LIÇÃO 09 - O DISCÍPULO E O DÍZIMO Versão Do Professor
LIÇÃO 09 - O DISCÍPULO E O DÍZIMO Versão Do Professor
LIÇÃO 09 - O DISCÍPULO E O DÍZIMO Versão Do Professor
INTRODUÇÃO
O dízimo não é mera obrigatoriedade, mas um ato oriundo da fé nas promessas de Deus. O dízimo é
uma forma de você mostrar sua gratidão pelas bênçãos decorrentes da salvação. É tornar-se participante com
Deus na obra da evangelização do mundo. É o privilégio de tirar 10% de toda a renda pessoal e investir nos ne-
gócios de Deus aqui na Terra.
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1- SÍNTESE TEXTUAL:
O conceito de dízimo no Antigo Testamento já existia na era patriarcal. Abraão deu a Melquisedeque o
dízimo de tudo. Portanto, antes da lei, o dízimo já existia. A lei apenas formalizou e sistematizou esta prática, e
os profetas pregaram a necessidade de sua observância. Era exigida a décima parte das rendas de uma pessoa
com vistas à manutenção da adoração; do sistema religioso e também para o benefício dos pobres da comuni-
dade judaica. No Novo Testamento, o próprio Cristo reforçou o conceito do dízimo como um ato de fé que pro-
duz obediência voluntária aos preceitos divinos. O dízimo, antes de ser mera obrigatoriedade, é um ato de gene-
rosidade do cristão, que faz parte da lei do amor. O resultado será que os crentes que assim fazem de nada terão
necessidade, pois Deus, o legítimo dono de todas as coisas, ama aqueles que dão com liberalidade e pureza de
coração.
O mais observado “não é quanto é dado” e sim que “sentimentos possuímos quando estamos dizimando”.
2- ORIENTAÇÃO DIDÁTICA:
Vamos fazer um exercício de interpretação desses textos bíblicos, no quadro da esquerda, coloque o que
você entendeu ao versículo que está à direita (não se preocupe se está certo ou errado e sim queremos entender
o que você entendeu quando leu esses versículos). Oriente-se baseando no exemplo deixado a respeito do se-
gundo versículo. Experimente fazer perguntas aos textos, tais como: “O que aprendo com esse versículo sobre
dízimo? ”; “Quem está ensinando sobre dízimo? ”; “O que está sendo pedido em dízimo? ”; “Quem são os be-
neficiados pelos dízimos aqui? ”
Levítico 27:30-32 - 30"Todos os dízimos da Resposta: Os dízimos pertencem ao Senhor. O
terra - seja dos cereais, seja das frutas - per- povo deveria dar os dízimos de todos os produtos
tencem ao Senhor; são consagrados ao Senhor. da terra e do Rebanho.
31Se um homem desejar resgatar parte do seu
Números 18:21-32 - 21"Dou aos levitas todos os Resposta: Um dos propósitos do dízimo era o sus-
dízimos em Israel como retribuição pelo tra- tento dos levitas em troca dos serviços prestados
balho que fazem ao servirem na Tenda do En- na tenda da congregação; por sua vez, os levitas
contro. davam o dízimos dos dízimos ao sacerdote.
22De agora em diante os israelitas não poderão
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décimo daquele dízimo como contribuição
pertencente ao Senhor.
27Essa contribuição será considerada equiva-
Deuteronômio 14:28,29 - 28"Ao final de cada Resposta: Outro propósito era auxiliar aos neces-
três anos, tragam todos os dízimos da colheita sitados: o estrangeiro, o órfão e a viúva.
do terceiro ano, armazenando-os em sua pró-
pria cidade,
29para que os levitas, que não possuem propri-
Deuteronômio 26:25 e Malaquias 3:8-10 - Resposta: Assim como Deus dera bênçãos a seu
Tomarás das primícias de todos os frutos do solo povo, os que as receberam deviam reparti-las com
que trouxeres da terra que o senhor teu Deus te as pessoas menos favorecidas. Dar o dízimo, por-
dá, e as porás num cesto, e irás ao lugar que o Se- tanto, traria bênçãos divinas, retê-lo traria maldi-
nhor teu Deus escolher para ali fazer habitar o ção.
seu nome.
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Lembre-se que natural que tenham dificuldade de interpretar os textos, mas lembre-os que esse é um
exercício para auxiliá-los a fazer sozinhos interpretação de textos bíblicos e aprenderem a como fazê-lo, não só
com essas passagens, mas poderão usar essas regras em outros textos.
Dar, devolver ou pagar o dízimo, no Antigo Testamento, constituía-se em separar a décima parte do pro-
duto da terra e dos rebanhos para o sustento do santuário de Deus e dos sacerdotes.
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¹⁰ E eis que agora eu trouxe as primícias dos frutos da terra que tu, ó Senhor, me deste. Então as porás
perante o Senhor teu Deus, e te inclinarás perante o Senhor teu Deus,
¹¹ E te alegrarás por todo o bem que o Senhor teu Deus te tem dado a ti e à tua casa, tu e o levita, e o es-
trangeiro que está no meio de ti.
¹² Quando acabares de separar todos os dízimos da tua colheita no ano terceiro, que é o ano dos dízimos,
então os darás ao levita, ao estrangeiro, ao órfão e à viúva, para que comam dentro das tuas portas, e se
fartem;
¹³ E dirás perante o Senhor teu Deus: Tirei da minha casa as coisas consagradas e as dei também ao le-
vita, e ao estrangeiro, e ao órfão e à viúva, conforme a todos os teus mandamentos que me tens ordenado;
não transgredi os teus mandamentos, nem deles me esqueci;
¹⁴ Delas não comi no meu luto, nem delas nada tirei quando imundo, nem delas dei para os mortos; obe-
deci à voz do Senhor meu Deus; conforme a tudo o que me ordenaste, tenho feito.
¹⁵ Olha desde a tua santa habitação, desde o céu, e abençoa o teu povo, a Israel, e a terra que nos deste,
como juraste a nossos pais, terra que mana leite e mel). Desta forma, não só a Casa de Deus era suprida,
como também mantida a tribo levítica, responsável pelo sacerdócio. Quando o povo se encontrava fraco e afas-
tado de Deus, o dízimo era negligenciado. Devolver o dízimo é, portanto, um sinal de avivamento, entre outros,
quando provém da fé e de um coração que reconhece o senhorio de Deus sobre todas as coisas. Por isso, Mala-
quias chegou a chamar de roubadores de Deus àqueles que não queriam dar os dízimos e desviavam o uso de
seu propósito (Malaquias 3:8-10), concitando-os* a fazer prova do Todo-Poderoso, que jamais deixará de
cumprir as suas promessas àqueles que lhe são fiéis.
Aqui temos um grande ensino, o roubo não era somente cometido pelo povo, como muitos apontam, mas o uso
incorreto dos dízimos e ofertas que eram muitas vezes desviados do seu uso correto.
O dízimo não ficou restrito aos tempos do Antigo Testamento. O escritor da epístola aos Hebreus esta-
belece uma vinculação direta entre esta prática e o Novo Testamento, quando menciona o fato de Abraão ter
pago o dízimo de tudo a Melquisedeque. Vale lembrar, inclusive, que o mesmo autor afirma ser Cristo sumo
sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque (Hebreus 5:10 - Chamado por Deus sumo sacerdote, segundo
a ordem de Melquisedeque). Ora, isto quer dizer que, se a ordem é a mesma, os deveres e privilégios conti-
nuam também os mesmos, sem alteração, e isto inclui o dízimo. Devolver o dízimo, portanto, é dar sequência,
em Cristo, ao sacerdócio de Melquisedeque, que é “sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio
de dias nem fim de vida, mas sendo feito semelhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote para sem-
pre” (Hebreus 7:3).
É comum muitos dizerem que o “dízimo” faz parte do Velho Testamento, e não faz parte da “graça, mas na ver-
dade, a necessidade do dízimo se faz presente nos dias de hoje, por isso, não como um mandamento novo e sim
por amor a obra de Deus.
Jesus e o Dízimo:
O próprio Cristo não passou ao largo do dízimo (Mateus 23:23,24 - ²³ "Ai de vocês, mestres da lei e
fariseus, hipócritas! Vocês dão o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, mas têm negligenciado os
preceitos mais importantes da lei: a justiça, a misericórdia e a fidelidade. Vocês devem praticar estas coi-
sas, sem omitir aquelas.
²⁴ Guias cegos! Vocês coam um mosquito e engolem um camelo).
Você descobriu, entre outras coisas, que a prática do dízimo entre os contemporâneos de Jesus tornou-se
legalista e ostentatória de falsa espiritualidade. Os escribas e fariseus cumpriam esta determinação para serem
vistos e honrados pelos homens, e não como fruto sincero de corações agradecidos. Era apenas aparência. Nada
mais. Todo o texto de Mateus 23 enfatiza este lado da arrogância, da falsa religiosidade, onde a hipocrisia se
reveste de justiça para tomar-se a glória de corações iníquos e apodrecidos.
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Alguns podem pensar, à primeira vista, que Jesus estivesse condenando o dízimo. Porém, uma leitura
mais acurada do texto (Verso 23) revela que Ele estava reprovando a motivação errada. Foi isso que deixou
claro ao afirmar: “[...] pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da
lei, o juízo, a misericórdia e a fé”. Ou seja, uma coisa não pode existir sem a outra. É tanto que acrescentou:
“Deveis, porém, fazer estas coisas (Viver o juízo, a misericórdia e a fé), e não omitir aquelas” (dar o dízimo
da hortelã, o endro e o cominho).
O que Jesus fez foi reforçar o conceito de que o dízimo, antes de ser mera obrigatoriedade, para aparen-
tar justiça, é um ato de fé que produz obediência voluntária aos mandamentos da Palavra de Deus.
Muitos que dão grandes ofertas e dízimos queriam atenção e serem notados na época de Jesus, infelizmente
muitas pessoas esquecem que Deus não tem prazer nisso, o importante não é a oferta em sim ou valor do dí-
zimo que é dado, mas que ato de fé produzimos ele.
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a) Sente-se recompensado por sentir-se parte ativa da Obra de Deus;
b) Deus o socorre em tempos trabalhosos;
c) Torna-se exemplo para os demais;
d) Deus é reciproco em proporções bem maiores;
e) Os recursos são mais abundantes para os projetos da igreja;
f) A obra de Deus é realizada com maior rapidez;
Bênçãos para quem é dizimista não tem nada a ver com a mentira pregada em muitas igrejas que defen-
dem a heresia mais comum hoje em dia, a Teologia da Prosperidade. É verdade que Deus é poderoso para pros-
perar a nossa vida em quaisquer circunstâncias que estamos vivendo, no entanto, essa heresia diz que se não
prosperamos, estamos em pecado, ou algo parecido, traduzem errado que não somos cauda e sim cabeça de
Deuteronômio 28:13 (O Senhor fará de vocês a cabeça das nações, e não a cauda. Se obedecerem aos
mandamentos do Senhor, do seu Deus, que hoje lhes dou e os seguirem cuidadosamente, vocês estarão
sempre por cima, nunca por baixo), na verdade temos aqui uma interpretação totalmente errada deste versí-
culo. Agora imagine esse cenário, se realmente fosse assim: “Se todos os cristãos se tornassem adeptos dessa
teologia, todos seríamos patrões e não existiria mais empregados”, e mais um exemplo: “Como você prega
Teologia da Prosperidade em um país que há perseguição contra cristãos, onde seus bens são roubados por
causa dessa perseguição, e no fim, vão dizer que esses cristãos perseguidos estão em pecados por que ficaram
pobres devido a perseguição”? Isso prova que é o uma falsa Teologia que não se sustenta em qualquer cenário
real.
Você aprendeu que o dízimo é uma doutrina que se fundamenta em toda a Bíblia, não sendo, portanto,
uma imposição humana. Descobriu, também, que é um ato de fé, onde não há lugar para o legalismo e a falsa
religiosidade. Viu, ainda, que é fruto de gratidão pelas bênçãos do Altíssimo, que resulta na obediência voluntá-
rias aos mandamentos da Palavra de Deus. Finalmente, pôde perceber que devolver o dízimo conduz, pelo me-
nos, a duas coisas: a termos “mantimentos na Casa do Senhor” e “maior abastança” em nossa vida pessoal.
Diante do exposto, cabe-lhe avaliar como novo crente, que existe segurança em seguir as orientações bíblicas,
devendo pôr em prática os ensinamentos bíblicos recebidos.
1- Se você ainda não teve a experiência de pagar ou devolver o dízimo, comece a fazê-lo já esse mês ainda.
Não olhe para o tamanho do seu salário, se ele é pequeno, mas para a grandeza de Deus, a quem você
está servindo com sua contribuição. Lembre-se que é apenas 10 por cento de sua renda, uma quantia
certamente menor do que daquela empregada, outrora, em coisas vãs.
2- Se você já vinha pagando ou devolvendo o dízimo, mas com a motivação errada, mude de rumo: faça-o
por amor à obra e como um ato de fé nas promessas de Deus, que resulta na obediência voluntária aos
seus mandamentos sem legalismo.
3- Saiba que de sua decisão em investir na obra de Deus dependerão muitos projetos de sua Igreja, princi-
palmente os relacionados com a evangelização e a obra missionária.
4- Não se esqueça, também, de que seus irmãos em Cristo que estejam passando por alguma necessidade,
bem como os mais carentes da comunidade, poderão ser melhor abençoados se o seu dízimo for reco-
lhido regularmente à casa do Senhor.
5- Lembre-se, finalmente, da promessa bíblica: “Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber” (Atos
20:35).
6- Entenda que você congrega em uma Igreja que não foca em “cobrar dízimos e ofertas em todos os cultos
por meio de suas principais mensagens semanais” e nem transforma praticamente “todas as principais
passagens da Bíblia em ensinos sobre dízimos e ofertas”, pelo contrário, congregamos em uma Igreja
que seu pastor te orienta a fazer prova com Deus baseado em Malaquias 3:10 e se em três meses, se o
Senhor não te responder, te aconselha a deixar de dizimar.
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Não acredite em falácias sobre o uso mal administrado dos dízimos e ofertas, você congrega em uma
igreja séria e que leva sério as coisas de Deus e que tem temor de Deus, procure conhecer as necessidades de
sua igreja, e na medida do possível, e dentro de suas possibilidades ajude ela como puder, igreja tem contas,
paga água e luz. E não estamos dizendo que não existam igrejas em que seus administradores sejam corruptos,
mas uma igreja séria não vive em função de pregar somente prosperidade, e sim de pregar mudança de vida,
porque o que compensa você ter uma vida financeira abastada aqui e não ter uma vida de arrependimento e que
vive em santificação.
CONCLUSÃO
4- Qual o profeta que chamou de roubadores de Deus aquele que usurpam do dízimo, roubando do seu uso
verdadeiro, no Velho Testamento?
Resposta: Malaquias.
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ESTUDO PARA SEMANA (leitura sugerida):
SEGUNDA: leia Malaquias 3:8-10 para hoje;
TERÇA: leia Levítico 27:30-32 para hoje;
QUARTA: leia Números 18:21-32 para hoje;
QUINTA: leia Deuteronômio 14:28,29 e Deuteronômio 26:25 para hoje;
SEXTA: leia Mateus 23:23,24 para hoje;
MEDITAÇÃO DA SEMANA: Deus disse: “Meu povo perece porque lhes falta conhecimento...” (Oseias
4:6). Comece a se esforçar para estudar a lição e participar das aulas, para que não sejamos contados entre esses
que perecem, não deixe de vir e participar por motivo banal (Deus sabe o motivo de cada um de não poder par-
ticipar das aulas, realmente Ele “sabe mesmo”), aprender é uma oportunidade que o Senhor nos dá nos dias de
hoje e não devemos ignorar porque chegará a hora que não poderemos mais falar de Jesus, e aí não poderemos
reclamar das oportunidades perdidas.
Oremos e vigiemos para que não sejamos surpreendidos pelo fato de termos a oportunidade de ler a Pa-
lavra de Deus, e ficar negligenciando dê o fazê-lo, porque realmente virão tempos tempestuosos em que não
teremos mais a oportunidade de ler e pregar a Bíblia e o cenário não caminha bem para os cristãos que real-
mente querem ler e viver o que a Bíblia ensina.
NOTAS:
https://www.bibliaonline.com.br/acf
Teologia Elementar Doutrinária e Conservadora – Emery H. Bancroft
Dizimista, Eu?! Rio de Janeiro. CPAD, pp. 45,46
* Concitar: “Concitar” significa incitar, estimular, instigar ou provocar algo ou alguém. É um verbo que ex-
pressa a ação de incentivar ou motivar alguém a realizar determinada atividade ou comportamento.
* Promulgação: “Promulgação” é o ato pelo qual uma lei é tornada pública e oficial. Após um projeto de lei
ser aprovado pelo legislativo, a promulgação é o passo final em que a autoridade competente, geralmente o
chefe do poder executivo, sanciona e torna a lei oficial, comunicando-a à população. Isso significa que a lei en-
tra em vigor e passa a ser aplicada.