TG Final + Ficha Catalográfica
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DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA
CASAIS E DINHEIRO:
Como os casais na fase de aquisição do ciclo vital da
família lidam com o dinheiro
TAUBATÉ - SP
2020
Francine Alves Pinto
CASAIS E DINHEIRO:
Como os casais na fase de aquisição do ciclo vital da
família lidam com o dinheiro
TAUBATÉ - SP
2020
Grupo Especial de Tratamento da Informação - GETI
Sistema Integrado de Bibliotecas - SIBi
Universidade de Taubaté - UNITAU
CDD – 158.24
CASAIS E DINHEIRO:
COMO OS CASAIS NA FASE DE AQUISIÇÃO DO CICLO VITAL DA FAMÍLIA
LIDAM COM O DINHEIRO
Data: _____________________________
Resultado: _________________________
BANCA EXAMINADORA
Agradeço a Deus por esse sonho realizado, aos meus pais por todo investimento e
paciência que tiveram todos esses anos, obrigada por vocês sempre me apoiarem
em todas as decisões. Agradeço também a minha orientadora Prof. Dra. Andreza
Maria Neves Manfredini por todo o incentivo, conhecimento e confiança para a
composição desta experiência acadêmica inesquecível, a todos os professores que
me acompanharam durante a graduação e em especial a Profa. Ma. Andreza
Cristina Both Koga Casagrande e a Profa. Dra. Ana Cristina Araújo do Nascimento,
que foram minhas fontes de inspiração durante esses cinco anos e me mostraram o
quanto a Psicologia pode contribuir para um mundo melhor quando bem empregada,
me orientando sempre da melhor maneira e confiando sempre no meu trabalho.
Muito obrigada a todos vocês por fazerem parte desta grande conquista.
“O dinheiro é uma felicidade humana abstrata: por isso aquele que já não é capaz de
apreciar a verdadeira felicidade humana, dedica-se completamente a ele.”
Arthur Schopenhauer
RESUMO
Money is and has always been present in human history, we live in a consumerist
society, with the family being the beginning of the first relationships, whether human
or consumer. The objective of this study was to understand how middle class
couples, with and without children in the acquisition phase of the family's life cycle,
who reside in Vale do Paraíba deal with money. The specific objectives were: To
identify whether couples carry out financial planning and how it is developed; Identify
how the couple talks about money; Understand how the money is used in the
couple's daily life; Identify and understand the couple's difficulties regarding the use
of money; Identify and understand the influences of the social environment and the
family of origin in relation to money. It is a case study with a qualitative approach, the
instrument used was the semi-structured interview. For data collection, convenience
sampling was used and data analysis was through categorization. Ten participants
were interviewed: five couples, with and without children, middle class and residents
in Vale do Paraíba. What can be observed with the results obtained was that in most
couples there is only dialogue and financial planning in times of financial difficulties.
Regarding financial planning, what can be identified is that it exists only in the short
term or for emergency situations, whether to cover expenses, monthly expenses. It is
understood that the biggest concern of these couples in the acquisition phase is in
the construction of life for two, in the acquisition of goods, and that the look at the
future financial planning is still distant for these couples, since in the acquisition
phase with couples middle class, there is almost no money left. It was also identified
that couples suffer influences in relation to the use of money, whether from the family
of origin or from the social environment they live with. It can be considered that
money is neither good nor bad, but the way couples deal with money is what will
define their role in the relationship. That is why it is necessary that financial education
and dialogue are present in conjugal relations and in the lives of families.
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 10
1.1 PROBLEMA..................................................................................................... 12
1.2 OBJETIVO........................................................................................................ 12
1.2.1 Objetivo Geral.............................................................................................. 12
1.2.2 Objetivos Específicos................................................................................. 12
1.3 RELEVÂNCIA.................................................................................................. 13
2. REVISÃO DE LITERATURA............................................................................. 14
2.1 A ORIGEM DO DINHEIRO NO BRASIL.......................................................... 14
2.2 A ORIGEM DA PSICOLOGIA ECONÔMICA NO BRASIL............................... 17
2.3 CICLO VITAL DA FAMÍLIA E A FASE DE AQUISIÇÃO.................................. 20
2.4 CASAIS NA FASE DE AQUISIÇÃO E DINHEIRO........................................... 23
2.5 O DINHEIRO E AS RELAÇÕES LÍQUIDAS.................................................... 29
3. MÉTODO ........................................................................................................... 33
3.1 DELINEAMENTO............................................................................................. 33
3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA............................................................................. 34
3.3 TIPO DE AMOSTRA........................................................................................ 34
3.4 LOCAL............................................................................................................. 35
3.5 INSTRUMENTO............................................................................................... 35
3.6 PROCEDIMENTO DE COLETA DE DADOS................................................... 36
3.7 PROCEDIMENTO DE ANÁLISE DE DADOS.................................................. 37
4 RESULTADOS.................................................................................................... 38
4.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA............................................................... 38
4.2 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS.................................................................. 39
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................ 57
REFERÊNCIAS...................................................................................................... 59
ANEXO I - Comprovante de envio do projeto........................................................ 65
ANEXO II – Termo de consentimento livre esclarecido......................................... 66
ANEXO III – Termo de comp. do pesquisador responsável.................................. 68
APÊNDICE I – Roteiro de entrevista...................................................................... 69
10
1 INTRODUÇÃO
1
Coronavírus são grande família de vírus comuns em muitas espécies diferentes de animais. COVID-
19 é uma doença causada pelo conronavírus, denominado SARS-Cov-2, que apresenta um espectro
clínico variando de infecções assintomáticas e quadros graves. No Brasil o número de mortes
causadas pelo COVID-19 até o mês de setembro de 2020 chegou a 144.680 mortos.
11
dinheiro seja um tabu universal na maior parte das relações sociais, eles acreditam
que o dinheiro é a força motriz da civilização.
Ao considerar o hábito de consumo das pessoas, é muito importante entender
como a educação financeira acontece nesse núcleo e onde esses buscam
informações para lidarem com o dinheiro.
Segundo Cerveny (1997), a caracterização do ciclo vital da família é
composta por quatro fases, família na fase de aquisição, família na fase
adolescente, família na fase madura e família na fase última, como mencionado
anteriormente, nesta pesquisa o foco está voltado, a primeira fase. A fase de
aquisição é a primeira fase, onde abrangem as famílias, heterossexuais,
homossexuais, monoparentais, ela é compreendida a partir da união do casal e se
estende com a vinda dos filhos pequenos, até atingir a adolescência. Vale ressaltar
que cada família formada, vivenciará de maneira diferente a Fase de Aquisição,
tendo em comum o objetivo de adquirir e construir juntos um futuro (BERTHOUD;
CEVERNY, 1997).
Segundo Manfredini (2019), para compreender os valores morais e éticos na
educação financeira das atuais famílias, é necessário entender o período pós-
moderno que essas estão inseridas. Este período tem causado muitos problemas
sociais, que desafiam as famílias na educação de filhos, nos relacionamentos
conjugais e, especificamente, no modo como as pessoas têm utilizado o dinheiro.
Manfredini (2019) questiona se o sentimento do amor tem se confundido com
o apreço ao dinheiro e se o que tem sido construído na sociedade consumista,
especificamente com casais, são relações influenciadas pelo dinheiro?
A atual era da modernidade líquida, tem tornado o mundo repleto de sinais
confusos, propenso a mudar com rapidez e de forma imprevisível, trazendo consigo
uma fragilidade dos laços humanos sendo assim fatal para nossa capacidade de
amar, seja esse amor direcionado ao próximo ou a nós mesmos, mantendo assim os
laços frouxos (BAUMAN, 2004).
É importante ressaltar que além da organização financeira, é preciso que haja
uma sintonia e cumplicidade entre o casal, sendo isto fundamental para uma vida
conjugal (BERTHOUD, 2002).
12
1.1 PROBLEMA
1.2 OBJETIVOS
1.3 RELEVÂNCIA
2 REVISÃO DE LITERATURA
crédito cresceram de 5,6 bilhões para 15,9 bilhões. Enquanto isso, o número de
transações com cartões de débito e crédito que estavam em torno de 2,6 bilhões em
2005 passaram para cerca de 14,3 bilhões em 2017.
Segundo Serasa Experian (2019), um novo recorde histórico, o número de
brasileiros inadimplentes chegou a 63,2 milhões em abril de 2019. Isto significa que
40,4% da população adulta do país estão inadimplentes. Comparando com mesmo
mês de 2018 (61,2 milhões), são dois milhões a mais de pessoas inadimplentes,
além dos impactos gerados pela insuficiência da educação financeira do brasileiro, a
inadimplência é uma variável que segue as principais tendências do cenário
econômico nacional. Como podemos ver, o dinheiro está e sempre esteve presente
na história humana, ele é tido como um objeto multidisciplinar que atravessa
diversos fenômenos sociais, afetando a vida das pessoas de diversas maneiras, seja
positivo ou negativamente.
De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e
Turismo - CNC (2020), o número de famílias endividadas que utilizam cheque pré-
datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, empréstimo pessoal,
prestação de carro e seguro atingiu um novo recorde em abril de 2020, alcançando
66,6% – o maior percentual desde o início da realização da Pesquisa de
Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), em janeiro de 2010.
Esta foi a primeira Peic realizada após o início da pandemia de coronavírus
no Brasil, a coleta dos dados ocorreu entre 20 de março e 5 de abril de 2020. Visto
que o número de famílias e casais endividados crescerá no país, fica claro a
necessidade de que os brasileiros tenham acesso a Educação Financeira, pois a
falta de planejamento financeiro causa danos as famílias podendo levar até o
rompimento das mesmas, ou seja, a relação de cuidado da família com o dinheiro
deve se dar o tempo todo e não só em momento de dificuldades.
O que se pode ver é que a falta de dinheiro pode acarretar problemas para as
pessoa, pois junto com o dinheiro vem também alguns significados, sendo eles
pessoais, culturais e familiares, atribuindo as esses significados como, status e
respeito, poder, liberdade e controle e conquista e reconhecimento (MITCHELL;
MICKEL, 1999 apud MEIRELLES; SOUZA, 2015).
Segundo Manfredini (2019), o poupar pode ser considerado como uma forma
saudável de usar o dinheiro. Para Nyhus (2017), o número de poupadores aumentou
depois do período pós guerra, para o autor o hábito de poupar tem implicações
17
valiosas para o individuo e para família, pois a falta de uma reserva ou uma
poupança no futuro pode causar prejuízos na qualidade de vida das pessoas, e pode
ser muito pior se estas dependerem de empréstimo com juros elevados.
De acordo com Nyhus (2017), pessoas que acreditem que poupar é
importante, tendem a economizar mais do que aquelas que acham que poupar não é
importante.
Quando Nyhus (2017), afirma que no momento em que houver um melhor
entendimento sobre educação financeira o número de poupadores irá crescer, e ao
passo que mais crianças e jovens aprenderem sobre educação financeira,
consequentemente as famílias passarão a utilizar o dinheiro de forma mais saudável
evitando o endividamento.
Para entender melhor a relação indivíduo e dinheiro, a próxima sessão vai
falar sobre a Psicologia Econômica, que é uma área de estudo recente, que estuda
o comportamento econômico dos indivíduos e sociedade.
No Brasil ainda há muito que ser estudado sobre psicologia econômica, o que
dificulta o encontro de materiais e publicações a respeito dessa área, já em outros
países como EUA, Nova Zelândia, Austrália, os estudos sobre está área estão bem
avançados (MANFREDINI, 2019).
Segundo Ferreira (2006), foi no Rio de Janeiro em 1935, na Escola de
Economia de Direito, no curso de Psicologia Social, que o professor Artur Ramos,
ministrou o curso pela primeira vez de Psicologia Econômica. A psicologia
econômica estava entre a psicologia e a sociologia, que estudava o comportamento
social e psicológico do indivíduo.
Em 1967, ocorreu à primeira tradução para português de um texto em francês
La Psychologie Economique sobre o tema, e também nos anos 60, na UNESP de
Assis interior de São Paulo, foi incluída a primeira disciplina de Política Econômica
no curso de psicologia na universidade (MANFREDINI, 2007).
Entre 1985 e 1994, devido à alta da inflação, começaram as primeiras
demonstrações de interesses pelo estudo da psicologia e economia. Reunindo no
19
lentidão, diferentes de outros países mais avançados. A autora afirma, que quando a
disciplina de psicologia econômica fizer parte da grade das faculdades de Psicologia
do país, ai sim ela terá se solidificado.
A família para psicologia tem uma grande importância, pois é nela que se
iniciam as primeiras relações psicossociais, e é nela que iniciam as primeiras
relações com o dinheiro, e na próxima subseção será abordado o ciclo vital da
família e a fase de aquisição, que é o foco desse estudo.
dos filhos. No quinto e estágio é quando os pais precisam deixar que seus filhos
construam suas famílias e sigam em frente, esse estágio vai até a aposentadoria. Já
o último estágio se da com a vinda da aposentaria, a viuvez, com as doenças que
requerem cuidados da família.
Baseado na teoria sistêmica e na realidade da família paulista, segundo
Ceverny e Berthoud (1997), a família é um sistema subdividido em fases, em que as
famílias vivenciam desde sua constituição até a morte dos indivíduos que a
constituiu, e segue alguns critérios como: idades dos pais, dos filhos, tempo de
união do casal entre outros. Segundo as autoras a caracterização do ciclo vital da
família é composta por quatro fases, sendo elas: família na fase de aquisição, família
na fase adolescente, família na fase madura e família na fase última. O ciclo vital da
família para Cerveny e Berthoud é diferente do modelo norte-americano proposto
por McGoldrick.
Nesta pesquisa será considerado o estudo do ciclo vital da família proposto
por Cerveny (2002) e a fase abordada nessa pesquisa é a fase de aquisição. De
acordo com Cerveny e Berthoud (1997), o nome de aquisição é dado à primeira fase
porque todos os integrantes da família estão passando por esse processo, inclusive
os filhos pequenos. Essa fase abrange as famílias, heterossexuais, homossexuais,
monoparentais, recasadas, sendo compreendida a partir da união do casal e se
estendendo com a vinda dos filhos pequenos até atingir a adolescência, ou para os
casais sem filhos até que os pais do casal façam a transição para a próxima fase do
ciclo vital, ela acontece em três processos, o primeiro é a união do casal, o segundo
a construção da vida a dois e o terceiro a vivência da parentalidade.
Segundo Cerveny e Berthoud (2010), o processo de união da fase de
aquisição se dá na constituição de uma nova família, podendo durar dias, meses ou
anos, o que os casais vivenciam nesse momento é o sentimento de atração e paixão
que faz com que sintam vontade de se unir, a fase inicial da união pode acontecer
de diferentes formas, desde o ficar até o namoro sério.
Passado por essa fase inicial, o casal se prepara para vivenciar a verdadeira
união, essa fase inicial da união compreende algumas subcategorias: Acontecendo
a união - quando o casal começa a pensar no casamento; Consolidando a união: o
casal começa a fazer planos para o casamento; Despedindo-se da família de
origem: esse processo pode levar meses, pois o casal precisa se despedir da família
de origem e se prepararem par uma vida a dois; Estar preparado pra vivenciar essa
22
união: cada um faz uma avaliação sobre si e sobre o que querem para o futuro a
dois; Mantendo a independência: esses momentos são vividos pelo casal um
processo de ambivalência, que é a despedida da vida de solteiro, e a preparação e o
planejamento para o casamento; Realizando um sonho: o casamento a união do
casal perante a sociedade e a família. Esse processo de união pode ser vivenciado
de uma maneira mais fácil, devido à maturidade do casal ou o contrário, dificultado
pelo excesso de autonomia de cada um.
O segundo processo da fase de aquisição do ciclo vital da família é da
construção da vida a dois, adaptação ao novo, que é um processo emocional
vivenciado pelo casal nos primeiros meses de união, esse processo compreende
algumas subcategorias: Vivenciando um tempo de adaptação - esse processo é
vivido nos primeiros meses que assumem a vida a dois, e existe muito sentimento de
ambivalência nesse momento; Iniciando a família - é o processo central dessa fase,
onde inclui negociar a administração financeira do casal, dividir o espaço físico e
emocional, elaboração de um novo padrão de relação entre o casal, eles se abrem
para a relação, constroem cumplicidades, vivenciam dificuldades, dividem tarefas e
constroem novos papeis; Relacionando-se com as famílias de origem - o casal
estabelece um padrão de relação com a família de origem, estabelecem fronteiras,
reproduzem papeis já vivenciados e avaliam os valores da família; Relacionando-se
socialmente - o casal estabelece padrões de relacionamentos com amigos e
conhecidos, formando uma rede ou mantendo-se isolados; E por último vivendo sem
filhos - essa fase pode durar anos, muitos casais podem postergar essa fase, pois
estão construindo suas carreiras profissionais, adquirindo bens como casas, carros,
estão vivenciando a liberdade e independência do casal e financeira, nesse
momento é plantando na cabeça do casal a ideia de serem pais, podendo o casal se
tornar bastante resistente com a chegada do primeiro filho ou não (CERVENY;
BERTHOUD 2010).
Para Cerveny e Berthoud (2010), o terceiro processo da Fase de Aquisição
que é a vivência da parentalidade é tido como o ápice de intensidade dessa fase,
gerando muito medo, tensões e demandas, pois ele se dá com a chegada do bebê,
ele é subdivido em categorias: Vinda do filho - esse filho pode ser planejado ou não;
Descobrindo novos sentimentos - o casal vivencia diversos sentimentos nesse
momento, como medo, insegurança, alegria, emoções controversas até o
nascimento do bebê, ora sentimento de proximidade um do outro ora de
23
bens e ter maiores despesas, como aquisição de carros, casa, fazem viagens,
cursos profissionalizantes, despesa com o nascimento do primeiro filho, escola,
alimentação, nessa fase, o dinheiro torna-se um instrumento importante para
conquista das metas e desenvolvimento material daquele sistema. As autoras
apontam que o momento de planejar a vida dois no sentido material é um grande
desafio ao novo casal, muitas vezes ficando com a mulher a responsabilidade por
administrar os gastos da casa, mesmo essa não sendo a provedora.
Segundo Manfredini (2019), na fase de aquisição o jovem casal vê o dinheiro
como parte da construção da família e como reconhecimento econômico, com base
na classe social a qual pertence e a profissão que seguem nesse momento. Para a
autora, o dinheiro movimenta as relações familiares, seja no diálogo entre os adultos
e educando os filhos, seja vivenciando as dificuldades, as limitações, o tabu, ou
estabelecendo uma melhor forma de se relacionar com o dinheiro.
De acordo com Guimarães (2007), com todas essas influencias que
estimulam o consumo, o jovem casal deveria fazer como tarefa a articulação entre
fatores externos sociais e culturais e manter certo equilíbrio do fluxo financeiro e
relacional, pois nem sempre isso é uma tarefa fácil, principalmente quando o casal
se vê no meio de ofertas de produtos e serviços tentadoras, facilidades de crédito e
de pagamentos, que conduzem ao casal a ideologia de felicidade, onde analisa e
observa o outro a partir daquilo que se compra e se mostra.
Para Cerbasi (2004), a relação que o casal tem com o dinheiro deve ser algo
planejado para longo prazo, para que o casal chegue ao futuro sem dificuldades
financeiras, porém isso se dá através de um compromisso financeiro, que deve ser
levado a sério, deve ser bem planejado, deve criar metas e haver comprometimento
de todos os envolvidos. Frankel (2006) aponta que é fundamental que entre o casal
haja conversa sobre como o dinheiro será gasto, investido, sobre dívidas, divisão de
contas, e essa conversa deve ocorrer antes de partirem para uma vida a dois, e
durante a relação.
Segundo Cardeal (2020), o ato de decidir é comum em todos os indivíduos e
isso faz parte da rotina das pessoas. Para a autora em toda ação houve uma
tomada de decisão, mesmo que seja a opção de não fazer nada, e essa decisão
impacta a vida do casal a curto, médio ou em longo prazo.
Já Madanes e Madanes (1997), aponta que poucos casais fazem
planejamento de como gastar o dinheiro, e muitas vezes, esses fazem uso do
27
O fato de o dinheiro ocupar cada vez mais diversos significados nas relações
seja no ciclo vital individual ou no da família, faz se necessário que haja um bom
planejamento financeiro para que essa relação seja saudável, e para tal, é preciso
que o casal tenha uma educação financeira.
Um ponto muito importante no relacionamento, como já mencionado é o fator
econômico, pois este fator pode estar ligado a dificuldades dos casais e com isso
levar às futuras separações, quando a relação com o dinheiro caminha na
contramão dos sentimentos (GUIMARÃES, 2007). A educação financeira engloba a
administração do dinheiro em diversos aspectos e atitudes, sendo essas o planejar
dos gastos mensais e futuros, poupar, investir, fazer orçamento, e preparar-se para
velhice (FERREIRA, 2015).
Para Manfredini (2019), aprender a lidar com o dinheiro e ter hábitos
financeiros envolvem questões de ordem psicológica, que influenciam os
comportamentos econômicos e financeiros do indivíduo e do casal. Segundo
Ferreira (2015), programas de educação financeira tem importância para
compreender como funcionam os processos de tomada de decisão das pessoas, de
28
forma a buscar diminuir a distância entre intenção e ação, sendo esta uma tarefa da
Psicologia Econômica e de disciplinas afins.
Lidar com dinheiro não é uma tarefa fácil, visto que a educação financeira
deveria ser ensinada na infância, como não é na maioria das famílias, a forma de
lidar com dinheiro passa a ser uma reprodução da forma de consumir dos pais. O
planejamento financeiro não é algo habitual no Brasil, o que se vê é o incentivo ao
consumo, e não o incentivo ao poupar, planejar e controlar os gastos (MANFREDINI,
20119).
Algumas instituições tiveram a iniciativa de trabalhar o tema educação
financeira, como por exemplo, o Banco Central do Brasil – Bacen, em 2003 iniciou
um Programa de Educação Financeira (PEF-BC), que teve como objetivo aproximar
e ampliar a participação e envolvimento das pessoas nas questões que envolvam
temas econômicos, como forma de contribuir para o fortalecimento da cidadania
(BACEN, 2013).
A Febraban é atualmente uma das mantenedoras da Associação de
Educação Financeira do Brasil (AEF), entidade que implanta os projetos da ENEF.
Além disso, desenvolve outras ferramentas e iniciativas que orientam a uma
educação financeira. O Serasa dá orientação ao cidadão, disponibilizado pelo site da
empresa brasileira de análises e informações aos créditos e negócios
(MANFREDINI, 2019).
De acordo com Manfredini (2019), promover uma ligação entre organizações
governamentais e instituições financeiras com toda a sociedade, é um dos grandes
desafios para que as famílias de diferentes camadas socioeconômicas tenham
acesso à educação financeira. Uma das ações primordiais para o fomento desta
educação refere-se a incentivos para as tomadas de decisões econômicas mais
conscientes.
Visto que muitos casais não sabem lidar com o dinheiro na relação a dois e
que hoje as relações modernas se pautam nessa busca de felicidade constante, e
usam o dinheiro para obter prazer e realização, a próxima subseção abordará sobre
o dinheiro e as relações líquidas.
29
Para Guimarães (2007) o dinheiro tem uma forte ligação sobre a intimidade
do casal, podendo essa relação ser de poder, controle e até questões de
sexualidade. Russo (2011) também afirma que o dinheiro e as relações estão
associados com o poder, uma vez que o amor e dinheiro criam e medeiam relações
que aguçam uma atmosfera de poder pessoal ou social.
Para Russo (2011), o amor e o dinheiro aparecem como pólos que giram em
torno de nossas vidas, de um lado em sentidos opostos, e por outro lado, eles
aparecem como desejos que se completam e, portanto, trazem a felicidade. Para a
autora, a ideia da vivência real do amor, mudam quando se aproximam das
questões relacionadas ao dinheiro, podendo ver fortes traços do individualismo
moderno nessas relações. O ser humano, como ser cultural, afeta o dinheiro com
seus sentimentos ambíguos, transformando em objeto, ora o ama e deseja, ora o
odeia, mas, acima de tudo, dando ao dinheiro significados que vão além da sua
presença material.
A atual Era da modernidade líquida, tem tornado o mundo repleto de sinais
confusos, propenso a mudar com rapidez e de forma imprevisível, trazendo consigo
uma misteriosa fragilidade dos laços humanos sendo assim fatal para nossa
capacidade de amar, seja esse amor direcionado ao próximo ou a nós mesmos,
mantendo assim os laços frouxos (BAUMAN, 2004).
O amor nos dias de hoje é vivido como uma experiência egoísta, e para que
se sustentem as pessoas precisam ter condições de sobrevivência, o que, na
atualidade, só parece possível se tivermos boas condições financeiras. A forma
como a sociedade lida com o dinheiro nos dias de hoje fez com que os interesses
individuais se sobrepusessem aos interesses coletivos, surgindo devido a isso uma
forma diferente de amor, exclusiva do indivíduo, onde o eu ama, sente, sofre, chora,
ri. E os sentimentos hoje, são remetidos à esfera pessoal e não estão mais ligados
ao coletivismo e sim ao individualismo, porém por outro lado eles também se
relacionam com o social, pois não se pode falar em indivíduo sem falar de sociedade
(RUSSO, 2011).
Vivemos em um mundo capitalista, que é pautado em dois extremos: o mundo
real e o ideal. O mundo real é um mundo frio, o mundo da produção e da
impessoalidade, e o mundo ideal, é um mundo mágico, onde não há lágrimas,
tristeza, nem dor, é o mundo idealizado pela publicidade, e as pessoas são
convencidas a adquirir coisas para que, assim, possam ser felizes (ROCHA, 1995).
31
3 MÉTODO
3.1 DELINEAMENTO
Foi realizado um estudo de caso, que segundo Gil (2017), é um estudo mais
aprofundado, de poucos casos, afim de que possa detalhar e explorar mais sobre o
tema abordado.
A pesquisa qualitativa é uma metodologia escolhida pelo pesquisador e
segundo Oliveira (2007) refere-se a como este irá conceber a realidade que o cerca
e como irá produzir um conhecimento cientifico, ela é um amplo campo de
investigação. Denzin e Lincoln (2006) definiram a pesquisa qualitativa como:
metodológica qualitativa é bastante útil e que vem ao encontro dos objetivos desta
pesquisa.
3.2 POPULAÇÃO/AMOSTRA
estatístico. Já o tipo de técnica amostral bola de neve é uma forma de amostra não
probabilística, que utiliza cadeias de referência. Ou seja, não é possível determinar a
probabilidade de seleção de cada participante na pesquisa, mas utiliza-se para
estudar alguns grupos difíceis de serem acessados (VINUTO, 2014).
3.4 LOCAL
3.5 INSTRUMENTO
4 RESULTADOS
RENDA -
TEMPO Salário FILHOS/
CASAL IDADE SEXO CIDADE/ESTADO
UNIÃO Mínimo IDADE
(SM)
6 anos e São José dos
A.1 / F.1 35 / 37 mulher / mulher 9 meses até 5 SM não Campos/SP
de 5 a 9
J.2 / V.2 28 / 37 mulher / mulher 6 anos SM não Caçapava/ SP
T.3 / N.3 28 / 34 mulher / mulher 3 anos até 5 SM não Pindamonhangaba/SP
de 10 a 20
S.4 / D.4 37 / 37 mulher / homem 17 anos SM 4 anos Aparecida/SP
de 10 a 20 10 anos e
J. 5 / D. 5 43 / 37 mulher / homem 18 anos SM 5 anos Taubaté/SP
Figura 1: Quadro Sociodemográfico
“T.3 a N.3 que faz essas coisas planilhada. N.3 é tem uma planilha com os
gatos mensais fixos e variáveis e com nosso salário, então a gente ganha tanto, vai
sobrar isso, geralmente não sobra, T. falta na maioria das vezes, ou dá na casaca...”
“F.1 sim (risos), vai A.1 como? A.1 planilha não, mas a gente sabe exatamente
qual é o valor das coisas que a gente vai pagar no final do mês, tudo certinho.
“S.4 depende, eu acho que pra algumas questões sim, por exemplo a gente tá
com um projeto novo, né a gente tá com planos novos ai na nossa vida financeira,
então referente a isso o D.4 ele mexe bastante com planilha de excel, ele gosta de
colocar na planilha, jogar os gatos né, ai a gente consegue prever mais ou menos o
que vai gastar, dai pra isso sim, mas assim pra alguns projetos, algumas coisas a
gente faz, entendeu? D.4 a verdade é uma só, a gente só faz planejamento
financeiro quando o não tem dinheiro, quando tem dinheiro não faz planejamento
essa que é a verdade, quando a entrada é maior que a saída, não tem
planejamento, quando se faz planejamento? Quando há restrição financeira. S.4 eu
por exemplo, eu sou assalariada, então eu faço, eu ganho x, então eu recebo, então
assim, essa parte vai pra pagar a escola do JL., essa parte eu pago meu cartão de
crédito, essa parte eu pago isso, então eu faço um planejamento dentro daquilo que
eu ganho, entendeu? ...D.4 eu pago tudo atrasado, eu não tenho esse planejamento,
antes eu tinha quando eu era assalariado eu tinha também, hoje infelizmente não,
40
eu já tenho aplicativo no celular pra gestão, tenho planilha minha mas quando o calo
aperta, quando tá entrando dinheiro não tem planejamento não, vai que vai.”
“Hum.... D.5 só eu né (risos) J.5 não. D.5 a J.5 não, eu controlo as minhas, mas
eu coloco. J.5 eu não.
Segundo Cardeal (2020), o ato de decidir é comum em todos os indivíduos e
isso faz parte da rotina das pessoas. Para a autora, em toda ação há uma tomada
de decisão, mesmo que seja a opção de não fazer nada, e essa decisão impacta a
vida do casal a curto, médio ou em longo prazo.
Frankel (2006), aponta que é fundamental que entre o casal haja conversa
sobre como o dinheiro será gasto, investido, sobre dívidas, divisão de contas, e essa
conversa deve ocorrer antes de partirem para uma vida a dois e durante a relação,
pois a falta de planejamento pode influenciar na relação conjugal.
É possível observar na fala dos participantes, que todos os casais disseram
que realizavam planejamento financeiro, e também reconhecem que tem meios para
controlar os gastos seja pelo o uso de planilhas, aplicativos e papel. O que foi
observado é que o controle financeiro realizado nos casais são por diferentes
participações, seja por um dos parceiros(as), por ambos(as) ou em outros cada um
fazia o controle do seu próprio gasto, podendo haver organização pessoal das
finanças e não do casal. Segundo Pahl (1989 apud BURGOYNE, 1990), e Pahl
(2005), definiu-se dois estilos como forma de administrar o dinheiro pelos casais,
sendo eles o individual, e/ou coletivamente usado.
O que se pode observar no casal J.2 e V.2, é que o controle financeiro ficou
destinado a uma das parceiras, que utiliza de planilhas para anotar as entradas e
saídas, ela quem cuida da organização financeira do casal. Já em outro casal A.1 e
F.1, o planejamento se dá pelas duas pessoas, e como visto na fala das
participantes o controle se dá por anotações em papel ou controlam os gastos de
forma mental, sem nenhuma anotação.
Como observado nas entrevistas, no casal S.4 e D.4 há uma divisão das contas
entre eles, onde cada um se responsabiliza por um tipo de despesa. Para um dos
conjugues que é autônomo D.4, ele efetua o controle dos gastos por meio de
planilha e aplicativos, mas disse que faz esse controle somente quando percebe que
a entrada de dinheiro está menor que a saída, quando a entrada está maior ele não
tem controle disso. Observa-se que nesse casal o controle financeiro só acontece
41
levado a sério, deve ser bem planejado, deve criar metas e haver comprometimento
de todos os envolvidos.
“N.3 mais cartão né, T.3 a gente usa bastante cartão, hum a gente não usa
cheque, a gente evita ficar fazendo compra que não seja no cartão senão a gente
acaba se atrapalhando também... N.3 carnezinhos essas coisas em loja a gente não
tem nada, é mais cartão de crédito e muito de débito, a gente dificilmente tira
dinheiro pra ir pagando as coisas no dinheiro é tudo débito, paga direto na internet
bank essas coisas.”
“J.2 a gente costuma utilizar cartão... V.2 crédito, só cartão... J.2 crédito,
débito... J.2 gastamos muito. V.2 gastamos com alimentação... J.2 moradia, é
alimentação e moradia são os nossos principais gastos.”
“A.1 a maioria débito... F.1 cartão de débito. F.1 hoje em dia a gente tá
gastando menos, pra guardar pra viagem, pra aquisição de algum bem... A.1 pra
comprar uma casa... F.1 gastamos com comida, bebida e viagem mesmo... A.1
coisas pra casa.”
“S.4 eu uso mais o cartão, hoje em dia eu uso o cartão porque eu recebo meu
dinheiro, meu dinheiro cai na minha conta, então eu prefiro usar o cartão que assim
eu acho que gasto menos, entendeu, não é qualquer lugar que aceita e tal, então eu
fico com o cartão, dificilmente eu tenho dinheiro na carteira. D.4 eu dificilmente uso o
cartão porque eu recebo em dinheiro (risos).”
“D.4 o gasto é com futilidade... S.4 sim. D.4 gasta na futilidade, em coisas que
não necessariamente você precisa pra viver... mas o custo de vida em si, se você for
colocar, no nosso caso é barato o que é caro é a futilidade, é os passeios é a janta,
os jantares, é doce, é bolacha, é carro, é roupa, é futilidade. S.4 eu acho que a
pandemia agora veio pra ensinar um pouco, a gente viu que a gente consegue viver
sem gastar muito entendeu, então assim durante a pandemia, deixei de comprar
roupa, deixamos de ficar saindo até mesmo porque não podia, deixamos de fazer
varias coisas, eu como sou assalariada, continuei recebendo ainda consegui guardar
um pouquinho, porque a gente deixou de sair, e antes a gente ia no shopping três,
quatro vezes por semana... D.4 ia cem reais no mínimo... S.4 então ia assim, tá a
toa então vamos dar um pulinho lá no shopping e sempre gastando. D.4 jantar no
japonês....”
“D.5 a J.5 gasta e eu pago. J.5 débito D.5 ah eu não acho que a gente gasta
muito, acho que o que mais gasta é com lazer, acho que o dia a dia, lazer, bagunça
e tal acaba gastando mais. J.5 e tem os gastos fixos, tipo assim, as contas de água,
luz, internet, televisão, a casa. D.5 é essas coisas é meio fixo. J.5 o resto é lazer e
comida.”
44
O que se pode observar é que a forma unânime escolhida pelos casais para
uso do dinheiro foi o cartão de crédito e débito. Segundo Weatherford (2006), a
transformação do dinheiro em espécie para o dinheiro eletrônico se deu, porque
muitas empresas buscavam outros meios de obterem mais lucros, tornando assim o
uso do dinheiro uma forma mais fácil e segura para consumidores e comerciantes,
onde os detentores do dinheiro (bancos) precisavam encorajar as pessoas a
utilizarem os meios eletrônicos, como cartão de crédito, transferências bancárias,
moedas digitais, caixas eletrônicos, aplicativos de banco, entre outros meios,
estimulando o aumento do consumo.
Observa-se que o uso do cartão de crédito é frequente entre os casais, isso
facilita o consumo do casal, podendo perder o controle na hora do uso devido à
facilidade de crédito.
Dentre os casais a alimentação foi o maior gasto que apareceu, isso inclui a
compra mensal e alimentação fora de casa, especialmente durante a quarentena da
pandemia do coronavírus2. Outras despesas que também aparecem foram com
moradia, gastos com a casa, viagens, roupas e bebidas. Referente à reserva de
emergência ou investimento à longo prazo, o que se pode ver é que nenhum dos
casais disse ter esse hábito de guardar dinheiro pensando no futuro ou em uma
emergência.
Para Nyhus (2017), o hábito de poupar tem implicações valiosas para o
individuo e para família, pois a falta de uma reserva ou uma poupança no futuro
pode causar prejuízos na qualidade de vida das pessoas, e pode ser muito pior se
estas dependerem de empréstimo com juros elevados.
Considerando a atual situação que estamos vivendo da pandemia, os casais
T.3 e N.3 e S.4 e D.4 disseram que depois dessa crise repensariam sobre a
importância de ter uma reserva financeira e que iriam começar a guardar dinheiro ou
que pelo menos diminuiriam os gastos supérfluos. Segundo Manfredini (2019), o
poupar pode ser considerado como uma forma saudável de usar o dinheiro. Desse
modo, somente depois desta pandemia do coronavírus¹ é que as famílias tem a
intenção de poupar e talvez conseguir desenvolver hábitos de uma educação
financeira.
2
Coronavírus são grande família de vírus comuns em muitas espécies diferentes de animais. COVID-
19 é uma doença causada pelo conronavírus, denominado SARS-Cov-2, que apresenta um espectro
clínico variando de infecções assintomáticas e quadros graves. No Brasil o número de mortes
causadas pelo COVID-19 até o mês de setembro de 2020 chegou a 144.680 mortos.
45
“T.3 bastante, N.3 bastante, T.3 dá “pau” até, N.3 diariamente (risos)... N.3
geralmente da mais “pau” quando tá faltando né, agora quando as coisas tão
certinha... N.3 o importante é sempre conversar, porque se você guarda isso,
acumula, acumula, acho que você foge do controle... T. e eu acho que a gente tem
muita honestidade com as coisas, com os nossos gastos né?... “N.3 desde o
começo a gente sempre combinou assim, independente se eu ganhasse mais ou
menos, ela mais aquele dinheiro total era nosso, então a gente vê a melhor forma de
gastar.... T.3 é a gente administra bem até nossas finanças (risos)...
“F.1 (risos)...sempre.”
“D.4 quando tá faltando sim. S.4 não mas quando tá sobrando também sim,
você já me chamou e falou olha aqui S.4 quanto que têm, quanto eu guardei,
entendeu. D.4 sim mas não... é.... conversa, a tipo assim pra sabe se o dinheiro é do
casal, sim com certeza, o que eu tenho ela sabe que eu tenho, isso ai é fato, isso ai
ninguém esconde nada não, isso é certo.”
46
“T.3 conversa bastante... N.3 geralmente a T.3 que chega nosso amor to tanto
negativo, eu tá bom amor, quando eu tava fazendo faculdade, que eu tranquei, tá
bom a gente tá mil negativo a gente vai fazer o quê? A gente vai ficar nervosa vai
brigar, se estressar, não vai ficar positiva a conta, então a gente tenta né manter
positivo, mais não se estressar mais.... T.3 eu me estressava mais por que assim a
N.3 ela gosta muito de pedir comidas assim, ela sempre quer pedir alguma coisa,
quando a gente tá meio que no vermelho assim, eu fico irritada dela fazer isso (risos)
sabendo que a gente já tá devendo né amor..... N.3 vamos mete o louco se morrer
amanhã morre de barriga cheia.... T.3 ela é bem assim.... (risos).”
“D.5 faz bastante tempo que não tem, mas normalmente quando tem
conversa. J.5 conversa e vê como pode solucionar. D.5 e resolve, acha uma forma
de resolver.”
“F.1 Sim (risos), F.1 Conversamos, discutimos e a gente esclarece, põe nos
pratos limpos, faz conta... F.1 eu acho que graças a Deus financeiramente hoje em
dia a gente tá bem estabilizada, já passamos uns perrengues, bem no começo da
nossa relação, por conta de tudo né, mudança de casa, construir, comprar móveis e
ir adaptando, mas hoje em dia graças a Deus tudo que a gente almeja a gente
consegue comprar.”
“D.4 sim converso, mas tipo eu nunca tive dificuldade financeira depois que
casei com você, você teve dificuldade financeira S.4? S. não, mas quando eu
preciso por exemplo, o tempo que eu fiquei sem trabalhar, que eu sai do posto,
fiquei sem trabalhar, o D.4 me ajudou, então o que eu precisava ele dava, ele
pagava pra mim, eu não gosto dessa situação, entendeu, mas foi porque eu precisei
mas foi só nesse tempo fora isso não. D.4 mas dificuldade é complicado, eu graças
a Deus eu nunca sofri com isso, por enquanto não e pretendo não sofrer, mas eu
não sei explicar melhor como tipo assim, dificuldade, tipo assim, ou a gente almoça
ou a gente janta, ou a gente paga a escola ou a gente paga o médico, graças a
Deus por enquanto não, espero que não (risos).”
“D.4 Eu acho que é muito fundamental ter dinheiro e isso tem que ter da
educação familiar, se a minha educação familiar fosse voltada pra isso hoje eu
49
estaria melhor, não ter dinheiro deles, mas educação... eu deveria ter comprado
terreno antes de ter comprado moto, mas eu falei eu vou comprar terreno pra que,
se eu não tenho dinheiro pra construir, mas não precisava construir, era só pra
comprar o terreno, entendeu, então isso é educação familiar, isso se tiver é muito
importante, isso tinha que ter na escola, começar na família e ter na escola... mas eu
sou muito a favor dessa educação financeira, total, eu acho que faz muita diferença
na vida, não ganhar, mas se você for educado pra isso entendeu, eu acho que isso é
muito válido, por exemplo o caso do irmão da S.4, ele comprou dois terrenos, tipo
não tinha dinheiro pra construir, mas comprou dois terrenos entendeu, eu vou
comprar terreno com trinta e seis anos de idade, já to velho, mas é aquilo lá, eu
muito importante ter essa educação, muito, muito, muito, eu não tive.”
Outra dificuldade apontada pelo participante D.4 é que por não ter tido uma
educação financeira quando criança, pode ter dificuldades em tomar decisões mais
prósperas com o dinheiro. Para Ferreira (2015), a educação financeira engloba a
administração do dinheiro em diversos aspectos e atitudes, sendo o planejar dos
gastos mensais e futuros, o poupar, o investir, fazer orçamento, e preparar-se para
velhice, e quando não há planejamento o indivíduo pode tomar decisões
inconscientes no presente que afetará o futuro.
Para Manfredini (2019), aprender a lidar com o dinheiro e ter hábitos
financeiros envolvem questões de ordem psicológica, que influenciam os
comportamentos econômicos e financeiros do indivíduo e do casal. Essa
aprendizagem deveria ser desde a infância passada de pais para filhos, mas o que
podemos ver é que isso não aconteceu nas famílias de origem de alguns casais
participantes desta pesquisa.
“N.3 sim... T.3 muito... N.3 bastante... T.3 os lugares que a gente frequenta,
as coisas que a gente compra sei lá pra estar com eles em algum momento né... N.3
é, a gente tem amigos de todas as classes, pode se dizer assim, quando a gente vai
na casa de um amigo com a classe parecida com a nossa ou um pouco menos, a
gente não é que a gente não leva coisas assim, vou dar um exemplo de churrasco...
Tem aquelas carnes que são gourmet, caras e as que são do dia a dia, a gente vai
lá, a pobrinho, não é que a gente não vai levar uma carne gourmet pra lá, mas a
gente vai de acordo com que, pra não chegar lá tipo, a gente tipo quer se aparecer,
mas tem amigos que tem mais que a gente, que gostam disso, a gente também
gosta, é quando a gente aproveita pra levar, então influencia eu acho.... T.3 eu acho
que influencia também porque a pessoa tem, por exemplo o exemplo do churrasco,
a gente não vai num churrasco só de pão e vai levar uma carne mais ou menos e
chegar com uma carne muito boa, a gente nem vai ver nossa carne ali né, é mais ou
52
menos isso... Com a família também é a mesma coisa né, a gente tem coisas que a
gente faz com minha família que são diferente das coisas que a gente faz com a sua
família, tudo isso tem influencia diferente também... N.3 sim.”
“S4. sim. D.4 sim, cem por cento. S.4 influência, com certeza. D.4 cem por
cento, e eu tenho uma máxima comigo que uma amiga me disse, a gente tem que
sair com quem ganha menos, sempre o passeio vai ser adequado financeiramente
pra você, nunca acompanhe quem ganha mais, que os passeios deles vão ser mais
caro e vai faltar pra você. S.4 é e a gente na realidade a gente não sai com quem
ganha mais, mas também não sai com quem ganha menos, eu acho que a gente sai
mais ou menos com quem tá no mesmo nível que a gente entendeu, a gente
consegue fazer as mesmas coisas. D.4 claro que tem vez que a gente sai com quem
ganha mais. S. e claro que as vezes a gente sai com quem ganha menos também
(risos).. D.4 na maioria das vezes com quem ganha menos... S.4 mas não é uma
regra...D.4 não, mas isso pra mim é fundamental, “galinha que acompanha pato,
morre afogada”.”
“V.1 não porque se você for pegar coisas de... como a gente era antes a
gente continua a mesma coisa, com família e amigos... J.1 nos mesmos ciclos de
amigos e família, não foi o ciclo de amigos que fez a gente mudar não.”
J.5 inclusive do ciclo social, eu acho assim entre todos que convivem e vivem
com a gente, é... não tem ninguém assim da mesma faixa salarial, sempre a menos,
a gente não tem assim frescuras né, de esbanjar alguma coisa do tipo, não. D.5
frescurada não. J.5 ou que tá igual no mesmo nível, por conta de amizade de
trabalho, mas a gente vê menos e são menos pessoas assim, mas é o povo mais,
da minha parte.”
“N.3 noventa e oito por cento sim... T.3 a sua, a minha não, a minha já por
causa do exemplo que eu tive de muito gasto eu acho que sou mais controlada...
N.3 o meu caso eu tive mau exemplos de gastos e mesmo assim eu ainda...não
muito né? T.3 não.... N.3 mas eu não sou tão... T.3 você não é tão gastadeira por
exemplo como exemplo da sua mãe, você tem esse exemplo da sua mãe, seu pai é
assim controlado com ele, mas ele deixa a esposa fazer o que quer com o dinheiro,
então ela sempre foi de gastar com bastante coisa, tudo mais....”
“N.3, mas acho que a família influencia bastante sim ou por uma forma
positiva tipo, nossa eles gastaram tanto que hoje você é controlada porque sofreu
um trauma ou se for igual meu pai... vou gastar mesmo não tô nem ai, acho que eu
tenho um e tenho o outro... T.3 no meu caso foi ao contrário a minha mãe sempre foi
um exemplo assim, ai gasta muito e eu já tirei ela do sufoco tipo umas duas vezes
sabe...”
“V.2 não vixe, minha mãe e meu pai... J.2 nossas famílias são bem
descontroladas ambas, V.2 isso que eu ia falar, meu pai Jesus amado, todos os
dinheiros que meu pai pegava assim, quando era alguma ação de advogado da
empresa onde trabalhava, ele gasta assim sem tipo... J.2 pensar no amanhã.... V.2
pensar, era pra minha mãe e meu pai ter uma casa, mas não eles, ela gasta de uma
maneira assim descontrolada, mas não é com bobeira não sabe, tipo coisas assim
fúteis... J.2 é eu acho que a gente pega isso tipo como não fazer, acho que o nosso
exemplo é fazer o contrário de tudo que a gente vivia na nossa família, hoje a gente
tenta fazer o contrário.”
“F.1 eu sim, A.1 a parte da minha família não, eles são completamente
desorganizados... F.1 eu sim, minha mãe sempre foi organizada financeiramente,
meu pai não, meu pai era descontrolado... A.1 quando eu era criança e adolescente
meus pais eram descontrolados com relação a grana, mas hoje em dia, eles tem
hoje a peixaria deles eles estão super organizadinhos....
“F.1 não influenciada acho que não, eu pelo menos tive uma base né, minha
mãe “rala” pra sustentar duas filhas sozinhas e ai eu... Conversando com a A.1 a
gente vê uma... A. talvez eu em alguma época eu tenha desenvolvido algum
descontrole de grana, talvez até por conta dos meus pais, mas isso já faz muito
tempo, hoje não é mais assim não.... F.1 no começo do nosso relacionamento
também né.”
“D.4 a minha de jeito nenhum, até mesmo porque a minha não tinha. S.4 ah
eu de certa forma meu pai ele sempre falava, principalmente em relação a cartão de
crédito, ele sempre batia na mesma tecla pra mim, que nunca, você nunca pague o
mínimo, entendeu, você sempre tem que pagar a fatura inteira pra não virar uma
bola de neve, então assim algumas questões eu não me recordo agora de cabeça,
mas ele sempre falava sim. D.4 depois que grande eu que falo pro meu pai isso ai
que seu pai falava pra você, nunca paga o mínimo, mas ele só paga o mínimo.
“S.4 isso era uma coisa que meu pai frisava muito e eu morria de medo, no
entanto que graças a Deus eu nunca paguei e tenho medo, não gasto muito, vejo
55
que o limite já tá alto, opa já não posso mais gastar no cartão eu já vou parando pra
não ultrapassar muito o limite que a gente pode pagar entendeu.”
“D.5 hum... não. J.5 eu não, nem um pouco, bem diferente, meu pai era tipo
guardando, guardando, guardando pra ter, eu sou gastando pra viver
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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conceal power. Sociologycal Review, v.38, n.4, p.634-665, University of Bath, U.K,
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63
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https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0103-
49792011000100009&lng=pt&tlng=pt>. Acesso em: 20 abril 2020.
ANEXO I
66
ANEXO II
O Sr. (a) está sendo convidado (a) a participar da pesquisa “CASAIS E DINHEIRO:
Como os casais na fase de aquisição do ciclo vital da família lidam com o dinheiro”.
Nesta pesquisa pretendemos conhecer a realidade das famílias em fase de aquisição e
como elas lidam com dinheiro e com a falta dele, a partir das experiências de relatos de vida
relacionados a uso do dinheiro.
Para esta pesquisa adotaremos os seguintes procedimentos: será realizado um estudo
de caso, por meio de um estudo mais aprofundado sobre o tema, para entender o fenômeno
em sua integralidade, a forma de seleção será de acordo com a disponibilidade dos
convidados a participar do estudo. O instrumento será a entrevista semiestruturada, por
meio de um diálogo informal e flexível para exploração das informações. Será utilizado a
gravação de áudio, para que a entrevista seja transcrita na íntegra e somente depois será
apagado o áudio. A sua participação no projeto terá como benefício, uma maior clareza do
uso do dinheiro que viveu no seu passado e de como vivem no seu presente, como também
pode favorecer a um autoconhecimento a respeito da sua historia com o dinheiro e um
conhecimento da relação conjugal com o dinheiro. As entrevistas não possuem finalidade
terapêutica, no entanto ao realizar a discussão sobre o assunto, poderá colaborar com a
elaboração e interpretação do fenômeno. Salienta-se também que os resultados da
pesquisa serão divulgados e discutidos em espaços institucionais, podendo haver
aprofundamento e discussões sobre os dados obtidos, assim como desenvolvimento de
estratégias e intervenções. Esse projeto respeita pressupostos de autonomia, não
maleficência, beneficência e justiça, agindo de acordo com a resolução 196/96, garantindo
os direitos e deveres da comunidade científica, aos participantes da pesquisa e ao Estado.
A pesquisa apresenta risco mínimo, porem o possível risco que a pesquisa poderá
causar, será caso o participante se sinta desconfortável emocionalmente, inseguro ou tenha
o desejo de não fornecer alguma informação solicitada pela pesquisadora. Com vistas a
prevenir possíveis riscos, fica garantido o direito de deixar de responder qualquer pergunta
que julgue por bem assim proceder ou, solicitar que, os dados fornecidos durante a coleta,
não sejam utilizados.
Para participar deste estudo o Sr (a) não terá nenhum custo, nem receberá qualquer
vantagem financeira. Terá o esclarecimento sobre o estudo em qualquer aspecto que
desejar e estará livre para recusar-se a participar. A sua participação é voluntária, e as
entrevistas serão gravadas e arquivadas por um período de 5 (cinco) anos, e a recusa em
participar não acarretará qualquer penalidade ou modificação na forma em que é atendido
67
pelo pesquisador, que tratará a sua identidade com padrões profissionais de sigilo, caso isso
não ocorra, é previsto o direito a indenização.
Os resultados da pesquisa estarão à sua disposição quando finalizada. Seu nome ou o
material que indique sua participação não será liberado sem a sua permissão.
O (A) Sr (a) não será identificado em nenhuma publicação que possa resultar.
Os dados e instrumentos utilizados na pesquisa ficarão arquivados com o pesquisador
responsável por um período de 5 (cinco) anos, e após esse tempo serão destruídos. Este
termo de consentimento encontra-se impresso em duas vias, sendo que uma cópia será
arquivada pelo pesquisador responsável, e a outra será fornecida ao senhor.
Eu,_____________________________________________________________ portador do
documento de Identidade ______________________________________ fui informado (a)
dos objetivos da pesquisa “CASAIS E DINHEIRO: Como os casais na fase de aquisição
do ciclo vital da família lidam com o dinheiro”, de maneira clara e detalhada e esclareci
minhas dúvidas. Sei que a qualquer momento poderei solicitar novas informações e
modificar minha decisão de participar se assim o desejar.
Declaro que concordo em participar. Recebi uma cópia deste termo de
consentimento livre e esclarecido e me foi dada à oportunidade de ler e esclarecer as
minhas dúvidas.
_____________________________________________
Assinatura do(a) Participante
68
APÊNDICE I
ROTEIRO DE ENTREVISTA
Parte 1:
Participante 1: _______________________________________________________
sexo/genêro:______________ Idade:_______
Participante 2:________________________________________________________
sexo/genêro: _____________ Idade:_______
2- Estado?
Estado de origem do casal: Part 1_________________________
Part 2_________________________
3- Tipo de moradia?
( ) Moradia própria ( ) Moradia cedida
( ) Moradia alugada ( ) Moradia com parentes
5- Tempo de união?_________________________
Parte 2:
ENTREVISTA