Experimento de Michelson-Morley

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LUCAS EVANGELISTA SITA

EXPERIMENTO DE MICHELSON-MORLEY

LONDRINA – PR
2015
1

RESUMO

Em 1887, Michelson e Morley realizaram uma experiência de grande


importância para a física. O experimento teve a intenção de estudar o
movimento da Terra em relacão ao referencial do éter. A prática apresentada
neste trabalho, tem como objetivo, através de simulação computacional,
demonstrar o experimento de Michelson-Moley e mostrar os resultados obtidos
e esperados para aquela época.
2

SUMÁRIO

1 - INTRODUÇÃO.........................................................................................................03
1.1 Interferômetro 03

2 - MATERIAIS............................................................................................................ 05

3 – PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ...........................................................................05


3.1 - Procedimentos realizado em laboratório 05
3.1.1 - Experimento I: Expected Results06
3.1.2 - Experimento II: Actual Results 06

4 – RESULTADOS E DISCUSSÕES................................................................................06
4.1 - Experimento I 06
4.2 - Experimento II 07

5 - CONCLUSÃO..........................................................................................................09

6 - Bibliografia 10
3

1. INTRODUÇÃO

Em meados do século XIX, muitos cientistas acreditavam na existência


do éter, um meio de propagação da luz, onde sua velocidade tem um módulo
com valor numérico C (3 . 108 m/s.), prevista pelas equações de Maxwell e
determinada experimentalmente.[1]
Se um referencial absoluto existisse (éter), deveria ser possível, por
experiências de propagação da luz, detectar um movimento retilíneo uniforme
em relação a ele. Utilizando a lei de Galileu de composição de velocidades, a
velocidade da luz num referencial em movimento relativo ao éter deveria ser
diferente em direções diferentes. [2]
A ideia básica da experiência de Michelsn-Morley era medir a velocidade
da luz em duas direções perpendiculares a partir de um sistema de referência
fixo à Terra. O fato de que a velocidade da Terra em relação ao éter é pequena
comparada à velocidade da luz em relação ao éter, a diferença esperada entre
as duas velocidades da luz também seria pequena. Com isso, Michelson e
Morley construíram um equipamento suficientemente sensível para detectar e
medir esta diferença, o interferômetro. [1]

1.1 Interferômetro de Michelson-Morley

No interferômetro de Michelson-Morley, uma fonte de luz emite um feixe


de ondas primárias sob um espelho semitransparente (divisor de ondas), onde
as mesmas são divididas em ondas secundarias (possuem a mesma estrutura
das ondas primárias) que incidem em um espelho perpendicular ao plano.
Estes feixes são então refletidos e voltam para o divisor de ondas que
posteriormente interagem e sofrem interferência construtiva ou
destrutivaenquanto são desviados para o detector, formando um padrão de
interferência. [3]. O padrão criado depende do tempo que a luz demorou a
percorrer o espaço desde que se separaram os feixes, até se recombinarem.
Se a Terra esta se movendo no éter, o feixe paralelo ao vento do éteriria se
mover mais lentamente do que o feixe perpendicular, e verificaria esses efeitos
na mudança da posição das franjas de interferência.
Se o éter estivesse em posição estacionaria em relação ao sol, iria se
esperar que houvesse um desvio de 4% de uma franja.

Figura 1 - Esquematização do interferômetro de Michelson-


Morley.
4

Sendo ⃗v a velocidade da Terra em relação ao éter, temos do espelho 1:


2 2 2
c =v ' + v (1)


2
v
v ' 2=c 2−v 2 v '=c 1− 2
(2)
c

onde v ' é a velocidade relativa de propagação da luz.


Sendo l a distância do espelho semi-reflexivo até o espelho A, o tempo
gasto para a luz percorrer o percurso e voltar ao anteparo será:

2l 2l
t 1= t =


v' 1 v2 (3)
c 1− 2
c

No espelho 2, o tempo será:

l l
t 2= + (4)
c−v c+ v

tirando o mínimo entre as frações e simplificando os termos obtemos:

2l
t 2=
c 1−
( ) v2
c2
(5)

A diferença de tempo entre t 2 , t 1 é:

2l 2l
∆ t= −

( ) √
2
v v2 (6)
c 1− 2 c 1− 2
c c

como v ≪ c podemos utilizar uma expansão do tipo ( 1 ± x )n=1 ± nx , então


podemos escrever ∆ t como:

[( ) ( )]
2 2
2l v v
∆ t= . 1+ 2 − 1+ 2 (7)
c c 2c

2
l.v
∆ t= 3 (8)
c

A diferença de trajetória d corresponde a diferença de tempo entre os


dois caminhos.

d=c . ∆ t (9)

que também pode ser escrita como:


5

d=n . λ (10)

Com essa ultima igualdade podemos estimar a velocidade relativa, e


com isso a velocidade do vento do éter, através das distâncias das franjas de
interferência, como já mencionado anteriormente.

2. MATERIAIS

Os materiais utilizados no interferômetro de Michelson-Morley, como


descrito no esquema da figura (1) foram:
 1Espelho semitransparente (divisor de feixes)
 2 espelhos planos (1 e 2)
 1 fonte de luz coerente
 1 anteparo para visualização

3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

O interferômetro de Michelson-Morley foi montado sobre uma plataforma


de granito, flutuando em mercúrio a fim de uma maior estabilidade quando o
aparato se movesse em diferentes ângulos. O experimento é iniciado quando a
fonte te luz coerente é ligada, a mesma incide sobre um espelho
semitransparente, com o intuito de dividir o feixe, que incide sobre o espelho 1
e 2 e volta para o anteparo, o distanciamento das franjas de interferência é
visto no anteparo e por fim medido. A distância entre as franjas foi medida para
pequenas rotações da plataforma, intervalos de 10º até 180º.

3.1– Procedimento realizado em laboratório:

Através de simulação computacional foi possível realizar o experimento


de Michelson-Morley, disponível no site KCVS – “The King’s Centre for
Visualization in Science”, na opção Visualizations, Special Relativity, no The
Michelson-Morley Experience, Run Applet, Start.
Foram realizados dois experimentos, um com os resultados esperados
por Michelson e Morley (Expected Results) e outro para os resultados obtidos
(Actual Results).
6

3.1.1 –
Figura 2 - Tela de simulação do experimento de Michelson-Morley

Experimento I :Expected Results

Com a tela de simulação aberta, escolher a opção Expected Results.


Clicando no botão Light On, uma fonte de luz coerente é ligada, que após
incidir sobre os espelhos 1 e 2 sofrerá interferência. Após ligada a fonte de luz,
é possível ver que o aparato encontra-se em Rotação 0º (Rotation 0). Na parte
direita da tela, em Interference Fringes (Franjas de interferência), deve-se
posicionar (com o mouse) a flecha focal no meio de uma franja. A opção
Record Data é acionada para salvar os dados quando a plataforma sofre
rotação culminando no deslocamento da franja.
O processo foi repetido três vezes, [B],[C] e [D], todas alterando a
rotação da plataforma em 10º até atingir 180º. Os dados podem ser
visualizados em Options, Expected Evidence.

3.1.2 – Experimento II :Actual Results

Com a tela e simulação aberta, escolher a opção Actual Results. Repetir


o processo de obtenção de dados do experimento I. Para visualizar visualizá-
los, clicar na aba Options e Actual Evidence.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 –Experimento I
O comprimento de onda (λ) emitido pela luz polarizada é 589 nm e a
velocidade do vendo do éter ( v ' ) é 30 km/s. A tabela 1 mostra os dados obtidos
para as três repetições da simulação para Expected Results.

Rotation (º) Expected Fringe (λ) Expected Fringe (λ) Expected Fringe (λ)
[B] [C] [D]
7

0 0 0 0
10 0 0,02 0,02
20 0,03 0,05 0,05
30 0,1 0,11 0,1
40 0,13 0,18 0,16
50 0,21 0,22 0,22
60 0,25 0,27 0,29
70 0,33 0,32 0,33
80 0,35 0,37 0,37
90 0,38 0,38 0,4
100 0,37 0,37 0,37
110 0,35 0,32 0,33
120 0,29 0,27 0,29
130 0,22 0,24 0,22
140 0,14 0,14 0,16
150 0,1 0,1 0,1
160 0,06 0,06 0,05
170 0,02 0,02 0,02
180 0 0 0
Tabela 1- Dados obtidos através da simulação computacional, processo repetido três vezes.

Para melhor entendimento dos dados obtidos, o gráfico 1 mostra o


deslocamento da franja versus o ângulo de rotação da plataforma.

0,5

B
0,4 C
D
D eslocam ento da franja 

0,3

0,2

0,1

0,0

0 40 80 120 160 200

R otaçao (‫)؛‬

Gráfico 1 – Dependência do deslocamento da franja esperada (ExpectedFringe)


versus rotação aplicada na plataforma.
8

4.2 – Experimento II

O comprimento de onda (λ) emitido pela luz polarizada é 589 nm e a


velocidade do vendo do éter ( v ' ) é 30 km/s. A tabela 1 mostra os dados obtidos
para as três repetições da simulação para Actual Results.
.

Tabela 2 - Dados obtidos através da simulação computacional, processo repetido três vezes.

Actua lFringe (λ) Actual Fringe (λ) Actual Fringe (λ)


Rotation (º)
[B] [C] [D]
0 0 0,02 -0,02
10 0,02 0,02 -0,02
20 0,03 0,02 0,03
30 0,02 0,03 -0,02
40 0,03 0,01 -0,01
50 0 0,02 0,02
60 0,05 0,02 -0,02
70 0,03 0,03 0,02
80 0,03 0,03 -0,01
90 0,05 0,02 0,02
100 0,02 0,02 0,02
110 0 -0,02 0,03
120 0,02 -0,01 -0,02
130 0,03 0,04 0,01
140 0 0,01 0,03
150 0 0,02 -0,01
160 0,03 0,04 0,02
170 0,03 0,03 -0,01
180 0,03 0,03 0,02
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Para melhor entendimento dos dados obtidos, o gráfico 1 mostra o


deslocamento da franja versus o ângulo de rotação da plataforma.

0,5

B
0,4 C
D
D eslocam ento da franja (  )

0,3

0,2

0,1

0,0

0 40 80 120 160 200

R otaçao (‫)؛‬

Gráfico 2 – Dependência do deslocamento da franja esperada (Actual Fringe) versus


rotação aplicada na plataforma.

É possível observar uma diferença muito grande entre o esperado e o


obtido, o gráfico 3 mostra a superposição de dos gráficos 1 e 2.
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0,5
Actual Fringe [B]
Actual Fringe [C]
Actual Fringe [D]
0,4 Expected Fringe [B]
Expected Fringe [C]
D eslocam ento da franja 

Expected Fringe [D]

0,3

0,2

0,1

0,0

0 40 80 120 160 200

R otaç‫م‬o (‫)؛‬

Gráfico 3 - Sobreposição dos gráficos 1 e 2 (Dados esperados versus dados obtidos).

5. CONCLUSÃO

Com a sobreposição dos gráficos 1 e 2 (Gráfico 3), é possível observar


uma notável diferença entre os resultados esperados e obtidos. Tais resultados
chamaram a atenção da maioria dos físicos, que por sua vez, tentaram explicar
de forma consistente os resultados obtidos por Michelson e Morley. Uma das
teorias que tentava explicar era a “teoria da emissão”, nesta teoria, as
equações de Maxwell são modificadas de forma que a velocidade da luz fique
associada à velocidade de sua fonte, mas foi rejeitada, pois estrava em conflito
com medidas astronômicas relativas a estrelas binárias.
Portando, todas as evidências levaram a crer que não há o referencial
absoluto, ou referencial do éter, desta forma podemos concluir que a
velocidade da luz independe do movimento da fonte ou do observador.
11

6. BIBLIOGRAFIA

[1] Eisberg, R. M., Resnick, R., Física Quântica: Átomos, Moléculas, Sólidos e
Partículas, Editora Campus, 1979.

[2] NUSSENZVEIG, H.M. – Curso de Física Básica 4 –Ótica, Relatividade e


Física Quântica – São Paulo: Edgard Blücher LTDA, 1ªEdição,1998.

[3] http://interferometro-webduino.blogspot.com.br/p/o-que-e-interferometro.html

Figura 1: http://pt.wikipedia.org/wiki/Interfer%C3%B4metro_de_Michelson

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