TCC Fetremis V Final

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FETREMIS – FACULDADE DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA DA

REGIÃO MISSIONEIRA
ANDRÉ ALVES SOBREIRA

O USO DIDÁTICO DA CALCULADORA

São Paulo de Missões/RS


2019
FETREMIS – FACULDADE DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA DA
REGIÃO MISSIONEIRA
ANDRÉ ALVES SOBREIRA

O USO DIDÁTICO DA CALCULADORA

Artigo científico apresentado FETREMIS – Faculdade de


Educação e Tecnologia da Região Missioneira, como
requisito parcial para a obtenção do título de Licenciado
em Pedagogia.

São Paulo de Missões/RS


2019
Dedicatória

A Deus, a minha filha, aos meus pais, aos meus familiares e aos amigos.
Agradecimento

A Deus, infinitamente bom, por ter me concedido sabedoria para


realizarmos esta obra, que seu nome seja sempre lembrado por todos e em especial
por mim, que sempre lembremos que tudo o que consegui foi pelo fato da sua
misericórdia e do amor que dispensaste a mim, mesmo fraco como sou. Que todos
saibam que tu és o maior ser do universo.
Aos meus pais, irmãos, parentes e amigos sempre me apoiaram no
decorrer da jornada.
Aos colegas, que mesmo à distância, deram a sua contribuição.
A equipe Fetremis, pelo apoio durante o curso.
O USO DIDÁTICO DA CALCULADORA

André Alves Sobreira1

Resumo

Este trabalho apresenta os resultados de um estudo bibliográfico que teve como objetivo investigar
algumas contribuições sobre o uso didático da calculadora, que por sua vez pode ser considerada o
início da alfabetização tecnológica para alguns estudantes, sendo assim a escola deve explorar o uso
de tal recurso. Desse modo, ao realizar tal pesquisa buscamos destacar alguns pontos importantes
sobre o que dizem os documentos oficiais com relação ao ensino de Matemática auxiliado pela
ferramenta em estudo, bem como o destaque para alguns estudos realizados, como os de Rubio
(2003); Medeiros (2004); Schiffl (2006); Selva e Borba (2010), que destacam aproveitamento positivo
para aulas que usam tecnologia, em especial, a calculadora. Como resultado das pesquisas conclui-
se que o uso didático da calculadora propicia melhores condições de aprendizagem no âmbito da
Matemática, que por sua vez busca formar pessoas reflexivas diante de fatos ao seu redor, bem
como capazes de, deste modo, estejam aptas para tomar decisões.

Palavras chave: Calculadora. Metodologia. Tecnologia. Educação.

1 Graduado em Matemática pela Universidade do Estado do Pará (UEPA) e em Física pelo Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA); especialista em Gestão Escolar pelo
Centro Universitário barão de Mauá; Matemática e Física pela Faculdade Venda Nova do Imigrante
(FAVENI) e Informática na Educação e Educação Especial pela FAVENI e mestre em Ensino de
Matemática pela UEPA. Estudante do curso de licenciatura em Pedagogia da FETREMIS, atua como
professor das redes públicas do estado do Pará e do município de Ipixuna do Pará e como professor
da Faculdade Metropolitana de Paragominas.
Abstract

This paper presents the results of a bibliographical study that aimed to investigate some contributions
on the didactic use of the calculator, which in turn can be considered the beginning of technological
literacy for some students, so the school should explore the use of such a resource. In this way, in
carrying out such research we seek to highlight some important points about what the official
documents say about the teaching of Mathematics aided by the tool under study, as well as the
highlight for some studies, such as Rubio (2003); Medeiros (2004); Schiffl (2006); Selva and Borba
(2010), which highlight positive use for classes that use technology, especially the calculator. As a
result of the researches, it is concluded that the didactic use of the calculator provides better learning
conditions in Mathematics, which in turn seeks to form reflective people in the face of facts around
them, as well as capable of being able to take decisions.

Keywords: Calculator. Methodology. Technology. Education.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 7
2 DESENVOLVIMENTO ............................................................................................. 8
2.1 TEMA E LINHA DE PESQUISA ........................................................................... 8
2.2 JUSTIFICATIVA.................................................................................................... 8
2.3 A CALCULADORA E A APRENDIZAGEM EM MATEMÁTICA........................... 8
2.3.1 A calculadora e as orientações curriculares nacionais .............................. 10
2.2.2 Alguns estudos sobre o uso didático da calculadora................................. 12
2.2.4 Benefícios do uso da calculadora no ensino de Matemática ..................... 14
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 18
4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 19
7

1 INTRODUÇÃO

Quando se discute sobre os diversos aspectos da cidadania, das relações


sociais, da cultura e do mundo do trabalho, sem dúvidas temos que levar em conta
os diversos conhecimentos do sujeito.
Dento dessa gama de conhecimentos, é imprescindível refletir sobre o papel
da Matemática, posto que estamos no âmbito de uma sociedade moderna em que o
uso da tecnologia é bem pertinente e necessário e que, deste modo, não há como
negar que a sobrevivência “[...] depende cada vez mais de conhecimento [...]
(BRASIL, 1997, p. 27).
Sendo assim, para que a educação seja capaz de atender a essas
exigências imposta pelos avanços tecnológicos, faz-se necessário que a escola
proponha respostas dentro daquilo que a sociedade vive e, deste modo, coloque
fatos para que os estudantes se apropriem de “[...] atitudes de responsabilidade,
compromisso, crítica, satisfação e reconhecimento de seus direitos e deveres”
(BRASIL, 1997, p. 27).
Outrossim, cabe aos professores, que estão na parte final da questão do
ensino-aprendizagem, a busca de alternativas que estimulem o uso das tecnologias
nas aulas de matemática, buscando estimular o estudante, nas diversas situações
em sala de aula, uma vez que o estudante, em seu cotidiano encontra-se imerso aos
recursos tecnológicos, tais como: o computador, a televisão, a internet e,
especificamente, a calculadora, objeto desse estudo e, assim, no âmbito educativo
essas ferramentas não podem ser desconsideradas.
Este trabalho, como supramencionado, faz uma abordagem sobre o uso
didático da calculadora através de uma abordagem bibliográfica e, compõem-se de:
Introdução; os objetivos; Desenvolvimento, que apresenta algumas pesquisas
importantes sobre o uso as calculadoras, alguns destaques sobre o que dizem os
documentos oficiais em relação ao tema e alguns benefícios advindos do uso
didático das calculadoras e as considerações finais.
8

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 TEMA E LINHA DE PESQUISA

Esta pesquisa apresenta um estudo sobre o uso didático da calculadora,


como sendo uma ferramenta para auxiliar o ensino e aprendizagem da matemática,
no âmbito da educação básica.

2.2 JUSTIFICATIVA

Um dos maiores desafios da escola na atualidade que, indubitavelmente é


percebido por toda comunidade escolar, é o ensino de Matemática, uma vez que tal
disciplina não tem apresentado resultados satisfatórios nos processos avaliativos e
também índice de reprovação é alto.
Apesar das dificuldades pertinentes ao ensino e aprendizagem da
Matemática, a mesma, desde o tempo das cavernas tem desafiado, em alguns
casos por necessidades do homem, a aprender a mesma. De acordo com Oliveira,
Alves e Neves (2008), por precisar calcular quantidade de alimentos, animais e
pessoas, sendo assim, conceitos como os de números, percepção de semelhanças
e diferenças foram surgindo. Deste modo, de acordo com as ideias
supramencionadas, a Matemática tem-se mostrado como uma ferramenta
responsável pelo processo de evolução do homem.
Na realidade, quando a evolução social acontecia, a Matemática estava
presente, de certo modo dando o devido suporte para que os povos da antiguidade
registrassem grandezas como o tempo, através dos movimentos do Sol, de satélites,
como a lua, e outros astros.

2.3 A CALCULADORA E A APRENDIZAGEM EM MATEMÁTICA

É um fato perceptível de que a maioria das aulas é ministrada de modo


expositivo e, como consequência, os estudantes têm se mostrado como atores
desinteressados. Vale lembrar que a técnica de ministrar aulas expositivas tem sua
importância no processo pedagógico e auxiliam bastante no processo de ensino-
aprendizagem, pois, entre os diversos papeis desenvolvidos pelos professores,
9

Freire e Shor (1996, apud Silva, 2005) destacam que o docente pode ministrar aulas
expositivas, promover discussões e pesquisa entre os discentes.
Na verdade, o professor deve usar várias técnicas para ministrar suas aulas,
pois assim vem a contribuir para que forme um ser consciente de que o
conhecimento é um processo e por isso, cada pessoa deve participar de modo ativo.
Na verdade, com bem destaca Silva (2005), a educação deve ser, sempre que
possível, vinculada aos fatos que os estudantes presenciam e usam, um exemplo
desse fato é a calculadora, onde praticamente, na atualidade, quase todos têm
acesso.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), Brasil (1997), quando
destacam os diversos recursos didáticos, elencam o uso da calculadora como uma
ferramenta capaz de contribuir para a formação de atitudes nos discentes,
preparando-os para enfrentar desafios, buscando soluções e criando estratégias.
Além do mais, o uso de instrumentos tecnológicos na nossa vida é inegável,
pois na concepção de Assude (1990, apud Jucá, 2008, p. 65 - 66)

[...] as calculadoras e todos os outros meios informativos têm, neste


momento, uma realidade social que não pode ser desprezada: elas
existem e as pessoas as utilizam, sobretudo, nos cálculos
elementares. Essa realidade social pode servir como pressão no
tocante à escola, que deve estar em contacto com o meio que a
circunda, e não pode se abstrair das pressões que esse meio exerce,
assim como das suas necessidades e dos seus pedidos.

Como, destacado anteriormente, não resta dúvidas de que a calculadora é


uma ferramenta pedagógica importante, no entanto existe algumas resistências por
parte de alguns educadores quanto ao uso da mesma, tal ação pode ser explicada,
de acordo com D’Ambrosio (2003) pelo fato de que existe um excessivo
conservadorismo aliado a falta de conhecimento sobre como a tecnologia foi usada,
ao longo das eras, como um meio que foi decisivo na determinação dos rumos
tomados pelas civilizações.
Além do mais, de na concepção de Borba (1994, apud Schiffl, 2006), a
restrição ao uso de calculadora vem como parte de um processo de formação, pois
muitos professores foram educados apenas com uso dos recursos como lápis e
papel.
10

Sendo assim, para melhor entender, essa grande ferramenta, que deve ser
usada no processo de ensino aprendizagem, vamos fazer uma análise detalhada da
mesma, desde os aspectos históricos até o uso da mesma como na educação.

2.3.1 A calculadora e as orientações curriculares nacionais

As orientações curriculares nacionais são muito importantes para nortear as


tomadas de decisões dentro do processo educacional, pois elas colocam algumas
regras e metas a serem alcançadas através do processo educativo do país.
Um exemplo bem explicito do caso supramencionado, com relação a
significância da Matemática para os estudantes, encontra-se nos PCN, onde
defendem que “o significado da Matemática para o aluno resulta das conexões que
ele estabelece entre ela e as demais disciplinas, entre ela e seu cotidiano e das
conexões que ele estabelece entre os diferentes temas matemáticos” (BRASIL,
1997, p.15).
Sendo assim, de acordo com o documento em questão, para que haja
melhor ensino-aprendizagem é imprescindível que as aulas de Matemática possam
ser articuladas e relacionadas com o mundo que cerca os discentes, contribuindo
assim para sua construção cidadã.
Nesse aspecto, o uso de recursos tecnológicos, que sempre foram
importantes para os seres humanos e colaboraram como ferramentas para grandes
transformações, devem ser usados nas aulas. Um exemplo desse caso, que as
escolas não podem desprezar, é o uso da calculadora, que hoje encontra-se
bastante presente na vida das pessoas, nos celulares, computadores e em outros
instrumentos e, por tal fato, de acordo com os PCN,

[...] ela pode ser usada como um instrumento motivador na


realização de tarefas exploratórias e de investigação. Além disso, ela
abre novas possibilidades educativas, como a de levar o aluno a
perceber a importância do uso dos meios tecnológicos disponíveis na
sociedade contemporânea. A calculadora é também um recurso para
verificação de resultados, correção de erros, podendo ser um valioso
instrumento de auto-avaliação (ibidem, p. 30).

Como bem destacado, o uso da calculadora, de acordo com as orientações


curriculares nacionais, possibilita que os estudantes consigam fazer uso de múltiplas
11

linguagens, bem como fazer diversas representações, dar novos significados aos
números e fazer interpretações dos resultados.
Além do mais,

O advento das calculadoras fez com que as representações decimais


se tornassem bastante freqüente. Desse modo, um trabalho
interessante consiste em utilizá-las para o estudo das
representações decimais na escola. Por meio de atividades em que
os alunos são convidados a dividir, usando a calculadora, 1 por 2, 1
por 3, 1 por 4, 1 por 5, etc., e a levantar hipóteses sobre as escritas
que aparecem no visor da calculadora, eles começarão a interpretar
o significado dessas representações decimais (ibidem, p. 64).

Esta parte dos PCN destaca que o uso da calculadora propicia o


desenvolvimento de conceito de números decimais, que servem como base, entre
outras coisas para que os estudantes fortaleçam conceitos, tais como medidas de
massa, de comprimento, etc. Além do mais vem a colaborar no entendimento de
conceitos importantes, como porcentagem e fator de correção, que são estudados
na Matemática Financeira, objeto de estudo deste trabalho.
Muitos problemas práticos, assim como bem solicita os PCN, que estão em
situações de propagandas de venda, empréstimos bancários, liquidações de dívidas,
entre outras ações que propiciam o desenvolvimento da cidadania de modo pleno,
podem ser desenvolvidos através do uso da calculadora, pois tal fato

[...] favorece a busca e percepção de regularidades matemáticas e o


desenvolvimento de estratégias de resolução de situações-problema,
pois ela estimula a descoberta de estratégias e a investigação
hipóteses, uma vez que os alunos ganham tempo na execução dos
cálculos. Assim elas podem ser utilizadas como eficiente recurso
para promover a aprendizagem de processos cognitivos (ibidem, p.
45).

É valido salientar que os usos das ferramentas tecnológicas são sempre


importantes, mas que, o professor deve salientar e desenvolver estratégias para
desenvolver, não apenas a capacidade de uso da ferramenta em si, mas de
aproveitar a mesma para desenvolver a capacidade de análise de reflexão e
conclusão dos temas trabalhados juntos à comunidade.
12

Indo além da letra da lei, que tem sem dúvidas eu valor, a seguir destacar o
que alguns estudos, já realizados sobre o uso da calculadora, nos mais variados
temas da Matemática, destacam.

2.2.2 Alguns estudos sobre o uso didático da calculadora

Muitos já foram os trabalhos, nos mais variados temas, já foram realizados


sobre o uso da calculadora nas aulas de Matemática, entre eles destacam-se: Rubio
(2003); Medeiros (2004); Schiffl (2006); Selva e Borba (2010).
Rubio (2003) realizara sua pesquisa com uma turma de 5º ano do Ensino
Fundamental de uma escola pública de São Paulo. Muitas atividades foram
realizadas durante a pesquisa, onde a autora aplicara a calculadora em sala
abordando: história da calculadora; as teclas e funções, e resolução de problemas.
Os resultados de tal pesquisa mostraram que os estudantes usaram a
calculadora e verificaram que, em alguns problemas, existem mais de uma forma de
resolução e que, em outros casos, até mesmo nem usaram-na, pois efetivaram o
cálculo mental.
A autora, ao concluir, deixa bem claro que o uso da calculadora vai além de
fazer cálculos, mas que há uma necessidade de que situações que favoreçam
discussões auxiliadas com o uso didático desta ferramenta sejam colocadas pelos
professores, fazendo assim com que os estudantes pensem, debatem e resolvam
problemas.
Os estudos de Medeiros (2004) foram voltados para o uso da calculadora na
resolução de problemas matemáticos com estudantes da 6ª série do Ensino
Fundamental de uma escola pública de Pernambuco.
Nessa pesquisa, a autora observara como os estudantes se comportavam e
mudavam os procedimentos para resolver problemas matemáticos quando o faziam
com auxílio da calculadora. A pesquisa fora dividida em duas partes; a primeira,
onde os discentes resolviam problemas sem uso da calculadora, ao passo que a
segunda parte, problemas com a mesma estrutura dos que foram respondidos sem
uso da calculadora, foram resolvidos com auxílio da mesma. Na pesquisa em
questão, a autora, após analisar os dados coletados, concluíra que o uso da
13

ferramenta possibilitou o uso de melhores estratégias para resolver os problemas


propostos, bem como potencializou o desenvolvimento do cálculo mental.
A pesquisa de Schiffl (2006), realizada estudantes do 9º ano do Ensino
Fundamental de uma escola da rede pública de São Paulo, a calculadora científica
foi usada como suporte pedagógico, nos cálculos extensos e de números decimais,
no ensino de juros simples e compostos.
A ação promovida na pesquisa fora encarada como uma novidade pelos
docentes e, por tal fato, a motivação em participar, segundo a pesquisadora, foi
grande, pois “por se tratar de uma novidade em sala de aula, mesmo que para
alguns, seu uso fizesse parte de atividades cotidianas” (p. 90).
A pesquisa em questão também mostrar que os estudantes, após uso da
calculadora, em alguns casos, desenvolveram o cálculo mental, mas que, mesmo
assim, não deixaram de lado a ferramenta, fato que deve ser estimulado por parte
dos docentes, uma vez que o cálculo mental é muito importante para resolver alguns
casos.
Uma contribuição importante, que o trabalho de Schiffl (2006) chegara foi
que, ao economizar tempo na realização de alguns cálculos, os estudantes podem
resolver mais problemas, fato que, na visão de D’Ambrósio (2004), pode ser usado
pelo professor para resolução de problemas reais, como os de Matemática
Financeira.
Além do mais, a experiência de Schiffl (2006) mostrara, sem dúvidas, uma
percepção, não apenas por parte da pesquisadora, mas dos discentes, pois após da
calculadora, concluíram que reconheceram que “a calculadora é uma ferramenta
para auxiliá-los e não para substituí-los” (p.92).
O trabalho de Selva e Borba (2010), realizados com estudantes do 4º e 5º
anos, buscavam saber como essa tecnologia explorava os conceitos matemáticos,
bem como colaborava no desenvolvimento de estratégias para resolver situações
matemáticas que apresentavam sinais associativos.
As autoras concluíram que o uso da calculadora foi um fator de motivação
para os estudantes, propiciando um ambiente próprio para fazer reflexões
matemáticas, sendo assim os mesmos ficaram concentrados na temática trabalhada
na questão, propiciando também o desenvolvimento do cálculo mental.
E, como conselho, as pesquisadoras destacam que
14

[...] é preciso que o professor também esteja convencido da


importância da calculadora e, principalmente, tenha propostas
efetivas para seu uso em sala de aula, os objetivos das atividades, a
organização dos alunos (individual ou em equipes), entre outros
aspectos (SELVA; BORBA, 2010, p. 52).

De acordo com as pesquisas que foram mencionadas anteriormente, quando


se usa a calculadora como recurso didático para o ensino de Matemática, a despeito
do local realizado, tal ferramenta, com suas potencialidades e limitações, se usada
com o devido planejamento, colabora de modo positivo nas aulas de Matemática. A
seguir, vamos destacar o uso da calculadora nas aulas de Matemática.

2.2.4 Benefícios do uso da calculadora no ensino de Matemática

Entre as possibilidades metodológicas para o ensino e aprendizagem em


Matemática, o uso de recurso das Tecnologias da Informação, isto é, incorporar
novas formas de comunicar e conhecer através do uso de computadores e
calculadoras, surge como uma das múltiplas escolhas a ser realizada pelo docente.
Ao falar sobre tal temática, em especial aos recursos que a escola deve
obrigatoriamente propiciar à comunidade escolar, Santaló (1990, p.18) elenca o
computador e a calculadora como essenciais, vejamos:

Outro tema essencial é a introdução o mais cedo possível da


computação, não somente quanto ao cálculo, mas também quanto
ao uso de calculadoras como computadores e fontes de informação.
Isto significa que é preciso educar também no pensar informático, já
que não é o mesmo atuar em um mundo sem computadores se no
mundo atual, cheio de botões e teclados para apertar e telas para
ver, é mais do que de livros, catálogos ou formulários para ler.

O computador, como recurso didático e até mesmo uma ferramenta


indispensável na sociedade atual, não encontra-se, infelizmente, disponível para a
maior parte dos estudantes; no entanto, a calculadora, por sua vez, praticamente,
encontra-se por toda parte, estando assim, por ser um produto barato e de fácil
aquisição, ao alcance de muitas pessoas e por tal fato, pode muito bem ser usado
com mais facilidade como recursos didático.
15

Dessa forma, é um instrumento que pode, de imediato, contribuir


para a melhoria do ensino de Matemática. A justificativa para essa
visão é o fato de que ela pode ser usada como instrumento
motivador na realização de tarefas exploratórias e de investigação,
além de levar o aluno a perceber a importância do uso dos meios
tecnológicos disponíveis na sociedade contemporânea (RÚBIO,
2003, p. 68).

Nas aulas de matemática, a calculadora propicia que os estudantes


consigam ir além, desenvolver conceitos e chegar a conclusões com mais
facilidades. Vejamos a seguir, na visão de alguns pesquisadores, como a
calculadora pode contribuir nas aulas.
Para Van de Walle (2009, p. 131) a calculadora é um “dispositivo de
exercícios e treinamento que não requer nenhum computador ou software”.
Indo além, Van de Walle (2009) destaca algumas contribuições do uso de
calculadoras:
- as calculadoras podem ser usadas para desenvolver conceitos;
- as calculadoras podem ser usadas para exercitar exercícios;
- o uso de calculadoras fortalece a Resolução de Problemas.
Van de Walle (2009) destaca muitas contribuições importantes da
calculadora para as aulas de Matemática, no entanto a mesma é apenas um
recurso, que deve, assim como os demais, ser usada pelo professor de forma
adequada, para que assim se transforme em um agente para potencializar o ensino-
aprendizagem.
Além do mais, na concepção de Van de Walle (2009), a escola deve
trabalhar com uso de calculadora, mas também deve mostrar aos pais que esse
recurso didático não impedirá o desenvolvimento do aprendizado matemáticos dos
seus filhos, uma vez que sempre a escola deve, a despeito dos recursos usados,
priorizar a compreensão dos estudantes e é dessa forma que a calculadora deve ser
usada, uma vez que “as calculadoras sempre calculam de acordo com a informação
introduzida. As calculadoras não podem substituir a compreensão do estudante”
(2009, p. 130).
Selva e Borba (2010) também concordam com as ideias anteriormente
explicitas por Van de Walle (2009), pois
16

É importante ressaltar que a calculadora não resolve por si só o


problema, ela não determina a operação, nem como a mesma deve
ser digitada no teclado e, nem também, interpreta o resultado obtido.
Todas essas tarefas devem ser realizadas pelo aluno, que é o ser
pensante na aprendizagem (SELVA; BORBA, 2010, p. 46).

Ainda, destacando a necessidade do uso da calculadora como ferramenta,


Bigode (2000, p.18), enfatiza que

[...] não cabe mais discutir se as calculadoras devem ou não ser


utilizadas no ensino, o que se coloca é como utiliza-las. Cabe ao
professor explorar por si as calculadoras e as atividades a elas
associadas, propondo aos alunos situações didáticas que os
preparem verdadeiramente para enfrentar problemas reais.

Na visão de Bigode (2000) a calculadora traz inúmeros benefícios para a


educação, em especial para colaborar na resolução de problemas voltadas para a
realidade dos mesmos, fato que, aliás, é objeto de estudo de diversos trabalhos
acadêmicos, onde buscam usar tal ferramenta como recurso didático, por exemplo,
nas aulas de Matemática Financeira, onde estão temas bem presentes no cotidiano
dos discentes e frequentemente podem surpreender com alguns casos e problemas
para que os mesmos decidam fatos, como por exemplo, uma compra é melhor
parcelada ou à vista?
Reforçando a ideia anterior, D´Ambrósio (2003, p. 31) é bastante enfático ao
destacar que "com uma calculadora abrem-se inúmeras possibilidades de se fazer
matemática criativa com temas clássicos. Não consigo entender por que razão a
calculadora ainda não se incorporou integralmente às aulas de matemática".
Reforçando a sua ideia, em trabalho posterior, sobre mesma temática
D’Ambrosio (2003) afirma que, nos Ensinos fundamental e Médio, quando usada, a
calculadora contribui para que o estudante seja capaz de:

a) liberar tempo e energia gastos em operações repetitivas; b)


permitir a resolução de problemas reais; c) propiciar maior atenção
ao significado dos dados e à situação descrita no problema,
privilegiando o raciocínio; e d) permitir a primazia do raciocínio
qualitativo sobre o quantitativo, podendo assim, servir como ponte
para o conhecimento da Informática e uso da Internet (p. 2).

Os problemas reais, que D’Ambrosio (2003) explicita podem, muito bem, ser
aqueles que, como já supramencionado, são objetos de estudo e analise deste
17

trabalho, sem, contudo, desprezar outras situações do cotidiano que não estejam no
âmbito da matemática financeira.
Além do mais, vale ressaltar, concordando com as ideias em questão de
que, no dia a dia, muitos dos números são, em problemas, como juros, preços de
mercadorias, valores de parcelas, entre outros, são na forma decimal e o uso da
calculadora permite que sejam trabalhados com esses dados, sem desprezar as
regras operacionais, com mais facilidade.
Lopes (1997), ao comentar sobre uma visão antiga sobre o uso da
calculadora, de que os estudantes, ao usar calcadora, ficariam preguiçosos, destaca
que tal fato não passa de uma crença sem base científica, mas que na verdade, o
uso da mesma, como recurso didático é benéfica ao ensino de Matemática, uma vez
que Lopes (1997, apud Jucá, 2008, p. 66) explicita que

O uso da calculadora possibilita que os indivíduos, libertos da parte


enfadonha, repetitiva e pouco criativa dos algoritmos de cálculo,
centrem sua atenção nas relações entre as variáveis dos problemas
que tem pela frente. Possibilita ainda que possam verificar fazer
hipóteses, familiarizar-se com certos padrões e fatos, utilizando-os
como ponto de referência para enfrentar novas situações. [...] Em
outras palavras, um bom uso dos instrumentos de cálculo contribui
para que os indivíduos desenvolvam estruturas cognitivas de mais
alto nível.

Sendo assim, a calculadora, no processo de ensino de Matemática é, sem


dúvidas, um instrumento importante, uma vez que, em pouco tempo, muitos cálculos
podem ser efetivados e consequentemente, muitas tarefas podem ser realizadas. No
entanto, vale salientar que o instrumento em questão é apenas um auxiliar e não
pode, assim como a pesquisa de Schiffl (2006) destacara, substituir o estudante e
nem o raciocínio do mesmo.
Indo além e confirmando os estudos de Lopes (1997), Schiffl (2006), destaca
que

[...] os resultados de pesquisas realizadas, nos últimos 20 anos,


sobre o assunto. Todos os estudos publicados, até então, revelam o
sucesso das experiências com a calculadora na aula de Matemática,
independentemente da faixa etária e da etapa escolar em que se
encontra o aprendiz-aluno (SCHIFFL, 2006, p. 83).
18

Isso nos mostra que, os estudos há mais de duas décadas, mostram os


benefícios do uso da calculadora como ferramenta pedagógica. Como bem foi
explicitado, a escola deve usar as tecnologias e também usar, em alguns casos
fatos que o estudante já conhece e como bem explicita Silva (1989), o uso das
calculadoras precede a entrada dos mesmos na escola e, nesse caso e muitos
outros, quando, nas aulas, se parte de fatos que os discentes já conhecem, para
assim sistematizar o conhecimento, forma a aprendizagem significativa.
Sendo assim, de modo muito claro, considerando todos os pontos aqui
debatidos e concordando com Noronha e Sá (2002, p.130-131), de fato, a
calculadora “pode ser utilizada para estimular a aprendizagem, através da
redescoberta de regularidades, propriedades e regras tornando assim, um recurso
didático”.
Como bem destacado, quando e utiliza calculadora, o professor, juntamente
com a equipe pedagógica, devem planejar atividades didáticas com objetivo de
produzir resultados positivos para o ensino de Matemática, de modo que o discente
seja capaz de “sentir-se seguro da própria capacidade de construir conhecimentos
matemáticos, desenvolvendo a autoestima e a perseverança na busca de soluções”
(BRASIL, 2000, p. 52).
Sendo assim, podemos considerar o uso didático da calculadora, que é uma
das tendências da Educação Matemática, como uma ferramenta e um potencial a
ser usado pelos professores nas aulas de Matemática, uma vez que a mesma
propicia muitas situações para que haja a construção do conhecimento matemático,
no entanto, cabe aos professores usarem-na de forma adequada.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo da Matemática é de fundamental importância para o ser humano,


pois a mesma auxilia-nos em tomadas de decisões importantes, por esse motivo o
ensino aprendizado da mesma é de vital importância.
Podemos perceber os dados relativos ao ensino da Matemática, como os
índices de aproveitamento dos estudantes nos exames nacionais e outros correlatos
tem apresentado notas aquém do desejável.
19

É valido destacar que o ser humano, ao longo dos séculos, desenvolvera


ferramentas importantes para que a vida, inclusive a ensino de Matemática, fosse
facilitada, sendo assim, o ser humano para ser, no âmbito da aprendizagem
matemática, deve dominar além das continhas, outros pressupostos que são
exigidos pela sociedade da informação e do conhecimento na qual nos encontramos
imersos.
Deste modo, o uso didático da calculadora é recomendável nas tarefas em o
Cálculo não seja a atividade principal e, deste modo, com auxílio do professor, o uso
de tal ferramenta permite que a criança pense matematicamente diante de
determinadas situações do mundo real, quando aparecem números decimais, por
exemplo.
Deste modo, por ser tão presente na vida de todos nós, faz-se
imprescindível que, para fazer a inserção das ferramentas tecnológicas na
educação, em especial com relação ás aulas de Matemática, que a escola propicie o
uso didático da calculadora, uma vez que, ao fazer desta maneira estará
contribuindo, como bem explicitamos neste texto, para o desenvolvimento do
conhecimento matemático nos discentes, colocando-os desta forma, em contato
com recursos tecnológicos e suas diversas linguagens, fatos que tenderão a
oportunizar a preparação para a vida e para o mundo do trabalho que, por sua vez,
espera receber pessoas que consigam assimilar de maneira rápida as informações,
bem como resolvendo e propondo problemas em equipe.
Finalmente, tendo em vista que as aulas de Matemática visam alcançar o
objetivo principal de levar os estudantes a desenvolverem a compreensão conceitual
das ideias matemáticas, para ativar o raciocínio e resolverem problemas, então
temos que fazer o uso da calculadora em aula. Além disso, ao trabalhar com uso de
tal ferramenta, cabe ao professor, como sempre, fazer o devido planejamento e
colocar questões para que o estudante possa usar a máquina de modo a fortalecer o
seu aprendizado e não apenas como uma simples ferramenta.

4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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22

FETREMIS – FACULDADE DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA DA


REGIÃO MISSIONEIRA

AVALIAÇÃO DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO


Estudante: André Alves Sobreira
Título do Artigo: O uso didático da calculadora
Curso: Licenciatura em Pedagogia
Pólo:

Critérios de avaliação Nota – de 0 a 10(mínimo 7.0)


Tema:
Nível de Textualidade
Nível de Correção Linguística
Sequência Lógica dos Fatos
Aprofundamento Teórico
Formatação e Estrutura
Linguagem Técnica - Pedagógica
Conteúdo Adequado
Desenvolvimento do Conteúdo
Rigor Científico

Comentários do Professor Orientador:

Com base na avaliação acima o trabalho está:

Aprovado com nota

Exige reformulação

Professor (a): _______________________________________________________


Critérios de avaliação Nota – de 0 a 10

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