0 Resumà o de IESC - N1 2
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IESC – N1
realize uma cirurgia plástica em alguém e cause
deformidade pode ser acusado de imperícia.
). • Negligência – Deixa de tomar uma atitude ou de
apresentar uma conduta que era esperada para a
Prontuário Médico – Documento único, composto situação. Age com descuido, indiferença ou
por um conjunto de informações, sinais e imagens desatenção, não adotando as devidas precauções.
registradas e geradas a partir de fatos, acontecimentos e
situações sobre a saúde do paciente e a assistência A partir da publicação da Resolução do CFM 1.821/07,
prestada a ele. É de caráter legal, sigiloso e científico, ficou estabelecido que os prontuários médicos devem
possibilita a comunicação entre membros da equipe multi ser armazenados pelo período mínimo de 20 anos
e a continuidade da assistência prestada. É gerado após Um prontuário médico adequado deve dar acesso fácil e
qualquer atendimento na área da saúde (em qualquer claro às informações sobre a pessoa, como dados
lugar). socioeconômicos, aspectos clínicos, diagnósticos, ações
É vedado ao médico: Deixar de elaborar prontuário legível implementadas, informações continuadas e principais
para cada paciente; O Prontuário deve conter dados mudanças emocionais, sociais ou familiares. Nenhum
clínicos necessários para a boa condução do caso, sendo registro vai conter todas as informações sobre uma
preenchido em cada avaliação, em ordem cronológica, pessoa, mas obrigatoriamente deve conter toda
com data, hora, assinatura e número do registro médico informação útil sobre o motivo da consulta ou problema
no CRM. de saúde apresentado, bem como dados de problemas
inativos/resolvidos (o correspondente à história pregressa
• Estará sob a guarda do médico ou da instituição que no registro hospitalar).
assiste o paciente
• Cabe ao médico assistente ou ao seu substituto E Sus – Estratégia para reestruturar as informações da
elaborar e entregar o sumário de alta ao paciente, Atenção Primária em nível Nacional. A Estratégia e-SUS
ou na sua impossibilidade, ao seu representante legal APS faz referência ao processo de informatização
qualificada do Sistema Único de Saúde (SUS) em busca
O prontuário é do paciente, mas está sob guarda do de um SUS eletrônico (e-SUS) e tem como objetivo
médico e/ou da instituição. concretizar um novo modelo de gestão de informação
Importância de um bom prontuário Médico: Suporte que apoie os municípios e os serviços de saúde na
gestão efetiva da APS e na qualificação do cuidado dos
essencial para prestação de cuidados de saúde, sendo
usuários. Esse modelo nacional de gestão da informação
protegido pelo sigilo médico; Quando preenchido de
na APS é definido a partir de diretrizes e requisitos
maneira completa e correta, esse documento simplifica
essenciais que orientam e organizam o processo de
a identificação de doenças, riscos no tratamento e a
reestruturação desse SIS, instituindo-se o Sistema de
escolha da abordagem mais adequada a cada paciente;
Informação em Saúde para a Atenção Básica (SISAB)
sso porque o documento serve como um histórico de
saúde, mostrando lesões, cirurgias, internações e outros Isso preconiza identificar e individualizar o registro,
dados relevantes sobre o indivíduo; Em caso de suspeito integrar as informações por meio da Rede Nacional de
de erro médico, autoridades como a polícia, Justiça e o Dados em Saúde, reduzir o retrabalho e coleta de dados,
CFM utilizam o prontuário para verificar se houve, de informatizar unidades e qualificar os dados em saúde.
fato, imprudência, imperícia ou negligência
Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC) –
• Imprudência – Pressupõe uma ação precipitada e Produzido de forma digital e armazenado em um sistema
sem cautela. A pessoa não deixa de fazer algo, ela eletrônico, acessível de diversos equipamentos. Cada
age, porém, toma uma atitude diversa da esperada. profissional de saúde tem acesso individualizado,
• Imperícia – É necessário constatar a inaptidão, assegurado por usuário e senha. Suas vantagens
ignorância, falta de qualificação técnica, teórica ou envolvem uma busca mais rápida por prontuários, fácil
prática ou ausência de conhecimentos elementares acesso a toda história médica do paciente. Garantia da
e básicos para a ação realizada. Um médico que legibilidade das informações, estruturação do prontuário
Carla Bertelli – 6° Período
• É dividido em vários capítulos e componentes melhor termo e conceito é “condição”, que tem sido cada
vez mais utilizada:
Registro de Saúde Orientado por deve ser sempre sumário, para que as informações
Problemas estejam disponíveis, e não há a necessidade de frases
completas, embora diferentes estilos devam ser
• O registro médico orientado por problemas (RMOP)
respeitados. Um prontuário médico adequado deve dar
tem sido empregado em diversos sistemas de
acesso fácil e claro às informações sobre a pessoa, como
atenção primária à saúde (APS) em todo o mundo,
dados socioeconômicos, aspectos clínicos, diagnósticos,
e seu uso tem-se ampliado cada vez mais como base
ações implementadas, informações continuadas e
inclusive na informatização dos registros médicos.
principais mudanças emocionais, sociais ou familiares.
• O aprendizado e a utilização do ReSOAP é um dos Nenhum registro vai conter todas as informações sobre
caminhos na busca de ser um bom profissional para uma pessoa, mas obrigatoriamente deve conter toda
o trabalho em equipe na APS. informação útil sobre o motivo da consulta ou problema
• O registro em prontuário é critério de avaliação da de saúde apresentado, bem como dados de problemas
qualidade de um serviço de saúde. inativos/resolvidos (o correspondente à história pregressa
• Mais do que uma mera sistematização, o ReSOAP é no registro hospitalar).
uma ferramenta de raciocínio clínico.
• O registro na APS deve refletir todos os seus Educação Continuada – Uma das formas de o médico
atributos, em especial a longitudinalidade, ou seja, manter-se atualizado é pela reflexão sobre sua própria
mais importante do que enxergar a “foto” é poder experiência. O SOAP é um meio de autoavaliar a
compreender o “filme”. qualidade dos cuidados prestados, constituindo-se, por
isso, em um dos fatores mais importantes de educação
As informações das pessoas sobre o que sentem em continuada. A ficha de orientação para revisão de
relação à saúde são “traduzidas” pelos profissionais por prontuários, pode ser utilizada para autoavaliação, ou pela
meio de abstrações, buscando-se transformar as queixas Comissão de Revisão de Prontuários.
em sinais e sintomas ao se utilizarem termos técnicos.
Dessa forma, elaboram-se hipóteses e estabelecem-se
diagnósticos para poder cuidar da saúde das pessoas.
Esse é um processo que exige competência, isto é,
conhecimento, habilidade e atitudes. O registro orientado
por problemas atua nas três esferas da competência.
O registro orientado por problemas tem sido empregado
em diversos sistemas de APS em todo o mundo, e seu
uso tem-se ampliado mesmo com a informatização dos
prontuários.
Diante da multiprofissionalidade que caracteriza as
equipes de APS no Brasil, pode-se denominá-lo ReSOAP
e buscar que todas as categorias profissionais se
apropriem desse formato de registro, incorporando-o
em sua prática; ou seja, é mais do que anotar ou
organizar as informações com excelência, sendo uma
ferramenta de trabalho que proporciona raciocínio clínico
apurado e cuidado qualificado e continuado pela equipe.
Acesso Rápido aos Dados – Os dados básicos para compor
um prontuário são aqueles necessários ao médico para
tomar uma decisão. A coleta dos dados deve ser
adequada, fugindo-se dos extremos. Coletar e registrar Lista de Problemas ou Condições – Em geral, a
informações em demasia, por um lado, pode ser pouco Lista de Problemas principal é a parte da ficha clínica que
produtivo, pois se perdem fatos importantes. É levanta mais dúvidas acerca de seu preenchimento,
importante distinguir registro de saúde de narrativa, sendo frequente a dúvida sobre quais os problemas que
sendo que, com frequência, se confundem essas duas devem ser incluídos nela. A LP principal deve obedecer
atividades desde as disciplinas de propedêutica. O registro
Carla Bertelli – 6° Período
a certos critérios, que devem ser discutidos localmente. se fechar ao longo do tempo, e não ao longo de uma
Em geral, os aspectos mais importantes são: • Doenças única consulta ou encontro.
relevantes. • Doenças ligadas a remissões ou recorrências
Uma das formas de o médico manter-se atualizado é pela
(p. ex., úlcera péptica). • Doenças ligadas a complicações
reflexão sobre sua própria experiência. O SOAP é um
(p. ex., neoplasias). • Intervenções cirúrgicas maiores. •
meio de autoavaliar a qualidade dos cuidados prestados,
Doenças que a pessoa possa tender a ocultar (p. ex.,
constituindo-se, por isso, em um dos fatores mais
infecções sexualmente transmissíveis). • Doenças que
importantes de educação continuada. A ficha de
requerem tratamento médico contínuo. • Doenças com
orientação para revisão de prontuários, pode ser utilizada
necessidade de vigilância contínua (p. ex., insuficiência
para autoavaliação, ou pela Comissão de Revisão de
renal). • Doenças que condicionam a escolha terapêutica
Prontuários..
(p. ex., alergias, úlcera péptica). • Doenças que afetam as
funções da pessoa (p. ex., cegueira, surdez). S – Subjetivo (sintomas, diagnósticos relatados, histórico
pessoal e familiar, atestados, expectativas, medos)
Problemas sociais: • Estrutura familiar disfuncional •
Violência familiar • Relação interpessoal perturbada • O – Objetivo (informações mais objetivas, observação
Desajuste social grave • Problemas ocupacionais • do profissional, achados físicos, dados do exame clínico,
Acontecimentos vitais (crises naturais ou acidentais) exames complementares)
A LP principal é dinâmica. Os problemas podem passar A – Avaliação (Síntese estruturada é o problema ou
de principais a secundários, e vice-versa, ou a resolvidos condição da conduta, problemas, diagnostico, situação
atual de problema crônico, impressão do médico sobre
o caso)
P – Plano (Manejo elaborados em conjunto com o
paciente, investigação, referenciamentos, educação e
promoção de saúde, estudo) Plano diagnóstico, plano
terapêutico, plano de acompanhamento, plano educativo,
plano de estudo.
Ele tem objetivos diferentes dependendo do nível da
atenção em saúde que se está utilizado (difere entre
usar ele na atenção primária e secundária, por exemplo).
– O SOAP foi desenvolvido para poder visualizar Traz percepções diferentes em cada um
o cuidado longitudinal. Diariamente, em um local de
atendimento, o médico e outros profissionais da saúde
documentam o cuidado com as pessoas. Podem utilizar
vários métodos para isso, e um deles é o SOAP. O SOAP
corresponde às informações e aos dados colocados na
ficha de acompanhamento e registro dos atendimentos
do ReSOAP, caracterizando e garantindo a continuidade
do cuidado.
O que devem ter em mente é que, sendo o SOAP
orientado por problemas, significa que se deve usá-lo
para orientar a atuar de forma aberta, não se fechando
para diagnósticos (embora sempre pensando neles) até
que se tenham elementos suficientes para fazê-lo. As
hipóteses vão surgindo e sendo descartadas ou
substituídas à medida que se coletam as informações e
se compara com o que se tem como “arquivo” do
conhecimento técnico. O SOAP ajuda a sistematizar as
informações com vistas a validá-las e aprofundá-las. Ao
contrário da anamnese hospitalar, o diagnóstico tende a
Carla Bertelli – 6° Período
É importante que o registro reflita o que realmente se SOAP: No A do SOAP, deve ser realizada uma LP
conhece sobre um determinado problema no momento atualizada a cada consulta, independentemente da
de anotá-lo, ou seja, reflita a maior especificidade do colocação ou não desses problemas na LP principal.
momento: em uma primeira consulta, um problema pode Também no A se podem colocar dados, fatos ou
ser registrado como “dor abdominal”, após as primeiras situações que sejam de relevância para o entendimento
investigações, definir-se como “aumento de volume do ou manejo do caso. O A deve servir como instrumento
pâncreas”, e finalmente chegar-se à definição de de trabalho do médico, e este pode colocar nele todas
“neoplasia de pâncreas”. as informações que considera significativas para sua
tomada de decisão.
Não se devem registrar informações duvidosas,
incorretas ou exageradas. As anotações dos A sequência SOAP apresentada é a clássica, mas há
atendimentos à pessoa são parte de um documento situações em que ela pode ser alterada. Por exemplo, no
permanente, legal, chamado registro médico. É caso de pessoa que retorna para avaliação sem
frequente um diagnóstico incorreto registrado de forma necessidade de fazer um novo exame, podem-se utilizar
imprudente provocar um tratamento desnecessário por apenas os itens S, A e P
anos.
Em geral, na revisão do prontuário, os profissionais
O objetivo ao anotar as informações de uma consulta é acessam a LP principal, o P e o A das últimas consultas,
criar um registro do encontro com a pessoa que e, se têm alguma dúvida, verificam no S e no O.
procurou o médico. Esse registro serve para comunicar
O SOAP pode ser usado como um hub de informações
para o próprio médico ou para um colega o que foi feito
para sobreposição de templates; por exemplo, no
e o que se pensou fazer sobre a situação da pessoa
template, ou ficha-padrão, em O, nem sempre há o
atendida. O registro também mostra o progresso que
campo para “batimento cardíaco fetal”, mas no template,
uma pessoa está tendo ou não em relação ao seu
ou ficha do pré-natal, este dado está sempre aparente
cuidado.
no O; isso permite uma flexibilidade e, se por acaso, se
Existem situações em que se pode utilizar uma Lista de registra um dado em um template ou ficha-padrão que
Problemas anteriormente ao SOAP. Esses problemas são não estava previsto, ele é incorporado no mesmo local
tudo aquilo que preocupa o médico, o doente ou ambos, do template, ou ficha específica
ou tudo que for importante nos cuidados da pessoa. É
um componente dinâmico, devendo ser utilizado sempre
que os problemas são resolvidos ou identificados. Cada
problema listado deve ser designado de modo completo
(incluindo se aplicável, etiologia, estágio, lateralidade e
grau de controle), consistente e rigoroso. Tem como
objetivo relatar mais rapidamente e claramente certas
situações do paciente, que dá uma visão mais rápida e
direcionada na consulta (um resumo). É importante cuidar
e filtrar cada coisa.
Avaliação Familiar, geralmente registrado no O,
Heredograma.
Linha de vida, também registrado no O, uma linha do
tempo de principais acontecimentos na vida do paciente
(Linha de Medalie).
Ciclo Familiar de Duvall (colocar o momento de vida em
que a pessoa está), se está formando a família, família
completa, etc.
Relembrar da Importância do Registro Médico » Escores
prognósticos, Pesquisa Clínica, Auditoria Médica,
Ferramenta de Gestão Regras para elaboração de um
Carla Bertelli – 6° Período
Classificar as pessoas e selecionar o grupo de alto risco 5 – Tem alto potencial de dano iatrogênico, pela
para se aplicar uma medida preventiva. A intervenção é necessidade de repetidos procedimentos de
apropriada para o indivíduo, o sujeito tem uma forte rastreamento, monitorização e tratamento dos riscos.
motivação para a adoção da intervenção, e os
profissionais também. Existe um uso racional do recurso
(custo efetividade). Nesse caso, as intervenções se • Abordagem Populacional – Se dirige ao
justificam, ou seja, em tese essa abordagem traz mais conjunto da população sem distinguir entre grupos
benefícios do que danos aos pacientes. estratificados de risco. É a tentativa de eliminar a
suscetibilidade, é radical porque trabalha com a
há necessidade de se identificar e convidar as pessoas
tentativa de eliminação desse risco, como por
pertencentes ao grupo de alto risco para intervenções
exemplo a vacinação e uso de cinto de segurança.
preventivas, não incluindo o restante da população
considerada “normal”. Essa estratégia tende a ser mais A estratégia de abordagem populacional visa a reduzir o
custo-efetiva, pois os recursos são alocados apenas para risco de adoecimento em toda a população. Ela é muito
aqueles que mais necessitam. Além disso, pessoas de adequada e potente quando o risco é distribuído
maior risco costumam ser facilmente convencidas a universalmente, pois uma pequena redução de risco gera
adotarem as medidas preventivas grande impacto, tanto para a morbimortalidade coletiva
como para o grupo de alto risco, pois o formato mais
Entretanto, a estratégia de alto risco tende a medicalizar
comum da curva de distribuição do risco entre os
as pessoas ao converter assintomáticos em doentes que
indivíduos é em forma de sino (dito de “normalidade”).
necessitam de cuidados vitalícios em saúde (como é o
caso dos pacientes hipertensos). Esse processo é O paradoxo dessa prevenção é que ela traz mais
facilmente absorvido pela rotina dos serviços médicos, benefícios para a saúde da população oferece poucas
que apenas ganham mais pessoas para tratar (ou mais vantagens para cada participante individualmente.
condições/riscos nas mesmas pessoas), como se elas
Essa abordagem compreende uma fase inicial de
fossem (mais) doentes.
introdução da medida preventiva que precisa envolver a
Há 5 grandes inconvenientes nessa estratégia de sociedade ou a população como um todo e, por vezes,
abordagem: suas estruturas políticas, econômicas e valores culturais.
Alguns exemplos são: introduzir uma lei ou norma
1 – A prevenção torna-se medicalização com custos
sanitária, tal como proibir o fumo em locais fechados e
institucionais, sociais e psicológicos decorrentes das
públicos, aumentar os impostos sobre o tabaco, tornar o
intervenções: transformação da subjetividade e do
uso do cinto de segurança obrigatório, instituir lei seca no
Carla Bertelli – 6° Período
trânsito, proibir agrotóxicos e transgênicos, incentivar o intervenção individualizada (p. ex., mulheres de 25 a 64
cultivo e a disseminação de alimentos orgânicos, etc. anos, para fazer o exame de Papanicolau). O
Após serem incorporadas na sociedade e na cultura, rastreamento tanto pode gerar uma ação preventiva
essas ações preventivas de alcance populacional tornam- aditiva como uma ação preventiva redutiva.
se sustentáveis
• Um exemplo de ação preventiva aditiva seria o uso
Uma determinada açáo preventiva pode ser: (a) redutiva ou de sinvastatina nas pessoas rastreadas com risco
aditiva, (b) primária, secundária, terciária ou quaternária; e cardiovascular maior ou igual a 20%;
(c) implementada como estratégia de alto risco ou abordagem • Um exemplo de ação preventiva redutiva seria o
populacional. Para um problema específico, podem ser rastreamento de tabagismo seguido de
combinados tipos e estratégias diferentes de ações aconselhamento para parar de fumar sem
preventivas, como, por exemplo, no problema do intervenção farmacológica.
tabagismo associado aos cânceres (principalmente o de
Como, na maioria das vezes, os rastreamentos
pulmão) e nas doenças cardiovasculares
(prevenção secundária) envolvem a introdução de uma
medicação ou uma intervenção biomédica, a tendência
é de que envolvam prevenção aditiva. Além disso, como
o próprio ato de rastrear é uma intervenção alheia à vida
individual e coletiva manejada pelo profissional e/ou pelo
sistema de saúde, ele, em geral, é considerado
prevenção aditiva.
Nesse panorama, o rastreamento é uma atividade de
seleção e diagnose em assintomáticos, em meio a um
amplo espectro de atividades de cuidado, de promoção
e de melhoria da saúde, muitas delas de alto poder de
impacto sobre a produção da saúde e a prevenção de
doenças.
Por definição, rastreamento é a aplicação de testes ou
procedimentos diagnósticos em pessoas assintomáticas
com o propósito de dividi-las em dois grupos: aquelas
sem a condição e aquelas com a condição a ser
As medidas preventivas redutivas visam reduzir um risco rastreada e que podem vir a ser beneficiadas pela
aumentado já existente, visando restabelecer condições intervenção antecipada
e modos de viver normais ou salutogênicos. Já as
medidas preventivas aditivas são a introdução de um
fator estranho, artificial ao corpo ou ao ambiente, para
conferir proteção específica.
Vacinas de DNA, RNA e Vetores Virais – São os mais imunopreveníveis, especialmente influenza e doença
recentes. São feitas apenas de um trecho do material pneumocócica. É interessante observar que, além da
genético do patógeno. proteção direta, a imunização anual contra influenza pode
levar a diminuição na incidência, morbidade e mortalidade
Conferir tabelas de vacinação do SUS, adultos, crianças,
por infarto agudo do miocárdio em pacientes com
jovens e gestantes.
doença coronariana e também reduzir o risco de
hospitalização em idosos com DPOC
A criação do Programa Nacional de imunizações é uma
das principais ações de saúde pública no país. Graças a
Diabetes e Doenças Imunopreviníveis – A diabetes é fator
isso foi possível erradicar do território brasileiro a
de risco para o desenvolvimento de inúmeras infecções.
poliomielite, sarampo, rubéola, rubéola congênita, tétano
No que diz respeito às imunopreveníveis, as mais
materno e neonatal, além da eliminação da febre amarela
urbana. relevantes são: influenza, pneumonia e hepatite B. A
doença não está relacionada ao aumento de eventos
Hepatites – Hepatite B é a segunda que mais mata entre adversos vacinais, portanto deve-se seguir o calendário
as hepatites virais, fica atrás apenas da Hepatite C (que da própria faixa etária sem restrições, a não ser na
não é imunoprevinível). Tanto hepatite A, B e C são presença de contraindicações.
transmitidas por meio de relações sexuais desprotegidas
e/ou pelo contato com sangue contaminado, caiu
levemente nos últimos dez anos. Coberturas Vacinais
Pneumonia – Mais letal em idosos, ao passo que crianças O Programa Nacional de Imunizações (PNI) oferece nas
entre 0 e 1 anos lideram as incidências de internações. unidades básicas de saúde seis vacinas para adultos:
hepatite B, febre amarela, dT (difteria e tétano do tipo
adulto), tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), dTpa
Vacinação em Imunocomprometidos? (difteria, tétano e coqueluche acelular) para gestantes, e
HPV, para pessoas com HIV/Aids, pacientes
O avançar da idade afeta o sistema imunológico e
transplantados de órgãos sólidos, de medula óssea ou
favorece o desenvolvimento de enfermidades. A
oncológicos até 26 anos. A procura, contudo, é
vacinação, embora inegavelmente benéfica para
insatisfatória, exceto para a vacina influenza, em períodos
imunocomprometidos, ainda é um assunto profundo e
de sazonalidade elevada.
difícil de ser estudado. Em casos de condições
imunossupressoras, como o câncer, não devem receber
vacinas de vírus atenuados durante a quimioterapia,
radioterapia ou corticoterapia, salvo em situações
epidemiológicas excepcionais.
Com relação às inativadas, apesar de algumas poderem
ser usadas ao longo do tratamento, a possibilidade de
resposta subótima faz com que o ideal seja atualizar o
calendário até 14 dias antes do início da terapia. Após
término, caso o sistema imunológico tenha se
restabelecido, o paciente deve ser revacinado e também
receber as vacinas atenuadas. O intervalo entre o fim do
tratamento e a vacinação depende da droga utilizada e
da vacina. As principais indicações são: influenza, varicela,
hepatites A e B, tríplice viral (sarampo, caxumba e
rubéola) e dTpa (difteria, tétano e coqueluche acelular).
Papel das Vacinas na Prevenção de doenças cardíacas e
respiratórias – As enfermidades cardíacas e respiratórias
crônicas são importantes agravadores de doenças
Carla Bertelli – 6° Período
Anamnese
A obesidade é o acúmulo excessivo de gordura corporal Investigar história do excesso de peso: idade de início,
causada pelo balanço energético positivo, isto é, a maior e menor pesos alcançados, história familiar de
ingestão calórica excede o gasto calórico. Acarreta obesidade, tentativas anteriores de emagrecimento,
repercussões na vida do individuo e o aumento de sucessos obtidos e fatores precipitantes das recaídas. É
comorbidades. s. O local onde a gordura se acumula tem necessário conhecer o estilo de vida investigando sobre
repercussões em suas complicações, sendo que a comportamento alimentar e padrão de atividade física
obesidade abdominal é mais associada ao diabetes e à pessoal e familiar, suas expectativas relacionadas ao peso
doença vascular. As causas da obesidade incluem desejado
influências genéticas, ambientais e sociais. Raramente, a obesidade pode estar associada a causas
A obesidade é a doença nutricional mais frequente. Sua secundárias. Na anamnese, devem ser buscadas sintomas
prevalência aumenta com a idade e é mais comum no como Doenças Endócrinas (hipotireoidismo, Cushing), Uso
sexo feminino, em pessoas de baixa renda, com grau de de medicamentos associados ao ganho de peso como
instrução correspondente ao ensino médio, ou inferior, e antidiabéticos, anticonvulsivantes, alguns antidepressivos,
em negros. beta-bloqueadores, além de avaliar transtornos
psiquiátricos como a depressão.
O acúmulo de gordura pode ser mensurado por meio
do IMC – Divisão do peso em Kg pela altura ao quadrado Exame Físico
em M. O IMC correlaciona-se com os fatores de risco à O IMC é recomendado como uma estimativa prática de
saúde e é utilizado para classificar o grau de obesidade sobrepeso em adultos, mas necessita ser interpretado
com cautela porque não é uma medida direta da
adiposidade. Em adultos com grande massa muscular, o
IMC superestima a adiposidade. Não se recomenda como
rotina o uso da bioimpedância para medida da adiposidade
geral.
A avaliação da gordura abdominal – medida da
circunferência – deve ser usada em adultos com IMC
menor do que 35 kg/m2 . Na criança, essa medida não
é recomendada como rotina, mas pode ser usada como
uma avaliação adicional de risco.
O IMC, como medida de excesso de peso, tem mostrado
uma correlação linear com o risco de doença
cardiovascular (DCV) e com o desenvolvimento de
diabetes melito tipo 2 (DM2), bem como de hipertensão
arterial sistêmica (HAS) e doença da vesícula biliar.
Além desses riscos, a obesidade é também associada a
vários tipos de câncer, a doenças osteomusculares,
pulmonares e reprodutivas. A adiposidade está
relacionada a outras doenças por vários mecanismos: o
tecido adiposo em excesso se acompanha de aumento
de macrófagos e outras células imunes que secretam
mediadores inflamatórios que contribuem para o
desenvolvimento de resistência à insulina; a adiposidade No exame físico, devem-se buscar sinais de doenças
generalizada nos tecidos leva a problemas mecânicos associadas à obesidade secundária: pele seca, fria e
(compressão renal, refluxo gastresofágico [RGE], descamativa, cabelos finos e secos, voz rouca, madarose,
sobrecarga das articulações, entre outros) e metabólicos, edema duro, presença de bócio (hipotireoidismo),
como, por exemplo, lipotoxicidade dos ácidos graxos obesidade centrípeta e com giba, presença de acantose
livres, levando à esteatose e à cirrose nigricante, estrias purpúricas (síndrome de Cushing),
aspecto facial característico de acromegalia com
Carla Bertelli – 6° Período
O exercício físico promove benefícios antropométricos, gastrectomia vertical laparoscópica levaram à redução do
metabólicos, neuromusculares e psicológicos ao indivíduo IMC e não houve diferenças consistentes entre as
obeso. Quando realizado de forma regular, melhora a técnicas.
resistência cardiorrespiratória, o perfil lipídico, o bemestar
O tempo de acompanhamento em serviço especializado
geral, a energia, promove a elevação da sensibilidade dos
é variável. Frequentemente, a recomendação é o
tecidos à insulina, auxilia no controle do DM2, reduz riscos
acompanhamento de pelo menos 2 anos nos Serviços
cardiovasculares, mesmo quando não ocorre perda de
de Cirurgia Bariátrica. A avaliação, nesses 2 anos, deve
peso (A). Autoestima, imagem corporal, humor, redução
incluir: ●Monitoramento da ingesta nutricional e das
da ansiedade e depressão também são alterados de
deficiências minerais ●Monitoramento das comorbidades
forma positiva
●Revisão das medicações ●Avaliação e suporte
A recomendação atual é a prática de exercícios físicos nutricional ●Avaliação e suporte para atividade física
de, no mínimo, 150 minutos de exercícios moderados por ●Manejo das condições psicológicas Após, os pacientes
semana para a manutenção do peso e da saúde e mais devem ser acompanhados anualmente para avaliar o
de 150 minutos por semana para promover o status nutricional, a suplementação e o manejo de
emagrecimento e evitar a recuperação do peso. Há uma doenças crônicas
relação entre dose e resposta, ou seja, quanto maior a
duração, a frequência e a intensidade, maiores serão os
benefícios.
• Anormalidades em qualquer uma das 3 medidas A MAPA é hoje o padrão-ouro da aferição da PA. Além
estabelece o diagnóstico de HAS de aferir a PA por inúmeras vezes (geralmente mais de
50 vezes no período de 24 horas), destaca-se por aferir
a PA no período do sono. A PA elevada nesse período
Aferição da PA é fator de risco independente da PA de 24 horas.
estratégias de prevenção são consideradas: a Para pacientes sem doença cardiovascular ou alto risco,
populacional e a dirigida a grupos de risco. recomendam tratamento medicamentoso para PA ≥
140/90 mmHg
• Populacional – Redução da exposição populacional a
fatores de risco, principalmente a exposição
populacional ao cloreto de sódio
Agentes Anti-Hipertensivos
• Dirigida – Intervenção em indivíduos com PA
limítrofe, predispostos à HAS, com medidas
equivalentes às propostas para tratamento não
medicamentoso
Tratamento Medicamentoso
A diretriz norte-americana recomenda tratar com
medicamentos pacientes com PA ≥ 130/80 mmHg e risco
cardiovascular aumentado (doença cardiovascular prévia
ou risco de eventos cardiovasculares em 10 anos ≥ 10%)
Para os demais pacientes com PA ≥ 130/80 mmHg,
recomendam tratamento não medicamentoso e
reavaliação em 6 meses.
Carla Bertelli – 6° Período
Quando Referenciar:
• Hipertensão de difícil controle: com, no mínimo, três
medicações de classes diferentes em doses
adequadas e após avaliar adesão
• Hipertensão secundária: Dependendo da condição
do serviço e da segurança clínica, o médico de família
e comunidade pode iniciar a investigação na APS e
referenciar em um segundo momento
• Emergências hipertensivas: aqui, ressalta-se que o
grupo emergências hipertensivas reúne diferentes
diagnósticos, cujo manejo inicial está descrito em
outros capítulos. Nesses diagnósticos, o papel do
médico de família e comunidade é reconhecer a
emergência, prestar os cuidados iniciais e referenciar
a pessoa ao serviço de emergência. São exemplos
de emergências hipertensivas: infarto agudo do
miocárdio e síndromes coronarianas agudas, AVC
isquêmico ou hemorrágico, dissecção de aorta,
edema agudo de pulmão, encefalopatia hipertensiva
e eclâmpsia.
Como Diagnosticar?
Definido pela presença de hiperglicemia, pode ser
identificada através de glicemia casual, glicemia de jejum,
TTG e HbA1c. Na ausência de hiperglicemia inequívoca, o
diagnóstico requer dois exames alterados na mesma
amostra (em geral, glicemia de jejum e HbA1c) ou em
amostras diferentes (em geral, em outro dia
Em caso de crise hiperglicêmica, o diagnóstico é feito de
imediato para pronto tratamento. Na presença de
sintomas clássicos de hiperglicemia (polidipsia, poliúria,
polifagia e perda inexplicada de peso), acompanhados de
glicemia casual ≥ 200 mg/dL, o diagnóstico de diabetes
também não exige confirmação.
Carla Bertelli – 6° Período
remanescentes, referida com frequência como “lua de hábitos alimentares irregulares aumentam o risco de
mel”; hipoglicemia, devendo ser considerados nos cuidados
✓ Diabetes tipo 2, em geral, tem início insidioso e os terapêuticos e preventivos.
sintomas são mais brandos. Manifesta-se principalmente
em adultos com longa história de excesso de peso e Presença de Complicações Crõnicas – A presença de
história familiar de diabetes tipo 2. No entanto, com o complicações crônicas pode afetar a intensidade de
aumento da obesidade em todos os grupos, observa-se monitoramento, o escalonamento terapêutico e a
um aumento na incidência de diabetes tipo 2 em adultos escolha do agente terapêutico. A presença de doença
jovens, crianças e adolescentes. Após o diagnóstico, o cardiovascular ou renal sinaliza a necessidade de priorizar
diabetes tipo 2 pode evoluir por muitos anos antes de
antidiabéticos que efetivamente melhoram o prognóstico
requerer insulina para controle da glicemia. Quando a
dessas complicações, como os inibidores da SGLT2 e os
evolução para a necessidade de insulina for mais rápida
ou o paciente não apresentar excesso de peso, suspeita- agonistas do GLP-1.
se de diabetes autoimune com início tardio (LADA). A presença de complicações do diabetes, como a
Em algumas circunstâncias, a diferenciação clínica entre doença renal, pode requerer intensificação de controle
o diabetes tipo 1 e o diabetes tipo 2 não é simples, glicêmico, até mesmo com insulina. Por outro lado, a
especialmente em crianças ou adolescentes com presença de outras complicações, multimorbidade,
excesso de peso. Em caso de dúvida, podem ser fragilidade, demência, câncer atual, entre outras, pode
solicitados níveis de anticorpos anti-GAD e avaliação da sinalizar a necessidade de priorizar opções terapêuticas
secreção pancreática de insulina por meio da medida de adicionais e, muitas vezes, flexibilizar os alvos glicêmicos.
peptídeo-C plasmático. Anticorpos positivos e peptídeo- Excesso de Peso – Pode ser necessário suporte para
C < 0,9 ng/mL sugerem o diagnóstico de diabetes tipo perda/manutenção do peso corporal. Na escolha
1; anticorpos negativos e peptídeo-C elevado, de diabetes terapêutica, na medida do possível, deve-se evitar o uso
tipo 2. Quando o diabetes ocorre em paciente jovem de insulina e, em menor grau, das sulfonilureias, pela
(idade < 25 anos) e há forte história familiar em várias propensão ao ganho de peso.
gerações (pelo menos duas gerações), suspeita-se de
MODY (do inglês maturity onset diabetes of the young),
um tipo de diabetes monogênico. Fatores de Risco Cardiovascular
Os fatores de risco para doenças cardiovasculares, além
Idade de Início do DM2 e duração da Doença de contribuir para essas doenças, também são fatores
de risco para as demais complicações do diabetes.
O diabetes tipo 2 está se manifestando mais cedo na
Considerando que as doenças cardiovasculares são a
vida e há evidências que sugerem que pessoas afetadas
maior causa de morbimortalidade, o risco cardiovascular
mais cedo apresentam um diabetes mais grave. Por outro
deve ser estimado na avaliação inicial e em consultas
lado, um tipo tardio de diabetes tipo 2 está sendo visto
subsequentes para definir e priorizar as intervenções
de forma crescente, em decorrência do aumento da
terapêuticas e preventivas necessárias.
longevidade nas últimas décadas. Em geral, esses casos
são mais benignos e requerem monitoramento mais Não esquecer também dos fatores psicológicos de ser
flexível quanto à prevenção de complicações crônicas. A um paciente diabético, assim como questões
duração da doença acarreta maior tempo de exposição biopsicossociais
à hiperglicemia, sendo, por si só, um fator de instabilidade.
Além disso, o diabetes tipo 2 em geral tem evolução
progressiva, com deterioração da função pancreática, Monitoramento da Glicemia
podendo chegar a estágios em que é necessário o uso
O controle glicêmico pode ser monitorado por meio da
de insulina.
glicemia capilar (jejum, pré-prandial e pós-prandial), uma
Grau de Hiperglicemia – A glicemia é monitorada ferramenta muito útil para ajustes da medicação,
periodicamente para orientar o tratamento para alívio dos principalmente da insulina, bem como pela HbA1c, que
sintomas e para prevenção das complicações. fornece medida de controle dos últimos 3 meses. O
monitoramento com glicemias capilares pode ser feito
Risco de Hipoglicemia – Fatores como idade > 75 anos,
por automonitoramento ou no serviço de saúde. Para
doença renal terminal, hipoglicemia severa prévia e
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metas, promovendo autoeficácia. A equipe da APS pode dispepsia funcional, úlcera péptica, doença do refluxo
complementar o suporte necessário, por exemplo, gastroesofágico e câncer. A dispepsia funcional é
realizando glicemia capilar/cetonúria e pronto- responsável por 60% dos casos, sendo caracterizada por
atendimento em casos de descompensação aguda inicial. sintomas presentes por pelo menos 3 meses e ausência
de alterações estruturais
Os casos de diabetes tipo 2, especialmente quando não
apresentam complicações, são atendidos pela equipe da
APS. O tratamento é quase sempre realizado com
O que fazer?
antidiabéticos orais, eventualmente complementados
com injeções de agonista do receptor de GLP-1 (arGLP- Anamnese – História dirigida a detecção de sinais de alerta
1) ou insulina basal. Como a prevalência de diabetes tipo 2 e sintomas que surgiram diagnósticos diferenciais á
é alta e tende a crescer nos próximos anos, o síndrome dispéptica, como problemas cardíacos ou
acompanhamento da maioria dos casos será feito na APS. biliares. Importante definir a frequência dos sintomas e a
Casos que requeiram esquemas mais complexos ou correlação com os hábitos de vida (comer
apresentem complicações de diabetes podem ser demasiadamente, bebida alcoólicas, alimentos específicos,
acompanhados por endocrinologista ou outro especialista tabagismo).
que acompanha a complicação desenvolvida.
Sinais de Alerta Imediato – Sangramento gastrointestinal
Toda mulher em idade fértil com diabetes deve receber significativo
orientações sobre planejamento da gravidez
Sinais de Alerta Abordagem Inicial Eletiva – Disfagia
progressiva, perda de peso, massa epigástrica, anemia
ferropriva, vômitos persistentes, persistência dos
sintomas após tratamento empírico com IBP e
Dispepsia – Má digestão, caracterizada pela erradicação do H. pylori
presença recorrente ou persistente de dor ou
Alguns medicamentos sáo responsáveis por sintomas
desconforto epigástrico não relacionado ao uso de anti-
inflamatórios não esteroides e acompanhado ou não com dispépticos, seu uso deve ser analisado – AINEs, antagonista
sensação de saciedade precoce, náuseas, vômitos, do cálcio, bifosfonados, biguanidas, corticoides, nitratos e
pirose, regurgitação excessiva e eructação. É qualquer teofilina.
sintoma referente ao trato digestivo superior, é uma dor • O Ibuprofeno é o AINEs mais seguro para o TGI. A
abdominal vaga, queimação epigástrica. Esses sintomas ação dos AINEs inclui que o boqueio da
estão associados a uma maior probabilidade de cicloxigenase 1 (COX 1), aumenta a secreção ácida.
disfunções do trato digestivo alto, sem necessariamente,
associado com lesões anatomopatológicas. Exame Físico – Normal ou com dor discreta na região
epigástrica. A presença de massa abdominal pode ser
Pode se dividir em dois grupos = Dispepsia não indicativa de malignidade e deve ser investigada.
investigada, dispepsia investigada. Outras divisões incluem
dismotilidade, úlcera e refluxo Exames Complementares – Os mais utilizados são a
Endoscopia Digestiva Alta e os testes para detecção para
H. pylori. A EDA é padrão ouro para diagnóstico de lesões
estruturais e consequentemente de causas específicas
da dispepsia. Utilização da EDA como primeira escolha em
pacientes sem sinais de alerta demonstrou uma discreta
recidiva dos sintomas. O custo do exame e a dificuldade
de acesso a ele superam os benefícios.
Em pessoas que já realizaram a EDA e retornaram os
sintomas, deve se introduzir a terapêutica de acordo com
o diagnóstico anterior. A repetição do exame só está
A maioria dos indivíduos com sintomas dispépticos são indicada naqueles que apresentarem sinais de alerta não
tratados como tendo dispepsia não investigada, de causa presentes no momento da intervenção anterior.
desconhecida. Como diagnósticos etiológicos, incluem
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probabilidade de origem miocárdica. Como descrito antes, concentrando-se na educação do paciente e de seus
a dor torácica de origem esofágica pode ser indistinguível familiares acerca da sua própria doença, diminuindo a
da dor cardíaca, e a origem cardíaca deve ser sempre agressão do suco gástrico e/ou biliar à mucosa esofágica
descartada inicialmente Na investigação de dor torácica pelo controle da secreção ácida e melhorando a função
recorrente com suspeita de origem esofágica, um teste do esfincter esofágico inferior e do esvaziamento
terapêutico com IBPs em dose matinal e antes do jantar gástrico.
por 4 semanas tem sensibilidade e especificidade
aceitáveis para diagnóstico de DRGE. Em caso de
persistência de dor torácica, a EDA deve ser obtida e,
quando não demonstrar sinais (erosões, úlceras) de
DRGE, pode ser seguida por manometria esofágica e
pHmetria de 24 horas, para excluir, respectivamente,
doenças motoras do esôfago ou DRGE.
Por outro lado, na ausência de pirose/regurgitação, é
recomendável a investigação complementar para
confirmar DRGE e/ou descartar outras doenças.É
consenso que a maioria dos pacientes com
pirose/regurgitação que procuram os sistemas de saúde
não precisa de investigação complementar.
Quando os sintomas atípicos (tosse cronica, rouquidão e
asma) são dominantes, mas associados á pirose
frequente, a probabilidade de DRGE é alta e um teste
terapeutico com IBP é recomendado durante 8 semanas.
É importante salientar que a pirose rapidamente melhora
com o tratamento, mas a tosse, rouquidão ou asma
respondem de maneira lenta, e as vezes melhoram após
3 a 6 meses
Entre as medidas com benefício mais bem estabelecido Paternidade e Cuidado: busca sensibilizar gestores (as),
estão a perda de peso, a interrupção do tabagismo não profissionais de saúde e a sociedade em geral sobre os
seguida de ganho de peso e, nos indivíduos com benefícios da participação ativa dos homens no exercício
sintomas noturnos, a elevação da cabeceira da cama, da paternidade em todas as fases da gestação e nas
além de evitar refeições antes de deitar por 2 horas. ações de cuidado com seus (suas) filhos (as), destacando
como esta participação pode contribuir a saúde, bem-
estar e fortalecimento de vínculos saudáveis entre
crianças, homens e suas (seus) parceiras (os);
Doenças prevalentes na populaçáo masculina: reforça a
importância da atenção primária no cuidado à saúde dos
homens, facilitando e garantindo o acesso e a qualidade
dos cuidados necessários para lidar com fatores de risco
de doenças e agravos à saúde mais prevalentes na
população masculina;
Prevençáo de Violéncias e Acidentes: procura conscientizar
sobre a relação significativa entre a população masculina
e violências e acidentes. Propõe estratégias preventivas
na saúde, envolvendo profissionais e gestores de saúde
Brasil é o único país da América Latina com uma política e toda a comunidade.
de saúde específica para a população masculina, a Política
Nacional de Atenção Integral á Saúde do Homem
(PNAISH), e tem como objetivo promover melhoria das Objetivos Específicos
conduções condições de saúde da população masculina, “Organizar, implantar, qualificar e humanizar, em todo
reduzindo a mortalidade e morbidade deles e abordando território brasileiro, a atenção integral a saúde do homem,
de maneira abrangente os fatores de risco e dentro dos princípios que regem o Sistema Único de
vulnerabilidade associados. Saúde”
PNAISH tem como objetivo principal facilitar e ampliar o ‘“Estimular a implantação e implementação da assistência
acesso com qualidade da população masculina ã es e aos em saúde sexual e reprodutiva, no âmbito da atenção
serviços de assistência integral a saúde da Rede SUS, integral à saúde”
mediante a atuação nos aspectos socioculturais, sob a
perspectiva de gênero, contribuindo de modo efetivo “Ampliar, através da educação, o acesso dos homens às
para a redução da morbidade, da mortalidade e a informações sobre as medidas preventivas contra os
melhoria das condições de saúde agravos e enfermidades que os atingem”
Eixos Temáticos – Acesso e acolhimento, Dados mostram que os homens brasileiros morrem, em
Paternidade e Cuidado, Saúde Sexual e Saúde média, 7 anos mais cedo que as mulheres. Essa diferença
Reprodutiva, Doenças prevalentes na população se deve em grande parte à mortalidade por causas
masculina, Prevenção de violência e acidentes. externas. Buscar um serviço de saúde é, para muitos
homens, uma demonstração de vulnerabilidade que afeta
Acesso e Acolhimento: visa reorganizar as ações de saúde, sua masculinidade.
por meio de uma proposta inclusiva, na qual os homens
considerem os serviços de saúde também como Não se deve abordar a saúde dos homens apenas com
espaços masculinos e, por sua vez, os serviços foco nas doenças mais prevalentes ou por meio de
reconheçam os homens como pessoas que necessitam campanhas, mas também como uma política integrada à
de cuidados e acesso à saúde; rede, que atenda às demandas e necessidades dos
homens e atente a diferenças entre eles, como raça/cor,
Saúde Sexual e Saúde Reprodutiva: promove a abordagem renda, geração e orientação sexual.
às questões sobre a sexualidade masculina, nos campos
psicológico, biológico e social, respeitando seu direito e
vontade do individual de planejar, ou não, ter filhos;
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Por que atentar à saúde dos homens no maioria daqueles óbitos é causada por agressões,
Brasil? seguidas pelos acidentes associados ao transporte e a
lesões autoprovocadas (suicídios).
• Segundo dados de 2015, do banco de dados do Sistema
Único de Saúde os homens brasileiros morrem em média Estudos mostram que em todos os locais foi encontrado
cerca de 7 anos mais cedo do que as mulheres. um excesso de mortes entre os homens devido a causas
potencialmente evitáveis, em maior ou menor grau
• As políticas de saúde brasileiras historicamente
atribuíveis a estilo de vida e a atividades arriscadas.
privilegiaram mulheres e crianças, e os homens são
frequentemente vistos como meros facilitadores ou Quanto às doenças fatais do aparelho circulatório, cabe
dificultadores da saúde sexual e reprodutiva feminina. ressaltar que um quarto das mortes entre os homens
ocorrem na faixa etária de 20 a 59 anos. Esse dado
• É histórico o desconhecimento sobre as peculiaridades
questiona a efetividade das estratégias adotadas de
de ser homem na sociedade.
prevenção secundária no Brasil.
• Boa parte de sua mortalidade é por causas evitáveis,
As neoplasias que mais matam homens no Brasil são as
muito relacionadas a comportamentos adotados por
de traqueia, brônquio ou pulmões, seguidos dasde
corresponderem a um estereótipo tradicional de
próstata e de estômago.Na parte gastrointestinal, doenças
masculinidade.
do fígado são as maiores partes de mortes entre
• Sua inclusão nos serviços de saúde tem ocorrido de homens de 25 a 59 anos, principalmente pela associação
uma forma medicalizada e potencialmente iatrogênica, como álcool. Quando somadas ao impacto do tabagismo
focada no tratamento da disfunção erétil e no no perfil de morbimortalidade (influenciando fortemente
rastreamento do câncer de próstata. as causas vasculares, neoplásicas e respiratórias), essas
cifras reforçam o papel de hábitos predominantemente
masculinos e associados a uma masculinidade
Perfil de Morbidade – Aqueles veiculados pela hegemônica, não só pelos hábitos em si serem
PNAISH descrevem apenas o perfil de hospitalização, que demonstrações dessa masculinidade, mas também por
são os casos mais graves, o que dificulta o planejamento serem formas de lidar com o sofrimento psíquico de uma
mais acurado das ações pelas equipes de atenção população pouco habituada a buscar cuidado. Tudo isso
primária e de gestores. Feita essa ressalva, os dados indica como as “lentes de gênero” podem ajudar a
relativos à internação revelam que, à época do traduzir dados epidemiológicos ao considerar a influência
lançamento da PNAISH, os homens respondiam por 40% direta da sociedade sobre as mortes e os agravos
de todas as hospitalizações, sendo a faixa etária-alvo (25- evitáveis.
59 anos) um 15% do total.
As causas externas lideravam os motivos de internação
Formulação da PNAISH
com 16%, a maioria relacionada a quedas, seguida por
acidentes de trânsito; o grupo populacional mais afetado A estratégia de elaboração escolhida pela PNAISH foi
se encontrava entre 20 e 29 anos de idade. Seguindo as investigar os principais agravos de saúde que acometiam
causas de internação têm-se as patologias do aparelho os homens, por meio do recorte de sexo, na faixa etária
circulatório, lideradas pelos acidentes coronarianos (40% entre 20 a 59 anos, e que, em 2009, correspondia a 41%
das internações) e hipertensão arterial sistêmica (HAS) da população de homens no Brasil. A PNAISH foi lançada
(19%).O perfil de morbidade masculina também indica a em 2009, juntamente com o seu instrumento norteador
necessidade de estabelecer estratégias em relação ao para a construção de ações e estratégias voltadas para
tabagismo e ao abuso de álcool, fatores de grande a saúde do homem: o Plano de Ação Nacional (PAN).
impacto no adoecimento dessa população
Estratégia de Atuaçáo da Atençáo Básica para a Efetivaçáo
Perfil de Mortalidade – As causas externas se da PNAISH – A PNAISH buscou traçar um cenário sobre
mantêm como primeira causa de morte entre os adultos a saúde da população masculina adulta, chegando à
jovens, vindo a ser superadas pelas doenças do aparelho conclusão de que a procura dos homens pelos serviços
circulatório e pelos tumores a partir dos 50 anos – o que de saúde é muito mais reduzida do que entre as
é esperado pela história natural desses agravos mulheres, e que estes apresentam menor índice de
associados aos efeitos cumulativos dos hábitos de vida. A adesão às propostas terapêuticas, à prevenção e à
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promoção da saúde. Este quadro evidencia que muitos associada aos adolescentes – inconsequente, impulsiva,
agravos poderiam ser evitados caso os homens irresponsável? Como os homens lidam com sua
frequentassem com mais regularidade os serviços da AB. vulnerabilidade? Antes ainda: eles a percebem?
É importante a consolidação das ações e estratégias É necessário rever as prescrições e práticas sociais
formuladas pela PNAISH, tendo a melhoria do acesso e atribuídas e reproduzidas por homens e mulheres. É
do acolhimento da população masculina como aspectos- necessário romper com o modelo binário e fixo de
chave para a ampliação da cobertura da assistência a este masculino e feminino, que também são reproduzidos
público pelas equipes da AB. Atuam contra a melhoria do também em nível institucional. É preciso também
acesso e o acolhimento desta população à rede de reconhecer que gênero é relacional, superando a
serviços, tal como configurada, as barreiras socioculturais, vitimização das mulheres e a culpabilização dos homens.
econômicas e institucionais, desafiando os princípios As relações de gênero são relações de poder entre
norteadores da PNAISH recomendados pela política do homens e mulheres e destes entre si.
SUS – equidade, integralidade e universalidade.
Essa reflexão não visa a excluir a responsabilidade que o
• Reconhecimento Social da População Masculina no homem precisa ter sobre suas escolhas e seus
Território comportamentos nem patologizar o “ser homem”, mas
propor o debate sobre como levá-lo a se perceber
De maneira geral, as necessidades de saúde podem ser
como autor e, muitas vezes, como se torna alvo de seus
compreendidas em quatro dimensões:
atos – os quais, em várias ocasiões, envolvem amigos e
• necessidade de boas condições de vida; familiares, direta ou indiretamente, como nos acidentes
• necessidade de acesso a tecnologias de saúde que automobilísticos ou episódios de violência.
melhorem e prolonguem a vida; Acesso e Uso dos Serviços de Atençáo Primária á Saúde – O
• necessidade de vínculo entre o usuário e a equipe acesso aos serviços, na atenção primária à saúde (APS)
de saúde; envolve a percepção de necessidade de cuidado, a
• necessidade de autonomia perante as escolhas e conversão desta em demanda e o comparecimento dos
ações cotidianas relacionadas à saúde homens ao serviço de saúde. Esse processo é assistido
Os pontos importantes para instituir a cultura do cuidado por profissionais assoberbados pelas diversas demandas,
entre os homens coincidem com as necessidades de prioridades, urgências, programas e metas de produção.
saúde já descritas até o momento, e dentre os quais Barreiras Socioculturais – Os autores propõem que se
destacam-se: utilize o conceito de “Comunidades de prática” para
• vínculos solidários com os usuários; investigar como as identidades são aprendidas e
reproduzidas dentro de seus vários subgrupos e seus
• fomento do seu protagonismo na esfera da saúde; locais de inserção, considerando o papel do discurso, da
• corresponsabilização do usuário e de seus grupos cultura e das instituições envolvidas na formação local de
sociais na promoção da saúde. masculinidades e feminilidades. Em outras palavras, o
conceito busca localizar as práticas de saúde como
Quando se consolidam ações de inclusão dos homens no produtos da identidade masculina que emergem em uma
contexto de produção do cuidado em saúde, as comunidade em particular. Assim, os autores propõem
vulnerabilidades e as necessidades podem ser mais que os profissionais conheçam a formação das
facilmente reconhecidas pelos trabalhadores da rede, identidades dentro dos subgrupos nos quais esses
favorecendo respostas efetivas para as demandas e homens estão inseridos, em vez de reduzir suas práticas
dando visibilidade para outros fatores de adoecimento, de saúde como positivas ou negativas e justificá-las
além dos exclusivamente biomédicos, tais como questões conforme uma masculinidade hegemônica, que não pode
de ordem afetiva, familiar, socioeconômica, entre outros. ser modificada.
Concomitantemente, o setor saúde como um todo
Papel do Profissional de Saúde – Ao pratica uma estreita lógica biomédica, visando à detecção
considerar a grande mortalidade por acidentes e de doenças, em vez da promoção da saúde ou da
violências, não é instigante perceber que muitos homens atenção às demandas trazidas. Nessa lógica, as crianças
lidam com esses riscos de uma forma geralmente são quase que desligadas dos serviços de saúde aos 2
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anos de idade, período em que é reforçado o participação em eventos já existentes, como festas,
estereótipo da invulnerabilidade (“menino não chora”). A feiras ou atividades esportivas.
partir daí, as consultas tornam-se esporádicas, até que a
menina retorne na adolescência, para ter seu corpo
reprodutivo controlado e medicalizado, sendo ainda hoje
considerada, em última análise, a única responsável por
uma gravidez não planejada, ao passo que o adolescente
forja sua masculinidade e vivencia rituais como o abuso
de álcool e de outras drogas e o início da vida sexual
como troféus a serem conquistados. Os homens, em
geral, não contam com uma adequada rede de apoio, e
quando a possuem, têm dificuldade de acioná-la, quando
necessário. Nesse sentido, prevalece a dicotomia da
unidade de saúde como um espaço feminino (não só
pela maioria de profissionais mulheres, como também por
sua decoração frequentemente feminilizada ou
infantilizada), ao passo que o bar é refúgio de socialização
masculina.
O cuidar ainda é uma prática essencialmente feminina.
Como os homens se colocam quando assumir o papel
de cuidadores de seus filhos, pais ou cônjuges? Mais
ainda: são eles convidados a exercerem esse papel ou já
não se tem mais crença nessa possibilidade e se aceita
que eles são naturalmente insensíveis às necessidades
alheias? Muitas características de uma masculinidade
hegemônica, mesmo não correspondendo à vivência de
todos os homens, guiam boa parte deles e influenciam
sua saúde. Infelizmente, os profissionais nem sempre
enfrentam essas barreiras ou dialogam com suas
necessidades, mas, muitas vezes, reforçam
características da masculinidade hegemônica e esperam
que os homens se adequem ao serviço.
Barreiras Institucionais
• Comunicação
Possíveis Inadequações dos Serviços de Saúde
• Horário de Funcionamento
• Dificuldades de Acesso
Estratégias de Aproximação
A aproximação com os homens exige mudanças na
atitude e nas ações do serviço. Descreve a experiência
em um centro de saúde onde se realizaram tanto
atividades em sala de espera quanto atividades
extramuros, em que a equipe se aproxima dos locais da
comunidade onde os homens estão. Eles podem incluir
bares, padarias, oficinas mecânicas, canteiros de obra, etc.
Além da promoção de grupos de homens, sugere-se a