Aula 06 - ADOÇÃO E PODER FAMILIAR
Aula 06 - ADOÇÃO E PODER FAMILIAR
Aula 06 - ADOÇÃO E PODER FAMILIAR
I – ADOÇÃO:
A Lei n. 12.010/2009 revogou a grande maioria dos artigos do Código Civil que
tratavam da adoção. Dessa forma, o assunto agora é regulado pelo Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA).
II – PODER FAMILIAR:
Art. 1.633. O filho, não reconhecido pelo pai, fica sob poder familiar
exclusivo da mãe; se a mãe não for conhecida ou capaz de exercê-lo,
dar-se-á tutor ao menor.
Se o menor for reconhecido por ambos os genitores, ficará sob o poder familiar
simultâneo de ambos; se for reconhecido exclusivamente pela mãe, então esta exercerá o
poder familiar com exclusividade; por fim, se não for reconhecido por nenhum dos pais ou
se a mãe for desconhecida ou incapaz de exercer o poder familiar por estar interditada,
então deverá ser nomeado um tutor para o menor.
• criação e educação dos filhos: os pais deverão dirigir a criação e a educação dos filhos
menores, proporcionando-lhes meios materiais para sua subsistência e instrução, de acordo
com suas posses econômicas e condição social, amoldando sua personalidade e dando-lhes
boa formação moral e intelectual;
• direito de guarda: os pais têm o poder-dever de ter os filhos menores em sua companhia e
guardar para poder dirigir-lhes a formação, regendo seu comportamento, vigiando-os, uma
vez que são civilmente responsáveis pelos atos lesivos por eles praticados;
• nomeação de tutor: um dos pais, quando o outro já tiver falecido ou for incapaz de exercer
o poder familiar, poderá nomear um tutor para o filho menor, por meio de testamento ou de
documento público;
• exigência de obediência, respeito e serviço por parte do menor: o filho menor deverá não
só obedecer e respeitar os pais, como também prestar serviços compatíveis com a sua idade
e condição, participando na mantença da família.
Quanto aos bens dos filhos, devemos analisar o art. 1.689 do CC.
Percebe-se que os pais terão o usufruto dos bens do filho menor, por ser esse
direito inerente ao exercício do poder familiar, cessando apenas com a inibição desse poder,
com a maioridade, com a emancipação ou com a morte do filho. Dessa forma, os detentores
do poder familiar poderão reter as rendas decorrentes da administração dos bens do filho
menor sem ter, em regra, de prestar contas, podendo até mesmo consumi-las ou reinvesti-
las em proveito do filho, para atender, por exemplo, a gastos com a sua instrução ou
alimentação.
• morte de ambos os pais ou do filho menor: trata-se de fatos naturais que fazem
desaparecer os titulares dos direitos (morte dos pais) ou a razão para o instituto do poder
familiar (morte dos filhos);
• emancipação do menor: a emancipação faz com que o menor seja equiparado à maior por
causa da aquisição antecipada da capacidade de fato ou de exercício. Tal equiparação
também faz desaparecer a razão para a continuação do instituto do poder familiar;
• maioridade: a aquisição da maioridade faz com a pessoa se torne plenamente capaz e, com
isso, não há mais a necessidade do exercício do poder familiar;
• adoção: através da adoção o poder familiar dos pais naturais se transfere para o adotante
e, mesmo que ele venha a falecer, o poder familiar não irá retornar aos pais biológicos;
• decisão judicial que decretar a perda do poder familiar: a perda do poder familiar pode ser
decretada por uma das hipóteses arroladas no art. 1.638 do CC:
Art. 1.638. Perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a mãe
que: I – castigar imoderadamente o filho;
II – deixar o filho em abandono;
III – praticar atos contrários à moral e aos bons costumes;
IV – incidir, reiteradamente, nas faltas previstas no artigo
antecedente.
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13010.htm
Parágrafo único. Suspende-se igualmente o exercício do poder
familiar ao pai ou à mãe condenados por sentença irrecorrível, em
virtude de crime cuja pena exceda a dois anos de prisão.
Listando as faltas dos pais que, pela incidência reiterada podem acarretar a
perda do poder familiar, temos:
• abusar da autoridade;
• condenação criminal cuja pena (reclusão ou detenção) exceda a dois anos de prisão.
Por fim, temos que se uma pessoa vier a contrair novas núpcias, o novo
casamento não acarreta a perda do poder familiar referente a um filho fruto do casamento
anterior.