Embargos A Execu
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Autos nº 5004064-84.2020.8.24.0175
Embargante: Neli Giordani Magro e outros
Embargado: Cooperativa de Crédito, Poupança e Investimento do Sul do Estado de
Santa Catarina – SICREDI Sul SC
EMBARGOS À EXECUÇÃO
1 – DOS FATOS
Avenida Getúlio Vargas, 250 – Ed. Santa Bárbara -Sala 21 – Centro – Criciúma/SC – CEP 88801-500 – Fone/fax (48) 3439-3735
Rua XV de Novembro, 132 – Sala 18 – Centro – Orleans/SC – CEP 88870-000 – Fone/fax (48) 3466-1356
A suposta dívida busca cobrar o valor acima informado, decorrente da
Cédula de Crédito Bancário nº B90932543-8, alegando a Embargada que a Embargante
descumpriu com as obrigações pactuadas.
2. DO MÉRITO
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compreendendo-se nessa classificação todos os meios de pagamento em que ocorre
deferimento da prestação monetária, como cartões de credito e cheques. Esta, pois
em harmonia com o sistema considerar serviços de consumo as atividades bancarias,
financeiras e securitárias.
Na sequência, expõe:
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O contrato, não é mais visto como algo estático e individual, mas como
algo dinâmico e social, necessário para o comércio jurídico e satisfação de interesses
legítimos. Deve ser o instrumento de necessidades individuais e coletivas, e não mais
a supremacia de um contratante sobre o outro com o intuito de enriquecimento de um
em detrimento da miséria do outro.
Com efeito, dispõe o inciso IV do art. 51, da Lei 8.078/90, São nulas de
pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais que sejam incompatíveis com
a boa-fé.
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Conforme assevera João Bosco Leopoldino Fonseca:
Além do previsto no artigo 51, o CDC, em seu artigo 6º, institui como um
direito do consumidor, a possibilidade de modificação de cláusulas contratuais no
sentido de restabelecer o equilíbrio da relação entre o consumidor e o fornecedor.
Dessa forma, o consumidor poderá solicitar que o juiz de direito altere o conteúdo
negocial de uma cláusula considerada abusiva.
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Com relação à produção de provas, além das produzidas, requer-se, nos
termos do art. 6°, VIII do CDC que a Embargada junte aos autos todos os extratos da
conta corrente, bem como todas as duplicatas que deram origem as operações e o
relatório de pagamento dos títulos para que se verifique efetivamente a condição de
inadimplência e a totalidade do valor já adimplido pelo Embargante.
O valor Executado não está correto, líquido e exigível, haja vista que não
foram apurados devidamente, nos termos do art. 783 do Código de Processo Civil:
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Art. 783. A execução para cobrança de crédito fundar-se-á sempre em
título de obrigação certa, líquida e exigível.
Ora, para que o título de crédito tenha plena validade é necessário que
este possua todos os requisitos essenciais à sua formação, do contrário será nulo de
pleno direito.
No caso em tela, deve ser revista toda a relação jurídica entre as partes, e
do contrato descritos acima, visto que se encontra com juros e encargos acima da taxa
média de mercado.
Por sua vez, o contrato objeto em questão foi pactuado em 2020, o que
torna a cobrança ilegal, vejamos:
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Caso reste vencida a tese de nulidade da cláusula que fixa a comissão de
permanência como índice de remuneração pelo capital emprestado e como forma de
reparar pela mora do consumidor, a requerida e seu representante legal rogam pela
declaração de nulidade da cláusula que prevê a incidência da comissão de permanência
em conjunto com outras taxas remuneratórias, bem como a cobrança antecipada ilegal
de despesas processuais.
Como se vê, trata-se de cláusula abusiva, que deve ser declarada nula por
este respeitável Juízo. Se o contrato já prevê a capitalização de juros, a cobrança de
encargos de 10% em caso de cobrança extrajudicial mais 20% em relação a cobrança
judicial caracteriza um “bis in idem”, com incidência sobre o saldo devedor calculado
com as penalidades anteriores.
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No que se refere à fixação dos honorários advocatícios, nota-se que a
competência para tanto é privativa do magistrado ao proferir a sentença condenatória,
não podendo tal competência ser usurpada pelo contratante, o qual incluiu tal cláusula
leonina no contrato por adesão assinado pela requerida.
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desde a imputação do foro de eleição até a abusividade de certas taxas cobradas. Muito
distante da realidade que requer o consumidor, a efetivação do negócio se transforma
numa armadilha escondida sob o contrato de adesão que acaba por dilapidar o seu já
escasso patrimônio. É assim que enriquece rapidamente a instituição. É assim que o
seu poderio econômico invade nocivamente a economia popular.
Art. 940. Aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em parte,
sem ressalvar as quantias recebidas ou pedir mais do que for devido, ficará
obrigado a pagar ao devedor, no primeiro caso, o dobro do que houver
cobrado e, no segundo, o equivalente do que dele exigir, salvo se houver
prescrição.
No entanto, o que resulta na conclusão deste item é a possibilidade de o
Embargante questionar os fatores econômicos que integram as prestações, inclusive acerca
dos juros, conforme parecer econômico financeiro analisado.
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que a execução não se encontra líquida, certa e exigível. Sendo portanto, suscetível de
causar dano até que se tenha o valor correto a ser apurado.
5. DO PEDIDO
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Termos em que,
Pede deferimento.
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