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BCJ0205 - Fenômenos Térmicos

Exp 3 - Calorimetria

Professor: Data: / /2024


Turma: Turno (D/N): Campus (SA/SB):
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1 Objetivos
Neste experimento, iremos determinar a capacidade térmica de um recipiente que constitui o calorı́metro
e também o calor especı́fico de uma peça metálica, bem como avaliar as incertezas nestas medidas.

2 Introdução
Calor é o mecanismo pelo qual energia é transferida entre um sistema e seu ambiente por causa de uma
diferença de temperatura entre eles. É também a quantidade de energia Q transferida por esse meca-
nismo. Essa energia transferida está em geral associada ao movimento (energia cinética) das partı́culas
constituintes do sistema fı́sico e é transferida entre o sistema e o seu ambiente pelos processos de radiação,
condução e convecção.
Como calor é uma forma de energia, sua unidade pelo SI é o joule (J). Entretanto, por razões
históricas costumamos usar também a caloria (cal), que é definida como o calor necessário para elevar
a temperatura de um grama de água de 14,5◦ C para 15,5◦ C. O valor equivalente de uma caloria em
joules é dado pela relação:

1 cal = 4,186 J
Denominamos calorimetria o conjunto de técnicas e métodos dedicados à medição da quantidade
de calor absorvido ou liberado por um sistema em um processo fı́sico ou quı́mico, como, por exemplo, em
uma reação quı́mica ou em uma mudança de estado fı́sico de uma dada substância. O calorı́metro é um
dos instrumentos utilizados na medição do calor envolvido em uma mudança de estado de um sistema.
Tal mudança de estado pode envolver uma mudança de fase, de temperatura, de pressão, de volume, de
composição quı́mica ou de qualquer outra propriedade associada a trocas de calor.
O calorı́metro ideal consiste de um sistema termodinâmico isolado e fechado que não permite trocas
de calor e matéria com o ambiente. Há um estado inicial em que se identificam dois ou mais sistemas
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separados, cada um com sua temperatura inicial, e há um estado final onde os sistemas que inicialmente
estavam separados entram em contato térmico alcançando o equilı́brio termodinâmico. Nos calorı́metros,
em geral, a transferência externa de calor por condução é minimizada pelo uso de paredes de material
isolante térmico e a transferência externa de calor por radiação é isolada por paredes refletoras, por
exemplo, recobertas por material como o alumı́nio.
O princı́pio de funcionamento do calorı́metro baseia-se na proporcionalidade direta entre a quantidade
de calor Q e a variação de temperatura. A constante de proporcionalidade é denominada capacidade
calorı́fica (capacidade térmica) C (cal/◦ C ou J/◦ C). Podemos escrever:

Q = C(Tf − Ti ) = C∆T (1)


onde Ti é a temperatura inicial do sistema e Tf a temperatura final.
Podemos ainda definir uma grandeza associada apenas às caracterı́sticas da substância que constitui
o corpo, que independe de sua massa. Essa grandeza é denominada calor especı́fico c (cal/g · ◦ C ou
J/kg · ◦ C) e temos a relação direta C = mc entre capacidade térmica e calor especı́fico. Dessa forma,
podemos reescrever a equação 1 como:

Q = mc(Tf − Ti ) = mc∆T (2)


Vamos considerar, por exemplo, o caso de uma amostra sólida de massa mA e de calor especı́fico
cA que é aquecida até uma temperatura TA . Essa amostra A é colocada em um calorı́metro, que é um
recipiente de paredes adiabáticas e com capacidade térmica C, contendo uma quantidade de um lı́quido
de massa m e de calor especı́fico c. A água e o calorı́metro estavam inicialmente em equilı́brio térmico
a uma temperatura Ti < TA . Após um tempo, o sistema (amostra A + lı́quido + calorı́metro) atinge
o equilı́brio térmico a uma temperatura final Tf . Como as paredes do calorı́metro são adiabáticas (não
há troca de calor com o exterior), toda a troca de energia deve ocorrer entre a amostra A, o lı́quido e o
calorı́metro. Desse modo, podemos escrever que:

mA cA (Tf − TA ) + C(Tf − Ti ) + mc(Tf − Ti ) = 0 (3)


Assim, a amostra A cede calor para o lı́quido e o calorı́metro de modo que a soma total da transferência
de energia permanece nula. Veja que o calor cedido é negativo e o calor recebido, positivo.

3 Procedimento experimental
3.1 Materiais
• Calorı́metro;

• Termopar (ou termômetro);

• Água;

• Balança (Modelo: BL-3200AS, tem legibilidade de d=0,01g, e um erro de e=10d);

• Chapa aquecedora;

• Peça de metal.

3.2 Métodos: Determinação da capacidade térmica do calorı́metro


1. Primeiramente, meça a massa do calorı́metro vazio (mcal ) com seu respectivo erro e anote nos
resultados (não esqueça de medir a massa do conjunto completo, ou seja, com a tampa).

2. Adicione água da torneira no calorı́metro (menos da metade do volume total) e meça a massa do
sistema (calorı́metro mais a água fria), m1 , com seu respectivo erro e anote na tabela 1.

3. Espere que o sistema água + calorı́metro entre em equilı́brio, meça a temperatura ambiente (Ta )
com o termopar ou termômetro, com seu respectivo erro, e anote este valor na tabela 1.
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4. Meça a temperatura da água quente (Tq ) e o respectivo erro e anote este valor na tabela 1.

5. Transfira uma quantidade de água quente para o calorı́metro e o tampe imediatamente.


Cuidado ao manusear a água quente. Conte com a ajuda do(a) técnico(a) responsável.

6. Meça a temperatura de equilı́brio do sistema (Tf ) e a massa total (m2 ), que é a massa do calorı́metro
com a da água. Anote estes valores na tabela 1, com suas respectivas incertezas.

7. Descarte a água utilizada na medida. Enxague o calorı́metro com água fria para resfriá-lo. Então,
repita os passos 2 a 6 para uma nova medida. Faça todas as medidas necessárias para completar a
tabela 1.

8. Preencha a tabela 2 abaixo com as grandezas determinadas a partir da tabela 1, onde as massas
de água inicialmente fria e quente são ma = m1 − mcal e mq = m2 − mcal − ma , respectivamente.
∆Tq = Tf − Tq é a variação de temperatura da água quente e ∆Ta = Tf –Ta é a variação de
temperatura do calorı́metro + água fria.

3.3 Métodos: Determinação do calor especı́fico de uma peça metálica


1. Meça a massa da peça metálica (mM ) com seu respectivo erro. Anote o material do qual você foi
informado que ela é feita.

2. Coloque água da torneira no calorı́metro (menos da metade do volume total) e meça a massa do
sistema (calorı́metro mais a água fria), m1 , com seu respectivo erro e anote na tabela 3.

3. Espere que o sistema água + calorı́metro entre em equilı́brio, meça a temperatura ambiente (Ta )
com seu respectivo erro e anote este valor na tabela 3.

4. Coloque a peça de metal no recipiente de água quente e a deixe em banho maria. Meça a tempe-
ratura da água quente (Tq ) e o respectivo erro e anote este valor na tabela. Essa temperatura será
considerada a temperatura da peça metálica.

5. Transfira a peça metálica quente para o calorı́metro com àgua fria e o tampe imediatamente.
Aguarde até que o sistema alcance o equilı́brio térmico. Meça a temperatura final do sistema (Tf )
com seu respectivo erro e anote na tabela 3.
Atenção! Deixe o(a) técnico(a) retirar e colocar a peça metálica do banho maria.

6. Devolva a peça metálica para a água quente para aquecer novamente e descarte a água utilizada
na primeira medida. Enxague o calorı́metro com água fria e repita os passos anteriores para uma
nova medida até completar a tabela 3.

7. Preencha a tabela 4 com as grandezas determinadas a partir da tabela 3, onde ma = m1 − mcal é a


massa da água fria, ∆Tq = Tf − Tq é a variação de temperatura da peça metálica e ∆Ta = Tf –Ta
é a variação de temperatura do calorı́metro e da água fria.

4 Resultados e Discussões
4.1 Determinação da capacidade térmica do calorı́metro
1. (5 pontos) Anote no espaço abaixo os dados do calorı́metro.

Massa do calorı́metro: mcal = ± g

1.
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2. (10 pontos) Preencha a tabela 1 com os dados experimentais.

2.

Medida m1 ± σm1 (◦ C) Ta ± σTa (◦ C) Tq ± σTq (◦ C) Tf ± σTf (◦ C) m2 ± σm2 (g)


1
2
3
4
5

Tabela 1: Dados de temperatura e massa da água e calorı́metro.

Medida ma (g) ∆Ta (◦ C) mq (g) ∆Tq (◦ C) Ccal (J/◦ C)


1
2
3
4
5

Tabela 2: Dados adicionais para determinar a capacidade térmica do calorı́metro.

3. (10 pontos) Utilizando os dados da tabela 1, determine e preencha todos valores da tabela 2, exceto
a última coluna. Escolha uma linha das duas tabelas e demonstre os cálculos abaixo.

3.
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4. (5 pontos) Obtenha a expressão para o cálculo da capacidade térmica do calorı́metro (Ccal ) em


termos das variáveis da tabela 2 e do calor especı́fico da água (cágua ). Explicite os seus cálculos.

4.

5. (10 pontos) A partir dos dados da tabela 2, determine o valor de Ccal para cada medida usando a ex-
pressão do item anterior, completando a última coluna da tabela 2. Use o valor cágua = 4186 J/kg · ◦ C.
Demonstre os cálculos abaixo para uma linha dessa tabela.

5.

6. (5 pontos) Calcule o valor médio da capacidade térmica do calorı́metro com


r sua respectiva incerteza
PN 2
i=1 (Ci −C̄)
e anote no espaço abaixo. Para N medidas, a incerteza é dada por σC = N (N −1) , onde C̄ é a
média dos Ci . Demonstre os cálculos abaixo.
C̄cal = ± J/◦ C.

6.
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4.2 Determinação do calor especı́fico de uma peça metálica

7. (5 pontos) Anote no espaço abaixo os dados da peça metálica.


Suposto material da peça metálica:
Massa da peça metálica: mM = ± g

7.

8. (10 pontos) Preencha a tabela 3 com os dados experimentais.

8.

Medida m1 ± σm1 (g) Ta ± σTa (◦ C) Tq ± σTq (◦ C) Tf ± σTf (◦ C)


1
2
3
4
5

Tabela 3: Dados de temperatura e massa da peça metálica e calorı́metro + água.

Medida ma (g) ∆Ta (◦ C) ∆Tq (◦ C) cM (J/kg.◦ C)


1
2
3
4
5

Tabela 4: Dados adicionais para determinar o calor especı́fico da peça metálica.


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9. (10 pontos) Utilizando os dados da tabela 3, determine e preencha todos valores da tabela 4, exceto
a última coluna. Escolha uma linha das duas tabelas e demonstre os cálculos abaixo.

9.

10. (5 pontos) Obtenha a expressão para o cálculo do calor especı́fico da peça metálica (cM ) em ter-
mos das variáveis da tabela 4, calor especı́fico da água (cágua ), massa da peça metálica (mM ) e a
capacidade térmica do calorı́metro (Ccal ). Explicite abaixo os seus cálculos.

10.

11. (10 pontos) A partir dos dados da tabela 4, o valor médio da capacidade térmica obtido na etapa
anterior e cágua = 4186 J/kg · ◦ C, determine o valor de cM para cada medida usando a expressão do
item anterior, completando a última coluna da tabela 4.
Demonstre os cálculos abaixo para uma linha dessa tabela.

11.
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12. (5 pontos) Calcule o valor médio do calor especı́fico do metal com sua respectiva incerteza e anote
no espaço abaixo (veja questão 6 para calcular a incerteza σcM ).
Demonstre abaixo os cálculos.
c̄M = ± J/kg.◦ C

12.

Material c (J/kg · ◦ C) Material c (J/kg · ◦ C)


Alumı́nio 900 Mércurio 140
Bismuto 123 Ouro 126
Chumbo 128 Prata 233
Cobre 386 Tungstênio 134
Latão 380 Zinco 387

Tabela 5: Calor especı́fico de alguns metais.[4]

13. (10 pontos) O valor de calor especı́fico obtido experimentalmente coincide com o que era esperado
para o metal suposto? Compare com a tabela 5 e justifique à luz das incertezas calculadas.
Caso o valor do calor especı́fico obtido experimentalmente difira do valor esperado, aponte as possı́veis
fontes de discrepância.

13.
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Pontos
Questão 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 Total
Pontos: 5 10 10 5 10 5 5 10 10 5 10 5 10 100
Notas:

Referências
[1] H. Moysés Nussenzveig, Curso de Fı́sica Básica - 2, Editora Edgard Blücher (1996)

[2] A. A. Campos, E. S. Alves, N. L. Speziali, Fı́sica experimental básica na Universidade, Ed. UFMG
(2008).

[3] R. A. Serway, J. W. Jewett Jr., Princı́pios de Fı́sica - vol. 2, Cengage Learning (2004)

[4] Paul A. Tipler, Physics for Scientists and Engineers, 4th Ed., W.H. Freeman, (1999).

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