Aula 3 Subespacos

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SUBESPAÇOS VETORIAIS

Propriedades dos EV
A partir de agora deixa-se de usar o símbolo ⨁ para diferenciar a soma de
vetores e o símbolo ⨀ para identificar a multiplicação de um vetor por um
escalar.

• Existe um único vetor nulo em V, que é o elemento neutro da


adição
• Para cada 𝑣 ∈ 𝑉, existe um único simétrico −𝑣 ∈ 𝑉
• Se 𝑢 + 𝑤 = 𝑣 + 𝑤 então 𝑢 = 𝑣
• − −𝑢 = 𝑢
• Fixados 𝑢 e 𝑣 em V, existe uma única solução para a equação
𝑢 + 𝑥 = 𝑣.
• Se 𝑣 ∈ 𝑉 satisfaz 𝑣 + 𝑣 = 𝑣 então 𝑣 é o elemento neutro
• 0𝑢 = 𝑶
• 𝛼𝑶 = 𝑶
• −1 𝑢 = −𝑢
i. 𝑢1 + 𝑢2 ∈ 𝑉
V ii. 𝑢1 + 𝑢2 = 𝑢2 + 𝑢1
iii. 𝑢1 + 𝑢2 + 𝑢3 = 𝑢1 + 𝑢2 + 𝑢3
iv. 𝑢1 + 𝑂𝑉 = 𝑢1
v. 𝑢1 + −𝑢1 = 𝑂𝑉
vi. 𝛼𝑢1 ∈ 𝑉
vii. 𝛼 𝑢1 + 𝑢2 = 𝛼𝑢1 + 𝛼𝑢2
viii. 𝛼 + 𝛽 𝑢1 = 𝛼𝑢1 + 𝛽𝑢1
ix. 𝛼𝛽 𝑢1 = 𝛼 𝛽𝑢1
x. 1𝑢1 = 𝑢1
Para todo 𝑢1 , 𝑢2 e 𝑢3 em V e todo 𝛼 e
𝛽 real
H é um EV?

V Como todo vetor de H é também vetor de V,


os axiomas de igualdade são satisfeitos

H i. 𝑢1 + 𝑢2 ∈ 𝐻
ii. 𝑢1 + 𝑢2 = 𝑢2 + 𝑢1
iii. 𝑢1 + 𝑢2 + 𝑢3 = 𝑢1 + 𝑢2 + 𝑢3
iv. 𝑢1 + 𝑂𝑉 = 𝑢1
v. 𝑢1 + −𝑢1 = 𝑂𝑉
vi. 𝛼𝑢1 ∈ 𝐻
vii. 𝛼 𝑢1 + 𝑢2 = 𝛼𝑢1 + 𝛼𝑢2
viii. 𝛼 + 𝛽 𝑢1 = 𝛼𝑢1 + 𝛽𝑢1
ix. 𝛼𝛽 𝑢1 = 𝛼 𝛽𝑢1
x. 1𝑢1 = 𝑢1
Para todo 𝑢1 , 𝑢2 e 𝑢3 em H e todo 𝛼 e
𝛽 real
H é um EV?

V Como todo vetor de H é também vetor de V,


os axiomas de igualdade são satisfeitos

H i. 𝑢1 + 𝑢2 ∈ 𝐻
ii. 𝑢1 + 𝑂𝑉 = 𝑢1
iii. 𝑢1 + −𝑢1 = 𝑂𝑉
iv. 𝛼𝑢1 ∈ 𝐻

Para todo 𝑢1 , 𝑢2 e 𝑢3 em H e todo 𝛼 real

Se o axioma da multiplicação (iv. neste


slide) for satisfeito, os axiomas do
elemento neutro e do inverso aditivo são
satisfeitos por propriedades dos EV usando
𝛼 = 0 e 𝛼 = −1
DEFINIÇÃO DE SUBESPAÇO VETORIAL

e 𝐻 ⊆ 𝑉 um subconjunto de V. Então 𝐻 é um subespaço vetorial (ou simplesmente


subespaço) de V se satisfaz:
i. 𝐻 ≠ ∅
ii. Para todo 𝑢1 e 𝑢2 em 𝐻, 𝑢1 + 𝑢2 ∈ 𝐻
iii. Para todo 𝑢1 em 𝐻 e para todo escalar 𝛼, 𝛼𝑢1 ∈ 𝐻
EXEMPLOS
Exemplo 1.
Determine se o conjunto 𝐻 = {(𝑥, 𝑦) ∈ ℝ2 |𝑦 = 3𝑥} é um subespaço de ℝ2 .
Solução
Primeiro vamos definir dois vetores de 𝐻:
𝑢1 = (𝑥1 , 𝑦1 ) e 𝑢2 = (𝑥2 , 𝑦2 ) dois vetores de H, ou seja:
𝑦1 = 3𝑥1 e 𝑦2 = 3𝑥2 (Equação 1).
Seja 𝛼 um escalar qualquer.

i. Para testar este axioma é preciso colocar um vetor de H. Para este exemplo vamos
colocar o vetor (1,3). Portanto este axioma é satisfeito.

ii. Como estamos trabalhando com um subconjunto de ℝ2 , deve-se fazer a soma de


vetores usando a regra de ℝ2 .
𝑢1 + 𝑢2 = (𝑥1 + 𝑥2 , 𝑦1 + 𝑦2 )
Agora vamos ver se o vetor obtido é um vetor de H analisando sua segunda componente:
𝑦1 + 𝑦2 = 3𝑥1 + 3𝑥2 = 3(𝑥1 + 𝑥2 )
Onde fez-se uso da equação 1. Vemos que a segunda componente do vetor obtido é 3
vezes a sua primeira componente e portanto o vetor obtido respeita a condição do
conjunto H e o axioma ii) é satisfeito
EXEMPLOS
iii. De igual forma, deve-se usar a regra de multiplicação por escalar do espaço vetorial,
neste caso ℝ2 .
𝛼 𝑥1 , 𝑦1 = (𝛼𝑥1 , 𝛼𝑦1 )
Agora vamos ver se o vetor obtido pertence ao conjunto H:
𝛼𝑦1 = 𝛼 3𝑥1 = 3𝛼𝑥1 = 3(𝛼𝑥1 )
Onde também se usou a equação 1. Vemos que o vetor obtido respeita a condição do
conjunto H e portanto o axioma iii) também é satisfeito.

O conjunto H é um subespaço de ℝ2 .
Exemplo 2.
Determine se o conjunto 𝐻 = {(𝑥, 𝑦) ∈ ℝ2 |𝑦 − 3𝑥 = 1} é um subespaço de ℝ2 .

Solução
𝑢1 = (𝑥1 , 𝑦1 ) e 𝑢2 = (𝑥2 , 𝑦2 ) dois vetores de H
𝑦1 = 3𝑥1 + 1 e 𝑦2 = 3𝑥2 + 1
Seja 𝛼 um escalar qualquer.

i. Exemplo, o vetor (1,4). Portanto este axioma é satisfeito.

ii. 𝑢1 + 𝑢2 = (𝑥1 + 𝑥2 , 𝑦1 + 𝑦2 )
𝑦1 + 𝑦2 = 3𝑥1 + 1 + 3𝑥2 + 1 = 3 𝑥1 + 𝑥2 + 2

Vemos que a segunda componente do vetor obtido é 3 vezes a sua primeira mais duas
unidades o que não está de acordo com a condição do conjunto por ter uma unidade a
mais e portanto o axioma ii) não é satisfeito.

O conjunto H não é um subespaço de ℝ2 .


Exemplo 3.
Determine se o conjunto 𝐻 = {(𝑥, 𝑦) ∈ ℝ2 |𝑦 = 𝑥 2 } é um subespaço de ℝ2 .

Solução
𝑢1 = (𝑥1 , 𝑦1 ) e 𝑢2 = (𝑥2 , 𝑦2 ) dois vetores de H.
𝑦1 = 𝑥12 e 𝑦2 = 𝑥22
Seja 𝛼 um escalar qualquer.

i. O vetor (1,1) é um exemplo do conjunto H. Portanto este axioma é satisfeito.

ii. 𝑢1 + 𝑢2 = (𝑥1 + 𝑥2 , 𝑦1 + 𝑦2 )
𝑦1 + 𝑦2 = 𝑥12 + 𝑥22
Vemos que a segunda componente do vetor obtido não é o quadrado da primeira
componente e portanto axioma ii) não é satisfeito.

O conjunto H não é um subespaço de ℝ2 .


Exemplo 4.
Determine se o conjunto 𝐻 = {(𝑥, 𝑦) ∈ ℝ2 |𝑦 ≥ 0; 𝑥 ≥ 0} é um subespaço de ℝ2 .

Solução
𝑢1 = (𝑥1 , 𝑦1 ) e 𝑢2 = (𝑥2 , 𝑦2 ) dois vetores de H
𝑦1 ≥ 0; 𝑥1 ≥ 0 e 𝑦2 ≥ 0; 𝑥2 ≥ 0
Seja 𝛼 um escalar qualquer.

i. (1,4). Portanto este axioma é satisfeito.

ii. 𝑢1 + 𝑢2 = (𝑥1 + 𝑥2 , 𝑦1 + 𝑦2 )
Como 𝑥1 ≥ 0 e 𝑥2 ≥ 0 sua soma também vai ser positiva ou zero, ou seja 𝑥1 + 𝑥2 ≥ 0. De
igual forma, como 𝑦1 ≥ 0 e 𝑦2 ≥ 0 sua soma também vai ser positiva ou zero, ou seja
𝑦1 + 𝑦2 ≥ 0. Portanto o axioma ii) é satisfeito.

iii. 𝛼 𝑥1 , 𝑦1 = (𝛼𝑥1 , 𝛼𝑦1 )


Como 𝑥1 ≥ 0 e 𝛼 pode ser negativo, a multiplicação pode resultar em um valor negativo,
𝛼𝑥1 < 0. Portanto o axioma iii) não é satisfeito.

O conjunto H não é um subespaço de ℝ2 .


Exemplo 5.
Determine se o conjunto 𝐻 = {𝑎0 + 𝑎1 𝑡 ∈ 𝑃1 (𝑡)|2𝑎0 + 3𝑎1 = 0} é um subespaço
de𝑃1 (𝑡).

Solução
𝑢1 = 𝑎0 + 𝑎1 𝑡 e 𝑢2 = 𝑏0 + 𝑏1 𝑡 dois vetores de H
2𝑎0 + 3𝑎1 = 0 e 2𝑏0 + 3𝑏1 = 0
Seja 𝛼 um escalar qualquer.

i. 3 − 2𝑡 satisfaz. Portanto este axioma é satisfeito.

ii. 𝑢1 + 𝑢2 = (𝑎0 + 𝑏0 ) + 𝑎1 + 𝑏1 𝑡

2 𝑎0 + 𝑏0 + 3 𝑎1 + 𝑏1 = 2𝑎0 + 2𝑏0 + 3𝑎1 + 3𝑏1


= 2𝑎0 + 3𝑎1 + 2𝑏0 + 3𝑏1 = 0 + 0 = 0
Portanto o axioma ii) é satisfeito.

iii. 𝛼 𝑎0 + 𝑎1 𝑡 = 𝛼𝑎0 + 𝛼𝑎1 𝑡


2 𝛼𝑎0 + 3 𝛼𝑎1 = 2𝛼𝑎0 + 3𝛼𝑎1 = 𝛼 2𝑎0 + 3𝑎1 = 𝛼 0 = 0
O axioma iii) é satisfeito.

O conjunto H é um subespaço de 𝑃1 (𝑡).


Exemplo 6.
Determine se o conjunto 𝐻 = {𝑓(𝑡) ∈ 𝐶 1 |𝑓 ′ 1 = 0} é um subespaço de 𝐶 1 .

Solução
𝑢1 = 𝑓(𝑡) e 𝑢2 = 𝑔(𝑡) dois vetores de H
𝑓 ′ 1 = 0 e 𝑔′ 1 = 0
Seja 𝛼 um escalar qualquer.

i. 𝑡 2 − 2𝑡. Portanto este axioma é satisfeito.

ii. 𝑢1 + 𝑢2 = 𝑓 𝑡 + 𝑔(𝑡)
𝑢1 + 𝑢2 ′ 𝑡 = 1 = 𝑓 ′ (1) + 𝑔′ 1 = 0 + 0 = 0
Portanto o axioma ii) é satisfeito.

iii. 𝛼 𝑓(𝑡) = 𝛼𝑓(𝑡)



𝛼𝑓 𝑡 𝑡 = 1 = 𝛼𝑓 ′ 1 = 𝛼 0 = 0
Portanto o axioma iii) é satisfeito.

O conjunto H é um subespaço de 𝐶 1 .
COMBINAÇÃO LINEAR
Sejam 𝑢1 , 𝑢2 , 𝑢3 , … , 𝑢𝑛 vetores em um espaço vetorial 𝑉. Qualquer vetor da forma
𝛼1 𝑢1 + 𝛼2 𝑢2 + ⋯ + 𝛼𝑛 𝑢𝑛
onde 𝛼1 , 𝛼2 , … , 𝛼𝑛 são escalares, denomina-se uma combinação linear dos vetores
𝑢1 , 𝑢2 , 𝑢3 , … , 𝑢𝑛

Exemplos

O vetor 𝑢 = (−5,2) ∈ ℝ2 é uma combinação linear dos vetores 𝑢1 = (1,2) e 𝑢2 = (4,2),


pois −5,2 = 3 1,2 − 2(4,2)

O vetor u = 3 + 3𝑡 ∈ 𝑃2 (𝑡) é uma combinação linear dos vetores 𝑢1 = 𝑡 + 2𝑡 2 , 𝑢2 = 1 +


𝑡 2 e 𝑢3 = 2𝑡 2 , pois 𝑢 = 3𝑢1 + 2𝑢2 − 4𝑢3
CONJUNTO GERADOR
Diz-se que os vetores 𝑢1 , 𝑢2 , 𝑢3 , … , 𝑢𝑛 de um espaço vetorial V geram a V se todo vetor
em V pode se escrever como uma combinação linear destes vetores. Ou seja, para todo
𝑢 ∈ 𝑉, existem escalares 𝛼1 , 𝛼2 , … , 𝛼𝑛 tais que
𝑢 = 𝛼1 𝑢1 + 𝛼2 𝑢2 + ⋯ + 𝛼𝑛 𝑢𝑛
Exemplo 2
Determine se o conjunto de vetores de ℝ2 , 𝑆 = { 1,1 , 1,0 , 2,1 }, gera a ℝ2
Solução
Considera-se um vetor representativo do espaço vetorial em questão. Neste caso pode-se
escolher o vetor
𝑢 ∈ ℝ2
e escrever u como combinação linear dos vet= (𝑥, 𝑦)ores do conjunto S:
𝑥, 𝑦 = 𝛼1 1,1 + 𝛼2 1,0 + 𝛼3 2,1
𝑥, 𝑦 = (𝛼1 + 𝛼2 + 2𝛼3 , 𝛼1 + 𝛼3 )
Para que o vetor do lado esquerdo seja igual ao vetor do lada direito deve-se satisfazer
que:
𝛼1 + 𝛼2 + 2𝛼3 = 𝑥
(1)
𝛼1 + 𝛼3 = 𝑦
Sem importar o valor de 𝑥 e de 𝑦, o sistema de equações (1) sempre tem infinitas
soluções, o que significa que todo vetor de ℝ2 pode ser escrito como combinação linear
dos vetores do conjunto S e portanto o conjunto 𝑆 gera a ℝ2 .
Exemplo 3
Determine se o conjunto de vetores de ℝ3 , 𝑆 = { 1,1,1 , 1,0,1 , 2,1,2 }, gera a ℝ3
Solução
Seja 𝑢 = (𝑥, 𝑦, 𝑧) ∈ ℝ3
Então:
𝑥, 𝑦, 𝑧 = 𝛼1 1,1,1 + 𝛼2 1,0,1 + 𝛼3 2,1,2
𝑥, 𝑦, 𝑧 = (𝛼1 + 𝛼2 + 2𝛼3 , 𝛼1 + 𝛼3 , 𝛼1 + 𝛼2 + 2𝛼3 )
Para que o vetor do lado esquerdo seja igual ao vetor do lada direito deve-se satisfazer
que:
𝛼1 + 𝛼2 + 2𝛼3 = 𝑥
𝛼1 + 𝛼3 = 𝑦 (2)
𝛼1 + 𝛼2 + 2𝛼3 = 𝑧

Vale ressaltar aqui que as incógnitas do sistema de equações (2) são os escalares 𝛼′𝑠.
Neste caso pode-se observar que o lado direito da primeira equação é exatamente igual
ao lado direito da terceira equação. Portanto pode-se concluir que o sistema tem solução
quando 𝑥 = 𝑧. Ou seja, nem todo vetor de ℝ3 pode ser escrito como combinação linear
dos vetores do conjunto S e portanto o conjunto 𝑆 não gera a ℝ3 .
Exemplo 4
Determine se o conjunto de vetores de 𝑃2 (𝑡), 𝑆 = {1 + 𝑡 − 𝑡 2 , 1 + 𝑡, 1 + 𝑡 2 }, gera a 𝑃2 (𝑡)
Solução
Seja 𝑢 = 𝑎0 + 𝑎1 𝑡 + 𝑎2 𝑡 2 ∈ 𝑃2 (𝑡)
Então:
𝑎0 + 𝑎1 𝑡 + 𝑎2 𝑡 2 = 𝛼1 1 + 𝑡 − 𝑡 2 + 𝛼2 1 + 𝑡 + 𝛼3 1 + 𝑡 2
𝑎0 + 𝑎1 𝑡 + 𝑎2 𝑡 2 = 𝛼1 + 𝛼2 + 𝛼3 + 𝛼1 + 𝛼2 𝑡 + −𝛼1 + 𝛼3 𝑡 2
Para que o vetor do lado esquerdo seja igual ao vetor do lada direito deve-se satisfazer
que:
𝛼1 + 𝛼2 + 𝛼3 = 𝑎0
𝛼1 + 𝛼2 = 𝑎1 (3)
−𝛼1 + 𝛼3 = 𝑎2

A solução ao sistema de equações (3) é 𝛼1 = 𝑎0 − 𝑎1 − 𝑎2 , 𝛼2 = −𝑎0 + 2𝑎1 + 𝑎2 , 𝛼3 =


𝑎0 − 𝑎1 o que significa que sem importar os valores de 𝑎0 ; 𝑎1 e 𝑎2 o sistema sempre tem
solução e o conjunto 𝑆 gera a 𝑃2 (𝑡).
SUBESPAÇO GERADO
Sejam 𝑢1 , 𝑢2 , 𝑢3 , … , 𝑢𝑛 , n vetores de um espaço vetorial V. O espaço gerado por
𝑢1 , 𝑢2 , 𝑢3 , … , 𝑢𝑛 é o conjunto de todas as combinações lineares de 𝑢1 , 𝑢2 , 𝑢3 , … , 𝑢𝑛 . Ou
seja
𝑢1 , 𝑢2 , 𝑢3 , … , 𝑢𝑛 = 𝑢 ∈ 𝑉|𝑢 = 𝑎1 𝑢1 + 𝑎2 𝑢2 + ⋯ + 𝑎𝑛 𝑢𝑛
Onde 𝑎1 , 𝑎2 , … , 𝑎𝑛 são escalares arbitrários.

Exemplo 1.
Seja 𝑆 = { 1,1,1 , 1,0,2 } um conjunto de vetores de ℝ3 . Determine o subespaço gerado
por 𝑆.
Solução
Seja 𝐻 = [ 1,1,1 , 1,0,2 ] o subespaço gerado. Vamos considerar um vetor
representativo do subespaço, ou seja, um vetor com a notação do espaço vetorial em
questão mas com os elementos do vetor desconhecidos:

𝑢 = (𝑥, 𝑦, 𝑧) ∈ 𝐻
Logo, esse vetor deve ser combinação linear dos vetores do conjunto 𝑆:
𝑢 = 𝛼1 1,1,1 + 𝛼2 1,0,2
(𝑥, 𝑦, 𝑧) = (𝛼1 + 𝛼2 , 𝛼1 , 𝛼1 + 2𝛼2 )
Para que a igualdade seja satisfeita precisa-se:
𝛼1 + 𝛼2 = 𝑥
𝛼1 = 𝑦 (4)
𝛼1 + 2𝛼2 = 𝑧
O sistema (4) tem solução sempre que as coordenadas do vetor satisfaçam a seguinte
condição:
2𝑥 − 𝑦 = 𝑧
Portanto,
𝐻 = {(𝑥, 𝑦, 𝑧) ∈ ℝ3 |2𝑥 − 𝑦 = 𝑧}
Exemplo 2.
Seja 𝑆 = { 1,2,2 , 1,0,2 , 2,2,1 , (0,1,1)} um conjunto de vetores de ℝ3 . Determine o
subespaço gerado por 𝑆.

Solução
Seja 𝐻 = [ 1,2,2 , 1,0,2 , 2,2,1 , (0,1,1)] o subespaço gerado.
𝑢 = (𝑥, 𝑦, 𝑧) ∈ 𝐻
𝑢 = 𝛼1 1,2,2 + 𝛼2 1,0,2 + 𝛼3 2,2,1 + 𝛼4 (0,1,1)
(𝑥, 𝑦, 𝑧) = (𝛼1 + 𝛼2 + 2𝛼3 , 2𝛼1 + 2𝛼3 + 𝛼4 , 2𝛼1 + 2𝛼2 + 𝛼3 + 𝛼4 )
Para que a igualdade seja satisfeita precisa-se:
𝛼1 + 𝛼2 + 2𝛼3 = 𝑥
2𝛼1 + 2𝛼3 + 𝛼4 = 𝑦 (5)
2𝛼1 + 2𝛼2 + 𝛼3 + 𝛼4 = 𝑧
O sistema (5) tem solução para quaisquer valores de 𝑥, 𝑦 e 𝑧. Portanto,
𝐻 = ℝ3
DEPENDÊNCIA E INDEPENDÊNCIA
LINEAR
Um conjunto 𝑆 = {𝑢1 , 𝑢2 , 𝑢3 , … , 𝑢𝑛 } de n vetores de um espaço vetorial V é
chamado linearmente independente (L.I) se a equação vetorial
𝛼1 𝑢1 + 𝛼2 𝑢2 + ⋯ + 𝛼𝑛 𝑢𝑛 = 𝑂𝑉

admite apenas a solução trivial, 𝛼1 = 𝛼2 = ⋯ = 𝛼𝑛 = 0.


Caso contrário, o conjunto é chamado linearmente dependente (L.D).
Exemplo 1.
Considere o conjunto de vetores de ℝ2 ,
𝑆 = 1,1 , 1,2 .
Determine se S é LI ou LD.
Solução
Para determinar se o conjunto de vetores é LI ou LD precisa-se formar a combinação
linear e encontrar os escalares que fazem essa combinação linear ser igual ao elemento
neutro de ℝ2 .
𝛼1 1,1 + 𝛼2 1,2 = (0,0)
𝛼1 + 𝛼2 , 𝛼1 + 2𝛼2 = (0,0)
Para que o vetor do lado esquerdo seja igual ao vetor do lado direito da equação precisa-
se que
𝛼1 + 𝛼2 = 0
(6)
𝛼1 + 2𝛼2 = 0
O sistema de equações (6) tem a solução única 𝛼1 = 𝛼2 = 0. Portanto o conjunto de
vetores S é LI.
Exemplo 2.
Considere o conjunto de vetores de ℝ2 ,
𝑆 = 2,1 , 1,2), (2,2 .
Determine se S é LI ou LD.
Solução
𝛼1 2,1 + 𝛼2 1,2 + 𝛼3 (2,2) = (0,0)
2𝛼1 + 𝛼2 + 2𝛼3 , 𝛼1 + 2𝛼2 + 2𝛼3 = (0,0)
Logo,
2𝛼1 + 𝛼2 + 2𝛼3 = 0
(7)
𝛼1 + 2𝛼2 + 2𝛼3 = 0
O sistema de equações (7) tem infinitas soluções por se tratar de um sistema de equações
homogêneo com um número de equações menor do que o número de incógnitas.
Portanto o conjunto de vetores S é LD.

SEMPRE QUE SE TENHA UM SISTEMA DE EQUAÇÕES HOMOGÊNEO COM MAIS


INCÓGNITAS DO QUE EQUAÇÕES, ENTÃO O SISTEMA POSSUE INFINITAS SOLUÇÕES. VEMOS
QUE EM ℝ2 ISTO ACONTECE QUANDO O CONJUNTO DE VETORES POSSUI MAIS DE DOIS
VETORES. LOGO PODE-SE CONCLUIR QUE TODO CONJUNTO DE ℝ2 COM MAIS DE DOIS
VETORES É LD.
Exemplo 3.
Considere o conjunto de vetores de ℝ3 ,
𝑆 = 1, −1,1 , 1,1,2 .
Determine se S é LI ou LD.
Solução
𝛼1 1, −1,1 + 𝛼2 1,1,2 = (0,0,0)
𝛼1 + 𝛼2 , −𝛼1 + 𝛼2 , 𝛼1 + 2𝛼2 = (0,0,0)
Para que o vetor do lado esquerdo seja igual ao vetor do lado direito da equação precisa-
se que
𝛼1 + 𝛼2 = 0
−𝛼1 + 𝛼2 = 0 (8)
𝛼1 + 2𝛼2 = 0
O sistema de equações (*) tem a solução única 𝛼1 = 𝛼2 = 0. Portanto o conjunto de
vetores S é LI.
Exemplo 4.
Considere o conjunto de vetores de ℝ3 ,
𝑆 = 1,2,1 , 1,1,2 , (2,2,2) .
Determine se S é LI ou LD.
Solução
𝛼1 1,2,1 + 𝛼2 1,1,2 + 𝛼3 (2,2,2) = (0,0,0)
𝛼1 + 𝛼2 + 2𝛼3 , 2𝛼1 + 𝛼2 + 2𝛼3 , 𝛼1 + 2𝛼2 + 2𝛼3 = (0,0,0)
Para que o vetor do lado esquerdo seja igual ao vetor do lado direito da equação precisa-
se que
𝛼1 + 𝛼2 + 2𝛼3 = 0
2𝛼1 + 𝛼2 + 2𝛼3 = 0 (8)
𝛼1 + 2𝛼2 + 2𝛼3 = 0
O sistema de equações (8) tem a solução única 𝛼1 = 𝛼2 = 𝛼3 = 0. Portanto o conjunto
de vetores S é LI.
Exemplo 5.
Considere o conjunto de vetores de ℝ3 ,
𝑆 = 1,0,1 , 1,1,0 , (2,1,1) .
Determine se S é LI ou LD.
Solução
𝛼1 1,0,1 + 𝛼2 1,1,0 + 𝛼3 (2,1,1) = (0,0,0)
𝛼1 + 𝛼2 + 2𝛼3 , 𝛼2 + 𝛼3 , 𝛼1 + 𝛼3 = (0,0,0)
Para que o vetor do lado esquerdo seja igual ao vetor do lado direito da equação precisa-
se que
𝛼1 + 𝛼2 + 2𝛼3 = 0
𝛼2 + 𝛼3 = 0 (9)
𝛼1 + 𝛼3 = 0
O sistema de equações (9) tem infinitas soluções, 𝛼1 = 𝛼2 = −𝛼3 . Portanto o conjunto de
vetores S é LD.
Exemplo 6.
Considere o conjunto de vetores de ℝ3 ,
𝑆 = 1,0,1 , 1,1,0 , 0,1,1 , (1,2,1) .
Determine se S é LI ou LD.
Solução
𝛼1 1,0,1 + 𝛼2 1,1,0 + 𝛼3 0,1,1 + 𝛼4 (1,2,1) = (0,0,0)
𝛼1 + 𝛼2 + 𝛼4 , 𝛼2 + 𝛼3 + 2𝛼4 , 𝛼1 + 𝛼3 + 𝛼4 = (0,0,0)
Para que o vetor do lado esquerdo seja igual ao vetor do lado direito da equação precisa-
se que
𝛼1 + 𝛼2 + 𝛼4 = 0
𝛼2 + 𝛼3 + 2𝛼4 = 0 (10)
𝛼1 + 𝛼3 + 𝛼4 = 0
O sistema de equações (10) tem mais incógnitas do que equações e portanto o sistema
possui infinitas soluções. Portanto o conjunto de vetores S é LD.
Teorema
Dois vetores em um espaço vetorial são LD se, e somente se um deles é
múltiplo escalar do outro

Teorema
Um conjunto de 𝑛 vetores em ℝ𝑚 é LD se 𝑛 > 𝑚

Teorema
Qualquer conjunto de 𝑛 vetores LI em ℝ𝑛 gera a ℝ𝑛
Exemplo 7.
Considere o conjunto de vetores de 𝑃2 (𝑡),
𝑆 = 1 + 𝑡 + 𝑡 2 , 1 − 𝑡, 𝑡 + 2𝑡 2 .
Determine se S é LI ou LD.
Solução
𝛼1 1 + 𝑡 + 𝑡 2 + 𝛼2 1 − 𝑡 + 𝛼3 𝑡 + 2𝑡 2 = 0
𝛼1 + 𝛼2 ) + 𝛼1 − 𝛼2 + 𝛼3 𝑡 + (𝛼1 + 2𝛼3 𝑡 2 = 0
Para que o vetor do lado esquerdo seja igual ao vetor do lado direito da equação precisa-
se que
𝛼1 + 𝛼2 = 0
𝛼1 − 𝛼2 + 𝛼3 = 0 (11)
𝛼1 + 2𝛼3 = 0
O sistema de equações (11) tem solução única 𝛼1 = 𝛼2 = 𝛼3 = 0. Portanto o conjunto de
vetores S é LI.
Exemplo 8.
Considere o conjunto de vetores de 𝑃2 (𝑡),
𝑆 = 1 + 𝑡 + 𝑡 2 , 1 − 𝑡, 𝑡 + 2𝑡 2 , 2 − 𝑡 2 .
Determine se S é LI ou LD.
Solução
𝛼1 1 + 𝑡 + 𝑡 2 + 𝛼2 1 − 𝑡 + 𝛼3 𝑡 + 2𝑡 2 + 𝛼4 (2 − 𝑡 2 ) = 0
𝛼1 + 𝛼2 + 2𝛼4 ) + 𝛼1 − 𝛼2 + 𝛼3 𝑡 + (𝛼1 + 2𝛼3 − 𝛼4 𝑡 2 = 0
Para que o vetor do lado esquerdo seja igual ao vetor do lado direito da equação precisa-
se que
𝛼1 + 𝛼2 + 2𝛼4 = 0
𝛼1 − 𝛼2 + 𝛼3 = 0 (12)
𝛼1 + 2𝛼3 − 𝛼4 = 0
O sistema de equações (12) tem infinitas soluções porque possui mais 4 incógnitas e só
três equações. Portanto o conjunto de vetores S é LD.

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