Estudos em Eficiência Energética - Vol 1 - Excen-Procobre
Estudos em Eficiência Energética - Vol 1 - Excen-Procobre
Estudos em Eficiência Energética - Vol 1 - Excen-Procobre
1. Apresentação.......................................................................................................................................... 17
2. Instituições Pesquisadas............................................................................................................................ 19
3. Ministérios.................................................................................................................................................... 21
4. ANEEL........................................................................................................................................................... 83
5. PROCEL........................................................................................................................................................ 97
6. CONPET.......................................................................................................................................................113
7. CEPEL............................................................................................................................................................119
8. EPE...............................................................................................................................................................125
9. INT................................................................................................................................................................ 137
10. CNI...............................................................................................................................................................141
11. SENAI..........................................................................................................................................................145
12. Procobre Brasil – ICA..............................................................................................................................153
13. Relação das Iniciativas de Eficiência Energética...............................................................................163
14. Análise das Informações........................................................................................................................165
15. Contatos nas Instituições Pesquisadas..............................................................................................203
SUMÁRIO
PARTE 2
PORTFÓLIO DE AÇÕES E PROJETOS EM EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
1. Apresentação........................................................................................................................................ 217
2. Considerações Iniciais.............................................................................................................................219
ATIVIDADES GOVERNAMENTAIS E
INICIATIVAS EM EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
Consultores responsáveis:
8 Programa Inovar-Auto
26 Apoio à implementação de cursos novos de Educ. Prof. no nível regional (Senai-MEC) - Projeto EnergIF
32 Projeto de EE Prioritário nº 001/2014 - Ações de Comunic. e MKT p/ Melhoria da EE no Uso Final de Energia Elét.
33 Projeto de EE Prioritário nº 002/2015 - Inc. à subst. de mot. elétricos - promov. a EEno segmento de força motriz
34 Proj. Priorit. de EE e Estratégico de P&D - Chamada 001/2016: EE e Minigeração em Inst. Púb. de Educ. Superior
9
Tabela 1 – Relação das Iniciativas de Eficiência Energética (continuação)
38 Aprimorar e ampliar as ativ. de conc. do Selo Procel abrang. inclusive equip. industriais e edificações
39 Implementação de projetos piloto em dois grandes segmentos do setor industrial (ESCOs e SEBRAE)
40 Estruturação do setor industrial por meio de ind., redes lab., estudos e normatização (Sistemas Motrizes)
42 Integrar o Procel no Programa Brasil Mais Produtivo com Foco em Eficiência Energética (SENAI-CNI)
44 Estruturação do setor de edif. por meio de estudos e desenvolv. de base de dados com indicadores
47 Implem. de proj. em sist. de saneamento de grande porte e consolidação da metod. de diag. hidroenerg
48 Realizar Pesq. de Posse e Hábitos de Uso (PPH) de Equip. Elét. na Classe Resid. em todo Brasil
54 Base de indicadores para monitorar políticas públicas em eficiência energética e as ações dela decorrentes
56 EE e mitigação de emissões em cerâmicas de pequeno porte no Nordeste do Brasil (Swisscontact- Projeto EELA)
58 Potencial de financiamento de eficiência energética nos setores de cerâmica e gesso no Nordeste (BID)
63 Motores Eficientes
70 Instalações Elétricas
72 Projeto Qualiequip
74 Programa EconomizAR
75 Projeto TransportAR
As dez Iniciativas de Eficiência Energética, finalizadas recentemente, são: 2,3,8,15,16, 55, 56, 57, 58 e 78.
10
No Brasil o fomento à eficiência energética tem sido reconhecido, ainda que com
variável nível de prioridade ao longo das últimas décadas, como um instrumento de
promoção da racionalidade no setor energético como um todo, desde suas fontes
primárias até o uso final da energia em suas diversas formas e setores. Nesse sentido,
o governo federal e de suas instituições ligadas ao setor energético, especialmente
com atribuições no planejamento desse setor, têm estipulado metas de economia de
energia, progressivamente incorporadas nas projeções de demanda e incorporadas
nos compromissos assumidos pelo país na redução das emissões relevantes para
as mudanças climáticas.
11
A análise dessas tabelas permite identificar quais iniciativas em eficiência energética
estão sendo implementadas simultaneamente por diferentes instituições, bem como
verificar quais iniciativas, contemplam os mesmos usos finais e abordagens similares.
Tais simultaneidades merecem ser avaliadas, na medida em que, em princípio,
sinalizam no sentido positivo, a existência de oportunidades de cooperação e
sinergia decorrentes de ações complementares ou semelhantes, que devem ser
valorizadas e reforçadas; e no sentido negativo, podem indicar superposições
ineficientes e sombreamentos desarticulados, que cumpre reduzir.
Para que a eficiência energética alcance, cada vez mais, importância no setor
energético nacional é necessário que as metas previstas de economia de energia
(e redução de demanda) se realizem e possam ser comprovadas e, na medida do
possível, permaneçam. Assim, as iniciativas (ou programa, projeto, etc.) de eficiência
energética não podem prescindir de mecanismos de Gestão, Troca de Informações,
Articulação e Coordenação. A execução das ações pode ser desempenhada de
forma descentralizada e por vários agentes, mas recomenda-se que os resultados
sejam mensurados (M&V), monitorados (amostras revisitadas periodicamente para
avaliar sua permanência) gerando, dessa forma, uma Base de Dados confiável.
12
Entre essas ações, pode-se citar (i) mudanças regulatórias para que as distribuidoras
possam ter mais interesse e investir mais recursos, além do encargo tarifário para o
PEE, em ações e programas de eficiência energética (inclui-se aqui a possibilidade de
realização de leilões de eficiência energética e/ou certificados verdes de economia
de energia) e (ii) estabelecimento de protocolos de energia entre governo e o setor
industrial com estabelecimento de metas de economia de energia e sustentabilidade
energética quando houver ganho para ambas as partes.
13
Dessa forma, geralmente, os investimentos realizados nessa modalidade de
projeto não geram instantaneamente KWh economizados, mas podem contribuir
significativamente para, no futuro, atingir as metas de economia de energia previstas
no PNE 2050 em todas os setores. O estabelecimento de um Fórum Permanente de
Discussão pode facilitar a troca de informações e experiências entre as iniciativas
apresentadas, além de gerar melhorias e aperfeiçoamentos (como a questão da
M&V de resultados).
3. Muitos setores possuem projetos sendo desenvolvidos por vários agentes que
poderiam potencializar seus resultados por meio de um maior intercâmbio ou
contatos mais frequentes de seus responsáveis (gestores e/ou coordenadores).
14
6. As iniciativas (ou programa, projeto, etc.) de eficiência energética não podem
prescindir de mecanismos de Gestão, Troca de Informações, Articulação e
Coordenação. A execução das ações pode ser desempenhada de forma
descentralizada e por vários agentes, mas recomenda-se que os resultados
sejam mensurados (M&V), monitorados (amostras revisitadas periodicamente
para avaliar sua permanência) gerando, dessa forma, uma Base de Dados (Linha
de Base e Resultados) confiável.
15
1. APRESENTAÇÃO
Esse é o Relatório do Produto 01 do projeto “Estudos em Eficiência Energética”
desenvolvido pelo EXCEN para o Procobre, Instituto Brasileiro do Cobre, em
articulação com o Ministério de Minas e Energia, apresentando um mapeamento
das atividades governamentais e de associações de classe na área de Eficiência
Energética. Nesse sentido foram realizadas as seguintes ações:
17
2. INSTITUIÇÕES PESQUISADAS
Inicialmente foi desenvolvida uma pesquisa via internet, contatos telefônicos e
e-mails com várias instituições públicas e privadas que de alguma maneira estão
relacionadas à questão da eficiência energética no Brasil. Tal pesquisa permitiu
identificar as instituições que poderiam contribuir de forma mais significativa com
esse trabalho, que foram então contatadas para a realização de visitas e reuniões
técnicas.
19
3. MINISTÉRIOS
Foram pesquisados mediante consultas em sites da internet, contatos telefônicos,
e-mails, visitas e reuniões técnicas os seguintes Ministérios localizados em Brasília:
21
• Plano Nacional de Mudanças Climáticas: O Plano envolve a articulação com
setores finalísticos como o setor de energia, incluindo o tema de eficiência
energética, cujas atividades impactem sobre as emissões de gases de efeito
estufa. O objetivo é buscar o comprometimento com ações que contribuam para
reduzir as emissões globais de gases de efeito estufa.
Ministro de Estado
Departamento de Departamento de
Desenvolvimento, Políticas em Mudança
Produção e Consumo do Clima
Sustentáveis
O Programa A3P se destina aos órgãos públicos das três instâncias: federal, estadual
e municipal; e aos três poderes da República: executivo, legislativo e judiciário. É
uma agenda voluntária – não existe norma impondo e tampouco sanção para quem
não segue as suas diretrizes. Mas a adesão ao Programa é cada vez maior por dois
motivos:
22
1. Adotar uma agenda ambiental no órgão é uma exigência dos tempos modernos,
quando a população do planeta se vê diante de uma crise provocada pelas
mudanças climáticas e o aquecimento global. O que fazer para evitar que a
catástrofe anunciada seja maior ainda? Usar de forma racional os recursos
naturais.
O que o Programa A3P fez foi sistematizar em eixos temáticos aquilo que é
fundamental para um projeto de sustentabilidade, hoje disperso em diversos órgãos.
São seis eixos:
A A3P também disponibiliza aos parceiros (formais e informais) acesso à Rede A3P
– uma plataforma para troca de informações e experiências da qual fazem parte
instituições públicas e privadas, além de pessoas física e jurídica. Para integrar-se à
Rede basta enviar, para o e-mail [email protected], os seguintes dados: nome, órgão,
setor, e-mail, telefone e endereço completo. Participam dessa rede aproximadamente
800 instituições.
23
O eixo sobre “Construção Sustentável” trata de um conjunto de medidas adotadas
durante todas as etapas da obra que visam à sustentabilidade da edificação. Com
a adoção dessas medidas é possível minimizar os impactos negativos sobre o meio
ambiente além de promover a economia dos recursos naturais e a melhoria na
qualidade de vida dos seus ocupantes. Entre outros temas abordados, apresenta-
se a questão da certificação ambiental destacando que as duas certificações
ambientais mais utilizadas na construção civil brasileira são o LEED – Lidership in
Energy and Environmental Design, emitido pelo United States Green Building Concil,
e o Processo AQUA (Alta Qualidade Ambiental), certificação brasileira baseada na
francesa HQE (Haute Qualité Environnemetale) e implantada no país pela Fundação
Vanzolini.
Projeto 3E
O objetivo do projeto inicial visava contribuir com uma economia de até 4 milhões
de MWh de eletricidade nos próximos vinte anos e com a redução de emissões de
gases de efeito estufa em até 2 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2).
No entanto, essa projeção teve que ser revisada devido a mudanças no cenário
econômico e revisão de premissas, provocando atrasos ao início das atividades de
implementação do Projeto, tendo ocorrido a primeira contratação somente ao final
de 2011.
24
Observação: O terceiro componente, com recursos do Fundo Multilateral do
Protocolo de Montreal foi reestruturado em um novo PRODOC para o Projeto PNUD/
BRA/12/G77. Isto se deu a fim de separar as atividades do setor de chillers das
atividades do Projeto de Transformação de Mercado de EE no Brasil por se tratarem
de fontes de recursos e mecanismos diferentes.
Capacitação e Sensibilização
Capacitação e Sensibilização
25
Eficiência Energética no Setor Público
26
Os produtos ou relatórios desenvolvidos foram:
• Levantamento de Dados.
• Memorial de Simulação e Relatório das Propriedades Térmicas.
• Medidas de Conservação de Energia (MCE) e Análise de Investimentos.
• Guia Prático de Eficiência Energética.
• Resultados finais e mapeamento das principais oportunidades de intervenção e
análise custo/benefício.
Guias Didáticos
27
• 1 vídeo para sensibilização em Eficiência Energética e Etiquetagem PBE Edifica.
Público-alvo: gestores públicos e empresários da construção civil.
• 4 vídeos didáticos sobre Etiquetagem para Eficiência Energética de Edificações
(PBE Edifica). Público-alvo: equipes de engenharia e manutenção do setor público
e projetistas e consultores do setor privado.
• 1 vídeo didático sobre Introdução à Simulação de eficiência energética para
edificações. Público-alvo: equipes de engenharia e manutenção do setor público
e projetistas e consultores do setor privado.
• 1 vídeo apresentando a plataforma ProjetEEE (Projetando Edificações
Energeticamente Eficientes). Público-alvo: público em geral (setor público e
privado).
Além disso, haverá capacitação em gestão e uso dos aparelhos para os técnicos que
atuam nesses prédios. Esse trabalho está sendo executado no âmbito do projeto
Transformação do Mercado de Eficiência Energética no Brasil, executado pelo MMA
em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud)
e financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF, na sigla em inglês). O
objetivo da ação é contribuir com a economia de até 880 mil MWh de eletricidade
nos próximos 20 anos, resultando em redução de emissão direta de CO2 de 485.100
tCO2 e indireta, pós projetados, de 2.910.600 tCO2.
28
Foi elaborado e disponibilizado, o seguinte material didático:
• Capacitação: Medidores
• Treinamento: Benchmarking
• Relatório de Desenvolvimento de Benchmarks
• Resumo: Gestão de Energia
• Ferramenta de Benchmarking
De acordo com o art. 27, da Lei nº 10.683, de 28 de maio de 2003, que dispõe
sobre a organização da Presidência da República e dos Ministérios, e dá outras
providências – compete ao Ministério das Cidades:
29
3.2.2 Estrutura Organizacional Relacionada com Eficiência Energética
Considerando a estrutura organizacional do Ministério das Cidades, as seguintes
secretarias desenvolvem ações de eficiência energética nos seus objetos de trabalho
(habitação, mobilidade, saneamento, etc.): Secretaria Nacional de Saneamento
Ambiental, Secretaria Nacional de Habitação, Secretaria Nacional de Mobilidade
Urbana e Secretaria Nacional de Desenvolvimento Urbano. A figura seguinte ilustra
essa estrutura.
Ministro de Estado
30
Revisão de documentos de referência do planejamento na perspectiva de
eficiência energética
31
São também financiáveis medidas de eficiência energética e uso racional de energia
elétrica, incluindo a implantação de sistema de gerenciamento de energia elétrica;
ajuste dos equipamentos; diminuição da potência instalada; controle operacional;
automação do sistema; implantação de instrumentação de campo, controladores,
data loggers, sistema de comunicação de dados, centro de controle operacional,
incluindo softwares e demais instalações acessórias.
32
A partir dessa página é possível acessar:
Os dados de cada ano são publicados nos respectivos Diagnósticos dos serviços.
Os textos contidos nos Diagnósticos apresentam uma análise de indicadores do
respectivo ano de referência, segundo cada tipo de serviço, além de mapas e
tabelas para melhor compreensão dos dados. Nesta publicação, são disponibilizadas
também as tabelas contendo todas as informações dadas pelos prestadores de
serviços naquele ano de referência, assim como uma análise de histórico. Desde
2017, o Diagnóstico dos Serviços de Água e Esgoto traz um capítulo específico sobre
eficiência energética, conforme apresentado na figura seguinte.
sanitário e originam uma despesa de exploração significativa, conforme aumentem o volume de água produzido (AG006) e o volume de
apresentado no capítulo 11. esgotos tratado (ES006).
GRÁFICO 20
Sob uma perspectiva econômica e financeira, as ineficiências Evolução do consumo com energia elétrica (AG028 e ES028) e despesas com
no uso de energia constituem custos evitáveis que são suportados por energia elétrica (FN013) dos prestadores de serviços participantes do SNIS de
subsídios à operação dos serviços e por taxas e tarifas cobradas dos 2005 a 2017
usuários. Já sob uma perspectiva ambiental, o uso de energia sem
considerações de eficiência contribui para a emissão de gases de efeito
estufa desnecessários, com impactos nas alterações climáticas em
escala global. Inerente à abordagem da eficiência energética, inclui-se
à temática das perdas de água, analisadas no capítulo anterior, uma
vez que toda energia utilizada na produção e transporte desse recurso
também é perdida.
Figura 4 – Capítulo sobre energia elétrica no Diagnóstico dos Serviços de Água e Esgoto
33
• Realizar consultas interativas e personalizadas sobre todas as informações e os
indicadores publicados;
• Realizar cruzamento dos dados para melhor compreensão e avaliação do setor
de saneamento;
• Realizar a exportação dos resultados para planilhas eletrônicas (formato csv);
• Agrupar e ordenar os resultados;
• Buscar termos, definições e fórmulas de cálculo de indicadores no Glossário
dinâmico.
Elaboração de normativos
34
para a concepção e o projeto de instalações de biogás em estações de
tratamento de esgoto. Este trabalho foi desenvolvido por um Grupo de Trabalho
formado por um leque representativo de especialistas (acadêmicos, consultores
e operadores).
• Guia Técnico sobre Geração Distribuída de Energia Elétrica: este guia apresenta
a geração distribuída de energia elétrica a partir de estações de tratamento de
esgotos como uma oportunidade de redução de custos operacionais, promoção
de eficiência energética e mitigação das emissões de gases de efeito estufa.
Atividades de capacitação
35
Em termos de treinamentos de curta duração o ministério realizou diversos cursos
em temas de Eficiência Energética, Tarifas Elétricas, Curso de Chamadas Públicas
PEE, Identificação de Potencial de Economia no Bombeamento; capacitações em
que o público alvo tem sido prestadores de serviço.
36
• ARIS – Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento – Estado de Santa
Catarina) em realização entre outubro de 2018 a junho de 2019, com a participação
de 15 municípios cuja população total é de cerca de 1,6 milhões de habitantes
(Itapiranga, Schroeder, Rio Negrinho, Tijucas, Três Barras, Joinville, São José do
Cedro, Fraiburgo, Gov. Celso Ramos, São Bento do Sul, São João Batista, Jaraguá
do Sul, Meleiro, Palhoça, Florianópolis).
Atividades de sensibilização
37
3.3. MINISTÉRIO DA INDÚSTRIA, COMÉRCIO EXTERIOR E
SERVIÇOS
3.3.1 Missão e Competência
O Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) é um órgão integrante
da estrutura da administração pública federal direta. A missão é formular, executar e
avaliar políticas públicas para a promoção da competitividade, do comércio exterior,
do investimento e da inovação nas empresas e do bem-estar do consumidor. Visa
ser referência em gestão de políticas públicas para fortalecer a competitividade
das empresas brasileiras. O MDIC foi criado pela Medida Provisória nº 1.911-8, de
29/07/1999 – DOU 30/07/1999, tendo como área de competência os seguintes
assuntos:
38
A figura seguinte ilustra essa estrutura.
Ministro de Estado
Secretaria de
Desenvolvimento e
Competitividade
Industrial – SDCI
Departamento das
Indústrias para a
Mobilidade e
Logística – DEMOB
Departamento de
Competitividade
Industrial – DECOI
39
3.3.3 Atividades Relacionadas à Eficiência Energética
No âmbito do MDIC, existem as seguintes atividades relacionadas com eficiência
energética:
Programa Inovar-Auto
40
Inovar-Auto: Eficiência Energética
** O realizado foi obtido com base nos termos de compromisso assumidos pelas
empresas habilitadas ao Programa Inovar-Auto. Os resultados estão sujeitos à
confirmação nos períodos especificados na legislação do Programa.
41
O Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular estabelecido pelo Instituto Nacional
de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) fornece informações sobre o
desempenho dos produtos, considerando atributos quanto à eficiência energética,
no caso de veículos, com o objetivo de contribuir na escolha dos consumidores
finais quando da aquisição de produtos de forma mais consciente.
42
De acordo com a MPV nº 843, o Poder Executivo federal estabelecerá requisitos
obrigatórios (com base em critérios qualitativos e quantitativos) para a comercialização
de veículos novos produzidos no país e para a importação de veículos novos
relativos à: (i) rotulagem (etiquetagem) veicular; (ii) eficiência energética veicular; e
(iii) desempenho estrutural (resistência à colisão) associado a tecnologias assistivas
à direção (que auxiliam o motorista na condução do veículo). A partir de 2022, os
veículos fabricados no Brasil ou importados que atenderem a requisitos específicos
de eficiência energética poderão ter o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)
reduzido em até dois pontos percentuais.
Programa PROMOB-e
43
Além disso, de acordo com a previsão da Empresa de Pesquisa Energética (EPE),
espera-se que a frota de carros de passeio triplique até 2050, sendo cerca de 11.8
milhões (9%) veículos puramente elétricos. Neste contexto, o PROMOB-e surge
como um projeto que poderá apoiar o Brasil no atingimento de sua meta global,
atuando diretamente na mobilidade elétrica dos transportes coletivos e de cargas
ponto-a-ponto urbanos. O projeto irá contribuir para a formulação e implementação
de políticas voltadas ao setor automotivo, implementadas pelo governo federal.
Em 1984, o Inmetro iniciou, de forma pioneira, uma discussão com a sociedade sobre
a conservação de energia, com a finalidade de contribuir para a racionalização no
seu uso no país, informando os consumidores sobre a eficiência energética de cada
produto, estimulando-os a fazer uma compra mais consciente. Este projeto cresceu
e se transformou no Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE).
44
Os fornecedores, por sua vez, precisam que seus produtos sejam diferenciados no
mercado, justificando, assim, o investimento que fazem na melhoria da qualidade
dos produtos que oferecem.
45
• Formulação do planejamento estratégico nacional e elaboração de subsídios para
formulação de políticas públicas de longo prazo voltadas ao desenvolvimento
nacional;
• Avaliação dos impactos socioeconômicos das políticas e dos programas do
governo federal e elaboração de estudos especiais para a reformulação de
políticas;
• Realização de estudos e pesquisas para acompanhamento da conjuntura
socioeconômica e gestão dos sistemas cartográficos e estatísticos nacionais;
• Elaboração, acompanhamento e avaliação do plano plurianual de investimentos
e dos orçamentos anuais;
• Viabilização de novas fontes de recursos para os planos de governo;
• Formulação de diretrizes, coordenação das negociações e acompanhamento
e avaliação dos financiamentos externos de projetos públicos com organismos
multilaterais e agências governamentais;
• Coordenação e gestão dos sistemas de planejamento e orçamento federal, de
pessoal civil, de organização e modernização administrativa, de administração
de recursos da informação e informática e de serviços gerais;
• Formulação de diretrizes, coordenação e definição de critérios de governança
corporativa das empresas estatais federais; e
• Administração patrimonial.
46
Ministro de Estado
Secretaria de Gestão
(SEGES)
Departamento de
Normas e Sistemas
de Logística
Departamento de
Modelos
Organizacionais
Departamento de
Modernização da
Gestão Pública
Departamento de
Transferências
Voluntárias
Central de
Compras
47
A SEGES é a unidade que propõe, coordena e apoia a implementação de
planos, programas, projetos e ações estratégicos de inovação, modernização
e aperfeiçoamento da gestão pública, promove a gestão do conhecimento e
a cooperação em gestão pública, coordena, gerencia e presta apoio técnico a
projetos especiais de modernização da gestão pública relacionados a temas e áreas
estratégicas de governo. Entre outras atribuições, compete à SEGES a proposição
de políticas, planejamento, coordenação, supervisão e orientação normativa de
atividades, de gestão dos recursos de logística sustentável e de gestão de convênios,
contratos de repasse, colaboração e fomento, termos de execução descentralizada
e termos de parceria.
48
Importante ressaltar que o SisPES é apenas um sistema em que os órgãos registram
os dados de consumo de energia elétrica e de água, não possuindo responsabilidade
direta com ações que visam a eficiência desse gasto.
49
Os PLS devem conter, minimamente, a atualização do inventário de bens e materiais
do órgão e identificação de similares de menor impacto ambiental para substituição;
as práticas de sustentabilidade e de racionalização do uso de materiais e serviços;
as responsabilidades, metodologia de implementação e avaliação do plano; e ações
de divulgação, conscientização e capacitação. A IN SLTI-MP nº 10/2012 dispõe
que os órgãos e entidades deverão elaborar e publicar seus PLS e encaminhar
os relatórios de acompanhamento à Secretaria Executiva da CISAP. Importante
esclarecer que os planos não são decorrentes de uma determinação do Ministério
do Planejamento, mas uma obrigatoriedade contida no Decreto nº 7.746/2012 para
toda a Administração Pública. A critério de cada órgão, os PLS podem conter ações
para promoção da Eficiência Energética.
No Plano Estratégico da CISAP – Eixo de Ação “E” consta uma ação sobre Eficiência
Energética. Como a CISAP é apenas uma comissão consultiva e propositiva, toda ação
tratada ou desenvolvida no seu âmbito é encaminhada para os órgãos competentes
como proposta. A CISAP, naturalmente, apoia as ações de sustentabilidade.
50
A incorporação da sustentabilidade ao processo de compras governamentais foi
instituída em 2010, pela Lei nº 12.349, que alterou a Lei nº 8.666/93, incluindo a
promoção do desenvolvimento nacional sustentável entre os princípios a serem
garantidos nas licitações.
Na 13º reunião da CISAP, realizada no dia 24/11/2017, entre outros temas foi debatida
a questão da “Eficiência Energética nos Prédios Públicos”.
Foram realizadas, pelo MME, uma breve descrição e análise das ações referentes
à eficiência energética, destacando-se o legado deixado e que não pode ser
desperdiçado. Em relação à regulamentação, foram destacados os principais
normativos relacionados ao assunto, com destaque para o Lançamento da Etiqueta
para edifícios residenciais e a IN nº 02/2014 que obriga o uso da Etiqueta em
edificações públicas.
51
A CISAP deliberou sobre os temas colocados pelo representante do MME,
apresentados na Tabela 3.
52
3.5. MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA, INOVAÇÕES E
COMUNICAÇÕES (MCTIC)
3.5.1 Missão e Competência
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) foi criado pelo Decreto nº
91.146, em 15 de março de 1985 tendo sua área de competência foi estabelecida
pelo Decreto nº 5.886, de 6 de setembro de 2006.
53
3.5.2 Estrutura Organizacional Relacionada com Eficiência Energética
Considerando a estrutura organizacional do MCTIC, no âmbito da Secretaria de
Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (SETEC), há dois departamentos que
desenvolvem ações de eficiência energética: Departamento de Políticas e Programas
de Apoio à Inovação e o Departamento de Políticas de Desenvolvimento e Inovação
em Tecnologias Estruturantes. A figura seguinte ilustra essa estrutura.
Ministro de Estado
Secretaria de
Desenvolvimento
Tecnológico e
Inovação
Departamento de
Políticas e Programas
de Apoio à Inovação
Departamento de Políticas
de Desenvolvimento e
Inovação em Tecnologias
Estruturantes
'
54
O TED é um instrumento por meio do qual é ajustada a descentralização de crédito
entre órgãos e/ou entidades integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade
Social da União, para execução de ações de interesse da unidade orçamentária
descentralizadora, que estejam claramente alinhadas com a missão institucional da
unidade descentralizada, e para consecução do objeto previsto no programa de
trabalho, respeitada fielmente a classificação funcional programática.
55
Assim, o PBE Edifica nasceu a partir da cooperação mútua entre a Eletrobras/Procel,
o Inmetro e a academia brasileira, notadamente a Universidade Federal de Santa
Catarina, que, na figura do LabEEE, coordenou o desenvolvimento da parte técnica
e metodológica da etiquetagem de eficiência energética por meio de convênios
firmados com a Eletrobras no âmbito do Procel Edifica. O núcleo embrionário do
CB3E começou a partir da aprovação do plano de trabalho no âmbito do Convênio
ECV DTP 001_2012 com a Eletrobras/Procel.
Projeto nacional com várias universidades participantes, entre elas a UFSC por meio
do LabEEE. O projeto que tem como objetivo, desenvolver soluções adequadas à
realidade brasileira, para tornar a construção habitacional mais sustentável, com foco
em empreendimentos para baixa e média renda e para a construção autogerida.
Entre as metas físicas do projeto está o desenvolvimento de uma metodologia
de avaliação da sustentabilidade brasileira para o setor residencial, assim como
o desenvolvimento de manuais de projeto, execução e uso de habitações mais
sustentáveis.
Contatos:
Eng. Roberto Lamberts – [email protected]
Arq. Maria Andrea Triana – [email protected]
56
Casa Eficiente
Contatos:
Eng. Roberto Lamberts – [email protected]
Arq. Juliana Oliveira Batista – [email protected]
Contatos:
Eng. Eng. Roberto Lamberts – [email protected]
Arq. Maria Andrea Triana – [email protected]
Contatos:
Eng. Eng. Roberto Lamberts – [email protected]
Arq. Joyce Carlo – [email protected]
Arq. Marina Vasconcelos Santana – [email protected]
57
Regulamentação para Etiquetagem Voluntária de Nível de Eficiência
Energética de Edificações Residenciais
Contatos:
Eng. Eng. Roberto Lamberts – [email protected]
Arq. Joyce Carlo – [email protected]
Arq. Marina Vasconcelos Santana – [email protected]
Projeto desenvolvido no LabEEE que tem uma página com dados climáticos de
cidades brasileiras, com informações climáticas das diferentes zonas do país para
apoio ao projeto de arquitetura.
Contatos:
Eng. Eng. Roberto Lamberts – [email protected]
Arq. Alexandra Albuquerque Maciel – [email protected]
Michel Bauer Pereira
Renato Lupiano
58
O MCTIC, por meio do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), também
produziu estudos ou desenvolveu projetos envolvendo a temática eficiência
energética. Entre eles, destacam-se:
59
Segundo a SETEC/MCTIC, o NoPa estimula a utilização do conhecimento científico e
o desenvolvimento tecnológico. Essa parceria, ao longo dos anos, mostra como não
é preciso ter tanto esforço para se fazer projetos muito concretos que beneficiem
a sociedade e a região. Entre os projetos de sucesso, encontra-se, por exemplo, o
gerenciamento de resíduos sólidos na cidade de Jundiaí (SP), que se concentrou
na triagem e na gestão de resíduos para produzir biogás. No âmbito da ação
foi inaugurado o “Centro de Pesquisa, Educação e Demonstração na Gestão de
Resíduos (CReED Brasil)” para capacitação tecnológica.
60
• Seis universidades brasileiras incorporaram aulas sobre energia heliotérmica em
seus currículos: UnB, UFPE, USP, UFSC, ISITEC, CEFET-MG.
• O MME e EPE inserem energia heliotérmica no Plano Nacional de Energia,
prevendo2% de geração HLT na matriz energética brasileira até 2030.
• A Aneel aceitou cinco propostas entregues na Chamada de Projetos de P&D
Estratégicos 019/2015.
• Vinte estações solarimétricas foram instaladas por empresas privadas no Brasil.
• Preparação de uma usina Heliotérmica de porte comercial.
• Dezoito cooperações entre instituições ou empresas alemãs e brasileiras para o
desenvolvimento tecnológico da heliotermia estão em operação.
• Quatro empresas no nordeste do Brasil realizam estudos de viabilidade para
aplicação do calor a partir de tecnologias heliotérmicas em seus processos
industriais.
61
De acordo com sua missão de promover o desenvolvimento sustentável e competitivo
da economia brasileira, o BNDES em parceria com o MCTIC está apoiando um
estudo para o diagnóstico e a proposição de plano de ação estratégico para o país
em Internet das Coisas (Internet-of-Things – IoT).
Esse projeto, orçado em R$17,4 milhões, tem o apoio do BNDES e do MCTIC (BNDES
participa com R$ 9,8 milhões e o MCTIC arcará com outros R$ 7,6 milhões), e tem o
potencial de lançar as bases para novos modelos de desenvolvimento para o país,
baseados na economia do conhecimento.
62
A história do MEC, como é conhecido hoje, começa em 1930, quando foi criado
o Ministério dos Negócios da Educação e Saúde Pública, no governo de Getúlio
Vargas. Como é possível perceber pelo nome, a Educação não era a única área
tratada pelo ministério, que também desenvolvia atividades pertinentes à saúde, ao
esporte e ao meio ambiente.
A sigla MEC surgiu em 1953, quando a Saúde ganhou autonomia e surgiu o Ministério
da Educação e Cultura. O sistema educacional brasileiro, até 1960, era centralizado,
modelo seguido por todos os estados e municípios. Com a aprovação da primeira Lei
de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), em 1961, os órgãos estaduais e municipais
ganharam autonomia, com diminuição da centralização do MEC. Uma nova reforma
na educação brasileira foi implantada em 1996. Trata-se da mais recente LDB, que
trouxe diversas mudanças nas leis anteriores, com a inclusão da educação infantil
(creches e pré-escola). A formação adequada dos profissionais da educação básica
também teve prioridade, com um capítulo específico para tratar do assunto.
Ministro da Educação
Secretaria de Educação
Secretaria de a
Profissional e
Superior (SESU)
Tecnológica (SETEC)
63
A Setec/MEC é a coordenadora nacional da política de educação profissional e
tecnológica (EPT) no país. Tem por atribuição formular, implementar, monitorar, avaliar
e induzir políticas, programas e ações de EPT, atuando em regime de colaboração
com os demais sistemas de ensino e os diversos agentes sociais envolvidos na área.
Nesse conjunto, é responsável pela proposição de ações com vistas à concepção e
atualização de diretrizes nacionais para a oferta de cursos de educação profissional
e tecnológica alinhadas às demandas sociais e aos arranjos produtivos locais.
64
O Programa torna possível a aplicação de medidas de melhoria no desempenho
energético da Rede Federal – a fim de reduzir as despesas de custeio com energia
elétrica; impulsionar a aquisição de equipamentos de geração de energia e para
centros de treinamento nas áreas de energia eólica, solar, biogás e biometano,
biocombustíveis e eficiência energética; impulsionar a formação profissional e
tecnológica em energias renováveis e eficiência energética com novos cursos; e
fomentar pesquisa, desenvolvimento, inovação e empreendedorismo em energias
renováveis e eficiência energética na Rede Federal.
1. Infraestrutura;
2. Formação Profissional;
4. Gestão de Energia;
5. Engajamento e Difusão.
65
Terceiro Eixo – Pesquisa, Desenvolvimento, Inovação e Empreendedorismo
66
11. Destravando o financiamento à eficiência energética no Brasil: soluções
financeiras e não financeiras para os agentes de mercado;
12. Financiamento à Energia Renovável;
13. Consumo eficiente de energia elétrica: uma agenda para o Brasil;
14. Eficiência energética na indústria;
15. Atlas de Energia Elétrica do Brasil;
67
O trabalho dos GTs está voltado a ações para expandir a formação profissional e
o treinamento de recursos humanos em energia solar fotovoltaica, energia eólica,
biogás e Biometano, biocombustíveis e eficiência energética, com o apoio da
Agência de Cooperação Alemã GIZ. A última reunião do comitê ocorreu em março
de 2017, em Brasília, a fim de definir estratégias para sua atuação. Com o novo
redesenho, as ações pensadas para o Comitê serão absorvidas pelos GTS. Num
primeiro instante, as ações visam reduzir o custeio das instituições e, em seguida,
inserir tais ações de eficiência no núcleo básico dessas instituições, ou seja, na
preparação dos alunos, certificação, pesquisas e inovações.
Os trabalhos envolvem a totalidade da Rede Federal, que tem 658 campi. Segundo
informações da SETEC os Grupos de Trabalho, junto aos Institutos Federais (IFs),
definiu cursos adequados conforme as demandas do setor e mais de 210 docentes
da Rede Federal foram capacitados e estão motivados a trabalhar com o tema.
Prova disso é a adesão em grande escala de Institutos Federais ao projeto IF
Solar, criado pelo IF Sul de Minas com o objetivo de implantar sistemas de energia
solar fotovoltaica para gerar energia elétrica em 82 campi da Rede Federal. Além
disso, alguns institutos já estão se organizando para implementar os centros de
treinamento necessários para a realização dos primeiros cursos. O quadro seguinte
apresenta as atividades e a metodologia adotada para sua implementação.
Em 2016 foi apresentado a SESU um projeto de Eficiência Energética nas IFES cujo
objetivo é implementar nessas instituições Federais de Ensino Superior um Programa
de Eficiência Energética para reduzir, de forma sustentável, os desperdícios de
energia elétrica proporcionando também uma adequada Gestão de Energia.
68
Naquele ano, o Brasil possuía 63 instituições criadas ou incorporadas e mantidas pela
União, constituindo o Sistema de Instituições Federais de Ensino Superior e a Rede
Pública de Ensino. As IFES desempenham um importante papel no desenvolvimento
científico e tecnológico do país, respondendo por cerca de 90% da produção
científica brasileira e pela formação de profissionais nas mais diversas áreas do
conhecimento. Na maior parte das Ifes a rubrica “energia elétrica” representa o
segundo ou o terceiro lugar na relação dos maiores gastos de recursos.
Essa representatividade na relação dos gastos era decorrente, entre outras razões,
aos aumentos das tarifas de energia elétrica praticadas pelas empresas distribuidoras
de energia elétrica. O projeto apresentava ações de curto, médio e longo prazo e,
entre elas, a parceria da Aneel em projetos de P&D e/ou de PEE direcionados às
universidades públicas.
69
Entre as entidades vinculadas ao MME, existem as autarquias Departamento
Nacional de Produção Mineral (DNPM), Agência Nacional do Petróleo, Gás
Natural e Biocombustíveis (ANP) e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Como empresas públicas vinculadas há a Companhia de Pesquisa de Recursos
Minerais (CPRM), a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e a Empresa Brasileira
de Administração de Petróleo e Gás Natural S.A. – Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA).
Finalmente, como sociedades de economia mista vinculadas: a Petróleo Brasileiro
S.A. (Petrobras) e a Centrais Elétricas Brasileiras S.A. (Eletrobras).
Ministro de Estado
Secretaria de
Planejamento e
Desenvolvimento
Energético (SPE)
Departamento de
Desenvolvimento
Energético (DDE)
70
• Promover estudos e tecnologias de energia;
• Prestar assistência técnica ao CNPE.
• Definir critérios e diretrizes para a prestação de serviços da EPE na área de
estudos e pesquisas energéticas ao Ministério e ao setor; e
• Coordenar os procedimentos de enquadramento de projetos de energia elétrica
em regimes especiais de incentivos fiscais.
71
No âmbito do Departamento Desenvolvimento Energético (DDE), há a Coordenação-
Geral de Eficiência Energética com as seguintes competências:
72
3.7.3 Atividades Relacionadas à Eficiência Energética
O MME exerce a presidência dos seguintes comitês relacionados com eficiência
energética:
73
Além do CGEE, a lei estabeleceu que o Grupo Coordenador de Conservação de
Energia (GCCE), órgão criado pela Portaria Interministerial 1.877, de 30 de dezembro
de 1985 e revisado pelo Decreto, de 18 de julho de 1991, será o responsável pela
elaboração do PAR Procel e das prestações de contas anuais sobre os investimentos
realizados.
74
O Comitê Gestor de Indicadores de Eficiência Energética (CGIEE) foi instituído em
19 de dezembro de 2001 pelo Decreto nº 4.059, que regulamentou a Lei nº 10.295,
de 17 de outubro de 2001 (também conhecida como Lei de Eficiência Energética),
possui a responsabilidade do estabelecimento de níveis mínimos de eficiência
energética para os equipamentos que consomem energia.
Ao CGIEE, compete:
O CGIEE e seus Comitês Técnicos contam com apoio técnico do Inmetro, do Procel/
Eletrobras, CONPET, do Cepel, da Aneel e da ANP. A Regulamentação Específica
determina os níveis máximos de consumo de energia ou mínimos de eficiência
energética de cada tipo de aparelho e máquina consumidora de energia, elaborada
pelo respectivo Comitê Técnico. Os Programas de Metas determinam cronogramas
de implantação e de aprimoramento dos níveis regulamentados, propiciando
a continua melhoria da eficiência energética nas máquinas e equipamentos
comercializados no Brasil, sejam eles de procedência nacional ou importada.
75
As Audiências são convocadas com antecedência mínima de 30 dias, com divulgação
antecipada das propostas por meio eletrônico, imprensa escrita de circulação
nacional e facultativamente comunicada às entidades interessadas.
76
O diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino, corroborou com a necessidade da
implantação dos Comitês Técnicos e salientou que, atualmente, a destinação dos
recursos de eficiência é basicamente para a classe de baixa renda, devendo, contudo,
concentrar os esforços na busca por maior eficácia e efetividade na aplicação
desses recursos. Além das ações desses Comitês, o MME tem desenvolvido ou
promovido vários projetos de eficiência energética, geralmente em parceria com
alguma instituição internacional ou nacional, relatadas a seguir.
77
Ao longo desse documento são apresentadas várias iniciativas de eficiência
energética em parceria com o MME envolvendo, por exemplo, a EPE, Cepel,
Procobre, entre outras instituições e empresas.
78
• Contribuir para o fortalecimento da capacidade de monitoramento e controle do
setor energético;
• Apoiar os estudos e ações de eficiência energética, assim como o Plano Nacional
de Eficiência Energética – PNEf.
79
Subcomponente III – Gestão, Monitoramento e Avaliação das Atividades e
Disseminação dos Resultados.
80
b) Análise da Eficiência Energética em Segmentos Industriais Selecionados – TR
17 (EPE)
81
4. ANEEL
83
Cabe à SPE regulamentar os investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) e
Eficiência Energética (EE) estabelecidos pela Lei n° 9.991/2000 como de obrigação
das empresas de energia. Também tem como atribuição acompanhar a execução
dos projetos e avaliar seus resultados. A SPE estabelece as diretrizes e orientações
que regulamentam a elaboração desses projetos por meio do Manual do Programa
de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico do Setor de Energia Elétrica e do
Manual de Procedimentos do Programa de Eficiência Energética.
84
Diretoria da ANEEL
Superintendência de
Pesquisa e Desenvolvimento
e Eficiência Energética (SPE)
Coordenação do
Programa de Eficiência
Energética (PEE)
85
Entretanto, a regulamentação da obrigatoriedade de investimentos em programas
de eficiência energética ocorreu somente em 2000, com a instituição da Lei nº 9.991.
Segundo dados disponibilizados pela Aneel, até março de 2016, foram registrados
pelas distribuidoras 1.704 projetos no âmbito do PEE, com uma previsão de gerar
uma economia de 4.628,68 GWh/ano e uma demanda retirada de ponta de 1.403,40
MW. Dentre os projetos executados, os maiores investimentos são destinados
a projetos voltados para população de baixa renda (58,82%), conforme pode ser
observado na Tabela 4, seguidos dos investimentos no setor residencial (11,75%) e
no setor público (9,85%).
Tabela 4 – Relação das tipologias dos projetos do PEE registrados na Aneel de 2008
a março/2016
Economia
Número Investimento
Tipologia Investimento (%) de Energia RDP (MW)
Projetos Total (106 *R$)
(GWh/ano)
Aquecimento
41 1,48 23,7 15,59 74,77
Solar
Baixa Renda 463 58,82 2.512,12 944,66 2.980,04
Cogeração 7 2,79 146,19 16,5 141,2
Comércio e
235 3,19 229,31 36,05 161,36
Serviços
Educacional 91 4,65 6,05 1,82 235,36
Gestão
Energética 14 0,19 0 0 9,63
Municipal
Iluminação
4 0,16 5,59 1,17 7,92
Pública
Industrial 65 2,12 174,39 12,21 107,38
Pelo Lado da
1 0,11 0,48 0,32 5,56
Oferta
Poder Público 429 9,85 507,98 84,27 499,02
Projeto Piloto 25 1,4 75,3 21,09 70,91
Residencial 130 11,75 774,41 222,81 595,46
Rural 58 0,5 33,03 16,61 25,35
Serviços Públicos 141 3 140,13 15,59 152,03
86
Tabela 5 – Relação das tipologias dos 854 projetos do PEE
87
Tabela 7 – Taxa de Conversão de real para dólar
2009 R$ 2,00
2010 R$ 1,76
2011 R$ 1,67
2012 R$ 1,95
2013 R$ 2,16
2014 R$ 2,35
2015 R$ 3,33
10.000,00
3.190,12
911,53
1.000,00
571,00
166,36
100,00 77,06
11,25
10,00
1,00
Energia Acumulada Total (GWh)
Iluminação Refrigeração(Geladeiras) Força Motriz
Condicionamento de Ar Aquecimento de Água Ar Comprimido
88
10.000,00
1.113,86
1.000,00
136,94
127,74
108,43
100,00
38,13
10,00
1,08
1,00
89
As concessionárias e permissionárias de distribuição de energia elétrica poderão
aplicar até 80% (oitenta por cento) dos recursos de seus programas de eficiência
energética em unidades consumidoras beneficiadas pela Tarifa Social de Energia
Elétrica, em comunidades de baixa renda e em comunidades rurais. Os investimentos
em eficiência energética deverão priorizar iniciativas e produtos da indústria
nacional, conforme regulamentação a ser definida pela Aneel.
Uma importante alteração na aplicação dos recursos no PEE foi introduzida pela Lei
nº 13.280/2016:
90
• Projeto Prioritário de Eficiência Energética e Estratégico de P&D – Chamada
001/2016: Eficiência Energética e Minigeração em Instituições Públicas de
Educação Superior.
91
Com o intuito de acompanhar a execução dos projetos realizados no âmbito da
referida Chamada, a SPE elaborou um formulário de “follow-up” das atividades dos
projetos. Nesse formulário, foi solicitado que a empresa apresentasse qual o estado
da arte da execução dos projetos. Entre as solicitações está a de apresentar quais
atividades previstas já foram executadas e, ainda, quais foram, ou estão sendo, as
maiores dificuldades enfrentadas durante o planejamento e execução dos projetos.
Em face das informações recebidas, conclui-se que todos os projetos aprovados
ainda estão em execução. Alguns deles estão com o cronograma atrasado por
terem enfrentado grande dificuldade com relação à adesão por parte do mercado,
sendo que em alguns casos foi reaberto o período de inscrição para a seleção de
empresas interessadas em realizar a troca de motores.
Inicialmente destaca-se que todos os projetos ainda estão em execução. O aviso que
deu publicidade à Chamada (processo nº 48500.004541/2016-78) foi publicado no
Diário Oficial da União de 16/11/2016. Na ocasião, houve demonstração de interesse na
Chamada por parte de 70 empresas reguladas. Cumprindo o cronograma aprovado
nessa Chamada, foram recebidas 27 propostas de projetos, encaminhadas por meio
eletrônico por parte de 15 empresas com obrigatoriedade de investimento em EE e
P&D, totalizando aproximadamente R$ 310 milhões em investimento previsto para
os próximos 3 anos e beneficiando cerca de 30 Instituições Públicas de Educação
Superior em todas as regiões do país.
92
Tabela 9 – Resultado da avaliação inicial das propostas da Chamada nº 01/2016
CEAL UFAL
CEPISA UFPI
ELETROACRE UFAC
CELG UFG
COPEL D UEM
COPEL D UFPR
COPEL D UFLondrina
CERON UNIR
COPEL D UTFPR-Curitiba
CEB UNB
CEMIG UFMG + 19
93
4.3.3 Leilão de Eficiência Energética
Uma importante ação em desenvolvimento pela Aneel é o processo de Consulta
Pública nº 007/2018, com o objetivo de obter subsídios sobre o conceito de Leilão
de Eficiência Energética e o conjunto de metodologias e premissas utilizado
na Análise de Impacto Regulatório de projeto piloto a ser realizado em Roraima.
O período estabelecido inicialmente para a agência receber contribuições teve
início em 3/5/2018 e término em 16/6/2018. Além de uma missão técnica para Boa
Vista, faz parte dessa ação da Aneel a realização de seis workshops com públicos
específicos, incluindo: (i) ESCOs; (ii) distribuidoras; (iii) organismos governamentais e
multilaterais; (iv) instituições de pesquisa; (v) bancos de desenvolvimento e privados;
(vi) instaladores de geração distribuída; (vii) fornecedores de equipamentos
eletroeletrônicos, (vii) fornecedores de serviços ambientais e (viii) organizações com
experiência em mudança de comportamento.
94
Em 4 de abril, a iniciativa foi selecionada pela Comissão Técnica de Apoio à Análise
de Impacto Regulatório (AIR) para integrar projetos-piloto de monitoramento da
regulação, no âmbito da iniciativa 3.1.1 do Planejamento Estratégico da Aneel para
o Ciclo 2018-2021 – “Institucionalizar o monitoramento da regulação”, atrelada ao
Objetivo nº 3 – “Aperfeiçoar, simplificar e consolidar a regulação”.
Em vista dos resultados entregues pelo piloto de Roraima, será possível avaliar a
viabilidade de escalar o leilão país afora. Assim, no futuro, a eficiência energética
poderia se transformar em um recurso energético incorporado ao planejamento
energético, competindo em leilões com geradoras de energia elétrica.
95
5. PROCEL
97
A partir de dezembro de 2016, a Eletrobras implantou um processo de reestruturação
organizacional incluindo uma redução nos cargos gerenciais. Dessa forma, entre as
áreas subordinadas à presidência da empresa, foi instituída a Gestão de Participações
em SPE e Programas de Governo (PRF) com as atribuições de: promover a promoção
da eficiência energética, relacionada aos Programas Governamentais Federais e às
empresas Eletrobras, dentro e fora do país; gerir, no âmbito nacional, as participações
em Sociedades de Propósito Específico – SPE e liderar a coordenação da gestão
dos Bens da União Sob Administração – BUSA.
Presidência da
Eletrobras (PR)
Superintendência de Gestão
de Participações em SPE e
Programas de Governo (PRF)
Gerência do
Procel (PRFP )
98
5.3 Plano de Aplicação de Recursos (PAR) do Procel
Como comentado anteriormente, as atividades desenvolvidas atualmente pelo Procel
estão baseadas no Plano de Aplicação de Recursos do Procel (PAR Procel).
99
5.3.1 Subprogramas Transversais
Os Subprogramas Transversais abrangem as áreas: Procel Educação, Procel Info,
Marketing, Selo Procel e Estudos e Avaliação de Resultados, sendo que para essa
última área não constam projetos específicos no PAR. Para as quatro primeiras áreas,
existem os projetos apresentados a seguir.
100
Projetos do PAR – Selo Procel
101
Executora: Pessoa jurídica com atuação na implementação de projetos neste
segmento e Universidades, dentre outros.
Título do projeto: Integrar o Procel no Programa Brasil Mais Produtivo com Foco em
Eficiência Energética.
Executora: SENAI/CNI.
102
Título do projeto: Estruturação do setor de edificações por meio de estudos e
desenvolvimentos de base de dados com indicadores.
103
Projetos do PAR – Eficiência Energética no Saneamento Ambiental (Procel
SANEAR)
104
Demais Estudos Estruturantes
105
Análise do impacto da implantação de medidores inteligentes na economia
de energia do país
106
5.3.4 Programa de Gestão Físico-Financeira
Segundo informação do PAR, a gestão físico-financeira dos projetos do Procel exigirá
a contratação de uma solução customizada do tipo “turn-key” para possibilitar o
controle de informações e a gestão físico-financeira de projetos do Procel após a Lei
nº 13.280/2016. Esse sistema de gestão deverá ser constituído por uma fonte única
e confiável de dados e informações, de forma a garantir a eficiência das operações
e a transparência dos processos físico-financeiros desse Programa, com a adoção
de boas práticas em gestão de portfólios e programas.
Procel Reluz
• Tutoria de apoio ao Procel Reluz (Parte integrante da Chamada Pública do Reluz).
• Desenvolvimento de procedimentos para descarte adequado de luminárias LED.
• Elaboração de metodologia para certificação de projetos e projetistas de
iluminação pública.
• Identificação do Parque de Iluminação Pública Atual.
• Assessoria para atualização das normas técnicas relacionadas.
107
Procel Sanear
• Desenvolvimento de ferramenta computacional para a realização de diagnósticos
hidroenergéticos, capacitação de profissionais do setor saneamento, elaboração
de diagnósticos hidroenergéticos e implementação de ações por meio de
chamada pública.
• Elaboração de um plano de negócios para aumento da eficiência e melhoria da
gestão de informação da Rede LENHS.
Procel Edifica
• Benchmarks de consumo de energia elétrica em edificações no Brasil em diversas
tipologias arquitetônicas, estabelecendo indicadores de Eficiência Energética.
• Planejamento, desenvolvimento e execução de serviços de assessorias,
treinamentos e etiquetagens para dois segmentos: construtoras/ incorporadoras
e empresas de facilities/ administradoras prediais.
• Planejamento, desenvolvimento e execução de serviços de diagnósticos,
treinamentos e projetos de retrofit e geração renovável distribuída em empresas
públicas e/ou privadas.
Procel Educação
• Convênio com a UNIFEI para atualização e aplicação do curso de Conservação e
Uso Eficiente da Energia – ENERGE a distância.
• Contrato com a Fundação Roberto Marinho para criação de recursos pedagógicos
aproveitando a metodologia “Energia que Transforma”.
Procel Selo
• Acompanhamento da produção de equipamentos participantes do Selo Procel,
por meio de aquisição e ensaios em laboratórios.
• Realização de estudo para comparar desempenho de aparelhos de ar
condicionado utilizados em outros países e desenvolvimento de procedimento
específico para ensaio de ar condicionado inverter.
108
No âmbito do Procel Selo, existem também outras realizações sem a necessidade
de contratação, ou seja, realizadas pela própria equipe da Eletrobras:
Procel Info
• Fornecimento de conteúdo para a seção “Notícias e Reportagens” (newsletter)
do portal Procel Info e redes sociais.
Procel Indústria
• Convênio com a CNI para implementação do Programa “Aliança Estratégica” em
12 plantas industriais energointensivas, com os seguintes resultados:
• Tropicalização de ferramentas computacionais e metodologias desenvolvidas
pelo DOE;
• Atuação no processo produtivo em sistemas elétricos e térmicos;
• Investimento do Procel de R$ 5 milhões + R$ 3,4 milhões da CNI e parceiros
industriais;
• Inserção da EE no Brasil Mais Produtivo (convênio em fase de assinatura com a
CNI).
• Convênio com a ABRINSTAL para estruturação do setor industrial por meio de
estudos e normalização.
Resultado Final:
109
Os 22 municípios habilitados são: Jandaia (GO), Coromandel (MG), Coronel
Fabriciano (MG), Ipaba (MG), Naviraí (MS), Goianésia do Pará (PA), Itaipulândia (PR),
Pato Branco (PR), Santo Antônio do Sudoeste (PR), Barra Mansa (RJ), Ajuricaba (RS),
Capivari do Sul (RS), Coronel Bicaco (RS), Gentil (RS), Rio Grande (RS), Santo Augusto
(RS), São Gabriel (RS), Amparo (SP), Itapeva (SP), Mogi Guaçu (SP), Santo André (SP),
São João da Boa Vista (SP).
Procel Marketing
110
Figura 16 – Imagens da Campanha de Marketing do PAR Procel – 2017
111
Os quadros seguintes apresentam a movimentação financeira do PAR 2017,
apresentados pela gerência do Procel no Rio de Janeiro, em 7 de junho de 2018.
Cabe destacar que houve a necessidade de realizar ajustes (remanejamento) nas
verbas previstas inicialmente no PAR Procel 2017, conforme se nota no Quadro 2.
112
6. CONPET
Até recentemente, o CONPET funcionava com sua gerência ligada à Diretoria de Gás
e Energia da Petrobras fornecendo não apenas o suporte técnico e administrativo,
mas, também, o econômico-financeiro. Depois o CONPET passou para a Diretoria
de Serviços (posteriormente denominada de Diretoria Corporativa e de Serviços) no
Departamento de Segurança, Meio Ambiente, Eficiência Energética e Saúde. Após
várias modificações em sua estrutura de governança, atualmente as atividades do
CONPET estão alocadas no Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo
Américo Miguez de Mello (CENPES) que por sua vez se encontra subordinado à
Diretoria de Desenvolvimento da Produção & Tecnologia da Petrobras. A figura
seguinte ilustra essa estrutura.
113
Diretoria de
Desenvolvimento da
Produção & Tecnologia
PETROBRAS
Gerência Executiva
do CENPES
Gerência de Eficiência
Energética
Atividades do Conpet
114
CONPET na Educação: criado em 1992 entre o MME e o Ministério da Educação,
tem como objetivo desenvolver a redução do desperdício na área educacional por
meio dos educadores que incorporam ao conteúdo programático das disciplinas
assuntos sobre petróleo, gás natural e EE. É direcionado ao ensino fundamental
(geralmente do sexto ao nono ano) e cursos técnicos da rede pública e privada.
115
CONPET no Transporte: tem como intuito ampliar a eficiência quanto ao uso do
óleo diesel em ônibus e caminhões. O transporte rodoviário representa cerca de
90% do consumo e, dentre os derivados do petróleo e gás natural, o óleo diesel é
o mais consumido, com uma participação de mais de 50%. Por meio de avaliações
realizadas por técnicos da Petrobras do nível de opacidade da fumaça dos veículos
a diesel, aqueles que passam nessas medições são habilitados para utilizar o selo
de aprovação admitido pelo CONPET.
Programa Economizar
116
Projeto Transportar
Projeto Engenhar
CONPET Educação
Projeto TransportAR
Projeto EconomizAR
De uma frota nacional total de caminhões e ônibus (segundo dados fornecidos pelo
CONPET em 2004) de aproximadamente 2.000.000 veículos, o projeto EconomizAR
atendia, até o final de 2005, aproximadamente 100.000, estimando-se uma
economia aproximada de 272.000.000 de litros de diesel por dia. Considerando-se
um balanço preliminar dos resultados, segundo informações da coordenação do
CONPET, durante o ano de 2005 foram registrados os seguintes números:
117
• Estados da federação participantes: 21;
• Entidades envolvidas: 32;
• Unidades móveis (*): 48;
• Empresas participantes: 1.700;
• Frota: 100.000;
• Avaliações realizadas (**): 100.000.
Observações:
(**) – Um mesmo veículo pode ter sido avaliado mais de uma vez.
• 24 Federações participantes;
• 92 Unidades Operacionais;
• Mais de 2,2 milhões de avaliações veiculares ambientais, com cerca de 85% de
aprovação;
• Mais de 43 mil transportadores atendidos;
• Informação sistematizada com o desenvolvimento do Sistema de Informações do
Despoluir – SID;
• Eventos: realizadas nove edições do Encontro Técnico Nacional do Despoluir.
118
7. CEPEL
Mas a recessão econômica no final dos anos 1970 e início da década seguinte
reduziu os investimentos das empresas estatais, afetando as atividades de pesquisa
no setor elétrico. Atualmente, o Cepel está envolvido em diversas iniciativas que
visam atender às necessidades futuras do setor de energia elétrica do país.
Nesta linha, também presta apoio técnico a importantes iniciativas de governo, como
as voltadas à universalização do acesso à energia elétrica, à eficiência energética e
ao desenvolvimento sustentável do país, e participa de fóruns internacionais, como
a Plataforma Internacional de Tecnologias de Baixo Carbono e o Mapa de Rotas
Tecnológicas em Hidroeletricidade, implementados pela Agência Internacional
de Energia (AIE). Integra, ainda, a Iniciativa de Desenvolvimento Sustentável de
Hidroeletricidade, liderada pelo Brasil no Fórum Ministerial de Energia Limpa, e a
iniciativa das Nações Unidas – Energia Sustentável para Todos.
119
O Cepel conta com um quadro profissional qualificado, incluindo uma equipe
multidisciplinar de pesquisadores e técnicos. Possui 34 laboratórios equipados com
instalações para a realização de pesquisa experimental e ensaios normatizados
e especiais, sendo algumas delas únicas na América Latina. A Unidade Fundão,
localizada na Cidade Universitária do Rio de Janeiro, abriga 24 desses laboratórios;
os demais estão na Unidade de Adrianópolis, a 40 quilômetros. Suas instalações
abrangem, entre outras, as seguintes áreas: alta tensão, alta corrente, alta
potência, medição e calibração, materiais, análise química, eficiência energética,
supercondutividade, células a combustível, de monitoramento e de diagnóstico, de
computação intensiva, de supervisão e controle.
Diretoria Geral
(DG)
Departamento de
Departamento de
Materiais, Eficiência
Laboratórios do
Energética e Geração
Fundão (DLF)
Complementar (DME)
Departamento de
Laboratórios da
Adrianópolis (DLA)
120
7.3 ATIVIDADES RELACIONADAS À EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
Entre as atividades relacionadas com eficiência energética existem o Centro de
Aplicação de Tecnologias Eficientes (Cate); o desenvolvimento de softwares como
Aplicativo para Rendimento Ótimo de Motores Elétricos (BDMotor); a elaboração
de manuais ou guias como, por exemplo, o Guia Orientativo de Iluminação com
a Tecnologia LED o Guia para Eficiência Energética nas Edificações Públicas que
integra as ações do Projeto Esplanada
CATE
121
A resistência térmica é calculada a partir da medição da diferença de temperaturas
entre duas superfícies (termopar) e o fluxo de calor que as atravessa (fluxímetro). As
duas áreas também se situam na Unidade Fundão.
Projeto Qualiequip
Este projeto foi criado a partir de um convênio firmado entre a Eletrobras e o Instituto
Euvaldo Lodi/Confederação Nacional da Indústria (IEL/CNI). O primeiro trabalho
abrange a fabricação e o recondicionamento de transformadores de distribuição para
o uso e comercialização e instalação no Brasil. O projeto tem evoluído como pode
ser constatado pelo ingresso de 22 fabricantes e 08 recondicionadores cadastrados
e aptos a utilizar a Etiqueta Nacional de Eficiência Energética. Já foram publicadas
duas portarias de regulamentação uma portaria de revisão, sendo uma delas,
interministerial, de caráter compulsório, assinada pelo MME – Ministério de Minas e
Energia, MDIC – Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e MCT
– Ministério de Ciência e Tecnologia. A segunda, de caráter voluntário, do Inmetro
está sendo atualizada para se tornar compulsória. Houve ainda a implementação de
um plano de metas estabelecendo um cronograma para a redução dos níveis atuais
de perdas dos transformadores em dois ciclos: o primeiro com início em 01/01/2019
e o segundo em 01/01/2023
O Cepel estabeleceu uma parceria em dezembro de 2016 com o Oak Ridge National
Laboratory (ORNL), laboratório nacional do Departamento de Energia dos Estados
Unidos (DOE), por intermédio de um Memorando de Entendimento para cooperação
na área de eficiência energética na indústria. Dentre as várias áreas de interesse
mútuo observadas pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e o DOE, foi identificada
a de eficiência energética industrial. O acordo entre o Cepel e o ORNL tinha duração
de dois anos, podendo ser prorrogado. O cronograma de atividades previa, dentre
outras ações, o compartilhamento de informações sobre técnicas e ferramentas
utilizadas para aprimorar os sistemas de gestão energética e conduzir avaliações em
sistemas de energia e instalações industriais. Também estava prevista a cooperação
entre as duas instituições para o desenvolvimento de uma base de dados, para o
MME, sobre o uso da energia no setor industrial. Tal base possibilitaria, no futuro, o
planejamento de ações de eficiência energética na indústria, bem como a avaliação
dos resultados obtidos.
122
Pode-se resumir em dois objetivos principais desse acordo: a realização de um
treinamento sobre eficiência energética numa indústria a ser escolhida (utilizando-
se aplicativos e ferramentas de análise desenvolvidos pelo DOE) e a implantação
de uma estrutura em algumas universidades (ou centros de pesquisa) no Brasil
semelhante ao programa dos Centros de Avaliação Industrial (IACs) existentes nos
EUA. Em março de 2018, o acordo foi encerrado.
123
O Cepel, o ORML e a ArcelorMittal realizaram, em março de 2015, um treinamento
sobre eficiência energética na indústria na sede da empresa, em Tubarão (ES). O
workshop foi realizado no âmbito do Diálogo Estratégico sobre Energia (DEE), um
acordo de cooperação tecnológica entre os governos dos Estados Unidos e do
Brasil, por meio do DOE e do MME. O Cepel participou da iniciativa como braço
técnico do MME. O treinamento de Tubarão apresentou alternativas de economia
nos processos de combustão industrial, abordando temas como redução de custos
operacionais, a partir da otimização do consumo de combustíveis, e obtenção de
ganhos ambientais, com soluções voltadas à diminuição de emissões de CO2. Além
de aspectos de fundamentação teórica, o curso contou com atividades práticas,
como coleta e tratamento de dados. O treinamento teve como base o programa
PHASTEx, desenvolvido pelo DOE, que auxilia os técnicos na busca pela maior
eficiência em equipamentos como caldeiras e fornos. Participaram do evento
profissionais de empresas como thyssen, Gerdau, Vale e Companhia Siderúrgica
Nacional (CSN), bem como especialistas americanos e professores universitários
brasileiros.
124
8. EPE
CNPE
Conselho Nacional de
Política Energética
MME
Ministério de Minas
e Energia
CMSE EPE
Comitê de Monitoramento Empresa de Pesquisa
do Setor Elétrico Energética
ANEEL ANP
ANA
Agência Nacional de Energia Agência Nacional de
Agência Nacional de
Elétrica Petróleo, Gás Natural e
Águas
Biocombustíveis
ONS CCEE
Operador Nacional do Câmara de Comercialização
Sistema de Energia Elétrica
125
A EPE atua no planejamento do setor energético nacional conduzindo os estudos
e pesquisas que culminam na construção do conjunto de procedimentos e ações
que visam à realização da política necessária ao suprimento de energia, gerando
informações e evidências para a tomada de decisão no planejamento governamental
do setor energético brasileiro. Esta atuação, por sua vez, requer ampla e estreita
articulação com órgãos e instituições diversos, tais como o Ministério de Minas e
Energia – MME, as agências reguladoras – Agência Nacional de Energia Elétrica
– Aneel, Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis – ANP e Agência
Nacional de Águas – ANA, com o Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS e
com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE.
Presidência da EPE
Diretoria de Estudos
Econômicos-Energéticos e
Ambientais
Superintendência
126
8.3 ATIVIDADES RELACIONADAS À EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
Considerando o fomento à eficiência energética como um dos princípios definidos
dentro da Política Energética brasileira (Lei nº 9.478/1997), tal agenda é implementada
em ações coordenadas pelo MME, tais como as ações e diretrizes estabelecidas em
estudos como o Plano Nacional de Eficiência Energética (PNEf), Planos Nacionais
de Energia e nos compromissos climáticos internacionais do Brasil, estes últimos
refletidos na NDC brasileira. Sob esse aspecto, é relevante destacar que a eficiência
energética integra a estratégia nacional de mitigação das emissões de gases de
efeito estufa (GEE).
127
Em seguimento a essa publicação, mediante a Portaria MME n° 601/2011, criou-se um
grupo de trabalho (GT PNEf) com a “finalidade de propor estratégias, elaborar Plano
de Trabalho e sugerir critérios destinados à implementação e ao acompanhamento
do Plano Nacional de Eficiência Energética”, no qual participam instituições tais
como EPE, Cepel, CONPET, Procel, Inmetro, Aneel, ANP, MCTI, MMA e UNIFEI, sob
coordenação do MME.
Diante desse contexto, a EPE estruturou sua estratégia de ação de longo prazo no
planejamento da eficiência energética no Brasil por meio de quatro frentes de ação,
interligadas entre si, apresentadas na Figura 22.
128
Os princípios e fundamentos que definem essa abordagem são mais bem explicitados
a seguir.
DADOS E INFORMAÇÕES
AVALIAÇÃO DE
IMPACTO DE
MECANISMOS E
AÇÕES
Figura 22 – Estruturação da estratégia de longo prazo para abordagem dos estudos de eficiência
energética pela EPE
A estruturação destas bases de dados pode ser assim considerada um pilar central
para as ações em eficiência energética e, nesse sentido, a definição de metas
de redução do consumo de energia é elemento prioritário no desenvolvimento
de programas de eficiência energética. Quando estabelecidas, tais metas devem
ser mensuráveis/verificáveis e, simultaneamente, factíveis. Para isso, devem estar
adequadamente lastreadas em estudos e diagnósticos detalhados do potencial de
energia a ser economizado em setores específicos da economia e dos custos a ele
associados.
Nesse contexto, uma ferramenta bastante útil são as curvas de custo potencial,
as quais apresentam em que áreas de aplicação há um potencial de economia de
energia e quais custos a ele associados. Assim, as CCP´s mostram o custo efetivo
de determinadas ações de promoção da eficiência energética o que, conjuntamente
com outras informações, como barreiras existentes ao aproveitamento desses
potenciais, podem representar uma base importante para o desenvolvimento de
políticas e medidas específicas. Uma representação esquemática dessas curvas é
apresentada na Figura 23.
129
Curva de Custo e Potencial de Eficiência Energética
Potenciais de
Custo da energia conservação de
economizada energia para os
(R$/tep) quais há custos
líquidos marginais
Economia
de energia
(tep/ano) Potenciais de
conservação de
energia para os
Viabilidade Econômica
quais há benefícios
líquidos marginais
130
Figura 24 – Exemplo de Curvas de Custo e Potencial de Eficiência Energética
131
Nessa vertente, a EPE apoia o processo de elaboração de estudos de suporte para
um plano brasileiro de eficiência energética, de forma a contribuir para que os 10%
de eficiência elétrica em 2030 sejam atingidos. A existência desse plano de ação
é fundamental para a construção de um ambiente de incentivo à promoção da
eficiência energética no Brasil, no qual se possam visualizar as ações pretendidas
ao longo de um horizonte de tempo, bem como as premissas básicas adotadas na
sua construção.
Setoriais
Indústria Edificações Transportes Setor Público
Políticas/Mecanismos
Transversais
Educação, Comunicação, Financiamento, Padrões
Mínimos e Etiquetagem, Regulação, Leilões de
Eficiência Energética, Tributação
Na Tabela 10 pode ser observado o quadro síntese das ações empreendidas pela
EPE ao longo dos anos e sua contribuição para os estudos de eficiência energética
no planejamento do setor, classificadas de acordo com as frentes de ação que
compõem a abordagem da EPE para a estruturação desses estudos.
132
Tabela 10- Ações empreendidas pela EPE em estudos de eficiência energética.
Notas: 1 – Nota Técnica DEA 11/16 – Metodologia para Elaboração de Curvas de Custo e Potencial de Conservação
de Energia.
2- Siderurgia, ferro-ligas, mineração, cimento, cerâmica branca, cerâmica vermelha, química, alimentos, bebidas
e alumina.
3- Contratação de pesquisa no âmbito do projeto META, com financiamento do Banco Mundial, sob o contrato
CT-EPE-02-2014.
4- Contratação de pesquisa no âmbito do projeto META, com financiamento do Banco Mundial, sob o contrato
CT-EPE-004-2017.
5- Customização, pela ENERDATA, da base de dados ODYSSEE ao Brasil.
6- Nota Técnica DEA 10/14 – Consumo de Energia no Brasil. Análises Setoriais; “Relatório Nacional de
Monitorização da Eficiência Energética do Brasil” – CEPAL; Nota Técnica DEA 25/17 – Monitorando o Progresso
da Eficiência Energética no Brasil Indicadores e Análises Setoriais.
7- Apresentação de resultados em eventos promovidos no âmbito do projeto BIEE, liderado pela CEPAL.
133
Parcerias e Apoios
134
É importante registrar a parceria com a Agência Internacional de Energia (IEA), à
qual o Brasil recentemente se tornou associado.
Antes disso, a IEA vem apoiando a EPE por meio da realização de eventos de
treinamento direcionados à EPE, tendo proporcionado a realização dos seguintes
“webinars”: (i) Energy Efficiency Policies, em 19/outubro/20106; (ii) Energy Efficiency
Auction – Swiss Case Study, em 17/março/2017; (iii) Plano de Promoção da Eficiência
no Consumo de Energia Elétrica (experiência no leilão de eficiência energética de
Portugal), em 21/março/2017; (iv) Energy Efficiency for Buildings for Brazil: Building
Codes, em 03/outubro/2017; (v) Energy Efficiency in Industry for Brazil – Energy
Management Systems – Part 1, em 10/novembro/2017; (vi) Energy Efficiency in Industry
for Brazil – Energy Management Systems – Part 2, em 14/novembro/2017. No ano de
2018, dentro do âmbito do plano de trabalho da EPE e MME, a Agência Internacional
de Energia promoveu dois “webinars”: (i) “The Future of Cooling – Opportunities
for energy efficient air conditioning”, em 25/julho/2018; (ii) “The multiple benefits of
energy efficiency”, em 19/setembro/2018.
Ainda dentro desse plano de trabalho, a IEA realizou a palestra “Market Based
Instruments” no dia 21/agosto/2018, no escritório da EPE, situado Rio de Janeiro.
135
9. INT
Nos últimos anos, o INT fortaleceu suas pesquisas em grandes temas como biodiesel,
nanotecnologia, petróleo e gás, produtos para a saúde e energias renováveis e
ampliou suas ações de transferência de tecnologia à sociedade, por meio do seu
Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) e programas de extensão tecnológica.
137
Diretoria do INT
Coordenação de
Tecnologias Aplicadas
(COTAP)
Divisão de Energia
(DIENE)
138
Informou-se ainda que diversos trabalhos e projetos foram e têm sido desenvolvidos
na área de eficiência energética, particularmente em pequenas e médias empresas
e nos setores de cimento e cerâmica, podendo ser destacados entre eles:
Assim, antes de irem para o mercado, fogões e aquecedores precisam ser avaliados
em laboratórios credenciados pelo Inmetro para verificar, por meio de ensaios, se
tais equipamentos atendem aos requisitos de normas da Associação Brasileira de
Normas Técnicas – (ABNT).
139
Os equipamentos são submetidos a ensaios rigorosos quanto a sua segurança e
eficiência energética. O Inmetro, por sua vez, é o responsável pela autorização,
acompanhamento e administração do uso da Etiqueta Nacional de Conservação
de Energia (ENCE). O Laboratório de Gases e Energia (LAGEN) do INT é um dos
laboratórios que realizam esses testes. Quando o laboratório finaliza a análise, envia
um relatório para o fabricante. Se o produto estiver de acordo com todas as normas,
a empresa pode etiquetá-lo.
Adicionalmente, desde o início dos anos 2000, o INT retornou suas pesquisas e
outras atividades com relação à tecnologia de biodiesel, dando suporte tecnológico
ao Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel, tornando-se o primeiro
Organismo Certificador de Produtos (OCP) público do Brasil.
140
10. CNI
A CNI, que tem sede em Brasília, discute e apresenta sugestões para a construção e
o aperfeiçoamento de políticas e leis que fortaleçam o setor produtivo e modernizem
o país. A CNI também estimula a pesquisa, a inovação e o desenvolvimento
tecnológico da indústria. Além disso, mantém programas e apoia iniciativas que
visam à valorização, à promoção social e à formação profissional do trabalhador.
Essas ações se baseiam em estudos, pesquisas técnicas, na consulta e no diálogo
permanente com federações e sindicatos de indústrias, associações nacionais
setoriais, fórum e conselhos empresariais.
141
Assuntos Legislativos, a de Relacionamento com o Poder Executivo, a de Relações
do Trabalho, a de Meio Ambiente e Sustentabilidade e a de Infraestrutura:
Conselho de
Representantes
Diretoria de Relações
Institucionais
Gerência Executiva
de Infraestrutura
(GEINFRA)
142
A expectativa é melhorar em até 5% a eficiência energética nas empresas que
participarem da primeira fase do projeto, com iniciativas que envolvem a melhoria
dos processos de produção, a redução do consumo de água e de energia elétrica.
A previsão era investir mais R$ 6 milhões até o fim de 2017 nas demais empresas
que aderirem ao projeto. Até 2021, a meta é atingir as 100 maiores plantas industriais
instaladas no Brasil. O Programa Aliança é uma iniciativa da Confederação Nacional
da Indústria (CNI) em parceria com os ministérios de Minas e Energia, de Indústria,
Comércio Exterior e Serviço, a embaixada britânica no Brasil e a Associação Brasileira
de Grandes Consumidores Industriais de Energia e Consumidores Livres (Abrace).
143
Os benefícios esperados são:
FIEP
Estas seis visões de futuro revelam a condição desejada para o setor de energia em
2031. O trabalho levanta as barreiras para se atingir estas visões, determina quais
são os fatores chaves de sucesso para vencer estas barreiras e propõe ações com
iniciativas de curto, médio e longo prazos para a transformação da realidade e a
concretização da visão de futuro. Indicadores de monitoramento das ações e as
tecnologias-chave que devem ser incorporadas para assegurar o desenvolvimento
e a competitividade do setor de energia no Paraná também são listadas.
Desta forma, com o lançamento da Rota Estratégica de Energia 2031, o Sistema FIEP
colabora com a competitividade da indústria paranaense e brasileira e, mais do que
isto, propõe um modelo de governança para atuar efetivamente na transformação
deste futuro idealizado em realidade (a publicação está disponível para download
no site da FIEP).
144
11. SENAI
145
O SENAI também mantém os Institutos SENAI de Tecnologia em vários estados
do país, oferecendo serviços laboratoriais, consultorias técnicas especializadas e
desenvolvimento de produtos e processos industriais.
Diretoria Geral do
SENAI
Diretoria de Operações
Gerência Executiva
de Inovação e
Tecnologia
146
O Departamento Nacional do SENAI realiza estudos e pesquisas sobre a mão de
obra no país, elabora diretrizes e programas nacionais e apoia os departamentos
regionais na execução de suas atividades. Para desempenhar suas funções, o
Departamento Nacional é organizado em duas áreas: Unidade de Educação
Profissional e Tecnologia e Unidade de Inovação e Tecnologia. O organograma da
Figura 30 apresenta essa estrutura organizacional.
Atualmente, o SENAI possui uma rede com 57 institutos, que dão suporte para a
indústria nacional em diversos setores, sendo que 39 unidades já estão em operação,
com corpo técnico de aproximadamente 1.200 especialistas e consultores. Os
institutos estão localizados em regiões de grande densidade industrial e alinham-se
entre si, compartilhando competências, portfólio, laboratórios e especialistas, para
atender demandas de todo o Brasil.
147
Instituto SENAI de Tecnologia em Eletroeletrônica em Ilhéus (BA) – realiza o
desenvolvimento de software e sistemas radioidentificados, com foco nos segmentos
de eletrônica, montagem de computadores, TIC e equipamentos elétricos. A unidade
tem uma equipe de 30 pesquisadores e especialistas. No portfólio de serviços,
estão:
• Ensaios metrológicos;
• Simulação de automação de processos (indústria de petróleo e gás);
• Eficiência energética;
• Simulação de processos de produção de petróleo e gás.
• Consultoria e assessoria:
• Implantação de sistemas de produção eco eficientes;
• Modernização da planta industrial;
• Gestão da planta industrial;
• Design de moda;
• Inovação;
• Ensaios laboratoriais.
• Desenvolvimento de produtos e processos com conceito sustentável.
• Desenvolvimento de modelagem e adequação às normas vigentes.
148
• Simulação para otimização de processos;
• Simulação de troca térmica;
• Eficiência energética;
• Simulação de engenharia de poços;
• Simulação de reservatório e controle de poços de petróleo;
• Ensaios químicos e biológicos;
• Octanagem de combustíveis;
• Programas de ensaios de proficiência.
149
Educação Profissional
Atualmente, o SENAI possui mais de 400 unidades móveis, que vão não só às
instalações de empresas industriais que contratam os cursos, como também a
comunidades nos mais distantes pontos do país, em que não há escolas fixas do
SENAI.
• Iniciação profissional;
• Qualificação profissional;
• Aperfeiçoamento profissional;
• Técnico;
• Graduação;
• Pós-graduação lato sensu.
150
A seguir o detalhamento dos cursos:
Técnico – Os cursos técnicos têm carga horária mínima de 800h e estão abertos
para quem está fazendo ou já terminou o ensino médio. O objetivo é capacitar
o aluno com conhecimentos teóricos e práticos nas diversas atividades do setor
produtivo. Para obter o diploma de técnico, o estudante precisa concluir estágio,
quando previsto na organização curricular.
O SENAI oferece cursos de Iniciação profissional a distância tanto para quem quer
entrar no mundo do trabalho, para o desenvolvimento de capacidades, como
para quem já está trabalhando, para atualização de conhecimentos. Todos esses
cursos são gratuitos. Entre os 12 cursos atualmente oferecidos há o de “Consumo
Consciente de Energia”.
Com uma carga horária de 14 horas, tem como objetivo habilitar o estudante a tornar
o consumo de energia elétrica em seu ambiente mais eficiente, sabendo de onde
vem a energia elétrica utilizada, quais os impactos da geração de energia e quais são
as formas de reduzir estes impactos, tornando o consumo mais sustentável. Eles são
ofertados de duas maneiras: totalmente online, dessa forma os alunos têm acesso às
informações apenas pelo computador; por livro impresso, ao escolher esse método,
o aluno recebe um livro com uma ficha de perguntas para sua avaliação.
151
Programa Brasil Mais Produtivo
• Definição de critérios;
• Atendimento a Empresas;
• Avaliação e Monitoramento;
• Análise Estatística dos Dados Gerados.
152
12. PROCOBRE BRASIL – ICA
153
Na Europa possui escritórios na Inglaterra, França, Alemanha, Grécia, Hungria, Itália,
Polônia, Espanha, Escandinávia, Finlândia e Bélgica (escritório central). Na Ásia os
escritórios estão localizados na China (Shanghai/escritório central e em Pequim),
no Japão, Singapura e na Índia. Na Oceania seu escritório se situa em Sidnei, na
Austrália. E na África do Sul o escritório se localiza na cidade de Germiston.
Presidência Global
Diretoria Regional
América Latina (Chile)
Diretoria Executiva
Brasil
Gerência de Projetos
Consultores Externos
154
Particularmente, no Brasil, as principais iniciativas do Procobre/ICA são:
Motores Eficientes
Regulação e Normas
• Etiquetagem compulsória no Brasil;
• Norma obrigatória no Brasil e México;
• Norma ISO 50001 de Gestão de Energia.
Comunicação
• Disseminação de projetos pilotos;
• Transferência de melhores práticas.
Pesquisas de Mercado
• Casos de estudo com fabricantes e indústrias;
• Substituição de motores obsoletos, ineficientes e reformados.
155
Capacitação e Treinamento
• Curso regional;
• Treinamento para diagnóstico energético.
156
Impacto de motores recondicionados no Brasil
157
• Em parceria com o SENAI e Eletrobras foi desenvolvido projeto de implementação
da Gestão de Energia e certificação conforme a Norma ISO 50001 em 7 industrias
do Estado de São Paulo cujos resultados foram divulgados para promover a
conscientização do mercado. Também houve a extensão desse projeto para as
empresas associadas ao Procobre (Termomecânica e Cecil) visando mostrar os
benefícios dentro da cadeia do cobre.
• Apoio no desenvolvimento de Guia de Gestão de Energia (Guia prático) com
as principais ferramentas utilizadas globalmente para aplicação de sistemas
de gestão de energia particularmente por meio da Norma NBR ISO 50001 com
exemplos e resultados de empresas certificadas.
• Apoio na elaboração, pela Universidade Federal de Itajubá, de curso de ensino
a distância (EAD) de eficiência energética abordando as temáticas “Gestão
de Energia” e “Sistemas Motrizes Eficientes” no qual foram capacitados 100
engenheiros do setor industrial (setor produtivo).
158
• Criação de comitê p/ elaboração de norma específica para o setor elétrico – 2014.
• Elaboração das normas brasileiras por meio da CEE 251 da ABNT.
• Divulgação de publicações, congressos (4º EGAESE – Encontro de Gestão
de Ativos para Empresas do Setor Elétrico, 13/11/2017, SP e 32º Congresso de
Manutenção e Gestão de Ativos no Brasil – Parceria com ABRAMAN) e seminários.
• Suporte para empresas de energia (P&D da Aneel – ISA Cteep e treinamento de
equipes da Aneel).
Smart Grids
Energia Renovável
159
Em parceria com a Universidade de Campinas (Unicamp) e o IEI (International Energy
Initiative), colaborou no desenvolvimento de estudo regulatório sobre sistemas
fotovoltaicos conectados na rede e isolados, na realização de quatro minicursos
para a instalação de sistemas fotovoltaicos solares, além de participar do Workshop
Inovação para o Estabelecimento do Setor de Energia Solar Fotovoltaica no Brasil
(Inova FV).
160
Sistema de Aquecimento e Refrigeração
Eletromobilidade
Instalações Elétricas
161
• 52% das casas não possuem o terceiro condutor (fio terra).
• 13% das casas apresentam cabos superaquecidos.
• 71% das casas não possuem projeto elétrico formal.
• 19% dos residentes sofreram choque elétrico.
162
13. RELAÇÃO DAS INICIATIVAS DE EFICIÊNCIA
ENERGÉTICA
A partir das reuniões e entrevistas realizadas, foi possível relacionar um conjunto de
80 iniciativas de Eficiência Energética, sendo que um total de dez foram finalizadas
recentemente. Algumas das 71 iniciativas restantes estão ainda em fase de
contratação por parte de suas instituições responsáveis ou ainda não se iniciaram.
A Tabela 11 apresentam a relação dessas iniciativas.
8 Programa Inovar-Auto
26 Apoio à implementação de cursos novos de Educ. Prof. no nível regional (Senai-MEC) - Projeto EnergIF
32 Projeto de EE Prioritário nº 001/2014 - Ações de Comunic. e MKT p/ Melhoria da EE no Uso Final de Energia Elét.
33 Projeto de EE Prioritário nº 002/2015 - Inc. à subst. de mot. elétricos - promov. a EEno segmento de força motriz
34 Proj. Priorit. de EE e Estratégico de P&D - Chamada 001/2016: EE e Minigeração em Inst. Púb. de Educ. Superior
163
Tabela 11 – Relação das Iniciativas de Eficiência Energética (continuação)
38 Aprimorar e ampliar as ativ. de conc. do Selo Procel abrang. inclusive equip. industriais e edificações
39 Implementação de projetos piloto em dois grandes segmentos do setor industrial (ESCOs e SEBRAE)
40 Estruturação do setor industrial por meio de ind., redes lab., estudos e normatização (Sistemas Motrizes)
42 Integrar o Procel no Programa Brasil Mais Produtivo com Foco em Eficiência Energética (SENAI-CNI)
44 Estruturação do setor de edif. por meio de estudos e desenvolv. de base de dados com indicadores
47 Implem. de proj. em sist. de saneamento de grande porte e consolidação da metod. de diag. hidroenerg
48 Realizar Pesq. de Posse e Hábitos de Uso (PPH) de Equip. Elét. na Classe Resid. em todo Brasil
54 Base de indicadores para monitorar políticas públicas em eficiência energética e as ações dela decorrentes
56 EE e mitigação de emissões em cerâmicas de pequeno porte no Nordeste do Brasil (Swisscontact- Projeto EELA)
58 Potencial de financiamento de eficiência energética nos setores de cerâmica e gesso no Nordeste (BID)
63 Motores Eficientes
70 Instalações Elétricas
72 Projeto Qualiequip
74 Programa EconomizAR
75 Projeto TransportAR
As dez Iniciativas de Eficiência Energética finalizadas recentemente são: 2,3,8,15,16, 55, 56, 57, 58 e 78.
164
14. ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES
A partir do levantamento das atividades relacionadas com Eficiência Energética
nas diversas instituições pesquisadas, os tópicos a seguir apresentam uma análise
visando destacar os casos de possíveis sombreamento e sinergias e oferecer
sugestões que reforcem a efetividade das ações de estímulo à Eficiência Energética.
Considerando que a avaliação dos resultados é importante nesse contexto,
inicialmente se apresentam condicionantes para tal avaliação, como as metas e
linhas de base, assim como o método adotado para a análise.
14.1 CONDICIONANTES
No Brasil, como pode ser observado nas seções anteriores desse relatório, o
fomento à Eficiência Energética tem sido reconhecido, ainda que com variável nível
de prioridade ao longo das últimas décadas, como um instrumento de promoção da
racionalidade no setor energético como um todo, desde suas fontes primárias até
o uso final da energia em suas diversas formas e setores. Nesse sentido, o governo
federal e de suas instituições ligadas ao setor energético, especialmente com
atribuições no planejamento desse setor, têm estipulado metas de economia de
energia, progressivamente incorporadas nas projeções de demanda e incorporadas
nos compromissos assumidos pelo país na redução das emissões relevantes para
as mudanças climáticas. Essas metas são brevemente comentadas a seguir, e seu
acompanhamento necessariamente implica em estabelecer linhas de base a partir
das quais se estime os resultados das medidas implementadas.
PNEf
165
PDE2026
Nesse sentido, cabe observar que o PDE 2026 adota 2016 como ano base, não
incluindo a redução de consumo proporcionada pelo fim da comercialização das
lâmpadas incandescentes no mercado brasileiro, de maior impacto no período 2013-
2016. Caso se considere 2013 como o ano base, a redução do consumo de energia
elétrica atribuída à Eficiência Energética em 2025 seria de 8%, valor estimado à
época da elaboração da NDC.
166
PNE2030
PNE2050
167
Avalia-se que a indústria como um todo obtenha, no final do horizonte, em 2050,
ganhos em eficiência elétrica, que podem atingir mais de 115 TWh, o que equivale,
a 7% do total do consumo de energia elétrica projetado para o ano de 2050. O
PNE2050 projeta para 2050 um total de energia elétrica conservada de 331 TWh.
Todo ano a Convenção das Nações Unidas para as Mudanças do Clima (United
Nations Framework Convention on Climate Change – UNFCCC) realiza a COP
– Conferência das Partes, com participação de todos os países signatários da
Convenção. No contexto da 21ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das
Nações Unidas sobre Mudança do Clima em Paris (COP-21), o governo do Brasil, por
meio de sua INDC, assumiu o compromisso de alcançar 10% de ganhos de eficiência
no setor elétrico até 2030. O PNE 2030 estabeleceu a meta de 10% de conservação
de energia até 2030 que embasa a NDC brasileira.
168
As políticas, medidas e ações para alcançar a NDC brasileira serão implementadas
sem prejuízo de utilizar o mecanismo financeiro da Convenção, assim como de
utilizar quaisquer outras modalidades de cooperação e apoio internacional, com
vistas a fortalecer a eficácia e/ou antecipar a implementação. A implementação da
NDC do Brasil não é condicionada a apoio internacional, mas está aberta ao apoio
de países desenvolvidos com o propósito de gerar benefícios globais.
Avaliando o resumo das ações, com custos e potencial de mitigação, previstas para
o cumprimento das contribuições da NDC, considerando os três cenários propostos
com e sem eficiência energética, observa-se que, apesar de nem sempre alcançar a
participação almejada para a geração renovável, os níveis de emissões esperados
encontram-se dentro das contribuições em praticamente todos os cenários. Isto se
justifica pela expressiva redução da expectativa da carga estimada para o ano de
2030. Como a carga é menor, a geração também é menor, e uma maior participação
do gás não leva a um aumento de níveis de emissões acima do desejado.
169
B. Linhas de Base e Indicadores de Eficiência Energética
14.2 METODOLOGIA
A análise crítica das informações sobre as atividades em Eficiência Energética
obtidas em um amplo e diversificado conjunto de instituições, cobrindo todos
os setores socioeconômicos, é tarefa relativamente complexa, pela gama de
possibilidades que pode contemplar. No contexto do presente estudo, se pretende
caracterizar eventuais sombreamentos/superposições e possibilidades de sinergia
entre as atividades desenvolvidas, verificando ainda carências e fundamentando
recomendações.
170
14.3 ANÁLISE DO SETOR INDUSTRIAL
Para desenvolver a análise das iniciativas de Eficiência Energética em andamento
no setor industrial, no Quadro 4 foram relacionadas 32 iniciativas envolvendo, sob o
ponto institucional, 13 entidades.
I-03 EE: recomendações de ações de CT&I em segmentos da ind. Selec. - Celulose e Papel
I-09 Projeto de EE Prioritário nº 002/2015 - Inc. à subst. de mot. elétricos - promov. a EE no segmento de força motriz
I-10 Aprimorar e ampliar as ativ. de conc. do Selo Procel abrang. inclusive equip. industriais e edificações
I-11 Implementação de projetos piloto em dois grandes segmentos do setor industrial (ESCOs e SEBRAE)
I-12 Estruturação do setor industrial por meio de ind., redes lab., estudos e normatização (Sistemas Motrizes)
I-13 Implementação do Programa Aliança Estratégica para Eficiência Energética - A3E (CNI)
I-14 Integrar o Procel no Programa Brasil Mais Produtivo com Foco em Eficiência Energética (SENAI-CNI)
I-15 Estudos de estimativas consistentes dos potenciais de eficiência energética em base setorial
I-16 Base de indicadores para monitorar políticas públicas em eficiência energética e as ações dela decorrentes
I-17 Eficiência energética na indústria de cimento – SNIC, ABCP e IFC (Banco Mundial)
I-18 EE e mitigação de emissões em cerâmicas de pequeno porte no Nordeste do Brasil (Swisscontact- Projeto EELA)
I-19 Valoração das medidas de EE para o segmento industrial de produção de cerâmica (GIZ-EPE)
I-20 Potencial de financiamento de eficiência energética nos setores de cerâmica e gesso no Nordeste (BID)
I-32 Análise da Eficiência Energética em Segmentos Industriais Selecionados – Projeto META - MME/EPE - TR 17
171
A Tabela 12 apresenta as Iniciativas de Eficiência Energética para o setor industrial
e as instituições públicas e privadas mais diretamente envolvidas. Algumas
outras instituições como o Inmetro ou a Agência de Cooperação Alemã para o
Desenvolvimento Sustentável – GIZ estão envolvidas em várias dessas iniciativas
de eficiência energética, como descrito anteriormente.
Iniciativa MDIC MCTIC MME ANEEL PROCEL EPE INT CNI SENAI Procobre CEPEL CONPET CNT
I-01 x
I-02 x
I-03 x
I-04 x
I-05 x
I-06 x
I-07 x
I-08 x
I-09 x
I-10 x
I-11 x
I-12 x
I-13 x x
I-14 x x
I-15 x
I-16 x
I-17 x
I-18 x
I-19 x
I-20 x
I-21 x
I-22 x
I-23 x
I-24 x
I-25 x
I-26 x
I-27 x
I-28 x
I-29 x
I-30 x
I-31 x
I-32 x x
172
A Tabela 13 mostra uma visão não excludente de algumas das características que
compõem essas iniciativas considerando o uso final contemplado, a existência de
atividades de treinamento ou capacitação, divulgação e ações de marketing.
I-01 x
I-02 x
I-03 x
I-04 x
I-05 x x x x x
I-06 x x x x x x x x x
I-07 x x x x x x x x x
I-08 x x x x x x x x
I-09 x x x x
I-10 x
I-11 x x x x
I-12 x xx
I-13 x x x x
I-14 x
I-15 x
I-16 x
I-17 x x
I-18 x x
I-19 x x
I-20 x
I-21 x
I-22 x x x x
I-23 x x x x
I-24 x x x x x
I-25 x x x x
I-26 x x x x x x x
I-27 x x
I-28 x x x x x x x x
I-29 x x x x
I-30 x x x x
I-31 x x x x
I-32 x x x x x
173
O setor industrial apresenta particularidades econômicas, financeiras e energéticas
distintas dependendo do tamanho das empresas. Dessa forma, na busca das
oportunidades de sinergia decorrentes de ações complementares ou semelhantes,
as iniciativas de eficiência energética para esse setor podem ser mais bem avaliadas
considerando-se dois contextos:
O Programa possui a meta de atingir 100 plantas industriais até 2022 e, para tal,
existe a necessidade de formação de novos times de especialistas e nacionalização
de conhecimento, além de ter que atuar em plantas industriais de diversos setores
em todo o território nacional. Alguns aplicativos computacionais empregados
nas análises dos processos são de outros países e além de sua “customização”
é importante internalizar o conhecimento técnico adquirido, além da divulgação e
disseminação das melhores práticas.
174
Uma tentativa semelhante de utilizar softwares de análise de processos industriais
por meio do Oak Ridge National Laboratory (ORNL), laboratório nacional do
Departamento de Energia dos Estados Unidos (DOE), foi buscada em 2013 e 2015
no âmbito do Diálogo Estratégico sobre Energia (DEE), um acordo de cooperação
tecnológica entre os governos dos Estados Unidos e do Brasil, por meio do DOE
e do MME, em cuja iniciativa o Cepel participou como braço técnico do MME.
Posteriormente, o MME e o Cepel estabeleceram uma parceria em dezembro de
2016 com o ORNL, por meio de um Memorando de Entendimento para cooperação
na área de Eficiência Energética na indústria com 2 anos de duração podendo ser
prorrogado. Algumas atividades previstas:
• Compartilhamento de informações sobre técnicas e ferramentas utilizadas para
aprimorar os sistemas de gestão energética.
• Realizar avaliações em sistemas de energia e instalações industriais.
• Desenvolvimento de uma base de dados, para o MME, sobre o uso da energia
no setor industrial.
• Realização de treinamento sobre Eficiência Energética numa indústria usando
aplicativos e ferramentas de análise desenvolvidos pelo DOE.
• Implantação de uma estrutura em algumas universidades (ou centros de
pesquisa) no Brasil semelhante ao programa dos Centros de Avaliação Industrial
(IACs) existentes nos EUA.
175
Um diferencial importante dessas ações no âmbito da Aneel é a capilaridade das
distribuidoras de eletricidade por todo o território nacional, além da possibilidade do
emprego de recursos financeiros para a divulgação e ações de marketing.
Também, com foco no setor industrial, pode-se destacar o apoio dado pelo Procobre/
ICA às ações de divulgação, marketing e elaboração de material para cursos de
capacitação de especialistas (webinars, EAD, treinamentos). Com relação ao curso
de ensino a distância (EAD) foram desenvolvidas aulas abordando as temáticas
“Gestão de Energia” e “Sistemas Motrizes Eficientes”.
I-03 Implementação de proj. piloto em dois grandes segmentos do setor industrial - ESCOs/SEBRAE/PAR Procel
I-05 Incentivo à subst. de mot. elétricos - promov. a EE no segmento de força motriz - Distribuidoras/ANEEL
I-08 Análise da Efic. Energética em Segmentos Industriais Selecionados – Projeto META - MME/EPE - TR 17
176
Tabela 14 – Semelhanças e Complementariedades das Iniciativas de EE para Grandes e Médias
Indústrias
I-01 x x x x x x
I-02 x x x x x x
I-03 x x x x x x x
I-04 x x x x x x x x
I-05 x x x x x
I-06 x x x x x x x
I-07 x x x x x x x
I-08 x x x x x
As Iniciativas de Eficiência Energética I01, I02, I03, I04 e I07, pelas suas características
envolvendo os aspectos de Gestão de Energia, Melhoria de Processos, Atuação nos
Usos Finais de Energia (energias térmica e elétrica), apresentam possibilidades de
ganhos sinergéticos com, por exemplo, a troca de dados e informações, conforme
apresentado no Quadro 6.
Possibilidade
Iniciativas de Eficiência Energetica - Nas Médias e Grandes Indústrias de Sinergia
I-01 Programa Aliança Estratégica para Eficiência Energética (A3E) - CNI / PAR Procel x
Comentários e Sugestões
Deve-se atuar para que a eficiência energética tenha credibilidade junto aos diversos
agentes da sociedade e que as ações consigam atingir os montantes previstos de
economia de energia e redução de demanda.
177
Como exemplo de meta de eficiência energética para o setor industrial, serão
consideradas aquelas previstas no PNE 2050 e apresentadas a seguir.
A Eficiência Energética poderá contribuir com 18% da demanda de energia total e 17% da demanda de
eletricidade
• Transportes (44%)
• Indústria (41%)
Avalia-se que a indústria como um todo obtenha, no final do horizonte, em 2050, ganhos em eficiência
elétrica, que podem atingir mais de 115 TWh, o que equivale, a 7% do total do consumo de energia
elétrica projetado para o ano de 2050.
Para se atingir tais metas, deve-se buscar obter sinergia nas ações apresentadas
anteriormente e que apresentam semelhanças e complementariedades envolvendo,
por exemplo, as seguintes atividades:
178
Esse programa tem como objetivo aumentar a competitividade e a eficiência dos
processos produtivos de três mil pequenas e médias indústrias instaladas em todo
o país.
I-03 IProjeto de EE Prioritário nº 002/2015 - Inc. à subst. de mot. elétricos - promov. a EEno segmento de força motriz
I-04 Estruturação do setor industrial por meio de ind., redes lab., estudos e normatização (Sistemas Motrizes)
I-05 Integrar o Procel no Programa Brasil Mais Produtivo com Foco em Eficiência Energética (SENAI-CNI)
I-06 EE e mitigação de emissões em cerâmicas de pequeno porte no Nordeste do Brasil (Swisscontact- Projeto EELA)
I-07 Valoração das medidas de EE para o segmento industrial de produção de cerâmica (GIZ-EPE)
• Abordagem sistemática.
• Análise e melhorias no consumo de energia de recursos de produção, no chão
de fábrica, utilizando como base as premissas da ISO 50001.
• Avaliação e Monitoramento.
• Análise Estatística dos Dados Gerados.
• Método com base em premissas de melhoria contínua.
• Base introdutória para a definição de estratégia da corporação para eficiência
energética (item 1 da ISO 50001).
• Consolidação de cultura de eficiência energética no setor industrial.
• Sistema de Gestão e Monitoramento de Indicadores.
179
O projeto “Estruturação do setor industrial por meio de indicadores, redes
laboratoriais, estudos e normatização”, no âmbito do PAR Procel, visa entre outros
objetivos desenvolver ferramentas computacionais aplicáveis às micro e pequenas
empresas e aos sistemas motrizes, incluindo base de dados (consumo, produção e
emissões).
180
• Identificação de problemas.
• Análise das causas.
• Sugestão de medidas de melhoria e planos de ação.
• Cálculo detalhado de custos.
• Diagnóstico energético.
• Treinamentos de recursos humanos.
• Elaboração de documentos técnicos e publicações.
I-01 x
I-02 x x x x x x x x
I-03 x x x x
I-04 x x
I-05 x
I-06 x x
I-07 x x
I-08 x x x x
I-09 x x x x
I-10 x x x x x
I-11 x x x x x x x
As Iniciativas de Eficiência Energética I01, I02, I04, I05, I09 e I10, pelas suas
características envolvendo os aspectos de Gestão de Energia, Melhoria de
Processos, Atuação nos Usos Finais de Energia (energia elétrica) destacando-se
os motores elétricos, apresentam possibilidades de ganhos sinergéticos com, por
exemplo, a troca de dados e informações, conforme apresentado no Quadro 9.
181
Possibilidade
Iniciativas de Eficiência Energetica - Nas Micros e Pequenas Indústrias
de Sinergia
I-01 Programa Brasil Mais Produtivo (B+P) x
I-02 Programa de Eficiência Energética - PEE x
Projeto de EE Prioritário nº 002/2015 - Inc. à subst. de mot. elétricos - promov. a EEno
I-03
segmento de força motriz
Estruturação do setor industrial por meio de ind., redes lab., estudos e normatização
I-04 x
(Sistemas Motrizes)
Integrar o Procel no Programa Brasil Mais Produtivo com Foco em Eficiência Energética
I-05 x
(SENAI-CNI)
EE e mitigação de emissões em cerâmicas de pequeno porte no Nordeste do Brasil
I-06
(Swisscontact- Projeto EELA)
I-07 Valoração das medidas de EE para o segmento industrial de produção de cerâmica (GIZ-EPE)
I-08 Institutos SENAI de Tecnologia
I-09 Motores Eficientes x
I-10 Norma de Gestão ISO 50.001 x
I-11 Centro de Aplicação de Tecnologias Eficientes (Cate)
Comentários e Sugestões
182
É necessária uma investigação mais detalhada para se levantar a barreira
apresentada pelas indústrias no geral e particularmente aquelas micro e pequenas
às ações de eficiência energética. Além do lugar comum de falta de informação e
pouco interesse nesse tipo de investimento face às outras opções como aumento
na capacidade produtiva da planta industrial, ações de natureza estruturante devem
ser avaliadas. Entre essas ações, pode-se citar:
I-07 Proj. Priorit. de EE e Estratégico de P&D - Chamada 001/2016: EE e Minigeração em Inst. Púb. de Educ. Superior
I-09 Estruturação do setor de edif. por meio de estudos e desenvolv. de base de dados com indicadores
183
A Tabela 16 apresenta algumas Iniciativas de Eficiência Energética para o setor
público e as instituições diretamente responsáveis. Algumas outras instituições como
o Inmetro ou a Agência de Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável
– GIZ estão envolvidas em várias dessas iniciativas de eficiência energética, como
descrito anteriormente.
Instituições
I-01 MMA
I-02 MMA
I-03 MPDG
I-04 MPDG
I-05 MPDG
I-06 ANEEL
I-07 ANEEL
I-08 PROCEL
I-09 PROCEL
184
Figura 35 – Evolução das Adesões ao A3P por esfera de governo (dados cumulativos – Fonte: MMA)
185
• 2011 – 6º Fórum A3P – 3º Prêmio A3P
• 2012 – 7º Fórum A3P – 4º Prêmio A3P
• 2014 – 8º Fórum A3P – 5º Prêmio A3P
• 2016 – 9º Fórum A3P – 6º Prêmio A3P
3. A A3P também oferece aos parceiros (formais e informais) acesso à Rede A3P
– uma plataforma para troca de informações e experiências da qual fazem parte
instituições públicas e privadas, além de pessoas física e jurídica. Segundo
informações do MMA, até a data de 01 de agosto de 2017, participaram dessa rede
um total de 810 instituições. Seria oportuna uma avaliação dessas experiências
e sua divulgação.
186
4. Na cláusula terceira (referente às obrigações dos partícipes) do Termo de Adesão
assinado entre o MMA e a Instituição que aderiu à implantação do Programa
Agenda Ambiental na Administração Pública A3P, consta que caberá à Instituição
“elaborar Relatório Técnico explicitando as ações implementadas, os resultados
quali-quantitativos alcançados e as metas futuras para a continuidade do projeto,
com periodicidade anual contada a partir da data de assinatura do Termo de
Adesão”. Seria oportuna uma divulgação desses relatórios.
Em 2012 foi lançado o Projeto Esplanada Sustentável (PES). Ele é composto pela
A3P do MMA, PEG/MPOG, Procel/MME e Coleta Seletiva Solidária da Secretaria
Geral da Presidência da República. O PES, sob o comando do então MPOG,
reproduz sobre os órgãos instalados na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, os
princípios e diretrizes da A3P, fixando metas de redução nos gastos e consumo pela
administração pública federal.
187
• Energética – Procel/PNEf;
• Agenda Ambiental na Administração Pública – A3P;
• Coleta Seletiva Solidária.
188
Em 10 de janeiro de 2018 foi divulgada a lista dos municípios que encaminharam
proposta dentro do prazo regulamentar.
http://eletrobras.com/pt/Paginas/Chamada-Publica-Procel-Reluz.aspx
189
Esse projeto também visa:
Comentários e Sugestões
Como exemplo de meta de eficiência energética para esse setor, podem ser
consideradas aquelas previstas no PNE 2050 e apresentadas a seguir.
190
Metas do Plano Nacional de Energia 2050
A Eficiência Energética poderá contribuir com 18% da demanda de energia total e 17% da demanda de
eletricidade
A energia elétrica conservada no setor de serviços (comercial e o público) é estimada em 18,6% no ano de
2050, o equivalente a uma redução de cerca de 114 TWh.
Podem-se citar como possíveis mecanismos de ganhos de eficiência energética nos setores público/
comercial a etiquetagem de edifícios públicos federais e instalação de iluminação pública a LED, por
exemplo.
Para se atingir as metas previstas, deve-se buscar obter sinergia nas ações
apresentadas anteriormente e que possuam semelhanças e complementariedades.
Para o setor público, antes de tudo, é importante a vontade e decisão política em fazer
acontecer o conjunto de iniciativas e projetos de eficiência energética existentes.
Por outro lado, mecanismos estruturais devem ser buscados para que essa vontade
seja permanente e independente do gestor responsável no momento. Em paralelo,
as iniciativas de eficiência energética não podem prescindir de mecanismos de
Gestão, Troca de Informações, Articulação e Coordenação e os resultados devem
ser mensurados e monitorados, ao longo de tempo, gerando, dessa forma, uma
Base de Dados confiável.
14.4.3 Saneamento
Para desenvolver a análise das iniciativas de eficiência energética em andamento
no setor público e, particularmente, no setor de saneamento, no Quadro 12 foram
selecionadas 6 iniciativas envolvendo diretamente, sob o ponto institucional, 4
instituições.
191
A Tabela 17 apresenta as Iniciativas de Eficiência Energética para o setor de
saneamento e as instituições diretamente envolvidas. Algumas outras instituições
como a Agência de Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável –
GIZ estão envolvidas em várias dessas iniciativas de eficiência energética, como
descrito anteriormente.
Instituições
I-01 Ministério das Cidades
I-03 PROCEL
I-04 ANEEL
I-05 ProCobre/ICA
I-06 ProCobre/ICA
192
É importante ressaltar que desde 2015, a SNSA deu início ao Projeto de
Desenvolvimento e Implantação do Sistema Nacional de Informações em
Saneamento Básico – SINISA, visando cumprir a legislação atual (Artigo 53 da Lei nº
11.445), pois o atual SNIS cumpre apenas parcialmente aos objetivos estabelecidos
por essa legislação. Com o SINISA, além de preencher lacunas de informações
relevantes para o setor, pretende-se também apoiar o monitoramento, a avaliação e
a revisão periódica do Plano Nacional de Saneamento Básico – PLANSAB.
193
Observação: O Ministério das Cidades, por meio do Programa Nacional de
Capacitação das Cidades (PNCC), oferece cursos a distância de autoinstrução pela
plataforma Moodle do Portal Capacidades. Entre eles: “Introdução ao Estudo do
SNIS – Série Histórica”.
Comentários e Sugestões
Foi visto anteriormente que a eficiência energética poderá contribuir com 18%
da demanda de energia total e 17% da demanda de eletricidade conforme metas
estabelecidas no PNE 2050. A energia elétrica conservada no setor de serviços é
estimada em 18,6% no ano de 2050, o equivalente a uma redução de cerca de 114
TWh.
Para se atingir as metas previstas, deve-se buscar obter sinergia nas ações
apresentadas anteriormente e o modelo da Rede de Laboratórios de Eficiência
Energética e Hidráulica em Saneamento (LENHS) pode servir de modelo para uma
ação estruturante. A ampliação de sua atuação pode contribuir para a Troca de
Informações e Articulação das várias iniciativas de eficiência energética nesse setor.
194
14.5 INICIATIVAS TRANSVERSAIS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
Além das iniciativas de eficiência energética apresentadas nas análises setoriais
realizadas anteriormente, existe um conjunto de outras iniciativas que podem ser
consideradas “transversais”, pois podem subsidiar e dar suporte a todos os setores:
residencial, público, industrial, comercial, etc.
195
No Quadro 13 são apresentadas 28 iniciativas envolvendo diretamente, sob o ponto
institucional, 8 instituições. Outras instituições, como por exemplo a Agência de
Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável – GIZ, estão envolvidas
em várias dessas iniciativas de eficiência energética.
I-03 Proj. Priorit. de EE e Estratégico de P&D - Chamada 001/2016: EE e Minigeração em Inst. Púb. de Educ. Superior
Instituições
I-01 MEC
I-02 ANEEL
I-03 ANEEL
I-04 PROCEL
I-05 MCTIC
196
O projeto “Iniciativa Alemã para Tecnologias Limpas: Energia Heliotérmica no
Brasil (DKTI-CSP)”, com duração prevista entre os anos de 2013 a 2018, teve como
objetivo estabelecer os pré-requisitos para a aplicação e disseminação da geração
heliotérmica no Brasil. Além da interação entre universidades brasileiras e alemãs, foi
desenvolvida uma Plataforma Online de Heliotermia (http://energiaheliotermica.gov.
br/), com o objetivo de reunir e disseminar informações sobre energia heliotérmica
no Brasil. Além de outros resultados, seis universidades brasileiras incorporaram
aulas sobre energia heliotérmica em seus currículos: UnB, UFPE, USP, UFSC, ISITEC,
CEFET-MG.
197
O projeto “Eficiência energética na educação”, no âmbito do PAR Procel, visa
promover o conhecimento sobre energia e eficiência energética, contribuindo para
a redução de desperdícios. Em 2015, o Procel nas Escolas beneficiou mais de 600
escolas, 1.290 mil professores e 51.300 mil alunos, por meio dos projetos educacionais
e seu curso “Energe – Conservação e Uso Eficiente de Energia”, ministrado a
distância, contou com duas turmas, contando com 610 alunos matriculados de 89
instituições de ensino superior de diferentes estados brasileiros.
198
Existem também oportunidades de se obter sinergia (a um custo relativamente baixo)
entre várias iniciativas, principalmente aquelas que envolvem a modalidade de EAD.
Uma plataforma geral dos vários cursos poderia ser implementada acessando,
individualmente, os treinamentos existentes. Nesse caso, um investimento maior,
caso haja recursos, poderia ser realizado, com a adoção de tutores para orientação
dos alunos.
Comentários e Sugestões
No Brasil, medidas desse tipo vêm sendo adotadas há várias décadas. A implantação
de programas de etiquetagem energética de equipamentos, eletrodomésticos e
veículos automotores pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia
(Inmetro), com o apoio do Programa Nacional de Conservação de Energia
Elétrica (Procel) em 1984 e do Programa Nacional da Racionalização do Uso dos
Derivados do Petróleo e do Gás Natural (CONPET) em 2003, complementados pelo
estabelecimento de índices mínimos de eficiência energética, a partir da Lei de
Eficiência Energética (Lei nº 10.295/2001), apresentam resultados expressivos, de
forma análoga ao observado em outros países.
199
Os relatórios anuais de avaliação do Procel têm atribuído à Etiqueta Nacional
de Economia de Energia (ENCE) e ao Selo Procel cerca de 90% da economia de
energia elétrica promovida por esse programa e estimativas dos resultados da
Lei de Eficiência Energética, que entre outras providências estabeleceu o gradual
banimento das lâmpadas incandescentes a partir de 2012, também são significativas.
200
14.6 COMENTÁRIO GERAL SOBRE AS INICIATIVAS DE
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
Considerando, de uma forma geral, o conjunto das várias Iniciativas de Eficiência
Energética, percebe-se algumas particularidades, relatadas a seguir:
3. Muitos setores possuem projetos sendo desenvolvidos por vários agentes que
poderiam potencializar seus resultados por meio de um maior intercâmbio ou
contatos mais frequentes de seus responsáveis (gestores e/ou coordenadores).
5. Esforços devem ser realizados para que a eficiência energética seja inserida
nos planos de expansão do setor energético. É importante ressaltar que para
que os resultados obtidos (economia de energia e redução de demanda) sejam
acreditados deve haver mensuração e permanência desses resultados.
201
15. CONTATOS NAS INSTITUIÇÕES
PESQUISADAS
Renato Freire
[email protected]
Tel. (11) 3874 2716
Rua Zequinha de Abreu, 27
São Paulo – SP
www.abtcp.org.br
203
5. Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração
Valdomiro Roman da Silva
[email protected]
Rua Antônio Comparato, 218 – Campo Belo
São Paulo – SP
Tel. (11) 5534-4333 Ramal 142
www.abmbrasil.com.br
204
9. Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços
Gustavo Duarte Victer
[email protected]
Tel. (61) 2027-9002
205
12. Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações
Dante Hollanda
[email protected]
Tel. (61)2033-7817
Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação – SETEC
Esplanada dos Ministérios, Bloco E, 3º andar
Brasília – DF
Eduardo Soriano
[email protected]
Tel. (61)2033-7817
Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação – SETEC
Esplanada dos Ministérios, Bloco R, 3º andar
Brasília – DF
206
14. Ministério do Meio Ambiente
Carmen Tavares Collares Moreira
[email protected]
Tel. (61)2028-2134
Departamento de Políticas em Mudança do Clima – DPMC
Secretaria de Mudança do Clima e Florestas – SMCF
SEPN 505 Bloco “B” Edifício Marie Prendi Cruz 2º andar
Brasília – DF
Alessandra Silva
[email protected]
Tel. (61)2028-2134
Departamento de Políticas em Mudança do Clima – DPMC
Secretaria de Mudança do Clima e Florestas – SMCF
SEPN 505 Bloco “B” Edifício Marie Prendi Cruz 2º andar
Brasília – DF
Dioclécio Luz
[email protected]
Tel. (61)2028-1500
Coordenador-Geral do Programa A3P
Secretaria de Articulaçao Institucional e Cidadania Ambiental
Esplanada dos Ministérios, Bloco B, 9º andar, sala 945
Brasília – DF
www.mma.gov.br
207
15. Ministério de Minas e Energia
George Alves Soares
[email protected]
Tel. (61)2032-5004
Departamento de Desenvolvimento Energético – DDE/SPE
Esplanada dos Ministérios, Bloco U, 5º andar – sala 530
Brasília – DF
208
17. Instituto Nacional de Tecnologia
Mauricio F. Henriques Jr.
[email protected]
Laboratório de Gás e Energia (LAGEN)
Instituto Nacional de Tecnologia
Av. Venezuela, 82 – Praça Mauá
Rio de Janeiro – RJ
Tel. (21)2123-1254
www.int.gov.br
209
21. Procobre Brasil
Glycon Garcia Junior
[email protected]
Tel. (11)3816-6383
Renata Honda
[email protected]
Tel. (11)3816-6383
International Copper Association
Av. Brigadeiro Faria Lima 1685 – 3º andar – 3A
São Paulo – SP
www.copperalliance.org
210
PARTE 2
Consultores responsáveis:
215
Pode-se caracterizar, de uma forma abrangente, as ações de eficiência energética
em dois padrões: (i) ações de eficiência energética de caráter compulsório e
abrangente e (ii) ações de eficiência energética de caráter voluntário e restritivo.
216
1. APRESENTAÇÃO
Essa é a Parte II do Volume 1 do projeto “Estudos em Eficiência Energética” cujo
objeto é apresentar um portfólio de ações. Para desenvolvê-lo foram realizadas as
seguintes ações:
Além das ações explicitadas anteriormente, foi realizada uma revisão das normas,
regulamentos e legislações que precisam ser alterados, para que as ações, atividades
e projetos de eficiência energética, listados, possam ser realizados, embasando as
mudanças necessárias.
217
2. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Ao fazer essa inserção, o governo brasileiro eleva a eficiência energética para outro
patamar, pois metas de economia de energia são estabelecidas e, pressupõe-se,
ações deverão ser realizadas para que se busque alcançá-las. Uma primeira tentativa
mais consistente foi a publicação do Plano Nacional de Eficiência Energética (PNEf),
publicado em 2011 pelo Ministério de Minas e Energia.
Tal plano teve como objetivo, orientar as ações a serem implementadas no sentido
de se atingir metas de economia de energia no contexto do Planejamento Energético
Nacional. A meta global adotada no PNEf foi uma redução de 10% (106.623 GWh) do
consumo de energia elétrica no ano 2030.
219
Figura.1 – Parâmetros de Avaliação dos Projetos Setoriais de Eficiência Energética
220
Com base nessa projeção, calculou-se o Consumo Final considerando uma redução
acumulada ano a ano de 0,60% sobre o Consumo Base, tendo em vista que medidas
tomadas em um ano permanecem efetivas em anos subsequentes, até o fim de
sua vida útil. Uma parcela da permanência das medidas é perdida e o modelo de
projeção adotado no PNEf considerou um ajuste da parcela de eficiência energética
reduzindo em 5% ao ano o montante anual economizado. Este ajuste é feito para
incorporar uma estimativa da perda de eficiência energética que tecnologicamente
se verifica ao longo dos anos.
Aparentemente percebe-se que tais diretrizes não foram colocadas em prática ou,
pelo menos, na intensidade que era necessária.
221
O Programa de Eficiência Energética (PEE) do setor elétrico brasileiro foi estabelecido
a partir do ano 2000, quando a Lei nº 9.991 impôs às concessionárias de distribuição
de energia elétrica a obrigação de aplicar 0,5% de sua Receita Operacional Líquida
- ROL em ações de eficiência energética (AEEs). Atualmente, as concessionárias de
distribuição de energia elétrica investem anualmente recursos da ordem de R$ 415
milhões no PEE. Nos quase vinte anos de existência do programa, foram realizados
mais de 4.000 projetos, que redundaram em investimentos superiores a R$ 5,7
bilhões.
222
Segundo a ANEEL, a análise da carteira de projetos já encerrados, cujos relatórios
foram recebidos na agência reguladora a partir de 2008, mostra que foram gastos,
o total, de R$ 1,85 bilhões na implantação de 912 projetos de eficiência energética.
Desse montante R$ 1,0 bilhão, ou aproximadamente 54% dos recursos, foram
aplicados em projetos de eficientização de unidades consumidoras classificadas
como de baixa renda. De outro lado, apenas R$ 83 milhões, ou 4,5% dos recursos,
foram aplicados em projetos de eficientização de unidades consumidoras industriais
e R$ 53 milhões, ou 2,8% dos recursos, em ações de eficientização de unidades
consumidoras classificadas como comércio e serviços, segmentos nos quais a
escala permite a obtenção de resultados mais efetivos de economia de energia e
de redução de demanda na ponta.
223
3. PROPOSIÇÃO DE UMA ABORDAGEM DE
TRATAMENTO DA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NO
BRASIL
Comentário:
225
Atualmente, as reclamações decorrentes dos aumentos das tarifas de energia
elétrica têm se intensificado por toda a sociedade brasileira. Considerando-se 13
reajustes concedidos pela ANEEL em 2018 às distribuidoras foi gerado um aumento
percentual médio de 15,22%, bem acima da inflação dos últimos meses. O setor
industrial nacional também reclama da perda de competitividade e, entre outros
fatores, destaca o alto custo da energia elétrica situando-o entre os mais elevados
do mundo. Naturalmente que vários elementos explicam a perda da competitividade
da indústria decorrente da elevação das tarifas de energia elétrica tais como os
erros praticados na política energética, altos impostos e o uso constante de usinas
térmicas, provocado pela estiagem recorrente dos últimos anos.
Tais mudanças regulatórias fizeram efeito, pois se em dezembro de 2015 eram 1.823
unidades geradoras FV instaladas (potência aproximada de 17.000 kW), em julho de
2018 chegamos a 33.290 unidades geradoras FV instaladas (potência aproximada
de 403.000 kW), conforme mostrado nas Figuras 2 e 3.
Apesar da pressão exercida atualmente pelas distribuidoras para frear essa taxa de
crescimento, pode-se prever um aumento da penetração dessas fontes. O potencial
estimado pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica – Absolar para
a geração de eletricidade com o uso de painéis FV instalados apenas nos telhados
das residências brasileiras é de 286 GWh/ano, ou seja, aproximadamente metade
da geração de energia elétrica do Brasil em 2016 (segundo a EPE, o Brasil produziu
541,6 GWh em 2016).
226
Ainda em relação à GD deve-se destacar a participação da energia eólica no Brasil
que é, atualmente, a fonte de energia que mais cresce no país. Sua capacidade
instalada saltou de 928 MW em 2014 para 9.128 MW em 2016 e, em fevereiro de
2018, segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica - ABEEólica, o Brasil atingiu
a marca de 13.000 MW de capacidade instalada, com 518 parques eólicos e mais de
6.600 aerogeradores operando.
Diante desse cenário atual e sua evolução num futuro próximo, o papel das
distribuidoras no sistema de distribuição de energia elétrica pode sofrer relevantes
alterações incluindo a forma de sua renumeração, com reflexos (positivos ou
negativos) para a eficiência energética.
3.2. ESTRATÉGIA
Visando relacionar as propostas de projetos apresentadas nesse documento com
as varias iniciativas de eficiência energética relacionadas na Parte I desse relatório
e suas respectivas ações, propõe-se caracterizá-los em dois padrões:
227
Na primeira caracterização ou primeiro padrão existem aquelas ações nas quais as
pessoas e as empresas são beneficiadas, na medida do possível, pela redução dos
desperdícios de energia independentemente de suas vontades. Um exemplo típico é
a aquisição de equipamentos contemplados com a Lei de Eficiência Energética, pois
esses já apresentam valores máximos de desperdícios de energia estabelecidos
pelo governo federal. Naturalmente que eventuais aumentos nessas perdas poderão
ocorrer com o emprego irracional de tais equipamentos, mas mesmo assim parte-
se de um patamar menor de desperdício em relação ao que se tinha antes sem o
emprego da lei.
3.3. DIRETRIZES
Em ambas as estratégias, pode-se adotar algumas diretrizes ou princípios que vão
contribuir para se atingir os resultados esperados. Entre essas possíveis diretrizes,
sugere-se duas apresentadas a seguir.
Diretriz Descrição
228
Primeira Diretriz – Manutenção e Integração dos Programas e Ações de Eficiência
Energética
229
O Procel, considerando seu histórico e o atual PAR, apresenta as seguintes áreas
de atuação ou vertentes:
• Edificações;
• Setor Industrial;
• Iluminação Pública;
• Saneamento Ambiental;
• Educação;
• Estudos Estruturantes;
• Informação;
• Selo Procel;
• Gestão Energética Municipal;
• Marketing.
• CONPET na Educação
• Eficiência Energética de Equipamentos
• Etiquetagem de equipamentos domésticos que consomem combustíveis;
• Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV);
• Programa Brasileiro de Etiquetagem de pneus.
• CONPET no Transporte
• Programa EconomizAR;
• Projeto TransportAR;
• Projeto EngenhAR.
230
Primeira Abordagem – Classificação por Setores de Eficiência Energética (SEE)
• Industrial
• Comercial e Serviços
• Poder Público
• Prédios Públicos;
• Gestão Energética Municipal.
• Serviços Públicos
• Iluminação Pública;
• Saneamento.
• Rural
• Residencial
• Baixa Renda
• Educacional
• Transporte
As ações de eficiência energética aplicadas aos vários SEE envolvem desde aquelas
relacionadas aos equipamentos consumidores de energia (substituição, retrofit,
ajustes na operação, etc.) até a capacitação, marketing, entre outras. Uma possível
classificação é apresentada a seguir:
• Equipamentos
• Etiquetagem;
• Selo Procel;
• Retrofit.
• Gestão Energética
• Melhoria de Instalação
• Capacitação
• Financiamento
• Informação e Comunicação
• Marketing
231
Os quadros seguintes ilustram tais abordagens.
Setor Subsetor
01 Industrial
02 Comercial e Serviços
03 Residencial
04 Baixa Renda
05 Educacional
06 Transporte
07 Rural
Prédios Públicos
08 Poder Público
Gestão Energética Municipal
Iluminação Pública
09 Serviços Públicos
Saneamento
232
4. PROPOSIÇÃO DE PROJETOS PARA O
AVANÇO DA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NO
BRASIL
Considerando as análises, estratégias e diretrizes apresentadas anteriormente e as
várias iniciativas e projetos de eficiência energética desenvolvidos no Brasil serão
apresentadas, a seguir, sem pretender esgotar todas as possibilidades, algumas
sugestões de projetos que poderão contribuir para o avanço da eficiência energética
no Brasil.
Setor Saneamento
Conforme apresentado na Parte I desse relatório, há, entre outras, as seguintes
atividades e instituições envolvidas:
Primeira Atividade
Segunda Atividade
233
Terceira Atividade
Quarta Atividade
Conforme ajustado entre as partes envolvidas nesse setor, pode-se avaliar qual
a melhor maneira de configurar um projeto que possa atingir esses objetivos. A
elaboração de um planejamento que contemple, ao mesmo tempo, vários outros
setores (industrial, comercial, público, etc.) pode ser desenvolvida. Mesmo nesse
contexto, outra opção é a implementação gradual por setores começando, apenas
como exemplo, pelo setor de saneamento. Nesse caso, pode-se estabelecer um
Núcleo Estruturante do Setor Saneamento do qual participarão, entre outros,
representantes das instituições envolvidas nos projetos citados anteriormente.
Comentário:
234
No âmbito do primeiro componente “Fortalecimento da capacidade do Governo
de promover o desenvolvimento sustentável dos setores de energia e mineral”,
cujos objetivos são reforçar a capacidade do MME, entidades vinculadas e afins
em energia e mineração, nas áreas de planejamento, social, sustentabilidade,
meio ambiente e na gestão, acompanhamento e avaliação das atividades. Dessa
forma, a partir do Termo de Cooperação (TC) firmado com a EPE (TC nº 001/2013),
foram desenvolvidas as seguintes atividades de pesquisa destinadas a subsidiar o
planejamento do setor energético:
Os resultados desses trabalhos poderão alimentar uma Base de Dados que poderá,
entre outras finalidades, possibilitar estudos específicos de eficiência energética e
perspectivas tecnológicas e subsidiar a estimativa do potencial de eficientização do
uso da energia nos seguintes segmentos industriais: cadeia do alumínio (bauxita,
alumina e alumínio); celulose e papel; cadeia siderúrgica; cerâmica; alimentos e
bebidas; e química (petroquímica, gás-química, alcoolquímica, fertilizantes e soda-
cloro).
No âmbito do setor industrial pode-se citar o projeto “Programa Aliança” que faz parte
do PAR do Procel/2017 tendo a CNI como responsável pela sua execução. Entre as
atividades previstas há o desenvolvimento de uma plataforma com informações sobre
projetos de eficiência energética industrial com a sistematização e disponibilização
das informações técnicas e gerenciais sobre projetos, tecnologias e ferramentas
relacionadas à eficiência energética industrial. Além disso, a ferramenta promoverá
a comunicação e articulação entre quem desenvolve e quem receberá o Programa
Aliança em suas plantas industriais.
235
4.2. PROJETO PARA O TRATAMENTO DOS DADOS E
INFORMAÇÕES
Durante e após a implementação desse processo de construção da Base de Dados
e seu compartilhamento, é possível colocar em prática um projeto visando ao
tratamento dessas informações, semelhante a uma “Plataforma de intercâmbio do
conhecimento em eficiência energética”. Entre os possíveis produtos desse projeto
destacam-se a geração de indicadores, monitoramento das ações de eficiência
energética (AAE), análise do desempenho dos projetos, estabelecimento de
Benchmarks, etc.
I-09 Estruturação do setor de edif. por meio de estudos e desenvolv. base de dados c/ Ind. Procel
236
Em relação ao programa A3P, observa-se que nem sempre as instituições recebem
apoio para manter sua implementação, principalmente quando há mudanças de
chefias/diretorias. No âmbito dessa proposta de tratamento bem como para o
monitoramento dos dados e informações, possivelmente tais descontinuidades
poderiam ser evitadas ou mais facilmente detectáveis. Ainda no âmbito do A3P,
como previsto no Termo de Adesão, há o envio de um relatório de monitoramento
anual por meio de uma plataforma denominada Ressoa. No entanto, não foi possível
encontrar tais relatórios de monitoramento.
Destaca-se ainda que a A3P oferece aos seus parceiros (formais e informais) acesso
a uma Rede A3P (plataforma para troca de informações e experiências da qual fazem
parte instituições públicas e privadas, além de pessoas física e jurídica). Segundo
informações do MMA, até a data de 01 de agosto de 2017, participou dessa rede um
total de 810 instituições.
Outra iniciativa do setor público é o Projeto Esplanada Sustentável (PES), que tem
por objetivo principal incentivar órgãos e instituições públicas federais a adotarem
modelo de gestão organizacional e de processos estruturado na implementação de
ações voltadas ao uso racional de recursos naturais, promovendo a sustentabilidade
ambiental e socioeconômica na Administração Pública Federal. Também aqui se
observa a não divulgação de metas pelas instituições participantes do PES, assim
como os resultados obtidos e se os líderes de cada Comitê Interno do PES (CIPES)
tiveram apoio de suas chefias/diretorias e condições (recursos materiais e humanos)
para implementação das ações. O Líder do Projeto, que tem a visão geral do PES em
cada Ministério, será responsável por garantir internamente o bom gerenciamento
do Projeto.
237
É de conhecimento que diferentemente do setor privado, o setor público depende
da vontade e decisão política dos seus dirigentes e gestores para fazer acontecer as
iniciativas e projetos de eficiência energética. Por outro lado, mecanismos estruturais
devem ser buscados para que essa vontade seja permanente e independente do
gestor responsável no momento. Consequentemente, as iniciativas de eficiência
energética desenvolvidas no setor público não podem prescindir de mecanismos
de troca de informações e articulação, possibilitando que os resultados sejam
mensurados e monitorados ao longo de tempo, gerando, dessa forma, uma Base
de Dados confiável.
238
4.4. SINERGIA NAS ATIVIDADES DE CAPACITAÇÃO E
FORMAÇÃO TÉCNICA
Como apresentado na Parte I desse relatório, várias iniciativas de eficiência
energética desenvolveram e desenvolvem atividades de capacitação e formação
técnica como cursos presenciais, cursos de ensino a distância, manuais técnicos,
aplicativos computacionais, entre outros. Em alguns casos existe até duplicação de
esforços e, em outros, material desenvolvido para um dado setor também pode ser
utilizado em outro. A proposta apresentada aqui envolve três vertentes:
239
Uma importante ação em desenvolvimento pela ANEEL é o processo de Consulta
Pública nº 007/2018, com o objetivo de obter subsídios sobre o conceito de Leilão de
Eficiência Energética e o conjunto de metodologias e premissas utilizado na Análise
de Impacto Regulatório de projeto piloto a ser realizado no estado de Roraima. Em
vista dos resultados entregues por esse projeto em Roraima, será possível avaliar a
viabilidade de reproduzi-lo em outras situações e condições através do país. Assim,
no futuro, talvez a eficiência energética poderá se transformar em um recurso
energético incorporado ao planejamento energético, “competindo” em leilões com
a geração de energia elétrica.
Essa atuação assume uma maior importância em locais onde o sistema opera com
sobrecarga ou com limitações (técnicas, ambientais na expansão do sistema, etc) no
atendimento ao aumento da demanda. Eficiência energética também envolve ações
e programas de Gerenciamento da Demanda (GLD ou DSM) gerando uma melhoria
na confiabilidade do sistema, reduzindo riscos de desabastecimento, melhor
utilização dos ativos, e em alguns mercados (quando puder e houver regulação),
possibilidade de vender serviços ancilares.
240
É compreensível que o aumento da demanda e a atual regulação praticada no
setor induzam os dirigentes e técnicos das distribuidoras a se preocuparem mais
com a expansão do sistema de distribuição Existe uma remuneração maior se a
concessionária consegue demonstrar a necessidade de investir em expansão de
seus ativos de distribuição, ou seja, implementa um investimento reconhecido pela
ANEEL como sendo “prudente”.
Tal projeto pode ser desenvolvido em parceria com a ANEEL e com uma ou mais
distribuidoras que queiram participar. Ao final, essa metodologia poderá passar por
um processo de Audiência Pública e ser incorporada na regulamentação tarifária
das distribuidoras. Esse projeto possui um forte caráter estruturante para as ações
de eficiência energética podendo até sinalizar, mediante os resultados obtidos, com
uma redução desse encargo tarifário cobrado diretamente dos consumidores.
241
Tal contrapartida é essencial, na medida em que gera um compromisso e um
interesse comum na promoção da eficiência energética. Nesse sentido podem
ser elaborados sistemas de acompanhamento de consumos específicos (por
ex. para indústrias de processo, como cimento, vidro, papel e celulose, etc.),
efetuando um “benchmarking”, avaliando em bases estatísticas o perfil energético
setorial e identificando os melhores casos, a situação frente às melhores práticas
internacionais, e as perspectivas da incorporação de tecnologias mais eficientes.
242
Os resultados projetados de economia de energia podem variar considerando
inúmeras variáveis como, por exemplo, as variações de temperaturas das diferentes
regiões do território nacional (que podem influir significativamente nos resultados
de alguns equipamentos como refrigeradores, sistemas de ar comprimido, sistemas
de ar condicionado, etc.), a variação da vida útil estimada dos equipamentos
energeticamente mais eficientes uma vez instalados e operando, etc.
Assim, esses ICEE deverão considerar e incorporar essas variáveis além de traduzir
os ganhos ambientais (emissões de GEE, por exemplo). A proposta é discutir, durante
a realização desse projeto, esses novos indicadores com os gestores dos vários
programas além dos fabricantes e professores/pesquisadores que trabalhem com
esses equipamentos e demais programas. Prevê-se um determinado período para
o desenvolvimento desses critérios e indicadores e sua aplicação durante alguns
ciclos. Ao final serão estabelecidos a periodicidade e critérios para sua aplicação.
Um software pode ser elaborado para trabalhar com os dados dos vários programas
e ações de eficiência energética disponibilizando os resultados, com determinados
níveis de acesso, à sociedade e aos agentes envolvidos diretamente e demais
interessados.
• Registrar o consumo energético de todo o pais, verificado nos últimos dez anos
desdobrado ao nível das fontes primárias, e;
• Projetar o referido consumo em um horizonte de dez anos.
No início foi elaborado por grupos de trabalho formados por representantes das
diversas entidades então ligadas ao MME, sendo que estes grupos se dissolviam após
a conclusão dos trabalhos. Atualmente, no âmbito do Departamento de Informações
e Estudos Energéticos da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético
do MME compete, entre outras atividades, “subsidiar e acompanhar as informações
energéticas do Balanço Energético Nacional”.
243
A empresa pública EPE, instituída nos termos da Lei n° 10.847/2004, tem por
finalidade prestar serviços ao MME na área de estudos e pesquisas destinadas a
subsidiar o planejamento do setor energético, cobrindo energia elétrica, petróleo
e gás natural e seus derivados e biocombustíveis. Entre suas competências legais
está a de “elaborar e publicar o Balanço Energético Nacional – BEN”.
244