Debate Sobre A Legalização Da Maconha
Debate Sobre A Legalização Da Maconha
Debate Sobre A Legalização Da Maconha
Transtornos mentais
Doenças Físicas
Para além dos efeitos neurotóxicos, as doenças físicas resultantes
do consumo de maconha vêm sendo alvo de estudos, há mais de
duas décadas. A maconha fuma- da tem um alto potencial
cancerígeno e está relacionado à baixa resistência imu- nológica a
infecções (Hall e Solowij, 1998; Boutaleb et al., 2021). Seu consumo
está associado ao aumento de sintomas de bronquite crônica, asma,
enfisema, e infec- ções respiratórias, entre outras alterações nos
diferentes sistemas orgânicos (Bui, Simpson e Nordstrom, 2015;
Mozaffarian et al., 2016), sendo até mais graves do que aquelas
decorrentes do uso de cigarro de tabaco (BLF, 2012).
Para além das doenças respiratórias, o uso de maconha é um
possível fator de risco para o desenvolvimento de pancreatite aguda
(Barkin et al., 2017) - ocorrendo prin- cipalmente em pacientes
jovens com idade inferior a 35 anos -, além de sintomas
cardiovasculares e gastrointestinais (Monte et al., 2019), estando
significativamente associado a um risco aumentado de mortalidade
por doença cardiovascular, espe- cialmente entre aqueles que
iniciaram o seu uso antes dos 18 anos de idade.
Alterações no cérebro
1- Não há evidências científicas suficientes que justifiquem o uso de nenhum dos derivados
da cannabis no tratamento de doenças mentais. Em contrapartida, diversos estudos
associam o uso e abuso de cannabis, bem como de outras substâncias psicoativas, ao
desenvolvimento e agravamento de doenças mentais.1-6
3- As pesquisas sobre o CBD devem continuar, mas os estudos sobre os efeitos colaterais e
a probabilidade de dependência também devem ser realizados e intensificados.4,9
É importante ter em mente que não há nenhum registro em nenhuma agência reguladora
internacional de nenhum canabinoide para tratamento de nenhuma doença psiquiátrica.
Impacto no Trânsito
A cada ano, 1,3 milhão de pessoas morrem em veículos envolvidos em acidentes em todo o
mundo, e as taxas de mortalidade neste tipo de acidente são três ve- zes maiores em países
de baixa renda, quando comparados a países de alta renda (OMS, 2018).
O consumo de maconha tem se mostrado como um importante risco para a condu- ção
prejudicada de veículos e pelos acidentes de trânsito (Sewell et al., 2009). Além do álcool, a
maconha é a principal droga detectada nos casos de acidentes fatais de veículos
motorizados nos Estados Unidos (SAMHSA, 2014).
Uma parte importante das evidências de que a maconha prejudica a condução de veículos
motorizados e, consequentemente, leva a mais acidentes e mortes de veículos
motorizados, baseiam-se em relatórios epidemiológicos. Embora o número anual de
acidentes fatais com veículos nos Estados Unidos esteja diminuindo nos últimos anos (em
parte devido à aplicação mais consistente dos regulamentos e al- tas penalidades para
quem dirigir embriagado), o número de acidentes com veículos motorizados envolvendo
testes positivos de THC aumentou, sendo mais recorrente nos estados americanos que
legalizaram ou descriminalizaram o consumo de maco- nha
Violência
Alguns estudos têm associado o uso de maconha a menores salários, maior chan- ce de
desemprego, comportamento criminoso, e a menor satisfação com a vida (Fergusson e
Boden, 2008; Brook et al., 2013). Em um desses estudos, (Gruber et al., 2003), usuários de
maconha de longo prazo apresentaram efeitos negativos do consumo da droga em
diversas áreas, como habilidades cognitivas, realizações profissionais, vida social, saúde
física e mental afetadas.
Impactos Econômicos
Funcionários com teste positivo para o uso de maconha apresentam 55% mais aci- dentes
de trabalho, e as taxas de absenteísmo são de 75% entre os usuários da dro- ga (Zwerling,
et al., 1990; Fergusson, D.M. e Boden, J.M., 2008).
1. Falta de estrutura para o tratamento de dependentes. O Brasil não possui uma rede
comunitária ambulatorial e hospitalar para as pessoas que desenvolvem transtornos
mentais ou de comportamento em decorrência do uso da droga. Com o potencial aumento
do consumo, ocorrerá também um aumento do número de dependentes. É inadequado
discutir modelos que funcionam em outras nações sem compreender a realidade de saúde
brasileira.
. Maconha é ainda mais danoso à saúde que o cigarro. Quem fuma maconha consome
quatro vezes mais alcatrão do que se fumasse um cigarro de tabaco e cinco vezes mais
monóxido de carbono, duas substâncias associadas diretamente ao câncer de pulmão.
3. Alto risco e impacto no desenvolvimento dos jovens. Dos 12 aos 23 anos, o cérebro está
em pleno desenvolvimento. Quanto mais precoce o uso da droga, maiores são as chances
de dependência. A ação da maconha nessa fase de formulação cerebral pode ser
irreversível. Com a legalização deveria aumentar o número de usuários, especialmente
entre os adolescentes. Quando usada na adolescência, o risco de dependência é o mesmo
da cocaína, ou seja, 15%.
5. Uso terapêutico da droga ainda está em fase de estudos. Há normas legais no Brasil
referentes ao uso experimental de qualquer nova terapêutica, inclusive o eventual uso de
derivados da cannabis. Sendo assim, bastaria cumprir essas normas para que seja possível
cumprir tal finalidade sem a necessidade da legalização total da droga. Usar o falso
pretexto de que a maconha faz bem é ingênuo e perverso. O que pode eventualmente vir a
ser útil são substâncias extraídas da maconha, sem características alucinógenas, como
ocorre com o Canabidiol, vendido em formulações a óleo e spray. A maconha fumada não
possui nenhuma evidência científica com relação a sua eficácia terapêutica.