Ceag - 04 Gestão de Conflitos Nas Organizações 2-2023
Ceag - 04 Gestão de Conflitos Nas Organizações 2-2023
Ceag - 04 Gestão de Conflitos Nas Organizações 2-2023
COMUM
CEAG
IMPRESSO NA GRÁFICA DA EEAR
MINISTÉRIO DA DEFESA
COMANDO DA AERONÁUTICA
ESCOLA DE ESPECIALISTAS DE AERONÁUTICA
Edição:
4ª Edição: CAP FOT TENÓRIO - 2021
2S BEV MURIA - 2021
5ª Edição: CAP FOT TENÓRIO - 2022
2S BEV MURIA - 2022
CAP FOT TENÓRIO
Revisor(es) Pedagógico(s):
TEN PED ÉRICA - 2023
Revisor(es) de Diagramação:
2S BEV MURIA
1S BMA ELEUTÉRIO - 2023
GUARATINGUETÁ - SP
TURMA 2023
EEAR CEAG - GESTÃO DE CONFLITOS NAS ORGANIZAÇÕES 5 /46
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO..........................................................................................................................7
ESTRUTURA DA DISCIPLINA....................................................................................................9
CAPÍTULO 1 - CONFLITOS......................................................................................................11
TÓPICO 1.1 - INTRODUÇÃO AOS CONFLITOS....................................................................11
TÓPICO 1.1.1 - CONFLITOS NAS ORGANIZAÇÕES.............................................................12
TÓPICO 1.1.2 - DIFERENTES NÍVEIS DE CONFLITO..........................................................13
TÓPICO 1.1.3 - FORMAS HISTÓRICAS DE PERCEPÇÃO DOS CONFLITOS....................14
TÓPICO 1.1.4 - O PAPEL DO GERENTE NOS CONFLITOS..................................................15
TÓPICO 1.2 - SINTOMAS, CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS DOS CONFLITOS...................18
TÓPICO 1.2.1 - SINTOMAS DE CONFLITO............................................................................18
TÓPICO 1.2.2 - CAUSAS DE CONFLITO.................................................................................19
TÓPICO 1.2.3 - CONSEQUÊNCIAS DO CONFLITO...............................................................23
CAPÍTULO 2 - COMO LIDAR COM OS CONFLITOS............................................................27
TÓPICO 2.1 - ABORDAGENS INICIAIS E FORMAS DE LIDAR COM CONFLITOS.........27
TÓPICO 2.1.1 - POSICIONAMENTO DIANTE DE CONFLITOS...........................................31
TÓPICO 2.1.2 - NEGOCIAÇÃO: A MELHOR ALTERNATIVA GENÉRICA........................32
TÓPICO 2.1.3 - CONFLITOS NO CONTEXTO DA FAB.........................................................33
TÓPICO 2.2 - TÉCNICAS DE REDUÇÃO E ESTÍMULO DE CONFLITOS..........................33
TÓPICO 2.2.1 - TÉCNICAS DE REDUÇÃO DE CONFLITOS................................................33
TÓPICO 2.2.2 - TÉCNICAS DE ESTÍMULOS DE CONFLITOS.............................................34
CAPÍTULO 3 - A PARTICIPAÇÃO DE TERCEIROS NOS CONFLITOS..............................36
TÓPICO 3.1 - TERCEIROS NOS CONFLITOS.........................................................................36
TÓPICO 3.1.1 - PAPÉIS DE TERCEIROS NOS CONFLITOS.................................................36
TÓPICO 3.1.2 - COMPORTAMENTOS SUGERIDOS NA PARTICIPAÇÃO DE
TERCEIROS NOS CONFLITOS..................................................................................................37
CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................................43
REFERÊNCIAS.............................................................................................................................45
EEAR CEAG - GESTÃO DE CONFLITOS NAS ORGANIZAÇÕES 6 /46
EEAR CEAG - GESTÃO DE CONFLITOS NAS ORGANIZAÇÕES 7 /46
APRESENTAÇÃO
Prezado(a) aluno(a), parabéns por sua matrícula no Curso de Estudos Avançados para
Graduados (CEAG). Trata-se de um grande momento em sua carreira.
Possivelmente você já teve contato com parte dos assuntos que serão tratados nesta
apostila. Entretanto, o que se pretende é sistematizar esse conhecimento de forma a capacitá-lo
para exercer as atribuições de um graduado, visto que em sua posição hierárquica, serão exigidos
conhecimentos e habilidades para assessorar superiores e orientar equipes compostas por
militares mais modernos.
Recomenda-se que estude atentamente todo o conteúdo disponibilizado, até mesmo
aquele que já tenha conhecimento. Isso contribuirá para que se aproprie, de forma mais efetiva,
dos assuntos tratados.
É importante destacar que você será o protagonista na construção de sua aprendizagem;
desse modo, é necessário que desenvolva uma rotina de estudo e mantenha-se atento às etapas do
curso.
Segue uma sugestão de roteiro para seus estudos:
1) Registre suas observações iniciais sobre o texto destacando os pontos mais
relevantes.
2) Identifique de 3 a 5 palavras-chave e faça breves anotações sobre cada uma delas.
3) Compare o texto a outras leituras que você já tenha realizado sobre assuntos
similares (Quais correlações e associações você pode fazer com relação ao texto? Faça breves
anotações, infográficos ou desenhos.
4) Experimente decompor o texto em tópicos acrescidos de um breve comentário.
Após ter feito essa decomposição, faça um resumo, reconstruindo o texto com suas próprias
palavras a partir dos tópicos.
5) Estabeleça um diálogo sobre o texto utilizando o fórum entre pares no AVA. Você
poderá construir um “mapa mental” sobre o assunto estudado.
6) Faça uso do material complementar disponível na Biblioteca Virtual no AVA.
ESTRUTURA DA DISCIPLINA
Buscando atingir os objetivos específicos, a disciplina contará com uma carga horária de
32 (trinta e dois) tempos para instrução e 04 (quatro) tempos para avaliação, distribuídos em 03
(três) unidades didáticas:
1) Análise do Conflito
1. ANÁLISE DO CONFLITO
OBJETIVOS DA UNIDADE 3:
a) Apontar os papéis e os comportamentos de terceiros em conflitos (Cn)
CAPÍTULO 1 - CONFLITOS
Olá! Ao longo da leitura, você observará algumas estratégias que
utilizamos para facilitar a sua compreensão. Queremos que nosso contato
seja proveitoso, agradável e que essa fase da sua vida seja lembrada pelo
sucesso alcançado por meio de seu esforço e dedicação. Passaremos
algumas horas juntos e, a todo momento, dialogaremos sobre assuntos
com os quais você convive diariamente. É importante destacar que você
será o “ator” nesta construção da própria aprendizagem. Leia e responda
todos os questionamentos, respeite os marcadores, pois a metodologia
utilizada na confecção do material busca minimizar dúvidas, produzir
reflexões e desenvolver a sua aprendizagem e as habilidades necessárias.
Compreender, interpretar, analisar e avaliar são pontos importantes para
a sua aprendizagem. Esperamos que nossa convivência contribua ainda
mais para seu aperfeiçoamento e habilidades necessárias para seu sucesso
profissional.
https://www.youtube.com/watch?
v=mAbeslgBMVM
Veja isso!
Os conflitos têm origem nas diferenças e fazem parte da natureza humana. Podemos
afirmar que os conflitos são inevitáveis em qualquer organização. Os desejos e interesses de um
grupo ou de uma pessoa muitas vezes divergem dos interesses e desejos de outros grupos ou
outras pessoas (LACOMBE, 2017).
Quando um grupo ou pessoa percebem que outro grupo ou pessoa se opõem aos seus
interesses, o conflito está criado. Já que o conflito encontra-se no mundo e não podemos evitá-lo,
podemos utilizá-lo. Em vez de condená-lo, deveríamos fazer com que trabalhasse a nosso favor
(LACOMBE, 2017).
Apesar de, muitas vezes, as situações de conflito estarem relacionadas a confrontos, não
devemos temê-las. Podemos afirmar que tais situações nem sempre são prejudiciais e, quando o
conflito é gerido de forma correta, este pode se tornar a força propulsora de mudanças positivas
na empresa. Porém, devemos reconhecer que há uma maneira destrutiva e outra construtiva de
lidar com tais situações.
Na área de gestão de pessoas, não há contexto que não seja impactado por essas
diferenças. Contudo, se temos o intuito de trabalhar com pessoas de forma com que estas
contribuam para o aumento da eficácia organizacional, essas diferenças devem ser devidamente
conduzidas e resolvidas, caso promovam o surgimento de conflitos.
Dessa forma, os conflitos poderão surgir quando as pessoas se virem diante de situações
em que precisam lutar por poder ou posição, defender direitos não respeitados ou ainda não
conquistados e desempenhar suas funções sem que tenham as condições ou os recursos
necessários para tanto.
Em síntese:
Nos contextos em que os conflitos são motivos para maiores reflexões a respeito de
algum assunto, ou alguma tarefa, eles poderão até mesmo ser estimulados, visto ser uma forma
de evolução do funcionamento organizacional. Nesses casos, os conflitos são conhecidos como
“funcionais” ou “construtivos”.
d) Intergrupal: entre membros de dois ou mais grupos, ou seja, com pessoas defendendo
interesses de seus grupos (diferentemente do que seria se tivéssemos pessoas defendendo
interesses pessoais, caso em que ocorreria um conflito interpessoal);
Por outro lado, dependendo do elemento motivador do conflito, podemos ter os conflitos
classificados como (ROBBINS, 2002a):
A primeira delas, a Escola Tradicional, teve sua maior prevalência durante as décadas de
1930 e 1940. Segundo essa escola, conflitos são prejudiciais (disfuncionais), estão sempre
associados a perdas de produtividade e quebra do nível ideal de racionalização organizacional e,
por isso, devem ser em todos os casos evitados. Além disso, a simples ocorrência de conflitos
denotaria inabilidade dos administradores, problemas de comunicação e quebra de confiança
entre as pessoas. Em suma, conflito seria um problema a ser eliminado do seio da organização.
Com a evolução das visões a respeito desse assunto, a partir do início da década de 1940
ganharam espaço as ideias da Escola de Relações Humanas, segundo a qual os conflitos estarão
presentes em uma organização como reflexo natural dos relacionamentos existentes. Os que
defendiam esse posicionamento partiram do pressuposto de que conflitos não podem ser
evitados. Mais ainda, consideravam que os conflitos podem, sim, ter efeitos positivos sobre a
produtividade e o desempenho das pessoas e dos grupos, desde que adequadamente tratados.
Assim, pela Escola de Relações Humanas, os conflitos não poderiam ser considerados como algo
necessariamente nocivo à organização.
Por fim, representando mais uma evolução na forma de se verem os conflitos nas
organizações, surgiu a Escola Interacionista. Por essa abordagem, extrapolando a ideia proposta
pela Escola das Relações Humanas de que os conflitos podem ser positivos, assumiu-se que estes
são, na verdade, necessários às organizações. A justificativa repousa sobre a visão de que
ambientes em que não existem conflitos são por demais estáveis. A estabilidade produzida
nesses ambientes, de acordo com essa visão, torna-se um fator de desaceleração e apatia,
enfraquecendo a capacidade de mudança e inovação, a qual deve ser um dos pontos mais
valorizados em uma organização. Com base nisso, a Escola Interacionista defende que se
mantenha um “nível ideal de conflito”, o que seria necessário para que as pessoas se
mantivessem em um constante estado de alerta e insatisfação com o “status quo”. Por essa ótica,
o resultado (efeito) dos conflitos estaria relacionado não ao conflito propriamente dito, mas à
forma pela qual cada conflito é tratado.
Essa escola cria uma relação clara entre o desempenho organizacional e o nível percebido
de conflitos, ou seja, se esse nível estiver aquém ou além do que seria o ideal, o resultado
corporativo poderá ser comprometido, devendo-se trabalhar continuamente para que isso não
ocorra.
Por outro lado, essa autoridade também lhes permite, em alguns casos, proceder, quando
necessário, com o remanejamento de recursos e com a reformulação de tarefas, soluções
comumente encontradas em alguns cenários conflituosos. Finalmente, gerentes, em decorrência
de sua posição, apresentam capacidade para influenciar comportamentos, o que deve ser visto
como uma poderosa ferramenta na administração de conflitos de qualquer natureza.
Bem, agora que você já cumpriu uma etapa da missão, que tal avaliar seu
grau de assimilação em relação ao conteúdo que foi visto neste capítulo?
Não se preocupe caso não saiba responder prontamente. A proposta é que
você consulte as suas anotações ou produza um debate com algum
companheiro. Vale consultar o texto dialogado. O importante é que você
resolva as questões a seguir.
1. Compartilhe o que você aprendeu sobre os assuntos estudados até agora, organizando um
pequeno resumo contendo as seguintes definições:
O que é Conflito?
4. As três correntes que se destacam em relação à percepção dos conflitos dentro de uma
organização são: _________________________, _________________________ e
_________________________.
5. Faça um resumo das atribuições do gerente dentro de uma organização e seu papel no
gerenciamento de conflitos.
Você já se deparou com situações que “sentiu no ar” que algo estava em
conflito? Isso já ocorreu em seu local de trabalho? Vejamos juntos alguns
sintomas que podem indicar algum tipo de conflito!
Essa é a forma que o médico tem de delimitar o universo dos possíveis problemas
(enfermidades) que podem estar lhe acometendo. É importante notar que o mapeamento dos
sintomas, por vezes, não leva diretamente à identificação da enfermidade, nem tampouco à
determinação das causas. Por exemplo, se você chega ao consultório médico e diz sentir
constantes dores de cabeça, essa informação é importante para orientar as próximas perguntas,
mas é sabido que essa dor de cabeça poderá estar associada a uma grande variedade de doenças,
as quais, por sua vez, poderão estar associadas a diferentes causas.
Assim, o sintoma (a dor de cabeça que você sentiu) serve principalmente para indicar que
“alguma coisa precisa ser examinada”, ou seja, alguma coisa está fora do funcionamento usual.
Vale ressaltar que, quando ocorrem conflitos nas organizações, os sintomas serão
percebidos de forma subjetiva, ou seja, cada parte envolvida (além dos terceiros que compõem o
cenário como um todo) vai sentir e perceber o sintoma com maior ou menor intensidade, como
sendo de maior ou menor impacto (importância), e assim por diante.
a) Problemas de comunicação;
c) Problemas interpessoais;
quanto à obtenção de resultados por cada uma dessas partes, o que poderá dar origem a situações
de conflito.
e) Insatisfação com o papel organizacional: pode vir de diversas fontes. Todas elas,
quando chegam a causar a insatisfação, tendem a gerar conflito. Quando o papel das unidades ou
o status externo não atendem às necessidades dos membros, estes podem ressentir-se, e isso
desencadeia um conflito.
Lacombe (2017) é outro autor que, também, apresenta um estudo sobre as causas dos
conflitos. Para ele, as principais causas são:
a) Personalidades incompatíveis;
d) Comunicações inadequadas;
e) Complexidade organizacional;
Tudo bem até aqui? Tenho certeza de que você saiu inteiro desse nosso
primeiro voo sobre este tema tão interessante!
Assim, veremos neste tópico que há casos em que o gestor (ou o líder, ou o gerente)
poderá optar por incentivar o conflito, estimulando a autocrítica, a criatividade e a propensão
para aceitação das mudanças na organização.
Esses autores falam ainda que, quando criam arestas nos relacionamentos interpessoais,
os conflitos se mostram capazes de interferir nos processos de comunicação, bloqueando as
trocas e abrindo espaço para surgimento das barreiras à comunicação eficaz.
Rocha, Rocha e Duran (2009) ressaltam ainda que os conflitos podem obstruir a visão das
pessoas, e até da organização como um todo, diminuindo a capacidade para a identificação de
novas alternativas. Isso se dá quando provocam posturas “defensivas e enraizadas”, construindo
um quadro de inflexibilidade e resistência a ideias diferentes daquelas inicialmente defendidas.
Altos níveis de conflito podem ocasionar prejuízos à saúde física e mental dos
envolvidos, em razão do estresse excessivo gerado pelas circunstâncias em que estes estão
inseridos.
a) Melhora nos níveis de coesão dos grupos: isso ocorre em casos de conflitos
intergrupais, os quais fazem com que os membros de um grupo se sintam como uma “família
ameaçada” e por isso se unam para defender os interesses coletivos do grupo a que pertencem.
4. Faça uma relação dos efeitos negativos e positivos que os conflitos podem trazer para
uma instituição, estabelecendo uma relação destes com as possíveis causas já estudadas
até aqui. Após isso, faça uma comparação com possíveis situações cotidianas.
https://pt.coursera.org/lecture/gestao-de-marca-
crise-imagem/video-1-o-que-voce-faria-aC9nF
Veja isso!
Você sabe como lidar com conflitos? Baseando-se no que vimos até agora,
você indicaria uma maneira para resolver um conflito no local de
trabalho? Não entre em conflito antes de saber como lidar com ele, não é
mesmo? Então vamos em frente!
De acordo com Lacombe (2017), existem três maneiras de lidar com o conflito:
dominação, conciliação e integração.
A dominação como forma de lidar com o conflito consiste na vitória de um lado sobre o
outro: eu ganho e você perde. A dominação busca derrotar o oponente eliminando sua ideia. Esta
caracteriza-se na forma mais fácil de lidar com o conflito, contudo, com frequência, é
malsucedida. Um perdedor em uma batalha é um inimigo na próxima (LACOMBE, 2017).
Por último tem-se a integração. Esta trata-se da descoberta de uma solução para o conflito
em que todos encontram algum espaço. Nesse caso, as partes envolvidas trabalham ativamente
para encontrar uma solução de modo que ninguém tenha que sacrificar coisa alguma.
Diferentemente da conciliação, que lida como o que já existe, não havendo criação, a integração
cria algo novo, envolvendo uma solução criativa, ou a eliminação de barreiras psicológicas.
O conflito pode ser pessoal ou funcional. Será pessoal se for causado por interesses
pessoais geralmente em função de valores ou desejos diferentes. O conflito funcional é, em geral,
provocado pela competição por recursos limitados ou atribuições maldefinidas, gerando
superposições de responsabilidades ou demandas incompatíveis com as possibilidades da pessoa.
- Gerar um acordo;
O conflito pode ser altamente negativo para a organização, mas, se for adequadamente
conduzido, pode ser fonte de soluções criativas e de oportunidades para se encontrarem novos
caminhos e para se compreenderem melhor os oponentes, dissipando dúvidas e desacordos.
Segundo Tim Ursiny (2012), as pessoas tendem a evitar conflitos por terem medo de
alguns dos seguintes motivos: sofrer rejeição, a perda de uma relação, sentir raiva, ser visto
como egoísta, dizer algo errado, ferir alguém, obter algo a que não tenha direito.
É posição comum assumir que não existe uma forma que possa ser genericamente vista
como melhor ou pior para tratamento de conflitos. É necessário, portanto, diagnosticar cada
Em termos gerais, o que se pode fazer é encontrar pontos de convergência entre os grupos
ou pessoas envolvidas e estimular o redirecionamento das posturas, evitando-se, assim, possíveis
consequências negativas dos conflitos ocasionadas por seu caráter competitivo.
A assertividade está relacionada ao grau de importância dado por parte ao interesse que
está sendo “defendido”. Já a disposição para colaborar está relacionada ao interesse demonstrado
pelo envolvido em atender às necessidades da outra parte.
Os estudos de Rocha, Rocha e Duran (2009) mostram que o cruzamento dessas duas
variáveis dá origem a cinco posturas a serem assumidas diante de um conflito:
a) Evitar: caso em que uma pessoa se mostra não assertiva e não colaborativa, ou seja, o
objeto do conflito não tem grande importância e ela também não está preocupada em atender as
expectativas da outra parte envolvida.
Já foi dito anteriormente que há situações em que a melhor alternativa será tentar reduzir
o nível de conflito, mas também há casos em que os possíveis resultados benéficos conduziriam
à direção do estímulo do conflito.
E aí? Tudo bem quanto a esse tópico? Agora você já sabe um pouco como
solucionar conflitos? Podemos seguir adiante? “Topa” conhecer outras
técnicas de redução de conflitos?
2. Suavização: uma outra atitude com relação às situações de conflito é trabalhar com as
partes envolvidas para que vejam com maior destaque o que elas têm em comum, em vez de
ficarem mantendo suas atenções sobre o que se mostra como diferença.
E esse caminho abre maiores espaços para a gestão participativa, pela qual as pessoas
tomam parte nos processos decisórios que afetam não apenas indivíduos, mas grupos, setores e a
organização como um todo. Trata-se, portanto, de uma habilidade de extrema importância no
contexto corporativo, visto que por ela torna-se possível orientar as forças de forma sinérgica
para objetivos comuns e obterem-se comportamentos consoantes e não opostos.
A vida de uma pessoa ou de um grupo é uma constante batalha com conflitos, muitos dos
quais são tratados de uma maneira dita como saudável, enquanto que outros conflitos atrapalham
a vida das pessoas ou de um grupo durante muito tempo, pois é um processo de oposição e
confronto que ocorre entre indivíduos ou grupos nas organizações, ou seja, quando as partes
envolvidas exercem poder na busca de metas ou objetivos valorizados. Nesse sentido, é
importante destacar que o conflito a ser estimulado deve ser construtivo ou funcional, pois a
resolução desse conflito conduz a melhorias, sendo uma forma de contribuição positiva para a
mudança e inovação (FERREIRA, et.al. 2010).
https://www.revistamilitar.pt/artigo/354
Esse “elemento externo” poderá ser um dos membros do grupo (um colega da equipe ou
do setor), um profissional tecnicamente capacitado para agir na intermediação de conflitos, ou,
ainda, alguém investido formalmente de autoridade que o capacite a tomar decisões (agindo
como árbitro, como veremos adiante).
Em geral, quando terceiros são utilizados nesse sentido, estes são pessoas neutras em
relação às partes e ao objeto do conflito. A participação de terceiros nessas situações pode se dar
por meio do desempenho de três papéis. Estes dependem da autonomia e do tipo de participação
do terceiro na solução do conflito.
Para Rocha, Rocha e Duran (2009), esses papéis desempenhados por terceiros na
resolução de conflitos são:
1. Conciliador: conta com a confiança de ambas as partes e age muitas vezes de maneira
informal, monitorando o processo, facilitando o relacionamento entre os envolvidos, encorajando
e dando suporte emocional.
3. Árbitro: esse papel é exercido por pessoas com autonomia para tomarem decisões com
relação ao tema em questão. Agem colhendo informações a respeito dos interesses e dos
contextos e, ao final de suas análises, emitem julgamento a respeito do que considerar “certo ou
errado”, “melhor ou pior”. Como já dissemos, esses posicionamentos dificilmente resolvem os
conflitos, deixando-os apenas oficialmente decididos, mas abrindo margem para sentimentos
velados de perda ou prejuízo por parte daqueles que não tiverem sido beneficiados pelos
posicionamentos assumidos.
Como requisito para uma atuação eficaz de terceiros na resolução de conflitos, cita-se a
necessidade de evidente imparcialidade e não-envolvimento por parte desses terceiros, ou seja,
eles não podem ser vistos como aliados de qualquer uma das partes.
3. Baseado no cruzamento dessas duas variáveis, um indivíduo pode assumir cinco posturas
diante de um conflito. São elas:
________________,________________,________________,________________
e________________ .
6. Faça um resumo dos posicionamentos que uma pessoa pode ter para solução de conflitos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Prezado(a) Aluno(a), chegamos ao fim de mais uma etapa concluída e vencida com
sucesso. Parabéns! Esperamos que, em todos esses momentos em que estivemos juntos, você
tenha aproveitado e aprendido muito.
Encerramos ciclos, fechamos portas, terminamos capítulos. Não importa o nome que
damos, o que importa é a sua aprendizagem e o seu crescimento profissional!
REFERÊNCIAS
BROCHADO, João Manoel Simch. Eia, avante! A energia dos agrupamentos humanos.
Editora: Biblioteca do Exército, 2008.
IKEDA, Ana Akemi; CAMPOMAR, Marcos Cortez; OLIVEIRA, Tânia Modesto Veludo.
Conflito Organizacional: um estudo com executivos de marketing. Disponível em:
http://www.anpad.org.br/admin/pdf/enanpad2004-cor-0066.pdf.
NORTHOUSE, P. G. Leadership: theory and practice. 4th. ed. Thousand Oaks: SAGE
Publications, 2007. p. xx, 395 p.
PAIVA, Luiz Eduardo Rocha. O líder militar: uma visão pessoal. Rio de Janeiro, 2008.
Disponível em http://ebrevistas.eb.mil.br . Acesso em 09/03/2020.
ROCHA E.; ROCHA K.; DURAN C. Gestão de Pessoas para concursos, v. 2. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2009.
URSINY, Tim. Você Não Pode Evitar Todos Os Conflitos. Editora: Paperback, 2012.