora Alínea, 2006. Páginas 61-81.
 CHUEIRI, Mary Stela. Concepções sobre a Avaliação Escolar. Estudos em Avaliação
Educacional. 2008, v. 19: p. 49-64.
 HOFFMAN, Jussara. Avaliação Mediadora; Uma Pratica da Construção da Pré-escola a
Universidade. 17.ª ed. Porto Alegre: Mediação, 2000. Entrevista com Jussara Hoffman. p
12. Revista Pátio. ed. Artmed. 2000.
 HOFFMANN, Jussara Maria Lerch. Avaliação Mediadora: Uma relação dialógica na
construção do conhecimento. Ideias, v. 22: p. 51-59. (Disponível em
http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/ideias_22_p051-059_c.pdf) – último acesso em
22 de abr de 2017.
 PERRENOUD, Philippe. Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens - entre
duas lógicas. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999. 183 p.
 PERRENOUD, Philippe. Das diferenças culturais as desigualdades escolares: a avaliação
e a norma num ensino indiferenciado. In: ALLAL, L. (et al); CARDINET, Jean;
PERRENOUD, Philippe. Avaliação formativa num ensino diferenciado. Coimbra:
Livraria Almedina, 1986. Páginas 27- 69.
 VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Planejamento: Projeto de EnsinoAprendizagem e
Projeto Político-Pedagógico. 18. ed. São Paulo: Libertad, 2008. p. 95-200 (Cadernos
Pedagógicos do Libertad; v.1).

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