AFECC 2 Completo

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INSTITUTO MÉDIO POLITÉCNICO

IMEP

Certificado Vocacional 3 em Electricidade Industrial

Modulo: Aplicar Fundamentos de Electrotecnia em Corrente Contínua


Código do modulo: MO EPI023016192

Resultado de Aprendizagem 2: Desenhar Circuitos eléctricos

Electrodinâmica

Electrodinâmica é o capítulo fundamental da física que estuda cargas eléctricas em


movimento.

Tensão Eléctrica
A diferença de potencial eléctrico entre dois pontos é denominada tensão eléctrica, podendo
ser simbolizada pelas letras V, U ou E, cuja unidade de medida é o Volt [V]
Aparelho de Medição: Voltímetro

Num circuito, indica-se uma tensão por uma seta voltada para o ponto de maior potencial.

Corrente Eléctrica
É o fluxo de electrões em um meio condutor. A corrente eléctrica é representada pela letra i e
a sua unidade fundamental é o Ampère.
Define-se 1 A (Ampère) como sendo deslocamento de 1 C (6,25 x 1018 electrões) através de
um condutor durante um intervalo de 1 s.

Formador: Sérgio Guambe Modulo: AFECC


Aparelho de Medição: Amperímetro

Figura 1: Condutor

A definição matemática da intensidade de corrente eléctrica é dada por:

𝑸
𝑰=
𝒕

Onde:

 I = corrente eléctrica em ampère;


 Q = carga em Coulomb;
 t = tempo em segundos.

Exemplo 1:
Se uma corrente de 2 A passar através de um medidor durante um minuto, isto equivale a
quantos Coulombs?
Dados: I = 2 A, t = 1 minuto
𝑸
𝑰=
𝒕
𝑸=𝑰×𝒕
𝑄 = 2 × 1 × 60
𝑄 = 120 𝐶
Exercício 1:
A secção transversal de um condutor é atravessada por uma carga de 1440 C em 12 minutos.
Calcule a intensidade da corrente no condutor.
𝑸
𝑰=
𝒕
1440 1440
𝐼= =
12 × 60 720
𝐼 =2𝐴

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Intensidade da corrente eléctrica
É quantidade de carga que atravessa a secção transversal de um condutor na unidade de tempo.

𝑄
𝐼= 𝑠𝑒 𝑄 = 𝑛 × 𝑒, 𝑒𝑛𝑡ã𝑜 𝑡𝑒𝑟𝑒𝑚𝑜𝑠:
𝑡
𝒏×𝒆
𝑰=
𝒕
Onde:
 I = intensidade da corrente electrica em Ampere
 Q = quantidade de carga que atravessa a secção transversal do condutor em Coulomb
 t = tempo necessário para a carga atravessar a secção transversal do condutor em
segundos
 n = número de cargas elementares
 e = carga elementar ( 1,6 x 10-19 C)

Fluxo de Corrente
Se ligarmos às duas extremidades de um fio de cobre, uma diferença de potencial, a tensão
aplicada faz com que os electrões se desloquem. Esse deslocamento consiste num movimento
de electrões a partir do ponto de carga negativa - Q numa extremidade do fio, seguindo através
deste e chegando à carga positiva +Q na outra extremidade.

Sentido Electrónico e Convencional


O sentido do movimento de electrões é do polo negativo (–) para o polo positivo (+). Este é o
fluxo de electrões, que chamamos de Sentido electrónico.
No entanto para estudos convencionou se dizer que o deslocamento dos electrões é do polo
positivo (+) para o polo negativo (–).

Este é o chamado de fluxo convencional da corrente elétrica, conhecido como Sentido


convencional.
Portanto a corrente eléctrica é representada saindo do polo positivo e entrando no polo
negativo.

Figura 2: Sentido da corrente

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Exercício 2:
A intensidade da corrente num condutor é de 0.5 A.

a) Qual é a intensidade de carga eléctrica que atravessa a secção transversal em 90


minutos.
b) Em quanto tempo a secção transversal do condutor é atravessada por uma carga de 900
C.
c) Calcula o número de electrões existentes no condutor para uma carga de 900 C.

Circuito Eléctrico
Circuito eléctrico é um conjunto de dispositivos, composto por uma fonte de tensão e outros
dispositivos que permitem a circulação de uma corrente eléctrica.

O circuito elétrico é composto por:

 Fonte de tensão: responsável em fornecer energia para o sistema;


 Condutores: responsável em fornecer um caminho com baixa resistência para a
circulação de corrente elétrica;
 Carga: Elemento que vai utilizar (transformar) a corrente eléctrica, limitando este valor
(note que um sistema sem carga corresponde a um curto-circuito)
 Seccionadores: responsáveis em controlar/ bloquear o fluxo da corrente (Ex.
Interruptor);
 Proteção: sistema responsável em garantir a segurança da instalação e/ ou usuários.
Quando ocorrer um evento não permitido no sistema ele desliga automaticamente o
circuito (Ex. Disjuntor, fusíveis, etc.)
Através da utilização de símbolos podemos representar um circuito elétrico em um desenho.

Figura 3: Circuito Eléctrico

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Onde foram considerados os seguintes símbolos:

Potência Eléctrica
Se um trabalho está sendo executado em um sistema eléctrico, uma quantidade de energia está
sendo consumida. A razão em que o trabalho está sendo executado, isto é, a razão em que a
energia está sendo consumida é chamada Potência.

Em electricidade, a tensão realiza trabalho de deslocar uma carga eléctrica, e a corrente


representa o número de cargas deslocadas na unidade de tempo. Assim em eletricidade

P=UxI

A unidade fundamental de potência eléctrica é o WATT.

Aparelho de Medição: Wattímetro

Exemplo:
Qual é a potência produzida por um condicionador ligado em 220 Volts e com uma corrente
de 5.45 Amperes

𝑃 =𝑈×𝐼

𝑃 = 220𝑉 × 5.45𝐴

𝑃 = 1199𝑊

Exercício: Sabendo-se que a potência total é a soma de todas as potências parciais e que a
tensão da rede é 220 Volts, calcule:
a) A corrente eléctrica de 5 lâmpadas de 100 Watts
b) A corrente eléctrica de um circuito com: 2 tomadas de 100 W e 3 lâmpadas de 50W.

Resistência Eléctrica
Define-se resistência como sendo a capacidade de um dispositivo (fio condutor) ser opor a
passagem de corrente elétrica através de sua estrutura.

Aparelho de Medição: Ohmímetro

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Primeira lei de Ohm

A diferença de potencial entre dois pontos de um resistor é proporcional à corrente eléctrica


que é estabelecida nele. Além disso, de acordo com essa lei, a razão entre a tensão eléctrica e
a corrente eléctrica é sempre constante para resistências ôhmicas.

A resistência elétrica não depende nem da tensão, nem da corrente eléctrica, mas sim da
temperatura e do material condutor.

Resistividade
Verifica-se experimentalmente que a resistência eléctrica de um resistor depende do material
que o constitui e de suas dimensões.

Quanto à natureza, os materiais se diferenciam por suas resistividades, característica essa que
é representada pela letra grega 𝝆 (rô), cuja unidade é ohm vezes metro [Ω ∙ 𝑚]. Quanto às
dimensões do material, são importantes o seu comprimento 𝒍 e a sua secção transversal A.

Segunda lei de Ohm


A resistência de um condutor é diretamente proporcional ao seu comprimento e inversamente
proporcional à área da secção transversal do fio.

Onde:
 R – Resistência (Ω)
 𝝆 – Resistividade (Ω ∙ 𝑚)
 𝒍 − Comprimento do condutor (m)
 𝑨 – Área transversal do condutor (𝑚2 )

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Tabela 1: Resistividade média dos diferentes materiais

Resistor Eléctrico

O resistor é um dispositivo cujo valor da sua resistência, sob condições normais permanece
constante.
Os resistores são classificados em dois tipos: fixos e variáveis. Os resistores fixos são aqueles
cuja resistência não pode ser alterada, enquanto as variáveis têm a sua resistência modificada
dentro de uma faixa de valores por meio de um cursor móvel.

Resistores Fixos
Tem como função principal produzir uma queda de tensão E (volts), igual ao produto de seu
valor (Ω) pela corrente que passa por ele (A).

Símbolo:

Código de Cores para Resistores

O código de cores é a convenção utilizada para identificação de resistores de uso geral. Como
é impossível a fabricação de resistores de todos os valores, estes são fabricados com um
intervalo de tolerância entre eles.

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Os resistores de maior potência, por terem maiores dimensões, podem ser gravados em seus
corpos os respectivos valores nominais e tolerâncias. Porém, os resistores de baixa potência
são muito pequenos e torna-se inviável essa gravação.

Assim sendo, gravam-se nos resistores anéis coloridos que, a partir de um código de cores
preestabelecido, informam os seus valores nominais e suas tolerâncias.

Existem dois códigos de cores: um para resistores de 5% e 10% de tolerâncias, formado por
quatro anéis; outro para resistores de 1% e 2% de tolerância (resistores de precisão), formado
por cinco anéis.

A leitura do valor nominal e da tolerância de um resistor é feita conforme a tabela abaixo

Exemplo:
1o Faixa Verde = 5
2o Faixa Azul = 6
3o Faixa Vermelho = 100
4o Faixa Ouro = 5%
56 x 100 = 5600 Ώ = 5,6 kΏ

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Elementos de um circuito eléctrico
As leis de Kirchhoff envolvem conceitos básicos para a resolução e analise de circuitos
eléctricos, tanto em CC como em AC. Antes das leis apresenta-se a seguir os elementos que
formam um circuito electrico (ramo, nó e malha).

Ramo é qualquer parte de um circuito eléctrico composta por um ou mais dispositivos


ligados em serie.

Nó é qualquer ponto de derivação elétrica de três ou mais ramos

Malha é um circuito eléctrico cujo os ramos formam um caminho fechado por onde passa a
corrente elétrica.

Leis De Kirchhoff
Um circuito admite um único sentido de corrente com um único valor para cada ramo. Uma
vez conhecidos os sentidos e as intensidades das correntes em todos os ramos de um circuito,
todas as tensões podem também ser determinadas.
A compreensão e a analise de um circuito dependem das duas leis básicas de electricidade
apresentadas a seguir.

Lei de Kirchhoff para Correntes – Lei dos nós


Definindo arbitrariamente as correntes que chegam ao nó como positivas e as que saem do nó
como negativas, a lei de Kirchhoff para correntes pode ser enunciada como segue:

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A soma das correntes que entram em um nó é igual à soma das correntes que saem desse nó.
Ou por outra, A soma algébrica das correntes que concorrem em um nó é igual à zero.

Lei de Kirchhoff para Tensões – Lei das Malhas


Adotando um sentido arbitrário de corrente para a análise de uma malha, e considerando as
tensões que elevam o potencial do circuito como positivas (geradores) e as tensões que
causam queda de tensão como negativas (receptores passivos e activos), a lei de Kirchhoff
para tensões pode ser enunciada a seguir:

A soma algébrica das tensões em uma malha é igual a zero ou por outra A soma das tensões
que elevam o potencial do circuito é igual à soma das tensões que causam a queda de tensão.

Associação de resistores em série


Na associação série, os resistores estão ligados de forma que a corrente I que passa por eles
seja a mesma, e a tensão E aplicada aos resistores se subdivida entre eles proporcionalmente
aos seus valores.
Pela lei de Kirchhoff para as tensões, a soma das tensões nos resistores é igual a tensão total
aplicada E.

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Associação de resistores em paralelo
Na associação paralela, os resistores estão ligados de forma que a tensão total E aplicada aso
circuito seja a mesma em todos os seus resistores e a corrente I total do circuito se subdivida
entre eles de forma inversamente proporcional aos seus valores.

Associação mista de resistores


A associação mista é formada por resistores rm série e em paralelo, existindo uma equação
geral para a resistência equivalente, pois ela depende da configuração do circuito.

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Configurações Estrela Triangulo
Num circuito eléctrico, é comum os resistores estarem ligados conforme as configurações
estrela ou triangulo.

Estas configurações não se caracterizam nem como série e nem como paralelo, dificultando o
cálculo da resistência equivalente do circuito e por tanto a sua analise. Mas para resolver este
problema, é possível converter uma configuração na outra, fazendo com que os resistores
mudem de posição sem, no entanto, mudarem as suas características eléctricas do circuito.

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Divisor de tensão

Na associação série de resistores, vimos que a tensão da fonte de alimentação se subdivide


entre os resistores, formando um divisor de tensão. Então podemos deduzir uma equação geral
para calcular a tensão Vi num determinado resistor Ri da associação em função da tensão da
fonte E

Divisor de corrente

Na associação paralela de resistores, vimos que a corrente fornecida pela fonte de


alimentação se subdivide entre os resistores, formando um divisor de corrente. Então
podemos deduzir uma equação geral para calcular a corrente Ii num determinado resistor Ri
da associação em função da corrente I.

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