1 - Impugnação Ruido
1 - Impugnação Ruido
1 - Impugnação Ruido
PROCESSO: 010237-47.2024.5.15.0087
Reclamante: Sidney Ferreira dos Santos
Reclamada: Usina Açucareira Ester S. A.
Termos em que,
P. Deferimento
Cosmópolis, 22 de Julho de 2024
PROCESSO: 010237-47.2024.5.15.0087
RECLAMANTE: Sidney Ferreira dos Santos
RECLAMADA: USINA AÇUCAREIRA ESTER S.A.
PERITO: Francisco José Strazzacapa Santucci
DATA DA PERÍCIA: 04/06/2024
ACOMPANHANTES DA PERÍCIA:
1. LEGISLAÇÃO VIGENTE
2
A Seção XIII da Consolidação das Leis Trabalhistas, Art. 189 a 197 estabelece que a competência
para a regulamentação das atividades e operações insalubres ou perigosas será do Ministério do
Trabalho, o qual deverá expedir quadro que informe a caracterização da insalubridade ou
periculosidade, os agentes agressivos, os limites de tolerância, quais os meios de neutralização,
eliminação e proteção do trabalhador (EPIs e EPCs) e o tempo máximo de exposição.
Para o exercício de uma atividade insalubre, acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo
Ministério do Trabalho, o Art. 192 da CLT estabelece que:
Do mesmo modo o Art. 193 da CLT fixa que o Ministério do Trabalho deverá apontar as atividades
ensejadoras da periculosidade, através do contato permanente com inflamáveis ou explosivos em
condições de risco acentuado:
“O direito do empregado ao adicional de insalubridade ou de
periculosidade cessará com a eliminação do risco à sua saúde ou
integridade física, nos termos desta Seção e das normas expedidas pelo
Ministério do Trabalho.”
1.2 NR 15 – ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES
São consideradas atividades e operações insalubres, as que se desenvolvem:
a) acima dos limites de tolerância previstos nos Anexos de números 1, 2, 3, 5, 8, 11 e 12, a
saber:
- Anexo 1: ruído contínuo;
- Anexo 2: ruído de impacto;
- Anexo 3: calor;
- Anexo 4: ergonomia;
- Anexo 5: radiações ionizantes;
- Anexo 8: vibrações
- Anexo 11: agentes químicos;
- Anexo 12: poeiras minerais.
A eliminação ou neutralização da insalubridade deverá ocorrer, nos termos da NR 15, item 15.4.1:
a) com a adoção de medidas de ordem geral, que conservem o ambiente de trabalho
dentro dos limites de tolerância;
b) com a utilização de Equipamentos de Proteção Individual.
As “Responsabilidades do Empregador” com relação aos EPIs, estabelecidas no item 6.6, NR 6 da
Portaria 3214/78 são as seguintes:
Com objetividade aos fatos e discordâncias descritas no Laudo do Sr. Perito, desenvolve o
presente parecer em suas seguintes páginas.
No dia 04/06/2024, data da perícia, o Sr. Perito juntamente com o Reclamante, bem como a
reclamada, se reuniram inicialmente nas dependências da Usina Açucareira Ester S.A. para que o
profissional da justiça pudesse colher os depoimentos das partes interessadas a respeito das atividades
que o reclamante exerceu durante o período prescrito, onde ouviu-se reclamante e reclamada quanto
as atividades exercidas pelo mesmo. Não houve grandes divergências sobre os relatos.
5
• Exposição a Quimico
O Mecânico Automotivo realiza vários tipos de atividades conforme descrito no Laudo Pericial:
As manutenções não seguem a descrição acima, elas são realizadas conforme a OS (Ordem de
Serviço) recebida da área da Oficina de tratores, realiza intervenções nos equipamentos, muitas vezes
só quando um equipamento quebra, dependendo do tipo do equipamento ele passa horas testando e
analisando o defeito problema até chegar em um diagnostico para depois iniciar a intervenção,
trabalhando para desmontar e retirar um equipamento, para realizar manutenção corretiva.
Isso demonstra que a exposição ao agente Químico ocorre de maneira eventual e não Habitual
conforme citado pelo Sr, Perito.
6
Na avaliação das fichas de EPIs, consta o fornecimento de luvas de proteção a agentes quimicos
nos seguintes períodos de 2018 a 2021, que conforme constatado existia uma frequência na entrega
destes EPIs.
Conforme ficha técnica das luvas ela tem validade de 5 anos e dos cremes protetores para mãos
tem a validade de 1 ano sendo necessário sua troca quando danificada, portanto, a proteção e o contato
com o produto químico é neutralizado com uso do EPI LUVA, não caracterizando atividade insalubre.
Conforme análise da FDS, o composto do produto acima citado não possui enquadramento normativo
para a perceção do adicional de insalubridade. Com relação ao óleo mineral, cabe uma explicação
técnica. Nem todo óleo mineral é considerado como insalubre. Para a caraterização de insalubridade, o
7
óleo mineral precisa conter substância cancerígenas, como os hidrocarbonetos aromáticos (Benzeno,
Xileno e Tolueno por exemplo).
Na avaliação da FDS do produto IPITUR HLP 68, este produto não está classificado como
cancerígeno para seres humanos pela ACGIH (American Conference of Governmental Industrial
Hygienists).
Portanto o contato com o produto não caracteriza atividade insalubre, apesar de ser neutralizado
pelo uso da Luva.
8
4. CONCLUSÃO
Período de trabalho exposto a químico sendo neutralizado pela entrega dos EPIs, com entrega
regular, o EPI tem prazo de validade de 5 anos, sendo necessário sua troca somente quando estiver
danificada.
A impugnação a insalubridade indevidamente deliberada para o reclamante, quanto a exposição
ao agente Químico, pois o contato com químico é esporádico e conforme demonstrado na análise
das FDS dos produtos não são classificados como cancerígenos.
Em função de todos os pontos abordados, por fatos esclarecidos, IMPUGNAMOS O LAUDO PERICIAL.
As informações e objeções neste documento contidas, não devem em nenhuma forma ser
considerados como uma campanha difamatória ao honroso Auxiliar da Justiça, este assistente técnico
passa a apresentar sua Impugnação, a qual o Sr. Perito avalie que equivocadamente concluiu pela
insalubridade.