Apostila Abassa Oxala

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ABASSÁ DE OXALÁ E PAI ANTÔNIO DO BONFIM

APOSTILA INICIANTE
Nível 1
2024

ADVERTÊNCIA!

Este documento é um compilado de informações embasadas no conhecimento e vivências do autor e tem como
finalidade o uso para o aprendizado e desenvolvimento do iniciante no culto aos orixás do Templo Abassá de Oxalá e
Pai Antônio do Bonfim, qualquer questionamento ou alegação contraditória a esse conteúdo não desrespeita a
nenhum preceito ou fundamento religioso o qual prega qualquer outro templo.
Esse conteúdo é EXCLUSIVO para os seguidores e frequentadores do templo Abassá de Oxalá. E qualquer abuso
de seu uso, manifestações de cunho ofensivo ou degradante que infrinja ou fira a honra pessoal do autor e dessa
instituição, quem o fizer responderá judicialmente sob o peso da LEI.
Art. 186 do Código Civil – Lei 10.406/2002

Todas as alegações expressas nesse documento são de mera responsabilidade do autor, e o uso indevido desse
documento autoral, assim como a sua reprodução e distribuição sem a prévia autorização será punida e deverá
obrigatoriamente indenizá-lo.

Art. 103 da LEI 9.610/98

“É justo que muito custe o que muito vale”

Santa Teresa
SOBRE O AUTOR

Sacerdote Wesley de Iemanjá, Oxum e Airá, nascido em 1981 adepto da religiosidade


Omolokô desde 2008 e iniciado no dia 10 de janeiro de 2014 no Núcleo Espírita Umbandista Pai
Antônio do Bonfim fundado pela Nginja Delfina em 1975.
Advogado pela 13ª subseção OAB Uberlândia-MG, graduado pela Pontifícia Universitária Católica
de Minas Gerais – PUC Minas - Pós-graduado em Direito do Trabalho pela EPD - Pós-graduado
em Direito Previdenciário. Parapsíquico, tarólogo, terapeuta Reikiano nível II com formação e
certificação pela ABRAHT (Associação Brasileira de Terapeutas Holísticos). Mago e praticante da
Alta Magia Goecia, Vice-presidente da Comissão da Diversidade Sexual e Gênero da OAB – MG
subseção Uberlândia - MG

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus (Nzambi Apongo) pela vida e a oportunidade de aprender


e passar adiante todos os ensinamentos.
Agradeço aos meus pais por ter me concedido a vida carnal e a oportunidade de aqui estar
nesse momento, agradeço também os meus avós minha ancestralidade mais próxima e a todos
os que os antecederam.
INDICE

Introdução...........................................................................................................................4

1 - ORI..................................................................................................................................8
1.1 - O que é Ori?................................................................................................................8
1.2 - Precauções com Ori...................................................................................................9
1.3 - Como oferendar e alimentar Ori?............................................................................10

2 - ORIXÁS......................................................................................................................... 11
2.1 - Oxalá...........................................................................................................................11
2.2 – Iemanjá......................................................................................................................12
2.3 – Oxum………..……………………………………………………………………………....13
2.4 – Xangô……………………………………………………………………………………….14
2.5 – Iansã………………………………………………………………………………………...16
2.6 – Ogum………………………………………………………………………………………..17
2.7 – Oxumarê……………………………………………………………………………………18
2.8 – Omolu……………………………………………………………………………………….19
2.9 – Nanã…………………………………………………………………………………………20
2.10 – Oxossi……………………………………………………………………………………..22
2.11 – Ossãe………………………………………………………………………………………23
2.12 – Tempo (Iroko)…………………………………………………………………………….24

3 – BORI (Kibani Mutuê)………………………………………………………………………..24

4 – SACRIFÍCIO ANIMAL……………………………………………………………………….25

5 – A IMPORTÂNCIA DO EBÓ………………………………………………………………...26

6 – HIERARQUIA E CARGOS….............……………………………………………………..26
6.1 – Dirigente…………………………………………………………………………………...26
6.2 – Mãe Pequena e Pai Pequeno…………………………………………………………..27
6.3 – Cambone…………………………………………………………………………………..27
6.4 – Curimbeiro ou Ogã……………………………………………………………………....28
6.5 – Curimba ou Atabaque…………………………………………………………………...29
6.6 – Os guias ouvem o chamado……………………………………………………………29

7 – A Profundidade dos Ensinamentos na Umbanda…………………..……………….30


INTRODUÇÃO

A religião dos Orixás teve a sua origem em cultura de diversas tribos africanas e tem como
fundamento principal o respeito e a reverência à vida e a todas as suas formas de manifestação.
Entende-se dentro da cultura religiosa que a vida é manifestação divina, quando se fala de vida
compreende tanto a vida animal, quanto vegetal e mineral. Sendo todas essas criações de Deus
(Nzambi). Dentro desse pensamento é fundamento na religiosidade dos orixás o amor e o
cuidado para com a natureza, contemplando animas, plantas, os rios e mares.
A palavra ORIXÁ se forma dos termos iorubas:

ORI + XÁ
ORI = significa cabeça
XÁ = senhor ou aquela que ilumina

Orixá compreende-se assim como: aquele que ilumina a cabeça, ou mesmo senhor da cabeça.

Os orixás não tiveram vida humana assim como muitos acreditam, são forças divinas existentes
como emanações manifestas pelos elementos da natureza e da vida humana. Essas forças
passaram a ter uma representação na forma humana, pois, dentro da compreensão do homem os
orixás como uma figura humana tornam mais fácil de entender e aproximam todos dos seus
mistérios, que nada mais são que criação divina.

Desde o princípio, a partir dos primeiros seres humanos que habitaram a Terra, creem que
no universo existem duas forças principais e opostas entre si, e mesmo assim elas se
complementam constituindo o todo e dando forma ao universo.
Essas duas forças são o negativo e o positivo, tal como o feminino e o masculino, o dia e a noite
e assim por diante.

Na religiosidade de matriz africana não existe a crença de que uma dessas forças quer
destruir a outra diferentemente da religiosidade Cristã em que se crê na existência de Deus e o
Diabo, do bem e do mal.
Compreendemos que dentro desse contesto, positivo e negativo não tem nada a ver com Bem e
Mal, pois, o mal nada mais é que condição criada pelo próprio homem e não por forças
espirituais. A escolha de fazer o mal não é divina e sim um livre arbítrio do ser humano, e
consequentemente não se fala de castigo divino e sim de consequências meramente humanas
por atos impensados. Orixá não castiga, Exu não castiga, Deus não castiga, tampouco entidades
ou guias não castiga ninguém, essas falsas alegações nada mais são que mentiras e teorias por
EGO controlador de falsos sacerdotes que vivem da mentira e da enganação de pessoas leigas
para impor o seu falso poder.

Ao se tratar de polos positivos e negativos, ressurge a energia de Exu, uma força mal
compreendida, temida por muitos e discriminada pela maioria. Exu trabalha no polo da
negatividade humana, atua nas sombras e nas trevas dos sentimentos e emoções humanas.

A palavra Exu do ioruba Esù significa: esfera, que quer dizer circular, movimento infinito, o
mensageiro; é a força atuante e viva responsável pela comunicação entre os seres humanos e a
divindade é tido como o mais humano dos orixás, pois Exu é quem carrega todas as paixões e
impulso e pulsões humanas.
Confundido com o diabo Cristão, pois, o conceito de moralidade para Exu não existe em
sua essência, pois é Exu quem desafia a própria lei divina e ao mesmo tempo faz parte dessa
mesma lei. Quem acredita em orixás e em Exu não deveria acreditar no diabo cristão, pois as
duas crenças são extremamente opostas entre si e de conceitos completamente diferentes.
Exu é a energia principal e responsável pelo fluxo vital, pois é a energia de Exu quem é o dono do
movimento no momento em que um casal de homem e mulher se unem no ato sexual e por meio
da conjunção carnal é capaz de gerar uma nova vida. A partir dali, surgindo o movimento da
multiplicação do embrião formado pelo espermatozoide masculino e o óvulo feminino, sendo
esses dois em formato circular, ou seja, em formato de esfera, surgindo dali em movimentos
multiplicadores um feto e posteriormente uma nova vida humana.
Com isso podemos afirmar com total segurança que o primeiro mistério da vida se
fundamenta na energia de Exu. Exu rege o sangue animal e todos os processos do fluxo
sanguíneo na vida humana. Todas as sinapses neurais, as quais vibram energias no momento
em que pensamos e essas correntes elétricas são transmitidas entre um neurônio e outro são
regidas pelo poder e pela força do mistério de Exu.

Existem dentro do culto dos orixás quatro principais elementos da natureza os quais todos
os rituais realizados dentro do terreiro se fundamentam neles.
O primeiro elemento quiçá o primordial para a existência dos demais o qual se entende por
vários conceitos teológicos é aquele o qual é o dono do princípio e o do fim. Esse elemento é a
terra, a qual se tem referência do dito popular:

“Do pó viemos, para o pó retornaremos”

Na vida humana tem sua representação pelo corpo físico em toda a sua constituição. Pois
há uma explicação lógica para isso, pois toda matéria tem em sua formação originária, moléculas
de carbono, pois é o único elemento com estrutura atômica adequada à formação de ligações
químicas estáveis e variadas com um número grande de elementos químicos.
O elemento terra é o elemento primordial para a vida terrena.

O segundo elemento é o fogo que na existência humana tem sua representação a


temperatura do corpo físico, e é o calor o principal responsável por diversos processos
bioquímicos no nosso organismo assim como responsável por regular todo o sistema hormonal,
assim como também garantir os fluxos e impulsos sexuais do organismo humano, os quais têm
suma importância para a vida humana.

O terceiro elemento é a água, diante a representação do sangue e todos os fluídos


existente no corpo e o fato de que o corpo físico é constituído mais de 70% de água e assim
como todo o Eco sistema se mantêm com os rios, mares e fontes de águas no seu ciclo natural, o
corpo humano, como uma micro sistema comparado ao universo, não sobrevive sem o elemento
água.

O quarto elemento é o ar, conhecido por muitos conceitos teológicos como o sopro divino,
o ar rege as nossas sensações como o tato, a audição por meio da vibração das ondas sonoras
que formam o som e o cheiro que sentimos nas entranhas de nossas narinas, o ar é um elemento
essencial que está em contato com a nossa existência, encarnados desde o nascimento até o
último suspiro e nos acompanha em toda encarnação e sem ele não há vida humana.
Por fim não muito menos importante, contudo, quase nunca mencionado e pouco estudado
há o elemento éter, elemento esse que está além da constituição da matéria, pois, se diz etérico
aquele o qual está vinculado ao espírito e é esse elemento que rege os pensamentos, a memória
e a consciência, composições essas as quais não são materiais e não sendo, são impossíveis de
compreendê-las quanto ao conceito de espaço, tempo e forma. Com isso podemos afirmar que a
consciência, assim como o pensamento, os sentimentos e a memória não têm forma física e nem
locais onde eles estejam, pois são composições atemporais, imateriais e onipresentes. Ou seja,
podem estar em todo o local a qualquer tempo e ao mesmo instante não está em local algum.

A importância de compreender e saber ao menos o básico de todos esses elementos está


no fato de poder entender a razão de cada ato ritualístico no culto aos orixás e não simplesmente
repetir atos sem ao menos saber o porquê aquilo está acontecendo.

Conhecer e saber o porquê quais são as forças ativadas num simples ato de acender uma
vela, entender que uma vela acesa com pensamentos canalizados na intenção de uma
determinada entidade vai muito além de “iluminar o caminho” ou mesmo da medíocre crença de
que está “iluminando o seu anjo da guarda” ser esse fruto do imaginário popular e crendice
repassada pelo condicionamento cristão que é totalmente embasado no cabresto do medo e da
dominação da religião para com o fiel.

Vivemos em um tempo de iluminação em que o conhecimento nos liberta de diversas


amarras, ademais da ignorância, do temor e da mediocridade humana.
A vida nada mais é que um compilado de escolhas as quais todos os seres humanos têm a opção
de fazê-las, mas todos têm a obrigação de assumi-las e consequentemente suportar todas as
consequências de todas elas.

Jamais devemos confundir HUMILDADE com MEDIOCRIDADE, a palavra humildade


deriva do termo em latim “húmus” que significa terra, ou seja, devemos ser humildes, que quer
dizer devemos olhar para terra, olhar para onde viemos e saber que é para lá que voltaremos,
com isso, podemos afirmar com plena consciência de que todos teremos o mesmo destino. E por
essa razão não há ninguém melhor que ninguém.
Ser humilde é nunca se esquecer de onde viemos e para onde um dia retornaremos, por
essa razão não há ninguém melhor que o outro. Não há grau de sacerdócio que ultrapasse o
limite temporal e a imposição da lei da vida que é a morte. Não há título acadêmico que seja
maior ou tão importante que seja capaz de colocar o indivíduo acima da lei da vida que é no dado
momento devolver o seu corpo à terra no leito de morte. Não há poder aquisitivo ou riqueza
material que faça o indivíduo melhor que aqueles que tem uma vida de maior escassez, pois, no
dado momento esse mesmo indivíduo também irá retornar ao pó e seu corpo manifesto de
vaidades e de crenças de que tem poder também será entregue a morte.
O medíocre é aquele que estagnou na evolução por mera escolha, pois, ninguém é
obrigado a evoluir, evolui quem quer, se torna sábio quem quer, se mantém na ignorância quem
quer, depois da lei da vida e da morte a segunda maior lei universal é a lei do livre arbítrio, essa
quem controla é Ori, conceito que será mais detalhado adiante.

Nem Exu nem Orixá é a favor de abuso e de colocar o próximo seja ele qual for em papel
de submissão espiritual, pois nenhum ser humano é fantoche de outro. Por essa razão tudo
aquilo que não compreendemos ainda deve sim ser questionado, sempre com respeito e
educação, até que será chegado o momento de que muito será compreendido, pois se você ainda
não sabe é porque Ori ainda não fez a escolha e a permissão para que você adquira aquele
conhecimento pois para tudo há uma resposta.
Paciência, dedicação, fé e perseverança são atributos fundamentais para o bom
desenvolvimento na caminhada da espiritualidade.

O respeito jamais se adquire com a imposição da força, nem com ameaças espirituais,
respeito se adquire pelo bom exemplo, autoridade é muito maior que poder. Hierarquia nada mais
é que uma forma de organização para que se mantenha a ordem e se estabeleça o bom convívio
e a paz entre as pessoas.

Eu não sou mais que você, você não é mais que eu, e independente do tempo de Santé,
ou de iniciado para Orixá, somos todos iguais e cada um tem o seu valor. Jamais menospreze o
valor do outro, por mais que aos seus olhos ele seja pequeno e leigo, e aprenda com as falhas
alheias para que você também não erre com o próximo.

Valorize sempre a sua ancestralidade, mas jamais confunda, idade não é sinônimo de
sabedoria, porém não se esqueça que se hoje estamos aqui é porque teve quem nos antecedeu,
e mesmo na sua ignorância com todo o seu bom esforço muito eles nos fizeram para que
tivéssemos aqui e que amanhã outros virão e com total certeza serão muito mais evoluídos do
que nós e que saibamos respeitar o novo.
A partir desse ensinamento que possamos a começar a quebrar ciclos de processos
reencarnatórios, quebrando também ciclos sucessivos de ignorância e desrespeito, pois não se
esqueça não somos melhores que ninguém e sempre que houver momentos de ira e de
discordância voltemos nosso pensamento para onde viemos e para onde retornaremos.

1 - ORI

1.1 - O que é Ori?

Ori na língua Ioruba quer dizer cabeça, entretanto, o conceito de Ori para quem é adepto
de religiões de culto aos orixás vai muito além desse conceito de cabeça.

Ori é a divindade individual que cada um carrega junto de si desde o seu nascimento aqui
na Terra. Ori anda com o seu filho desde o nascimento, não se pode confundir Ori com Anjo da
Guarda, tampouco, com guia protetor.

Pois Ori é a divindade responsável por todas as suas escolhas nessa vida, se hoje você
está aqui lendo esse texto é porque Ori permitiu que você ativasse esse conhecimento.
Todos têm ligação com Ori, independente da religião a qual siga. Pois foi ele Ori quem
definiu a sua escolha de estilo de vida e tipo de crença a qual vai seguir nessa existência.
Ori não é Deus, não é consciência e nem a alma, Ori é força divina, centelha divina criada
por Deus e tem como objetivo nas nossas vidas nos guiar, entretanto, nos dá o livre arbítrio.

O seu Ori deve ser a primeira divindade a ser cultuada, pois ele é seu e único e só ele
quem lhe dirá o melhor caminho e se bem cuidado irá lhe trazer bons caminhos se mau-cuidado
lhe trará ruínas e desgraças, mas não como castigo, sim como consequência das más escolhas.

Ori está acima do seu Orixá de cabeça, orixá de cabeça é o popularmente conhecido
como santo, aquele que cultuamos e pedimos proteção e caminho para ele. Pois se você têm o
seu orixá de cabeça é porque houve a permissão do seu próprio Ori que é conhecedor dos
mistérios divinos sabe o que é melhor para você e o que realmente faz sentido para essa sua
existência.

O Ori está representado no nosso corpo físico como nossa cabeça, por essa razão deve se
manter os devidos cuidados com a cabeça, cuidados esses que são repassados para todos os
filhos adeptos das religiões de culto aos orixás.

1.2 - Precauções com Ori

É essencial entender primeiramente que Ori é a sua entidade maior, seu guia maior e quem
controla todas as suas escolhas e decisões de vida.
O Ori está localizado na sua cabeça, por essa razão não permita que outras pessoas toquem na
sua cabeça e cabelo, pois é na cabeça onde está o seu maior assentamento.

A cabeça é um grande altar onde está localizado em seu centro um ponto de canalização e
captação de energia com todas as forças cósmicas, e esse ponto está localizado bem acima no
centro do seu crânio.

 Evite deixar outras pessoas tocarem na sua cabeça, permitindo apenas o seu zelador de
santo, de modo a evitar receptação de energias maléficas por meio do toque de pessoas
com energias ruins.

 Não ande ao sol com a cabeça descoberta por um longo período, o calor excessivo é
energeticamente maléfico para o seu Ori quando há exposição excessiva a essa fonte de
calor.

 Não lave a cabeça com água muito quente, evitando assim trazer malefícios à Ori por meio
do contato com água quente.

 Evite frequentar ambientes de energias pesadas com a cabeça descoberta, por exemplo:
cemitérios, velórios, hospitais, ambientes de excesso de consumo de bebidas ou drogas,
qualquer outro ambiente de vícios e outros locais que haja sentimentos de tristeza e
negatividade. Sempre que for a esses locais, tampe o Ori com um chapéu, boné, ou
lenços, porém abaixo do chapéu coloque uma folha santa no rumo do moco (centro da
cabeça).

 Evite bater a cabeça em objetos, ou locais, o Ori é sagrado e seu principal assentamento
de divindade.
 Faça lavada de cabeça com ervas de Orixá ao menos uma vez na semana, para gerar
equilíbrio e forças aliados ao seu Orixá, que lhe propiciará melhores decisões, menos
preocupações e melhor descanso nos sonos.

 Evite deitar-se no chão diretamente com a cabeça encostada no chão, pois o chão é local
onde as pessoas transitam e descarregam todas as energias às quais carregam por onde
passam, expor o Ori a esse tipo de energia é desrespeito e pode gerar desequilíbrios tal
como dores de cabeça, insônia e pensamentos confusos.

1.3 - Como oferendar e alimentar Ori?

Dar comida à Ori, oferendar Ori ou mesmo Bori, são termos muito conhecidos de uso
comum na nossa religiosidade, partindo de um conceito lógico o termo “alimentar”, ou “dar de
comer” se alinha num entendimento que quando alimentamos algo, ou alguém esse ato serve
para nutrir e trazer forças para esse alguém. Então quando realizamos um ritual como o Bori, que
para alguns é como uma espécie de batismo, porém tem fundamento diferente do batismo,
estamos alimentando Ori.

Existem outras formas que não o ritual de Bori para que possamos alimentar nosso Ori e
oferendá-los e não necessariamente é de forma ritualística. Uma das maneiras de oferendar Ori é
trabalhar bons hábitos mentais, tal como se afastando de pensamentos negativos, evitando ouvir
músicas ou canções com cunho agressivo e promíscuos, exercitando hábito de boas leituras e de
ouvir músicas saudáveis. Esses são hábitos corriqueiros do dia-dia os quais fazem uma grande
diferença na vida do filho de santo.
Ter o hábito de oração diária e meditação como forma de esvaziar a mente é uma das boas
formas de oferendar Ori.

Já o ritual do Bori é realizado dentro do terreiro pelo sacerdote, líder espiritual, com
conhecimento das rezas e de elementos utilizados e nesse dia o filho de santo tem que
comparecer ao terreiro com pelo menos 24 horas em jejum de sexo, carne, bebida alcoolica e que
não tenha passado um dia anterior por momentos de fúria ou raiva. Após o ritual que é composto
de cantigas, rezas, lavagem da cabeça e da imolação de um animal, geralmente pombo,
juntamente a apresentação do Ori do filho diante o Santé e o firmamento do compromisso com o
filho para com o sagrado, serão feitas oferendas à Ori, com Erós (segredos) específicos do
zelador e guias espirituais da casa.

É essencial que todos os filhos da casa que estejam assíduos com os trabalhos e
atendimentos ao público externo, estejam em dia com Ori, sendo realizado ao menos uma vez ao
ano um Bori como forma de reverência e fortalecimento com a primeira divindade de cada um.
Afinal, somos templos vivo da divindade e todos desde o Abian (pessoa não iniciada no santo,
iniciante no culto) ao Egbomi (zelador de santo com obrigações maiores diante do Santé).

Em dias de tensão emocional e conflitos com outras pessoas, momentos esses em que Ori
está esquentado e por vezes agimos de forma impensada é necessário se reconciliar com Ori
para que ele nos traga paz e equilíbrio nas nossas condutas, aconselha-se lavar a cabeça com
água de Coco maduro preferencialmente debaixo de uma árvore de Gameleira Branca pouco
antes do pôr do sol.
Em momentos de urgência em que está prestes a agir de forma impulsiva diante de
conduta conflituosa, aconselha-se que se afasta e procure um local, como banheiro, lavabo,
respire fundo por dez vezes, molhe um pouco a mão com água e passe na cabeça, na testa, nos
lados atras da orelha e na nuca e peça discernimento a Ori que Ori esfrie para que não cometa
ato negativo que lhe prejudique.

2 - ORIXÁS

2.1 - Oxalá

Oxalá é o Orixá maior e é entendido como a manifestação cósmica do céu na Terra é luz pura e
irradiante do amor divino. É Oxalá quem nos traz a grande mensagem de amor, resiliência,
paciência, calma e paz.

O Oxalá tem duas representações, sendo elas:

OXALUFAN – representando o grande pai sábio ermitão sendo esse uma representação de uma
fase mais velha de Oxalá.

OXAGUIAN – representado o mensageiro das boas novas o jovem, como o nascer do sol,
guerreiro da paz que traz a virilidade e a calmaria num só.

Orixalá ou Oxalufan é a primeira forma de orixá que foi criada por Olorun, no início dos tempos,
sendo associado ao ar, que existia antes da criação da Terra, e também à água do início da
existência. Oxalufan está ligado à cor branca, ou incolor, sendo o primeiro na hierarquia dos fun-
fun (os que vestem branco). Detém o axé da criação de todos os seres da Terra. Está ligado à
gênese do universo e foi o primeiro orixá criado por Olorun. Representa a maturidade, a
sabedoria e o equilíbrio. Veste-se inteiramente de branco, sendo responsável pela manutenção
da paz e da tranquilidade entre os seres criados.
Na mitologia africana, é considerado o pai de todos os orixás e de todos os seres vivos, sendo,
por esse motivo, constantemente reverenciado em festas públicas e diversos rituais. Está sempre
presente nas antigas lendas, representando a figura veneranda de um pai. Sua posição é muito
destacada, tendo o respeito de todos os orixás, que se curvam à sua presença.
Oxalá (o Sol) é pai de todos os principais Orixás, junto com Iemanjá (a Lua), dos quais
simbolicamente resultam do Casamento Alquímico de Osíris-Ísis.
A Correspondência sefirática de Oxalá é Tiferet.

O DIA DE OXALÁ - sexta-feira

COR – branco

FRUTAS – uva branca, pêra, melão e frutas brancas exceto maçã

BEBIDA – vinho branco e água

COMIDAS VOTIVAS – cuzcuz de arroz e de tapioca, canjica branca, acaçá, mungunzá, clara de
ovo cozido, mel de abelha, inhame. (Oxalá não aceita ajeum (comida) de cor)

CEREAL – canjica branca, trigo, creme de arroz, feijão branco e arroz

ERVA – gameleira branca e tapete de Oxalá (boldo)

FLOR – cravo branco, lírio branco e copo de leite

EXU (polo negativo - guardião) - Alalu (mais velho), Lalu (mais novo)

APETRECHOS e PARAMENTAS - opaxorô, caoriz (espada e escudo prateados), o sol, mão de


pilão, cauris em mel prateados

LOCAL DE OFERENDA – cume dos montes e pé da gameleira branca

SAUDAÇÃO - Epa babá, exeu ê babá!


2.2 - Iemanjá

Domínio do mundo, dona de todas as águas e da presença feminina no Universo, senhora dos
rios e mares, é a dona de todas as cabeças e é ela quem emana energia no líquido aminiótico do
feto em gestação propiciando assim a vida a todos nós. A grande mãe no planeta Terra. Sua
emanação é na procriação, beleza e purificação de energias.

Divindade das ondas marinhas (Olokum é a orixá rainha do mar)

Na África Iemanjá, cujo nome deriva de Yèyé omo ejá (“Mãe cujos filhos são peixes”), é o orixá
dos Egbá, uma nação iorubá estabelecida outrora na região entre Ifé e Ibadan, onde existe ainda
o rio Yemoja. As guerras entre nações iorubás levaram os Egbá a emigrar na direção oeste, para
Abeokutá, no início do século XIX. Evidentemente, não lhes foi possível levar o rio, mas, em
contrapartida, transportaram consigo os objetos sagrados e os suportes do axé da divindade.
Yemanjá seria a filha de Olorum, Deus único, e é considerada o orixá do mar. Do casamento de
Oxalá e Iemanjá (O Casamento alquímico entre o Sol e a Lua) nasceram os demais orixás.
Deusa das águas, mares e oceanos, é a manifestação da procriação, da restauração, das
emoções e símbolo da fecundidade. Está associada ao poder genitor, a interioridade, aos filhos
contidos em si mesma. Seu adedé (leque) simboliza a cabeça mestra. Ela é muito bonita, vaidosa
e dança com o obebé (espelhinho) e pulseiras. Na Nigéria ela é patrona da sociedade Geledes,
sociedade feminina ligada ao culto das Yamis, as feiticeiras. No Rio de Janeiro, Santos e Porto
Alegre, o culto a Iemanjá é muito intenso durante a última noite do ano, quando centenas de
milhares de adeptos vão, cerca de meia-noite, acender velas ao longo das praias e jogar flores e
presente no mar.
Iemanjá está diretamente relacionada a Yesod e corresponde a todas as deusas lunares e
guardiãs dos mistérios, como Ísis, Hecate, Selene e Diana.

DIA - sábado

COR – azul

FRUTAS – uva branca, pera, mamão, frutas brancas, banana prata e banana d’água
BEBIDA – espumante branco

COMIDA – manjar, arroz doce, acaçá branco

CEREAL – arroz e creme de arroz

ERVAS - colônia e alfazema

FLOR - hortênsia e rosas brancas

EXU (seu polo negativo) – Pombogira da praia

APETRECHOS E PARAMENTAS – leque, peixes, meia lua com uma estrela em uma das pontas
e espada de alumínio

LOCAL DE OFERENDA – alto mar, beira dos rios e praias

SAUDAÇÃO - Odo Iya, Odô fi Iyaba!

Oxum

Dona das águas. Na áfrica, mora no rio Oxum. Senhora da


fertilidade, da gestação e do parto, cuida dos recém-nascidos,
lavando-os com suas águas e folhas refrescantes. Jovem e bela
mãe, mantém suas características de adolescente. Cheia de
paixão, busca ardorosamente o prazer. Coquete e vaidosa, é a
mais bela das divindades e a própria malícia da mulher-menina.
É sensual, exibicionista, consciente de sua rara beleza.

Se utiliza desses atributos com jeito e carinho para seduzir as


pessoas e conseguir seus objetivos.
Osun é chamada de Yalodê, título conferido à pessoa que ocupa
o lugar mais importante entre todas as mulheres da cidade, além
disso, ela é a rainha de todos os rios e exerce seu poder sobre
as águas doces, sem a qual a vida na terra seria impossível.
Dança de preferência sob o ritmo de sua terra: Igexá.

Sua dança lembra o comportamento de uma mulher vaidosa e


sedutora. Oxum está relacionada diretamente com a sipheroth
Netzach e corresponde às deusas da beleza de todos os
panteões, como Vênus, Afrodite, Ishtar, Astarte, Frigga e
Lakshmi.

O DIA DE OXUM - sábado

COR – Amarelo e dourado

FRUTAS – Melão, banana ourinho, ameixa-amarela e banana d´água.


BEBIDA – espumante branca e água com mel

COMIDAS VOTIVAS – Omolocum, moqueca, xinxin de galinha, Adum

CEREAL – Feijão fradinho

ERVA – brilhantina, malva cheirosa, avenca

FLOR – rosa amarela, crisântemo

EXU (polo negativo - guardião) – Pombogira menina

APETRECHOS e PARAMENTAS – Abebê, espada (guerreira), peixe, lua, estrela;

LOCAL DE OFERENDA – cachoeira, beira rio;

SAUDAÇÃO - Ora iê iê ô

XANGÔ
Talvez estejamos diante do Orixá mais cultuado e respeitado no
Brasil. Isso porque foi ele o primeiro deus iorubano, por assim
dizer, que pisou em terras brasileiras. É, portanto, o principal
tronco dos candomblés do Brasil.
Xangô é o rei das pedreiras, Senhor dos coriscos e do
trovão, Pai de justiça e o Orixá da política. Guerreiro, bravo e
conquistador, Xangô também é conhecido como o Orixá mais
vaidoso, entre os deuses masculinos africanos. É monarca por
natureza e chamado pelo termo Oba, que significa rei. E é o
Orixá que reina em Oyó, na Nigéria, antiga capital política
daquele país.
No dia a dia encontramos Xangô nos fóruns, delegacias,
ministérios políticos. Encontramos Xangô nas lideranças de
sindicatos, associações, movimentos políticos, nos partidos
políticos, nas campanhas políticas, enfim, em tudo que gera
habilidade no trato das relações humanas ou nos governos, de
um modo geral.
Xangô é a ideologia, a decisão, a vontade, a iniciativa. Xangô é a rigidez, a organização, o
trabalho, a discussão pela melhora, o progresso cultural e social, a voz do povo, o levante, a
vontade de vencer.
Xangô é a capacidade de organizar e pôr em prática os projetos de diferentes áreas, é a
reunião de pessoas, para discutirem pontos e estratégias de trabalho. Xangô também é o sentido
de realeza, a atitude imperial, monárquica. É o espírito nobre das pessoas, o chamado “sangue
azul”, o poder de liderança.
Xangô traz as Rígidas leis da sipheroth Binah, a Esfera da Restrição e das Leis. Não as
leis dos homens, mas as leis imutáveis da física e da natureza, dos quais ninguém pode escapar.

O DIA DE XANGÔ - Quarta-feira

COR – Vermelho e branco

FRUTAS – Melância

BEBIDA – cerveja preta

COMIDAS VOTIVAS – Amalá (rabada), Ajabô, Ecuru

CEREAL – lentilha

ERVA – jaborandi, oriri, michirico

FLOR – Cravo branco e vermelho

EXU (polo negativo – guardião) – Barabô

APETRECHOS e PARAMENTAS – Oxé (machado alado com corisco);

LOCAL DE OFERENDA – pedreiras e cachoeiras;

SAUDAÇÃO – Kaô Cabiecilê!

IANSÃ

Deusa da espada de fogo, Dona das paixões, Iansã é a Rainha dos


raios, dos ciclones, furacões, tufões, vendavais. Orixá do fogo,
guerreira e poderosa. Mãe dos eguns, guia dos espíritos
desencarnados, Senhora dos cemitérios. Não é muito difícil
depararmos com a força da Natureza denominada Iansã (ou Oyá).
Convivemos com ela, diariamente. Iansã é o vento, a brisa que alivia o
calor. Iansã é também o calor, a quentura, o abafamento. É o tremular
dos panos, das árvores, dos cabelos.
É a lava vulcânica destruidora. Ela é o fogo, o incêndio, a
devastação pelas chamas. Oyá é o raio, a beleza deste fenômeno
natural. É o seu poder. É a eletricidade. Iansã está presente no ato
simples de acendermos uma lâmpada ou uma vela. Ela é o choque
elétrico, a energia que gera o funcionamento de rádios, televisões, máquinas e outros aparelhos.
Iansã é a energia viva, pulsante, vibrante.
Sentimos Iansã nos ventos fortes, nos deslocamentos dos objetos sem vida. Orixá da
provocação e do ciúme. Iansã também é a paixão. Paixão violenta, que corrói, que cria
sentimentos de loucura, que cria desejo de possuir, o desejo sexual. É a volúpia, o clímax, o
orgasmo do homem e da mulher. Ela é o desejo incontido, o sentimento mais forte que a razão. A
frase “estou apaixonado” tem a presença e a regência de Iansã, que é o Orixá que faz nossos
corações baterem com mais força e cria em nossas mentes os sentimentos mais profundos,
abusados, ousados e desesperados. É o ciúme doentio, a inveja suave, o fascínio enlouquecido.
É a paixão, propriamente dita.
Iansã é a disputa pelo ser amado. É a falta de medo das conseqüências de um ato
impensado, no campo amoroso. É até mesmo a vontade de trair, de amar livremente. Iansã rege
o amor forte, violento. Oyá é também a senhora dos espíritos dos mortos, dos eguns, como se diz
no Candomblé. É ela que servirá de guia, ao lado de Obaluaê, para aquele espírito que se
desprendeu do corpo. É ela que indicará o caminho a ser percorrido por aquela alma. Iansã
corresponde ao Caos primordial, à fúria dos elementos naturais da criação, representada na
Esfera sipherótica de Hochma.
O DIA DE IANSÃ - Quarta-feira e Sábado

COR – Vermelho, amarelo e verde

FRUTAS – Melância de Santa Bárbara, maçã vermelha, pitanga, manga rosa, româ e cereja e
frutas vermelhas.

BEBIDA – água tônica

COMIDAS VOTIVAS – Acarajé, Abará,

CEREAL – feijão fradinho

ERVA – Santa Bárbara, Româ e Pitanga

FLOR – Rosa Vermelha

EXU (polo negativo – guardião) – Pombogira das Almas

APETRECHOS e PARAMENTAS – Adaga (espada), eruxim

LOCAL DE OFERENDA – bambuzal

SAUDAÇÃO – Eparrei Oya!


OGUM
Ogum é uma divindade africana (orixá). Ogum é o orixá
guerreiro, conhecido pela sua coragem e força. Aliás, em iorubá,
grupo étnico-linguístico da África Ocidental, Ogum significa
guerra.
Ogum senhor da metalurgia, tendo domínio sobre o ferro e o aço
e todas as ferramentas feitas com esses materiais, como a
lança, o martelo, a faca, a ferradura e a enxada. É um orixá
associado à luta e também ao trabalho, patrono tanto dos
militares quanto dos trabalhadores braçais (sobretudo os
ferreiros).
Manifestação da luta, do esforço e da defesa. Sob sua esfera de
influência estão as artes metálicas. É o orixá das guerras e das
demandas. É o orixá que carrega as armas de Omolu.

O DIA DE OGUM -

Dia – Terça-feira

COR – Vermelho e verde

FRUTAS – Manga espada, abacaxi

BEBIDA – Cerveja Branca

COMIDAS VOTIVAS – Feijoada com tempero, farofa, feijão fradinho, azeite de dendê com feijão
preto.

CEREAL – feijão preto

ERVA – alecrim, manjerona

FLOR – Cravo Vermelho

EXU (polo negativo – guardião) - Tiriri

APETRECHOS e PARAMENTAS – Espada e escudo

LOCAL DE OFERENDA – estrada e trilhos de trem de ferro

SAUDAÇÃO – Ogunhê Patacuri Jaci Jaci!


OXUMARÊ

Manifestação do conflito natural (angorá) e a


manifestação da união (Dã). Tem sua representação na
pororoca e no arco-íris.
Serpente de duas cabeças, equilíbrio entre o
masculino e o feminino, bakuro de longevidade da
dualidade.
Oxumaré é o Senhor do movimento que transforma e
perpetua a vida. É o mensageiro divino que traz a água
das nuvens para semear a prosperidade entre os seres
humanos. O seu sinal é o arco-íris brilhando no
firmamento. Contam as lendas que Oxumaré tem uma
dupla natureza macho e fêmea. Nos tempos em que mora
na terra, toma a forma de serpente, e em épocas
perigosas, enrosca-se fortemente na esfera terrestre para
impedi-la de se desagregar. Por esse motivo, seus filhos
e devotos costumam fazer muitas oferendas para que
este orixá, simbolizado pela serpente arco-íris, conserve a sua força por toda a eternidade.

O DIA DE OXUMARÊ – Terça-feira ou sábado

COR - Vermelho e amarelo

FRUTAS – Ameixa amarela e banana da terra

BEBIDA – espumante

COMIDAS VOTIVAS – farofa de ovo, banana da terra, e batata doce

CEREAL – feijão fradinho e lentilha

ERVA – brilhantina, malva cheirosa e avenca

FLOR – rosa amarela, crisântemo

EXU (polo negativo – guardião) – Exu Maré

APETRECHOS e PARAMENTAS – Duas serpentes de metal entrelaçadas

LOCAL DE OFERENDA – beira do rio


SAUDAÇÃO – Arobobo io, oxumarê!

OMOLU

É o orixá da cura e da morte, é a manifestação da


transformação e tem duas formas de manifestação:
Obaluayê – início do ciclo (Omolú jovem) e Xapanã – fim do
ciclo (Omolú velho).
Dizem que não é de falar muito, que prefere observar,
que prefere o silêncio. Obaluaiê é o dono da terra, aquele
que abriu mão de tudo, correu o mundo e se compadeceu
diante dos sofrimentos que viu e viveu.
Em suas andanças, sentiu na pele todas as dores e
passou a carregar no âmago as mais profundas marcas.
Omolu ensina que nenhum dinheiro compra saúde e mostra
seu poder ao livrar povos inteiros da doença, da peste e do
pior de todos os males: a fome.
“Obaluaiê não é só o senhor da cura pela restauração da
doença. Obaluaiê não é uma maldição. Obaluaiê é a
própria doença (que permite a restauração). A doença
necessária para que não haja morte prematura.”
No fundo, a vida brota de suas entranhas, pois tudo que
morre germina. Essa ideia de restauração parece remeter aos próprios ciclos que a natureza
impõe, o que coloca as epidemias num outro nível de entendimento. A visão punitivista perde
completamente o sentido na lógica das tradições africanas.

O DIA DE OMOLU – Segunda-feira

COR – Preto, Branco e vermelho

FRUTAS – fruta do conde, jaca, laranja lima, jabuticaba, cajá-manga

BEBIDA – Acarae (água com azeite de dendê)

COMIDAS VOTIVAS – Abadô (pipoca), bife de porco

CEREAL – milho de Pipoca

ERVA – Gameleira preta, manjericão e canela de velho

FLOR – Cravo de defunto

EXU (polo negativo – guardião) – Macuenda

APETRECHOS e PARAMENTAS – Xaxará, foice e cutelo


LOCAL DE OFERENDA – ao pé de gameleira preta e descampado.

SAUDAÇÃO – Atotô Ajuberô

NANÃ

Manifestação da purificação astral. É a orixa da chuva fina, provendo a


limpeza e a purificação da atmosfera, eliminando o negativismo,
procriando assim melhores condições da vida dos homens.

Nanã é dona de um cajado, o ibiri. Suas roupas parecem banhadas em


sangue. É a orixá das águas paradas. Ela mata de repente, mata uma
cabra sem usar faca. É considerada o orixá mais antigo do mundo.
Quando Orumilá chegou aqui para frutificar a terra, ela aqui já estava.
Nanã desconhece o ferro por se tratar de um orixá da pré-história,
anterior à idade do ferro. O termo nanan significa "raiz", aquela que se
encontra no centro da terra.

Nanã tornou-se uma das Iabás mais temidas, tanto que, em algumas tribos, quando seu
nome era pronunciado, todos se jogavam ao chão. Senhora das doenças cancerígenas, está
sempre ao lado do seu filho Omolu. É protetora dos idosos, desabrigados, doentes e deficientes
visuais. É um vodum, segundo alguns pesquisadores, originário de Dassa-Zumé. É uma velha
divindade das águas.

O DIA DE NANÃ – Domingo

COR – Lilás e branco

FRUTAS – melão roxo, figo e uva roxa

BEBIDA – Guaraná

COMIDAS VOTIVAS – efó, sarapatel, xinxim de galinha

CEREAL – feijão roxinho

ERVA – Manacá e Santa Aninha

FLOR – Adália, Palma de Santa Rita

EXU (polo negativo – guardião) – Pombogira Kuriê

APETRECHOS e PARAMENTAS – Ibiri

LOCAL DE OFERENDA – ruínas, tapera e mangue


SAUDAÇÃO – Salubá Nanã!

OXÓSSI

É conhecido como o orixá da caça, da fartura e do sustento.

Na África antiga, Oxóssi era considerado o guardião dos caçadores,


responsável por trazer o sustento para a tribo. Hoje em dia, ele
protege todos os que saem de casa diariamente para o trabalho, pois
é deste esforço que vem o sustento das famílias.
Algumas das principais características de Oxóssi são:
• Expansor;
• Elementos: vegetal e água;
• Cores: verde e branco;
• Símbolos: arco e flecha (Ofá) e rabo de boi (Eruexim);
• Saudações: Okê Oxóssi e Okê Arô.
Oxóssi também é considerado um orixá de contemplação, amante das artes e das coisas belas,
sendo também um caçador de axé.
Ou seja, ele busca as boas influências e energias positivas para um ilé, espaço onde são
realizadas as festas públicas no Candomblé.
Os considerados “filhos de Oxóssi”, de acordo com a religião, são dotados de algumas
características que definem seu comportamento e remetem ao orixá.
De acordo com a interpretação desta crença, os filhos de Oxóssi são bastante agradáveis,
alegres e comunicativos, além de ótimas companhias.
O DIA DE OXÓSSI – QUINTA-FEIRA

COR – Verde e branco

FRUTAS – carambola, goiaba, laranja e todas as frutas

BEBIDA – Vinho branco Moscatel

COMIDAS VOTIVAS – Axoxo (canjica amarela, amendoim, coco e mel)

CEREAL – Milho de canjica amarelo

ERVA – Guiné, Uambá, Maminha de Porca

FLOR – Flores Silvestres

EXU (polo negativo – guardião) – Exu Tranca Ruas

APETRECHOS e PARAMENTAS – Ofá (arco e flecha)


LOCAL DE OFERENDA – Matas, debaixo de mangueiras e nas moitas de capim.

OSSÃE (KATENDÊ)

Manifestação da conservação e da preservação. É o orixá das folhas,


muito cultuado quando se prepara os amancis.

Orixá que detém o reino e o poder das plantas e das folhas, por isso de
fundamental importância para o culto da Umbanda, já que
imprescindível nos rituais e obrigações de cabeça e assentamento de
todos os Orixás através dos banhos feitos de ervas.

Orixá vinculado à medicina por guardar escondida na sua floresta a


magia da cura para todas as doenças dos homens, contida nas virtudes
de todas as folhas. A cura para doenças é invocada com auxílio de
Omulú.

Divindade masculina, do ar livre, que governa toda floresta, juntamente Oxóssi.


Dia: Quinta-feira
Cor: Verde Claro

Frutas: todas as frutas

Bebida: Vinho Moscatel licoroso

Comida: Milho de galinha com mel e fumo em pedaços, papa de milho verde, pamonha e axoxô

Cereal: Milho de Galinha, canjica amarela e todos

Erva: Todas

Flor: Todas

Exus: Tranca-Ruas

Apetrechos: Vara de metal arrematada com sete flechas sendo que na ponta do meio cravado
um pássaro

Local de Oferenda: na entrada das matas, no meio dos galhos


TEMPO (IROKO)

Iroko é um dos Orixás mais antigos, ele


representa o tempo e rege a
Ancestralidade.

Ele foi a primeira árvore plantada na terra,


por onde desceram todos os Orixás, por
este motivo ele é o líder de todos os
espíritos das árvores sagradas.

O poder do Tempo que tudo transforma


mantendo a ligação do homem com o astral,
com o positivo que o Tempo exerce sobre
as pessoas. Responsável por girar todas as
energias e transformá-las, mudando-as,
trazendo tolerância e expectativas.
Responsável pelas mudanças de estações.

Dia: Quinta-feira

Cor: Todas

Frutas: todas

Comida: Farofa de mel com pepino

Cereal: Todos

Erva: Gameleira Branca, sabãozinho (abaçá de Oxalá), Irokô

Flor: todas

Apetrechos: Grelha de Aço com escada, sol e lua

Local de Oferenda: Ao pé de Iroko, ou gameleira branca

3 – BORI – KIBANE MUTUÊ

O bori é um ritual realizado dentro do terreiro e tem como finalidade alimentar o Ori, o
termo em bantu “Kibane Mutuê” significa alimentar a cabeça.
Esse ritual deve ser realizado não só com os médiuns em atividade na casa mas com
todas as pessoas as quais encontrar a necessidade do equilíbrio do Ori (cabeça). O ritual é
simples, porém para que seja realizado de forma a trazer benefícios para quem passa pelo Bori é
essencial que haja o compromisso de quem recebe o Bori de que no dia essa pessoa esteja
disposta a receber do sagrado as energias necessárias para o seu equilíbrio. São utilizados ervas
e comidas votivas e o fundamental o fluído vital que vem do sacrifício animal.
O bori tem como objetivo limpar tudo aquilo que tem de ruim na mente da pessoa
proporcionando saúde física e mental, esse ritual é necessário para que a pessoa tem um pouco
mais de paz. O Kibane Mutuê não é um ritual específico para médiuns e frequentadores do culto
na corrente espiritual, podendo ser feito em qualquer pessoa consulente, havendo a necessidade,
a qual deve ser confirmada pelo jogo de búzios.
Para esse ritual se guarda preceito, 24h antes do bori e 24h depois da realização, o
preceito deve ser determinado conforme o jogo de búzios, dizendo quais são as restrições que
não são genéricas serão definidas conforme a necessidade individual de cada pessoa.

4 – O SACRIFÍCIO ANIMAL

No culto a Orixá existem rituais de imolação (sacrifício animal), tais rituais têm princípios e
motivos para serem realizados, não se deve banalizar o sacrifício, pois, todo ritual realizado
devem ser realizados de maneira séria, idônea e com respeito.
Para compreender o motivo dessa ritualística devemos dividir em dois os conceitos, sendo
eles: O SACRIFÍCIO e a PROPICIAÇÃO;

Sacrifício é quando eu deixo de utilizar de algo que eu poderia me utilizar, é quando eu


abro mão de algo, é quando eu pago um pedágio, isso é sacrificar, deixar de usufruir das
potencialidades daquilo que poderia me trazer um benefício. Ou seja: quando eu pego uma
galinha, um frango e levo até um templo para que seja executado um ritual, eu estou deixando de
usufruir daquele animal, e aquele valor despendido para compra daquele animal é reconhecido
como um sacro ofício, termo de onde provém a palavra sacrifício. Quando o animal é levado até o
terreiro não significa necessariamente que aquele animal terá que ser imolado, e morrer. Pois, o
sacrifício está na entrega do animal nas mãos do sacerdote, e nessa ocasião será verificado a
real necessidade, se esse animal terá que ser morto, ou se terá que ser solto, se haverá a
necessidade da “menga” sacralizada para determinado Orixá ou entidade.
O princípio do sacrifício é abrir mão daquilo que se poderia utilizar, sendo assim, aquele
que oferendar o animal ao sacrifício e caso haja a imolação do animal, aquele quem oferendou o
animal não deve comer da carne do animal, podendo essa ser doada para outras pessoas
comerem, caso seja confirmado por meio do jogo de búzios que pode ser dado para o alimento
de outras pessoas.
Orixá não se alimenta de sangue de galinha, nem de dendê nem de nada, pois todos já
habitam o Orun, porém os espíritos que necessitam dessa energia são os Ajoguns (explicado nos
próximos tópicos).
Quando se dá sangue para Orixá ou para qualquer outra entidade se está fazendo na
realidade é municiar aquela deidade com esses elementos, que eles necessitam para interceder
sobre a nossa vida. Não é Orixá nem Exu quem necessita de sangue, se dá o sangue para as
entidades por que nós quem necessitamos dessa energia de vida, damos o epô (azeite de dendê)
porque nós quem precisa. É complexo de entender, mas é interessante abrir a mente e
compreender que 100% da nossa religiosidade é atrelada a troca de energias. E essa questão
pode esclarecer muitas outras dúvidas que vocês possam ter ao longo da jornada na
espiritualidade. Oxalá, Xangô, Ogum, Iemanjá, assim como Exu, não precisam de sangue,
entretanto, o sangue tem um significado quando ele é derramado no assentamento do Orixá.
Sangue é energia da vida, é energia vital. Então tudo aquilo que leva sangue tá vivo.
Então no momento que eu levo sangue no assentamento de Exu ou de Orixá, eu tenho
nesse ato vida naquele assentamento e Exu ou Orixá está vivo para mim. E diante disso Exu ou
aquele Orixá vai interceder por mim, perante a Olodumarê, perante aos Ajoguns, perante toda a
espiritualidade, pela minha causa, isso se chama Adimú.
Os animais podem morrer por dois motivos básicos, primeiro para propiciar uma deidade,
Adimú, e segundo pagar um pedágio, sacrifício, Ebó.
Sendo assim existem Ebó e Adimú, conceitos esses os quais serão explanados e
esclarecidos em aulas presenciais.

5 – A IMPORTÂNCIA DO EBÓ

A palavra Ebó significa Limpeza, sendo essa limpeza a limpeza espiritual, purificação do
nosso corpo espiritual: prana para nos propiciar vida plena, livre de algoras da vida propiciando
bons caminhos na vida material. O Ebó é importante para conquistarmos os nossos objetivos,
pois é o Ebó o princípio de toda uma espiritualidade. Após essa explanação é fundamental
esclarecer que o Ebó não é apenas aquele atrelado ao uso de uma grande quantidade de
elementos e materiais, podendo ser realizado um Ebó dependendo da necessidade da pessoa,
até mesmo com um copo de água e uma vela.
Sempre é necessário um preceito para receber um Ebó? E todo preceito tem que ser
igual? Sendo resguardadas as mesmas restrições para todas as pessoas? O Ebó sendo um
energético para a nossa vida, ele limpa aquilo que a gente não vê, entretanto, impacta
diretamente na nossa existência enquanto encarnados. Sendo assim, por vezes o preceito ele
existem em determinadas circunstâncias como forma de se preparar para receber aquela
canalização de energia divina. Porém é essencial se atentar para que não caia no misticismo, ou
seja, ideia fantasiosa de que deve se abster de condutas ou mesmo alimentação de maneira
radical. Esse radicalismo e excesso de tabus não faz parte da real essência de Orixá. Orixá é
sabedoria divina e plena nas energias emanadas na natureza terrena, por essa, razão Orixá não
castiga ninguém, muito menos cobra ninguém, Orixá não é agiota, esse pensamento arcaico e
sem sentido faz parte do apropriamento cultural da ideologia Judaico Cristã que foi impregnada
na nossa mente brasileira com a falsa crença de um Deus punitivista, que nos julga, nos condena
e que nos reprimi o tempo todo. A crença pela cultura afro-brasileira nada tem a ver com esse
ideal de castigo e punição.
Quando nossa energia está esparsa e em decadência os sinais em nossas vidas são
nítidos, saúde sempre frágil e adoecimento constante, vida financeira em decadência, assim
como também esgotamento emocional e dificuldade nas relações, quando estamos nesses
estados muitas vezes Ori como nossa maior e mais íntima entidade espiritual nos alerta, assim,
ao procurar um sacerdote é confirmado pelo jogo dos búzios a real necessidade do Ebó a ser
realizado e quais os elementos a serem utilizados nesse Ebó.

6 – HIERARQUIA E CARGOS

6.1 – DIRIGENTE

Dirigente também é chamado de sacerdote, pai ou mãe de terreiro, pai ou mãe de santo,
padrinho ou madrinha de Umbanda, chefe de terreiro, ou zelador(a) de santo e Cacique de
Umbanda.
São termos utilizados para designar a pessoa responsável ou que possui autoridade
máxima na casa, e deve dirigir e comandar os trabalhos espirituais. O ideal é que o terreiro tenha
um líder e não um chefe, devido ao espírito de liberdade na Umbanda.
Todo médium tem a possibilidade de ser um sacerdote bastando querer, e ter maturidade e
autoridade suficiente para isso, diferente do Candomblé, por exemplo onde nem todo mundo
iniciado será um sacerdote com casa aberta porque isso é determinado pelo Orixá no Odún (ano
tempo) Eje (sete), que é a obrigação de sete anos, ou seja, apenas quando a pessoa completar 7
anos de feitura de santo.
Os fundamentos necessários para abrir uma casa de Umbanda são ensinados pelos
Zeladores aos seus filhos de fé que manifestem vontade de ter seu próprio terreiro, mas
infelizmente alguns se sentem ameaçados e tendem a isolar o médium devido ao pensamento de
que estes irão tomar o seu lugar, pensamento mesquinho e despropositado que se torna uma das
causas de número reduzido de terreiros de religiãoU de Umbanda.
A maior e mais penosa função do Dirigente é ajudar o filho de fé a desenvolver raciocínio
coerente para que não caia nos excessos de superstições e se mistificar. Eles têm a função de
cuidar e zelar pela vida espiritual dos médiuns, orientar e dirigi os trabalhos abertos e fechados ao
público. São os responsáveis por fazer cumprir as diretrizes estabelecidas pelo plano espiritual.

OBRIGAÇÃO DO DIRIGENTE DE TERREIRO

Ao Chefe da Casa cabe exercer a capacidade de julgamento, sem considerar simpatia ou


antipatia pessoal.
Os ensinamentos que os verdadeiros Dirigentes passam aos médiuns é a necessidade de
desvincular a fé da paixão que gera o fanatismo. A fé, em qualquer religião, deve ser
fundamentada na reflexão e no pensamento analítico, longe de cegas crenças, de lorotas sem
base na razão ou no conhecimento que levam a criar falsas obrigações, aprisionamento em
condição de servidão, temer coisas inócuas. Difícil missão, haja à vista que muitos Dirigentes
também creem em coisas equivocadas.

NÃO HÁ FORMAÇÃO ESPECIAL

Uma pessoa que deseja se tornar padre católico precisa estudar Filosofia por 4 anos e um
segundo curso, Teologia, co duração de mais 4 anos. Ao padre não basta apenas formação
acadêmica, é necessária também formação humana, social, espiritual e pastoral.
Para passar os ensinamentos da Torá Judaica, os Rabinos judeus se tornam professores e
devem estudar em uma academia judaica, cujo o curso dura de cinco a seis anos, sendo que no
último ano os estudos são feitos em Israel, para especialização.
Na Religião de Umbanda muitos Dirigentes não têm nenhum tipo de graduação porque
quase não há cursos destinados a tal atividade, e os poucos disponíveis são pagos, sendo seus
conhecimentos adquiridos na prática.

“Por que alguns dirigentes não admitem que os filhos da casa visitem outros terreiros? É
prejudicial o umbandista ir a terreiro de umbanda que não seja o seu?”

O católico não é proibido de frequentar a igreja além de sua paróquia, o Protestante pode
tranquilamente participar de outros cultos, judeus são bem-vindos em qualquer sinagoga, os
rituais budistas estão abertos a todos os visitantes e o mesmo nas mesquitas dos muçulmanos.
Na Umbanda alguns Dirigentes fazem restrição a que seus seguidores frequentem outros
Terreiros, quase sempre alegando que a “energia” do outro “atrapalha”. Porém, sendo a
Umbanda “a manifestação do espírito para a caridade”, trata-se de argumento insustentável, é
igual dizer que só um Terreiro há “a verdadeira Umbanda”, sendo que nos outros lugares há a
emanações ruins. Geralmente o que de existe é a insegurança e o temor que alguns têm de
“perder” seus seguidores.
Não raro o filho de fé faz perguntas que o Dirigente não sabe responder e invés de admitir
desconhecimento, pois ninguém sabe de tudo, simplesmente diz que “ainda não é hora de saber
certas coisas”, ou que “muito conhecimento prejudica o desenvolvimento mediúnico”, quando na
verdade deveria procurar inteirar-se para orientar aquele que está sob sua responsabilidade
espiritual.

MÃE PEQUENA E PAI PEQUENO

Há uma hierarquia dentro dos terreiros de Umbanda visando a organização e disciplina,


sem as quais não seria viável seu pleno funcionamento.
Sem entrar nos detalhes da parte administrativa com todos os cargos exigidos pelo
Estatuto, a parte espiritual estabelece que:

- o dirigente é a autoridade máxima e responsável por tudo o que ocorre nas Giras
- o pai pequeno e a mãe pequena são as segundas pessoas no comando, cuja junção é
substituir o dirigente em sua ausência, e com a obrigação indiscutível de fazer com que tudo
ocorra rigorosamente dentro da linha determinada pelo líder principal. Geralmente o Pai Pequeno
(Tata Kékere) e Mãe Pequena (Mameto Kékere) são escolhidos pelo dirigente, sempre levando
em consideração o nível de conhecimento dentro do culto, a autonomia e responsabilidade para
com a sua espiritualidade e acima de qualquer questão a dedicação e o verdadeiro amor pelo
sagrado.

CAMBONE

Cambones ou cambonos(as) são médiuns de sustentação que ainda não incorporam,


estão em desenvolvimento.
Auxiliam o chefe do Terreiro e o Guia chefe garantindo segurança, firmeza e proteção para
os médiuns de atendimento, para os assistidos e para o trabalho de um modo em geral.
É o(a) Cambone quem atende em suas necessidades materiais os Guias Espirituais
incorporados, sempre com rapidez e respeito, colaborando para que sejam solucionados sem
embaraço os entraves que possam haver, principalmente durante as Giras de atendimento.
Uma característica fundamental para o trabalhador se tornar um Cambone é a discrição,
pois ouvi toda a sorte de desabafo dos assistidos, seus problemas pessoais e segredos mais
íntimos sem jamais poder comentar com quem quer que seja, e nem mesmo lhe é permitido fazer
juízo de valor e emitir opinião pessoal sobre o que ouviu.
Cabe ao Cambone fiscalizar o comportamento de todos dentro do Terreiro, incluindo aí as
Entidades trabalhadoras para certificar que nada saia da normalidade, e caso aconteça, é sua
obrigação acionar a direção do Terreiro.
Por estar mais próximos das Entidades o Cambone, comumente, é quem mais aprende
com os ensinamentos trazidos pela Espiritualidade.
Importante salientar que Camone é médium de sustentação e auxiliar dos trabalhadores, e
não empregado ou serviçal de ninguém. Como é responsável por zelar pelos Axés dentro do
Terreiro, é preciso que seja de absoluta confiança do Dirigente da casa.

CURIMBEIRO OU OGÃ
Ogãs, Curimbeiros ou Tabaqueiros são médiuns que não incorporam, responsáveis pelo
canto e pelo toque (ritmo) nos Atabaques.
A maioria é intuitiva e sacerdote nato, cuja missão espiritual é “falar” pelo Orixá porque
suas mãos são instrumentos de comunicação entre o mundo visível e invisível.
Em muitos Terreiros é preciso que seja Coroado como Ogã para exercer a função.
Os Curimbeiros também têm os seus Guias e Orixás, apenas não se apresentam de modo a
serem reconhecidos através de incorporação, são Entidades espirituais que auxiliam nos ritmos
dos atabaques e considerados Guardiões dos mistérios que envolvem os Pontos Cantados.
Formam corrente espiritual de mestres da música ritualística que conhecem o som sagrado dos
tambores.
O ritmo das curimbas (atabaques) unido ao movimento da dança e da música,
acompanhado das palmas que as acompanham, induz a um estado de percepção aumentada. A
Umbanda utiliza amplamente as danças e os tambores rítmicos para provocar o estado de
consciência no qual os médiuns entram em contato com seus Guias, facilitando a incorporação.
Os tambores estimulam a sensibilidade e permitem que energias individuais e coletivas se
unam nos rituais de Umbanda, tornando os Ogãs os “cavalos” que levam os médiuns em viagens
a outros círculos de consciência.
Durante a Gira os Ogãs marcam cada parte do ritual, por exemplo, a defumação, abertura,
chamada, sustentação e subida das entidades, e fechamento do ritual.
São polos captadores e distribuidores de energia de formidável ajuda aos médiuns, porque
estão em compasso com todos os trabalhadores da corrente mediúnica do Terreiro, seja os do
mundo físicos quanto os do mundo espiritual.
Pelas mãos dos Ogãs os Pontos Cantados transmutam-se de meras músicas em
poderosas preces cantadas.

“Ogãs devem ser sempre do gênero masculino?”


No Candomblé sim, mas não na Umbanda porque nesta religião não há distinção de
gênero. Homens e mulheres podem igualmente ocupar todos os cargos no Terreiro.

“Ogãs mulheres tocam bem a curimba?”


Tão bem quanto os homens

“Dizem que as mulheres não tem força física para bater o couro do tambor com as mãos. É
verdade?”
Não se tocam os atabaques com força como se estivesse ali desabafando mágoas e
frustrações. Não se descarrega força física nos tambores, devem ser tocados com amor e fé, é
preciso dialogar com eles.
Os tambores são segredos que só os Ogãs que nasceram com a missão sabem
desvendar, independentemente do gênero ao qual pertença.

CURIMBA OU ATABAQUE

Os atabaques recebem vários nomes tais como tabaque, tambaque, atabale, tambor,
atabaque. Na Umbanda são chamados também de curimbas e somente podem tocá-los os/as
Curimbeiros ou Ogãs.
Vieram com os africanos que falavam a língua Yoruba, de onde vem o culto dos Orixás, e
se chamam “Rum”, que significa tambor grande, “Rumpi” que designa o tambor médio, “Runlé”
ou “Lé”, nome dado ao tambor menor dos três;
Engoma – A denominação “atabaque” foi dada no Brasil, Outros africanos além dos iorubás, com
culturas distintas, que foram trazidos na deplorável condição de escravos, utilizavam outros
tambores com formas diferentes, geralmente chamados “Engoma”;

OS GUIAS OUVEM O CHAMADO

Em África o toque dos atabaques comunicava todos os acontecimentos sociais,


nascimento, casamento, morte, plantio, colheita e para cada acontecimento existia um som
diferente.
Herdeira dos ritos e tradições religiosas Africanas, a Umbanda utiliza os atabaques muito
além do simples instrumento de percussão.
Sendo uma religião que se expressa liturgicamente com imagens, danças, cantos
(chamados Pontos Cantados), símbolos magísticos (chamados Pontos Riscados), movimentos
corporais e energéticos em tempo integral, há também a execução de música durante toda a
celebração litúrgica.
Acreditam os Umbandistas que através dos Pontos Cantados acompanhados dos sons que
são reverberados pelos atabaques, abre-se comunicação com as forças dos Orixás e são
“ouvidos” pelos Guias de Luz que atendem aos seus chamados.
Os atabaques são tão importantes na liturgia da religião de Umbanda que os Guias,
quando chegam, cumprimentam o Gongá e depois os Atabaques e ao se despedir fazem o
mesmo ritual.
Durante as Giras são tocados para manter a vibração harmônica e equilibrada, e auxilia os
médiuns a permanecerem em concentração mental.

CRÍTICAS – Alguns críticos da Umbanda, em especial os adeptos do Espiritismo, gostam de


afirmar que tempo virá em que serão abolidos os “barulhentos atabaques” e os Guias
trabalhadores estarão “em silêncio sentados ao redor de uma mesa”, a exemplo do que ocorre
em seus centros.
Entendendo coo sendo a sua a “mais perfeita filosofia/religião que Deus ofereceu ao
homem para lhe servir de guia e modelo”, quais os donos de escravos que proibiam
expressamente a dança e música dos negros com a alegação de que produzia som demoníaco e
horroroso, os assustados senhores do engenho modernos jamais criticaram os instrumentos
musical chamado de Órgão, por muito tempo indispensável nas igrejas católicas, nem os sinos, e
mais recentemente o violão.
Nem se ouve murmurio sobre os conjuntos instrumentais que alegram os cultos
neopentecostais.
Pois bem, da mesma forma que os sinos dobram nas igrejas chamando os fieis para as
missas, os atabaques chamam os Guias e a força dos Orixás, que são manifestações da
consciência divina.
Na maneira de cantar e dançar nos os Umbandistas expressamos gratidão ao Criador,
demonstrando amor a Nzambi (Deus).
O atabaque era usado pelo Candomblé de antigamente e pelos escravos, e por isso
discriminado pela hierarquia branda da igreja católica.
Consequentemente, a “boa sociedade” passou a pensar nele, pejorativamente, como
“instrumento de negro” coisa do demônio, objeto de macumba, pensamento carregado de todo
preconceito e discriminação tão profundamente enraizado na cultura brasileira.
No Antigo Testamento existem várias menções não só ao tambor, mas a vários outros
instrumentos utilizados em louvor a Deus.
A música que agradava a Deus no velho Testamento envolvia o uso de vários instrumentos
de música, inclusive foram suprimidos em benefício da voz humana. O Órgão foi abolido dos
cultos porque os padres o considerava profano devido a ser utilizado nos cabarés, e co o passar
dos anos foram readmitidos.

7 – A Profundidade dos Ensinamentos na Umbanda

A Umbanda é mais do que uma religião; é um caminho de luz, amor e caridade. Fundada
na simplicidade e na espiritualidade sincera, ela nos ensina que todos somos irmãos e que o
respeito ao próximo e à natureza é fundamental.

Os Orixás e suas Vibrações


Os Orixás são entidades divinas que representam as forças da natureza e aspectos da
vida humana. Cada Orixá tem suas características, seus domínios e suas cores, e trazem consigo
vibrações específicas que nos ajudam a equilibrar nossos corpos espirituais.
.
• Oxalá: O grande pai, símbolo da paz e da harmonia. Sua cor é o branco, representando
pureza e iluminação. É ele quem nos guia com sua calma e serenidade.

• Iemanjá: A mãe das águas, rainha do mar. Seu manto azul nos envolve com proteção
maternal, trazendo-nos equilíbrio emocional e força.

• Ogum: O guerreiro, senhor das batalhas e da justiça. Com seu ferro e sua espada, ele
corta os males e nos defende dos inimigos.

• Xangô: O rei da justiça, senhor dos trovões. Sua coroa e seu machado de duas lâminas
simbolizam a imparcialidade e a sabedoria para julgar com retidão.

• Oxóssi: O caçador, protetor das matas e do sustento. Verde como a floresta, ele nos
ensina a buscar nossos objetivos com foco e determinação.

• Omolu/Obaluayê: Senhor da cura e das doenças. Suas palhas sagradas escondem o


mistério da saúde e da transformação.

• Oxum: A deusa do amor e da prosperidade. Seu dourado nos abençoa com a beleza, a
fertilidade e a riqueza.

As Entidades e seus Trabalhos de Luz


Na Umbanda, além dos Orixás, temos as entidades espirituais que se manifestam em
nossas giras para nos ajudar e orientar. Cada entidade tem sua linha de trabalho e seu modo de
agir, trazendo mensagens e curas conforme sua especialidade.
• Pretos-Velhos: Espíritos de antigos escravos que, com sua sabedoria e humildade, nos
oferecem conselhos e bençãos. São a personificação da paciência e da resignação.
• Caboclos: Espíritos de índios e guerreiros, trazendo a força e a sabedoria da natureza.
São diretos e vigorosos, nos impulsionando à ação e ao respeito ao meio ambiente.

• Crianças (Erês): A pureza e a alegria das crianças nos ensinam a simplicidade e a


espontaneidade. Com sua brincadeira, nos mostram que a felicidade está nas pequenas
coisas.

• Exus e Pombagiras: Guardiões dos caminhos, donos da encruzilhada. Trabalham na linha


da justiça e da resolução dos problemas, abrindo caminhos e desfazendo demandas.
Rituais e Práticas
A Umbanda é rica em rituais que visam a harmonização do ser e a conexão com o
sagrado. As giras de atendimento, onde as entidades se manifestam para ajudar os consulentes,
são momentos de grande energia e fé. Os pontos cantados e riscados são formas de
comunicação com o plano espiritual, cada um carregando um significado e uma vibração
específica.
Os banhos de ervas, as defumações e as oferendas são práticas que ajudam a limpar e
energizar nosso corpo e nosso espírito. Cada erva, cada elemento utilizado, tem seu axé e sua
função dentro do ritual.
A Caridade e o Amor ao Próximo
O princípio maior da Umbanda é a caridade. Ajudar ao próximo sem esperar nada em troca
é o verdadeiro caminho para a elevação espiritual. Através da doação de nosso tempo, de nossos
conhecimentos e de nosso amor, contribuímos para a evolução coletiva.
A Umbanda nos ensina a viver em harmonia com a natureza e com nossos semelhantes.
Ela nos mostra que, através da fé, do trabalho espiritual e do respeito aos Orixás e às entidades,
podemos alcançar a paz e a evolução. Que possamos, cada dia mais, seguir os ensinamentos
dessa bela religião, fortalecendo nosso espírito e espalhando luz por onde passarmos.

VOCABULÁRIO MAIS UTILIZADO NOS RITUAIS E NOS TRABALHOS NO TERREIRO

Abadô – Pipoca
Abaçá – Terreiro de Umbanda ou Ilê
Azaramian – Azar
Agô – Licença
Agô Ya – Licença concedida
Agô Meleu – Me dá licença
Alguidar – Bacia de barro utilizada para obrigações
Atoxogum – Homem responsável por sacrificar animal de 4 pés
Axogum – Homem responsável por sacrificar animais de 2 pés
Ajeum – Comida
Adidé – Ficar de pé
Adejá – Sineta do culto
Abian – toda pessoa ainda não iniciada no culto
Atundê – Local de sofrimento até a morte
Adagã – Mulher que despacha assuntos dos exus – restos e ebós
Aliaché – o Axé da casa – a força espiritual da casa
Aberê – Leque
Amanci – Plantas ou ervas maceradas e quinadas para lavadas de cabeça
Abiku – nascido para morrer
Amapô – vagina
Axé – Força espiritual cabalística
Alobaça – Cebola
Ajô Cocorô – Inveja, olho gordo, mal algoro, ciúmes
Aluvaiá – Azar pelo vento, ou pelas forças ocultas, egum sofredor
Afofô – gente atoa, que não tem idoneidade, má, ruim
Atotofum – xingamento o mesmo que: vai tomar no *
Aganeigã – pessoas que se intromete onde não são chamadas
Ajagum – ponto de defesa
Alafiá – paz, harmonia e progresso
Amalá – comida de santo elaborada com rabada, quiabo, feijão-fradinho oferecida para Xangô
Ati – folha sagrada das plantas
Afofi – Mal cheiro, odor
Azuela – Cantigas e rezas para as obrigações, invocando entidades para algo e mesmo na
execução para despachar egum, mão de vumbi.
Adobá – Reverência ao Orixá

Bori – lavagem de cabeça para malemba Orixá


Baco Baco – Relação sexual
Bodum – Vultos de Exu, assentamentos de Exu
Bacuro – Orixá, Eledá, Voduns conforme a nação
Barrete – Boné utilizado no culto sem aba para cobrir o ori
Bagé – Menstruação

Cima – Cinza, Pemba de Exu


Confrade – Irmão de fé
Corimba – Ato de cantar pontos, saldando ou evocando algo das entidades
Canderú – Vasilha usada para defumação
Camutuê – Cabeça o mesmo que Ori
Cota – Zeladora de fetiches dos orixás e das obrigações gerais observadas no roncó, no peji
Curiado – comida arriada para a entidade
Cibarré – Pessoa ignorante, e alheio as coisas do culto
Cassuêto – médium de incorporação, o mesmo que cavalo das entidades
Caburéco – denominação dada pelos Preto Velhos (cacarucaia), em relação às crianças
Camarinha – Quarto vedado a luz solar, lunar e elétrica, onde o médium já purificado está
submetendo a todos os preceitos dentro das 72 horas, com os seus 72 elemis, sendo observado
pelo seu Eledá.
Cambono – Médium que auxilia as entidades nas correntes de passes e curas
Cambiá – O mesmo que pára raio, evitando a penetração de maus fluídos, inveja, olho gordo,
Entidades desprovidas de luz, normalmente assentados e sacramentados nas tronqueiras
diversas de Exús, terreiros e mesmo na entrada do portão.
Cruzambê – cruzeiro das almas
Cacarucaia – Velhos
Coendar – Morrer ou matar
Cufar – Matar ou morrer

Deká – O mesmo que título dar o que é do sacerdote de direito, conforme o tempo cumprido dos
28 quartos do obi/orobô que formam os 7 frutos integrais de acordo com o nosso culto.
Dakê – Manter a boca fechada
Dumba – Mulher
Dilonga – Caneca

Eni – Mesa onde se arria as obrigações e oferendas sobrepostas na oaia grande.


Ereuxim – Arma/Instrumento de Iansã, elaborada com crina de rabo de cavalo e que afugenta os
eguns.
Eloin – Outra pessoa das almas
Ekedji – cota que cuida dos assentamentos dos Orixás e auxilia nas obrigações.
Eró – vibratória da força espiritual pelo espaço da Kabalah, falada, escrita, pensada por gestos ou
invocadas, segredos do santé.
Elidan ou Oridan – Fava sagrada para diversas finalidades
Eguns – espíritos que ainda não deixaram a Terra, não aceitando os seus desencarnes
continuando no sofrimento, até serem libertados através das rezas, defumação e bate folhas dos
gangas.
Ediê – Franga a ser sacrificada fêmea
Epô – Azeite de dendezeiro
Ebó – Despacho de restos e sobras das obrigações que perderam e expiraram seu efeito
desejado, ou mesmos outros restos de terreiro.
Eledá – o mesmo que anjo da guarda, orixá ou Bacuro
Efum – farinha, comida elaborada com banana São Thomé, destinada ao orixá Xangô
Ebami – Nginja ou Iyalorixá, que firma a sua mão do tata ao babalawô que está submetendo um
filho à prova iniciática, outorgando-lhe o direito de ser mãe daquele filho.

Filá – Ornamento ou adorno dos Orixás femininos, cobrindo lhe a face ou os olhos.
Falange – sequencia na linha de Orixá principal, de acordo com as suas dijinas ou sunas

Ginja, ou Nginja ou Zinza – Sacerdotisa dos Lunda Kiôco “Omolokô”


Gericum – Pimenta bode
Goméia – Roça, terreiro
Gangas – Sacerdotes pai e mãe que bate as folhas e têm o dom de zelar dos Orixás
I

Ifá – deus da adivinhação e dos deloguns dos jogos de búzios nos opanifás (pano) e urupemas
(peneira), utilizados pelos grandes Olwôs, o Ifá representa para nós dos cultos Afros a 3ª pessoa
da trindade divina.
Ilubê – cabrito, bode e carneiro, destinados a serem sacrificados
Inhacá – venha aqui me acompanha, fala da adagan com os exus.
Ilú – o mesmo que atabaque
Iroco – árvore sagrada por este espírito que os protegem no seu florestamento
Inkice – alma dos encantados
Ixé – vísceras de diversos animais
Içabas – ervas
Idê – argola de metal

Jurema – deusa das matas, vinho moscatel adicionado com fatias de cebolas, como bebida dos
caboclos, simbolizando também nossa cabocla Jurema
Jimbo – dinheiro na língua dos exus

Kiumba – espírito zombeteiro, sofredor que perturba na forma de encarnados ou desencarnados


desviando a ordem natural das coisas
Kicó – animal ou aves de dois pés
Kalunga – moedouro de zambi, cemitério, mar, mata
Kiribum – riscos e grifos cabalísticos nos assentamentos do culto, com seus vultos e otás
Kekerê – Mãe pequena do peji de umbanda o mesmo que cotá dos roncós dos Lunda Kiôco
Kimbanda – outro lado da banda do polo positivo, muito mal interpretada pelos incautos como
lado do mal, sujando e maculando o nome dos Exús, entidade negativas com muita luz que
atende a pessoa conforme o pedido, positivo ou negativo dentro do seu livre arbítrio, não
responsabilizando pelos os seus atos.

Lorogun – conversa fiada


Legdba – Guia arrolada com arruelas do chifre de búfalo, destinada a representar a exu legbá e
Obaluaiê
Lunanga – veste característica de cada orixá, o mesmo que paramento

Murila – vela de sebo e parafina


Murila Ojim – vela de cera de abelhas
Menga – sangue dos animais sacrificados, o mesmo que ajé
Mejericum – pimenta malagueta ou da costa
Mindundum – café dos cacarucaias (pretos velhos) no jejum, quando solicitado por eles
Malungo – o mesmo que confrade, irmãos de fé dos nossos cultos
Mujinga – ato de passar epô (azeite de dendê) nos vultos e corpo dos animais a serem
sacrificados
Miami miami – farofa do padê de Exu, como comida ou para outros fins.
Môco – cabelo da pessoa que se submete a raspagem ou catulagem no processo iniciático
Mucuiu com Zambe – Salve seu axé com muita paz e harmonia
Maleime – Perda, pedido de perdão

Nginja – sacerdotisa

Onicá – o mesmo que me acompanha, ou venha aqui, das adagas com os exus
Ojá – pano ou oaia de cabeça
Oaia – toalha, pano branco
Ocossi – dinheiro
Ocossi Odara – Dinheiro bom
Odara – Bom, formoso
Ojim – mel de abelha
Omin – água
Odi – ânus
Oborizado – filho purificado e abençoado para uma futura prova de iniciação
Orobô – Fruto de noz-de-cola que acompanha o Obi nas cerimônias e nas obrigações de santo
Obi – fruto sagrado e dividido em 4 partes na cerimônia de obrigação e na prova da iniciação
Oniban – polícia
Oti ou Otim – cachaça
Olorum Modupê – Deus supremo
Oriri – planta sagrada de Xangô
Ocó – homem
Oxé – machadinha de Xangô
Otá – pedra utilizada nos assentamentos e obrigações dos orixás
Oponifá – tábua de búzios
Obá – rei
Olocum – fundo do mar
Ossé – limpeza
Omolokô – fusão dos povos kiôcos e lundas, as margens do rio Zambeze onde formaram a
nação como amantes da natureza

Pejigan – Ogan do peji (altar) homem responsável por cuidar dos assentamentos de orixás
Peji – Altar dos santos, altar dos roncós
Pemba – Giz sagrado
Padê – comida de Exu
Penima – aversão ou raiva da pessoa oponente
Paó – cerimônia de bater palmas em continência às entidades
Parati – cachaça
Pitimba – cachimbo de preto velhos
Q

Quartinha – pote ou moringa de barro servindo para as águas dos orixás

Roncó – quarto servido para liturgia dos cultos sagrados

Suna – nome dado a pessoa de acordo com a falange de cada orixá, concedido após a iniciação
Sirrum – cerimônia religiosa para encomendar alma de pessoa falecida iniciada no culto para o
plano espiritual

Tata – sacerdote maior na hierarquia Omolokô


Tecebá – guia ou rosário das rezas completas com 162 contas de mistérios
Tuia – Pólvora

Uaia – toalha sagrada para sustentar oferendas das obrigações observadas do terreiro
Urupema – peneira de fibra vegetal usada para jogo de búzios

Voduns – Espíritos incumbidos e ligados a vida e florestamento das árvores


Vumbi – espírito de morto

Xaxeran – quaresma
Xaxara – arma adornada pertencente a Omolu

Hierarquia do Omolokô

1 – Cambono de sala – o que atende as entidades e guias incorporados

2 – Cambono de fira – O observador fora do Ilê

3 – Cambono de Ebó ou gira ebó – O que despacha os ebós

4 – Ogan de sala – atendente de sala

5 – Ogan de tambor – o que toca tambores

6 – Ogan de Onã Ofa – apanhador de ervas

7 – Ogan Calofé – que corta o bicho para Orixá e Exu


8 – Yabas – cozinheiras de cultos

9 – Cota – zeladora do Roncó

10 – Tata Zambura – sacerdote que joga búzios

11 – Tata Ingorossi – sacerdote responsável pelas rezas

12 – Tata Nê – mestre de cerimônias

13 – Tata Opongô – sacerdote na hierarquia maior do culto

Espero que o aprendizado seja uma constante na vida de todos os filhos desta casa, e que
a humildade, assim como o interesse, amor e respeito pelo sagrado seja nossos pilares de vida,
pois, nossa missão aqui na Terra somente ao nosso criador pertence, e é Ele quem conduz as
nossas vidas, ficando a cargo do nosso Ori as escolhas assertivas para que possamos cumprir a
nossa missão.

Que Exu dê bons caminhos a todos os que bem usufruirem desses conhecimentos e que Oxalá
traga paz a vida de todos e minha mãe Iemanja traga um bom Ori, de sabedoria, riqueza e
prosperidade para cada um dos filhos dessa casa.

Mukuiu N’Zambi

Pai Wesley Silva de Iemanjá, Oxum e Xangô Airá

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