Relatório Prática de Dureza I
Relatório Prática de Dureza I
Relatório Prática de Dureza I
RELATÓRIO PRÁTICA 1
Dureza I
Alunos
1. Fahir Lael Cruzado Rezak 294356
2. Guilherme Frederico Perusse 144932
Realizaram-se medições de dureza em aços com teor de carbono conhecido por meio
de um durômetro portátil (ensaio por impacto), obtendo um valor de dureza em
HB (Hadness Brinell). Além disso, efetuou-se a mensuração da dureza de um aço
hipoeutetóide recozido, cujo teor de carbono era desconhecido, utilizando um durô-
metro de bancada (ensaio por penetração), tendo como resultado o valor de dureza
em HRB (Hardness Rockwell na escala B) . Todos os corpos de prova foram ade-
quadamente preparados para o ensaio por meio de lixamento. Posteriormente, foi
gerado um gráfico que relaciona a Dureza Brinell com o teor de carbono. Por meio
de uma regressão polinomial, foi possível estimar que o teor de carbono deste aço
é de 0,51%, sendo plausível inferir, apesar da variação do teor de carbono, que se
trata de um aço SAE 1045, com uma dureza de 138,671 HB.
1 INTRODUÇÃO 3
1.1 ENSAIO DE ROCKWELL E BRINELL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.2 relação entre carbono e dureza . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.3 objetivo geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2 METODOLOGIA 8
2.1 materias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.2 Métodos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
3 RESULTADOS 18
3.1 RESULTADOS OBTIDOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
3.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
4 CONCLUSÕES 24
Referências Bibliográficas 25
1 INTRODUÇÃO
3
tendo como única deformação a causada pela pequena impressão; e fácil determinação de
outras propriedades mecânicas, como o limite de resistência a tração (CALLISTER, 2008).
4
das outras (recomenda-se pelo ao menos uma distância de três diâmetros da impressão
entre o seu centro e a aresta do corpo de prova), superfícies que não estejam lisas e planas
(CALLISTER, 2008).
A dureza Rockwell pode ser calculada utilizando a Equação 1.
F 2P
HB = = √ (1)
S (π.D(D − D2 − d2 ))
Sendo que:
HB = Valor de dureza Brinell (HB);
F= Força aplicada (kgf);
S = Área da calota esférica (m);
D = Diâmetro do perfurador (m);
d= Diâmetro da calota esférica (m).
Por outro lado, no ensaio de dureza Brinell, assim como nas medições de Rockwell, um
penetrador esférico, com diâmetro de 10 mm, e duro, feito de aço endurecido ou carboneto
de tungstênio, é forçado contra a superfície do metal a ser analisado (CALLISTER, 2008).
As cargas padrões variam entre 500 e 3000 Kg, em acréscimos de 500 Kg, sendo mantidas
constantes por um tempo específico (CALLISTER, 2008).
No ensaio de Brinell, o índice de dureza é simbolizado pela nomenclatura HB ( Hard-
ness Brinell) e ele é diretamente ligado tanto com a magnitude da carga como do diâmetro
de impressão resultante, cujo é medido com auxílio de um microscópio especial de baixa
potência (CALLISTER, 2008).
Para evitar imprecisões, a superfície e espessura máxima do copo de prova, bem como
da distância das impressões seguem as mesmas exigências do ensaio de Rockwell (CAL-
LISTER, 2008).
A dureza Brinell pode ser calculada utilizando a Equação 2.
HR = E − e (2)
Sendo que:
HR = Valor de dureza Rockwell (HR);
E = Constante que depende do ponteiro, sendo 100 para cone de diamante e 130 para
esfera de aço;
5
e = Incremento permanente da profundidade de penetração.
6
O aço utilizado nessa prática é o aço-carbono hipoetetoide recozido.
Determinar a relação entre a dureza e o teor de carbono do metal analisado por meio
de testes de ensaio de dureza Brinell e Rockwell, bem como aprimorar os conhecimentos
adquiridos com as aulas teóricas de materiais de conformação mecânica.
(a) Estudo em conjunto dos principais conceitos discutidos nas aulas teóricas;
(d) Estabelecer uma relação entre a dureza e o teor de carbono do corpo de prova.
7
2 METODOLOGIA
2.1 MATERIAS
2.2 MÉTODOS
Todos CP’s fornecidos são de aço hipoeutetoide recozido, contudo, seu teor de carbono
8
era desconhecido.
Antes de realização do ensaio de dureza Rockwell, o CP precisava ser preparado, o
seja, ele deveria passar por quatro etapas de lixamento mecânico, com quatro tipos de
lixa com granulometria diferentes (Figura 2), a fim de adquirir/ obter uma superfície lisa
e plana, ideal para o ensaio em questão.
A primeira etapa de lixamento foi realizada utilizando a lixa com granulometria maior
(220) –Figura 3–, objetivando retirar uma quantidade maior de material.
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Figura 4: Superfície do metal com o lixamento feito com lixa de granulometria 220.
A segunda etapa de lixamento foi executada utilizando uma lixa com granulometria
menor (320) (Figura 5).
O CP foi girado em 90 graus para ser lixado em outro sentido dos riscos pré-existentes
causados pelo lixamento anterior, tendo como resultado a superfície do metal como mostra
a Figura 6.
A terceira etapa de lixamento foi realizada utilizando uma lixa com granulometria
menor que a anterior (480) – Figura 7, sendo o CP novamente girado em 90 graus, obtendo
a superfície do metal como mostra a Figura 8.
A quarta e última etapa de lixamento foi realizado com a lixa de granulometria ex-
tremamente menor que a anterior (600) – Figura 9, a fim de apenas retirar as pequenas
10
Figura 6: Superfície do metal com o lixamento feito com lixa de granulometria 320.
11
Figura 8: Superfície do metal com o lixamento feito com lixa de granulometria 480.
fim de armazenar energia potencial elástica na mola e, quando acionado, essa energia é
convertida em energia cinética, fazendo com que o projetil presente no durômetro atinja
o CP, deixando uma impressão visível a olho nu no metal. O valor que aparece no pai-
nel digital do durômetro é resultado da energia que não foi absorvida pelo metal com o
impacto, gerando assim a dureza em HB (Hardness Brinell), sendo que quanto maior a
quantidade de carbono do aço, maior é o rebote.
Neste teste, foram examinadas peças de metal com quatro tipos de aços distintos:
1010, 1020, 1045 e 1060. Eles se distinguem pelo seu teor de carbono, o qual é expresso
como a porcentagem correspondente aos dois últimos dígitos do número do aço.
Em cada peça de aço, o durômetro portátil foi posicionado perpendicularmente em
12
Figura 10: Superfície do metal com o lixamento feito com lixa de granulometria 600.
relação a superfície do metal (Figura 13, Figura 14, Figura 15 e Figura 16) e realizou-se
o engatilhamento e acionamento do mesmo. Para obter melhor precisão dos resultados
de dureza, em Hardness Brinell (HB), realizou-se em cada uma das peças três testes e,
posteriormente, calculou-se a média ponderada dos resultados.
Após a obtenção dos valores de dureza dos aços em HB, deu-se início a um próximo
teste. Nesse teste, utilizou-se um durômetro de bancada para o método Rockwell (Figura
17), com o valor de dureza em Hardness Rockwell B. O corpo de prova utilizado foi o
mesmo que havia sido previamente preparado após o processo de lixamento.
Neste novo ensaio, o corpo de prova foi posicionado sobre a mesa de apoio do durôme-
tro, idealmente próximo à esfera de aço de aço temperado (metal mais duro que o corpo
13
Figura 12: Durômetro portátil (escleroscópio de Shore).
de prova), para facilitar o alinhamento. Em seguida, o fuso rosqueado foi elevado, por
meio do volante até o CP entrar em contato com a esfera de aço (penetrador) - Figura
18.
Logo em seguida, foi aplicando uma pré-carga de 10 quilogramas-força (kgf) e girou-se
o volante até que o ponteiro maio do relógio descrevesse 2 ½ voltas e parasse em zero e o
ponteiro menor parasse na região descrita como ‘set’.
Após essa etapa, a alavanca lateral do equipamento foi acionada para aplicar uma
carga adicional de 100 kgf (Figura 19) no corpo de prova e, quando o ponteiro do relógio
ficou estabilizado, a alavanca de ensaio retornou a sua posição inicial, retirando a carga
aplicada.
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Figura 14: Teste do durometro portátil no aço 1020.
Por conseguinte, o valor marcado pelo ponteiro no relógio condizia com a leitura da
dureza em HRB (Figura 20).
Esse procedimento, assim como no teste anterior, foi realizado três vezes, objetivando
obter um valor médio.
Com todos os resultados anotados, utilizou-se uma tabela de conversão de dureza
disponível no laboratório.
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Figura 16: Teste do durometro portátil no aço 1060.
16
Figura 19: Carga adicional de 100 kgf.
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3 RESULTADOS
Ainda, é necessário realizar uma tabela de correção dos valores mensurados, que va-
riam de acordo com o equipamento e escala utilizados. A Tabela 2 mostra as equações
necessárias para a medida de determinados equipamentos.
EQUIPAMENTO CORREÇÃO
DURÔMETRO DE BANCADA – 60a 100 HR B −0, 34x + 32, 69
DURÔMETRO DE BANCADA – 20a 55 HR C +1, 6
DURÔMETRO DE BANCADA – 55a 100 HR C −0, 06
DURÔMETRO PORTÁTIL – HR B −0, 41x + 22, 18
DURÔMETRO PORTÁTIL – HR C 0, 149x − 17, 863
18
Figura 21: Tabela de conversão de escalas.
Fonte: Kemi(2023).
Com os valores convertidos para HRB (Tabela 3), realizou-se o cálculo da correção de
medidas para cada medida de dureza, tendo como base as equações e valores dispostos na
Tabela 2. Os valores de correção obtidos foram apresentados na Tabela 4.
Com os valores de correção de medida calculados para cada aço e medida, utilizou-se
a Equação 4 para obter o valor final da escala de dureza em HRB já corrigidos:
EC = (XER + X) (4)
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Tabela 4: Valores de correção de medidas HRB.
.
Sendo que:
EC = Escala Corrigida (HR);
XER = Valor Experimental Escala Rockwell (HR);
X = Valor de Correção.
Os resultados obtidos estão dispostos na Tabela 5.
n
1X
x̄ = xi (5)
n i=1
v
n
u1 X
u
σx = t (x i − x̄)2 (6)
n i=1
σx
σA = √ (7)
n
20
Li
σB = (8)
2
√
σexp = σA2 + σB 2 (9)
σp = σexp.t (10)
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utilizado para levar em consideração a variabilidade intrínseca das medições e contribui
para uma estimativa mais precisa da incerteza. Com todos esses dados em mãos, torna-se
possível a construção de um gráfico que relaciona o Teor de carbono à Dureza Brinell.
Esse gráfico pode ser elaborado com a ajuda do Software Microsoft Excel TM, conforme
exemplificado na Figura 22.
Figura 22: Tabela de conversão de escalas.
Fonte: Autores(2023).
Ao analisar a Figura 18, realizou-se uma regressão polinomial de segunda ordem com o
objetivo de aprimorar a adequação dos dados e calcular o teor de carbono presente no aço
hipoeutetóide. Consequentemente, a fórmula que representa essa regressão está refletida
na Equação 11, juntamente com o valor do coeficiente de determinação na Equação 12.
R2 = 0, 9664 (12)
Dessa forma, por meio da Equação 11, é possível estimar que o teor de carbono do aço
hipoeutetóide estudado nesta prática com dureza de 138,671 HB.
22
de bancada de Rockwel presente na Tabela 6, obtendo dois valores correspondentes de
-2,86 e 0,51. Como não há valores de teor de carbono negativo, determinou-se, então, que
a porcentagem de carbono nessa amostra é de 0,51%. Na literatura, ao comparar esse,
conclui-se que esse aço está na faixa de composição de SAE 1044 a SAE 1055. Isso ocorre
porque ambas as faixas de aço mencionadas têm uma tolerância de carbono que inclui a
porcentagem de 0,51% encontrada na amostra (BRINGAS, 2004).
Além disso, os dois primeiros dígitos na nomenclatura do aço, ou seja, "10xx", indicam
o tipo de liga metálica, que, neste caso, é composta por aço-carbono, com no máximo 1%
de manganês. Os dois últimos dígitos representam o teor de carbono no aço, resultando
em um aço classificado como SAE 1051 (BRINGAS, 2004).
É importante observar que o aço em estudo passou por um processo de recozimento. O
recozimento é um tratamento térmico que amolece o material, pois envolve o aquecimento
do aço até sua fase austenítica, seguido de um resfriamento lento (VLACK, 2000). Isso
resulta em uma microestrutura com grãos maiores, o que significa que há menos contornos
de grão, facilitando o movimento das discordâncias no material e levando à formação de
perlita grosseira (VLACK, 2000). No aço em questão, não houve o amolecimento, mas
sim o endurecimento desse aço que pode ser causado pela ineficiência do tratamento
térmico realizado Por outro lado, ao comparar o teor de carbono encontrado nesse aço
hipoeutetóide com as medidas de dureza de amostras de aço com teores conhecidos de
carbono apresentados na Tabela 6, obtêm-se um resultado consistente. A medida de
dureza que mais se assemelha à da amostra é a do aço SAE 1045, que possui um teor de
carbono de 0,45%, corroborando assim o resultado obtido.
Vale ressaltar que na Tabela 4, há medidas de dureza HR B negativas, mas isso pode
ocorrer e recomenda o uso de outra escala de dureza. A única exceção para continuar
usando a escala de dureza negativa, de acordo com esse autor, é quando se deseja analisar
uma tendência de variação na dureza de um material submetido a tratamentos térmicos
para amolecer ou endurecer (FUNDAMENTALS. . . , 2022).
23
4 CONCLUSÕES
24
REFERÊNCIAS
ANSTIS, G. et al. A critical evaluation of indentation techniques for measuring fracture
toughness: I, direct crack measurements. Journal of the American Ceramic Society,
v. 64, n. 9, p. 533–538, 1981.
GARCIA, A.; SPIM, J. A.; SANTOS, C. A. d. Ensaios dos Materiais. Rio de Janeiro:
Livros Técnicos e Científicos, 2000.
VLACK, L. H. V. Princípios de Ciência dos Materiais. 13ª ed.. ed. [S.l.]: Edgar
Blucher, 2000.
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Figura 23
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Figura 24
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