Idoso Oncologico 1
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ARTIGO DE REVISÃO
RESUMO
Visto o evidente aumento da população idosa, não apenas no Brasil, mas também ao
redor do mundo, este artigo tem como objetivo elucidar e analisar dois processos
naturais que geralmente ocorrem no processo de envelhecimento do ser humano e
estão associados às causas de mortalidade entre pessoas mais velhas, sendo estes
a sarcopenia e a caquexia. Trata-se de processos relacionados a alterações na
composição corporal que refletem o aumento da massa de gordura corporal e a
diminuição da massa corporal magra. Assim, foi realizado um levantamento
bibliográfico, sendo consultadas as bases de dados da PubMed, LILACS, Free
Medical Journals, SciElo, periódicos capes, sites de pesquisa acadêmico e revistas
eletrônicas, nos idiomas português e inglês, pelos quais os resultados revelaram o
aumento do risco para a sarcopenia em pacientes com câncer, a qual tem sido
associada a uma menor sobrevida, sendo está reduzida em pacientes com obesidade
sarcopênica.
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1. INTRODUÇÃO
O aumento da população compreendida na terceira idade seja cada vez mais evidente
e concreta, não só no âmbito do território brasileiro, mas também ao redor do mundo;
se configurando em mudanças incisivas na dinâmica geográfica (PARAHYBA;
SIMÕES, 2006; FREITAS, 2006). Essas alterações têm levado a informações que em
países em desenvolvimento o percentual de idosos será aumentado em 200%, de
1996 a 2025 (FREITAS, 2002). No Brasil ocorreu a elevação em 15 milhões da
população idosa, o que incrementou de 4% para 9%, no decorrer dos últimos 60 anos
(PARAHYBA; SIMÕES, 2006; FREITAS, 2006). A expectativa de vida é de 77 anos
para mulheres e 64,9 anos para os homens (INSTITUTO BRASILEIRO DE
GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2010). Há uma estimativa que este país, em 2025,
seja o sexto em percentual populacional de idosos no mundo, o que indica um
aumento de 33 milhões de idosos (PARAHYBA; SIMÕES, 2006; FREITAS, 2006).
Fatores como a diminuição da taxa de fecundidade, diminuição da mortalidade, os
avanços tecnológicos, o controle sobre infecções e doenças bem como melhora nos
níveis de qualidade de vida da população em geral, têm contribuído para a
longevidade das pessoas (CARVALHO; GARCIA, 2003).
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A caquexia tem sido reconhecida como um efeito adverso do câncer. Ela está
associada à redução da função física, menor tolerância à terapia anticâncer,
(BACHMANN et al., 2008) e sobrevivência comprometida. A caquexia do câncer é
definida como uma síndrome multifatorial caracterizada por uma perda contínua de
massa muscular esquelética (com ou sem perda de massa de gordura), que não pode
ser totalmente revertida pelo suporte nutricional convencional e que leva ao
comprometimento funcional progressivo. A fisiopatologia é caracterizada por um
balanço de proteína e energia negativa impulsionado por uma combinação variável de
ingestão de alimentos reduzida e metabolismo anormal. É frequentemente associada
com a inflamação, com resistência à insulina, a anorexia e decomposição aumentada
de proteínas do músculo (MORLEY; ANKER; EVANS, 2009; DURHAM; DILLON;
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Foi realizado um estudo exploratório do tipo revisão bibliográfica delineado por uma
questão norteadora: Sarcopenia e caquexia no paciente idoso oncológico.
A revisão foi realizada consultando as bases de dados PubMed, LILACS, Free Medical
Journals, SciElo, periódicos capes, buscas em sites de pesquisa acadêmico e revistas
eletrônicas, nas línguas português e inglês.
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2. DESENVOLVIMENTO
2.1 SARCOPENIA
Em 1989, Irwin Rosenberg propôs o termo sarcopenia das palavras gregas sarx ou
carne + Penia ou perda para descrever a diminuição da massa muscular relacionada
ao envelhecimento (ROSENBERG, 1989; ROSENBERG, 1997). Sarcopenia já foi
definida como a perda da massa do músculo esquelético e da força que ocorre com o
avanço da idade (MORLEY et al., 2001). A diminuição da massa muscular é
diretamente responsável pelo comprometimento funcional como perda de força,
aumento do risco de quedas e fraturas, perda de autonomia e aumento do risco de
morte (JANSSEN; HEYMSFIELD; ROSS, 2002; EVANS, 1995). A função respiratória
também é prejudicada com uma reduzida capacidade vital (PAHOR; KRITCHEVSKY,
1998).
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a prevalência de 5-13% para os idosos com idade 60-70 anos e de 11-50% para
aqueles com 80 anos ou mais.
Os custos com saúde atribuíveis a sarcopenia nos EUA em 2000 foram de 18,5 bilhões
de dólares sendo que estes gastos foram de 10,8 bilhões para os homens e 7,7 bilhões
dólares para as mulheres, representando cerca de 1,5% das despesas totais de saúde
para esse ano (JANSSEN et al., 2004).
A sarcopenia tem sido considerada como uma síndrome geriátrica pois é prevalente
nas populações mais velhas (CHIEN; HUANG; WU, 2008), sabe-se que a patogênese
é multifatorial. Sua fisiopatologia tem sido caracterizada como complexa, pois para
seu desenvolvimento há uma infinidade de processos internos e externos que
contribuem. Os processos internos a considerar são as reduções de hormônios
anabólicos: testosterona, estrogênios, hormônio do crescimento e de IGF-1, além do
aumento de atividades apoptóticas nas fibras musculares, aumento de citocinas pró-
inflamatórias (TNF-a, IL-6), o stress oxidativo devido ao acúmulo de radicais livres e
das alterações na função mitocondrial das células (JOSEPH et al., 2008). Influências
externas relacionam-se a uma alimentação inadequada com a ingestão deficiente de
energia e proteína que irá contribuir para a perda de músculo e função; ingestão
reduzida de vitamina D que tem sido associada com a baixa funcionalidade em idosos;
comorbidades agudas e crônicas também contribuirão para o desenvolvimento da
sarcopenia, em pessoas idosas, podendo levar à diminuição da atividade física e
períodos de acamação. O aumento de citocinas pró-inflamatórias nestes casos,
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2.1.2 CONSENSOS
Uma definição para sarcopenia foi feita por Baumgartner et al, (SHORT et al., 2004)
Esta definição baseou-se na mensuração de uma medida de massa magra que
pudesse ser utilizada para avaliar a massa magra total. Para tanto, utilizou-se a
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O consenso elaborado pela The European Society of Parenteral and Enteral Nutrition
Special Interest Groups (ESPEN- SIG) define que a sarcopenia é uma condição
caracterizada pela associação da perda de massa muscular e de força muscular. Este
consenso alerta ao fato de que embora a sarcopenia seja primariamente observada
em idosos, o seu desenvolvimento pode estar associado com condições presentes
também em adultos jovens, tais como na vigência de desnutrição, caquexia e
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A Tomografia computadorizada (TC) mede com precisão uma propriedade física direta
da muscular. Também permite a avaliação da densidade muscular bem como
subcutâneos e a deposição de tecido adiposo intramuscular. A exposição à radiação
associada com esta técnica é mais elevada do que com DXA (CESARI et al., 2012).
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Uma das técnicas mais recentemente desenvolvidas, o que pode encontrar aplicação
maior num futuro próximo, para a avaliação de sarcopenia é a Miografia impedância
elétrica (EIM) (RUTKOVE, 2009). Esta é uma abordagem não invasiva, indolor
baseado na colocação de quatro eletrodos de superfície no músculo de interesse e
medição de alta frequência, baixa intensidade de corrente eléctrica aplicada aos
músculos específicos. A EIM detecta alterações na condutividade e permissividade do
esqueleto muscular causada por alterações na composição e estrutura muscular. EIM
é reproduzível e sensível a alterações do músculo esquelético em pacientes com
esclerose lateral amiotrófica (RUTKOVE, 2009). A fase de EIM mostra uma relação
inversa de acordo com a idade (AARON et al., 2006).
2.1.3.5 ULTRASSONOGRAFIA
A impedância bioelétrica (BIA) é uma técnica popular, muito simples, de baixo custo,
fácil de utilizar e facilmente reproduzíveis. A técnica de BIA baseia-se na noção de
que os tecidos rico em água e eletrólitos são menos resistentes a passagem elétrica
do que o tecido adiposo. A BIA é, portanto, baseada em um simples parâmetro a
resistência do corpo, e os seus resultados podem ser facilmente alterados por
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Foi relatado pelo EWGSOP, 2010 uma abordagem consensual para a definição e
diagnóstico da sarcopenia (CRUZ-JENTOFT et al., 2010), neste documento a força
de preensão foi a técnica de avaliação apenas recomendado para a medição da força
muscular, sendo o método mais simples para avaliação da função muscular na prática
clínica. Estudos longitudinais confirmam que há declínio de força de preensão depois
de meia-idade, com a perda de aceleração com o aumento da idade e com a idade
avançada (BOHANNON, 2005). Como uma medida de avaliação da força de preensão
foi mostrado para ter validade preditiva e valores baixos estão associados a quedas
(SAYER, 2006), deficiência, baixa qualidade de vida (SYDDALL, 2009),
prolongamento do tempo de permanência no hospital [88] (KERR et al., 2006)
e aumento da mortalidade (COOPER; KUH; HARDY, 2010). A força de preensão
pode ser medida quantitativamente por um dinamômetro. No entanto, os métodos
utilizados para a caracterização da força de preensão podem variar.
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Com base nos estudos epidemiológicos, um limite de 0,8 m/s, foi proposto (CRUZ-
JENTOFT et al., 2010). Velocidades de marcha mais rápidas (como mais de 1 m/s)
resultaria em uma ferramenta de rastreio mais sensível e menos específico , isto é,
identifica adultos mais velhos, mais lentos e com um alto risco de resultados negativos
para a saúde, tais como hospitalização e morte (ABELLAN et al., 2009).
Este teste mede o tempo necessário para completar uma série de tarefas
funcionalmente importantes. O teste get-up-and-go (TGUG) requer do paciente o ato
de levantar-se de uma cadeira, andar uma distância curta, virar-se, retornar e sentar-
se novamente. É, portanto, uma avaliação de equilíbrio dinâmico. A avaliação da
função de equilíbrio é observada e marcada em uma escala de cinco pontos
(MATHIAS; NAYAK; ISAACS, 1986). Ele pode servir como uma medida de
desempenho.
2.2 CAQUEXIA
A caquexia do câncer é uma perda de massa que surge durante o curso da maioria
dos tipos de câncer (TISDALE, 2009). Ocorre em até 80% dos pacientes com câncer.
A palavra caquexia vem do grego cac ou ruim + hexis ou condição é amplamente
reconhecida em adultos mais velhos, com emagrecimento severo que acompanham
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estados de doença, tais como câncer, doença pulmonar obstrutiva crônica (EVANS
et al., 2008), cardiomiopatia congestiva, infecção crônica, insuficiência cardíaca
crônica e estágio final da doença renal (THOMAS, 2007). Ela foi definida pelo the
European Society of Clinical Nutrition and Metabolism Special Interest Groups
(ESPEN SIG), (MUSCARITOLI et al., 2010), como uma síndrome metabólica
complexa associado com a doença subjacente, e caracterizada pela perda de massa
muscular com ou sem perda de massa gorda (EVANS et al., 2008) que não pode ser
totalmente revertida pelo suporte nutricional convencional e leva a comprometimento
funcional progressivo. A fisiopatologia é caracterizada por um balanço energético
negativo impulsionado por uma combinação variável de redução da ingestão de
alimentos e metabolismo anormal (FEARON, 2011). Alguns fatores contribuem para
o aparecimento da caquexia. Estes podem ser compreendidos como anorexia e as
alterações metabólicas, ou seja, o aumento do estado inflamatório, proteólise
muscular, alterações no metabolismo de carboidrato, proteínas e lipídio
(MUSCARITOLI et al., 2010).
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2.2.1 DIAGNÓSTICO
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• Baixo índice de massa livre de gordura (<7,26 kg/m² em homens e <5,45 kg/m²
para mulheres).
• Bioquímica anormal: Aumento de marcadores inflamatórios (PCR, IL-6),
Anemia (Hb <12 g / dl) e albumina de soro baixo (<3,2 g / dl).
2.2.2 ESTÁGIOS
Caquexia do câncer é uma série contínua com três fases relevância clínica: pré-
caquexia, caquexia, e caquexia refratária.
Caquexia refratária pode ser como resultado de câncer muito avançado (pré-terminal)
ou a presença de câncer rapidamente progressivo que não responde à terapia
anticâncer (FEARON et al., 2011).
3. SARCOPENIA E CÂNCER
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Em estudo com pacientes portadores de câncer de pâncreas foi identificado que 56%
deles tinham sarcopenia no início do estudo. É relatado que pacientes com câncer de
pâncreas e com sobrepeso ou obesidade representavam um determinante
independente para mau prognóstico. Foram avaliados 111 pacientes sendo que 18
pacientes estavam com sobrepeso/obesidade (IMC ≥ 25 kg/m²) e sarcopênicos. A
mediana de sobrevida desses pacientes foi de 55 dias em comparação com 148 dias
para o restante do grupo de pacientes eutróficos e sarcopênicos. A sarcopenia
sozinha não teve efeito sozinho sobre a mortalidade, mas o excesso de
peso/obesidade e sarcopenia foi associada com a diminuição da sobrevida
(BENJAMIN et al., 2009).
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Em análise feita aos pacientes com câncer avançado, dentre os 104 pacientes
avaliados, 53 eram sarcopênicos (51%), sendo que 55% eram mulheres e 44%
homens. No geral os pacientes ≥ 65 anos eram mais propensos a serem sarcopênicos
(71%). A sarcopenia esteve presente em 79% dos pacientes com um IMC < 25 kg/m²
e 34% dos pacientes com IMC ≥ 25 kg/m². Vinte e nove por cento dos pacientes eram
obesos e 17% tinham obesidade sarcopênica. Houve uma tendência para menor
sobrevida média entre sarcopênicos (304 dias) em comparação aos não sarcopênicos
(474 dias). Os doentes com IMC <25 kg/m2 com sarcopenia apresentaram uma menor
sobrevivência (215 dias), enquanto os pacientes com um IMC ≥ 25 kg/m2 sem
sarcopenia tiveram uma sobrevida melhor (501 dias) (PARSONS et al., 2012).
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Um tema que tem sido muito relevante é a obesidade sarcopênica, pois indivíduos
com o peso elevado podem erroneamente não serem classificados como
sarcopênicos se não forem avaliados adequadamente quanto a sua massa magra
isolada. Estudos demonstram que a sarcopenia aumenta o risco de mortalidade em
pacientes com câncer, sendo que pacientes com sarcopenia e sobrepeso/obesidade
têm um pior prognóstico do que aqueles com sarcopenia e eutrófico. A sarcopenia tem
sido relacionada com capacidade funcional ruim e menor sobrevida em pacientes com
tumores sólidos.
Mais estudos clínicos são necessários para elucidar o sobre o tema sobre idosos com
câncer e sarcopenia.
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CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
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