Rascunho Do Dia Da Mulher

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Rascunho do dia da mulher

Dinâmica breve

Folheto com datas e marcos importantes

Falar da síndrome da impostora

Saber da nova lei da igualdade de salários ?

Poema, espalhado as frases entre elas

Os temas das palestras e debates devem ser relevantes. Empreendedorismo e


liderança feminina, a presença da mulher no mundo atual, autoestima e
autocuidado e igualdade de gênero no mercado de trabalho são algumas
opções.

odo dia 8 de março, as mulheres acordam com uma certeza: receberão algum
mimo, geralmente flores; ouvirão algum discurso sobre terem força
combinada com delicadeza e provavelmente alguma piada sobre tarefas
domésticas. Mas o Dia Internacional da Mulher é celebrado mundialmente
como um marco na luta por direitos humanos.
A data nasceu de uma série de manifestações de mulheres por melhores
condições de trabalho no século 20 e é utilizada para promover a reflexão
sobre o longo caminho percorrido na trilha da igualdade entre homens e
mulheres.

Professoras e professores devem aproveitar a oportunidade para debater em


sala de aula os direitos adquiridos desde 1911 e refletir sobre o que ainda pode
e precisa ser feito para criar oportunidades dignas a todos os cidadãos e
cidadãs. “Avançamos muito, mas as mulheres ainda têm sobrecarga de
trabalho doméstico e salários mais baixos para funções de mesmo nível e
sofrem violências motivadas por gênero. Trabalhar essa data nas escolas é
retomar essas problemáticas doloridas e formar cidadãos mais conscientes e
capazes de mudar essa realidade”, aponta Veridiana Campos, doutora em
Sociologia e especialista em desigualdade de gênero.

Veridiana explica que os meninos precisam participar do debate. “As escolas


também podem aproveitar para discutir conceitos de feminilidade e
masculinidade e repensar a criação de meninas e meninos desassociando os
universos culturalmente atribuídos a cada gênero, como profissões de Exatas e
atividades de força destinadas a meninos e profissões de Humanas e
atividades domésticas destinadas a meninas.”

Atividade sobre mulheres na área de Exatas


Para Rosiane Prates, professora de Matemática dos Anos Finais, que atua há
mais de dez anos na rede pública, lutar contra um cenário de desigualdade
também passa pela sala de aula. Uma alternativa simples, mas que pode se
mostrar potente, é apresentar para a turma uma proposta de leitura e pesquisa
sobre quem foram as mulheres que se destacaram no decorrer dos séculos e na
atualidade por suas descobertas científicas e atuação na Matemática.

É possível, por exemplo, trabalhar a vida de Ada Lovelace. Ela escreveu o


primeiro algoritmo processado por uma máquina e, com isso, foi a primeira
programadora da História, cujo nome de batismo era Augusta Ada Byron
King, uma verdadeira condessa do século 19, filha do poeta inglês mais
conhecido como Lorde Byron.
“Precisamos mostrar que elas também podem seguir na área científica, em
especial por meio da Matemática, ainda na fase escolar, com o intuito de
descortinar muitas possibilidades de atuação e desenvolvimento profissional,
mesmo nos campos ainda dominados pelos homens”, afirma a professora
Rosiane.

LEIA MAIS: Meninas e Matemática: sugestões para incentivá-las


Mulheres importantes na História
Para além da área de Exatas, o 8 de março pode ser importante para iniciar ou
intensificar um movimento a ser seguido durante todo o ano: lançar luz sobre
a atuação das mulheres na sociedade. Uma alternativa é começar com as
figuras femininas do cotidiano da turma, recurso que tem potencial para
render boas experiências, especialmente com as crianças mais novas. Aliás,
essa é uma das sugestões que a professora Paula Sestari traz para abordar
o Dia da Mulher na Educação Infantil.

“Comece levantando curiosidades do tipo: onde sua mãe trabalha? Como é a


rotina das mulheres da sua casa? Aos poucos, busque evidenciar a importância
desses papéis exercidos pelas figuras femininas, realçando a diversidade como
algo positivo para a nossa convivência em sociedade”, sugere Paula.

Para os maiores, um trabalho interessante pode ser apresentar nomes que


fizeram a diferença na sociedade, mas acabaram invisibilizados. Roberta
Duarte, professora dos Anos Finais do Ensino Fundamental na rede municipal
de Jaboatão dos Guararapes (PE) e integrante do Time de Formadores da
NOVA ESCOLA, dá dicas de personagens que merecem mais destaque nas
aulas, não apenas no 8 de Março, mas no contexto histórico no qual que estão
envolvidas.

Nísia Floresta
“Ela é uma das precursoras do feminismo no Brasil. Foi escritora, intelectual e
mais: uma revolucionária que lutou, por meio da Literatura e da Educação,
pela emancipação e independência das mulheres”, explica Roberta.

Maria Quitéria de Jesus


Conhecida como Maria Quitéria de Medeiros, foi uma heroína que lutou
contra tropas portuguesas pela Independência do Brasil. Nascida na Bahia,
Maria Quitéria serviu de inspiração para que outras mulheres se juntassem às
tropas, formando um grupo comandado por ela. “Hoje ela é reconhecida pela
sua coragem e seu protagonismo na Guerra da Independência”, destaca
Roberta.
Maria Felipa de Oliveira
Mulher negra, pescadora, capoeirista e marisqueira. Nascida em Itaparica
(BA), ficou conhecida por liderar um grupo de 200 pessoas – entre elas, povos
indígenas – na luta pela libertação portuguesa. Em 2018, foi declarada heroína
da Pátria Brasileira.

Outras conquistas femininas para trabalhar em sala


Para contribuir com o debate em sala, preparamos uma lista com as principais
conquistas femininas ao longo do tempo e os motivos que as tornam tão
importantes na História. Confira no infográfico abaixo.
Timeline Dark
Infogram

Pelo voto
Uma das lutas de maior significado para as mulheres, e que marca o início do
movimento feminista, é por direito ao voto. A organização feminina em prol
do direito de se manifestar politicamente ocorreu de forma quase simultânea
na Europa e nos Estados Unidos. Em 1869, foi criada a Associação Nacional
para o Sufrágio das Mulheres, em Nova York, por Susan B. Anthony e
Elizabeth Cady Stanton.
Já na Inglaterra, a articulação teve início em 1903, ano de formação da União
Social e Política das Mulheres, liderada por Emmeline Pankhurst. As
britânicas quebraram vitrines e patrimônios, sabotaram serviços públicos e
chegaram até a realizar um atentado com bomba diante da resistência do
governo. Após apoiarem os esforços do país durante a Primeira Guerra
Mundial, as britânicas conquistaram o direito ao voto em 1918.
Esse período de reivindicação do voto foi considerado, anos depois, como a
primeira fase do feminismo, embora o termo ainda não existisse oficialmente.
No Brasil, esse direito só foi garantido pela Constituição de 1932, após uma
luta de mais de dez anos liderada, sobretudo, pela bióloga Bertha Lutz, uma
das principais articuladoras do movimento pelo voto feminino no país.
Por Educação
As mulheres tiveram suas primeiras vitórias na luta por acesso à Educação no
século 19. Em 1837, passou a ser permitida a entrada de mulheres em
universidades nos Estados Unidos. Na Europa, o acesso à Educação se
popularizou após a Primeira Guerra Mundial.
No Brasil, as meninas conquistaram o direito de estudar além do primário
(atual Ensino Fundamental 1) em 1827. Em 1879, elas ganharam finalmente o
direito de cursar uma faculdade. O acesso à Educação é um dos principais
recursos para emancipação das mulheres, antes relegadas à esfera doméstica.
LEIA MAIS: Malala: “A Educação para as meninas deve ser prioridade
no Brasil”
Por controle de natalidade
Os anos 1960 foram marcados pela liberação feminina, ou revolução sexual.
Impulsionadas por obras feministas como O segundo sexo (1953), de Simone
de Beauvoir, e A mística feminina (1963), de Betty Friedan, as mulheres
deram início a um movimento mais social do que político. Em 1960, a
primeira pílula anticoncepcional passou a ser comercializada, o que
proporcionou liberdade para as mulheres terem mais controle sobre a gravidez
e revolucionou os costumes da época.
Por liberdades civis
Nas décadas de 1960 e 1970, as mulheres adquirem gradativamente algumas
liberdades civis. Em 1962, o Estatuto da Mulher Casada alterou mais de dez
artigos do código civil vigente. A nova lei retirou a obrigatoriedade de
autorização do marido para trabalhar, concedeu direito a herança e
requerimento da guarda dos filhos e estendeu às mulheres o poder familiar,
antes restrito aos homens. Isso significou, legalmente, o mesmo peso dentro
da estrutura familiar e emancipou as esposas da tutela dos maridos, ainda que
faltasse mudar os costumes. Em 1977, a provação da Lei do Divórcio conferiu
liberdade e autonomia para as mulheres interromperem casamentos infelizes.
Contra a violência
A luta pelo fim da violência contra as mulheres ganhou força no Brasil a partir
dos anos 1980, culminando com a criação, em 1985, do Conselho Nacional
dos Direitos da Mulher (CNDM).
As maiores conquistas das brasileiras nessa área, no entanto, são recentes. Em
2006, foi criada a Lei Maria da Penha, primeira a reconhecer e criar
mecanismos para combater a violência doméstica.
O nome é uma homenagem à farmacêutica brasileira que ficou paraplégica
após sofrer agressões do marido por anos. Foi um importante marco por dar
respaldo às mulheres para denunciar agressores. Ela não aborda apenas
violência física, mas também psicológica, sexual e patrimonial. Nove anos
depois, em 2015, foi sancionada a Lei do Feminicídio, que coloca o
assassinato de mulheres por razões da condição do gênero feminino como
circunstância qualificadora de homicídio e o enquadra no rol de crimes
hediondos. Ela dá visibilidade à violência sistemática à qual as mulheres estão
sujeitas no Brasil.
LEIA MAIS: Maria da Penha na sala de aula: da Educação Infantil à
EJA

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