Tto Lombalgia

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URI-UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E DAS

MISSÕES
PRÓ-REITORIA DE ENSINO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DA SAÚDE
CAMPUS DE FREDERICO WESTPHALEN
CURSO DE FISIOTERAPIA

TRATAMENTO PARA LOMBALGIA AGUDA E CRÔNICA

CAMILA DA ROSA
JÉSSICA CANDATEN PACHECO
MARIA EDUARDA LAZZAROTTO

Frederico Westphalen, maio, 2018


O termo “lombalgia” se refere à dor na coluna lombar, sendo um dos
sintomas mais comuns das disfunções da coluna vertebral. Trata-se de uma
disfunção que pode variar de uma dor aguda, se durar menos de quatro
semanas; subaguda, com duração de até 12 semanas; e crônica, se persistir
por mais de 12 semanas. (PIRES; SAMULSKI, 2006).
A intervenção fisioterapêutica está relacionada ao tipo de lombalgia
apresentada pelo paciente, podendo estar no estágio agudo ou crônico. Logo,
a partir dessa diferença é realizado o plano de reabilitação que será
apresentado a seguir.

FASE AGUDA
Em 1994 a Agencia para Programas e Pesquisa em Atendimento de
Saúde (AHCPR) dos Estados Unidos publicou um conjunto de orientações para
conduta no atendimento primário dos casos de dor lombar aguda,
recomendando:
1. Aconselhar aos pacientes que mantenham a atividade física;
2. Prescrever medicações se necessário (paracetamol, antiinflamatórios
não esteroidais);
3. Desencorajar o repouso no leito;
4. Considerar manipulação da coluna;
5. Não recomendar exercícios específicos para a coluna. (MADDALENA,
2013).

Comumente são utilizados exercícios combinados com outros


tratamentos como massagem, tração, ultrassom, ondas curtas, laser,
estimulação elétrica transcutânea, utilizados no tratamento das dores de
origem músculo-esquelética. Ainda, tanto o calor como o frio reduzem o
espasmo muscular secundário à patologia osteoarticular e a compressão
nervosa. Assim, com esses recursos termoterápicos do calor ou frio, é
interrompido o círculo vicioso constituído por espasmo muscular, isquemia e
dor. (MADDALENA, 2013).
A tração lombar é utilizada para o reposicionamento articular e a
liberação da compressão nervosa, diminuindo assim a dor. (HENRIQUES;
MEJIA, 2015).
Kisner e Colby (1998) trazem como metas gerais de tratamento e plano
de assistência nesta fase aguda:
• Reduzir quadro álgico e promover relaxamento muscular, com repouso
intercalado em períodos de movimentos controlados;
• Aliviar o edema e a pressão contra as estruturas nervosas sensíveis a dor,
através de movimentos que possam diminuir o tamanho do disco ou ligamentos
edemaciados;
• Orientar o paciente a respeito da postura que deve ser adotada e padrões de
movimentos seguros.

FASE CRÔNICA
• Aliviar a dor e tensão muscular (suporte postural externo);
• Treino de relaxamento muscular e educação sobre os movimentos;
• Restaurar a ADM com exercícios específicos de alongamento e flexibilidade;
• Restaurar o equilíbrio muscular, resistência e função, com treino de
estabilização, exercícios resistidos específicos, de condicionamento e controle
funcional e retreinamento;
• Recuperar a percepção cinestésica e controle do alinhamento normal, com
técnicas de treinamento e reforço. (KISNER; COLBY, 1998).
O tratamento por meio de recursos eletrotermofototerapêuticos e da
cinesioterapia é capaz de garantir melhora significativa do quadro álgico,
flexibilidade e força dos músculos posturais na maioria das vezes,
proporcionando um aumento da mobilidade lombar. (SILVA; MEJIA, 2016).
Em um estudo, os autores demonstraram maior eficácia de exercícios
específicos para o transverso do abdômen, em comparação com exercícios
gerais e a terapia de manipulação espinal em pacientes com lombalgia. O
efeito do exercício de controle motor na redução da dor foi maior em
comparação com os outros grupos e houve ainda uma correlação significativa
entre o recrutamento moderado do transverso abdominal e diminuição da
incapacidade, o que demonstra, assim, mais uma vez, a importância da ação
desse músculo na estabilidade da coluna lombar. (FERREIRA et al, 2010).
Os exercícios específicos que promovem a contração independente dos
músculos profundos do tronco, com contração do transverso do abdômen e
multífidos, promovem efeitos benéficos na redução da dor e da incapacidade
em pacientes com lombalgia crônica e na diminuição de recorrência após um
episódio de dor aguda. (LIZIER, PEREZ, SAKATA, 2012).
A massagem através das manobras de deslizamento superficial,
deslizamento profundo, amassamento, rolamento e pinçamento faz com que os
catabólitos usados sejam mobilizados removendo a fadiga. Pacientes com
problemas crônicos de coluna apresentam uma aderência entre as diversas
camadas de músculos. São regiões doloridas que quando massageadas
demoradamente produzem uma sensação de relaxamento muscular e de alívio
da dor. Os músculos fatigados pela retenção dos metabólitos têm uma
recuperação mais intensa com a massagem, pois a ativação circulatória e a
remoção desses detritos permitem melhor desempenho muscular e melhor
movimentação corporal. (VALE, 2006).
A mobilização neural também é utilizada quando há sinal de compressão
nervosa, com técnicas deslizantes e tensionantes que reduzem a dor,
melhoram a capacidade do nervo de suportar tensão permitindo maior
amplitude de movimento. (HENRIQUES; MEJIA, 2015).
A hidroterapia também é indicada, os efeitos terapêuticos da atividade
aquática são eficazes na redução de algias, aumento da força e resistência
muscular entre outros benefícios para o corpo. (HENRIQUES; MEJIA, 2015).
Anderson (2006), sugere o Pilates como alternativa terapêutica. Criado
no início dos anos vinte, no século passado, trata-se de um programa de
exercícios terapêuticos que permite a estimulação de movimentos nos estágios
iniciais da reabilitação, uma vez que oferece a assistência necessária ao
movimento, o que possui papel reconhecido na aceleração do processo de
cura.
A Reeducação Postural Global (RPG), método criado pelo francês
Phillipe Souchard, consta de posturas empregadas que decorrem logicamente
dos diferentes problemas encontrados nos pacientes. Os estiramentos
praticados permitem que cadeias musculares encurtadas sejam alongadas.
Estas não são inumeráveis e é mesmo possível dentro de apenas uma postura
corrigir alterações de várias delas. A grande cadeia posterior possui a função
de nos curvar para trás, sendo, assim tratada, dobrando-se o paciente para
frente. Todas as posturas insistem sobre flexibilidade dos músculos
inspiratórios. (MAIA et al, 2015).

REFERÊNCIAS

ANDERSON, B. Reabilitação com Pilates. In: Davis CM. Fisioterapia e


reabilitação: terapias complementares. 2ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan; 2006. p. 257-69.

FERREIRA, P et al. Changes in recruitment of transversus abdominis correlate


with disability in people with chronic low back pain. Br J Sports Med, 2010.

HENRIQUES, Andreia da Silva; MEJIA, Dayana Priscila Maia. Técnicas


Fisioterapêuticas utilizadas no tratamento de Lombalgia e Lombociatalgia.
Portal Bio Cursos, 2015. Disponível em:
<http://portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/97/332TYcnicas_fisioterapeuticas
_utilizadas_no_tratamento_de_lombalgias_e_lombociatalgia.pdf> Acesso em:
19 mai. 2018.

KISNER, C.; COLBY, L.A. Exercício Terapêutico, Fundamentos e Técnicas.


3 ed. Editora Manole, São Paulo, 1998.

KISNER, C. COLBY, L.A. Exercícios Terapêuticos: Fundamentos e Técnicas.


5 ed. Manole, São Paulo, 2005.

MADDALENA, Maria Luiza. Lombalgia Aguda. Medicina Perioperatória, 2013.


Disponível em: <http://www.saj.med.br/uploaded/File/novos_artigos/137%20-
%20Lombalgia%20Aguda.pdf> Acesso em: 16 mai. 2018.

MAIA, Francisco Eudison da Silva et al. PERSPECTIVAS TERAPÊUTICAS DA


FISIOTERAPIA EM RELAÇÃO À DOR LOMBAR. Rev. Fac. Ciênc. Méd.
Sorocaba, v. 17, n. 4, p. 179 - 184, 2015.

LIZIER, Daniele Tatiane; PEREZ, Marcelo Vaz; SAKATA, Rioko Kimiko.


Exercícios para Tratamento de Lombalgia Inespecífica. Rev Bras Anestesiol,
2012.

SILVA, Jéssica Souza da; MEJIA, Dayana Priscila Maia. Avaliação e


tratamento fisioterapêutico nas algias lombares. Portal Bio Cursos, 2016.
Disponível em: <http://portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/32/13_-
_AvaliaYYo_e_tratamento_fisioterapYutico_nas_algias_lombares.pdf> Acesso
em: 16 mai. 2018.
PIRES, E.O.; SAMULSKI, D.M. Visão interdisciplinar na lombalgia crônica
causada por tensão muscular. Revista Brasileira de Ciência e Movimento,
v.14, n.1, p.13-20, 2006.

VALE, NB. Analgesia adjuvante e alternativa. Rev Bras Anestesiol. v. 56, n. 5,


p. 530-55, 2006

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