SARCOPENIA

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FACULDADE NOBRE DE FEIRA DE SANTANA

BACHARELADO EM NUTRIÇÂO

BRUNO CARVALHO BARBOSA DA SILVA

A RELEVÂNCIA DA SUPLEMENTAÇÃO DE CREATINA COMO TRATAMENTO


DA SARCOPENIA NO IDOSO

Feira de Santana
2022
BRUNO CARVALHO BARBOSA DA SILVA

A RELEVÂNCIA DA SUPLEMENTAÇÃO DE CREATINA COMO TRATAMENTO


DA SARCOPENIA NO IDOSO

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à Faculdade Nobre de Feira
de Santana como requisito parcial
obrigatório para obtenção do grau de
Bacharel em Nutrição sob a supervisão do
Prof. Ms. André Ricardo Luz Almeida.

Orientador: Prof. Glayson Jorge Velloso


Silva

Feira de Santana
2022
BRUNO CARVALHO BARBOSA DA SILVA

A RELEVÂNCIA DA SUPLEMENTAÇÃO DE CREATINA COMO TRATAMENTO


DA SARCOPENIA NO IDOSO

Aprovado em XX de XXXXXXXX de XXXX

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________________
Prof. Glayson Jorge Velloso Silva
(ORIENTADOR)

_____________________________________________________________
Prof. Ms. ANDRÉ RICARDO DA LUZ ALMEIDA
(PROFESSOR DE TCC II)

____________________________________________________________
Iury Souza Lopes
Prof.
(CONVIDADO)
A RELEVÂNCIA DA SUPLEMENTAÇÃO DE CREATINA COMO TRATAMENTO
DA SARCOPENIA NO IDOSO

BRUNO DE CARVALHO BARBOSA DA SILVA¹


GLAYSON JORGE VELLOSO SILVA²

RESUMO

A sarcopenia é uma doença decorrente do envelhecimento que está diretamente ligada a diminuição
da massa magra, força, função muscular e a resistência. Deste modo, o presente estudo busca por
meio de uma revisão integrativa, compreender a relevância da suplementação de creatina como
tratamento da sarcopenia em idosos e identificar os benefícios terapêuticos obtidos por meio dela,
tendo em vista que a creatina age no corpo estimulando a capacidade dos músculos em
desempenhar suas funções e melhora significativamente o desempenho físico. Nesse sentido,
utilizou-se o google acadêmico, as bases de dados do Scielo, e o MedLine, onde foi feito um recorte
bibliográfico por meio dos descritores: sarcopenia, idoso e creatina. A partir dos dados, conclui-se que
a creatina é um suporte terapêutico que deve ser usado para tratar idosos com sarcopenia e auxiliar
na força e redução da perda de massa muscular, contribuindo assim com a qualidade de vida dos
idosos.

Palavras-chave: Sarcopenia. Idoso. Creatina.

ABSTRACT

Sarcopenia is a disease resulting from aging that is directly linked to decreased lean mass, strength,
muscle function and endurance. Thus, the present study seeks, through an integrative review, to
understand the relevance of creatine supplementation as a treatment for sarcopenia in the elderly and
to identify the therapeutic benefits obtained through it, given that creatine acts in the body by
stimulating the ability of the muscles to perform their functions and significantly improves physical
performance. In this sense, academic google, Scielo databases, and MedLine were used, where a
bibliographic clipping was made using the descriptors: sarcopenia, elderly and creatine. From the
data, it is concluded that creatine is a therapeutic support that should be used to treat elderly people
with sarcopenia and assist in strength and reduction of muscle mass loss, thus contributing to the
quality of life of the elderly.

Keywords: Sarcopenia. Elderly. Creatine.


1 INTRODUÇÃO

A população idosa tem aumentado constantemente no Brasil. De acordo com


Bessa e Barros (2009), estima-se que até o ano de 2025 ocorra um aumento de 9%
no índice populacional, o que resultaria em cerca de 33 milhões de pessoas idosas
vivendo no Brasil.
Nesse sentido, entre os fatores que envolvem a fase da velhice,
especialmente a perda da capacidade física e funcional que pode ser gerada pela
rotina sedentária da pessoa idosa. Além disso, é comum identificar outras patologias
como hipertensão arterial, diabetes, obesidades, problemas cardiovasculares, etc.
(SILVA et al., 2006).
Em vista disso, compreende-se que existem inúmeras patologias na
população idosa, no entanto, cita-se em especial a sarcopenia que é “uma das
variáveis utilizadas para definição da síndrome de fragilidade, que é altamente
prevalente em idosos, conferindo maior risco para quedas, fraturas, incapacidade,
dependência, hospitalização recorrente e mortalidade” (SILVA et al., 2006, p. 392).
A sarcopenia no envelhecimento está relacionada com a diminuição
progressiva da massa magra que causa prejuízos também nas funções musculares,
força, desempenho e resistência física. Além do mais, a sarcopenia é de origem
multifatorial e se desdobra de forma independente das comorbidades presentes nos
idosos, tornando o indivíduo mais lento. E com isso, o idoso fica mais suscetível a
quedas e fraturas ósseas e, tendo tempo de internamento mais prolongado
aumentando a possibilidade de óbito.
Face ao exposto, é fundamental compreender que a nutrição adequada é
uma das principais maneiras de promover a saúde da pessoa idosa, uma vez que as
alterações fisiológicas estão também relacionadas a má alimentação. Nesse sentido,
a alimentação adequada é essencial, sendo a suplementação um fator por vezes
necessário para complemento das necessidades nutricionais.
Com base nisso, a suplementação feita com a creatina vem demostrando ser
um importante componente para sintetização e normalização dos níveis de ATP
(Adenosina Trifosfato) na contração dos músculos auxiliando em atividades que
demandem força muscular.
A creatina se mostra bastante eficaz na sintetização e na regeneração do
ATP, sendo assim a suplementação pode ser de grande valia para idosos que
precisam de um aporte energético maior no tecido muscular, contribuindo para a
produção de força e de contração muscular, auxiliando no tratamento da sarcopenia.
Baseando-se nessa perspectiva, ao reconhecer a importância de manter a
qualidade de vida da pessoa idosa, é imprescindível investigar os possíveis meios
relacionados com o exercício e de creatina para aumentar a força muscular nesse
grupo. Sendo assim, este trabalho tem como objetivo geral: investigar os efeitos
terapêuticos da creatina como adjuvante no tratamento da sarcopenia em idosos.

2 SARCOPENIA

A sarcopenia conforme Cordeiro (2017) é uma diminuição da massa e da


função muscular que está ligada ao envelhecimento, causando um desequilíbrio
entre o anabolismo e o catabolismo muscular. Nesse sentido, Silva et al., (2006, p.
391) evidenciam que “a sarcopenia parece decorrer da interação complexa de
distúrbios da inervação, diminuição de hormônios, aumento de mediadores
inflamatórios e alterações da ingestão protéico-calórica que ocorrem durante o
envelhecimento”.
Corroborando com esse pensamento, compreende-se que a sarcopenia pode
ser definida como síndrome da fragilidade, pois é muito comum ser identificada em
idosos tanto saudáveis quanto sedentários. Deste modo, Cruz-Jentoft e Sayer (2019,
p. 2636) afirma que “a sarcopenia é um distúrbio progressivo e generalizado do
músculo esquelético [...] que está associada ao aumento de desfechos adversos ,
incluindo quedas, declínio funcional, fragilidade e mortalidade”.

2.2 O processo de envelhecimento e os impactos causados pela sarcopenia

O processo de envelhecimento envolve diversos fatores que influenciam


diretamente no modo e na qualidade de vida da pessoa idosa, entretanto, é
importante ressaltar que envelhecer é um processo natural do ciclo vital. Nesse
processo, é comum a presença de algumas limitações funcionais como levantar sem
necessidade de ajuda, caminhar sem precisar de um apoio, dentre outras limitações
que são observadas no dia a dia e que afeta a sua função muscular.
Nesse sentido, Bessa e Barros (2009, p. 10) evidencia que:
[...] podemos citar as alterações na composição corporal e função muscular,
que inclui aumento do tecido adiposo, aumento dos níveis de citocinas pró-
inflamatórias, perda de massa óssea, diminuição do nível de hormônios
esteróides, diminuição da ingestão protéica, alterações na atividade neural e
a redução dos níveis de atividades físicas.

No que concerne ao processo de envelhecimento, é muito comum observar a


presença da sarcopenia, doença caracterizada pela diminuição de massa magra
corporal, gerando um aumento das taxas de degradação causada por um aumento
da inflamação, aumento das taxas de redução proteica devido à maior periodicidade
de situações inflamatórias e catabólicas associadas a doenças crônicas e/ou
agudas, além de inatividade física e/ou lesões comuns no envelhecimento. Doherty
(2003) traz fatores importantes relacionados a sarcopenia no idoso, conforme pode
ser visto na Figura 1.

Figura 1 – Fatores relacionados a sarcopenia no idoso.

Fonte: Silva et al. (2006) adaptado de Doherty (2003).

Conforme pode ser observado na Figura 1, a sarcopenia é uma “condição


complexa e multifatorial pode ocorrer de forma aguda (por exemplo, após um
período de inatividade forçada, como hospitalização), como uma comorbidade de
outras condições, como câncer ou cronicamente” (DOLAN et al., 2019, p. 2,
tradução nossa). Face ao exposto, compreende-se que a saúde no envelhecimento
é um processo complexo que pode ser influenciada por um estilo de vida que foi
adotado desde a juventude, fatores genéticos e/ou enfermidades consideradas
crônicas que se relacionam entre si.

2.3 Creatina

A creatina de acordo com Macedo (2014) é um composto orgânico formado


por aminoácidos, cerca de 95% desse composto pode ser localizado no músculo
esquelético, enquanto os outros 5% é encontrado entre o cérebro, musculo liso,
testículos e intestino.
De acordo com Mendes e Tirapegui (2002, p. 1): “a creatina, um composto
naturalmente encontrado em alimentos de origem animal, tem sido considerada um
suplemento nutricional efetivo na otimização do desempenho de atividades físicas”.
Ainda, conforme os autores, o metabolismo da creatina funciona da seguinte
maneira:

A síntese de creatina é realizada no fígado, rins e pâncreas, tendo como


precursores três aminoácidos distintos: arginina, glicina e metionina. Esse
processo de síntese tem início a partir da arginina, da seguinte maneira: o
grupo amina da arginina é transferido para glicina, formando
guanidinoacetato e ornitina, através de uma reação mediada pela
enzima glicina transaminase (GT). Em seguida, o guanidinoacetato é
metilado pela s-adenosil-metionina, através da ação da
enzima guanidinoacetato N-metil transferase (MT), derivando, finalmente, a
creatina (8) (MENDES e TIRAPEGUI, 2002, p. 1).

Nesse sentido, entende-se que o metabolismo da creatina se dá de diversas


maneiras, mas principalmente através do consumo de carne animal, como: carne
bovina, carne suína, atum, bacalhau, etc. Em vista disso, ela tem como função servir
como um repositório energético durante a contração muscular e além disso, melhora
a força máxima, potência e aumenta a capacidade funcional.
Um dos principais efeitos da suplementação de creatina é elevar os estoques
de creatina fosfato intracelular, o que melhora o sistema ATP-CP, gerando maior
força na contração muscular. Esse efeito é de extrema utilidade para o idoso
sarcopênico, pois pode melhorar a qualidade de vida para atividades cotidianas que
requerem força, além da suplementação auxiliar na manutenção ou até ganho da
massa muscular.

3 MATERIAIS E MÉTODOS

Este estudo, trata-se de uma revisão integrativa de literatura com abordagem


qualitativa, que tem como objetivo avaliar os artigos de forma cuidadosa,
assegurando o rigor necessário para a produção do trabalho científico, contendo em
um único artigo uma gama de informações sobre outras pesquisas já publicadas
(MENDES et al., 2009).
Deste modo, a pesquisa foi desenvolvida por meio da leitura de conteúdos
científicos, disponíveis em fontes conhecidas pela vasta quantidade de materiais
bibliográficos disponibilizados de forma digital, tais como: o Google Acadêmico, a
biblioteca Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e o Medical Literature
Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE). Para realizar a busca dos
estudos, nas bases de dados foram utilizados os descritores: sarcopenia, idoso e
creatina.
Para a seleção dos artigos nas bases de dados, utilizou-se como critério de
inclusão: artigos publicados entre os anos de 2002 a 2021, com idioma em
português e inglês, disponibilizados de maneira gratuita. Assim, teve-se como
critério de exclusão os estudos em que apenas o resumo estava disponível, estudos
repetidos, idiomas diferentes do escolhido e títulos que não condiziam com o escopo
do estudo.
Nesse sentido, a pesquisa direciona-se para um grupo de idosos, sendo
homens e mulheres com idade igual ou superior a 60 anos com o estilo de vida
sedentária e praticantes de atividades físicas afetadas pela perda de massa magra
involuntária, com exceção de idosos portadores de doenças renais.

Quadro 1 – Critério de inclusão e exclusão


Inclusão Exclusão
CI1- artigos ou periódicos publicados de CE1- artigos ou periódicos publicados
2003 e 2021. em linguagens diferentes ao português
e inglês.
CI2- artigos ou periódicos com CE2- artigos ou periódicos publicados
download gratuito. de maneira repetidas.
CI3- artigos ou periódicos publicados CE3- artigo ou periódicos publicados
que descrevam no seu contexto que descrevam de maneira isolada
características e efeitos da somente o contexto bibliográfico e/ou
suplementação de creatina na de campo.
sarcopenia.
Fonte: Adaptado de Maciel et al., 2014.

Com a definição dos critérios de inclusão e exclusão presentes no Quadro 1,


foi utilizado um filtro inicial, sendo ele, uma leitura dos resumos e títulos de artigos
onde foram selecionados os artigos relativos ao tema proposto para análise e
posterior leitura daqueles que atenderam aos critérios de inclusão.
Na etapa de categorização dos estudos, foi realizada uma análise crítica dos
estudos incluídos na revisão integrativa, observando a construção metodológica,
sobretudo para identificar a semelhança entre os resultados encontrados nas
pesquisas. Após isso, foi feita a interpretação dos resultados que é imprescindível
para avaliar criticamente os dados obtidos e compará-los com a temática abordada
neste estudo.
Na última etapa da revisão integrativa, foi apresentada a síntese do
conhecimento onde foi realizado a elaboração de resumos, por meio de uma leitura
bem detalhada dos descritores e dos títulos dos artigos, com o intuito de identificar a
relação com o tema.

4 RESULTADOS

Para uma análise mais detalhada do tema proposto, abordou-se sobre o


papel da suplementação de creatina no tratamento da sarcopenia.

4.1 O papel da suplementação de creatina no tratamento da sarcopenia

A creatina é definida como um composto derivado de vários aminoácidos


(arginina, glicina, metionina) que pode ser obtida pela alimentação e/ou
suplementação e sintetizada por órgãos como fígado, pâncreas e rins, usados como
tratamentos terapêuticos na busca de um resultado mais favorável (PERUCHI et al.,
2017).
Nesse sentido, Pereira (2019) afirma que o uso concomitante da creatina
agregados aos exercícios físicos são relevantes na prevenção de patologias que
acompanham os idosos, além de auxiliar na manutenção da qualidade de vida,
diminuindo os impactos causados pela sarcopenia.
Um estudo realizado por Macedo (2014) visou avaliar a importância da
suplementação de creatina associada a prática de treinamento de resistência em
mulheres idosas, onde foi observado que a massa apendicular e a função muscular
melhorou significativamente, entretanto, a massa óssea não houve alteração. Face
ao exposto, as idosas que somente utilizavam a suplementação de creatinina, não
tiveram ganho de massa magra, porém a creatina inibiu a perda de musculatura
esquelética que acompanha o processo de envelhecimento.
Em síntese, corroborando com os achados positivos da creatina com
sarcopenia, os reais benefícios da creatina na sarcopenia, Tarnopolsky e Safdar
(2008) em sua revisão contextualizam que essa substância em sujeitos idosos
desenvolve efeitos sinérgicos positivos ao exercício físico e/ou treinamento de força
no que se refere à obtenção de força e massa magra adequados.
Segundo Patronillo (2015) os idosos são submetidos à suplementação com
creatina tiveram uma redução de excreção urinária de 3-metilhistidina em cerca de
40%, pois a creatina contém propriedades que contribuem para reduzir o
catabolismo proteico muscular em idosos.
O estudo realizado por Gago e Gago (2016), duas metanálises avaliaram
adição de creatina ao treino de resistência: uma concluiu que em idosos saudáveis a
associação foi benéfica, pois aumentou ganho de função e força musculares, além
de massa corporal total e magra. E a outra metanálise, avaliou efeitos da creatinina
em maiores de 50 anos, demonstrou que tal combinação aumenta a massa muscular
esquelética e alguns parâmetros de força, exercendo efeitos positivos no
remodelamento ósseo.
Aguiar et al. (2013) realizou um estudo de 12 semanas em mulheres idosas
entre 50 a 65 anos, onde elas faziam a ingestão de 5 grama de creatinina por dia e
ao final do estudo, teve como resultado o aumento no volume do treino e o ganho de
massa livre de gordura.
Candow et al. (2014) realizou o estudo durante 32 semanas em adultos acima
de 50 anos, onde cada um fazia a ingestão de 0,1 grama por quilo, no qual
identificou melhoras significativas na força, resistência ao treinamento, ganho de
massa magra e bom envelhecimento da saúde muscular.
Com base nos autores supramencionados, compreende-se que os diversos
experimentos e pesquisas cientificas apontam que esse componente traz
propriedades que diminuem os impactos causados pela doença da sarcopenia a
nível muscular na população idosa, mas ainda é possível observar alguns desafios
para a sua total eficácia, como utilizar a suplementação de creatina associada ao
treinamento adequado.

5 DISCUSSÃO

De acordo com Bessa e Barros (2009) a sarcopenia é uma deficiência que


confere grande riscos como: quedas, dependência e fragilidades em atividades
comuns como locomover-se. Ainda de acordo com as autoras, a sarcopenia
acontece devido a fatores como a ingestão calórica, elevada frequência de
condições catabólicas, particularmente proteica, frequentemente inferior às
deficiências metabólicas, redução da prática de atividades físicas, dentre outras.
Silva et al. (2006) em seu estudo afirmam que a suplementação nutricional
como a creatina eleva o depósito de fosfocreatina no músculo e aumenta os níveis
de adenosina-tri-fosfato (ATP) e fosfocreatina se associada ao exercício físico, isto
é, a creatina é um importante aliado na diminuição da sarcopenia no idoso, contudo,
é necessário associar o uso com uma dieta equilibrada e atividade física.
Nesse sentido, Maciel (2010) corrobora com esse pensamento ao evidenciar
que para alcançar a longevidade, com um envelhecimento saudável, é necessário a
adoção de um estilo de vida mais ativo, que agregue a prática regular de exercícios
físicos, maiores níveis de interação social e alimentação equilibrada proporcional as
suas necessidades físicas e pessoais.
De acordo com Ferri et al. (2003) a prática de exercícios físicos tem sido
considerada um importante aliado na prevenção de comorbidades relacionadas ao
envelhecimento, visto que as atividades melhoram a capacidade física, preserva e
aumenta a massa muscular.
Assim, os estudos supracitados corroboram com a ideia de que a creatina
associada a um treinamento resistido, pode auxiliar no tratamento e na prevenção
da sarcopenia. Além disso, os autores evidenciam que a creatina no tratamento da
sarcopenia para idosos produz resultados positivos, visto que a combinação de
exercícios e suplementação é de suma importância para sucesso do tratamento,
visto que alguns estudos identificaram resultados conflitantes quando é inserida
apenas a creatina em indivíduos sarcopênicos.

6 CONCLUSÃO

De acordo com a literatura atual disponível, evidencia-se que só houve


avanços significativos no tratamento da sarcopenia quando há a associação com a
prática de exercícios físicos. Deste modo, compreende-se que muito ainda precisa
ser avançado e discutido sobre a temática abordada, por isso espera-se que este
trabalho contribua para a estruturação de outras pesquisas acadêmicas voltada para
a suplementação de creatina em idosos sarcopênicos.
Com base nesse pressuposto, a suplementação com creatina é de
fundamental relevância para o tratamento da sarcopenia no idoso, visto que ela
possibilita auxiliar a saúde, tendo em vista que a pessoa ao chegar nessa idade está
exposta a uma série de riscos devido à fragilidade de sua capacidade funcional.
Desta forma, a creatina age como reparadora e diminui os impactos da sarcopenia
surgindo como uma nova alternativa cada vez mais utilizada pela população idosa.

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