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COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA OU AUMENTATIVA

FACUMINAS
A história do Instituto FACUMINAS, inicia com a realização do sonho de um
grupo de empresários, em atender a crescente demanda de alunos para cursos de
Graduação e Pós-Graduação.Com isso foi criado a FACUMINAS, como entidade
oferecendo serviços educacionais em nível superior.
A FACUMINAS tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no
desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além
de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de
publicação ou outras normas de comunicação.
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

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SUMÁRIO

1- COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA E AUMENTATIVA ............................ 4


REFERÊNCIAS ................................................................................................ 5
2- A CAA E O AUTISMO ................................................................................ 5
3- OUVIR COM OS OLHOS. FALAR COM AS MÃOS! ................................. 9
4- PECS (SISTEMA DE COMUNICAÇÃO POR TROCA DE IMAGENS).... 11
REFERÊNCIAS .............................................................................................. 15
5- ALGUNS EXEMPLOS DE TRABALHOS EM ESCOLAS ESPECIAIS .... 15
6- AUTISMO – DIFÍCIL INSERÇÃO NUM MUNDO PECULIAR ............... 17
7- CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES ........................................................ 21
8- Referências .................................................................................................. 23

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1- COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA E AUMENTATIVA

De forma a compreender melhor a Comunicação Alternativa e Aumentativa


(CAA), faremos uma pequena introdução sobre este conceito e qual a sua importância
nos problemas de comunicação.
A linguagem oral é o meio mais usado para as pessoas falarem entre si, no
entanto, quando há dificuldades em oralizar é necessário criar alternativas o mais cedo
possível para não pôr em causa o desenvolvimento da criança (Ponte, 2009).
Assim, surge a CAA, como um complemento e/ou substituição da fala , que
pretende compensar a dificuldade de expressão (ASHA – American Speech-Language-
Hearing Association in Browning, 2008 ).
Este meio de comunicação é usado quando há dificuldades motoras que
impedem a aprendizagem ou se verifica dificuldades em falar e escrever (Browning,
2008), pois, e embora muitas crianças aprendem a falar por imitação, quando o
desenvolvimento não ocorre dentro da norma, é necessário ensiná-las (Kumin, 2008).
Em casos de défices graves de comunicação, utilizam-se palavras, símbolos e
recorre-se ao uso do computador (Ponte, 2009), como por exemplo, nas crianças com
Síndrome de Down (Kumin, 2008), com Autismo ou Paralisia Cerebral.
Este tipo de estratégias deve ser usado o mais cedo possível, para permitir o
desenvolvimento da autonomia e a participação nas atividades da escola (Ponte, 2009).
A maioria das aprendizagens acontecem no período pré-escolar, por isso é vantajoso
intervir nesta fase, para evitar dificuldades na aprendizagem no futuro (CERCIFAF,
2009).
Neste sentido, a Intervenção Precoce aparece como uma medida de apoio à
criança, em risco de atraso de desenvolvimento ou com necessidades educativas
especiais (dos 0 aos 6 anos) e sua família, e tem como objetivo minimizar os efeitos
negativos no desenvolvimento da criança (CERCIFAF, 2009).
O envolvimento dos pais na intervenção é muito importante, pois a família
necessita de apoio e de aprender a lidar com o problema da criança (CERCIFAF, 2009),
sendo necessário haver trabalho de equipe entre a família e médicos (Kumin, 2008).

É preciso ter atenção que a linguagem é parte do dia-a-dia da criança e que deve
ser praticada em situações de vida real (Kumin, 2008). Além disso, as atividades

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realizadas com as crianças devem ser significativas para elas, de forma a participarem
de forma ativa no cotidiano. A utilização de materiais adequados é um ponto
fundamental para lidar no dia-a-dia com estas crianças (Ponte, 2009).
Conclui-se que a capacidade de comunicar interfere na aprendizagem escolar e
social, por isso, é urgente melhorar os meios de comunicação para que as crianças
possam se expressar e brincar, como crianças que são.

REFERÊNCIAS

Browning, N. (2008). Curso sobre a comunicação alternativa – falada e escrita.


In http://www.assistiva.com.br/. Acedido em 28 de Dezembro de 2009

Kumin, Libby (2008). Helping Children with Down Syndrome Communicate Better:
Speech and Language Skills for Ages 6-14. CCC-SLP.

In http://www.woodbinehouse.com/. Acedido em 28 Dezembro de 2009.

Ponte, Margarida (2009). Comunicação Aumentativa: Mitos e Preconceitos.


In http://www.fappc.pt/. Acedido em 28 Dezembro de 2009.

CERCIFAF – Cooperativa de Educação e Reabilitação de Crianças Inadaptadas de


Fafe (2009). O que é a Intervenção Precoce?.

In http://cercifaf.org.pt/web. Acedido em 28 Dezembro de 2009.

2- A CAA E O AUTISMO

De forma a conhecer exemplos práticos de como a Comunicação Alternativa


Aumentativa pode ser utilizada, fomos visitar a Associação Portuguesa para os
transtornos do Desenvolvimento e Autismo (APPDA) de São Miguel e Santa
Maria(Caro aluno, escolhemos essa instituição para ilustrar o trabalho a ser
realizado em relação à Comunicação Alternativa tanto nessa instituição, como em
outras por todo o mundo, inclusive no Brasil)
A APPDA de São Miguel e Santa Maria é uma Instituição Particular de
Solidariedade Social, com sede em Ponta Delgada, fundada por um grupo de pais com
filhos com complicações do desenvolvimento e que pretende desenvolver as
competências cognitivas, sociais e motoras intencionais coordenadas das crianças
atendidas , a criatividade e a expressão através da manipulação de materiais.

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Encontramos vários exemplos do uso da CAA, usada principalmente para
identificar diferentes locais e para facilitar as ações que fazem parte das rotinas das
crianças que frequentam esta instituição.

Na entrada, os cabides encontram-se identificados com a foto de cada elemento,


permitindo uma melhor organização.

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É no banheiro que encontramos maisindicações. Estas permitem desenvolver a
autonomia, ensinando através de imagens movimentos simples e rotineiro, como lavar
as mãos e ir ao banheiro.

Este é o site onde as atividades de grupo são desenvolvidas. Estas são fundamentais
para que a criança com autismo desenvolva competências sociais e estabeleça o contato
com o mundo que a rodeia.

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As atividades de recreação também são prioridade nesta instituição. Ambos os
locais encontram-se identificados por um símbolo
de SPC.

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Durante a visita, foi evidenciado pela Psicóloga Carolina Benjamin a falta de
recursos humanos e logísticos, tendo em conta as necessidades destas crianças/jovens. A
ausência de uma Terapeuta da Fala a tempo inteiro condicionada a intervenção ao nível
da comunicação e da linguagem, verificando a falta de dispositivos adequados.

Apesar desta situação, todos os esforços são feitos pela equipe. Descobrimos que uma
criança usa o caderno de comunicação, onde coloca o símbolo correspondente às
atividades que quer realizar.
Este é apenas um exemplo de como a comunicação pode ser desenvolvida e
adaptada de acordo com as necessidades, e mesmo quando os recursos são limitados, há
sempre formas de estimular o desenvolvimento de cada pessoa com NEE.
Para mais informações, poderão consultar o folheto da APPDA de São Miguel e Santa
Maria.
Bibliografia: http://www.appda-lisboa.org.pt/federacao/acores.php

3- OUVIR COM OS OLHOS. FALAR COM AS MÃOS!

Comunicar em Língua Gestual pode parecer um privilégio de alguns, pois


quando vemos duas ou mais pessoas falarem com as mãos, os ouvintes poderão sentir-
se à parte. Assim é como o surdo se sente quando está rodeado de pessoas ouvintes e,
quando toda a informação é transmitida de forma que ele não entende.
O mundo ideal seria onde não existisse qualquer barreira comunicacional entre
surdos e ouvintes, pois vivemos numa sociedade egoísta, onde olhamos apenas para o
nosso umbigo. Seria interessante se todos aprendêssemos a falar Língua gestual, nem

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que fosse apenas um simples cumprimento (Ex: Bom dia), para cultivar cultura (todos
sabermos pelo menos outra língua oral…) e para incluirmos as pessoas surdas.
Claro que, para aprender Língua Gestual é necessário frequentar formações, que
nem sempre estão disponíveis para o público geral. No entanto, se houver essa
preocupação em cada comunidade, poderão encontrar alguma associação que forneça
informações e formações, como a Associação Portuguesa de
Surdos http://www.apsurdos.pt/; a Associação de Surdos do
Porto http://d91601.tinf28.tuganet.info/. No site da Federação Portuguesa das
Associações de Surdos http://www.fpas.org.pt/ poderão encontrar outras associações
filiadas da FPAS.
Na World Federation of the Deaf http://www.wfdeaf.org/ encontra-se
informação sobre outros países. Neste site http://dovenwereld.boogolinks.nl/ descobrirá
uma série de sites/blogs estrangeiros relacionados com a Surdez, como por exemplo:
Miss Deaf World; no Brazil, a Central de Recursos para Surdos; em Espanha, o Centro
Altatorre de Personas Sordas de Madrid; entre outros.

Além disso, poderão adquirir um Gestuário de Língua Gestual Portuguesa digital


no site http://www.inr.pt/ ou, simplesmente, consultar o
site http://www.spreadthesign.com/country/pt/. É de referir que os gestos também têm
regionalismos, assim como nós ouvintes temos o sotaque e as expressões típicas de cada
lugar. Assim, estes poderão não estar adequados à comunidade surda do seu local de
residência.
Além disso, também poderão encomendar no
site http://www.linguagestual.com/ dois DVD com um curso de Língua Gestual
Portuguesa de nível 1 e 2. Este poderá ser usado em qualquer leitor de DVD.
Para os Surdos terem acesso a alguma informação em Língua Gestual podem
acessar ao http://surdotv.com/wordpress/ e ver os seguintes vídeos de extrema
importância:
http://surdotv.com/tv/index.php?option=com_content&view=article&id=304:entrevista-
apoio-do-governo-para-os-computadores-acores&catid=10:video&Itemid=41 – apoio
do Governo Açoriano;

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http://surdotv.com/tv/index.php?option=com_content&view=article&id=289:entrevista
-presidente-asism-acores&catid=10:video&Itemid=41. – entrevista ao Presidente da
Associação de Surdos da Ilha de São Miguel
No site Surd´univers podem aceder uma vasta gama de livros com temáticas
ligadas à Surdez, bem como livros infantis direccionados aos mais novos e traduzidos
em Língua Gestual Portuguesa: http://shop.surduniverso.pt/.
De destacar alguns blogs de pessoas surdas, que procuram mostrar o orgulho que
têm no uso da Língua Gestual e querem partilhar as suas experiências e vivências no
mundo da Surdez como por exemplo: página do Professor Francisco Goulão, onde
publica histórias com ilustrações em Língua
Gestual http://profsurdogoulao.blogspot.com/ ;
o blog da Professora brasileira Marinélia Soares, cujo objetivo do seu blog é
trocar experiências com profissionais que trabalham com alunos
surdos http://trabalhandocomsurdos.blogspot.com/ ;
o blog brasileiro Vendo Vozes http://blogvendovozes.blogspot.com/;
no site da Associação de Surdos do Porto encontrará uma lista de blogs de várias
personalidades conhecidas da comunidade
surda http://d91601.tinf28.tuganet.info/default.asp?idseccao=37 bem como o Centro de
Tradutores e Intérpretes de Língua
Gestual http://d91601.tinf28.tuganet.info/default.asp?idseccao=36;
o blog da AFOMOS (Associação de Formadores e Monitores
Surdos) http://afomos.blogspot.com/;
e a AILG (Associação de Intérpretes de Língua
Gestual) http://members.fortunecity.com/ailgp/quem.htm.

4- PECS (SISTEMA DE COMUNICAÇÃO POR TROCA DE IMAGENS)

Sendo o tema desde espaço de partilha a Comunicação Alternativa e


Aumentativa, achamos importante divulgar informação sobre os PECS, para que você
possa se inteirar de algum trabalho que será desenvolvido neste portfólio digital.
O que é o PECS? Qual a sua importância? Quem pode beneficiar desde sistema?
Para compreender melhor esta temática, irá ser feita uma breve abordagem, de forma a
responder às perguntas anteriormente feitas.

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O PECS, também conhecido por Sistema de Comunicação por Troca de Imagens
(Picture Exchange Communication System), é um sistema que permite desenvolver a
comunicação interpessoal, principalmente em pessoas com dificuldades severas de
comunicação (Almeida, Piza, Lamônica, 2005).
Este sistema permite desenvolver a compreensão, reduzir a frustração de quem
tem dificuldade em falar e permite um poder de maior escolha de quem não se expressa
oralmente (Pedrosa, 2006). Além disso, pelo fato de associar o som à imagem, pode

desenvolver a própria comunicação oral (Almeida et al, 2005).

O PECS deve ser usado por pessoas com dificuldades na linguagem falada,
como por exemplo pessoas com autismo (Pedrosa, 2006), e pretende desenvolver a
independência e a espontaneidade da comunicação (Soares, 2006).
Existe um conjunto de procedimentos, objetivos específicos, fases de aplicação e
respectivas instruções, das quais não iremos falar. No entanto, se tiverem curiosidade
poderão consultar os seguintes sites:
 www.appda-lisboa.org.pt/federacao/files/PECS.ppt

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 http://apacdah.no.sapo.pt/TEACCH/UtilizarMetodosComunicacao.pdf

 http://www.pecsusa.com/

 http://autism.healingthresholds.com/therapy/picture-exchange-communication-
system-pecs

Este sistema possui símbolos simples, é fácil reconhecer o seu significado, é de


baixo custo e relacionam-se com uma grande diversidade de situações de vida diária.

Além disso, podem ser utilizado apenas com uma pessoa ou em grupo (Almeida et al,
2005).

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É necessário salientar que a escolha de símbolos deve ser adaptada aos interesses
de cada criança, para garantir a sua motivação e facilitar a compreensão. Deve-se
trabalhar imagens que ela conheça e goste, para aumentar a espontaneidade da situação
(Soares, 2006).
Para mais informação sobre os símbolos poderão consultar alguns sites:
 http://www.autistas.org/pecs.htm

 http://www.pecsproducts.com/

 http://www.universoautista.com.br/autismo/modules/works/item.php?id=14

Apesar de algumas pessoas criticarem a utilização de gestos, com a justificativa


de que estes nem sempre são entendidos por toda as pessoas , é necessário realçar que
estes gestos facilitam a compreensão e expressão da criança, nomeadamente no
Autismo, pois permite contextualizar a mensagem transmitida (Soares, 2006).
Concluímos, afirmando que os PECS, assim como outras técnicas da
Comunicação Alternativa e Aumentativa (CAA), permitem uma melhor expressão de
quem tem dificuldade em exprimir-se e melhoram as relações com o mundo, pois a
criança sente-se mais compreendida e aceita por quem a rodeia.

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REFERÊNCIAS

Almeida, M. A., Machado, M. H. P.& Lamônica, D. A. C (2005). Adaptações do


sistema de comunicação por troca de figuras no contexto escolar. Pró-Fono R. Atual.
cient. vol.17, Nº2, Barueri. In http://www.scielo.br/. Visualizado a 29 de Dezembro de
2009.

Soares, R. S. (2006). Usar métodos Alternativos e Aumentativos da


comunicação. In http://apacdah.no.sapo.pt/. Visualizado a 29 de Dezembro de 2009.

Pedrosa S. (2006). PECS Picture Exchange Communication System (Sistema de


Comunicação por Troca de Imagens). In www.appda-lisboa.org.pt/. Visualizado a 29 de
Dezembro de 2009.

https://comunicacaoaa.wordpress.com/pecs-sistema-de-comunicacao-por-troca-de-
imagens/

Click e Assista

https://www.youtube.com/watch?v=JmvQ_2XnNMQ

5- ALGUNS EXEMPLOS DE TRABALHOS EM ESCOLAS ESPECIAIS

Muitas das escolas especiais têm trabalhado com os símbolos nesse processo de
maior comunicação e interação entre os interlocutores. Entendemos por 18 “símbolos as
representações visuais, auditivas ou táteis de um conceito. Na CAA ( Comunicação
Aumentativa e Alternativa) utilizam-se vários símbolos como: os objetos; a fala; os
gestos; a linguagem de sinais; as fotografias; os desenhos e, a escrita” (SEED, DEE,
2007).
Ainda, de acordo com a prática de anos na área de Educação Especial,
percebemos que nossos alunos utilizam as mais variadas maneiras e objetos para
entenderem os professores e as pessoas em geral e se fazerem entender no meio
escolar/familiar/social. Às vezes o educando comunica-se utilizando seu próprio corpo -
linguagem corporal - (gestos, sinais manuais expressões faciais, vocalizações, mesmo

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que de sons não lexicalizados, mas que dentro de um contexto conversacional são
perfeitamente entendidos pela equipe que trabalha com o aluno). Há a utilização, muito
comum, de objetos reais, de objetos em miniaturas, de objetos parciais, de fotografias e
qualquer símbolo gráfico que permita que o aluno, apontando ou mesmo somente
dirigindo o olhar atinja sua competência comunicativa dentro da sala de aula.
Para que esse processo ocorra com sucesso, há de se buscar muita interação
entre equipe escolar, família e aluno, pois as gravuras, por exemplo, devem ser
escolhidas pelo aluno com parceria do professor e membros da família para que façam
realmente sentido no universo pessoal dos agentes envolvidos. Após a escolha,
utilizamos pastas com plásticos transparentes para que o educando possa manipular as
figuras à vontade, sem ter medo de rasgá-las, sujá-las ou, porventura, molhá-las com a
própria saliva. Quando as pastas tornam-se difíceis de manusear pelos movimentos
encurtados dos braços de alguns alunos com PC, optamos por álbuns pequenos de
fotografia, onde inserimos as gravuras nos plásticos com o mesmo intuito, mas por
serem menores podem ser transportados até em pequenas bolsas (pochetes) que são
presas ao corpo do educando.
Temos também as pranchas que são colocadas sobre o tablado que se acopla,
muitas vezes, à cadeira de rodas dos alunos PCs. Essas pranchas podem ser de madeira
(normalmente em sentido horizontal-inclinado) com letras do alfabeto de EVA ou
qualquer outro material que o discente consiga manipular. Há também as que são
construídas de madeira e revestidas de feltro e as letras, palavras ou frases possuem
velcro no verso para que possam ser fixadas facilmente ao tablado. Há, ainda, as letras
imantadas que se fixam em placas de metais O material permite com que, muitos de
nossos alunos, se comuniquem com destreza e satisfação por estarem inseridos no
processo de alfabetização como os demais que podem utilizar cadernos e livros
normalmente.
O Avental é outra forma prática, barata e usual de referência das escolas
especiais no processo de comunicação e alfabetização de crianças paralisadas cerebrais
e deficientes mentais. Por ser confeccionado em tecido, assim as letras e ou símbolos
também são presos por velcro e a interação se dá pelo apontamento da criança ou
direcionamento do olhar.
Além de todas essas técnicas e metodologias que descrevemos rapidamente até
então, e que são denominados de baixa tecnologia, por não necessitarem de custos

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maiores ou investimentos na área da informática, logo, não podemos deixar de lembrar
que existem as de alta tecnologia, ou seja, computadores, comunicadores de voz,
programas elaborados e de grande custo para áreas específicas.
Alguns materiais também são adaptados ao corpo dos alunos, facilitando, assim,
o manuseio do computador: órteses para mãos ou dedos, pulseiras contendo pesos com
intuito inibir movimentos espásticos que impeçam movimentos direcionados, faixas que
restringem movimentos de braços, teclados de acrílico (tipo colmeia), mouses
adaptáveis e presos com elásticos às mãos dos alunos. Todas as indicações devem,
obviamente, ser prescritas por terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas e envolvimento
de toda equipe de ensino.
Queremos com esta sucinta explanação mostrar que há como buscar recursos, já
que o que se demonstrou aqui é apenas uma pequena parte do universo de recursos e
metodológico que existe atualmente para facilitar a comunicação e, consequentemente,
a inclusão das pessoas com necessidades especiais à vida digna que lhe é de direito.

6- AUTISMO – DIFÍCIL INSERÇÃO NUM MUNDO PECULIAR

A expressão autismo, de acordo com a literatura, foi utilizada no início do século


XX, mais precisamente em 1911 e tal denominação estava diretamente ligada à perda do
contato com a realidade. As primeiras crianças observadas com possíveis características
autistas apresentavam, principalmente, exacerbada inabilidade para estabelecer contato
de afetividade com pessoas que as cercavam.
Já em 1944, Asperger (daí a nomenclatura: Síndrome de Asperger) detectou um
grupo de crianças que revelavam características bem semelhantes ao grupo descrito
anteriormente e, que, evidenciavam dificuldades extremadas na comunicação social. De
acordo com Gardia (2006, p.423).
Hoje sabe-se que o autismo não é uma doença única, mas sim um distúrbio
de desenvolvimento complexo, que é definido de um ponto de vista
comportamental, que apresenta etiologias múltiplas e que se caracteriza por
graus variados de gravidade. Na manifestação clínica dos diferentes quadros
observa-se a influência de fatores associados que não necessariamente fazem
parte das características principais do autismo. Entre eles cita-se como de
grande importância a habilidade cognitiva. Os diferentes graus de
possibilidades na comunicação, nas habilidades sociais e nos padrões de
comportamento na criança autista motivaram a expressão transtornos globais
de desenvolvimento (TDGs) que constituem o espectro dos transtornos
autistas. Os comportamentos que definem o autismo incluem déficits
qualitativos na interação social e na comunicação, padrões de comportamento
repetitivos e estereotipados e um repertório restrito de interesses e atividades.

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No que diz respeito à comunicação das pessoas com autismo, existem graus
distintos de dificuldades, tanto no aspecto verbal, quanto não verbal. Alguns indivíduos
apresentam uma espécie de linguagem imatura que se caracteriza por fenômenos
linguísticos como: entonação monótona, prosódia anormal, ecolalia imediata (a criança
repete o que ouviu imediatamente) e ecolalia tardia (demora horas ou dias para repetir o
que ouviu), jargão, reversão pronominal etc. Muitos desses desvios de linguagem
acompanham a criança até a vida adulta. De acordo com a terminologia atual, em
espectro autista “o espectro abrange uma série de distúrbios que vão do autismo
clássico, com retardo mental, à Síndrome de Asperger, uma forma branda muitas vezes
associada a um QI muito acima da média”(Revista Época, Tânia Nogueira, p.81). Há
pessoas que dizem que o autista vivem em seu mundo próprio;, já o indivíduo com
Síndrome de Asperger vive no mundo “normal” mas não consegue obedecer as regras
existentes por aqui.
Outro aspecto a ser considerado é que grande parte da população com espectro
autista não suporta o fato de sair da rotina, não conseguem muitas vezes olhar nos olhos
de outras pessoas.
De acordo com a literatura especializada na área, um dos fatores que também
enfatizam a dificuldade em relação à linguagem é o caráter abstrato da comunicação, os
pressupostos, os subentendidos. As marcas para linguísticas, como linguagem corporal e
expressões fisionômicas, são dificilmente compreendidas.
Movimentos repetitivos e estereotipados, peças que rodam, brinquedos que
rodopiam exercem grande fascínio para os autistas. Existem, portanto, pessoas que
apresentam características autistas e são muito diferentes, por exemplo, alguns podem
ser superdotados, enquanto outros, deficientes mentais.
Quanto à avaliação das pessoas que apresentam características de autismo deve
ser realizada por uma equipe multidisciplinar, considerando-se a estrutura
comportamental e social do indivíduos, também, sua capacidade de imitação. Não há
medicação específica para o autismo, mas no manejo de alguns comportamentos
indesejáveis utilizam-se, normalmente drogas como: neurolépticos (haloperidol),
risperidona, antidepressivos, neuroestimulantas e drogas antieplépticas.
É sabido que se pode estimar, pelo menos, dois terços de deficiência mental
entre as crianças autistas em níveis variáveis de comprometimento, portanto a

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capacidade cognitiva direciona a maneira de responder aos testes e, consequentemente,
adquirir certo grau de independência social.
Citaremos alguns formas e ou métodos de intervenções comportamentais, alguns
com respaldo da cientificidade, já outros com caráter mais empírico e que também se
tornaram usuais diante das características do espectro de autismo: “A maioria dos
métodos de intervenção e tratamento pode ser subdividida em três grandes grupos:
aqueles que usam modelos de análise aplicada do comportamento; os que são
fundamentados em teoria de desenvolvimento; e aqueles que são fundamentados em
teorias de ensino estruturado.” (GADIA, 2006, p.429).
Iniciaremos pelo ABA, sigla em inglês, correspondente à Teoria de Análise
Aplicada ao Comportamento . Direcionado para pessoas com espectro autista na
tentativa de melhorar os comportamentos desses indivíduos sem capacidade socialmente
significativa. Resumidamente, a essência dessa prática é a relação entre comportamento
e meio ambiente, faz-se necessária observação situacional direta, registro mensurável de
respostas e técnica de reforço de comportamentos desejáveis. Conforme Gadia (2006,
p.430) “o foco principal é a conduta observada na criança, que nos permite compreender
como indivíduo aprender um padrão de comportamento que lhe proporcione reforços e
que levem à alguma forma de resposta”. Observa-se, portanto, que muito se pode
reforçar para que a criança desempenhe um comportamento adequado ou próximo ao
adequado socialmente.
O Método de Tentativas Discretas (Discret Trials – DTT) baseia-se em caráter
intensivo da aprendizagem de pequenas unidades de conhecimento, cuja metodologia
respalda-se na: sistematicidade intensa, repetição constante e programas para
manutenção de conceitos generalizados.
Faz-se necessário citarmos, mesmo que brevemente, o processo de intervenção
denominado como Treinamento de Respostas Cruciais, como o próprio nome diz, seria
a indução de alguns comportamentos desejados e predominantes “cruciais” com o
objetivo maior no processo de aprendizagem.
Devemos explicitar, ainda, que os métodos acima citados têm seu foco nas
estruturas comportamentais, a partir de então, abordaremos os métodos cujas estruturas
estão centradas no desenvolvimento, tendo como base o aspecto social, emocional e
cognitivo. De acordo com Gadia, 2006, Floor Time é caracterizado por se estabelecer
uma relação entre a família e os terapeutas da criança que observam o modo de agir da

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mesma e a partir das observações procura-se otimizar os aspectos relacionados às
emoções e a intensidade, comunicação e relações interpessoais. Já o Método de
Intervenções de Desenvolvimento de Relações (RDI) baseia-se em crianças normais e
seu desenvolvimento socioemocional. Tanto Floor Time como RDI trabalham com a
ideia de que há necessidade de demonstrar como se compartilham experiências e se
flexibiliza a capacidade de pensamento, atributos tão difíceis em crianças com espectro
de autismo.
Faz-se necessário lembrar que a presente proposta da pesquisa não é a de estudar
exaustivamente as características de cada metodologia existente, mas sim de evidenciar
aos profissionais da área de educação especial que existem muitas formas de procurar
auxílio no trabalho a ser desenvolvido com pessoas que apresentam necessidade
educacionais especiais a qual estamos nos reportando no momento.
A partir de então discorreremos, segundo Gadia, sobre o método TEACCH
(Treatment e Education of Autistic and Related Comunication-Handicapped Children),
em 23 português: Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com Déficits
Relacionados com a Comunicação:
Tal programa é responsável pelo serviço de avaliação, intervenção e
coordenação de suporte em nível estadual na Carolina do Norte. Combina
estratégias cognitivas e comportamentais, com ênfase em procedimentos com
base em reforço para modificação do comportamento e em proporcionar
intervenções para déficit de habilidades que possam estar subjacentes a
comportamentos inapropriados. Esse programa parte do princípio que
crianças com autismo têm uma interação diferente de crianças típicas e que o
entendimento dessas diferenças proporciona criação de programas para
melhorar o seu potencial de aprendizagem (2006, p.431).

É importante que entendamos que a prática do TEACCH é predominantemente


psicopedagógica, onde se observa atentamente os comportamentos dos indivíduos com
espectro de autismo em situações diferenciadas e com estímulos distintos induzindo,
portanto, através de reforços, os comportamentos positivos e tentando extinguir as
atitudes indesejáveis. É notório que as crianças autistas interagem melhor com
estímulos visuais do que com os sonoros, assim a imagem visual pode ser fonte
geradora de um princípio de comunicação; os programas individualizados também
contribuem para o sucesso no atendimento. Utilizam-se, ainda: fotos, figuras, cartões.
No âmbito de estímulos ligados à linguagem corporal, temos o ato de apontar, por
exemplo, realizar gestos e movimentos significativos culturalmente. Há também, a

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associação de todos os estímulos em um fenômeno denominado com estímulos
audiocinestesicovisuais (som, palavra, movimento, foto).

7- CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES

Em todos os aspectos de necessidades educacionais especiais que abordamos até


então: TDAH e TA, Autismo, Síndrome de Asperger, Paralisia Cerebral e Deficiência
Mental, temos que ter uma atenção redobrada ao diagnóstico de avaliação preciso de
uma equipe técnico-pedagógica, mas acima de tudo, levar em conta as características
próprias do aluno. Outro fator de grande ajuda, quando bem administrado, é a
recorrência medicamentosa apropriada à situação. Conhecemos casos em que a escola, o
professor e toda a equipe está se empenhando ao máximo para que a criança progrida no
que diz respeito aos conhecimentos acadêmicos, ao comportamento social, mas algumas
famílias se recusam a administrar as drogas necessárias e devidamente prescritas pela
equipe médica. Por essa razão, enfatizamos a necessidade da parceria, onde cada um faz
a seu papel e confia no trabalho realizado pelo outro e na capacidade de evolução do
educando, quando isso faz parte da realidade situacional. Alguns fatores são
predominantes para o bom andamento de qualquer projeto envolvendo aprendizagem e
necessidades educacionais especiais, como por exemplo, turmas não muito grandes,
para que o professor possa dar a atenção necessária aos processos de mudanças, ou
mesmo estagnação do aluno, e o discente por sua vez, possa ter modelos, relações e
amizades dentro da sala de aula.
O professor deve estar ciente do quadro com o qual está trabalhando, ou seja,
deve ter possibilidades de se informar acerca das necessidades especiais de seu aluno,
de se reciclar, participar de eventos que favoreçam sua atualização sobre o tema, de
obter apoio de toda a escola, afinal o aluno não é somente responsabilidade de um
professor, mas sim de uma equipe institucional de educação. Para tanto, o mestre tem
que se manter criativo, comprometido, porém não muito ansioso para não transmitir
esse sentimento à criança, que muitas vezes, com todas as comorbidades, é bastante
perspicaz para perceber que não está correspondendo como deveria, ou está num nível
intelectual aquém de sua turma.
Finalizando, gostaríamos de salientar o quanto já se evoluiu na área de métodos
e recursos para se trabalhar com as necessidades especiais de nossos alunos. O
importante é buscar novos caminhos sempre, trocar experiências com professores da

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mesma área, ajudarmo-nos implantando, a cada dia, a semente da solidariedade, mas
sem nos esquecermos do comprometimento com o cientificismo, com o estudo, a
pesquisa, abandonando de uma vez por todas o improviso, a passividade e a crença
hostil do barateamento do ensino de pessoas especiais por descrer em seu potencial.
Fica, portanto, a ideia de começarmos pela comunicação; precisamos entender
nossos discentes, compreender seus anseios, suas expectativa, seus conhecimentos do
mundo e nos fazermos entender; a partir daí vamos inserindo o processo de leitura,
escrita e matemática etc, mesmo que de uma forma pouco-convencional, afinal, o que
importa realmente é que o aluno se sinta presente e atuante nesse mundo que já fora tão
excludente, mas que tem tentado semear pequenas amostras de um fenômeno social
conhecido por INCLUSÃO.
Leia mais em:

http://pacto.mec.gov.br/images/pdf/Formacao/Educacao_Especial_MIOLO.pdfC

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