Fundamentos Da Proatividade (Salvo Automaticamente)

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Fundamentos da

Proatividade
Olá,

Vivemos numa sociedade cada vez mais imediatista, na qual


estresse e ansiedade tornaram-se comuns a todos.

O sistema capitalista cobra resultados cada vez maiores e nem


sempre as organizações investem no bem-estar de seu colaborador.
Em casa nossos filhos são mais questionadores e cobram nossa
atenção de forma muitas vezes mais cruel que nossos “chefes”.

Diante desse cenário, ter uma boa Gestão do Tempo torna-se uma
obrigação.

Esse treinamento foi desenvolvido com o objetivo de tornar mais


eficaz a sua relação com tarefas, compromissos, anotações e
contatos.

Você gostaria de ter mais tempo em sua vida? Para quê?

Algumas reflexões sobre Gestão do Tempo...

“Tempo é dinheiro.”
Existem ditados que considero bastante infelizes, principalmente se
não soubermos interpretá-los. O que mais me incomoda na frase
acima é o quanto ela nos passa uma ideia de trabalho constante. Se
o dia tivesse 6 horas a mais, trabalharia todas elas para gerar mais
dinheiro. Em outro cenário, se conseguir reduzir a realização de
minhas tarefas em 2 horas, terei novamente mais tempo para gerar
mais dinheiro. Discordo disso. Boa parte do tempo que podemos
gerar através de produtividade deve ser destinado a geração de
equilíbrio trabalho-lazer, não de dinheiro.

“Isso é coisa para quem é organizado demais.”

Não há dúvidas que quanto mais habilidade de organização você


tiver mais fácil será gerenciar seu tempo. Pessoas com alto nível de
racionalidade terão uma maior aptidão a absorver os conceitos
apresentados aqui. Porém, definir-se como incapaz de desenvolver
técnicas que melhorem sua relação com o tempo já é demais. Não
se vitimize, nem caia no erro do “eu sou assim e pronto”.

“Torna a minha vida muito programada.”

Outro erro comum de quem olha de fora um processo de


organização do tempo é acreditar que o mesmo torna a sua agenda
muito engessada. A questão é simples: se fosse capaz de fazer
sobrar 1 hora no seu dia, teria mais liberdade ou se sentiria mais
preso? Se vivesse menos em regime de urgência, qual domínio teria
sobre suas ações?
Acredite! Quanto melhor for o planejamento de seus compromissos e
tarefas mais liberdade de ação você terá no seu dia-a-dia.

“Minha vida pessoal e profissional são muito bem separadas.”

Você é único. Não existe o lado profissional separado do pessoal. De


fato é muito comum pessoas terem comportamentos distintos no
trabalho e em casa. Em geral, o ambiente corporativo demanda um
nível de organização maior e o risco de uma demissão torna as
pessoas mais receptivas a métodos e padronizações.

Agora reflita sobre quantas vezes você levou trabalho para casa e
prejudicou o convívio com a sua família. Ou ainda quantas vezes um
problema pessoal atrapalhou seu desempenho no trabalho. Um
sistema de gerenciamento de tempo deve levar em conta todos os
papéis do indivíduo, sem separação.

Proatividade

O conceito de proatividade é lugar comum no universo corporativo. A


todo momento somos cobrados a tomar iniciativa e assumir a
responsabilidade por nossas ações.

Proatividade vai muito além de iniciativa. É assumir a


responsabilidade pelas suas escolhas, independente de ter ou não
culpa nos resultados.

O meio externo influencia? Sim. É o responsável pelas suas


escolhas? Não. Ter uma postura positiva em suas ações e perder
tempo apenas com o aquilo que você é capaz de influenciar, compõe
o comportamento proativo.

Atividade extra

Nome da atividade: Filme

Assista o filme Antes de partir, de dezembro de 2007.

Sinopse:

O bilionário Edward Cole e o mecânico Carter Chambers são dois


pacientes terminais em um mesmo quarto de hospital. Quando se
conhecem, resolvem escrever uma lista das coisas que desejam
fazer antes de morrer e fogem do hospital para realizá-las.
A Matriz do Tempo
Metas

É impossível gerenciar seu tempo sem saber onde pretende chegar.


A definição de metas de curto, médio e longo prazos é fundamental
para um correto planejamento semanal, afinal suas ações precisam
estar alinhadas aos seus objetivos.

“Deixo a vida me levar, vida leva eu...” é bem popular e positivo na


canção do Zeca Pagodinho. Mas será que essa é a melhor atitude a
tomar em sua vida? E se a vida lhe levar para onde não quer? Uma
vida sem definição de metas é uma vida sem norte.

Urgência x Importância

A grande mudança de paradigma na Gestão do Tempo é separar


suas atividades recorrentes e imprevistas em Urgência e Importância.
Tudo que é urgente é necessariamente importante? A Importância
está diretamente relacionada às suas metas. E urgência está
intimamente ligada ao tempo que você dispõe para realizar a
atividade sugerida.

Várias atividades podem ser urgentes e importantes. Uma crise com


um cliente, um familiar doente precisando de apoio. Porém, muitas
atividades são meramente urgentes, mas não estão alinhadas às
suas metas e, por várias vezes, apenas desperdiçam seu tempo.
Todas as atividades (compromissos ou tarefas) que vivemos
diariamente podem ser divididas em quadrantes. A formação desse
modelo mental é baseada em dois conceitos fundamentais:
importância e urgência.

Importante: atividades que estão alinhadas com seus interesses,


valores e prioridades.

Urgente: atividades que possuem um prazo imediato.

Dessa forma divide-se o tempo em quatro quadrantes:


Como está dividido o seu tempo nos quadrantes acima?

Atividade extra
Nome da atividade: Um exercício prático da matriz do tempo
Assista ao vídeo: PRODUTIVIDADE com a MATRIZ de
EISENHOWER
Link: https://www.youtube.com/watch?v=yn14T9figS4
Preparando a Casa
Todo sistema de Gestão de Tempo deve ter como base os seguintes
pontos: contatos, compromissos, anotações e tarefas. O primeiro
passo na organização desses pontos é a escolha da ferramenta que
irá auxiliar o processo.

FERRAMENTAS

CONTATOS: celular, provedores de e-mail, computador, agenda etc.

COMPROMISSOS: ferramentas de calendário, google agenda,


agenda tradicional etc.

ANOTAÇÕES: aplicativos de celular, outlook, bloco de notas, folha


de anotações etc.

TAREFAS: aplicativos de celular, google tarefas, outlook, bloco de


notas etc.

DEFINA SEU ESTILO

A escolha das ferramentas define o seu estilo de gestão.

TOTALMENTE ONLINE: smartphone, laptop e ferramentas online.

TOTALMENTE OFFLINE: agenda tradicional, papéis para


anotações.
MISTO: um pouco de cada.

Em qual estilo você se enquadra?

O PLANEJAMENTO

TIPOS DE PLANEJAMENTO

Longo Prazo: mais de um ano para realizar.

Ex.: filhos, casamento, compra de apartamento, carro, etc.

Médio Prazo: menos de um ano para realizar.

Ex.: eventos, viagens, cursos, treinamentos etc.

Curto Prazo: uma semana.

Ex.: tarefas e compromissos.

Curtíssimo Prazo: follow up diário.

Ex.: verificação das atividades adiadas, do dia e que podem ser


antecipadas.
OS PILARES DA GESTÃO DO TEMPO

CONTATOS

- Registro de telefone, email, empresa, cargo etc no seu telefone e


provedor de email.

- Estabeleça o maior network possível.

- Cultive o vínculo fraco.

- Crie grupos no provedor de email.

- Seja criterioso com os contatos do Facebook e use o Linkedin.

COMPROMISSOS

- Anote todos em uma plataforma com lembretes.

- Compartilhe com as pessoas envolvidas.

- Anote as informações fundamentais do compromisso (pauta, local,


horário, convidados).
- Use a ferramenta “Repetir” para eventos recorrentes (aniversários).

- Use os lembretes de forma criteriosa.

- Não registre uma Tarefa como Compromisso.

ANOTAÇÕES

- Fundamental na organização do conhecimento.

- Use para projetos futuros, pautas, dados etc.

- Mantenha uma Tarefa associada a Anotação quando necessário


(evite que caia no esquecimento).

- Crie pastas em seu computador para organizar artigos,


apresentações etc.

TAREFAS

- Registre todas as suas tarefas importantes.

- Use a ferramenta “Repetir” para eventos recorrentes.

- Defina SEMPRE um prazo, mesmo que tenha que adiar


constantemente.

- Transforme emails em tarefas (copiando os dados relevantes).


- Seja criterioso no uso de lembretes.

Planejamento Semanal
O PLANEJAMENTO SEMANAL

- É o planejamento de rotina.

- Foco na execução.

- Melhor unidade de tempo para planejamento.

- Deve ser feito entre sexta a tarde (ideal) e segunda de manhã


(menos indicado).

- Duração de 20 a 30 min.

PASSO A PASSO DO PLANEJAMENTO SEMANAL

1. Reveja o planejamento da semana anterior.

- Registrando novas tarefas que ainda não foram anotadas;

- Eliminando as tarefas executadas;

- Fazendo o acompanhamento de tarefas delegadas;

- Criando novos prazos para as tarefas não cumpridas;


- Reagendando compromissos não realizados.

2. Analise os Compromissos da semana

- Dimensione encontros e reuniões com as tarefas propostas para a


semana;

- Reagende o que for necessário;

- Fique atento às demandas de cada compromisso (análise de


dados, envio de relatórios);

- Confirme os compromissos.

3. Defina as Tarefas da semana

- Dimensione a quantidade de tarefas com o tempo disponível;

- Adie para a próxima semana o que for necessário;

- Não planeje 100% de seu tempo (ou conviva tranquilamente com


adiamentos);

- Estabeleça quais tarefas são prioritárias;

- Distribua as tarefas nos dias da semana.

Verificações diárias:
- O que não foi feito de dias anteriores?

- O que deve ser feito hoje?

- O que será realmente adiado (tarefas e compromissos)?

Atividade extra

Nome da atividade: Leitura

Aprenda um pouco mais sobre a importância do Planejamento nesse


breve post.

http://www.administradores.com.br/artigos/empreendedorismo/qual-
a-importancia-do-planejamento-por-que-planejar/100730/

Nome da atividade: Vídeo

Assista o vídeo do Chistian Barbosa, um dos maiores especialistas


do Brasil em Gestão do Tempo.

Link para assistir a atividade: https://www.youtube.com/watch?


v=dptw_HKrh8w
Dicas Práticas
GESTÃO DE E-MAILS:

Algumas dicas valiosas para aumentar a sua produtividade:

- Caixa de entrada é de ENTRADA!

Não deixe as mensagens na caixa de entrada eternamente. Uma vez


resolvido o assunto encaminhe o e-mail para outra pasta.

- Gerencie SPAMs.

Utilize um e-mail auxiliar para cadastros e fichas. Marque os


indesejados como SPAM e cancele o cadastro nos mailings
indesejados.

- Reduza as respostas desnecessárias (ok, ciente etc).

Faça a sua parte e cobre das pessoas que façam a delas. Reduzir
em 20% o número de e-mails abertos por dia tomando essa medida.

- Só copie quem for necessário.

- Use cópia oculta.

- Não apague e-mails.


- Crie apenas pastas necessárias.

- Crie uma pasta padrão para e-mails resolvidos.

- Crie grupos de destinatários.

- Defina horários para “zerar” a caixa de entrada.

- Não ligue nenhum notificador de e-mails.

- Não verifique a caixa o tempo todo!

ESCREVENDO EMAILS

- O assunto deve ser totalmente compreensível;

- Não escreva textos longos (3 ou 4 parágrafos no máximo);

- Dê espaço entre parágrafos;

- Use tópicos numerados e marcadores;

- Leia o texto antes de enviá-lo;

- Evite “broncas” por e-mail.

GESTÃO DE REUNIÕES

Algumas dicas para tornar suas reuniões mais objetivas e produtivas.


- Defina Pauta;

- Selecione os presentes;

- Defina horário de início e principalmente de término;

- Envie os arquivos necessários previamente;

- Comece SEMPRE no horário;

- Eleja um mediador;

- Seja o mais sinérgico possível.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

SINTA O RESULTADO

O início é árduo e precisa de grande dedicação. É um processo de


mudança de hábito. Assuma o compromisso de fazer por 4 semanas
seguidas. Ao final de cada uma delas, veja o quanto você progrediu!

ESTUDE

Nunca foi tão fácil ter acesso ao conhecimento. Pratique


sistematicamente atividades de estudo como leituras, treinamentos,
cursos formais e outros.

REVEJA CONSTANTEMENTE O MÉTODO


O melhor método de Gestão do seu tempo é o que você
desenvolverá. Utilize as dicas discutidas nesse curso para criar seu
próprio modelo. Algo que sugeri não surtiu efeito? Ignore! Você
pensou em adaptar alguma dica para outro formato? Faça!

ENSINE

A melhor forma de fixar um método é compartilhá-lo com outras


pessoas. Comece dividindo o modelo com alguém próximo e depois
expanda seus horizontes.

Atividade extra

Nome da atividade: Livro

Leia o livro Estratégias práticas para ganhar mais tempo, Christian


Barbosa, Editora Sextante.

Referência Bibliográfica

COVEY, Stephen R., Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes.


São Paulo:Editora Best Seller, 1999, 2a ed.
BARBOSA, Christian, A tríade do tempo, Rio de Janeiro: Editora
Sextante, 2011.

BARBOSA, Christian, 60 estratégias práticas para ganhar mais


tempo, Rio de Janeiro: Editora Sextante, 2013.

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Vida - Sentido da Vida


 Pensar para viver bem
 Plenitude da alma
 Depende de nós
 Vida - Sentido da Vida

Vida - Sentido da Vida


Vida - Sentido da Vida

Pensar para viver bem

É sabido que viver pressupõe experienciar diversos momentos e


sensações diferentes ao longo da passagem por este mundo. Não é
à toa que caiu no uso popular a expressão “valer a pena”. Pode-se
pensar, inclusive, que a expressão poderia ser (se é que já não foi)
“valer as penas”, visto que muitas são as dores, tristezas e
dificuldades pelas quais passamos ao longo dos anos.
No entanto, foi justamente esta reflexão que trouxe a alguns teóricos
uma visão relativamente positiva sobre a trajetória humana na terra.
Sócrates, por exemplo, defendia a ideia de que a vida que vale a
pena é a vida que compensa todas essas misérias e tristezas
humanas. Mas você deve estar se perguntando: como se daria isso?
O que fazer para que as coisas boas se sobressaiam às ruins?

Portanto, o ponto central da discussão nesta aula está em refletir


sobre aquilo que, na vida, se pusermos na balança equilibra as
penas, as dificuldades, as dores, as tristezas.

Sócrates é considerado o pai da maneira ocidental de pensar, por


isso influencia até hoje a estrutura de pensamento de todos nós. Ele
dizia que a existência humana seria uma experiência mais agradável
tanto quanto mais se pense as ações no dia a dia. Ou seja, quanto
mais na hora de viver você pensar (sobre o que está acontecendo,
sobre o que está fazendo…) tanto mais a vida que está vivendo será
melhor.

No cenário atual do início do século XXI, esta é uma reflexão ainda


mais oportuna, uma vez que temos sido marcados pela pressa, muito
provavelmente em decorrência de sermos, talvez, a sociedade mais
atarefada que já existiu. A agilidade se torna necessária para a
sobrevivência, embora cada vez mais não prestemos atenção àquilo
que estamos fazendo. Passamos pelas atividades rotineiras, por
relacionamentos, estudos, hobbies e tantas outras experiências sem
qualidade, sem satisfação. Sócrates diria que nunca antes a
humanidade passou tão desatenta pela vida, sem aproveitá-la da
forma como deveria.
“O ritmo frenético em que estamos vivendo tem nos impedido de
fazer algo essencial: pensar na vida. Pensar na vida é muito mais do
que pensar nos problemas e nas dificuldades que a vida nos traz, é
mais do que pensar no sustento da casa, no cuidado dos filhos, é
mais do que se preocupar com o trabalho ou o status social. O
“pensar na vida” que proponho, ou melhor, que Sócrates propõe, tem
relação com o que dá sentido a todas essas coisas; o “pensar na
vida” a que me refiro é pensarmos no propósito que nos leva a fazer
todas essas coisas, refletirmos sobre os “porquês” de fazermos o que
fazemos.

O filósofo grego Sócrates, ao chegar ao final de sua defesa contra as


acusações de corromper a juventude ateniense, disse que não se
arrependia de ter vivido a vida examinando as coisas e as pessoas
ao seu redor e, principalmente, examinando a si mesmo, afirmando
que o maior bem do homem é se aplicar em conhecer essas coisas
e buscar conhecer e discorrer sobre a virtude. Sócrates acrescenta
que: “Uma vida sem esse exame não é digna de um ser humano”
ou: “A vida sem investigação não é digna de ser vivida”. Sócrates
tinha total consciência da importância de pensarmos e examinarmos
a nós mesmos e enfatiza que a vida sem essa reflexão não vale a
pena.”¹
Plenitude da alma

As ideias socráticas se associam diretamente com a teorização feita


por um outro grande filósofo, o aclamado Aristóteles. Ele falava em
plenitude da alma, conceito muito similar ao que hoje conhecemos
como mindfulness (plenitude da mente). Este termo ganhou o gosto
popular, principalmente no ambiente empresarial, trazendo através
do estrangeirismo, um nome moderno, que, no final, possui
significado muito próximo ao conceito aristotélico.

Em resumo, estamos falando que, independentemente das


circunstâncias da vida, que ora podem ser melhores ora piores, nós
podemos e devemos vivê-la inteiramente. Se fazendo presente de
corpo e mente (alma), porque, de fato, a vida é o que acontece
agora. Toda divisão significa fragilidade, portanto, se existe uma certa
força em você, se existe alguma chance de você performar com
muita qualidade, certamente será onde você está, com todos os seus
recursos disponíveis neste momento.

Assim, entendemos que mindfulness é estar com a mente


completamente preenchida pela atividade realizada pelo corpo, ter a
mente focada naquilo que se está fazendo no presente, consciente
do que acontece em si e ao redor no agora.

“Mindfulness ou atenção plena é um estado de consciência que


ocorre quando intencionalmente colocamos nossa atenção no
momento presente, sem julgamentos. Essa é uma das definições da
palavra mindfulness, que muitas vezes é traduzida para o português
como atenção plena, mas cuja tradução é complexa, já que o termo
em inglês é bastante abrangente e é usado tanto para o conceito
geral quanto para a técnica de meditação mindfulness.”²

Depende de nós

Em Epicteto ganhamos reforço na discussão sobre a vida plena. Ele


foi um filósofo grego, estoico e escravizado, que refletiu sobre como
viver uma vida plena, uma vida feliz, e também sobre como ser uma
pessoa com boas qualidades morais. Ele se dedicou a tentar
responder a estas duas perguntas fundamentais, exercendo enorme
influência sobre as ideias dos principais pensadores da arte de viver.

Para Epiteto, uma vida feliz e uma vida virtuosa são sinônimos.
Felicidade e realização pessoal são consequências naturais de
atitudes corretas. Pensamento que é a base do estoicismo, doutrina
que prega a resistência persistente às dificuldades como forma de se
adquirir virtudes. Ou seja, as ações humanas devem ser focadas
incansavelmente em administrar aquilo que se pode controlar. É o
que modernamente chamamos de resiliência.

Em resumo, dedique sua atenção e seus esforços àquilo que


depende de você até alcançar resultados, sucesso. Segundo os
estoicos, cabe a nós “ignorar” a parte da vida sob a qual não temos
ingerência (catástrofes, incidentes, etc) e nos dedicarmos ao que nos
é permitido alterar, e assim, fazer acontecer o que se deseja.
¹ site:https://tribunademinas.com.br/opiniao/tribuna-livre/13-08-2019/
a-vida-irrefletida-nao-vale-a-pena-ser-vivida.html.

² https://www.ecycle.com.br/7930-mindfulness.html

Atividade extra

Nome da atividade: Faça a vida acontecer do seu jeito

Link para assistir a atividade: https://www.youtube.com/watch?


v=7SzF4pMHaNc

Referência Bibliográfica
BARROS FILHO, Clóvis. A Felicidade é Inútil. Ed. Citadel. São Paulo.
2019.

BARROS FILHO, Clóvis. CALABREZ, Pedro. Em Busca de Nós


Mesmos. Ed. Citadel. São Paulo. 2017.

BARROS FILHO, Clóvis. KARNAL, Leandro. Felicidade ou Morte -


Col. Papirus Debates. Ed. Papirus 7 Mares. São Paulo. 2016.

BARROS FILHO, Clóvis. MEUCCI, Arthur. A Vida que vale a pena


ser vivida. Ed. Vozes. São Paulo. 2014.

BARROS FILHO, Clóvis. PONDÉ, Luiz Felipe. O Que Move As


Paixões. Ed. Papirus 7 Mares. São Paulo. 2017.

Fases da vida
Fases da vida

Pra que passar de ano?

Iniciamos esta etapa dos estudos com uma frase que nos guiará
nesta aula: a vida tem fases.
Nessa época da vida ouvimos a seguinte frase: “Crianças, vocês tem
que se comportar, para poder passar para o segundo ano”. Essa
sentença tem o poder de criar a expectativa de que no próximo ano
tudo irá mudar, com novos livros, outra professora, outra sala de aula.
Como todos os colegas que estudaram com você, isso era entendido
como algo normal.

Hoje, após esses anos, eu gostaria de perguntar para a professora:


“A razão de fazer direito é para passar para o próximo e apenas no
próximo será legal?”. Nesse momento podemos refletir: será que não
podemos pensar diferente? Esse é o único ano, o outro é diferente.
Este deve ter valor, deve ser maravilhoso e prazeroso. Ele não é
melhor do que os outros, ele é o meu presente, esse ano é
maravilhoso, com os livros e pessoas que me cercam agora.

Conforme dito por Costa (2010), “estar presente” é muito mais do que
“estar perto”, isto é, é necessário ser presença. É preciso projetar a
vida, mas é preciso entender que a vida é agora! Quando este
acabar, será triste, pois deixará saudades. E o próximo será
maravilhoso também, pois estarei vivendo aquele presente. Não
devemos viver este ano apenas para passar para o próximo.
Podemos repetir nesse momento: a vida tem fases. Cada uma delas
serão construídas por você e serão importantes para que você possa
esgotar na vida vivida tudo o que ela pode te trazer de bom.

Pense agora na faculdade. Você não pode viver os quatro anos para
que possa viver o final com o diploma na mão. Viva plenamente os
quatro anos, de forma inteligente. É vivendo plenamente o momento
vivido que o futuro pode ser promissor.
É necessário ter propósito na vida, retomando um conceito de Karl
Marx, do século XIX, de recusa da alienação. Segundo Cortella
(2016, p. 16) “alienado é aquele que não pertence a si mesmo”.

Quer mais um exemplo? Viver o ensino médio apenas para poder


passar no vestibular. Isso não é uma verdade! Existem coisas
maravilhosas e devemos viver aqueles instantes, pois eles nos
ensinam pontos maravilhosos.

Aprenda a apreciar e encantar o momento que você está vivendo, o


seu presente. Quanto mais intensamente o presente for vivido, mais
provavelmente o futuro será rico. Não jogue no lixo o presente,
esperando o futuro. A vida vale as suas dificuldades e devemos vivê-
la no momento exato em que ela ocorre.

Alegria de ser CEO

Quanta coisa muda com o tempo, não é mesmo? Se pudéssemos


voltar no tempo e aproveitar melhor determinados momentos, pois
foram tão bons, que poderiam ser eternos.

Novamente podemos refletir que vivemos fases e ciclos se encerram


para que outros tenham início. Vamos cumprindo etapas. Mas,
quando a vida é boa, nós não queremos mudar de fase. Podemos
chamar de desejo de eternidade daquele momento.
Tudo o que pensamos que poderia durar um pouco mais, significa
que aquilo nos cativou e desejamos nos manter por ali. Mas
sabemos que a realidade é que os ciclos vão se encerrar e outros
irão ter início.

Ao refletirmos sobre as fases da vida em um determinado momento


chegamos na vida adulta. Você vai, por exemplo, sair da faculdade
para ir para uma pós-graduação. Ao chegar na vida adulta, você vai
começar a busca de um emprego, afinal de contas desde que você
entrou no primário você está sendo preparado para isso. Aqui nos
vem a ideia de que a vida só começa nesse ponto, o que não é uma
verdade, afinal, ela começou lá em sua infância.

Segundo Cortella (2016, p. 84) “claro, todo mundo gosta de fazer o


que gosta. Mas é preciso ter consciência de que no desenrolar da
vida profissional, para fazer o que se gosta, é necessário passar por
etapas não necessariamente agradáveis no dia a dia. O caminho não
é marcado apenas por coisas prazerosas”.

Nesse momento, chega a entrevista de emprego e você vai ser


apresentado ao organograma da empresa. E claro, a área de
Recursos Humanos é a responsável por te apresentar esses tópicos
e tambem por te instigar a responder o que você deseja neste local
de trabalho.

Ao refletir sobre a pergunta, você chega a conclusão de que você


quer crescer dentro daquela empresa. Mas como fazer isso? Você
precisa ter a consciência de que para crescer na empresa é
necessário trazer dinheiro para aquela organização (de preferência,
muito lucro). E, em seguida, você será promovido.

Observe nesse ponto que você volta ao mesmo discurso de quando


você era criança e estava no primário. Você passa a viver a posição
que está agora apenas para chegar no próximo nível. E você começa
a viver sempre pensando no futuro, mais uma vez, sem pensar no
agora.

É importante destacar que esse processo se afunila, ou seja, nem


todo mundo chega no nível mais alto, no cargo de CEO. Nesse
momento, uma reflexão passa na sua cabeça, pois era importante o
trajeto e não o topo.

Viver só até amanhã

Desde o momento em que nascemos somos orientados que a vida é


subdividida da seguinte forma: Primeiro você é criança (a infância).
Posteriormente, vem a fase de transição, chamada de adolescência.
Em seguida, vem a vida adulta, a maior delas. E em seguida, a
melhor idade (terceira idade, caso queira).

Podemos nos perguntar: o que caracteriza cada uma dessas fases?


É o tempo de vida e experiência acumulada? Até que ano vai a
infância? Pronto! Nesse momento já ficamos desorientados e a
resposta não é tão simples. No passado, no século XII a criança era
de um jeito e hoje é outro jeito. Ou seja, com o passar dos anos, esse
entendimento se modificou completamente.

Na literatura, o autor Costa (2000) defende que cada fase da vida


tem o seu propósito e o seu protagonismo, a chamada escada de
participação, conforme visto a seguir.

Escada de participação do jovem

Na fase 1 temos a participação manipulada, onde os adultos


determinam e controlam o que os jovens deverão fazer. Na fase 2
existe a participação decorativa, onde os jovens apenas marcam
presença em uma ação, sem influir no seu curso. Já na fase 3 existe
a participação simbólica, onde a presença dos jovens em uma
atividade serve apenas para mostrar e lembrar os adultos que eles
existem e são importantes. Na fase 4 há a participação operacional e
os jovens participam apenas da execução de uma ação.

Chegamos à fase 5 onde há uma participação planejada e


operacional e aqui, os jovens participam do planejamento e da
execução de uma atividade. Na fase 6 há a participação decisória,
planejadora e operacional e os jovens participam da decisão de se
fazer algo ou não. Já na fase 7 ocorre a participação decisória,
planejadora, operacional e avaliadora, onde além das anteriores, os
jovens também avaliam uma ação. Durante a fase 8 os jovens têm
participação colaborativa plena, participando da decisão do
planejamento, da execução, da avaliação e da apropriação dos
resultados. Chegamos à fase 9, onde existe a participação
plenamente autônoma e os jovens realizam todas as etapas. Por fim,
há a fase 10 e sua participação condutora, onde os jovens realizam
todas as etapas e ainda orientam a participação dos adultos
(COSTA, 2000, p. 89).

Podemos pensar que podem ser características do corpo, que são


imprecisas, assim com o tempo acumulado. Precisamos entender
que cada pessoa é de um jeito, cada evolução e cada corpo tem o
seu tempo. E a velhice? É caraterizada pelo fato de surgirem algum
tipo de queda na mobilidade? Não podemos afirmar, afinal, existem
inúmeros exemplos de pessoas que nos mostram o contrário.

Os critérios são imprecisos e variados, criando uma brecha para que


você possa tomar as rédeas da sua vida, da forma que você bem
entender. Buscando características de cada uma das fases da vida,
conforme você precisa e deseja. As fases da vida devem ser vividas
com autenticidade e de acordo com o que é relevante para si, visto
que elas são imprecisas.

É necessário lembrar de um ponto: divida a vida conforme o seu


entendimento e o seu desejo, pois a vida pode acabar a qualquer
momento. E como dizia o jornalista gaúcho Aparício Torelli, o Barão
de Itararé, “a única coisa que se leva da vida é a vida que se leva”
(CORTELLA, 2016, p. 16).

No ano de 2020 iniciamos uma vida diferente com uma pandemia. O


que nos mostrou que a vida pode acabar a qualquer instante. A
estatística nem sempre vai se aplicar à sua vida e por isso é
importante que você entenda o valor do agora. O agora é o momento
que você tem para colocar todas as suas forças e alegria.

Atividade extra

Nome da atividade: O tempo e a vida

Link para assistir a atividade: https://www.youtube.com/watch?


v=Ek2LmQ5d6Jo

Autoconhecimento
Autoconhecimento

Essa é a minha praia

"Conhece-te a ti mesmo e conhecerás os deuses e o universo" é um


aforismo grego que revela a importância do autoconhecimento. E
apesar de não se ter certeza sobre quem foi o autor desta máxima,
vários autores atribuem a autoria da frase ao sábio grego Tales de
Mileto, já outros, defendem teorias que afirmam que a frase foi dita
por Sócrates, Heráclito ou Pitágoras.

Mas, independentemente da autoria, a frase ficou famosa mesmo na


sua versão encurtada: "Conhece-te a ti mesmo”. E traz como reflexão
central, a ideia de que para alcançarmos o verdadeiro conhecimento
sobre a vida e o mundo, precisamos antes conhecer a nós mesmos.
Se queremos conhecer o mundo à nossa volta, devemos em
primeiro lugar conhecer quem nós somos.

O processo de autoconhecimento é contínuo e nos permite interagir


melhor com o mundo e com as outras pessoas, amplia o horizonte
para um mundo de novas possibilidades. Além disso, ao olhar para si
mesmo, o indivíduo desenvolve sua identidade, e ganhando
consciência de quem se é, consegue se mover de maneira mais
produtiva na sociedade.

Entre os grandes pensadores nesta seara do autoconhecimento


estão Sócrates e Sêneca. O primeiro, dedicou muito tempo tentando
entender a sua própria natureza, afirmando, inclusive, que nenhum
indivíduo era capaz de praticar o mal consciente e propositadamente,
mas que o mal era um resultado da ignorância e falta de
autoconhecimento. Já o segundo, desenvolveu a teoria do “daimon
interior”.

“A palavra “daímôn” é de difícil entendimento devido às


sobreposições de significados que ela recebeu ao longo do tempo na
tradição da antiga Grécia. Na mitologia, pela narrativa do poeta
Hesíodo (750 e 650 a.C.) os daímones foram homens nobres
pertencentes a uma “geração de ouro” que, por determinação de
Zeus, foram transformados em seres imortais e prudentes guardiões,
com a incumbência de vigiar as decisões e ações dos homens
mortais.”¹

Mas apesar dos diversos significados aplicados à palavra “daímôn”,


ela traz sempre o sentido de algo externo que influencia a conduta
humana, porém não necessariamente a determina. Pode-se dizer
que seria uma disposição interior, uma espécie de intuição a respeito
da própria natureza do ser. Uma espécie de bússola para escolhas e
sucesso pessoais. Como dito em aula, conhecer a si mesmo não
basta, há de se ter coragem de apostar na própria natureza.
Somos o que escolhemos para nós

Na Grécia, na cidade de Delfos, em um templo originalmente


dedicado a Apolo (deus da luz, da razão e do conhecimento
verdadeiro) é que foi inscrita, na porta de entrada do Templo de
Delfos, a célebre frase sobre conhecer a si mesmo. E para além das
disputas sobre sua autoria, a tradição nos conta uma história
interessante sobre a inspiração ser atribuída a Sócrates.

Conta-se que ele, assim como muitos na Grécia Antiga, tinha o


costume de consultar o oráculo para se ter acesso à verdade.
Sócrates então, conhecido por sua vasta sabedoria e considerado o
pai da Filosofia, dirigiu-se ao Templo a fim de saber o que era um
sábio e se ele próprio poderia ser considerado um.

O oráculo, por sua vez, ao receber as suas dúvidas, teria


questionado: "O que você sabe?". Sócrates teria respondido "Só sei
que nada sei". O oráculo, ao ouvir a resposta do filósofo, rebateu:
"Sócrates é o mais sábio de todos os homens, pois é o único que
sabe que não sabe." Este diálogo tornou-se bastante significativo no
estudo da Filosofia, pois demonstrou a humildade do sábio diante da
vida.

E a experiência de Sócrates nos permite entender que a postura


assumida por uma pessoa diante da vida diz muito sobre ela mesma.
A maneira como encaramos a existência dita nossas escolhas, e
estas por si só dizem muito a respeito de nós. Quando nos
apresentamos, falamos das nossas escolhas, ou seja, daquilo que é
importante para nós.
O mundo é um espelho

Uma discussão filosófica que reflete e resume o tema aqui estudado,


já foi objeto de análise de vários autores, como Espinosa, Mitchell e
Freud, que seria o conceito chamado de espelho da vida. Trata-se da
teoria que aponta para o entendimento de que ao observarmos o
mundo, vemos a nós mesmos no mundo.

A forma como o mundo se apresenta nos permite descobrir coisas


sobre nós mesmos, como afinidades (vejo alguém cantando e
percebo que gosto de música), apetites (experimento uma maçã e
percebo gostar desta fruta), e desejos (vejo pintura e desejo ser
pintor), por exemplo.

É o que podemos chamar de imediatidade da vida percebida, ou


seja, sem o mundo como é não perceberíamos vários aspectos do
nosso próprio eu.

“A vida é a soma das suas escolhas.”


Albert Camus

¹“A vida é apenas um espelho” – o conceito crítico de vida de


Schopenhauer. Link para
leitura: https://periodicos.ufsc.br/index.php/ethic/article/download/
1677-2954.2012v11nesp1p17/22991/86673
Atividade extra

Assistir ao vídeo: “Sócrates e o Método Socrático”. Link para


acesso: https://www.youtube.com/watch?v=9vbZ9_eBQGQ

Traços Pessoais
Traços Pessoais

O jogo da vida e as suas cestas

Como é bonito poder refletir sobre a vida, não é mesmo? É uma


pena que, muitas vezes, não nos dedicamos muito a essa atividade,
como se fosse um piloto automático. A vida é como se fosse um
grande jogo e existem particularidades que cada um de nós precisa
se preocupar e entender.
Imagine a situação de uma pessoa que jogue basquete, que são
pessoas normalmente mais altas. Pense que um outro jogador, por
circunstância do jogo, esbarra em você e você cai. Nesse ponto, você
resolve sair do jogo, pois não concorda com o que ocorreu. Nesse
momento, você precisa saber que isso é algo natural desse esporte e
que se você se dispõe a jogá-lo, precisa saber que esse risco é
inerente.

Esse exemplo é uma bela metáfora para a vida. Estamos vivendo e


de repente, podem acontecer intercorrências, tal como um problema
de saúde ou até mesmo problemas de relacionamento com outras
pessoas. Em muitos casos, muitas pessoas passam a pensar que
esssas situações não são justas de acontecerem com elas.

Imagine se você “sai do jogo” em situações da vida? Não é possível


fazer isso! Se você se dispôs a jogar o jogo da vida, que é muito
complexo, você deve saber que essas intercorrências fazem parte.
Sim, você deve lutar para melhorar e tentar vencer os obstáculos,
mas não podemos nos queixar de justiça ou injustiça. Você, a rigor,
até pode sair do jogo da vida, já que você tem livre arbítrio e liberdade
para tomar decisões.

Segundo Cortella (2016, p. 16) “Somos seres que têm de construir da


própria realidade. E a noção de trabalho é tão forte entre nós que
perpassa outras esferas da nossa vida. Até a noção que temos de
saúde está ligada à ideia do trabalho. Você só se considera saudável
quando pode voltar a trabalhar e não quando é capaz de passear,
transar, cantar, dançar”.
Devemos diariamente nos decidir por jogar essse jogo, que é
complicado. Todos tem as suas forças e fraquezas, possuindo traços
que são incomparáveis e são só nossos, sendo as nossas armas
contra a agressividade no campo do mundo. Devemos aprender a
lutar com o que temos nas mãos, sem se comparar com o outro e
com o que ele tem.

A realidade é que você possui os seus atributos e é com eles que


você deve insistir em continuar jogando. O estudo auxilia e muito
nesse ponto, pois você estará desenvolvendo as suas armas para
poder enfrentar os desafios futuros.

Arroz sem ovo

A vida possui muitos valores e um dos traços que mais encantam as


pessoas no jogo da vida são os prazeres. Os prazeres muitas vezes
são vistos como algo ruim de ser compartilhado. Apesar de ser muito
bom, as pessoas não querem saber sobre detalhes e dos prazeres
que você gosta.

Epicuro, sábio grego, nos dizia que o grande valor da vida é o prazer.
Naquela época, a doutrina de Epicuro surgiu em um momento de
grande insatisfação com as condições das Cidades-Estados da
Grécia. Durante esses anos, o poder se concentrava nas mãos de
poucos, a chamada arisocracia, público que entendia que os
prazeres advinham apenas da riqueza (CABRAL, 2021).
Epicuro criou então a sua teoria de que devemos ter uma reflexão
interior para buscar a verdadeira felicidade e não associá-la a
supertições e bens materiais (CABRAL, 2021). Em português, a
palavra para esse valor da vida é o hedonismo. Dessa forma temos
uma dicotomia: Teve prazer, valeu viver; Não teve prazer, não valeu
viver.

Destaca-se aqui que a ideia de Epicuro não é incentivar você a fazer


o que bem entender. Mas sim, obter o prazer de forma constante,
para que você se sinta bem e com tranquilidade. “A felicidade é
alcançada por meio do controle dos medos e dos desejos, de
maneira que seja possível chegar à ataraxia, a qual representa um
estado de prazer estável e equilíbrio e, consequentemente, a um
estado de tranquilidade e a ausência de perturbações, pois, conforme
Epicuro há prazeres maus e violentos, decorrentes do vício e que são
passageiros, provocando somente insatisfação e dor” (CABRAL,
2021, s.p.).

Não podemos nos deixar nos atormentar pelas mazelas do mundo e


conforme Epicuro, devemos ter tranquilidade da alma. Dessa forma,
você não se abala por tudo que é muito, seja muito ruim, seja muito
bom. Conforme os ensinamentos de Epicuro, para alcançar a
felicidade existem 4 remédios (CABRAL, 2021):

1. Não se deve temer os deuses;

2. Não se deve temer a morte;

3. O bem não é difícil de se alcançar;


4. Os males não são difíceis de suportar.

O prazer não pode destruir a capacidade de ter prazer amanhã, pois


eu preciso cuidar para que ela tenha frequência. Devemos ter prazer
com o que é simples, com o que é fácil de encontrar, fazendo parte
da vida.

O sábio é aquele que tem prazer com o que é simples e que está ao
seu alcance. Todos temos traços pessoais e cada um de nós temos
prazeres com coisas e situações distintas, sendo próprio, ou seja, de
cada ser humano. Nesse ponto é importante destacar que o seu
prazer não pode (ou deveria poder) ser imposto ao outro.

A virtude subordinada ao prazer pode ser alcançada por meio dos


seguintes itens (CABRAL, 2021, s.p):

 Inteligência: a prudência, o ponderamento que busca o verdadeiro


prazer e evita a dor;

 Raciocínio: reflete sobre os ponderamentos levantados para


conhecer qual prazer é mais vantajoso, qual deve ser suportado, qual
pode atribuir um prazer maior, entre outros.

 Autodomínio: evita o que é supérfluo, como bens materiais, cultura


sofisticada e participação política;
 Justiça: deve ser buscada pelos frutos que produz, pois foi estipulada
para que não haja prejuízo entre os homens.

A oitava pamonha

Cada um de nós temos a própria vida, de forma que não irá


acontecer da mesma forma novamente. Você é o que é agora, assim
como o mundo que o cerca e isso não se repetirá. Mesmo quando
estamos frente a frente com outra pessoa, cada uma tem a sua
perspectiva e cada uma vê o mundo da sua forma. A vida é inédita!

Por mais que pareça que todos nós passamos pelas mesmas coisas
e temos acesso as mesmas situações, cada um de nós tem as suas
peculiaridades. Nós somos resultado das nossas experiências.

Nós vamos nos transformando a cada experiência que passamos e


não somos mais os mesmos ao fim de cada uma delas. Estamos
sempre em transformação!

Ninguém vive no mundo como nós, somos únicos e estamos sempre


em fluxo. Conforme Costa (2010), devemos ter protagonismo em
nossa vida, pois é essa atitude que nos gera automomia,
autoconfiança e autodeterminação, auxiliando na construção do
nosso projeto de vida.

A sabedoria de ontem, nem sempre se encaixa para a vida de hoje.


E é isso que torna a vida sagrada e maravilhosa. Não existem
fórmulas para a felicidade e cada resultado é inédito, sendo assim,
sempre haverá uma nova sabedoria para uma vida renovada.

Valores
Valores

Geraldo e o tre-le-lê

Em Sócrates e Aristóteles vemos a ideia de que a vida que vale a


pena é a vida que compensa todas essas misérias e tristezas
humanas, através do pensamento e de escolhas chamadas
virtuosas. É aquela em que, o positivo compensa o negativo, por
meio da conduta sábia do indivíduo, encontrando assim valor nas
coisas, nas pessoas e na própria existência.

Mas o que seria este valor?

Segundo o dicionário da Língua portuguesa, em termos filosóficos,


podemos significar a palavra como “propriedade ou carácter do que
é, não só desejado, mas também desejável”, ou ainda, como “as
próprias coisas desejáveis, sendo os principais valores o verdadeiro,
o belo, o bem”. O vernáculo traz também uma definição que é
estimativa “valor que se calcula pelo apreço ou estima que se tem
um objeto”. ¹

A Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura define:

“Um valor é sempre uma relação entre um objeto e um padrão


utilizado pela consciência que avalia uma ação realizada ou a
realizar. No aspecto filosófico, e pela análise de nossas atitudes
práticas (não-teoréticas) e pela reflexão sobre as mesmas que
conseguimos atingir a consciência do valor na sua essência. A
questão sobre a natureza da moralidade, da arte e da religião
conduz, por esta perspectiva, à essência dos valores éticos, estéticos
e religiosos.” ²

Logo, percebemos que para esta aula, dentre todas as definições


possíveis para a palavra valor, nos interessa refletir sobre aquela que
expressa um juízo subjetivo feito pelo ser humano. Cabe pensarmos
aqui sobre a relação que estabelecemos com o mundo. Sobre como
o valor das coisas tem a ver conosco, sobre como atribuímos valor a
tudo, independentemente de haver um valor intrínseco em cada
coisa ou acontecimento.
A árvore vale para um viajante porque faz sombra; o anel barato vale
para a neta, porque lembra a avó que o deu; e assim vamos
atribuindo valor a cheiros, memórias, objetos e relações, de acordo
com o que nos importa.

Machado "goela baixo”

Outro ponto de reflexão que se estabelece, está no fato de que,


apesar de atribuirmos valor de acordo com o que é importante para
nós, não é sempre que conseguimos sustentar essa escolha perante
o mundo. Temos a necessidade de nos enquadrarmos na sociedade
em que vivemos, nos grupos a que pertencemos e, por vezes, o
desejo individual é colocado de lado por isso. E então, já não se
declara preferência, renuncia-se ao desejo, submete-se ao valor dos
outros, do grupo.

A História mostra que através do valor estabelecido socialmente é


que se estrutura a dominação. O filósofo francês, Michel Foucault,
ensina que o poder é uma prática social constituída historicamente.

“As relações de poder, seja pelas instituições, escolas, prisões, foram


marcadas pela disciplina e por ela que as relações de poder se
tornam mais facilmente observáveis, pois é por meio da disciplina
que estabelecem as relações: opressor-oprimido, mandante-
mandatário, subordinador-subordinado etc. Trata-se de uma relação
assimétrica que institui a autoridade e a obediência, e não como um
objeto preexistente em um subordinador. Trata-se de uma
concepção do poder que se irradia da periferia para o centro, de
baixo para cima, que se exerce permanentemente, dando
sustentação à autoridade.” ³

Descomplicando o complexo

A subjetividade da atribuição de valor muitas vezes conflita com a


realidade e o funcionamento da vida. Como dito em aula, em
diversas situações, a nossa perspectiva de valoração não condiz com
as regras e determinações sociais, como diz o professor Clóvis de
Barros: o gabarito não bate! E como exemplo, podemos citar as
pessoas consideradas excelentes em seus afazeres que, a despeito
de seus esforços e perícia, não alcançam seus intentos, ou seja, o
incrível técnico de futebol que perde o campeonato, a bailarina
espetacular que perde o concurso de dança ou exímio aluno que não
recebe boa nota na prova.

Da mesma forma que é correto dizer que valoramos as coisas do


mundo a partir da nossa própria perspectiva, também se pode afirmar
que o valor extrínseco (convencionado socialmente) delas oscila de
acordo com quem as valora. E nada mais coerente com uma
sociedade competitiva do que o poder da determinação final a
respeito daquilo que tem ou não valor.

São muitas as perspectivas e variáveis sobre o assunto e, por isso,


cabe destacar sua complexidade com a ajuda do pensador Edgar
Morin:

“Segundo Edgar Morin (Introdução ao Pensamento Complexo,


1991:17/19): "...a complexidade é efetivamente o tecido de
acontecimentos, ações, interações, retroações, determinações,
acasos, que constituem o nosso mundo fenomenal. Mas então a
complexidade apresenta-se com os traços inquietantes da confusão,
do inextricável, da desordem no caos,da ambigüidade, da incerteza...
Daí a necessidade, para o conhecimento, de pôr ordem nos
fenômenos ao rejeitar a desordem, de afastar o incerto, isto é, de
selecionar os elementos de ordem e de certeza, de retirar a
ambigüidade, de clarificar, de distinguir, de hierarquizar... Mas tais
operações, necessárias à inteligibilidade, correm o risco de a tornar
cega se eliminarem os outros caracteres do complexus; e
efetivamente, como o indiquei, elas tornam-nos cegos."

¹ https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/valor.

² Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura.


³ https://cafecomsociologia.com/o-poder-em-michael-foucault/

Atividade extra

Nome da atividade: Fidelidade aos Próprios Valores

Link para assistir a atividade: https://www.youtube.com/watch?v=R-


EiXK_EFnA

Referência Bibliográfica

BARROS FILHO, Clóvis. A Felicidade é Inútil. Ed. Citadel. São Paulo.


2019.

BARROS FILHO, Clóvis. CALABREZ, Pedro. Em Busca de Nós


Mesmos. Ed. Citadel. São Paulo. 2017.

BARROS FILHO, Clóvis. KARNAL, Leandro. Felicidade ou Morte -


Col. Papirus Debates. Ed. Papirus 7 Mares. São Paulo. 2016.
BARROS FILHO, Clóvis. MEUCCI, Arthur. A Vida que vale a pena
ser vivida. Ed. Vozes. São Paulo. 2014.

BARROS FILHO, Clóvis. PONDÉ, Luiz Felipe. O Que Move As


Paixões. Ed. Papirus 7 Mares. São Paulo. 2017.

FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. Organização e tradução


de Roberto Machado. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1979.

Planejamento
Planejamento

A areia e o caminhãozinho

O mundo vem passando por diversas modificações nos últimos anos


e muitas vezes, não temos consciência de como tudo está
acontecendo de forma rápida. Diante dessa velocidade, é importante
relembrar que os valores são o fazem valer a vida que levamos. Nós
conversamos até aqui sobre metas e objetivos, mas você precisa
pensar em como alcançá-los. A partir do momento que esse objetivo
é alcançado, ele é destruído. Restando portanto, a definição de
novas metas e novos objetivos. Sendo assim, podemos entender que
ao conseguir conquistar a meta traçada, ela passa a deixar de existir,
estando cumprida.

O planejamento da vida é muito importante para todos nós, traçando


sempre objetivos e metas. Os objetivos devem ser alvos específicos
e capazes de serem mensuráveis. São de longo prazo e possuem
uma finalidade. Um objetivo é composto por metas para onde você
deve direcionar os seus esforços. Sendo assim, a meta corresponde
aos pontos estipulados que se relacionam com o caminho, sendo de
curto prazo (CERTO; PETER, 2005).

As metas e objetivos devem ser alcançáveis, ou seja, estarem dentro


do seu alcance, porque se não, você ficará sempre frustrado. Não
podem ainda estar muito próximos ou fáceis, pois devem estimular o
seu crescimento, busca pelo mérito e desenvolvimento de
competências. A ideia é que as metas e objetivos não sejam nem tão
fáceis e nem tão difíceis, sendo razoáveis.

As metas e objetivos devem ser estabelecidos levando-se em conta


o meio termo: você pode ser vitorioso, se e somente se houver
crescimento e aperfeiçoamento de si.

Raramente as metas e objetivos dependem apenas de você. As


grandes metas e objetivos normalmente são construídas em equipe,
de forma coletiva, como por exemplo, dentro das organizações. Os
objetivos coletivos são entendidos como maiores do que aqueles
estritamente individuais.

Para planejar de forma eficaz, você deve conseguir estabelecer


metas e objetivos de forma coletiva, levando-se em conta as tarefas e
as expertises individuais. Afinal, uma meta e um objetivo serão mais
legítimos se conquistarem o sucesso de todos.
Amarrar para conhecer

“Para onde vou agora? O que faço da minha vida? O que é


essencial? Sabendo que a morte é tão próxima a todos, como
alcançar o essencial? Você está realizando todo o seu potencial, a
cada instante? Tempo rapidamente se esvai e oportunidade se
perde” (GUIMARÃES, 2020, p. 20).

Com essas perguntas e reflexões iniciamos esse estudo, sabendo


que precisamos ter objetivos inteligentes e que possam ser
alcançados. Os caminhos a serem escolhidos são inúmeros e o
planejamento implica em escolhas. Essas escolhas requerem
atribuição de valores e nem sempre o que é mais rápido, é mais
econômico.

Para que seja possível escolher o melhor caminho, você precisa


definir as variáveis que podem interferir no percurso. A essas
variáveis chamaremos de estudos. A eficiência a ser conquistada no
caminho dependerá da qualidade do seu estudo e do conhecimento
das variáveis que incidem sob o seu projeto de vida. O mapeamento
das variáveis e o estudo adequado são condição do sucesso de um
bom planejamento.

A raposa e o caminhar
Um homem vinha caminhando pela floresta quando viu uma raposa
que perdera as pernas, e perguntou-se a si mesmo como ela faria
para sobreviver.

Viu então um tigre se aproximando com um animal abatido na boca.


O tigre saciou a sua fome e deixou o resto da presa para a raposa.

No dia seguinte, Deus alimentou a raposa usando o mesmo tigre.

O homem maravilhou-se da grandiosidade de Deus e disse a sí


mesmo:

- Também eu irei me recolher num canto, com plena confiança em


Deus, e ele há de prover tudo o que eu precisar!

Assim fez. Mas durante muitos dias nada aconteceu. Estava já quase
às portas da morte quando ouviu uma voz:

- Ó, tú que estás no caminho do erro, abre os olhos para a verdade!


Siga o exemplo do tigre valoroso e pare de imitar a raposa aleijada!”

Fonte: Revide, 2013.

O instinto é uma resposta rápida e mecânica a um estímulo. Os


animais são instintivos, já o homem não, pois não temos resposta
rápida ao estímulo. Então, como é possível observar no texto
anterior, não é possível que você fique esperando tudo “cair do céu”.
Você é um ser humano e é convidado todos os dias a pensar para
viver. Essa atitude é um planejamento, pois o nosso pensamento é
para melhor agir em nossa vida.

Os meios e os fins estão no planejamento e o ato de planejar nada


mais é do que a articulação inteligente para interligar meios e fins. As
estratégias são os meios e os propósitos são os fins. O planejamento
é capaz de alinhar os meios e os fins.

Podemos destacar nesse ponto dos seus estudos que não há uma
única maneira de atingir objetivos ou de entender o mundo e resolver
problemas. Há uma quantidade infinita delas. Como seres humanos
que somos, saberemos mapear as possibilidades.

O instinto oferece um caminho, mas a humanidade não tem um


caminho pronto e estabelecido. Para o homem, o caminho se faz
caminhando. O planejamento é feito planejando. A execução é feita
executando. E a vitória se conquista ganhando. Cada passo que
escolhemos dar, nos cria infinitas possibilidades, não havendo
apenas um caminho a ser seguido. Diante da infinidade de
possibilidades, como visto até aqui, o homem deve definir a sua,
tomando decisões. O caminho é então feito no ato de caminhar.
Atividade extra

Nome da atividade: O poder de assumir nossas escolhas.

Link para assistir a atividade: https://www.youtube.com/watch?


v=xjF_5wEQ4RI

Atividade extra

Nome da atividade: Livro

Leia o livro Primeiro o mais importante, Stephen R. Covey, Editora


Sextante.
Referência Bibliográfica

COVEY, Stephen R., Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes.


São Paulo:Editora Best Seller, 1999, 2a ed.

BARBOSA, Christian, A tríade do tempo, Rio de Janeiro: Editora


Sextante, 2011.

BARBOSA, Christian, 60 estratégias práticas para ganhar mais


tempo, Rio de Janeiro: Editora Sextante, 2013.

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