Lição 2. Equipamentos de Proteção Individual

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Lição 2.

Equipamentos de Proteção Individual


Objetivos da lição

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

1. Conceituar EPI para combate a incêndio estrutural;


2. Citar os componentes do EPI de combate a incêndio utilizado no CBMSC;
3. Identificar os riscos a saúde do bombeiro que podem ser encontrados em
um incêndio;
4. Calcular a autonomia de um cilindro de ar comprimido utilizado no
Equipamento de Proteção Respiratória (EPR), conforme fórmula apresentada
no manual, e;
5. Saber os cuidados para EPI e EPR.
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Introdução

Os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) do bombeiro são elementos


fundamentais para a sua atuação em ações de combate a incêndio. Podem ser
definidos como: todo dispositivo ou equipamento de uso individual utilizado pelo
combatente, destinado à proteção contra riscos capazes de ameaçar a sua
segurança e a sua saúde. São exemplos destes riscos:

→ Calor elevado;
→ Riscos elétricos;
→ Desabamentos de estruturas ou de partes da estrutura;
→ Explosões;
→ Riscos de contusões;
→ Quedas de nível. 3
Equipamentos de proteção individual

Esses são apenas alguns exemplos de riscos existentes em incêndios! Muitas


vezes será até mesmo impossível identificar todos os perigos existentes em
uma cena.

Por este motivo, o uso dos EPIs necessários é uma obrigação básica do
bombeiro em toda ocorrência.
Capacete

Responsável pela proteção de cabeça e face do combatente contra calor,


chama, eletricidade e impactos de objetos. No CBMSC, utiliza-se como
principal norma de referência a EN 443.

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Balaclava

Espécie de capuz destinado à proteção da cabeça e pescoço contra


chamas.
O tipo de tecido mais utilizado é a meta-aramida (também conhecida pela
marca registrada Nomex). Contudo, novas tecnologias com maior
resistência já estão disponíveis no mercado, destacando-se o PBI e o
CarbonX.
No CBMSC, utiliza-se como referência a EN 13911.

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Componentes do EPI de Combate a Incêndio

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Roupa de Combate a Incêndio (Conjunto calça e casaco)

Roupa especial projetada para garantir resistência térmica, contra chamas e


contra abrasões. De maneira geral, são compostas por três camadas:

A camada externa é a responsável por se tornar uma primeira barreira


térmica e contra chamas. Além disso, possui alta resistência mecânica. O
tecido que atualmente tem apresentado melhor desempenho e relação custo
benefício é o PBI (Composto de Para-aramida, polibenziminazol (PBI) e no
mínimo 2% de fibra anti-estática).

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Roupa de Combate a Incêndio (Conjunto calça e casaco)

A camada intermediária é uma barreira de líquidos. Sua principal função é


permitir a transpiração de dentro para fora, ao mesmo tempo que é
impermeável de fora para dentro.

Esta camada também serve como uma barreira viral, contra sangue por
exemplo, desde que esteja intacta.

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Roupa de Combate a Incêndio (Conjunto calça e casaco)

Por fim, existe a camada interna


responsável por criar um “bolsão de ar”,
aumentando de maneira significativa a
resistência contra transferência de calor.

A norma de referência no CBMSC para


todo o conjunto é a EN 469.
Botas

Bota cano longo utilizada para combate a


incêndios.

No CBMSC, o modelo mais adotado é o de


couro hidrofugado, antichama, acolchoado,
forro da gáspea e cano 100% impermeável e
respirável.

A norma de referência no CBMSC são as EN


ISO 20345 e EN 15090.
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Luvas

EPI destinado à proteção das mãos e pulso. A norma de


referência no CBMSC é a EN 659.

Lembre-se que luvas convencionais não possuem


resistência térmica, a chamas ou aos vapores criados
durante o combate!

O uso imprudente de equipamentos inadequados pode


gerar sérios danos ao usuário.

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Equipamentos de Proteção Respiratória (EPRs)

Em incêndios, podemos dizer que os pulmões e


as vias respiratórias são muito mais vulneráveis
que qualquer outra parte do corpo humano.
Motivo pelo qual é imprescindível o uso dos
Equipamentos de Proteção Respiratória,
sendo utilizado também no rescaldo.
Equipamentos de Proteção Respiratória (EPRs)

O modelo de EPR mais utilizado no CBMSC é o de máscara autônoma de


pressão positiva.

É formado basicamente por suporte (arreios e sela), cilindro com capa de


proteção térmica e máscara facial, além de demais componentes e
acessórios a serem vistos na prática.

As norma de referência no CBMSC são as normas EN 136, EN 137.

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Equipamentos de Proteção Respiratória (EPRs)

Manuseio e operação:
- Método sobre a cabeça
Equipamentos de Proteção Respiratória (EPRs)

Manuseio e operação:
- Método de vestir ou mochila
Equipamentos de Proteção Respiratória (EPRs)

Verificações de segurança:
Além da conferência geral do equipamento, frisa-se dois procedimentos de
segurança a serem verificados:
→ Prova vedação à alta pressão:
a) Acoplar a válvula de demanda à mangueira de alta pressão, abrir o
registro do cilindro e ler a pressão indicada no manômetro. Fechar o registro
do cilindro. A pressão deve permanecer inalterada durante um minuto; e
b) Sempre acionar o botão de descarga para despressurizar o sistema; com
isso, conseguem-se desacoplar as conexões com facilidade.

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Equipamentos de Proteção Respiratória (EPRs)

→ Ensaio do sinal de alarme:


a) Abrir o registro do cilindro por um curto espaço de tempo e, depois, voltar a
fechá-lo; e
b) Depois, cuidadosamente, liberar o ar pela válvula de demanda, observando o
manômetro. O sinal de alarme deve soar quando a pressão do manômetro for de
40/50 bar. O assobio não diminui de intensidade senão quando o ponteiro do
manômetro chegar ao batente correspondente ao zero.

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Equipamentos de Proteção Respiratória (EPRs)

Autonomia:
Corresponde ao tempo em que o bombeiro terá ar respirável disponível em seu
EPR. A autonomia está condicionada à pressão do ar interna do cilindro, ao
volume do cilindro e ao consumo de ar do usuário. Pode ser facilmente
calculada pela fórmula:

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Equipamentos de Proteção Respiratória (EPRs)

Autonomia:

Para fins de cálculo:

→ A pressão reserva para abandono de local, que em geral é de 50 bar,


deve ser desconsiderada (Ex: Cilindro está com 300bar. No cálculo utiliza-se
250bar).

→ O bombeiro em atividade consome, em média, 50 litros de ar por minuto.

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Equipamentos de Proteção Respiratória (EPRs)

Teste fazendo o cálculo para um cilindro com volume de 7 litros e pressão de


300 bar:

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Equipamentos de Proteção Respiratória (EPRs)

Inspeção e manutenção:

Nunca esqueça de verificar se o cilindro está em sua capacidade máxima! Carregar um


cilindro de 300bar com apenas 200bar significa que você perdeu cerca de 14 minutos de
ar em um incêndio!

Nunca utilize álcool para limpar a máscara facial. O álcool resseca a máscara, fazendo
com que se perca a característica de vedação. Utilize apenas água e sabão neutro.

Consulte o Manual de Capacitação para verificar todas as orientações de inspeção e


manutenção!

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Equipamentos de Proteção Respiratória (EPRs)

Não se engane!
Mesmo incêndios em ambientes abertos podem possuir riscos respiratórios!
Incêndios em veículos podem esconder produtos perigosos.
Rescaldos ainda podem estar liberando altos índices de CO ou outros gases
nocivos.
Nunca deixe de utilizar os EPRs até que o ambiente esteja totalmente controlado.

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Retomada dos objetivos

Ao final desta lição, os participantes serão capazes de:

1. Conceituar EPI para combate a incêndio estrutural;


2. Citar os componentes do EPI de combate a incêndio utilizado no CBMSC;
3. Identificar os riscos que podem ser encontrados em um incêndio;
4. Calcular a autonomia de um cilindro de ar comprimido utilizado no
Equipamento de Proteção Respiratória (EPR), conforme fórmula apresentada no
manual, e;
5. Saber os cuidados para EPI e EPR.

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Referências

MANUAL DE CAPACITAÇÃO EM COMBATE A INCÊNDIO ESTRUTURAL -


CBMSC, 2018

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