Gestão de Riscos

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Nome do estudante: Fernando Joaquim Pacheco

Código:
Disciplina: Gestão de Riscos Ambientais
Título: Factores que influenciam a exposição das populações moçambicanas às inundações
nas zonas urbanas.

1. Introdução
As inundações são um dos principais desastres naturais que afectam a população urbana em
Moçambique, causando perda de vidas, danos materiais e deslocamento de pessoas. Segundo a
Organização Mundial da Saúde (OMS, 2016) citado por Matlombe (2019), as inundações são
responsáveis por 20% das mortes e 40% das mortes causadas por desastres naturais em
Moçambique. A gestão do risco de inundações é fundamental para reduzir esses impactos
negativos e garantir a segurança das populações (Vasconcelos, et al., 2007).

1.1. Objetivos
1.1.1. Geral

• Analisar os fatores que influenciam a exposição das populações moçambicanas às


inundações urbanas, visando melhorar a gestão de risco.
1.1.2. Específicos

• Avaliar o impacto da participação comunitária na gestão de risco de inundações;


• Identificar os principais fatores de vulnerabilidade das populações urbanas às inundações;
• Descrever um modelo integrado de gestão de risco de inundações, com foco na
capacitação das comunidades e na coordenação entre os diferentes atores envolvidos.

1.2. Metodologia
A metodologia do trabalho consiste em uma pesquisa bibliográfica rigorosa, analisando fontes
acadêmicas (utilizando artigos científicos, dissertações, livros, e páginas de instituições públicas
e privadas) e oficiais para colecta de dados e informações relevantes.

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2. Factores que influenciam a exposição das populações moçambicanas às inundações
nas zonas urbanas.
2.1. Avaliação da Importância e do Papel da Participação das Comunidades
Vulneráveis na Gestão de Risco de Inundações na Província de Nampula
A participação das comunidades vulneráveis desempenha um papel fundamental na gestão eficaz
do risco de inundações na província de Nampula, Moçambique. De acordo com Vasconcelos et
al. (2007), integrar a participação dessas comunidades na gestão dos riscos de inundação pode
contribuir para a redução de conflitos entre elas e as entidades locais, além de promover uma
cooperação mais sólida entre os envolvidos, o que permite uma tomada de decisão mais racional
e participativa na definição de medidas de prevenção e mitigação resilientes ao risco.

A participação das comunidades vulneráveis em Nampula é importante para a gestão do risco de


inundações, conforme afirmado por Matlombe (2019). Esta gestão é uma estratégia
descentralizada que envolve a participação de diversos atores sociais, incluindo as comunidades
locais, as autoridades públicas e outros atores sociais. A participação dessas comunidades é
essencial para definir e implementar medidas resilientes para a gestão dos riscos de inundações,
integrando perspectivas locais e reduzindo conflitos entre as comunidades afetadas e as entidades
locais.
2.2. Vulnerabilidade das Populações ao Risco de Inundações
A análise da vulnerabilidade das áreas frente ao risco de inundações é um passo crucial para uma
gestão eficaz desses eventos em Moçambique. Conforme destacado no estudo de Matlombe
(2019), as mudanças climáticas têm aumentado a incidência de desastres naturais, tornando
Moçambique um dos países mais suscetíveis a esses fenômenos. Especialmente nas zonas
urbanas, a população enfrenta desafios significativos devido à escassez de habitações resistentes,
à ocupação de áreas sujeitas a inundações e à carência de infraestrutura adequada.

Ademais, a pesquisa de Afonso (2020) ressalta que os distritos costeiros das províncias de Sofala
e Zambézia destacam-se pela sua vulnerabilidade a danos provocados por ciclones e inundações.
Isso se deve à combinação de baixas altitudes e elevada densidade populacional nessas áreas.
Esses fatores fundamentais contribuem para a fragilidade dessas regiões frente a eventos

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climáticos extremos, sublinhando a importância de identificar e abordar a vulnerabilidade das
áreas expostas ao risco de inundação.

Portanto, a identificação da vulnerabilidade das populações moçambicanas ao risco de


inundações é essencial para a implementação de medidas de prevenção e mitigação eficazes. Isso
não só visa proteger as comunidades vulneráveis, mas também busca reduzir os impactos
negativos desses eventos sobre a população em geral.

(a) (b)
Figura 1: (a) Inunaçoes de casa por conta das chuvas e cheias; (b) Aglomeramento de pessoas em
zonas de ajuda seguras por contas da distribuçao de casas por ciclones. Fonte: (Matlombe, 2019).

2.3. Modelo de Gestão de Risco de Inundações


A gestão do risco de inundações requer um processo participativo que envolva todas as partes
interessadas, desde as comunidades locais até as autoridades públicas e atores sociais. Como
destacado pela APFM (2006), ações para reduzir o risco de inundação devem ser desenvolvidas
por meio de um processo participativo que abranja todas as regiões, cidades e comunidades
locais.

O modelo de gestão de risco de inundações deve abranger as seguintes etapas (Vasconcelos, et


al., 2007):
• Avaliação do Risco de Inundações: Esta etapa envolve a identificação das áreas
vulneráveis, análise da probabilidade e magnitude das inundações, e avaliação dos
potenciais impactos.

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• Planejamento e Implementação de Medidas de Prevenção e Mitigação: Nesta fase,
são definidas ações estruturais, como a construção de diques e barragens, e não
estruturais, como o zoneamento de áreas de risco e sistemas de alerta precoce, para
reduzir o risco de inundações;
• Monitoramento e Avaliação Contínua: É essencial acompanhar a eficácia das medidas
implementadas, realizando ajustes no modelo de gestão conforme necessário para
garantir sua eficácia ao longo do tempo;
• Fortalecimento da Capacidade Institucional e Comunitária: Esta etapa envolve a
capacitação de técnicos e líderes comunitários para a gestão do risco de inundações, além
de promover a participação social nas decisões relacionadas à gestão de desastres.

Este modelo de gestão integrada e participativa é crucial para reduzir a vulnerabilidade das
populações moçambicanas às inundações e para aumentar a resiliência das comunidades diante
desses eventos.

3. Conclusão
Com base nos objetivos estabelecidos, conclui-se que analisar os fatores que influenciam a
exposição das populações moçambicanas às inundações urbanas é essencial para melhorar a
gestão de risco. A participação comunitária, a identificação dos fatores de vulnerabilidade e a
descrição de um modelo integrado de gestão de risco de inundações são passos cruciais nesse
processo. Essas medidas visam fortalecer a resiliência das comunidades urbanas moçambicanas
diante desses desafios.

4. Bibliografia
1. Afonso, A. (2020). Análise das Áreas Vulneráveis ao Risco de Inundações no Posto
Administrativo Urbano de Chiveve-Cidade da Beira com recurso à SIG. ResearchGate.
2. Vasconcelos, et al. (2007). A gestão integrada do risco de inundação e das comunidades.
Redalyc.
3. APFM (2006). A gestão do risco de inundação. APFM.
4. Matlombe, LF (2019). Participação das Comunidades Vulneráveis na Gestão do Risco de
Inundações no Baixo Limpopo - Moçambique. Universidade de Lisboa.

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