Constipação Intestinal SBP

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Departamento Científico de Gastroenterologia (gestão 2022-2024) • Sociedade Brasileira de Pediatria

Guia Prático de Orientação


Departamento Científico de
Gastroenterologia (gestão 2022-2024)

Nº 144, 04 de Abril de 2024

Constipação intestinal

Departamento Científico de Gastroenterologia (gestão 2022-2024)


Presidente: Cristina Helena Targa Ferreira
Secretária: Elisa de Carvalho
Conselho Científico: Amália Maria Porto Lustosa, Caroline Sales de Souza,
Maria do Carmo Barros de Melo, Marise Helena Cardoso Tófoli,
Mauro Batista de Morais, Roberta Paranhos Fragoso, Rose Terezinha Marcelino

Relatores: Mário César Vieira e Gabriela Guimarães Vieira

O hábito intestinal normal na criança é muito tórios pediátricos e até 25% das consultas nos
variável, mas o número de evacuações tende a serviços de gastroenterologia pediátrica.3
reduzir com a idade, ocorrendo em média quatro
vezes ao dia em lactentes; duas vezes ao dia em A constipação intestinal funcional é o diag-
crianças de até dois anos e uma vez ao dia após nóstico mais frequente, sendo responsável
os quatro anos de idade.1,2 por 95% dos casos na infância.2 A prevalência
populacional agrupada é estimada em 9,5% no
Os distúrbios da evacuação na criança, geram mundo todo, sendo que em 17% a 40% dos
desconforto e preocupação para o paciente e pacientes os sintomas se iniciam no primeiro
para os familiares de forma muito marcante. As ano de vida.4
queixas de constipação intestinal com ou sem
incontinência fecal correspondem a aproxima- A constipação intestinal deve ser conside-
damente 3% das consultas de rotina em consul- rada um sintoma, e não um diagnóstico (isto é,

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Constipação intestinal

pode ser a manifestação de uma variedade de manifestam após uma experiência dolorosa ou
doenças). desagradável durante a evacuação. Os pais des-
crevem uma criança que subitamente parece an-
A definição de constipação intestinal funcio- siosa, cujo corpo fica rígido, com palidez facial e
nal na infância mais aceita foi proposta pelos cri- que cruza as pernas, pula para cima e para baixo
térios de Roma,5,6 com atualização publicada em e muitas vezes corre para um canto da casa ou
2016 (Roma IV),7,8 descritos na Tabela 1.1,7,8 atrás de um sofá, em movimentos estereotipa-
dos. Os pais muitas vezes confundem o compor-
Para fins práticos, o termo inclui um número
tamento de retenção com a tentativa de defecar.1
de sintomas e sinais que determinam tanto a di-
Devido às tentativas repetidas e bem sucedidas
ficuldade para evacuar, quanto a retenção anor-
de reter as fezes, o reto se dilata e enche-se de
mal de fezes. As fezes podem ser ressecadas,
grandes quantidades de material fecal. Como
volumosas, expelidas com dificuldade e/ou em
consequência desse tipo de comportamento, a
menor frequência.
retenção fecal pode se complicar com inconti-
A constipação intestinal e o comportamento nência fecal retentiva (no passado, denominada
subsequente de retenção fecal geralmente se escape fecal ou “soiling”).1,2,9

Tabela 1. Critérios de Roma IV para diagnóstico de constipação intestinal funcional em crianças e


adolescentes.1,7,8

Para crianças de menores de quatro anos


(dois ou mais dos critérios seguintes presentes por pelo menos um mês)

– Duas ou menos evacuações por semana;


– Retenção excessiva de fezes;
– História de dor ou dificuldade nas evacuações;
– Fezes com grande calibre;
– Massa fecal no reto.
Crianças com controle esfincteriano – critério adicional:
– Pelo menos um episódio de incontinência fecal por semana;
– Fezes volumosas que podem obstruir o vaso sanitário.

Para crianças de quatro anos à adolescência


(dois ou mais dos critérios seguintes presentes ao menos
uma vez por semana por pelo menos um mês)

– Duas ou menos evacuações no banheiro por semana;


– Pelo menos um episódio de incontinência fecal por semana;
– História de comportamento de retenção ou retenção voluntária excessiva de fezes;
– História de dor ou dificuldade para evacuar;
– História de fezes de grande diâmetro que podem obstruir o vaso sanitário;
– Grande massa fecal no reto.

Em todas as faixas etárias

– Deve haver critérios insuficientes para o diagnóstico de síndrome do intestino irritável nos
pacientes com idade superior a quatro anos.
– Os sintomas não devem ser plenamente explicados por outra condição médica.

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– Fissuras anais, ânus ectópico anterior, este-


Diagnóstico diferencial
nose e atresia anal,
• Constipação intestinal neurogênica,
Pode-se classificar a constipação intestinal – Doenças da medula espinhal (mielomenin-
em aguda ou crônica e em orgânica ou funcional. gocele), paralisia cerebral,
A constipação intestinal aguda pode ocorrer – Doença de Hirschsprung, pseudo-obstrução
em crianças que apresentem intercorrências clí- intestinal crônica,
nicas (p.ex. doença infecciosa) por diminuição • Constipação intestinal secundária a doenças
da ingestão de alimentos e de líquidos, causan- endócrinas e metabólicas,
do redução no volume e ressecamento das fezes.
– Hipotireoidismo, acidose tubular renal,
Nesses casos, a normalidade é restabelecida na
maioria das vezes com a recuperação do quadro • Constipação intestinal induzida por drogas,
clínico desencadeante, mas pode eventualmen- – Uso de medicamentos (fenitoína, imiprami-
te progredir para o início de quadro de constipa- na, fenotiazida, codeína, sais de ferro), e
ção intestinal funcional.2,9 • Constipação intestinal por alergia à proteína
Quando a constipação intestinal é causada de leite de vaca.
por doença orgânica, a natureza real do proble- • Doença celíca
ma geralmente é evidente na primeira infância
e identificada na avaliação clínica. Em crianças
maiores, mesmo que possível, raramente há as-
sociação com doença orgânica (constipação in-
Abordagem diagnóstica
testinal funcional).2

Na presença de sinais e sintomas de alarme A avaliação clínica do paciente deve começar


para causas orgânicas, deve ser realizada in- com a anamnese e o exame físico detalhados,
vestigação complementar direcionada. Alguns tendo-se em mente a história natural da consti-
sintomas e sinais de alarme incluem o atraso na pação intestinal funcional. Exames complemen-
eliminação de mecônio (mais de 48 horas após tares não são necessários, na maioria das vezes,
o nascimento); o início no primeiro mês de vida; e devem ser reservados aos pacientes refratários
a presença de outros sintomas extraintestinais ao tratamento e àqueles que apresentem sinais
(vômitos biliosos, febre, queda do estado geral); ou sintomas de alarme.
o baixo ganho de peso e estatura; as alterações
ao exame neurológico ou ao exame da coluna Deve-se ter em mente algumas situações clí-
lombar; a presença de sangue nas fezes; de tufo nicas que devem ser consideradas na avaliação
de pelos na região sacral, e a presença de fístulas do lactente com constipação intestinal.
perineais,1,2 A pseudoconstipação intestinal ocorre na vi-
A seguir, estão descritos alguns dos diagnós- gência de aleitamento materno e corresponde
ticos diferenciais que devem ser considerados ao aumento no intervalo entre as evacuações,
em crianças com constipação intestinal.1,2 no entanto, com fezes amolecidas e eliminadas
sem dor ou dificuldade. Pode gerar preocupação
• Pseudoconstipação intestinal na vigência de
para os pais e pediatras e não necessita inter-
aleitamento natural,
venção terapêutica.9 Estima-se que prevalência
• Disquesia do lactente, de pseudoconstipação intestinal seja de 5,1%
• Constipação intestinal funcional (90%-95%), no primeiro semestre de vida.10

• Constipação intestinal secundária a lesões Outra situação que deve ser reconhecida é a
anais, disquesia do lactente que se inclui entre os dis-

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Constipação intestinal

túrbios gastrintestinais funcionais do lactente.7,9 doença de Hirschsprung (DH). Informações da


Caracteriza-se pela ocorrência de pelo menos 10 anamnese e exame físico contribuem para que
minutos de esforço ou choro antes da evacuação esta diferenciação seja feita. Esforço intenso
que se completa ou não, na ausência de outros para evacuar e incontinência fecal são raramente
problemas de saúde, em lactentes com idade in- observados na DH, uma vez que as fezes são re-
ferior a 9 meses (critério de Roma IV).7 Pesquisa tidas acima do reto. Por sua vez, o canal anal e o
realizada em consultórios pediátricos brasileiros reto são estreitos e quase sempre vazios na DH.
identificou a presença de disquesia em 3,9% Nas crianças com constipação intestinal funcio-
dos lactentes.11 Apesar de não exigir tratamento nal com retenção, geralmente o reto é dilatado e
e desaparecer espontaneamente, é fundamental cheio de fezes.
seu reconhecimento para evitar que sejam ado-
tadas práticas desnecessárias, como por exem-
plo, o uso de supositórios.7,9

Deve-se obter informações sobre a idade de Exames complementares


início; a frequência das evacuações; o tamanho e
a consistência das fezes; o hábito de retenção e A maioria das crianças requer mínima ou ne-
a presença de incontinência fecal. Deve-se tam- nhuma investigação com exames complemen-
bém pesquisar a história familiar de constipação tares. Estudos radiológicos geralmente não são
intestinal e de outros sintomas gastrintestinais indicados na constipação intestinal funcional.
funcionais. Há elevada frequência de constipa- A radiografia simples de abdômen pode even-
ção intestinal entre os familiares, principalmen- tualmente ser útil para avaliar a presença e a
te levando em conta a influência dos hábitos ali- extensão da retenção fecal nos pacientes em
mentares que dizem respeito a toda a família. que a palpação abdominal é difícil, mas não é
recomendada de rotina.2,12
A escala de Bristol pode contribuir na defini-
ção das características das fezes como um com- A investigação de hipotireoidismo, de doen-
plemento à anamnese detalhada que é impres- ça celíaca ou de hipercalemia em pacientes sem
cindível para aplicar os critérios de Roma IV.9 sinais de alarme não é recomendada de rotina,
mas pode ser considerada nos casos que não res-
Ao exame físico deve-se avaliar o tônus da
pondem ao tratamento inicial. Em lactentes com
musculatura abdominal, o conteúdo abdomi-
constipação intestinal refratária, pode ser con-
nal e o estado neurológico do paciente. Deve
siderada a realização de teste terapêutico com
ser realizada inspeção da região perineal, para
dieta de exclusão de proteína do leite de vaca,
identificar a posição do orifício anal, assim como
seguido de teste de desencadeamento oral aber-
fissuras anais e escape fecal. Não há evidências
to para identificar alergia a essa proteína.1,13
para recomendar a realização de toque retal para
o diagnóstico de constipação intestinal em todos A principal indicação de realização de mano-
os pacientes, especialmente em crianças maio- metria anorretal é a constipação intestinal refra-
res de um ano de idade sem sinais e sintomas tária, para avaliar a presença do reflexo inibitório
de alarme. O toque retal não deve ser realizado retoanal e outros aspectos da função evacuató-
quando há suspeita de violência sexual, situação ria. Este exame também pode ser recomendado
que exige avaliação multiprofissional. Entretan- em crianças maiores que apresentam sintomas
to, o toque retal pode ser recomendado quando sugestivos de DH.1
há suspeita de fecaloma, sinais de alarme e/ou
suspeita de causas orgânicas.1 O exame radiológico de enema opaco (sem
preparo) pode ser realizado nos casos suspeitos
O pediatra pode necessitar fazer a diferen- de DH, mas não exclui a necessidade de realiza-
ciação entre constipação intestinal funcional e ção de biópsia retal ou de manometria anorretal,

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tendo mais importância na avaliação da exten- trointestinal.19-21 O PEG interage com as molécu-
são do segmento agangliônico antes da aborda- las de água formando ligações de hidrogênio, em
gem cirúrgica.1,2 uma proporção de 100 moléculas de água por
1 molécula de PEG, o que leva a um aumento
adicional na água no conteúdo do cólon.21

As preparações estão disponíveis em dife-


Tratamento rentes formulações e dosagens, que variam en-
tre os fabricantes incluindo o PEG 3350 e o PEG
4000 (os números indicam o peso molecular do
O pediatra que tem contato com a criança e a produto). O PEG com peso molecular alto e in-
família desde o nascimento pode dar o aconse- termediário é considerado atóxico, pois é mini-
lhamento preventivo quanto às práticas alimen- mamente absorvido após ingestão oral. Algumas
tares, à interpretação do funcionamento intesti- formulações contêm eletrólitos adicionados,
nal normal e à detecção precoce de sintomas de como cloreto de sódio, cloreto de potássio, bi-
constipação intestinal. A dieta da família deve carbonato de sódio e sulfato de sódio.10-13 A for-
ser reestruturada para ser saudável e fornecer ma farmacêutica em solução pode oferecer mais
quantidade adequada de fibras alimentares con- comodidade posológica e a ausência de eletróli-
forme destacado no Brasil há mais de duas déca- tos melhora a palatabilidade e pode beneficiar a
das.14,15 A ingestão de líquidos também deve ser adesão ao tratamento. O PEG pode também ser
avaliada, considerando que, no Brasil, a exemplo obtido em farmácias de manipulação.
de outros países, se observa alta prevalência de
hipoidratação (desidratação voluntária)16 que O PEG é altamente eficaz, tem bom perfil de
pode se associar à constipação intestinal funcio- segurança, sendo bem tolerado pelos pacien-
nal.17,18 tes.19-23

Uma vez estabelecida, a constipação intesti- Sua eficácia é dose dependente, o que signi-
nal deve ser tratada com um programa que in- fica que doses mais altas levam à evacuação de
clua elementos de educação e aconselhamen- fezes cada vez mais amolecidas. Após a ingestão
to; esvaziamento e manutenção (prevenção da oral, leva-se aproximadamente 24 a 48 horas
retenção). para que seja observado efeito na consistência
das fezes.
Deve-se explicar em detalhes o programa
de tratamento aos pais/responsáveis e à crian- Quando se inicia o tratamento, é importante
ça, informando que há necessidade de acompa- garantir a “limpeza” do cólon para assegurar o
nhamento a longo prazo. Quando os pacientes e sucesso terapêutico do tratamento e evitar com-
familiares estão adequadamente informados, há plicações, como incontinência fecal por aumento
redução na preocupação e frustração, com me- de fluxo de fezes.
lhor adesão ao tratamento. A comunicação com
A opção pela modalidade de esvaziamento
a criança é muito importante, para discutir os
depende da gravidade da retenção e da colabo-
aspectos de culpa, vergonha e punição.
ração do paciente e dos familiares.
Há diferentes opções de tratamento farma-
O uso do PEG e do enema ou clister são igual-
cológico.
mente efetivos para o esvaziamento do cólon,
O polietilenoglicol (PEG) é o medicamento entretanto, o uso do PEG é recomendado como
de primeira escolha no tratamento da constipa- tratamento de primeira linha mesmo se asso-
ção intestinal funcional em crianças.1 O PEG é ciando com maior frequência de incontinência
um polímero biologicamente inerte e solúvel em fecal durante a fase inicial da desimpactação.1
água que é minimamente absorvido no trato gas- A dose nesta primeira fase de tratamento é de

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Constipação intestinal

1 a 1,5 g/kg/dia por três dias ou até que se perce- O óleo mineral age como lubrificante e deve ser
ba que houve esvaziamento das fezes retidas.1,2 evitado em pacientes menores de dois anos ou
É possível utilizar enema com solução salina com distúrbios de deglutição associados, e nun-
0,9% (5 a 10 ml/Kg à noite) em menores de um ca deve ser administrado à força às crianças, pelo
ano e 6 ml/Kg em maiores de um ano) ou ene- risco de aspiração.1-3,26,27
ma de fosfato de sódio em pacientes acima de
Apesar do PEG ter sido descrito na literatura
um ano (2,5 ml/Kg).1 No entanto, esta estratégia
brasileira em 2011, uma parcela expressiva dos
tende a ser mais desconfortável e invasiva para o
médicos não utiliza este produto, provavelmen-
paciente, devendo ser reservada para os casos
te por falta de informações sobre sua eficácia e
em que o tratamento com PEG por via oral não
segurança.28-31
seja possível. Pelo fato de existir algum risco de
hiperfosfatemia, o enema de fosfato de sódio É frequente, na prática, observar-se fracas-
deve ser evitado.24 so do programa terapêutico que pode estar re-
lacionado com falta de adesão ao tratamento.32
O objetivo do tratamento de manutenção é
Considera-se, também, que o custo do tratamen-
manter a evacuação de fezes pastosas diárias ou
to nem sempre é compatível com o orçamento
a cada dois dias, para prevenir retenção fecal e
da família de muitos pacientes. Neste contexto,
evitar a passagem de fezes volumosas.1 Os ele-
em 2022, Morais comenta no Reporte Semanal
mentos principais incluem o uso de medicamen-
do Jornal de Pediatria que o PEG, considerado
tos, a modificação da dieta e o recondicionamen-
como a primeira opção para o tratamento da
to do hábito intestinal.
constipação intestinal funcional, em geral, não
Nessa fase, o PEG é superior a outros laxan- é disponibilizado pela maior parte dos serviços
tes orais, sendo recomendado como tratamento de saúde.33 Assim, propõe que os profissionais
de manutenção de primeira linha para constipa- de saúde e a Sociedade Brasileira de Pediatria
ção intestinal. A dose recomendada é de 0,2 a devam desenvolver ações para que as autori-
0,8 g/kg/dia, podendo ser aumentada ou reduzi- dades sanitárias incluam o PEG nas unidades
da de acordo com a consistência das fezes. O PEG de dispensação de medicamentos em todo o
é seguro para uso em longo prazo em qualquer território nacional.33
faixa etária, tem poucos e toleráveis efeitos co-
Outro aspecto importante, do ponto de vista
laterais e sua aceitação via oral é boa.1,2,20,21,23-26
de saúde pública, é a falta de reconhecimento
Vale lembrar que nas bulas de produtos comer-
da constipação intestinal funcional na popula-
cializados no Brasil indica-se sua utilização a
ção em geral. Estudo com escolares mostrou que
partir dos dois anos de idade.
apenas 17% daqueles com constipação intesti-
A lactulose é um dissacarídeo sintético com- nal funcional caracterizada pelo critério de Roma
posto de galactose e frutose, não absorvível que IV haviam recebido algum tipo de tratamento
aumenta o conteúdo de água nas fezes por efei- nos últimos dois meses.34 Assim, tanto pacientes
to osmótico, sendo bem tolerada para o uso pro- e familiares como profissionais de saúde devem
longado e podendo ser recomendada como se- estar atentos para identificar e tratar a constipa-
gunda opção terapêutica quando o PEG não está ção intestinal funcional interrompendo a pro-
disponível, na dose de 1 a 3 mL/kg/dia.1,3 Como gressão para situações com maior gravidade.1,7-9
se trata de um açúcar, este produto pode sofrer
O tratamento medicamentoso de manuten-
fermentação pelas bactérias do cólon, levando a
ção deve ser recomendado por ao menos dois
flatulência e cólicas.
meses e, todos os sintomas de constipação
O uso de óleo mineral, leite de magnésia e intestinal devem estar ausentes por ao menos
laxantes estimulantes pode ser considerado um mês, antes de a redução gradual da dosagem
como tratamento adicional ou de segunda linha. da medicação ser considerada.1,3

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Além do tratamento medicamentoso, é im- no tratamento da constipação intestinal funcio-


portante considerar a qualidade da alimentação nal em crianças ou na alteração da frequência da
que tem grande importância no início e na per- evacuação, quando comparados ao placebo.35
petuação da constipação intestinal e que deve
Outros medicamentos e procedimentos tera-
ser avaliada na tentativa de detectar e corrigir
pêuticos devem ser indicados, quando necessá-
possíveis erros. Sabe-se que a dieta com baixo
rio, após avaliação pelo especialista em Gastro-
teor de fibras é fator de risco para constipação
enterologia Pediátrica.
intestinal funcional na infância, entretanto, não
há evidências para recomendar o uso de fibras
adicionais para o tratamento.14,15 A ingestão
adequada de fibras deve ser recomendada, mas
não sua suplementação.1,3 A utilização de ali- Constipação intestinal refratária
mentos crus, como frutas, com casca e bagaço
quando possível, leguminosas, hortaliças, e de
cereais e pães integrais deve ser estimulada.14,15 Em 2014, constipação intestinal intratável
foi definida pelas Sociedades Europeia e Ame-
É importante enfatizar que a mudança na ricana de Gastroenterologia, Hepatologia e Nu-
dieta requer a participação e o apoio familiar. trição para os pacientes que não respondem ao
tratamento ótimo no período de três meses.1
O recondicionamento do hábito de evacuar
Entretanto, o termo refratário vem sendo uti-
compreende o treinamento para sentar-se no
lizado com maior frequência e propriedade.9,36
vaso e evacuar em horários regulares, principal-
Na prática, observa-se que a principal causa
mente após as refeições, para tirar vantagem do
de fracasso terapêutico é a falta de tratamento
reflexo gastrocólico. Um período razoável (de 5 a
adequado por baixa adesão ou mesmo devido
10 minutos) deve ser gasto na tentativa de eva-
à prescrição de doses baixas administradas de
cuar por completo. O uso adequado de suporte
forma não contínua.9 É frequente, também, a
para os pés e “redutores” do vaso sanitário é
falta de plena desimpactação na fase inicial, o
muito importante.1,2
que inviabiliza o êxito do tratamento de manu-
É recomendável que os pais/responsáveis e tenção.9
pacientes mantenham um diário de evacuação, Em geral, no contexto da constipação intes-
de incontinência fecal e de uso de medicamentos tinal refratária discute-se a utilização de outros
para ajudar a monitorar a adesão ao tratamento laxantes ou novas moléculas como lubiprostona,
e ajustar o programa. Os elogios e recompensas linaclotida e prucaloprida que apesar de apre-
devem ser utilizados para as atitudes de sucesso sentarem resultados promissores em adultos,
e a punição deve ser evitada. ainda não devem ser utilizadas em crianças e
adolescentes.27 Em alguns centros especializa-
Apesar de haver associação entre os proble-
dos o biofeedback, estimulação elétrica transcu-
mas comportamentais e psicológicos com a re-
tânea, enemas anterógrados e irrigação transanal
tenção e a incontinência fecal, o tratamento clí-
são realizados em pacientes que não respondem
nico apropriado geralmente leva à melhora das
ao tratamento habitual, em geral, como parte
tensões emocionais do paciente e dos familia-
de protocolos de pesquisa clínica.24,37 Estes pro-
res. Algumas vezes, problemas comportamentais
cedimentos, assim como determinados proce-
e psiquiátricos dificultam o tratamento e estes
dimentos cirúrgicos, devem ficar restritos aos
pacientes devem ser acompanhados pela psico-
serviços especializados e ser destinados a grupo
logia durante o programa de tratamento clínico.
extremamente limitado de pacientes que preen-
Até o momento, não há evidências suficien- cham critérios clínicos, fisiológicos e psicológi-
tes para concluir que os probióticos são eficazes cos rigorosamente definidos.

7
Constipação intestinal

Fluxograma Prático para o Manejo da Constipação Intestinal

Sinais/ Encaminhar para


Constipação Sintomas de Alarme SIM atendimento
especializado
NÃO

Esvaziamento Impactação
SIM Constipação Funcional (Critério de Roma IV)
do cólon Fecal
NÃO

Tratamento:
• Educação
• Laxante osmótico (Polietilenoglicol 3350 ou 4000)
• Ingestão adequada de fibras alimentares
• Atividade física
• Treinamento de toalete

SIM Melhora NÃO

• Tratamento de manutenção Considerar investigar outras causas


• Retirada gradual da medicação conforme evolução *ver texto

Encaminhar para atendimento especializado para exames


(manometria, exames radiológicos) e tratamentos específicos
*ver texto

Considerações finais
e dos familiares gerando impacto significativo
na qualidade de vida.
Apesar da constipação intestinal poder ser
considerada um problema simples, é uma situa- Portanto, a atenção preventiva, o diagnós-
ção crônica e estressante para as crianças e para tico e o tratamento devem ser realizados ade-
toda a sua família. Quando não é tratada ade- quadamente para mostrar resultados positivos
quadamente, o hábito intestinal da criança vai se que levem à melhora clínica e à restauração da
tornar o foco primário da atenção dos pacientes qualidade de vida e da dinâmica familiar.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Departamento Científico de Gastroenterologia (gestão 2022-2024) • Sociedade Brasileira de Pediatria

Diretoria Plena
Triênio 2022/2024

PRESIDENTE: DIRETORIA DE DEFESA DA PEDIATRIA Natasha Slhessarenko Fraife Barreto (MT) REDE DE PEDIATRIA
Clóvis Francisco Constantino (SP) DIRETOR: Ana Alice Ibiapina Amaral Parente (RJ) AC - SOCIEDADE ACREANA DE PEDIATRA
1º VICE-PRESIDENTE: Fábio Augusto de Castro Guerra (MG) Cassio da Cunha Ibiapina (MG) Ana Isabel Coelho Montero
Edson Ferreira Liberal (RJ) DIRETORIA ADJUNTA: Luiz Anderson Lopes (SP) AL - SOCIEDADE ALAGOANA DE PEDIATRIA
Sidnei Ferreira (RJ) Silvia Regina Marques (SP) Marcos Reis Gonçalves
2º VICE-PRESIDENTE:
Anamaria Cavalcante e Silva (CE) Edson Ferreira Liberal (RJ) DIRETORIA DE PUBLICAÇÕES AM - SOCIEDADE AMAZONENSE DE PEDIATRIA
SECRETÁRIO GERAL: MEMBROS: Fábio Ancona Lopez (SP) Adriana Távora de Albuquerque Taveira
Maria Tereza Fonseca da Costa (RJ) Gilberto Pascolat (PR) EDITORES DA REVISTA SBP CIÊNCIA AP - SOCIEDADE AMAPAENSE DE PEDIATRIA
Paulo Tadeu Falanghe (SP) Joel Alves Lamounier (MG) Camila dos Santos Salomão
1º SECRETÁRIO: Cláudio Orestes Britto Filho (PB)
Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP) Marco Aurelio Palazzi Safadi (SP) BA - SOCIEDADE BAIANA DE PEDIATRIA
Ricardo Maria Nobre Othon Sidou (CE) Mariana Tschoepke Aires (RJ) Ana Luiza Velloso da Paz Matos
2º SECRETÁRIO: Anenisia Coelho de Andrade (PI) CE - SOCIEDADE CEARENSE DE PEDIATRIA
Rodrigo Aboudib Ferreira Pinto (ES) Isabel Rey Madeira (RJ) EDITORES DO JORNAL DE PEDIATRIA (JPED) João Cândido de Souza Borges
3º SECRETÁRIO: Donizetti Dimer Giamberardino Filho (PR) COORDENAÇÃO: DF - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DO DISTRITO FEDERAL
Claudio Hoineff (RJ) Carlindo de Souza Machado e Silva Filho (RJ) Renato Soibelmann Procianoy (RS) Luciana de Freitas Velloso Monte
DIRETOR FINANCEIRO: Corina Maria Nina Viana Batista (AM) MEMBROS: ES - SOCIEDADE ESPIRITOSSANTENSE DE PEDIATRIA
Sidnei Ferreira (RJ) Maria Nazareth Ramos Silva (RJ) Crésio de Aragão Dantas Alves (BA) Carolina Strauss Estevez Gadelha
1º DIRETOR FINANCEIRO: DIRETORIA CIENTÍFICA Paulo Augusto Moreira Camargos (MG) GO - SOCIEDADE GOIANA DE PEDIATRIA
Maria Angelica Barcellos Svaiter (RJ) João Guilherme Bezerra Alves (PE) Valéria Granieri de Oliveira Araújo
DIRETOR: Marco Aurelio Palazzi Safadi (SP)
2º DIRETOR FINANCEIRO: Dirceu Solé (SP) Magda Lahorgue Nunes (RS) MA - SOCIEDADE DE PUERICULTURA E PEDIATRIA
Donizetti Dimer Giambernardino Filho (PR) DIRETORIA CIENTÍFICA - ADJUNTA Giselia Alves Pontes da Silva (PE) DO MARANHÃO
Luciana Rodrigues Silva (BA) Dirceu Solé (SP) Silvia Helena Cavalcante de S. Godoy
DIRETORIA DE INTEGRAÇÃO REGIONAL DEPARTAMENTOS CIENTÍFICOS E GRUPOS DE TRABALHO: MG - SOCIEDADE MINEIRA DE PEDIATRIA
Eduardo Jorge da Fonseca Lima (PE) Antonio Jose Ledo Alves da Cunha (RJ)
Dirceu Solé (SP) Márcia Gomes Penido Machado
Luciana Rodrigues Silva (BA) EDITORES REVISTA RESIDÊNCIA PEDIÁTRICA MS - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DO MATO GROSSO DO SUL
COORDENADORES REGIONAIS
MÍDIAS EDUCACIONAIS EDITORES CIENTÍFICOS: Carmen Lúcia de Almeida Santos
NORTE: Adelma Alves de Figueiredo (RR) Clémax Couto Sant’Anna (RJ) MT - SOCIEDADE MATOGROSSENSE DE PEDIATRIA
Luciana Rodrigues Silva (BA)
NORDESTE: Marynea Silva do Vale (MA) Edson Ferreira Liberal (RJ) Marilene Augusta Rocha Crispino Santos (RJ) Paula Helena de Almeida Gattass Bumlai
SUDESTE: Marisa Lages Ribeiro (MG) Rosana Alves (ES) EDITORA ADJUNTA: PA - SOCIEDADE PARAENSE DE PEDIATRIA
Ana Alice Ibiapina Amaral Parente (ES) Márcia Garcia Alves Galvão (RJ) Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza
SUL: Cristina Targa Ferreira (RS) CONSELHO EDITORIAL EXECUTIVO:
PROGRAMAS NACIONAIS DE ATUALIZAÇÃO PB - SOCIEDADE PARAIBANA DE PEDIATRIA
CENTRO-OESTE: Renata Belem Pessoa de Melo Seixas (DF) Sidnei Ferreira (RJ) Maria do Socorro Ferreira Martins
PEDIATRIA - PRONAP Isabel Rey Madeira (RJ)
COMISSÃO DE SINDICÂNCIA Fernanda Luisa Ceragioli Oliveira (SP) PE - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DE PERNAMBUCO
Mariana Tschoepke Aires (RJ) Alexsandra Ferreira da Costa Coelho
TITULARES: Tulio Konstantyner (SP) Maria De Fatima Bazhuni Pombo Sant’Anna (RJ)
Jose Hugo Lins Pessoa (SP) Claudia Bezerra Almeida (SP) Silvio da Rocha Carvalho (RJ) PI - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DO PIAUÍ
Marisa Lages Ribeiro (MG) NEONATOLOGIA - PRORN Rafaela Baroni Aurílio (RJ) Ramon Nunes Santos
Marynea Silva do Vale (MA) Renato Soibelmann Procianoy (RS) Leonardo Rodrigues Campos (RJ) PR - SOCIEDADE PARANAENSE DE PEDIATRIA
Paulo de Jesus Hartmann Nader (RS) Clea Rodrigues Leone (SP) Álvaro Jorge Madeiro Leite (CE) Victor Horácio de Souza Costa Junior
Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza (PA) TERAPIA INTENSIVA PEDIÁTRICA - PROTIPED Eduardo Jorge da Fonseca Lima (PE) RJ - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
SUPLENTES: Werther Bronow de Carvalho (SP) Marcia C. Bellotti de Oliveira (RJ) Cláudio Hoineff
Analiria Moraes Pimentel (PE) TERAPÊUTICA PEDIÁTRICA - PROPED CONSULTORIA EDITORIAL RN - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DO RIO GRANDE DO NORTE
Dolores Fernanadez Fernandez (BA) Claudio Leone (SP) Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP) Manoel Reginaldo Rocha de Holanda
Rosana Alves (ES) Sérgio Augusto Cabral (RJ) Fábio Ancona Lopez (SP) RO - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DE RONDÔNIA
Silvio da Rocha Carvalho (RJ) EMERGÊNCIA PEDIÁTRICA - PROEMPED Dirceu Solé (SP) Cristiane Figueiredo Reis Maiorquin
Sulim Abramovici (SP) Hany Simon Júnior (SP) Angélica Maria Bicudo (SP) RR - SOCIEDADE RORAIMENSE DE PEDIATRIA
CONSELHO FISCAL Gilberto Pascolat (PR) EDITORES ASSOCIADOS: Erica Patricia Cavalcante Barbalho
TITULARES: DOCUMENTOS CIENTÍFICOS Danilo Blank (RS) RS - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DO RIO GRANDE DO SUL
Cléa Rodrigues Leone (SP) Emanuel Savio Cavalcanti Sarinho (PE) Paulo Roberto Antonacci Carvalho (RJ) Jose Paulo Vasconcellos Ferreira
Licia Maria Moreira (BA) Dirceu Solé (SP) Renata Dejtiar Waksman (SP) SC - SOCIEDADE CATARINENSE DE PEDIATRIA
Carlindo de Souza Machado e Silva Filho (RJ) Luciana Rodrigues Silva (BA) DIRETORIA DE ENSINO E PESQUISA Nilza Maria Medeiros Perin
SUPLENTES: PUBLICAÇÕES Angelica Maria Bicudo (SP) SE - SOCIEDADE SERGIPANA DE PEDIATRIA
Jocileide Sales Campos (CE) TRATADO DE PEDIATRIA COORDENAÇÃO DE PESQUISA Ana Jovina Barreto Bispo
Ana Márcia Guimarães Alves (GO) Fábio Ancona Lopes (SP) Cláudio Leone (SP) SP - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DE SÃO PAULO
Gilberto Pascolat (PR) Luciana Rodrigues Silva (BA) COORDENAÇÃO DE GRADUAÇÃO Renata Dejtiar Waksman
ASSESSORES DA PRESIDÊNCIA PARA POLÍTICAS PÚBLICAS: Dirceu Solé (SP) COORDENAÇÃO: TO - SOCIEDADE TOCANTINENSE DE PEDIATRIA
Clovis Artur Almeida da Silva (SP) Rosana Fiorini Puccini (SP) Ana Mackartney de Souza Marinho
COORDENAÇÃO:
Maria Tereza Fonseca da Costa (RJ) Clóvis Francisco Constantino (SP) MEMBROS: DEPARTAMENTOS CIENTÍFICOS
Edson Ferreira Liberal (RJ) Rosana Alves (ES) • Aleitamento Materno
MEMBROS: Anamaria Cavalcante e Silva (CE)
Donizetti Dimer Giamberardino Filho (PR) Alessandra Carla de Almeida Ribeiro (MG) • Alergia
Alda Elizabeth Boehler Iglesias Azevedo (MT) OUTROS LIVROS Angélica Maria Bicudo (SP) • Bioética
Evelyn Eisenstein (RJ) Fábio Ancona Lopes (SP) Suzy Santana Cavalcante (BA) • Cardiologia
Rossiclei de Souza Pinheiro (AM) Dirceu Solé (SP) Ana Lucia Ferreira (RJ) • Dermatologia
Helenilce de Paula Fiod Costa (SP) Clóvis Francisco Constantino (SP) Silvia Wanick Sarinho (PE) • Emergência
DIRETORIA DE CURSOS, EVENTOS E PROMOÇÕES Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP) • Endocrinologia
DIRETORIA E COORDENAÇÕES • Gastroenterologia
DIRETORIA DE QUALIFICAÇÃO E CERTIFICAÇÃO PROFISSIONAL DIRETORA: COORDENAÇÃO DE RESIDÊNCIA E ESTÁGIOS EM PEDIATRIA
Lilian dos Santos Rodrigues Sadeck (SP) COORDENAÇÃO: • Genética Clínica
Edson Ferreira Liberal (RJ) • Hematologia
José Hugo de Lins Pessoa (SP) MEMBROS: Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP)
• Hepatologia
Maria Angelica Barcellos Svaiter (RJ) Ricardo Queiroz Gurgel (SE) MEMBROS: • Imunizações
Maria Marluce dos Santos Vilela (SP) Paulo César Guimarães (RJ) Eduardo Jorge da Fonseca Lima (PE) • Imunologia Clínica
Cléa Rodrigues Leone (SP) Paulo de Jesus Hartmann Nader (RS) • Infectologia
COORDENAÇÃO DE ÁREA DE ATUAÇÃO Paulo Tadeu de Mattos Prereira Poggiali (MG) Victor Horácio da Costa Junior (PR)
Sidnei Ferreira (RJ) • Medicina da Dor e Cuidados Paliativos
COORDENAÇÃO DO PROGRAMA DE REANIMAÇÃO NEONATAL Silvio da Rocha Carvalho (RJ) • Medicina do Adolescente
Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP) Tânia Denise Resener (RS)
Mauro Batista de Morais (SP) Maria Fernanda Branco de Almeida (SP) • Medicina Intensiva Pediátrica
Ruth Guinsburg (SP) Delia Maria de Moura Lima Herrmann (AL) • Nefrologia
Kerstin Tanigushi Abagge (PR) Helita Regina F. Cardoso de Azevedo (BA)
COORDENAÇÃO PALS – REANIMAÇÃO PEDIÁTRICA • Neonatologia
COORDENAÇÃO DO CEXTEP (COMISSÃO EXECUTIVA DO Jefferson Pedro Piva (RS) • Neurologia
Alexandre Rodrigues Ferreira (MG) Sérgio Luís Amantéa (RS)
TÍTULO DE ESPECIALISTA EM PEDIATRIA) Kátia Laureano dos Santos (PB) • Nutrologia
Susana Maciel Wuillaume (RJ) • Oncologia
COORDENAÇÃO: COORDENAÇÃO BLS – SUPORTE BÁSICO DE VIDA Aurimery Gomes Chermont (PA)
Hélcio Villaça Simões (RJ) Valéria Maria Bezerra Silva (PE) • Otorrinolaringologia
Silvia Regina Marques (SP) • Pediatria Ambulatorial
COORDENAÇÃO ADJUNTA: COORDENAÇÃO DO CURSO DE APRIMORAMENTO Claudio Barssanti (SP)
Ricardo do Rego Barros (RJ) Marynea Silva do Vale (MA) • Ped. Desenvolvimento e Comportamento
EM NUTROLOGIA PEDIÁTRICA (CANP) • Pneumologia
MEMBROS: Virgínia Resende Silva Weffort (MG) Liana de Paula Medeiros de A. Cavalcante (PE)
Clovis Francisco Constantino (SP) - Licenciado • Prevenção e Enfrentamento das Causas Externas
Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP) PEDIATRIA PARA FAMÍLIAS COORDENAÇÃO DAS LIGAS DOS ESTUDANTES na Infância e Adolescência
Carla Príncipe Pires C. Vianna Braga (RJ) COORDENAÇÃO GERAL: COORDENADOR: • Reumatologia
Cristina Ortiz Sobrinho Valete (RJ) Edson Ferreira Liberal (RJ) Lelia Cardamone Gouveia (SP) • Saúde Escolar
Grant Wall Barbosa de Carvalho Filho (RJ) COORDENAÇÃO OPERACIONAL: MEMBROS: • Sono
Sidnei Ferreira (RJ) Nilza Maria Medeiros Perin (SC) Cassio da Cunha Ibiapina (MG) • Suporte Nutricional
Silvio Rocha Carvalho (RJ) Renata Dejtiar Waksman (SP) Luiz Anderson Lopes (SP) • Toxicologia e Saúde Ambiental
MEMBROS: Anna Tereza Miranda Soares de Moura (RJ) GRUPOS DE TRABALHO
COMISSÃO EXECUTIVA DO EXAME PARA OBTENÇÃO DO Adelma Alves de Figueiredo (RR)
TÍTULO DE ESPECIALISTA EM PEDIATRIA AVALIAÇÃO SERIADA Adelma Alves de Figueiredo (RR) • Atividade física
Marcia de Freitas (SP) André Luis Santos Carmo (PR) • Cirurgia pediátrica
COORDENAÇÃO: Marynea Silva do Vale (MA)
Eduardo Jorge da Fonseca Lima (PE) Nelson Grisard (SC) • Criança, adolescente e natureza
Normeide Pedreira dos Santos Franca (BA) Fernanda Wagner Fredo dos Santos (PR) • Doença inflamatória intestinal
Luciana Cordeiro Souza (PE)
MUSEU DA PEDIATRIA (MEMORIAL DA PEDIATRIA BRASILEIRA) • Doenças raras
MEMBROS: PORTAL SBP • Drogas e violência na adolescência
João Carlos Batista Santana (RS) Clovis Francisco Constantino (SP) COORDENAÇÃO:
Edson Ferreira Liberal (RJ) • Educação é Saúde
Victor Horácio de Souza Costa Junior (PR) Edson Ferreira Liberal (RJ) • Imunobiológicos em pediatria
Ricardo Mendes Pereira (SP) Anamaria Cavalcante e Silva (CE) MEMBROS:
Mario Santoro Junior (SP) • Metodologia científica
Mara Morelo Rocha Felix (RJ) Maria Tereza Fonseca da Costa (RJ) • Oftalmologia pediátrica
Vera Hermina Kalika Koch (SP) Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP) José Hugo de Lins Pessoa (SP)
Sidnei Ferreira (RJ) • Ortopedia pediátrica
Rodrigo Aboudib Ferreira Pinto (ES) • Pediatria e humanidades
DIRETORIA DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS Claudio Hoineff (RJ) Jeferson Pedro Piva (RS)
Nelson Augusto Rosário Filho (PR) • Pediatria Internacional dos Países de Língua Portuguesa/
Sidnei Ferreira (RJ) DIRETORIA DE PATRIMÔNIO Povos Originários do Brasil
Sergio Augusto Cabral (RJ) Maria Angelica Barcellos Svaiter (RJ)
COORDENAÇÃO: • Políticas públicas para neonatologia
REPRESENTANTE NA AMÉRICA LATINA Donizetti Dimer Giambernardino (PR) • Radiologia e Diagnóstico por Imagem
Ricardo do Rego Barros (RJ) Claudio Barsanti (SP)
PROGRAMA DE ATUALIZAÇÃO CONTINUADA À DISTÂNCIA Edson Ferreira Liberal (RJ) • Saúde mental
INTERCÂMBIO COM OS PAÍSES DA LÍNGUA PORTUGUESA Luciana Rodrigues Silva (BA) Maria Tereza Fonseca da Costa (RJ) • Saúde digital
Marcela Damasio Ribeiro de Castro (MG) Edson Ferreira Liberal (RJ) Paulo Tadeu Falanghe (SP) • Saúde oral

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