Manual Teodolito Compressed

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 67

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Ramos, Cassiano Henrique Monteiro Corrêa


Manual do uso do teodolito nas aulas de matemática
[livro eletrônico] / Cassiano Henrique Monteiro
Corrêa Ramos, Márcio Rostirolla Adames. -- 1. ed. --
Curitiba, PR : Ed. dos Autores, 2021.
PDF

ISBN 978-65-00-30529-6

1. Geometria - Estudo e ensino 2. Matemática


I. Adames, Márcio Rostirolla. II. Título.

21-80654 CDD-516.007
Índices para catálogo sistemático:

1. Geometria : Estudo e ensino 516.007

Aline Graziele Benitez - Bibliotecária - CRB-1/3129


Cassiano Henrique Monteiro Corrêa Ramos

Márcio Rostirolla Adames

Manual de Uso do Teodolito nas Aulas de Matemática

1ª edição

Curitiba / PR
2021
4

Prefácio

O propósito desse manual é servir como um guia prático para o professor de ensino básico que
deseje explorar temáticas da geometria no contexto da topografia. As temáticas exploradas nesse manual
são: o Teorema de Tales; Semelhança de Triângulos; Razões Trigonométricas; o Teorema de Pitágoras;
Lei dos Senos; Lei dos Cossenos e o Teorema de Heron.
O manual é organizado da seguinte forma:
• Cada capítulo inicia com uma apresentação curta do tema matemático tradado nele. A apresentação
é destacada em uma caixa no mesmo estilo deste prefácio.
• Em seguida são apresentadas algumas aplicações do tema do capítulo na topografia. Essas aplica-
ções são destacadas por caixas com uma barra lateral amarela.

Aplicação na topografia 0.1. Exemplo de uma caixa contendo uma aplicação na topografia.

• Seguem exercícios resolvidos de provas e concursos, relacionados ao tema do respectivo capítulo e


que envolvem questões diretas de topografia ou técnicas aplicáveis na topografia. Eles são desta-
cados com uma barra lateral vermelha.

Questões de provas 0.2 (UFXX, 20XX). Exemplo de uma caixa contendo uma aplicação na topografia.

• Apresentamos em seguida sugestões de atividades práticas, com indicações do material necessário (a


maioria envolvendo o uso de um teodolito) e com o procedimento preciso para seu desenvolvimento
com os estudantes. Estas são indicadas por barras laterais marrons.

Atividade prática 0.3. Exemplo de uma caixa com atividades práticas que podem ser desenvolvidas
pelos estudantes.

• Blocos de advertência dão, ainda, recomendações de como aplicar as técnicas descritas.

!! Leve os estudantes para aplicar as técnicas da topografia.

Não temos como objetivo que o presente manual seja um guia aprofundado na matemática dos
temas tratados ou substitua o livro didático nos assuntos específicos; mas buscamos produzir uma refe-
rência rápida para permitir intervenções pontuais ligando os conceitos estudados na escola a aplicações
práticas da matemática no mundo real, que foram de grande importância na navegação e na cartografia
e que estão implícitas em muitas técnicas modernas.
O foco principal desse trabalho é oferecer uma possibilidade de trabalhar, em sala de aula e com
atividades práticas, a interdisciplinaridade e a contextualização no âmbito da topografia, que através de
seu levantamento planimétrico e altimétrico utiliza fórmulas advindas da geometria e da trigonometria
e que são, por vezes, apresentadas sem muita contextualização pelos professores do ensino fundamental
e médio.
Também desenvolvemos um modelo de Teodolito Didático, que pode ser impresso com uma im-
pressora 3D, e está disponível em:
https://www.thingiverse.com/thing:3001363
As atividades podem ser desenvolvidas com qualquer teodolito e a impressão 3D do modelo dis-
ponibilizado é apenas uma opção.
5

1- Teorema de Tales
O Teorema de Tales, atribuído ao matemático (entre tantas outras ocupações) grego antigo Tales
de Mileto é um resultado fundamental da geometria e tem diversas aplicações, que serão exploradas ao
longo desse capítulo. Apresentamos uma demonstração do teorema apenas para o caso de segmentos
comensuráveis, contudo ressaltamos que o teorema também vale para segmentos quaisquer.
Teorema 1.1 (Teorema de Tales). Se um feixe de retas paralelas corta duas transversais quaisquer,
então a razão entre as medidas de dois segmentos obtidos em uma das transversais é igual à razão entre
as medidas dos segmentos correspondentes da outra transversal.

Demonstração. Considere AB e CD dois segmentos comensuráveisa de uma transversal e A0 B 0 e C 0 D0


são os respectivos segmentos correspondentes da outra transversal. Vamos provar que:

AB A0 B 0
= 0 0.
CD CD
E como tratam-se de segmentos comensuráveis, existe um segmento u que é submúltiplo de
AB e CD, ou seja, existem p, q ∈ N tais que AB = p.u e CD = q.u, conforme a figura abaixo.

Daí segue:
AB p·u p
= = (I)
CD q·u q
Os segmentos AB e CD ficam então divididos em p e q segmentos de comprimento u. Traçando
retas paralelas ao feixe adicionais pelos pontos de divisão, dividimos os segmentos A0 B 0 e C 0 D0 também
em p e q segmentos respectivamente. Observe que as paralelas pelos pontos de divisão dos segmentos
AB e CD dividem os segmentos A0 B 0 e C 0 D0 em segmentos de comprimentos iguaisb u0 . temos A0 B 0 =
p.u0 e C 0 D0 = q.u0 , logo:

A0 B 0 p · u0 p
0 0
= 0
= (II)
CD q·u q

De (I) e (II) vem que:

AB A0 B 0
= 0 0.
CD CD

a Em aplicações práticas podemos sempre considerar segmentos comensuráveis, pois nossas medidas possuem um número

limitado de casas decimais após a vírgula. De modo que sempre consideramos números racionais nas medidas práticas e
quaisquer dois segmentos de medida racional são comensuráveis.
b Omitimos a demonstração dessa afirmação, que é baseada na semelhança de triângulos.
6

Aplicações - Teorema de Tales na Topografia


Aplicação na topografia 1.2. Observe a planta de um loteamento na Vila Planalto

Quais as medidas das frentes dos lotes, representados por x e y respectivamente, em relação à Rua
Rio de Janeiro?
Resolução:
Esse problema pode ser resolvido usando-se o Teorema de Tales, admitindo os limites laterais dos
lotes como retas paralelas e as frentes (Rua Rio de Janeiro) e fundo (Rua São Paulo) como transversais.
Sendo assim:
12 14,6
= =⇒ 14,6x = 199,2 =⇒ x ' 13,7m.
x 16,6
12 14,6
= =⇒ 14,6y = 220,8 =⇒ y ' 15,1m.
y 18,4

Aplicação na topografia 1.3. Três terrenos têm frente para a Rua Bromélia e fundo para a Rua Girassol,
como na figura abaixo. As divisas laterais são perpendiculares à Rua Girassol. Sabendo que a frente dos
03 terrenos na Rua Bromélia mede 195 m, qual a medida da frente de cada um dos terrenos dessa rua?

Resolução:
Como as retas que contém as divisas laterais são perpendiculares à reta da rua Girassol, elas formam
um feixe de paralelas e podemos aplicar o Teorema de Tales.
Sabemos que a medida dos fundos dos 03 lotes é 32m + 40m + 58m = 130m e que a medida da
7

frente dos 03 lotes é 195m.


Denotando a frente do lote A por x, temos
195 x
= =⇒ 130x = 6240 =⇒ x = 48m.
130 32
Denotando a frente do lote B por y, temos
195 y
= =⇒ 130y = 7800 =⇒ y = 60m.
130 40
Denotando a frente do lote C por z, temos
195 z
= =⇒ 130z = 11310 =⇒ z = 87m.
130 58
N

Provas e Concursos: Teorema de Tales


Questões de provas 1.4 (UFV-MG, 2007). Sob duas ruas paralelas de uma cidade serão construídos,
a partir das estações A e B, passando pelas estações C e D, dois túneis retilíneos, que se encontrarão na
estação X, conforme ilustra a figura abaixo.
A distância entre as estações A e C é de 1km e entre as estações B e D, de 1,5km. Em cada um
dos túneis são perfurados 12m por dia. Sabendo que o túnel 1 demandará 250 dias para ser construído e
que os túneis deverão se encontrar em X, no mesmo dia, é CORRETO afirmar que o número de dias que
a construção do túnel 2 deverá anteceder à do túnel 1 é:
a) ( ) 135 b) ( ) 145 c) ( ) 125 d) ( ) 105 e) ( )115

Adaptado de (UFV-MG, 2007)


Resolução:
Como CD//AB e os demais segmentos são transversais à eles, podemos aplicar o Teorema de Tales
(para enquadrar exatamente no enunciado do teorema, precisamos considerar uma reta paralela à CD
passe por X).
Sabemos que todo dia são perfurados 12m, e que o túnel 1 leva 250 dias para ser construído, logo
seu tamanho (AX) será:
12m · 250 = 3000m = 3km
Para saber o tamanho do túnel 2 (BX) utilizaremos o Teorema de Tales da seguinte forma:

AC BD 1 1,5
= =⇒ = =⇒ BX = 4,5km = 4500m.
AX BX 3 BX
Retornando à informação de que a cada dia constrói-se 12 metros, o número de dias necessários para
construir o túnel 2 será:
4500
= 375 dias.
12
Como o túnel 1 levará 250 dias para ser construído, a diferença será:
375 − 250 = 125 dias
Portanto o túnel 2 deve ser iniciar 125 dias antes da construção do túnel 1 e a resposta é c).
N
8

Questões de provas 1.5 (Unicamp-SP, 1993). A figura a seguir mostra um segmento AD dividido em
três partes: AB = 2cm, BC = 3cm e CD = 5cm.
←−→ ←−→
O segmento AD0 mede 13cm e as retas BB 0 e CC 0 são paralelas a DD0 .
Determine o comprimento do segmento AB 0 .
a) ( ) 2,6 b) ( ) 2,7 c) ( ) 2,8 d) ( ) 2,9 e) ( )3,0

Resolução:
Como BB 0 //CC 0 //DD0 e como pelo ponto A passam infinitas retas, podemos escolher uma reta
conveniente AA0 , conforme figura abaixo, tal que seja paralelas a todas as retas anteriores. Sendo assim
podemos aplicar o Teorema de Tales para resolver essa questão.

Para isso utilizaremos o segmento AD, que mede AD = AB + BC + CD = 2 + 3 + 5 = 10. Sendo


assim
AB AD 2 10 26
0
= 0
=⇒ 0
= =⇒ 10 · AB 0 = 2 · 13 =⇒ AB 0 = = 2,6.
AB AD AB 13 10
O comprimento do segmento AB 0 é 2,6, item a).
N

Teorema de Tales com o Teodolito Didático


Atividade prática 1.6. Cálculo de uma distância inacessível utilizando o Teodolito Didático e aplicando
o Teorema de Tales.
Material Necessário:
• Teodolito Didático;
• Trena;
• 03 balizas ou cabo de vassouras para alinhamento.
Procedimento:
Explique aos alunos que a prática realizada requer conhecimentos de geometria plana, reveja con-
ceitos de ângulos suplementares, ângulos correspondentes em retas paralelas e o Teorema de Tales. Para
9

essa atividade pode-se escolher um objeto que esteja a uma distância inacessível ou simular essa situação
(Ex.: árvore do outro lado de um lago).
Atividade prática:
O procedimento de captura de dados é:
1. localizar os pontos entre os quais se deseja calcular a distância. Nesse caso denominamos ponto A
no lado inacessível e ponto B do lado acessível (Passo 1);

2. alinhado aos pontos A e B localizar um ponto C na reta que contém A e B, que chamaremos de r,
de modo que BC possa ser medida com uma trena (Passo 2);

3. distar de forma concorrente ao ponto C, e definir um ponto D, de tal forma que seja possível traçar
uma reta transversal s, externa ao obstáculo, e que seja possível medir distâncias de pontos de saté
os pontos A e B da reta r;

4. com o teodolito instalado no ponto D medir o ângulo horizontal α da reta s em relação ao ponto C
(Passo 3);
5. calcular o valor de β que seja suplementar à α, logo β = 180◦ − α (Passo 4);

6. posicionar duas balizas (ou cabos de vassoura) alinhadas a reta s de forma que seja possível caminhar
com o teodolito pela reta s até avistar de um ponto E, o ponto B da reta r sob um ângulo interno
]BED = β. Esse procedimento garante que os segmentos CD e BE sejam paralelos. Medir com a
trena a distância de D até E (Passo 5);
10

7. fazer procedimento análogo ao anterior, até encontrar o ponto F na reta s, de modo que o ângulo
interno tenha medida ]AF E = β, fazendo assim AF//BE//CD. Medir com a trena a distância de
E até F (Passo 6).

Feito o procedimento acima descrito, podemos calcular a distância inacessível AB utilizando o


Teorema de Tales:
AB EF
=
BC DE
Resolvendo a regra de três acima achamos o valor de AB, que é a distância desejada.
11

2- Semelhança de Triângulos
Utilizando a semelhança de triângulos podemos calcular indiretamente medidas inacessíveis. Apre-
sentamos a definição de semelhança de triângulos abaixo e, em seguida, 4 resultados importantes para
as aplicações sem demonstração.

Definição 2.1. Dizemos que dois triângulosa 4ABC e 4A0 B 0 C 0 são semelhantes, e escrevemos
4ABC ∼ 4A0 B 0 C 0 , quando os ângulos internos correspondentes são congruentes e os lados corres-
pondentes possuem medidas proporcionais.

Teorema 2.2 (Teorema Fundamental da Proporcionalidade). Sejam 4ABC um triângulo e r uma reta
que intercepta os segmentos AB e AC em pontos distintos B 0 e C 0 , respectivamente. Então 4ABC ∼
4AB 0 C 0 se, e somente se, r é paralela à reta que contém BC.

Apresentamos sem demonstração as seguintes proposições, cujas demonstrações podem ser encon-
tradas em Fundamentos de matemática elementar, 9: geometria plana de Pompeo e Dolce.

Proposição 2.3 (Caso AA de semelhança). Se dois triângulos possuem dois ângulos congruentes, então
eles são semelhantes, ou seja:

]CAB = ]C 0 A0 B 0

=⇒ 4ABC ∼ 4A0 B 0 C 0 .
]ABC = ]A0 B 0 C 0

Proposição 2.4 (Caso LAL de semelhança). Se dois lados de um triângulo são proporcionais aos
respectivos lados de outro triângulo e os ângulos compreendidos entre eles são congruentes, então os
triângulos são semelhantes, ou seja, existe k ∈ R tal que:

A0 B 0 = k · AB


]CAB = ]C 0 A0 B 0 =⇒ 4ABC ∼ 4A0 B 0 C 0 .
A0 C 0 = k · AC

Proposição 2.5 (Caso LLL de semelhança). Se dois triângulos têm os lados respectivos proporcionais,
então eles são semelhantes, ou seja, existe k ∈ R tal que:
 0 0
 A B = k · AB
A0 C 0 = k · AC =⇒ 4ABC ∼ 4A0 B 0 C 0 .
 0 0
B C = k · BC
a Analogamente dois polígonos são semelhantes se têm os ângulos internos congruentes e os respectivos lados proporcio-

nais.
12

Aplicações - Semelhança na Topografia


Aplicação na topografia 2.6. Um cliente procurou um técnico para que ele resolvesse um problema. O
cliente havia recebido um desenho de seu terreno mas o achou muito pequeno, ele queria ampliar o desenho
sem mexer no formato do terreno. O desenho que ele levou estava num papel A4 e numa escala de 1:500.
As medidas do terreno original foram convertidos em escala, da seguinte forma:


 AB = 30m (tamanho real) = 6cm (escala 1:500)




 BC = 60m (tamanho real) = 12cm (escala 1:500)




 CD = 15m (tamanho real) = 3cm (escala 1:500)
 DE = 30m (tamanho real) = 6cm (escala 1:500)



EF = 7,05m (tamanho real) = 1,41cm (escala 1:500)

F A = 15m (tamanho real) = 3cm (escala 1:500)




]F AB = ]ABC = ]BCE = ]CDE = 90◦






 ]DEF = α



]EF A = β

A figura abaixo ilustra o desenho do cliente.

Resolução:
O técnico, ao receber o desenho, verificou que as dimensões do papel A4 (21cm × 29,7cm) não
permitiam duplicar o tamanho da figura com o papel na mesma orientação, pois o lado BC (maior lado
do desenho), que media 12cm, não caberia nos 21cm da largura do papel A4 quando duplicado.
Mas rapidamente ele mudou a orientação do papel e percebeu que o lado BC duplicado daria 24cm
e caberia nos 29,7cm da folha. Todas as outras medidas caberiam nas duas orientações.
Por fim ele desenhou o mesmo mapa em escala 1:250, portanto com o dobro do tamanho, e manteve
os mesmos ângulos internos, mantendo assim a semelhança das figuras.
As novas medidas do desenho ficaram da seguinte forma:

AB = 30m (tamanho real) = 12cm (escala 1:250)


BC = 60m (tamanho real) = 24cm (escala 1:250)
CD = 15m (tamanho real) = 6cm (escala 1:250)
DE = 30m (tamanho real) = 12cm (escala 1:250)
EF = 7,05m (tamanho real) = 2,82cm (escala 1:250)
F A = 15m (tamanho real) = 6cm (escala 1:250)
13

Esse segundo mapa está representado na figura abaixo. Note que a orientação do terreno em relação
ao Norte magnético foi mantida no segundo desenho.

Aplicação na topografia 2.7. Um técnico com bons conhecimentos em topografia e matemática foi
chamado para resolver um problema. Um produtor precisava calcular a maior dimensão de um lago que
atravessava sua propriedade, mas não dispunha de aparelhos topográficos, apenas trena e balizas. Como
o técnico poderia calcular essa distância aproximada?

Resolução:
O técnico respondeu que calcularia isso, e que precisaria apenas de 3 balizas, 5 piquetes e a trena,
além de um ajudante.
Primeiramente ele fixou dois piquetes nos pontos extremos do lago na propriedade consultada, e os
chamou de pontos A e B. A partir daí ele procurou um ponto dentro da propriedade que avistasse os dois
pontos e do qual fosse possível medir a distância até os pontos A e B com o uso da trena, e que permitisse
também estender os segmentos por mais uns metros sem obstáculos, e nomeou esse terceiro ponto de C.
Ao medir as distâncias entre os pontos B e C obteve 35m, e repetindo o procedimento entre os pontos
A e C obteve 56m.
Em seguida o técnico fez o seguinte procedimento:

• alinhado à reta AC ele mediu mais 8m e marcou o ponto D;


• da mesma forma, alinhado à reta BC ele mediu mais 5m e marcou o ponto E.
E justificou ao curioso proprietário que utilizou a escala 7 : 1 para reduzir as medidas, pois 7 · 8 =
56 e 7 · 5 = 35.
Finalmente, o técnico fez uma última medida, entre os pontos D e E e obteve 7,7m. Após uma
simples conta na calculadora respondeu ao proprietário que a distância procurada era de aproximadamente
54m.
O proprietário espantado pediu que o técnico explicasse como resolveu isso. O técnico pediu uma
folha e uma régua.
Ao desenhar o esboço das medidas, o técnico obteve dois triângulos semelhantes, conforme figura
abaixo:
14

Explicou ao proprietário que os triângulos ABC e CDE eram semelhantes, com escala 7 : 1, ou
razão de semelhança igual a 7.
De fato, conforme figura acima, verifiquemos que
AC


 =7
 CE

]ACB ≡ ]ECD (opostos pelo vértice) =⇒ ∆ACB ≡ ∆ECD (Caso LAL)
 BC


 =7
CD
Logo, pela semelhança de triângulos, temos que

BC AC x 35 56 x
= = =⇒ = =
CD CE DE 5 8 7,7
Daí segue que

35 x
= =⇒ 5x = 269,5 =⇒ x = 53,9m ' 54m
5 7,7

Aplicação na topografia 2.8. Um técnico precisava medir a altura de um prédio, e dispunha apenas de
um teodolito simples e uma trena. Como seria possível para ele calcular essa altura?

Resolução:
Como o prédio e o poste são perpendiculares ao solo, eles formam um ângulo reto em relação à reta
horizontal que passa pela luneta do teodolito. Se avistarmos o topo do prédio e do poste sob uma mesma
reta teremos dois triângulos semelhantes (pelo caso AA).
Sabendo isso o técnico fez o seguinte procedimento:
1. procurou um local do outro lado da rua, de forma que entre o teodolito e o prédio tivesse um obstáculo
que fosse fácil conhecer a altura, nesse caso ele localizou um poste de 1,7m de altura;

2. instalou e nivelou o teodolito de forma que, pela luneta do teodolito, ele pudesse ver o topo do prédio
atrás do topo do poste;
15

3. depois ele mediu a distância horizontal do teodolito até o poste (2m), até o prédio (14m) e a altura
do teodolito do chão (1m).
Feito esse procedimento e utilizando a semelhança de triângulos, conforme a figura acima, ele cal-
culou o valor de x da seguinte forma:
2 14 9,8
= =⇒ 2x = 14 · 0,7 =⇒ x = = 4,9m.
1,7 − 1 x 2
Logo, a altura do prédio será o valor de x mais a altura do teodolito, nesse caso 4,9 + 1 = 5,9 metros.
N

Semelhança em Provas e Concursos

Questões de provas 2.9 (FGV-SP, 2004). Dados AB = 18cm, AE = 36cm e DF = 8cm, e sendo o
quadrilátero ABCD um paralelogramo, o comprimento de BC, em cm, é igual a
a) ( ) 20 b) ( ) 22 c) ( ) 24 d) ( ) 26 e) ( )30

Fonte: (FGV-SP, 2004)

Resolução:
Do paralelogramo ABCD temos BC//AD. Note ainda que AE = AD + DE. Como

]BAE = ]F DE (ângulos correspondentes)


]AEB = ]DEF (ângulo comum)

temos, pelo caso AA de semelhança, 4AEB ∼ 4DEF . E assim:

AB AE 18 36 288
= =⇒ = =⇒ 18 · DE = 288 =⇒ DE = = 16cm.
DF DE 8 DE 18
Do paralelogramo ABCD temos que BC ≡ AD. Para achar o valor de BC usaremos

AE = BC + DE =⇒ BC = AE − DE = 36 − 16 = 20cm.

Portanto, o comprimento de BC é 20 cm e a resposta é a).


N

Questões de provas 2.10 (VUNESP, 2004). Um observador situado num ponto O, localizado na margem
de um rio, precisa determinar sua distância até um ponto P , localizado na outra margem, sem atravessar o
rio. Para isso marca, com estacas, outros pontos do lado da margem em que se encontra, de tal forma que
P , O e B alinhados entre si e P , A e C também. Além disso, OA é paralelo a BC, OA = 25m, BC = 40m
e OB = 30m, conforme a figura.
A distância, em metros, do observador em O até o ponto P é:
a) ( ) 30 b) ( ) 35 c) ( ) 40 d) ( ) 45 e) ( )50
16

Fonte: (VUNESP, 2004)


Resolução:
Observe que 4OP A ∼ 4BP C pelo caso AA, pois

]P OA = ]P BC, (ângulos correspondentes)


]P AO = ]P CB, (ângulos correspondentes)

e que P B = P O + OB. Denotando P O = x temos:

P B = x + 30

Da semelhança de triângulos temos

PO OA x 25
= =⇒ = =⇒ 40x = 25 · (x + 30) =⇒ 40x = 25x + 750 =⇒ 40x − 25x = 750
PB BC x + 30 40
750
=⇒ 15x = 750 =⇒ x = = 50m.
15
A distância do ponto O até o ponto P é de 50 metros e a resposta é e).
N

Questões de provas 2.11 (UFG-GO, 2007). O desenho abaixo, construído na escala 1 : 7000, representa
parte do bairro Água Branca em Goiânia. As ruas R.1, R.2 e R.3 são paralelas à Av. Olinda. O
comprimento da Av. B, da esquina com a Av. Olinda até a esquina com a Rua Dores do Indaya, é de
350m.

Fonte: [UFG-GO, 2007]


Considerando-se que cada rua mede 7m de largura, calcule quantos metros um pedestre caminhará
na Av. B, partindo da esquina com Av. Olinda, até a esquina com a rua R.2, sem atravessá-las.
17

Resolução:
Esse problema pode ser resolvido usando-se a semelhança de triângulos. Note que a Avenida Olinda
e a Rua 2 determinam triângulos semelhantes junto com as avenidas B e C.

Pela figura acima, e utilizando a escala 1 : 7000, do enunciado, temos:


Figura Real
1 7000
1,5 BD

BD = 10500cm = 105m.

Analogamente temos
Figura Real
1 7000
3 AE

AE = 21000cm = 210m.

Note que

AE//BD =⇒ ∆ACE ∼ ∆BCD (TFP)

Logo, pela semelhança de triângulos


BD CD 105 x 36750
= =⇒ = =⇒ x = = 175m.
AE CE 210 350 210
Como a rua mede 7m de largura (pelo enunciado), a distância percorrida da Av. Olinda à Rua 2
será:

y = 350m − x − 7m = 350m − 175m − 7m = 168m.


N

Questões de provas 2.12 (UNESP,2002). A sombra de um prédio, num terreno plano, numa determinada
hora do dia, mede 15m. Nesse mesmo instante, próximo ao prédio, a sombra de um poste de altura 5m
mede 3m.
18

A altura do prédio, em metros é:


a) ( ) 25 b) ( ) 29 c) ( ) 30 d) ( ) 45 e) ( )75
Resolução:
Assumimos que os raios solares chegam paralelos à Terra, devido à distância enorme. Como o prédio
e os postes são perpendiculares ao solo, os ângulos superiores são congruentes e os ângulos inferiores são
retos. Assim a sombra do sol determina dois triângulos semelhantes.
Sendo assim, pela definição de semelhança de triângulos, temos:
x 15 75
= =⇒ 3x = 75 =⇒ x = = 25m.
5 3 3
A altura do prédio é de 25 metros e a resposta é a).
N

Questões de provas 2.13 (Mackenzie-SP,2002). Na figura, AH = 4, BC = 10 e DC = 8.

A medida de AB é:
a) ( ) 4,8 b) ( ) 5,2 c) ( ) 5,0 d) ( ) 4,6 e) ( )5,4
Resolução:
Observe os triângulos 4AHB e 4CDB. Note que ambos são triângulos retângulos com um ân-
gulo congruente (]AHB = ]CDB = 90◦ ) e possuem um ângulo comum (B), b logo, pelo caso AA, são
semelhantes.
Sendo assim, pela definição de semelhança de triângulos, temos:
AH AB 4 AB 40
= =⇒ = =⇒ 8 · AB = 40 =⇒ x = = 5.
CD BC 8 10 8
A medida de AB é 5 e a resposta é c).
N
19

Questões de provas 2.14 (UFBA, 2007). Na figura abaixo, todos os triângulos são retângulos isósceles,
e ABCD é um quadrado.

GH
Nessas condições, determine o quociente .
CE
Resolução:
Como todos os triângulos são retângulos isósceles, podemos afirmar que, dois a dois, eles são seme-
lhantes pelo caso LAL.
Denotaremos a medida dos lados do quadrado de x, sendo assim, no 4EDC temos:

DE = DC = x (I)

De (I) e analisando o 4EAF temos:

AE = AD + DE =⇒ AF = AE = x + x = 2x (II)

De (II) e analisando o 4F BG temos:

BF = BA + AF =⇒ BF = x + 2x =⇒ BG = BF = 3x (III)

De (III) e analisando o 4GCH temos:

CG = CB + BG =⇒ CG = x + 3x =⇒ GH = CG = 4x (IV)

Como 4EAF ∼ 4GCH, os lados correspondentes são semelhantes e a razão de semelhança entre
CG
eles é . Sendo assim:
CD
GH CG 4x GH
= = =⇒ = 4.
CE CD x CE
N

Questões de provas 2.15 (OBMEP 1a Fase Nível 3, 2016). Na figura, a área dos quadrados P e R são
iguais a 24cm2 e 168cm2 , respectivamente. Qual a área do quadrado Q?

a) ( ) 96cm2 b) ( ) 100cm2 c) ( ) 121cm2 d) ( ) 144cm2 e) ( )156cm2


20

Resolução:
Da figura acima, chamaremos de T1 o triângulo retângulo formado pelos quadrados P e R. Analo-
gamente, chamaremos de T2 o triângulo retângulo formado pelos quadrados Q e R. No triângulo T1 temos
um ângulo reto com o vértice apenas no quadrado P , e chamaremos de α o ângulo formado pelos lados dos
quadrados P e R e de β o ângulo que contém o vértice apenas no quadrado R, conforme a figura abaixo.

Vejamos que os triângulos T1 e T2 são congruentes:


Primeiramente note que α + β = 90◦a e, somando 90◦ de ambos os lados, obtemos
α + β + 90◦ = 180◦
Por outro lado o ângulo rasob formado pelos vértices que contém os ângulos retos de T1 e T2 pode
ser decomposto na soma de β, um ângulo reto de R e um ângulo de T2 . e, pela equação acima, esse ângulo
de T2 também deve ter medida α.
Pelo caso AA de semelhança, os triângulos T1 e T2 são semelhante, mas por terem hipotenusas de
mesma medida (lados de R) a razão de semelhança é 1 e os dois triângulos são congruentes.

Vamos agora descobrir quanto mede o lado do quadrado Q, que chamaremos de lQ , e sua área(AQ )
2
será AQ = lQ .
Analisando o quadrado P e sabendo que sua área(AP ) é 24cm2 , basta utilizar a fórmula da área do
quadrado para saber quanto mede seu lado(lP ). Sendo assim:

AP = lP2 =⇒ lP2 = 24 =⇒ lP = 24cm.
Analogamente, no quadrado R, de área(AR ) igual a 168cm2 , o lado(lR ) será:
2 2

AR = l R =⇒ lR = 168 =⇒ lR = 168cm.
√ √
Sendo assim, T1 e T2 possuem um dos catetos que medem 24cm e hipotenusa que mede 168cm.
Para achar o outro cateto (lQ ) basta aplicar o Teorema de Pitágoras em qualquer um dos dois
triângulos congruentes. Nesse caso:

√ 2 √ 2
2
lR = lP2 + lQ
2 2
=⇒ lQ 2
= lR − lP2 = 168 − 24 = 168 − 24 = 144
2
Portanto, a área do quadrado Q é AQ = lQ = 144cm2 , item d).
N

a Pela propriedade da soma interna dos ângulos de um triângulo.


bO ângulo se torna raso quando seus lados são semi – retas opostas e a medida for de dois retos de 180◦ .
21

Questões de provas 2.16 (UFMS, 2003). Na figura abaixo estão representadas três retas coplanares e
paralelas r, s e t, tais que à distância entre r e s é igual a 2cm e a distância entre s e t é igual a 3cm.

Sabendo-se que o segmento M N tem 4cm, a área do triângulo ABC vale


a) ( ) 25cm2 b) ( ) 22,5cm2 c) ( ) 20cm2 d) ( ) 17,5cm2 e) ( )15cm2
Resolução:
Sabendo que r//s//t, traçaremos a partir de C, uma reta perpendicular a s e t e chamaremos de
H1 o pé da altura relativa à reta s e de H2 o pé da altura relativa à reta t, conforme a figura abaixo.

A distância da reta r à reta t é:

CH2 = CH1 + H1 H2 = 2 + 3 = 5.

Note que 4CH1 N ∼ 4CH2 B pelo caso AA, pois C b é comum e ]CH1 N ≡ ]CH2 B = 90◦ .
Das relações de semelhança de triângulos temos:
CH1 MN 2 4 20
= =⇒ = =⇒ 2 · AB = 20 =⇒ AB = = 10cm.
CH2 AB 5 AB 2
E a área do triângulo ABC é:
AB · CH2 10 · 5 50
A= = = = 25cm2 .
2 2 2
Portanto, a área do triângulo ABC é 25cm2 e a resposta é a).
N

Questões de provas 2.17 (ENA-PROFMAT, 2017). No triangulo 4ABC da figura abaixo, ]ABC =
]EAC , ]ACB = ]DAB, BD = 2 e CE = 3.
22

AB
Com base nas informações acima, podemos afirmar que a razão é igual a:
r r AC
2 3 2 3 4
a) ( ) b) ( ) c) ( ) d) ( ) e) ( )
3 2 3 2 9
Resolução:
c
Denotando BC = a, AB = c e AC = b, queremos determinar .
b
Pelos ângulos fornecidos no enunciado, conforme verificamos na figura abaixo, podemos afirmar pelo
caso AA que:

4ABC ∼ 4DBA (I)


4ABC ∼ 4EAC (II)

Da semelhança (I) temos:


c 2
= =⇒ c2 = 2a (III)
a c
Da semelhança (II) temos:

b 3
= =⇒ b2 = 3a (IV)
a b
De (III) e (IV) temos:
r
c2 2a 2 c 2
= = =⇒ =
b2 3a 3 b 3
r
AB 2
Portanto a razão = e a resposta certa é item a).
AC 3
N

Questões de provas 2.18 (ENA-PROFMAT,2016). Sejam ABCD e EF GH quadrados de lados 33 e


12, com EF sobre o lado DC. Seja X o ponto de intersecção dos segmentos HB e DC, como mostrado
na figura abaixo.

Se DE = 18, então EX é igual a: √


a) ( ) 3 b) ( ) 3,5 c) ( ) 4 d) ( ) 3 2 e) ( ) 5
23

Resolução:
Prolonguemos o segmento HE até interceptar o segmento AB e denominamos esse ponto de P ,
conforme figura abaixo.

Note que

P B = AB − AP = 33 − 18 = 15. (I)

Temos, pelo TFP, que 4HEX ∼ 4HP B. Dessa semelhança de triângulos e de (I) temos:

HE EX 12 EX 180
= =⇒ = =⇒ 45 · EX = 180 =⇒ EX = = 4.
HP PB 12 + 33 15 45
N

Portanto o segmento EX mede 4 e a resposta certa é item c).

Semelhança com o Teodolito Didático


Atividade prática 2.19. Cálculo de distância entre dois objetos com um obstáculo entre eles.
Material Necessário:

• Teodolito Didático;
• Trena.
Procedimento:
Revise com os alunos o caso LAL de semelhança e o caso LAL de congruência de triângulos.
Atividade prática:
Podemos resolver esse problema de duas maneiras:
Caso 1. Congruência de Triângulos

1. localizar o Teodolito Didático a uma distância dos pontos de forma que seja possível medir distâncias
com a trena e sem obstáculos, e que seja possível em alguma direção refazer esse mesmo triângulo
sem obstáculo;
2. instalar e nivelar o teodolito;

3. localizar o primeiro ponto (de preferência o ponto mais à esquerda a ) e medir a distância horizontal
até o teodolito (ponto A na figura ilustrativa abaixo);
4. zerar o teodolito, ou seja, alinhar o transferidor no valor 0 grau;
5. girar a luneta até localizar o segundo ponto e medir a distância horizontal até o teodolito (ponto B
na figura ilustrativa abaixo);
6. verificar o valor em graus do alinhamento em relação ao primeiro ponto e determinar o ângulo α;
7. sem tirar o teodolito do lugar escolha uma direção sem obstáculos e com a trena faça um outro ponto
inicial auxiliar(ponto A’ na figura ilustrativa abaixo) com a mesma distância em relação ao primeiro
ponto (Ponto A);
24

8. zerar o teodolito, ou seja, alinhar o transferidor no valor 0 grau;

9. girar o transferidor até dar o mesmo valor do passo 6 e medir um ponto final auxiliar (Ponto B’) de
mesma distância que o segundo ponto (Ponto B), em relação ao teodolito;
10. medir a distância entre os dois pontos auxiliares (Pontos A’ e B’).

Chamando o Teodolito Didático de T e fazendo com cuidado os procedimentos acima garantimos


dois triângulos congruentes (4AT B ≡ 4A0 T B 0 ), dessa forma as distâncias correspondentes são iguais, ou
seja, AB ≡ A0 B 0 , conforme a figura abaixo ilustra.

Caso 2. Semelhança de Triângulos

1. localizar o Teodolito Didático a uma distância dos pontos de forma que seja possível medir distâncias
com a trena e sem obstáculos, e que seja possível em alguma direção refazer esse mesmo triângulo
sem obstáculos;

2. instalar e nivelar o teodolito;


3. localizar o primeiro ponto e medir a distância horizontal até o teodolito (ponto A na figura ilustrativa
abaixo);
4. calcular a metadeb da distância até o primeiro ponto e marcar um primeiro ponto auxiliar (Ponto
A’);

5. girar a luneta até localizar o segundo ponto e medir a distância horizontal até o teodolito (ponto B
na figura ilustrativa abaixo);
c
6. calcular a metade da distância até o segundo ponto e marcar um segundo ponto auxiliar (Ponto
B’);

7. medir a distância entre os dois pontos auxiliares (Pontos A’ e B’).


25

Chamando o Teodolito Didático de T e fazendo com cuidado os procedimentos acima garantimos


dois triângulos semelhantes, onde a razão de semelhança nesse caso específico é 2, pelo caso LAL de
semelhança e:
TA TB AB
0
= 0
= 0 0 =2
TA TB AB
Dessa forma, como as distâncias correspondentes são proporcionais, posso afirmar que a distância
entre os pontos A e B é o dobro da distância entre os pontos A’ e B’, ou seja AB ≡ 2 · A0 B 0 , conforme a
figura acima ilustra.
a Nesse
caso a leitura no sentido horário garante a leitura do ângulo interno.
b Estabelecer
uma razão de semelhança de forma que entre os pontos auxiliares não hajam obstáculos, nesse caso, pela
praticidade, escolhemos 1:2 (metade).
c É obrigatório que seja a mesma razão do item 4.

Escolha um obstáculo razoavelmente grande, como uma casa ou um pequeno lago, organize seus estu-
!! dantes em grupos e peça que utilizem o Teodolito Didático para medir a distância entre dois objetos em
lados opostos do obstáculo com as técnicas ilustradas acima.

Atividade prática 2.20. Cálculo de altura aplicando semelhança de triângulos.


Material Necessário:

• Objeto de altura conhecida (poste, pedaço de madeira, cabo de vassoura etc);


• Piquetes ou outro marcador (giz, pincel, tinta, lápis etc.);
• Trena.
Procedimento:
Explique aos alunos que a origem dessa prática de medir alturas utilizando a sombra é atribuída a
Tales de Mileto, um dos sete sábios da Grécia Antiga, e se achar conveniente, conte a lenda de Tales de
Mileto e a altura da Pirâmide de Queops a . Para essa atividade pode-se escolher qualquer objeto vertical
(Ex.: casa, árvore, poste etc.).
Atividade prática:
O procedimento é:

1. localizar o objeto que deseja calcular a altura;


2. localizar um objeto auxiliar, cuja medida é conhecida;
3. em determinado instante marcar a sombra do objeto que deseja calcular a altura e do objeto auxiliar.

Assumimos que os raios solares chegam paralelos à Terra, devido a enorme distância entre o Sol e
nosso planeta. Como o prédio e os postes são perpendiculares ao solo, os ângulos superiores são congruentes
e os ângulos inferiores são retos. Assim, pelo caso AA de semelhança, a sombra do sol determina triângulos
semelhantes nos dois objetos.
26

Feito esse procedimentob ele usou a semelhança de triângulos, para isso denominou, conforme a
figura acima:

a = tamanho do objeto auxiliar,


b = tamanho da sombra do objeto auxiliar,
c = tamanho da sombra do objeto a ser medido e
x = tamanho do objeto a ser medido

Uma solução é aplicar a semelhança de triângulos da seguinte forma:


x a
=
c b
Resolvendo a regra de três acima achamos o valor de x e será a a altura do objeto a ser medido.
aA história de Tales de Mileto e essa lenda está disponível em http://www.educ.fc.ul.pt/icm/icm99/icm28/tales.htm.
b todas as medidas devem estar na mesma unidade (Ex.: cm ou m).

Escolha um prédio ou algum marco em sua escola, organize seus estudantes em grupos e peça que
!! utilizem a sombra da obra de interesse e a sombra de outro objeto acessível, como um pequeno poste,
para calcular a altura da primeira (omo na atividade prática acima).

Atividade prática 2.21. Cálculo de altura utilizando o Teodolito Didático e aplicando Semelhança de
triângulos.
Material Necessário:
• Teodolito Didático;
• Trena;
• Pedaço de madeira reto com tamanho conhecido (ex.: cabo de vassoura medido com a trena).
Procedimento:
Explique aos alunos que o pedaço de madeira e objeto a ser medido precisam estar perpendiculares
ao solo e o terreno de preferência será ser plano, para facilitar os cálculos. Para uma melhor precisão o
teodolito precisa estar paralelo ao solo e a altura do teodolito deverá ser retirada do pedaço de madeira
e adicionada à altura final do objeto. Para essa atividade pode-se escolher qualquer objeto vertical (ex.:
casa, árvore, poste etc.).

Atividade prática:
O procedimento de captura de dados é:
1. localizar o Teodolito Didático a uma distância possível de ser medida com a trena e sem obstáculos;
2. instalar e nivelar o teodolito de forma que pela luneta do teodolito seja possível ver a parte superior
do pedaço de madeira e altura a ser medida no objeto numa mesma visada (única reta);
3. medir a distância horizontal do teodolito ao pedaço de madeira;
4. medir a distância horizontal do teodolito até o objeto a ser medido.
27

Feito esse procedimentoa ele usou a semelhança de triângulos, para isso denominou, conforme a
figura acima:

a = tamanho do pedaço de madeira,


b = distância do teodolito ao pedaço de madeira,
c = distância do teodolito ao objeto e
h = altura do teodolito em relação ao solo
x = objeto a ser medido

Uma solução é aplicar a semelhança de triângulos da seguinte forma:

(a − h) x
=
b c
Resolvendo a regra de três acima achamos o valor de x, e a altura do objeto a ser medido é x + h.
a todas as medidas devem estar na mesma unidade (Ex.: cm ou m).

Escolha um prédio ou algum marco em sua escola, organize seus estudantes em grupos e peça que
!! utilizem o Teodolito Didático para medi-lo.
28

3- Razões Trigonométricas
Se dois triângulos são semelhantes, então a proporção entre dois lados de um dos triângulos e os
respectivos lados do outro triângulo é a mesma. Assim podemos escolher triângulos em que calcular
essas proporções não seja tão difícil e usar as proporções obtidas nesses triângulos para comparar todos
os outros.
Escolhemos como referência um triângulo retângulo com a hipotenusa medindo 1, como o 4ABC.

Os triângulos na figura acima são semelhantes e obtemos as seguintes relações entre as medidas
de seus lados:
a d c f a d
a= = , c= = , = .
1 e 1 e c f
Essas proporções são utilizadas com muita frequência em diversas aplicações, ao ponto dos nave-
gadores, construtores e astrônomos antigos carregarem livros com tabelas de valores dessas proporções
(hoje em dia temos calculadoras). Devido a importância delas, damos nomes para essas proporções:
seno, cosseno e tangente.
Definição 3.1. Seja 4ABC um triângulo retângulo em B, com hipotenusa medindo 1, e α a medida
do ângulo ∠CAB. Sejam a e c as medidas dos catetos oposto e adjacente ao ângulo ∠CAB, como na
figura abaixo.

Definimos o seno, o cosseno e a tangente de α, respectivamente como


a sen(α)
sen(α) := a, cos(α) := c, tan(α) := = .
c cos(α)
Devido à semelhança entre os triângulos 4ABC e 4DEF , segue que
d f d d/e sen(α)
sen(α) = , cos(α) = , tan(α) = = = .
e e f f /e cos(α)
Alguns autores preferem definir o seno, o cosseno e a tangente como as proporções entre os catetos
e a hipotenusa em triângulos retângulos quaisquer. Ambas as definições são equivalentes.
Aplicando o Teorema de Pitágoras no triângulo retângulo com hipotenusa de comprimento 1
obtemos:
Proposição 3.2 (Relação Fundamental da Trigonometria).
sen2 (α) + cos2 (α) = 1.
29

Sugerimos que o professor calcule, com os estudantes, o valor do seno, do cosseno e da tangente dos
!! ângulos de 30◦ e 60◦ , utilizando o triângulo equilátero de lado medindo 1, e o ângulo de 45◦ utilizando
um triângulo retângulo isósceles de hipotenusa medindo 1.

Aplicações - Razões Trigonométricas


Aplicação na topografia 3.3. Queremos saber a largura l de um rio sem atravessá-lo. Para isso adotamos
o seguinte processo:
• escolhemos o ponto B do outro lado da margem (no caso uma árvore) e marcamos o ponto A do
desse lado da margem com uma estaca, de modo que o segmento AB seja perpendicular ao sentido
do rio;
• marcamos um ponto C à distância que quisermos, de tal modo que o ângulo no vértice A seja reto;
(no caso escolhemos o ponto distante 8m de A, onde fixamos o teodolito);
• medimos com o teodolito o ângulo no vértice C (no caso obtemos a medida de 70◦ para o ângulo
]ACB).

Nas condições da figura acima, qual a largura l do rio? (Dados: sen 70◦ = 0,94 e cos 70◦ = 0,34)
Resolução:
Obtemos da Definição 3.1 e do enunciado
sen70◦ 0,94
tan 70◦ = = ≈ 2,76
cos70◦ 0, 34
Aplicando a definição de tangente em 4ABC teremos:
l l
tan 70◦ = =⇒ 2,76 ≈ =⇒ l = 22,12
8 8
Portanto a largura do rio é de aproximadamente 22 metros.
N

Razões Trigonométricas em Provas e Concursos

Questões de provas 3.4 (UNESP,2007). Um ciclista sobe, em linha reta, uma rampa com inclinação de
3 graus a uma velocidade constante de 4 metros por segundo. A altura do topo da rampa em relação ao
ponto de partida é 30m.
30

Use a aproximação sen 3◦ = 0,05 e responda. O tempo, em minutos, que o ciclista levou para
percorrer completamente a rampa é
a) ( ) 2,5. b) ( ) 7,5. c) ( ) 10. d) ( ) 15. e) ( ) 30.

Resolução:
Primeiramente iremos descobrir a distância do ponto de partida até o topo da rampa.
Como a figura é um triângulo retângulo e possui uma medida e um ângulo, é possível resolver
utilizando as razões trigonométricas.
Aplicando a definição de Seno no triângulo retângulo temos:

30 30 30
sen 3◦ = =⇒ 0,05 = =⇒ 0,05x = 30 =⇒ x = =⇒ x = 600m
x x 0,05
Agora iremos calcular o tempo que ele levará para percorrer a distância.
600
Como ele percorre 4 metros por segundo, para percorrer 600 metros, ele gastará = 150 segundos.
4
150
Como cada minuto tem 60 segundos, ele levará = 2,5 minutos.
60
O ciclista levará 2,5 minutos para percorrer a distância até o topo da rampa.
N

Questões de provas 3.5 (Unirio-RJ,2008). O teodolito é um instrumento ótico usado principalmente


por engenheiros civis e agrônomos para realizar medidas indiretas de grandes distâncias e alturas. Uma
luneta, apoiada em um tripé, permite que um observador O mire em um referencial P e o teodolito indica
o ângulo agudo θ que o segmento OP faz com o plano horizontal.

Fonte: (Unirio-RJ, 2008)

Um engenheiro usou o teodolito para medir a altura do Pão de Açúcar do seguinte modo:
a) Em um ponto A, o teodolito indicou um ângulo de 45◦ .
b) Em seguida o engenheiro foi em direção ao Pão de Açúcar até um ponto B, distante 99 metros
de A e o teodolito indicou um ângulo cujo seno é 0,8.
31

Para calcular a altura do Pão de Açúcar, o engenheiro desprezou a distância da luneta do teodolito
ao solo. A altura calculada foi:
a) ( ) 384 metros
b) ( ) 388 metros
c) ( ) 392 metros
d) ( ) 396 metros
e) ( ) 400 metros
Resolução:
Tomemos, conforme ilustra a figura abaixo:
x : distância do ponto B até o pé do morro
x + 99 : distância do ponto A até o pé do morro
y : altura do pão de açúcar
α : ângulo cujo seno é 0,8

Para achar a altura do pão de açúcar utilizaremos a definição de tangente:


y
tan α = =⇒ y = x · tan α (I)
x
Para achar o valor de tan α utilizaremos duas relações trigonométricas:
2
p
sen 2 α + cos 2 α = 1 =⇒ (0,8) + cos 2 α = 1 =⇒ cos 2 α = 1 − 0,64 =⇒ cos α = 0, 36 = 0,6
sen α 0,8 4
tan α = = = (II)
cos α 0,6 3
Substituindo (II) em (I) temos:
4
y = x · tan α =⇒ y = x (III)
3
De (III) e sabendo que tan 45◦ = 1 temos:
4x
y 3 4x
tan 45◦ = =⇒ 1 = =⇒ x + 99 = =⇒ 4x = 3x + 297 =⇒ x = 297 (IV)
x + 99 x + 99 3
Substituindo (IV) em (I) temos:
4
y = x · tan α = 297 ·
= 396.
3
Portanto a altura do pão de açúcar é de aproximadamente 396 metros e a resposta correta é a d).
N
32

Questões de provas 3.6 (UFG-GO,2007). Uma empresa de engenharia deseja construir uma estrada
ligando os pontos A e B, que estão situados em lados opostos de uma reserva florestal, como mostra a
figura abaixo.

A empresa optou por construir dois trechos retilíneos, denotados pelos segmentos AC e CB, ambos
com o mesmo comprimento. Considerando que a distância de A até B, em linha reta, é igual ao dobro da
distância de B até D, o ângulo α formado pelos dois trechos retilíneos da estrada, mede:
a) ( ) 150◦ b) ( ) 140◦ c) ( ) 130◦ d) ( ) 120◦ e) ( ) 110◦

Resolução:
Conforme figura abaixo tomemos:

DB = x, AB = 2x, ]ACB = α, ]CAB = ]DAB = β.

Aplicando a definição de seno em 4ADB temos:


x 1
sen β = = =⇒ β = 30◦
2x 2
Como 4ACB é isóscelesa então ]CAB = ]CBA = β, e pela soma dos ângulos internos temos:

α + β + β = 180◦ =⇒ α = 180◦ − 2β = 180◦ − 2 · 30◦ = 180◦ − 60◦ = 120◦

Portanto o ângulo α formado pelos dois trechos da estrada mede 120◦ e a resposta correta é a d).
N

a Como o triângulo 4ACB é isósceles, os ângulos da base AB são iguais.

Questões de provas 3.7 (CESESP-PE,2012). Do alto de uma torre de 50 metros de altura localizada
numa ilha, avista-se a margem da praia sob um ângulo 45◦ em relação ao plano horizontal. Para transportar
material da praia até a base da torre, localizada na ilha, um barqueiro cobra R$ 0,20 por metro navegado.
Quanto ele recebe por cada transporte que faz?

Fonte: (CESESP-PE,2012)
33

Resolução:
Como a figura acima representa um triângulo retângulo, e são conhecidas uma distância e um ângulo,
podemos achar as demais medidas através das razões trigonométricas do triângulo retângulo.
Nesse caso, sabendo que tan 45◦ = 1 aplicaremos a definição de cosseno, sendo assim:

x x
tan 45◦ = =⇒ 1 = =⇒ x = 50m
50 50
Como o barqueiro cobra R$ 0,20 por metro navegado, ele receberá em cada transporte que faz
50 · 0,20 = 10 reais.
N

Questões de provas 3.8 (UFMS, 2000). Para obter a altura de uma torre, um topógrafo posiciona o
teodolito em A, obtendo um ângulo α = 15◦ . Em seguida, aproxima-se 20m da torre,coloca o teodolito
em B e agora obtém um ângulo β = 30◦ .

Se for desprezada a altura do teodolito, a altura h da torre será de:


√ √  √  10
a) ( ) 10m b) ( ) 10 3m c) ( ) 10 2 − 3 m d) ( ) 10 2 + 3 m e) ( ) √ m
3
Resolução:
Chamando o topo da Torre de T e sua base de C, temos dois triângulos retângulos 4ACT e 4BCT ,
b e um triângulo obtusângulo 4ABT .
ambos retos em C,
Como B ∈ AC, o ângulo β é suplementar ao ângulo ]ABT , logo:

]ABT + β = 180◦ =⇒ ]ABT = 180◦ − 30◦ = 150◦ (I)

No 4ABT , tomando ]AT B = δ.


De (I) e pela propriedade da soma dos ângulos internos em 4ABT temos:

α + δ + 150◦ = 180◦ =⇒ 15◦ + δ + 150◦ = 180◦ =⇒ δ = 180◦ − 165◦ = 15◦ (II)

De (II) temos que α = δ = 15◦ , logo 4ABT é isósceles, e daí temos que AB = BT = 20m, conforme
a figura abaixo ilustra.

Por fim, analisando agora o triângulo retângulo 4BCT , como temos um ângulo e uma medida,
podemos aplicar as definições das razões trigonométricas para calcular a altura (h) da Torre.
34

1
Sabendo que sen 30◦ = e aplicando a definição de Seno em 4BCT temos:
2
h 1 h 20
sen 30◦ = =⇒ = =⇒ 2 · h = 1 · 20 =⇒ h = = 10m
BT 2 20 2
Portanto a altura do Torre será de 10 metros a resposta certa é item a).
N

Questões de provas 3.9 (Mackenzie-SP, 2008). Calcule a medida do segmento AB na figura abaixo,
sabendo que BCDE é um retângulo.

Resolução:
Como BCDE é um retângulo temos que:
]CDA = ]CDE + ]EDA = 90◦ + 30◦ = 120◦ . (I)

a ◦ ◦ ◦ ◦ 3
O valor do sen 120 = sen (180 − 120 ) = sen 60 = .
2
Observe que
]ACD = ]BCD − ]BCA = 90◦ − 60◦ = 30◦ . (II)
De (I) e (II), e pela soma dos ângulos internos do 4ADC temos:
30◦ + 120◦ + ]DAC = 180◦ =⇒ ]DAC = 180◦ − 150◦ = 30◦ . (III)
Denominamos de F a interseção de AC e DE, conforme figura abaixo.

Observando o 4CDF podemos determinar CF usando a definição de cosseno:


√ √
◦ 50 3 50 √ 50 · 2 2 3
cos 30 = =⇒ = =⇒ 3 · CF = 50 · 2 =⇒ CF = √ = 50
CF 2 CF 3 3
35

e determinar DF usando a definição de seno:


√ √
◦ DF 1 DF 2 3 3
sen 30 = =⇒ = √ =⇒ 2 · DF = 50 =⇒ DF = 50 .
CF 2 2 3
50 3 3 3

De (II) e (III) temos que o triângulo 4ADF é isósceles e AF = DF . Assim


√ √
2 3 3
AC = CF + DF = 50 + 50
3 2
e aplicando a definição de seno em 4ABC temos:
√ √ √ !
AB ◦ 3 2 3 3
= sen 60 =⇒ AB = · 50 + 50 = 50 + 25 = 75.
AC 2 3 3

Solução alternativa. Uma solução alternativa faz os passos (I), (II) e (III) e aplica a Lei dos
Senosb para resolver o valor de AC, conforme segue abaixo.
1
O valor do sen 30◦ = .
2
De (I) e (II) e aplicando a Lei dos Senos em 4ADC temos:

AC DC AC 50 AC 50 AC 50 3 √
= =⇒ = =⇒ √ = =⇒ = =⇒ AC = 50 3 (IV)
sen D
b sen Ab sen 120 ◦ sen 30 ◦
3 1 2 2
2 2

De (IV) e aplicando a definição de seno no 4ABC temos:


√ √ 2
◦ AB 3 AB 150
sen 60 = =⇒ = √ =⇒ 2 · AB = 50 3 =⇒ AB = = 75
AC 2 50 3 2

Portanto AB = 75.
N

a Uma propriedade que não demonstraremos nesse trabalho diz que, para ângulos obtusos, sen x = sen (180◦ − x).
b Essa seção sobre Lei dos Senos será vista posteriormente.

Questões de provas 3.10 (ENA-PROFMAT, 2015). Para calcular a altura de um morro, um topógrafo
posicionou-se com seu teodolito a 200 m do morro e o aparelho forneceu a medida do ângulo de visada
do morro: 30◦ . O topógrafo, olhando numa tabela, considerou tan 30◦ = 0,57. Se a altura do teodolito é
1,60m, qual é a altura do morro obtida pelo topógrafo?

a) ( ) 352,48m b) ( ) 125,60m c) ( ) 118,20m d) ( ) 115,60m e) ( ) 114m


Resolução:
Indicando por x o cateto oposto ao ângulo de 30◦ , e aplicando a definição de tangente teremos:
x x
tan 30◦ = =⇒ 0,57 = =⇒ x = 114m. (I)
200 200
Do enunciado sabemos que a altura do teodolito é 1,60m, logo a altura do morro é 114 + 1,60 =
115,60m e a resposta certa é letra d).
N
36

Questões de provas 3.11 (OMIF-Simulado, 2018). Sobre uma rampa plana de 3,5m de comprimento e
inclinação α, como mostra a figura, será construída uma escada com 7 degraus, todos de mesma altura.

Se α = 30◦ , então a altura de cada degrau, em cm, é:


a) ( ) 10 b) ( ) 15 c) ( ) 20 d) ( ) 25 e) ( ) 30
Resolução:
Pode-se observar que a escada forma com o solo um triângulo retângulo, conforme a figura abaixo.
Tomando a altura de cada degrau como x, a altura desse triângulo será 7x e do enunciado temos α = 30◦ .

1
Sabendo que sen 30◦ = e aplicando a definição de seno temos:
2
7x 1 7x 3,5
sen 30◦ = =⇒ = =⇒ 14x = 3,5 =⇒ x = = 0,25m.
3,5 2 3,5 14

Portanto a altura de cada degrau é 25cm e a resposta certa é item d).


N

Questões de provas 3.12 (OMIF-Simulado, 2018). Conforme a figura abaixo, um fio de eletricidade
completamente esticado sai do poste A até a casa B. O ângulo entre o fio que parte de A e o muro da
propriedade é de 30◦ . Do outro poste C, que está a 20 metros de A, parte a fiação de telefone até a casa
B. O fio que parte de C, por sua vez, faz um ângulo de 45◦ com o mesmo muro reto. Impossibilitado de
invadir a propriedade, Abílio conseguiu saber a menor distância em linha reta da casa até o muro somente
com esses dados.


Essa distância é mais próxima de: (Considere 3 = 1,7)
a) ( ) 18,25m b) ( ) 19,70m c) ( ) 23,25m d) ( ) 25, 35m e) ( ) 26,15m
Resolução:
Observe que são formados dois triângulos retângulos, 4ADB e 4CDB, conforme figura abaixo:
37

Sabendo que

Sabendo que tan 45◦ = 1 e aplicando a definição de tangente em 4CDB teremos:


DB DB
tan 45◦ = =⇒ 1 = =⇒ CD = DB (I)
CD CD

◦ 3
De (I) e sabendo que tan 30 = , aplicando a definição de tangente em 4ADB teremos:
3

◦ DB 3 DB 1,7 DB
tan 30 = =⇒ = =⇒ ≈ =⇒ 1,7 · DB + 34 ≈ 3 · DB
AC + CD 3 DB + 20 3 DB + 20
34
=⇒ 1, 3 · DB ≈ 34 =⇒ DB ≈ =⇒ DB ≈ 26,15m.
1, 3
Portanto, a menor distância em linha reta da casa até o muro é de aproximadamente 26,15 metros
e a resposta é letra d).
N

Razões Trigonométricas com o Teodolito


Didático
Atividade prática 3.13. Cálculo de distância horizontal inacessível (Ex.: largura de um rio).
Material Necessário: O Teodolito Didático, uma trena e uma baliza.
Procedimento: Explique aos alunos que para medir essa distância utilizará as razões trigonomé-
tricas, para isso precisa apenas de uma medida de distância horizontal e um ângulo em um triângulo
retângulo.
Atividade prática: O objetivo dessa atividade é calcular a distância de um ponto inicial acessível
(I) a um ponto final inacessível (F).
Levantamento de Dados:

1. instalar e nivelar o Teodolito Didático no ponto I de forma que seja possível visualizar sem obstáculo
o objeto de referência do lado inacessível (ponto F);
2. zerar o teodolito, ou seja, alinhar o transferidor no valor 0 grau, no objeto do lado inacessível;
3. localizar um ponto (de preferência o ponto mais à direita a )do lado acessível(ponto A na figura
ilustrativa abaixo) de forma que o ângulo seja reto (90◦ ), e medir a distância horizontal até o teodolito;

4. inverter as posições, ou seja, colocar o Teodolito Didático no ponto A e uma baliza no ponto I.
5. zerar o teodolito, ou seja, alinhar o transferidor no valor 0 grau, no ponto I;
6. girar a luneta até localizar o objeto do lado inacessível (ponto F) e verificar quantos graus tem esse
alinhamento, chamando esse ângulo de α;

Fazendo com cuidado os procedimentos acima garantimos um triângulo retângulo 4AIF , com
b um cateto (IA) e um ângulo agudo α, conforme a figura abaixo ilustra.
ângulo reto em I,
38

Aplicando a definição de tangente em α temos:


IF
tan α = =⇒ IF = IA · tan α
IA
Como IA e α são conhecidos, o resultado da multiplicação acima é a distância até o ponto inacessível.
a Nesse caso a leitura no sentido horário garante a leitura do ângulo interno.

Leve os alunos para um local com espaço suficiente para simular essa situação, localize objetos inacessíveis
!! e peça aos alunos que calculem a distância entre os pontos utilizando a técnica ilustrada na atividade
prática 3.13.

Atividade prática 3.14. Cálculo de altura de um objeto (Ex.: árvore, prédio etc.).
Material Necessário:
• Teodolito Didático;
• Trena.

Procedimento: Explique aos alunos que para medir essa altura utilizará a definição de tangente,
para isso precisa apenas de uma medida de distância horizontal e que o objeto esteja na vertical. Explique
ainda, que ao final do cálculo, precisará adicionar a altura do Teodolito.
Atividade prática: O objetivo dessa atividade é calcular a altura de um objeto a partir da
horizontal da luneta do Teodolito. O procedimento de leitura de dados é:

1. instalar e nivelar o Teodolito Didático no ponto A de forma que seja possível visualizar sem obstáculo
um ponto no objeto que se deseja calcular a altura, e chamaremos esse ponto de B;

2. zerar o ângulo vertical e depois levantar a luneta do teodolito até visualizar o topo do objeto e
chamaremos de ponto C, anotar o ângulo vertical ]BAC, que chamaremos de α;
3. medir a distância horizontal até o ponto B;
4. medir a altura do Teodolito Didático, que chamaremos de i.

Fazendo com cuidado os procedimentos acima garantimos um triângulo retângulo 4ABC, com
ângulo reto em B,
b a medida de um cateto (AB) e um ângulo agudo α, conforme a figura abaixo ilustra.
39

Aplicando a definição de tangente em α temos:


BC
tan α = =⇒ BC = AB · tan α
AB
Além da distância BC precisamos adicionar a altura do teodolito (i), e como os valores de AB, α e
i são conhecidos, a altura do objeto será:

h = (AB · tan α) + i.

Localize um objeto (árvore, prédio da escola, igreja, ou o próprio teto da sala) e calcule a altura do
!! objeto através da técnica ilustrada na atividade 3.14.
40

4- Teorema de Pitágoras
Teorema 4.1 (de Pitágoras). Em um triângulo retângulo de catetos a e b e hipotenusa c vale a relação

a2 + b2 = c2 .

Demonstração. Para qualquer triângulo retângulo de catetos medindo a e b, podemos construir dois
quadrados de lados a + b dispondo-os como na figura abaixo:

Os dois quadrados são congruentes e, portanto, têm a mesma área. Note que quadriláteros de
lados a, b e c têm ângulos retos e portanto também são quadrados. Se removermos os quatro triângulos
retângulos de cada figura ainda permaneceremos com figuras de mesma área. Assim a soma das áreas
dos quadrados de lado a e b é igual à área do quadrado de lado c, ou seja,

a2 + b2 = c2 .

Aplicações - Teorema de Pitágoras


Aplicação na topografia 4.2. Após fazer uma medição topográfica um técnico obteve as seguintes cotasa
e distâncias entre dois pontos num terreno inclinado: Cota de A = 20,184; Cota de B = 22,584; Distância
Horizontal de A a B = 18m.
Qual a distância inclinada de A a B?
Resolução:
41

Se traçarmos uma reta vertical que passa por B e uma reta horizontal que passa por A, a intersecção
dessas retas, que chamaremos de C, terá a cota igual a cota de A, conforme figura abaixo.

Note que

DV = COT AB − COT AC =⇒ DV = COT AB − COT AA


=⇒ DV = 22,584 − 20,184 =⇒ DV = 2,4

Aplicando o Teorema de Pitágoras em 4ABC teremos:


p
AB 2 = DH 2 + DV 2 = 182 + 2,42 =⇒ AB = 329,76 ' 18,16m.

Portanto a distância inclinada de A a B é de aproximadamente 18,16 metros.


N

a Cota é um valor na topografia relativa ao nível do mar ou um valor horizontal aleatório, e utiliza-se para o cálculo de

distâncias verticais. A distância vertical é a diferença das duas cotas.

Teorema de Pitágoras em Provas e Concursos


Questões de provas 4.3 (UEMG,2008). No alto de um bambu vertical está presa uma corda. A parte
da corda em contato com o solo mede 2m. Quando a corda é esticada, sua extremidade toca no solo a
uma distância de 7m do pé do bambu, conforme mostra a figura abaixo.

Fonte: (UEMG,2008)
De acordo com o enunciado acima, a altura do bambu corresponde a:
a) ( ) 15,1 b) ( ) 12,7 c) ( ) 11,25 d) ( ) 15,25

Resolução:
Note que após esticar a corda, forma-se um triângulo retângulo, e o único ângulo conhecido é o
ângulo reto. Como as medidas são fornecidas por números ou em função da altura do bambu, resolveremos
aplicando o Teorema de Pitágoras.
Deseja-se descobrir a altura do bambu, que chamaremos de x. Antes de esticar a corda, ela tinha
o tamanho do bambu e mais 2 metros no chão, logo a corda esticada formará a hipotenusa do triângulo
retângulo e medirá x + 2. O outro cateto é a distância da corda até o bambu (7m, dado no enunciado),
conforme a figura abaixo ilustra.
42

Aplicando o Teorema de Pitágoras temos:


2
(x + 2) = x2 + 72 =⇒ x2 + 4x + 4 = x2 + 49 =⇒ x2 − x2 +4x = 49 − 4 =⇒ 4x = 45
| {z }
0
45
=⇒ x = = 11,25m
4
A resposta certa é 11,25 metros, item c).
N

Questões de provas 4.4 (UFAC,2007). É conhecido que em um triângulo retângulo: A soma dos qua-
drados das medidas dos catetos é igual ao quadrado da medida da hipotenusa [Pitágoras (571 − 480 a.c.)].
Esta relação induz o conceito de “terno pitagórico”, que é toda terna de inteiros positivos (a, b, c) tal que
a2 + b2 = c2 . Neste sentido, se (a, b, c) é um terno pitagórico, vale que:
a) ( ) (a, c, b) é um terno pitagórico.
b) ( ) (ka, kb, kc) é um terno pitagórico, se k é um inteiro positivo.
c) ( ) (a − b, a − c, b − c) é um terno pitagórico.
d) ( ) (b, c, a) é um terno pitagórico.
e) ( ) (a + b, a + c, b + c) é um terno pitagórico.
Resolução:
Para resolver essa questão utilizaremos a terna pitagórica mais conhecida, que é (3, 4, 5), visto que
satisfaz as condições do enunciado, pois:

32 + 42 = 52 =⇒ 9 + 16 = 25 =⇒ 25 = 25.

Nesse caso temos a = 3, b = 4 e c = 5. Dadas essas condições e aplicando a definição do Teorema


de Pitágoras, analisaremos cada uma das alternativas acima:
a) (a, c, b) é um terno pitagórico.
Para mostrarmos que uma afirmação é falsa, basta apresentarmos um contra-exemplo. Contudo
para (a, b, c) = (3,4,5) temos (a, c, b) = (3,5,4) e

32 + 52 = 34 6= 16 = 42 ,

e a alternativa é falsa (F).


b) (ka, kb, kc) é um terno pitagórico, se k é um inteiro positivo.
Utilizando que a2 + b2 = c2 , temos

(ka)2 + (kb)2 = k 2 (a2 + b2 ) = k 2 c2 = (kc)2 ,

assim (ka, kb, kc) é um terno pitagórico e a alternativa é verdadeira (V).


c) (a − b, a − c, b − c) é um terno pitagórico.
O terno pitagórico (3,4,5) também é um contra-exemplo para esse caso. Temos que (a−b, a−c, b−c)
não é um terno pitagórico pois:

(3 − 4, 3 − 5, 4 − 5) = (−1, − 2, − 1) ,

que não são inteiros positivos e a alternativa é falsa (F).


d) (b, c, a) é um terno pitagórico.
43

Basta apresentarmos um contra-exemplo. Para (a, b, c) = (3,4,5) temos (b, c, a) = (4,5, 3) e

42 + 52 = 41 6= 9 = 32 ,

e a alternativa é falsa (F).


e) (a + b, a + c, b + c) é um terno pitagórico.
Basta apresentarmos um contra-exemplo. Para (a, b, c) = (3,4,5) temos (a + b, a + c, b + c) = (7, 8, 9)

72 + 82 = 113 6= 81 = 92

e a alternativa é falsa (F).


Portanto, a resposta certa é a alternativa b: (ka, kb, kc) é um terno pitagórico, se k é um inteiro
positivo.
N

Questões de provas 4.5 (OBMEP,2017 - 1a Fase - Nível 3). Na figura, os ângulos ]ABC e ]BCD
medem 120◦ , o ângulo ]BAD é reto, e os segmentos BC e CD medem 4cm e 8cm, respectivamente. Qual
é a área do quadrilátero
√ ABCD √ em cm2 ? √ √ √
a) ( ) 14 3 b) ( ) 28 3 c) ( ) 32 3 d) ( ) 36 3 e) ( ) 40 3

Resolução:

Para resolver essa questão faremos algumas construções geométricas, utilizando os ângulos e medidas
fornecidos no enunciado.
Prolongando os segmentos AB e DC até se encontrarem num ponto E teremos um triângulo,
conforme a figura abaixo.

No triângulo 4BCE é fácil observar que ]BCE ≡ ]CBE = 60◦a , logo o triângulo 4BCE é
equilátero de lado igual a 4, conforme figura abaixo.
44

Se duplicarmos o triângulo 4ADE no eixo AD e denominaremos de F o ponto simétrico a E, teremos


um triângulo com dois ângulos de E b ≡ Fb = 60◦ assim, como a soma dos ângulos internos de um triângulo
◦ ◦
é 180 , D̂ = 60 e o triângulo 4DEF é equilátero de lado 12. Chamaremos de h a altura desse triângulo
equilátero, conforme figura abaixo.

Agora, aplicando o Teorema de Pitágoras no triângulo F AD acharemos o valor de h:


√ √
122 = 62 + h2 =⇒ h2 = 144 − 36 =⇒ h = 108 = 6 3

Observe que a área do polígono ABCD pode ser deduzido da subtração da área dos triângulos
4AED e 4BEC.
A área do triângulo 4AED é:

6·6 3 √
= 18 3 (I)
2
A área do triângulo 4BEC b é:

42 3 √
=4 3 (II)
4
√ √ √
De (I) e (II) temos que a área do polígono ABCD é 18 3 − 4 3 = 14 3 e a resposta é item a).
N

a São ângulos suplementares de ]ABC √ e ]BCD respectivamente.


l 2 3
b A área de um triângulo equilátero é .
4

Questões de provas 4.6 (ENA-PROFMAT,2018 - Prova H). Em um triangulo retângulo 4ABC, o


lado AB excede em 8 unidades o lado BC que por sua vez mede uma unidade a mais que o lado AC. A
hipotenusa deste triangulo mede
a) ( ) 20 b) ( ) 21 c) ( ) 25 d) ( ) 27 e) ( ) 29
Resolução:
45

Do triângulo 4ABC fornecido tomemos:

b : AC (cateto)
a : BC = b + 1 (cateto)
c : AB = a + 8 = b + 1 + 8 = b + 9 (hipotenusa)

Aplicando o Teorema de Pitágoras teremos:


2 2
c2 = a2 + b2 =⇒ (b + 9) = (b + 1) + b2 =⇒ b2 + b2 + 2b + 1 = b2 + 18b + 81
| {z } | {z }
(b+1)2 (b+9)2

b2 − 16b − 80 = 0 =⇒ (b + 4) · (b − 20) = 0 =⇒ b0 = −4 e b” = 20

Como b é uma medida de comprimento seu valor é positivo, nesse caso b = 20, e portanto o valor
da hipotenusa é 20 + 9 = 29, e a resposta é letra e).
N

Questões de provas 4.7 (ENA-PROFMAT,2017 - Prova 1). No quadrilátero√ ABCD, os ângulos internos
B
beDb são retos. Sendo AB = 6, BC = a, CD = b e AD = 12, o valor de a2 − b2 é:
√ √ √
a) ( ) 6 3 b) ( ) 6 5 c) ( ) 3 d) ( ) 8 3 e) ( ) 6
Resolução:
Do enunciado e denominando c = AC temos a figura abaixo.

Aplicando o Teorema de Pitágoras em 4ADC e 4ABC temos, respectivamente

c2 = b2 + 122 (I)
2 2 2
c =a +6 (II)

Substituindo (II) em (I) teremos:


p √ p √
a2 + 62 = b2 + 122 =⇒ a2 − b2 = 144 − 36 =⇒ a2 − b2 = 108 =⇒ a2 − b2 = 6 3

Portanto a resposta certa é item a).


N
46

Questões de provas 4.8 (ENA-PROFMAT,2017 - Prova 1). Na figura, a corda AB tem medida 5 e o
raio OA mede 10.

A medida√ do segmento AH, perpendicular ao segmento


√ OB, é igual a:

5 15 √ 5 5 5 3
a) ( ) b) ( ) 5 c) ( ) 5 3 d) ( ) e) ( )
4 2 2
Resolução:
Tomando x = BH teremos OH = 10−x. Denominando h = AH teremos, conforme a figura abaixo,
dois triângulos retângulos 4AHB e 4AHO.

Aplicando o Teorema de Pitágoras em 4AHB e 4AHO teremos:

52 = x2 + h2 =⇒ h2 = 25 − x2 (I)
2 2 2 2 2
 2
10 = (10 − x) + h =⇒ h = 100 − 100 − 20x + x = −x + 20x (II)
| {z }
(10−x)2

Substituindo (II) em (I) temos:


25 5
− x2 + 20x = 25 − x2 =⇒ −x2 + x2 +20x = 25 =⇒ x = = (III)
| {z } 20 4
0

Substituindo (III) em (I) teremos:


 2 r √
2 5 400 − 25 375 5 5
h = 25 − = =⇒ h = =
4 16 16 4

5 5
Portanto AH = e a resposta certa é item a).
4
N

Questões de provas 4.9 (ENA-PROFMAT,2015). Na figura abaixo, o segmento AC está contido em


um diâmetro da circunferência. Sabendo que AB = 3, AC = 2 e o ângulo ]BAC é reto, qual é o raio da
circunferência?
47


13 13 13 √ 5
a) ( ) b) ( ) c) ( ) d) ( ) 13 e) ( )
4 2 2 4
Resolução:
Sejam O o centro da circunferência, r o raio e x = OA. Como OC e OB são raios, ambos medem
x + 2, conforme figura abaixo.

Como 4OAB é retângulo, podemos aplicar o Teorema de Pitágoras. Sendo assim:

2 5
OB 2 = OA2 + AB 2 =⇒ (x + 2) = x2 + 32 =⇒ x2 + 4x + 4 = x2 + 9 =⇒ 4x = 9 − 4 =⇒ x =
4
Com o valor de x temos o valor do raio:
5 5+8 13
r =x+2= +2= =
4 4 4
13
Portanto o valor do raio da circunferência é e a resposta certa é item a).
4
N

Questões de provas 4.10 (UFC-CE, 2004). Na figura abaixo, o triângulo 4ABC é retângulo em B.

O cosseno do ângulo B AC
b é:
12 11 10 6 1
a) ( ) b) ( ) c) ( ) d) ( ) e) ( )
13 13 13 13 13
Resolução:
Tomando x = AB, como 4ABC é retângulo e são conhecidas duas medidas, basta aplicar o Teorema
48

de Pitágoras para achar a terceira medida. Sendo assim:



AC 2 = AB 2 + BC 2 =⇒ 132 = x2 + 52 =⇒ x2 = 169 − 25 =⇒ x = 144 = 12. (I)

De (I) e aplicando a definição de cosseno temos:

b = AB = 12 .
cos A
AC 13
12
Portanto, na figura acima, o cosseno do ângulo B AC
b é e a resposta certa é item a).
13
N

Questões de provas 4.11 (UFRN,2001). Ao se tentar fixar as extremidades de um pedaço de arame


reto, de 30m de comprimento, entre os pontos M e P de um plano, o arame, por ser maior do que o
esperado entortou como mostra a figura.

A partir desses dados, calcule, em metros:


a) O comprimento dos segmentos M S e SP ;
b) Quanto o arame deveria medir para que medisse o mesmo tamanho do segmento M P ?
Resolução:
Item a.
Chamaremos de Q o vértice do ângulo reto no triângulo 4N QP .
Note que M S = M R + RS, e que N Q ≡ RS a , da mesma forma P S = P Q + QS, e que N R ≡ QS.
Aplicando a definição de Seno nos triângulos 4M RN e 4N QP temos:

NR 1 NR 10
sen 30◦ = =⇒ = =⇒ 2 · N R = 10 · 1 =⇒ N R = =5 (I)
10 2
√ 10 2 √
◦ PQ 3 PQ √ 20 · 3 √
sen 60 = =⇒ = =⇒ 2 · P Q = 20 · 3 =⇒ P Q = = 10 · 3 (II)
20 2 20 2
Aplicando a definição de Cosseno nos triângulos 4M RN e 4N QP temos:

√ √
MR 3 MR √ 10 · 3 √
cos 30◦ = =⇒ = =⇒ 2 · M R = 10 · 3 =⇒ M R = =5· 3 (III)
10 2 10 2
◦ NQ 1 NQ 20
cos 60 = =⇒ = =⇒ 2 · N Q = 20 · 1 =⇒ N Q = = 10. (IV)
20 2 20 2
De (III) e (IV) temos o valor de M S igual a:
√ √ 
M S = M R + RS = 5 · 3 + 10 = 5 3+2 m

De (II) e (I) temos o valor de P S igual a:


√  √ 
P S = P Q + QS = 10 · 3 + 5 = 5 2 3 + 1 m
√  √ 
Portanto, o comprimento de M S é 5 3 + 2 metros e o comprimento de P S é 5 2 3 + 1 metros.
Item b.
Da resolução do item anterior temos a figura abaixo.
49

Para calcular o comprimento de M P aplicaremos a definição do Teorema de Pitágoras em 4M SP ,


sendo assim:
h √ i2 h  √ i2
M P 2 = M S2 + P S2 = 5 3+2 + 5 2 3+1
 √   √ 
= 25 3 + 4 3 + 4 + 25 4 · 3 + 4 3 + 1
√ √ √
= 75 + 100 3 + 100 + 300 + 100 3 + 25 = 500 + 200 3
√ √
q  q 
M P = 500 + 200 3 = 10 5 + 2 3 m

 p √ 
Portanto, o arame deveria medir 10 5 + 2 3 metros para que medisse o mesmo tamanho do
segmento M P .
N

a Uma propriedade que não demonstraremos aqui diz que os lados opostos de um paralelogramo são congruentes.

.
.
.
.
Teorema de Pitágoras com o Teodolito Didático
Atividade prática 4.12. Cálculo de distância com obstáculo utilizando o Teodolito Didático e aplicando
Teorema de Pitágoras.
Material Necessário: Teodolito Didático; trena; 03 piquetes ou marcadores.
Procedimento: Explique aos alunos que esse procedimento é muito praticado por técnicos e enge-
nheiros, dado que entre dois objetos pode existir um obstáculo que impeça a leitura de distância direta.
Para essa atividade pode-se escolher dois objetos quaisquer, como nesse exemplo dois postes em lados
distintos de um lago.
Atividade prática:
O procedimento de captura de dados é:

1. identificaremos os dois postes de A e B;


2. a partir do ponto A trace uma reta r, de forma que seja possível chegar ao ponto Ba através de uma
perpendicular a r, sem obstáculos;
3. fixar o teodolito no ângulo reto, mantendo o zero na direção do ponto A, e percorrer a reta r até
achar o ponto onde é possível visualizar o ponto B sob o ângulo de 90◦ , chamar esse ponto de C;
4. medir a distância horizontal de A a C, e da mesma forma, a distância de C a B.
50

Feito esse procedimentob podemos usar o Teorema de Pitágoras para determinar a distância aos
pontos inacessíveis, para isso denominamos:

a = distância de A a B (hipotenusa),
b = distância de A a C (cateto) e
c = distância de C a B (cateto).

Aplicando o Teorema de Pitágoras no 4ABC temos:

a2 = b2 + c2

Portanto, a distância desejada é dada por a = b2 + c2 .
aÉ necessário um pouco de perspectiva do professor para prever que a reta até o ponto B será perpendicular à reta r.
b todas as medidas devem estar na mesma unidade (Ex.: cm ou m).

Leve os alunos para uma praça, pátio ou um local que possa ser possível simular essa ou propor outra
!! situação análoga, e junto com os alunos façam as medidas para em sala-de-aula, utilizando o Teorema
de Pitágoras, resolverem esse problema.

Dê cópias do mapa no Anexo 1 do manual aos estudantes, explique que cada lado dos quadrados da
!! grade equivale a 200 metros, e peça que eles calculem as distâncias entre os pontos marcados A, B, C e
D utilizando o Teorema de Pitágoras.
51

5- Lei dos Senos e Lei dos Cossenos


No capítulo 2 vimos a importância dos casos LAL e AA de semelhança e suas muitas aplicações.
Essas proposições têm equivalentes de congruências, que são igualmente importantes: os casos LAL (lado
- ângulo - lado) de congruência e o caso ALA (ângulo - lado - ângulo) de congruência.

LEI DOS SENOS

O significado da existência da congruência ALA é que, ao fixarmos dois ângulos de um triângulo


e o lado entre eles, já ficam determinados os outros dois lados e o outro ângulo do triângulo. Todavia,
como conseguiremos calcular as medidas dos ladosa utilizando os ângulos conhecidos e o tamanho do lado
conhecido? Para isso podemos utilizar a Lei dos Senos, que demonstramos abaixo apenas para triângulos
acutângulos, apesar da lei valer para triângulos quaisquer.
Teorema 5.1 (Lei dos Senos). Seja 4ABC um triângulo com ]BAC = α e ]ABC = β; e, além disso,
BC = a e AC = b, como na figura abaixo.

Então
sen(α) sen(β)
= .
a b
Demonstração. (Apenas para o caso do triângulo acutângulo.) Tracemos a altura do triângulo 4ABC
relativa ao lado AB e chamemos sua medida de h, como na figura abaixo.

Então
h h
sen(α) = e sen(β) = =⇒ b sen(α) = h e a sen(β) = h
b a
sen(α) sen(β)
=⇒ b sen(α) = a sen(β) =⇒ = .
a b

LEI DOS COSSENOS

O significado da existência da congruência LAL é que, ao fixarmos dois lados de um triângulo e


o ângulos entre eles, já ficam determinados os outros dois ângulos e o outro lado do triângulo. Todavia,
como conseguiremos calcular a medida do outro lado e os outros dois ângulos utilizando os comprimen-
tos dos lados conhecidos e o ângulo entre eles? Para isso podemos utilizar a Lei dos Cossenos, que
demonstramos abaixo apenas para triângulos acutângulos, apesar da lei valer para triângulos quaisquer.
Teorema 5.2 (Lei dos Cossenos). Seja 4ABC um triângulo com ]BAC = α e, além disso, BC = a,
AC = b e AB = c, como na figura abaixo.
52

Então
a2 = b2 + c2 − 2bc cos(α).

Demonstração. (Apenas para o caso do triângulo acutângulo.) Tracemos a altura do triângulo 4ABC
relativa ao lado AB e chamemos sua medida de h e de m a medida de AD, onde D é o pé da altura,
como na figura abaixo.

Então, pelo Teorema de Pitágoras,

a2 = (c − m)2 + h2 = c2 − 2cm + m2 + h2 . (5.1)

Contudo, pela definição de cosseno e pelo Teorema de Pitágoras no 4ADC,

b2 = m2 + h2 e m = b cos(α),

pelo Teorema de Pitágoras e a definição de cosseno no triângulo 4ACD. Substituindo m2 + h2 por b2 e


m por b cos(α) na equação (5.1), obtemos

a2 = c2 + b2 − 2cb cos(α).

a Para determinar o terceiro ângulo podemos usar o fato que a soma dos três ângulos de um triângulo é 180o .

Aplicações - Lei dos Senos e Lei dos Cossenos


Aplicação na topografia 5.3. Um técnico foi chamado para resolver um problema. Desejava-se medir a
distância entre dois pontos A e B, o problema é que um prédio entre eles impedia a medição direta dessa
distância.
Resolução:
A solução adotada pelo técnico foi utilizar a Lei dos Cossenos para medir essa distância. O proce-
dimento do técnico foi o seguinte:
1. Posicionou o teodolito em um ponto T de onde pudesse avistar, sem obstáculos, os pontos A e B;
2. Em seguida ele calculou a distância T A = 16,4m;
3. Ele zerou o teodolito no ponto A e girou até localizar o ponto B, obtendo um ângulo ]AT B = α =
43◦ ;
53

4. Finalmente, ele mediu a a distância T B = 21,1m.

Feitas essas medidas ele aplicou a Lei dos Cossenos para obter a distância AB. Para isso considerou
a = AB, b = T A e c = T B.

a2 = b2 + c2 − 2 · b · c · cos α = 16,42 + 21,12 − 2 · 16,4 · 21,1 · cos 43◦


= 268,96 + 445,21 − 506,1553 = 208,0147
p
a = 208,0147 ' 14,42

Portanto, a distância entre os pontos A e B é de 14,42 metros.


N

Aplicação na topografia 5.4. Na observação de um triângulo que servirá de apoio para um levantamento,
obtiveram-se os seguintes valores:
(
b = 51◦ ; B
A b = 74◦ ; C
b = 55◦ ;
AB = 100,6m

Com base nessas informações, calcule os comprimentos dos lados AC e BC.


Resolução:

Tomando a = BC, b = AC, c = AB, conforme figura acima, e aplicando a Lei dos Senos no ∆ABC
temos:
a b c a b 100,6 a b 100,6
= = =⇒ ◦
= ◦
= ◦
=⇒ = =
sen A
b sen B
b sen C
b sen 51 sen 74 sen 55 0,777 0,961 0,819
Resolvendo dois a dois, de forma conveniente, acharemos os valores de a e b. Segue que:
a 100,6 78,1662
= =⇒ 0,819a = 100,6 · 0,777 =⇒ a = ' 95,44
0,777 0,819 0,819
b 100,6 96,6766
= =⇒ 0,819b = 100,6 · 0,961 =⇒ b = ' 118,04
0,961 0,819 0,819
N
54

Lei dos Senos e Lei dos Cossenos em Provas e


Concursos

Questões de provas 5.5 (UEM-PR,2008). Um engenheiro precisa conhecer a medida de cada lado de
um terreno triangular cujo perímetro é 20 m, porém a planta do terreno foi rasgada e o que restou foi um
pedaço, como na figura a seguir.

Os lados√ do triângulo que


√ não aparecem totalmente na planta do terreno medem
a) ( ) 3 3m e 12 − 3 3 m
b) ( ) 5m e 7m
c) ( ) 4,5m e 7,5m
d) ( ) 8m e 4m
e) ( ) 3m e 9m
Resolução:
No triângulo completo da figura acima, tomemos:

x : lado adjacente ao ângulo de 60◦


y : lado oposto ao ângulo de 60◦
P : perímetro do triângulo

Aplicando a definição de perímetroa temos:

P = x + y + 8 =⇒ 20 = x + y + 8 =⇒ y = 20 − 8 − x = 12 − x (I)

De (I) e aplicando a Lei dos Cossenos temos:

2 1
y 2 = x2 + 82 − 2 · 8 · x · cos 60◦ =⇒ (12 − x) = x2 + 64 − 16 ·
·x
2
2 2 2 2
144 − 24x + x = x + 64 − 8x =⇒ x − x −24x + 8x = 64 − 144 · (−1)
| {z }
0
80
16x = 80 =⇒ x = =5
16
Substituindo em (I) temos:
y = 12 − x = 12 − 5 = 7
Portanto, o lado adjacente ao ângulo de 60◦ mede 5 metros e o lado oposto mede 7 metros e a
resposta é b).
N

a Perímetro é a soma dos lados de um polígono.

Questões de provas 5.6 (FURB-SC,2006). Florianópolis, Curitiba e Belo Horizonte, respectivamente,


capitais de Santa Catarina, Paraná e Minas Gerais, estão localizadas conforme a figura a seguir.
55

A partir dos dados fornecidos, qual a distância entre Florianópolis e Belo Horizonte?
(Dados: cos 110◦ = −0, 34, sen 110◦ = 0,93, cos 12◦ = 0,97 e sen 12◦ = 0,2.
a) ( ) 1700km b) ( ) 2395km c) ( ) 1395km d) ( ) 2700km e) ( ) 2390km

Resolução:
Como o enunciado fornece dois ângulos e uma medida, podemos resolver essa questão aplicando a
Lei dos Senos.
Da figura acima e aplicando a Lei dos Senos temos:
300 d 300 d 279
= =⇒ = =⇒ 0,2d = 300 · 0,93 =⇒ d = = 1395km
sen 12◦ sen 110◦ 0,2 0,93 0,2
Portanto a distância de Florianópolis a Belo Horizonte é 1395 km.
N

Questões de provas 5.7 (PUC-SP,2005). Considere que, na figura abaixo, tem-se a planificação do
quadro de uma bicicleta e as medidas indicadas estão em centímetros.

Fonte: (PUC-SP,2005)

Se necessário, utilize sen 53◦ = 0,8, cos 53◦ = 0,6 e tan 53◦ = 1, 3.
1) A área do triângulo ABD, em centímetros quadrados, é igual a:
a) ( ) 480 b) ( ) 576 c) ( ) 640 d) ( ) 768 e) ( ) 824
2) O perímetro do triângulo BCD, em centímetros, é igual a:
a) ( ) 148 b) ( ) 152 c) ( ) 155 d) ( ) 160 e) ( ) 172

Resolução:
Questão 1.
Note que, conforme figura abaixo, a altura relativa (h) ao lado AD no triângulo 4ABD mede, pela
definição de seno:
h
sen 53◦ = =⇒ h = 48 · sen 53◦
48
56

Sendo assim, a área do triângulo 4ADB será:


AD · h 40 · 48 · sen 53◦ 1536
AADH = = = = 768.
2 2 2
Portanto a área do triânguloa 4ABD é 768cm2 e a resposta certa é item d).
Questão 2.
Como o enunciado fornece duas medidas e o ângulo entre eles, podemos calcular o lado BD desse
triângulo aplicando a Lei dos Cossenos.
Sendo assim, da figura acima e aplicando a Lei dos Cossenos em 4ADB temos:

BD2 = AB 2 + AD2 − 2 · AB · AD · cos ]BAD =⇒= 482 + 402 − 2 · 48 · 40 · cos 53◦


= 2304 + 1600 − 2304

BD = 1600 = 40

Tendo os três lados do triângulo 4BCD seu perímetro (P ) será:

P = BD + BC + DC = 40 + 53 + 62 = 155cm

Portanto o perímetro do triângulo 4BCD é 155cm e a resposta certa é item c).


N

a Dado qualquer triângulo, conhecendo a medida de dois lados (a) e (b) e o ângulo interno entre esses lados (α), a área
a · b · sen α
desse triângulo é .
2

Lei dos Senos e Lei dos Cossenos com o


Teodolito Didático
Atividade prática 5.8. Cálculo de distância horizontal inacessível (Ex.: largura de um rio).
Material Necessário:
• Teodolito Didático;
• Trena;
• 01 baliza;
Procedimento:
Explique aos alunos que para medir essa distância utilizaremos a Lei dos Senos que resolve essa
questão para qualquer triângulo.
Atividade prática: O objetivo dessa atividade é calcular a distância de um ponto inicial acessível
(I) a um ponto final inacessível (F).
Levantamento de dados:
1. instalar e nivelar o Teodolito Didático no ponto I de forma que seja possível visualizar sem obstáculo
o objeto de referência do lado inacessível (ponto F);
2. zerar o teodolito, ou seja, alinhar o transferidor no valor 0 grau, no objeto do lado inacessível;
57

3. localizar um ponto (de preferência o ponto mais à direita)do lado acessível(ponto A na figura ilus-
trativa abaixo) e ver qual ângulo forma em relação ao ponto I chamando esse ângulo de β, e medir
a distância horizontal até o teodolito;

4. inverter as posições, ou seja, colocar o Teodolito Didático no ponto A e uma baliza no ponto I.
5. zerar o teodolito, ou seja, alinhar o transferidor no valor 0 grau, no ponto I;
6. girar a luneta até localizar o objeto do lado inacessível (ponto F) e verificar quantos graus tem esse
alinhamento, chamando esse ângulo de α;

Fazendo com cuidado os procedimentos acima garantimos um triângulo 4AIF , com dois ângulos
medindo α e β e um cateto (de comprimento IA) entre eles, conforme a figura abaixo ilustra.

Para conhecer a distância até o ponto inacessível (IF ) é só aplicar a Lei dos Senos no triângulo
4AIF , utilizaremos para isso a distância IA e os ângulos opostos às duas medidas.
Chamaremos de δ o ângulo oposto a IA e seu valor será:

α + β + δ = 180◦ =⇒ δ = 180◦ − α − β (I)

De (I) e aplicando a Lei dos Senos em 4AIF temos:

IF IA IA · sen α
= =⇒ IF · sen δ = IA · sen α =⇒ IF =
sen α sen δ sen δ
Como IA, α e δ são conhecidos a solução da expressão acima é a distância até o ponto inacessível
(IF ).

Atividade prática 5.9. Cálculo do comprimento dos limites de uma poligonal e da área com o Teodolito
Didático.
Material Necessário:
• Teodolito Didático;

• Trena;
• piquetes ou marcadores.
Procedimento:
Explique aos alunos que esse procedimento simula um método de levantamento topográfico chamado
de irradiação, onde de um único ponto é possível medir todos os vértices do polígono sem precisar mudar
o aparelho ponto a ponto.
Atividade prática: O objetivo dessa atividade é calcular as distâncias entre os vértices de um
polígono e sua área através das Leis dos Cossenos e dos Senos. O procedimento de captura de dados é:

1. marcar todos os vértices do polígono e colocar piquetes (ou marcadores);


2. localizar um ponto interno (para simplificar, o ponto poderia ser externo) ao polígono, de onde seja
possível avistar e medir a distância a todos os vértices, e chamaremos esse ponto de O;

3. zerar o ângulo horizontal num vértice qualquer e medir a distância até esse ponto, anotando esse
valor;
4. a partir desse primeiro ponto, no sentido horário localizar ponto a ponto todos os vértices até retornar
ao ponto inicial, medir as distâncias e o ângulo interno, lembrando que a cada marcação o ângulo
horizontal é zerado.
58

Na figura acima simulamos esse procedimento em um polígono de quatro vértices (A,B,C,D) de onde
temos as seguintes distâncias e ângulos:

]AOB = α a : comprimento de OA
]BOC = β b : comprimento de OB
]COD = δ c : comprimento de OC
]DOA = γ d : comprimento de OD

Para o cálculo das distâncias entre os vértices do polígono foi aplicada a Lei dos Cossenos:
p
comprimento de AB : AB 2 = a2 + b2 − 2 · a · b · cos α =⇒ AB = a2 + b2 − 2 · a · b · cos α (I)
p
comprimento de BC : BC 2 = b2 + c2 − 2 · b · c · cos β =⇒ BC = b2 + c2 − 2 · b · c · cos β (II)
p
comprimento de CD : CD2 = c2 + d2 − 2 · c · d · cos δ =⇒ CD = c2 + d2 − 2 · c · d · cos δ (III)
p
comprimento de DA : DA2 = d2 + a2 − 2 · d · a · cos γ =⇒ DA = d2 + a2 − 2 · d · a · cos γ (IV)

Para o cálculo da área do polígono também é feito em cada triângulo medido, onde a área do
polígono será a soma da área de cada polígono, conforme a figura abaixo:

A área do triângulo A1 pode ser calculada através da fórmula b · h/2, onde h é a altura relativa ao
lado OB. Contudo podemos perceber que essa altura pode ser calculada, com ajuda da definição de seno,
por h = a sen(α). Deste modo obtemos para a área de A1 e, analogamente, para as áreas de A2 , A3 e A4 :

a · b · sen α
área (A1 ) =
2
b · c · sen β
área (A2 ) =
2
c · d · sen δ
área (A3 ) =
2
d · a · sen γ
área (A4 ) =
2
E a área total do polígono é:

Áreatotal = área (A1 ) + área (A2 ) + área (A3 ) + área (A4 )

Leve a turma até um terreno vazio e calcule a área e o perímetro do terreno através da técnica ilustrada
!! na atividade 5.9.
59

6- Teorema de Heron
Em um problema prático de medir a área de uma região planar, podemos dividi-la em regiões
triangulares e assim necessitamos calcular as áreas de vários triângulos. Muitas vezes alguns dados já
são conhecidos ou são muito mais fáceis de obter do que outros. Nesse contexto pode ser interessante
conseguir calcular a área de um triângulo conhecendo apenas seus lados. Existe um modo de fazer isso,
conhecido como Teorema de Heron, e que deduzimos abaixo para um triângulo acutângulo, apesar da
fórmula valer para quaisquer triângulos.
A fórmula utiliza o semi-perímetro do triângulo, que é definido como a metade do perímetro:
a+b+c
p= ,
2
e consequência imediataa :
b+c−a
p−a= .
2
Teorema 6.1 (Teorema de Heron). A área de um triângulo de lados a, b e c é
p
A = (p − c)(p − b)(p − a)p.
Demonstração. (Para o caso de um triângulo acutângulo.) No triângulo 4ABC traçamos a altura
relativa ao lado AB, de medida h. A área do triângulo pode ser calculada por
ch
A= .
2
Vamos calcular h em termos de a, b e c. Para isso consideramos o pé da altura D, que divide o
segmento AB em doisb , como na figura abaixo:

No triângulo 4ADC obtemos, pelo Teorema de Pitágoras, que


p
b2 = m2 + h2 =⇒ m = b2 − h2
e aplicando o Teorema de Pitágoras ao triângulo 4BCD, obtemos
p
a2 = h2 + (c − m)2 =h2 + c2 − 2cm + m2 = h2 + c2 − 2c b2 − h2 + (b2 − h2 )
p p c2 + b2 − a2
=⇒ a2 =c2 + b2 − 2c b2 − h2 =⇒ b2 − h2 =
2c
2 2 2 2 2 2 2 2 2
(c + b − a ) (2bc) − (c + b − a )
=⇒ h2 =b2 − =
4c2 4c2
(2bc − (c2 + b2 − a2 ))(2bc + (c2 + b2 − a2 ))
=
4c2
(a − (c − b) )((c + b)2 − a2 ))
2 2
=
4c2
(a − (c − b))(a + (c − b))((c + b) − a)((c + b) + a)
=
4c2
(a + b − c)(a + c − b)(c + b − a)(c + b + a)
=
p 4c2
4(p − c)(p − b)(p − a)p
=⇒ h = .
c
60

substituindo essa expressão para h na fórmula da área, obtemos


ch p
A= = (p − c)(p − b)(p − a)p.
2

a Que, é claro, pode ser usada em expressões análogas para p − b e p − c.


b Pois o triângulo é acutângulo.

Aplicações - Teorema de Heron


Aplicação na topografia 6.2. Calcule a área do terreno cuja forma e dimensões estão representadas
pela figura abaixo.

Fonte: (PASTANA, pg.25)

Resolução:
Como não consta ângulos na figura aplicaremos a Fórmula de Heron, que calcula a área utilizando
apenas as medidas dos lados do triângulo, sendo assim:

a = 8m, b = 10m e c = 13m


a+b+c 8 + 10 + 13 31
p= = = = 15,5m
p 2 2 2p
S = p. (p − a) . (p − b) . (p − c) = 15,5. (15,5 − 8) . (15,5 − 10) . (15,5 − 13)
p p
= 15,5 · 7,5 · 5,5 · 2,5 = 1598,44 ' 39,98m2 .
N

Aplicação na topografia 6.3. Para o terreno representadas pela figura abaixo calcule a área.

Fonte: (PASTANA, pg.25)


Resolução:
Como não consta ângulos na figura aplicaremos a Fórmula de Heron, que calcula a área utilizando
apenas as medidas dos lados do triângulo, sendo assim, para cada um dos triângulos que o perímetro
foi dividido chamaremos de ai , bi e ci os lados do triângulo e calcularemos o semiperímetro (pi ) e a área
61

((Ti )), onde i ∈ {1, 2, 3, 4, 5}, sendo assim:

a1 = 14m, b1 = 10m e c1 = 15m


a1 + b1 + c1 14 + 10 + 15 39
p1 = = = = 19,5m
p 2 2 2
S (T1 ) = p1 · (p1 − a1 ) · (p1 − b1 ) · (p1 − c1 )
p p
= 19,5 · (19,5 − 14) · (19,5 − 10) · (19,5 − 15) = 19,5 · 5,5 · 9,5 · 4,5
p
= 4584,94 ' 67,71m2
a2 = 15m, b2 = 20m e c2 = 20m
a2 + b2 + c2 15 + 20 + 20 55
p2 = = = = 27,5m
p 2 2 2
S (T2 ) = p2 · (p2 − a2 ) · (p2 − b2 ) · (p2 − c2 )
p p
= 27,5 · (27,5 − 15) · (27,5 − 20) · (27,5 − 20) = 27,5 · 12,5 · 7,5 · 7,5
p
= 19335,94 ' 139,05m2
a3 = 20m, b3 = 16m e c3 = 22m
a3 + b3 + c3 20 + 16 + 22 58
p3 = = = = 29m
p 2 2 2
S (T3 ) = p3 · (p3 − a3 ) · (p3 − b3 ) · (p3 − c3 )
p √ √
= 29 · (29 − 20) · (29 − 16) · (29 − 22) = 29 · 9 · 13 · 7 = 23751 ' 154,11m2
a4 = 22m, b4 = 23m e c4 = 16m
a4 + b4 + c4 22 + 23 + 16 61
p4 = = = = 30,5m
p 2 2 2
S (T4 ) = p4 · (p4 − a4 ) · (p4 − b4 ) · (p4 − c4 )
p p
= 30,5 · (30,5 − 22) · (30,5 − 23) · (30,5 − 16) = 30,5 · 8,5 · 7,5 · 14,5
p
= 28193,44 ' 167,91m2

Feito esses cálculos, a área total do polígono será:

S = S (T1 ) + S (T2 ) + S (T3 ) + S (T4 )


= 67,71 + 139,05 + 154,11 + 167,91 = 528,78m2
N

Cálculo da Área com o Teorema de Heron


Atividade prática 6.4. Cálculo de área sem o uso de Teodolito Didático.
Material Necessário:
• Trena;
• piquetes ou marcadores.
Procedimento:
Explique aos alunos que esse procedimento serve apenas para o cálculo das áreas, e recebe o nome
matemático de Teorema de Herãoa . Ele utiliza apenas as medidas e o semiperímetrob para o cálculo da
área.
Atividade prática: O objetivo dessa atividade é calcular a área de um polígono onde se conhecem
todas as medidas de seus lados. O procedimento de captura de dados é:

1. marcar todos os vértices do polígono e colocar piquetes (ou marcadores);


2. localizar um ponto interno ao polígono, de onde seja possível avistar e medir a distância a todos os
vértices, e chamaremos esse ponto de O, a partir dele o terreno é dividido em triângulos;

3. a partir do ponto O, medir as distâncias do ponto O a cada vértice do polígono e anotar;


62

4. a partir de um ponto inicial, no sentido horário ou anti horário, medir a distância para o próximo
ponto, e repetir o processo até retornar ao ponto inicial.

Na figura acima simulamos esse procedimento em um polígono de quatro vértices (A,B,C,D) de onde
temos as seguintes distâncias:

a : comprimento de OA; b : comprimento de OB;


c : comprimento de OC; d : comprimento de OD;
x : comprimento de AB; y : comprimento de BC;
z : comprimento de CD; w : comprimento de DA.

Para o cálculo da área do polígono é feito o cálculo da área em cada triângulo medido, onde a área
do polígono será a soma da área de cada polígono.
Aplicamos o Teorema de Heron da seguinte forma:
a+b+x p
p1 = =⇒ área (A1 ) : p1 · (p1 − a) · (p1 − b) · (p1 − x)
2
b+c+y p
p2 = =⇒ área (A2 ) : p2 · (p2 − b) · (p2 − c) · (p2 − y)
2
c+d+z p
p3 = =⇒ área (A3 ) : p3 · (p3 − c) · (p3 − d) · (p3 − z)
2
d+a+w p
p4 = =⇒ área (A4 ) : p4 · (p4 − d) · (p4 − a) · (p4 − w)
2
E a área total do polígono é:

Áreatotal = área (A1 ) + área (A2 ) + área (A3 ) + área (A4 ) .


a Ou Heron, pois é atribuído ao matemático Heron de Alexandria.
bO semiperímetro é a metade do perímetro de um polígono.

Calcule a área de um terreno, sem o uso de um Teodolito Didático, apenas com o uso de uma fita métrica,
!! utilizando a técnica ilustrada na aplicação 6.4.
63

Posfácio

Esse trabalho foi escrito paralelamente à dissertação de mestrado do primeiro autor, Cassiano Henri-
que Monteiro Corrêa Ramos, que versa sobre o mesmo tema; mas com maior riqueza de detalhes e pode ser
encontrada em:
https://www.profmat-sbm.org.br/dissertacoes/
Além disso o primeiro autor teve apoio da CAPES através de uma bolsa de estudos durante a realização
do mestrado.
A ilustração utilizada como fundo nas páginas foi disponibilizada pelo usuário DevonTT no FLICKR sob
o título "Pieceof8- Old Paper-1600x1200"e adaptada para o tamanho A4.
O primeiro autor é professor de matemática do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de
Roraima, campus Novo Paraíso, e mestre em matemática pelo PROFMAT.
O segundo autor é doutor em matemática e professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná,
campus Curitiba.
A capa do livro foi de autoria de Leonardo Sarmenho Satto, da DOS Comunicação, que doou como
cortesia para os autores.
O projeto do Teodolito Didático conta com a participação, além dos dois autores, do engenheiro mecânico
e professor Silvio Luiz Castelhano Firmino, do IFSP Campus Registro, ao qual agradecemos. Agradecemos
também às sugestões do professor Ederson Marcelino da Silva, que auxiliou na revisão do conteúdo do livro.
A maioria das figuras foram criadas pelos autores, todavia algumas são adaptações das questões dos
respectivos concursos. Nas figuras utilizadas de outros trabalhos citamos as fontes abaixo das figuras.

Cassiano Henrique Monteiro Corrêa Ramos - [email protected]


Márcio Rostirolla Adames - [email protected]
64
Referências Bibliográficas

[1] Dante, L. R. MATEMÁTICA: Contextos e Aplicações. Vol. 1, Ática. São Paulo: 2010.

[2] Dolce, O.; Pompeo, J.N. Fundamentos de matemática elementar, 9: geometria plana. 7a ed. Atual
Editora LTDA. São Paulo: 1995.

[3] OBMEP Olimpíada Brasileira de matemática das Escolas Públicas. Gabaritos - Exames anuais da OBMEP.
Disponível em: http://www.obmep.org.br/provas.htm. Acesso em 26 jun. 2018

[4] OMIF Olimpíada Mundial dos Institutos Federais. Simulado. Disponível em: http://omif.muz.
ifsuldeminas.edu.br/assets/archives/simulado_omif_2018.pdf. Acesso em: 26 jun. 2018

[5] Pastana, C. E. T. TOPOGRAFIA I E II: Anotações de Aula. UNIMAR - Faculdade de Engenharia,


Arquitetura e Tecnologia. Marília: 2010.

[6] PROFMAT. Provas - Exame Nacional de Acesso. Disponível em: http://www.profmat-sbm.org.br/


funcionamento/memoria/ena/provas/. Acesso em: 26 jun. 2018

[7] Ribeiro, J. MATEMÁTICA: Ciência, Linguagem e Tecnologia. Vol. 1, Scipione. São Paulo: 2010.

65
Anexo 1:Mapa da Rota 309

Fonte: Mapa disponibilizado no flickr pela Secretaría de Movilidad de Medellín, com alterações.
.

Você também pode gostar