Rascunho Do Dia Da Mulher
Rascunho Do Dia Da Mulher
Rascunho Do Dia Da Mulher
Dinâmica breve
odo dia 8 de março, as mulheres acordam com uma certeza: receberão algum
mimo, geralmente flores; ouvirão algum discurso sobre terem força
combinada com delicadeza e provavelmente alguma piada sobre tarefas
domésticas. Mas o Dia Internacional da Mulher é celebrado mundialmente
como um marco na luta por direitos humanos.
A data nasceu de uma série de manifestações de mulheres por melhores
condições de trabalho no século 20 e é utilizada para promover a reflexão
sobre o longo caminho percorrido na trilha da igualdade entre homens e
mulheres.
Nísia Floresta
“Ela é uma das precursoras do feminismo no Brasil. Foi escritora, intelectual e
mais: uma revolucionária que lutou, por meio da Literatura e da Educação,
pela emancipação e independência das mulheres”, explica Roberta.
Pelo voto
Uma das lutas de maior significado para as mulheres, e que marca o início do
movimento feminista, é por direito ao voto. A organização feminina em prol
do direito de se manifestar politicamente ocorreu de forma quase simultânea
na Europa e nos Estados Unidos. Em 1869, foi criada a Associação Nacional
para o Sufrágio das Mulheres, em Nova York, por Susan B. Anthony e
Elizabeth Cady Stanton.
Já na Inglaterra, a articulação teve início em 1903, ano de formação da União
Social e Política das Mulheres, liderada por Emmeline Pankhurst. As
britânicas quebraram vitrines e patrimônios, sabotaram serviços públicos e
chegaram até a realizar um atentado com bomba diante da resistência do
governo. Após apoiarem os esforços do país durante a Primeira Guerra
Mundial, as britânicas conquistaram o direito ao voto em 1918.
Esse período de reivindicação do voto foi considerado, anos depois, como a
primeira fase do feminismo, embora o termo ainda não existisse oficialmente.
No Brasil, esse direito só foi garantido pela Constituição de 1932, após uma
luta de mais de dez anos liderada, sobretudo, pela bióloga Bertha Lutz, uma
das principais articuladoras do movimento pelo voto feminino no país.
Por Educação
As mulheres tiveram suas primeiras vitórias na luta por acesso à Educação no
século 19. Em 1837, passou a ser permitida a entrada de mulheres em
universidades nos Estados Unidos. Na Europa, o acesso à Educação se
popularizou após a Primeira Guerra Mundial.
No Brasil, as meninas conquistaram o direito de estudar além do primário
(atual Ensino Fundamental 1) em 1827. Em 1879, elas ganharam finalmente o
direito de cursar uma faculdade. O acesso à Educação é um dos principais
recursos para emancipação das mulheres, antes relegadas à esfera doméstica.
LEIA MAIS: Malala: “A Educação para as meninas deve ser prioridade
no Brasil”
Por controle de natalidade
Os anos 1960 foram marcados pela liberação feminina, ou revolução sexual.
Impulsionadas por obras feministas como O segundo sexo (1953), de Simone
de Beauvoir, e A mística feminina (1963), de Betty Friedan, as mulheres
deram início a um movimento mais social do que político. Em 1960, a
primeira pílula anticoncepcional passou a ser comercializada, o que
proporcionou liberdade para as mulheres terem mais controle sobre a gravidez
e revolucionou os costumes da época.
Por liberdades civis
Nas décadas de 1960 e 1970, as mulheres adquirem gradativamente algumas
liberdades civis. Em 1962, o Estatuto da Mulher Casada alterou mais de dez
artigos do código civil vigente. A nova lei retirou a obrigatoriedade de
autorização do marido para trabalhar, concedeu direito a herança e
requerimento da guarda dos filhos e estendeu às mulheres o poder familiar,
antes restrito aos homens. Isso significou, legalmente, o mesmo peso dentro
da estrutura familiar e emancipou as esposas da tutela dos maridos, ainda que
faltasse mudar os costumes. Em 1977, a provação da Lei do Divórcio conferiu
liberdade e autonomia para as mulheres interromperem casamentos infelizes.
Contra a violência
A luta pelo fim da violência contra as mulheres ganhou força no Brasil a partir
dos anos 1980, culminando com a criação, em 1985, do Conselho Nacional
dos Direitos da Mulher (CNDM).
As maiores conquistas das brasileiras nessa área, no entanto, são recentes. Em
2006, foi criada a Lei Maria da Penha, primeira a reconhecer e criar
mecanismos para combater a violência doméstica.
O nome é uma homenagem à farmacêutica brasileira que ficou paraplégica
após sofrer agressões do marido por anos. Foi um importante marco por dar
respaldo às mulheres para denunciar agressores. Ela não aborda apenas
violência física, mas também psicológica, sexual e patrimonial. Nove anos
depois, em 2015, foi sancionada a Lei do Feminicídio, que coloca o
assassinato de mulheres por razões da condição do gênero feminino como
circunstância qualificadora de homicídio e o enquadra no rol de crimes
hediondos. Ela dá visibilidade à violência sistemática à qual as mulheres estão
sujeitas no Brasil.
LEIA MAIS: Maria da Penha na sala de aula: da Educação Infantil à
EJA