Ciências Econômicas: Álgebra Linear E Processos Dinâmicos

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CIÊNCIAS ECONÔMICAS

ÁLGEBRA LINEAR E PROCESSOS DINÂMICOS

Profa. Danielle Teixeira


CURSO: ECONOMIA
DISCIPLINA: CÁLCULO

Prof. Noemi Rosa, DSc


ESPAÇOS VETORIAIS
Vamos analisar espaços vetoriais, conjuntos cujos
elementos se comportam como os vetores, ou seja, têm as
mesmas propriedades dos vetores com respeito às operações
de soma e multiplicação por escalar.
Um espaço vetorial real é um conjunto não vazio 𝑉 com
duas operações, soma e multiplicação por escalar, que
satisfazem as seguintes propriedades, para quaisquer
elementos 𝑢, 𝑣Ԧ e 𝑤 em 𝑉 e α e 𝛽 reais:
(i) 𝑣 + 𝑤 = 𝑤 + 𝑣;
(ii) 𝑢 + 𝑣 + 𝑤 = 𝑢 + 𝑣 + 𝑤 ;
(iii) Existe 0 ∈ 𝑉 tal que 𝑣 + 0 = 𝑣;
(iv) Existe −𝑣 ∈ 𝑉 tal que 𝑣 + −𝑣 = 0;
(v) α 𝑢 + 𝑣 = α𝑢 + α𝑣;
(vi) (α + 𝛽)𝑢 = α𝑢 + 𝛽𝑢;
(vii) α 𝛽𝑢 = α𝛽 𝑢;
(viii) 1. 𝑣 = 𝑣.
Exemplo 1: 𝑉 = ℝ 3 = { 𝑥, 𝑦, 𝑧 ; 𝑥, 𝑦, 𝑧 ∈ ℝ} é um espaço vetorial com as
operações usuais.
Sejam 𝑥, 𝑦, 𝑧 , 𝑎, 𝑏, 𝑐 e (𝑑, 𝑒, 𝑓) em ℝ 3 e 𝑘1 , 𝑘2 reais.
(i) 𝑥, 𝑦, 𝑧 + 𝑎, 𝑏, 𝑐 = 𝑥 + 𝑎, 𝑦 + 𝑏, 𝑧 + 𝑐 = 𝑎 + 𝑥, 𝑏 + 𝑦, 𝑐 + 𝑧
= 𝑎, 𝑏, 𝑐 + 𝑥, 𝑦, 𝑧

(ii) [ 𝑥, 𝑦, 𝑧 + 𝑎, 𝑏, 𝑐 ] + 𝑑, 𝑒, 𝑓 = 𝑥 + 𝑎, 𝑦 + 𝑏, 𝑧 + 𝑐 + (𝑑, 𝑒, 𝑓)
= 𝑥 + 𝑎 + 𝑑, 𝑦 + 𝑏 + 𝑒, 𝑧 + 𝑐 + 𝑓 = 𝑥, 𝑦, 𝑧 + 𝑎 + 𝑑, 𝑏 + 𝑒, 𝑐 + 𝑓
= 𝑥, 𝑦, 𝑧 + [ 𝑎, 𝑏, 𝑐) + (𝑑, 𝑒, 𝑓 ]

(iii) Existe 0,0,0 tal que 𝑥, 𝑦, 𝑧 + 0,0,0 = 𝑥, 𝑦, 𝑧 .

(iv) Existe −𝑥, −𝑦, −𝑧 tal que 𝑥, 𝑦, 𝑧 + −𝑥, −𝑦, −𝑧 = 0,0,0 .


Exemplo 1: 𝑉 = ℝ3 = { 𝑥, 𝑦, 𝑧 ; 𝑥, 𝑦, 𝑧 ∈ ℝ} é um espaço vetorial com as
operações usuais.
Sejam 𝑥, 𝑦, 𝑧 , 𝑎, 𝑏, 𝑐 e (𝑑, 𝑒, 𝑓) em ℝ3 e 𝑘1 , 𝑘2 reais.

(v) 𝑘1 [ 𝑥, 𝑦, 𝑧 + 𝑎, 𝑏, 𝑐 ] = 𝑘1 𝑥 + 𝑎, 𝑦 + 𝑏, 𝑧 + 𝑐
= 𝑘1 𝑥 + 𝑘1 𝑎, 𝑘1 𝑦 + 𝑘1 𝑏, 𝑘1 𝑧 + 𝑘1 𝑐 = 𝑘1 𝑥, 𝑘1 𝑦, 𝑘1 𝑧 + (𝑘1 𝑎, 𝑘1 𝑏, 𝑘1 𝑐)
= 𝑘1 𝑥, 𝑦, 𝑧 + 𝑘1 𝑎, 𝑏, 𝑐 .

(vi) 𝑘1 + 𝑘2 𝑥, 𝑦, 𝑧 = 𝑘1 + 𝑘2 𝑥, 𝑘1 + 𝑘2 𝑦, 𝑘1 + 𝑘2 𝑧
= 𝑘1 𝑥 + 𝑘2 𝑥, 𝑘1 𝑦 + 𝑘2 𝑦, 𝑘1 𝑧 + 𝑘2 𝑧 = 𝑘1 𝑥, 𝑘1 𝑦, 𝑘1 𝑧) + (𝑘2 𝑥, 𝑘2 𝑦, 𝑘2 𝑧
= 𝑘1 𝑥, 𝑦, 𝑧) + 𝑘2 (𝑥, 𝑦, 𝑧 .
Exemplo 1: 𝑉 = ℝ 3 = { 𝑥, 𝑦, 𝑧 ; 𝑥, 𝑦, 𝑧 ∈ ℝ} é um espaço vetorial com as
operações usuais.
Sejam 𝑥, 𝑦, 𝑧 , 𝑎, 𝑏, 𝑐 e (𝑑, 𝑒, 𝑓) em ℝ 3 e 𝑘1 , 𝑘2 reais.

(vii) 𝑘1 [𝑘2 𝑥, 𝑦, 𝑧 ] = 𝑘1 𝑘2 𝑥, 𝑘2 𝑦, 𝑘2 𝑧 = 𝑘1 𝑘2 𝑥, 𝑘1 𝑘2 𝑦, 𝑘1 𝑘2 𝑧
= (𝑘1 𝑘2 ) 𝑥, 𝑦, 𝑧 .

(viii) 1. 𝑥, 𝑦, 𝑧 = 1. 𝑥, 1. 𝑦, 1. 𝑧
= 𝑥, 𝑦, 𝑧 .
𝑛
Exemplo 2: 𝑉 = ℝ = { 𝑥1 , 𝑥2 , … , 𝑥𝑛 ; 𝑥𝑖 ∈ ℝ, 1 ≤ 𝑖 ≤ 𝑛} é um
espaço vetorial com as operações usuais
𝑥1 , 𝑥2 , … , 𝑥𝑛 + 𝑦1 , 𝑦2 , … , 𝑦𝑛 = 𝑥1 + 𝑦1 , 𝑥2 + 𝑦2 , … , 𝑥𝑛 + 𝑦𝑛
e
α 𝑥1 , 𝑥2 , … , 𝑥𝑛 = α𝑥1 , α𝑥2 , … , α𝑥𝑛

Exemplo 3: 𝑉 = 𝑀𝑚×𝑛 : conjunto das matrizes reais de ordem


𝑚 × 𝑛 com as operações usuais de soma de matrizes e
multiplicação por escalar (ou seja, 𝐴 + 𝐵 = [𝑎𝑖𝑗 + 𝑏𝑖𝑗 ] e 𝛼𝐴 =
[𝛼𝑎𝑖𝑗 ]) é um espaço vetorial.
Exemplo 4: 𝑉 = 𝑃𝑛 : conjunto dos polinômios em 𝑥 de grau
menor ou igual a 𝑛 é um espaço vetorial com as operações
usuais de soma de polinômios e multiplicação por número
real.
Exemplo 5: O conjunto dos pares ordenados 𝑥, 𝑦 de números
reais não é um espaço vetorial com as operações:
𝑥1 , 𝑦1 + 𝑥2 , 𝑦2 = 𝑥1 + 𝑥2 , 0 e α 𝑥1 , 𝑦1 = α𝑥1 , α𝑦1
De fato, a propriedade (iii) não se verifica, pois, se houvesse
um elemento 0 = 𝑥0 , 𝑦0 tal que
𝑥, 𝑦 + 𝑥0 , 𝑦0 = 𝑥, 𝑦 ,
teríamos
𝑥, 𝑦 + 𝑥0 , 𝑦0 = 𝑥 + 𝑥0 , 0 = 𝑥, 𝑦 ⇒ 𝑦 = 0 (mas 𝑦 deve um
número real qualquer). Portanto, não existe elemento neutro.
Dentro de um espaço vetorial 𝑉, há subconjuntos menores 𝑊
que são eles próprios espaços vetoriais, ou seja, “pedaços”
de 𝑉 que mantém a mesma estrutura matemática de um
espaço vetorial.
Dado um espaço vetorial 𝑉, um subconjunto 𝑊 ≠ ∅ é um
subespaço vetorial de 𝑉 se, para quaisquer 𝑣, 𝑤 ∈ 𝑊 e α ∈ ℝ,
as seguintes propriedades são satisfeitas:
a) 𝑣 + 𝑤 ∈ 𝑊 (𝑊 é fechado para soma);
b) α𝑣 ∈ 𝑊(𝑊 é fechado para multiplicação por escalar).
Observações:
1) As condições a) e b) garantem que 𝑊 é ele próprio um
espaço vetorial. Note que as condições (i) a (viii) são
válidas, pois 𝑊 é um subconjunto de 𝑉.
2) Se 𝑊 é um subespaço de 𝑉, então o elemento nulo de 𝑉
pertence a 𝑊, pois se
𝑢 ∈ 𝑊 e α = 0 ⇒ αu = 0. u = 0 ∈ 𝑊

Assim, se 𝟎 não está em 𝑺 , podemos afirmar que o


conjunto 𝑺 não é um subespaço vetorial.
Exemplo 6:

O próprio espaço 𝑉 e o conjunto {0} são subespaços de 𝑉,


chamados triviais.

Os demais são chamados subespaços próprios.


2
Exemplo 6: Seja 𝑉 = ℝ . Verificar se os seguintes
subconjuntos são subespaços vetoriais:
a) 𝑊 = { 𝑥, 𝑦 ; 𝑥 = 2𝑦}
b) 𝑊 = { 𝑥, 𝑦 ; 𝑦 = 1}
c) 𝑊 = { 𝑥, 𝑦 ; 𝑥 = 0}
2
d) 𝑊 = { 𝑥, 𝑦 ; 𝑦 = 𝑥 }
e) 𝑊 = { 𝑥, 𝑦 ; 𝑥 = 𝑦 + 3}
2
Exemplo 6: Seja 𝑉 = ℝ . Verificar se os seguintes subconjuntos
são subespaços vetoriais:
a) 𝑊 = { 𝑥, 𝑦 ; 𝑥 = 2𝑦}
Todo elemento do conjunto pode ser escrito da forma 2𝑦, 𝑦 .
𝑊 é não vazio, pois 0,0 ∈ 𝑊.
2𝑦, 𝑦 + 2𝑎, 𝑎 = 2𝑦 + 2𝑎, 𝑦 + 𝑎 = 2(𝑦 + 𝑎), 𝑦 + 𝑎 ∈ 𝑊
𝑘 2𝑦, 𝑦 = 𝑘2𝑦, 𝑘𝑦 = 2𝑘𝑦, 𝑘𝑦 ∈𝑊
Logo, 𝑊 é subespaço vetorial de 𝑉.
2
Exemplo 6: Seja 𝑉 = ℝ . Verificar se os seguintes
subconjuntos são subespaços vetoriais:
b) 𝑊 = { 𝑥, 𝑦 ; 𝑦 = 1}
Todo elemento do conjunto pode ser escrito da forma
𝑥, 1 .
Então, 0,0 ∉ 𝑊.
Logo, 𝑊 não é subespaço vetorial de 𝑉.
2
Exemplo 6: Seja 𝑉 = ℝ . Verificar se os seguintes
subconjuntos são subespaços vetoriais:
c) 𝑊 = { 𝑥, 𝑦 ; 𝑥 = 0}
Todo elemento do conjunto pode ser escrito da forma
0, 𝑦 .
𝑊 é não vazio, pois 0,0 ∈ 𝑊.
0, 𝑦 + 0, 𝑎 = 0, 𝑦 + 𝑎 ∈𝑊
𝑘 0, 𝑦 = 𝑘. 0, 𝑘𝑦 = 0, 𝑘𝑦 ∈𝑊
Logo, 𝑊 é subespaço vetorial de 𝑉.
2
Exemplo 6: Seja 𝑉 = ℝ . Verificar se os seguintes
subconjuntos são subespaços vetoriais:
2
d) 𝑊 = { 𝑥, 𝑦 ; 𝑦 = 𝑥 }
2
Os elementos de 𝑊 são da forma 𝑥, 𝑥 .
𝑊 é não vazio, pois 0,0 ∈ 𝑊.
2 2 2 2
𝑥, 𝑥 + 𝑎, 𝑎 = 𝑥 + 𝑎, 𝑥 + 𝑎
−1,1 , 1,1 ∈ 𝑊 mas −1,1 + 1,1 = (0,2) ∉ 𝑊
Logo, 𝑊 não é subespaço vetorial de 𝑉.
2
Exemplo 6: Seja 𝑉 = ℝ . Verificar se os seguintes
subconjuntos são subespaços vetoriais:
e) 𝑊 = { 𝑥, 𝑦 ; 𝑥 = 𝑦 + 3}
Os elementos de 𝑊 são da forma 𝑦 + 3, 𝑦 .
0,0 ∉ 𝑊.
Logo, 𝑊 não é subespaço vetorial de 𝑉.
Qualquer subespaço 𝑾 de 𝑽 precisa conter o elemento nulo.

Decorre daí que os itens (b) e (e):


𝑊2 = { 𝑥, 𝑦 ; 𝑦 = 1} e 𝑊5 = 𝑥, 𝑦 ; 𝑥 = 𝑦 + 3 ,
que são subconjuntos formados por pontos de retas que não
2
passam pela origem, não são subespaços vetoriais de ℝ .

Atenção: Não vale a recíproca!


Podemos ter 0 ∈ 𝑊 sem que 𝑊 seja subespaço, como vimos
2
no item (d): 𝑊4 = { 𝑥, 𝑦 ; 𝑦 = 𝑥 }
3
Exemplo 7: Sejam 𝑉 = ℝ e 𝑊 = { 𝑥, 𝑦, 7 ; 𝑥, 𝑦 ∈ ℝ}.
0,0,0 ∉ 𝑊

Então, 𝑊 não é subespaço vetorial de 𝑉.

2
Exemplo 8: Os únicos subespaços vetoriais de 𝑉 = ℝ são
2
0,0 , as retas que passam pela origem e o próprio ℝ .
3
Em ℝ , os únicos subespaços vetoriais são {(0,0,0)}, as retas
3
e planos que que passam pela origem e o próprio ℝ .
𝑎 𝑏
Exemplo 9: Seja 𝑉 = 𝑀2×2 = ; 𝑎, 𝑏, 𝑐, 𝑑 ∈ ℝ .
𝑐 𝑑
1 𝑏
a) 𝑊 = ; 𝑏 ∈ ℝ é subespaço vetorial de 𝑉?
0 0
0 0
∉ 𝑊.
0 0
Logo, 𝑾 NÃO é subespaço vetorial de 𝑉.
𝑎 𝑏
Exemplo 9: Seja 𝑉 = 𝑀2×2 = ; 𝑎, 𝑏, 𝑐, 𝑑 ∈ ℝ .
𝑐 𝑑
𝑎 0
b) 𝑊 = ; 𝑎 ∈ ℝ é subespaço vetorial de 𝑉?
0 0
0 0
∈ 𝑊 ⇒ 𝑊 não é vazio.
0 0
𝑎 0 𝑏 0 𝑎+𝑏 0
+ = ∈𝑊
0 0 0 0 0 0

𝑎 0 𝑘𝑎 0
𝑘 = ∈𝑊
0 0 0 0
Logo, 𝑾 é subespaço vetorial de 𝑉.
𝑎 𝑏
Exemplo 9: Seja 𝑉 = 𝑀2×2 = ; 𝑎, 𝑏, 𝑐, 𝑑 ∈ ℝ .
𝑐 𝑑

𝑎 𝑏
c) 𝑊 = ; 𝑐 ≤ 0 é subespaço vetorial de 𝑉?
𝑐 0

3 3 3 3 −3 −3
∈ 𝑊 mas −1. = ∉𝑊
−3 0 −3 0 3 0
Logo, 𝑾 NÃO é subespaço vetorial de 𝑉.
Exercício: Verifique se os seguintes subconjuntos são
4
subespaços vetoriais de 𝑉 = ℝ :
a) 𝑊 = { 𝑥, 0, 𝑧, −5 ; 𝑥, 𝑧 ∈ ℝ}
b) 𝑊 = { 𝑥, 𝑦, 𝑧, 𝑤 ; 𝑧 ≥ 0}
c) 𝑊 = { 𝑥, 𝑦, 𝑧, 𝑤 ; 𝑥 = 𝑧, 𝑦 = −𝑤}
Exercício (resolução): Verifique se os seguintes subconjuntos
4
são subespaços vetoriais de 𝑉 = ℝ :
a) 𝑊 = { 𝑥, 0, 𝑧, −5 ; 𝑥, 𝑧 ∈ ℝ}
0,0,0,0 ∉ 𝑊
Então, 𝑊 não é subespaço vetorial de 𝑉.

b) 𝑊 = 𝑥, 𝑦, 𝑧, 𝑤 ; 𝑧 ≥ 0
1,2,3,4 ∈ 𝑊 mas −1 1,2,3,4 = −1, −2, −3, −4 ∉ 𝑊
Logo, 𝑊 não é subespaço vetorial de 𝑉.
Exercício (resolução): Verifique se os seguintes subconjuntos
4
são subespaços vetoriais de 𝑉 = ℝ :
c) 𝑊 = { 𝑥, 𝑦, 𝑧, 𝑤 ; 𝑥 = 𝑧, 𝑦 = −𝑤};
Todo elemento é da forma 𝑥, 𝑦, 𝑧, 𝑤 = (𝑧, −𝑤, 𝑧, 𝑤)
0,0,0,0 ∈ 𝑊 ⇒ 𝑊 não é vazio.

𝑧, −𝑤, 𝑧, 𝑤 + 𝑎, −𝑏, 𝑎, 𝑏 = (𝑧 + 𝑎, −𝑤 − 𝑏, 𝑧 + 𝑎, 𝑤 + 𝑏)
= (𝑧 + 𝑎, −(𝑤 + 𝑏), 𝑧 + 𝑎, 𝑤 + 𝑏) ∈ 𝑊
𝑘. 𝑧, −𝑤, 𝑧, 𝑤 = 𝑘𝑧, −𝑘𝑤, 𝑘𝑧, 𝑘𝑤 ∈ 𝑊
Logo, 𝑊 é subespaço vetorial de 𝑉.
2𝑥 − 𝑦 − 3𝑧 = 0
Exemplo 10: Considere o sistema ቐ 𝑥 − 𝑦 + 𝑧 = 0 .
−3𝑥 + 2𝑦 + 2𝑧 = 0
O conjunto 𝑊 de soluções desse sistema é um subespaço
vetorial do espaço vetorial 𝑉 = 𝑀3×1 .

0
Sabemos que 0 ∈ 𝑊.
0
Na forma matricial o sistema se escreve:

2 −1 −3 𝑥 0
1 −1 1 𝑦 = 0
−3 2 2 𝑧 0
2 −1 −3 𝑥 0
Exemplo 10: 1 −1 1 𝑦 = 0
−3 2 2 𝑧 0
𝑥1 𝑥2
Se 𝑢 = 𝑦1 , 𝑣 = 𝑦2 ∈ 𝑊, então 𝑢 + 𝑣 ∈ 𝑊 pois
𝑧1 𝑧2
2 −1 −3 𝑥1 𝑥2
1 −1 1 𝑦1 + 𝑦2
−3 2 2 𝑧1 𝑧2
2 −1 −3 𝑥1 2 −1 −3 𝑥2 0 0 0
= 1 −1 1 𝑦1 + 1 −1 1 𝑦2 = 0 + 0 = 0
−3 2 2 𝑧1 −3 2 2 𝑧2 0 0 0
2 −1 −3 𝑥 0
Exemplo 10: 1 −1 1 𝑦 = 0
−3 2 2 𝑧 0
𝑥1
Se 𝑢 = 𝑦1 ∈ 𝑊 e α ∈ ℝ, então α 𝑢 ∈ 𝑊 pois
𝑧1
2 −1 −3 𝑥1 2 −1 −3 𝑥1 0 0
1 −1 1 α 𝑦1 = α 1 −1 1 𝑦1 = α 0 = 0
−3 2 2 𝑧1 −3 2 2 𝑧1 0 0

O conjunto solução de um sistema linear homogêneo de n


incógnitas é um subespaço vetorial de 𝑀𝑛×1 .
COMBINAÇÃO LINEAR
Uma característica importante de um espaço vetorial é a
possibilidade de obter novos vetores a partir de vetores
dados.

Por exemplo, sejam 𝑣Ԧ = 1,0,3 e 𝑤 = 0,2,1 .


𝑣Ԧ + 2𝑤 = 1,0,3 + 0,4,2 = (1,4,5)
−3𝑣Ԧ = (−3,0, −9)
𝑣Ԧ − 𝑤 = (1, −2,2)

Os vetores obtidos são combinações lineares dos vetores 𝑣Ԧ


e 𝑤.
Sejam 𝑉 um espaço vetorial 𝑣1 , 𝑣2 , … , 𝑣𝑛 em 𝑉 e α1 , α2 , … , α𝑛
constantes reais. Então o vetor
𝑣 = α1 𝑣1 + α2 𝑣2 + ⋯ + α𝑛 𝑣𝑛

é um elemento de 𝑉 chamado combinação linear de


𝑣1 , … , 𝑣𝑛 .
Exemplo 1: Sejam 𝑣Ԧ = 1, −1 e 𝑤 = 0,2 .

Todo elemento da forma


𝑎𝑣Ԧ + 𝑏𝑤 = 𝑎 1, −1 + 𝑏 0,2
= 𝑎, −𝑎 + 2𝑏 , 𝑎, 𝑏 ∈ ℝ

é combinação linear dos vetores 𝑣Ԧ e 𝑤.

Por exemplo, os vetores −2,2 , (3, −1) e 0, −4 são


combinações lineares de 𝑣Ԧ e 𝑤.
Exemplo 2: O vetor 𝑣Ԧ = 1,2,3 não pode ser escrito como
combinação linear dos vetores 1,0,0 e 0,0,1 .

De fato, é impossível escrever


1,2,3 = 𝑎 1,0,0 + 𝑏 0,0,1
= (𝑎, 0, 𝑏)

𝑣Ԧ = 1,2,3 ∉ 𝑊
3
Exemplo 3: Vamos determinar todos os vetores de ℝ que
podem ser escritos como combinação linear dos vetores
1,0,0 e 0,0,1 .
𝑥, 𝑦, 𝑧 = 𝑎 1,0,0 + 𝑏 0,0,1 = 𝑎, 0, 𝑏 , 𝑎, 𝑏 ∈ ℝ.
Logo, 𝑦 = 0, 𝑥, 𝑧 ∈ ℝ.
3
Assim, 𝑊 = { 𝑥, 𝑦, 𝑧 ∈ ℝ ; 𝑦 = 0} é o conjunto de todos os
vetores escritos como combinação linear de 1,0,0 e 0,0,1 .
Exemplo 4: Escreva 𝑣Ԧ = 2, −1 como combinação linear de
(1,2) e (0,3).
2, −1 = 𝑎 1,2 + 𝑏(0,3)

2, −1 = 𝑎, 2𝑎 + (0,3𝑏)

2, −1 = 𝑎 + 0,2𝑎 + 3𝑏

2=𝑎
ቄ ⇒ −1 = 4 + 3𝑏 ⇔ 𝑏 = −5/3
−1 = 2𝑎 + 3𝑏

5
2, −1 = 2 1,2 − (0,3)
3
O conjunto de todos os elementos de 𝑉 que são combinação
linear de 𝑣1 , 𝑣2 , … , 𝑣𝑛 é um subespaço vetorial de 𝑉, chamado
subespaço gerado por 𝑣1 , 𝑣2 , … , 𝑣𝑛 , isto é,

𝑊 = {𝑣 ∈ 𝑉; 𝑣 = α1 𝑣1 + α2 𝑣2 + ⋯ + α𝑛 𝑣𝑛 , α𝑖 ∈ ℝ}

Notação: 𝑊 = [𝑣1 , 𝑣2 , … , 𝑣𝑛 ]

O conjunto 𝑣1 , 𝑣2 , … , 𝑣𝑛 é denominado conjunto gerador


do subespaço 𝑊.
3
Exemplo 3: 𝑊 = { 𝑥, 𝑦, 𝑧 ∈ ℝ ; 𝑦 = 0} é o conjunto de todos
os vetores escritos como combinação linear de 1,0,0 e
0,0,1 , logo
𝑊 = [ 1,0,0 , 0,0,1 ],

ou seja, o subespaço gerado por esses dois vetores é o plano 𝑥𝑧.


3
Exemplo 5: Sejam 𝑉 = ℝ e os vetores 𝑣Ԧ = 1,0,0 , 𝑤 =
0,1,0 e 𝑢 = 0,0,1 .
𝑊= 1,0,0 , 0,1,0 , (0,0,1)

= 𝑥 1,0,0 + 𝑦 0,1,0 + z 0,0,1 ; 𝑥, 𝑦, 𝑧 ∈ ℝ

= 𝑥, 𝑦, 𝑧 ; 𝑥, 𝑦, 𝑧 ∈ ℝ ,

3
ou seja, o espaço vetorial 𝑉 = ℝ é gerado pelos vetores 𝑣Ԧ =
1,0,0 , 𝑤 = 0,1,0 e 𝑢 = 0,0,1 , pois todo vetor no espaço
𝑥𝑦𝑧 pode ser escrito como combinação linear destes vetores.
3
1,0,0 , 0,1,0 , (0,0,1) = ℝ

De modo geral,
𝑛
ℝ = 1,0,0, … , 0 , 0,1,0, … , 0 , (0,0, … , 0,1)
3
Exemplo 6: 𝑉 = ℝ , 𝑣Ԧ = 1,2,1 , 𝑊 = 1,2,1 ?

𝑥=𝛼
𝑥, 𝑦, 𝑧 ∈ 𝑊 ⇔ 𝑥, 𝑦, 𝑧 = 𝛼 1,2,1 , 𝛼 ∈ ℝ ⇔ ቐ𝑦 = 2𝛼
𝑧=𝛼
Logo,
1,2,1 = { 𝑥, 2𝑥, 𝑥 ; 𝑥 ∈ ℝ}
𝑊 é o conjunto de todos os múltiplos do vetor 𝑣,
Ԧ isto é, é a
reta que contem 𝑣Ԧ e passa pela origem.
2
Exemplo 7: Verificar que ℝ = 1,3 , (4,2)
𝑥, 𝑦 ∈ 1,3 , 4,2 ⇔ 𝑥, 𝑦 = 𝛼 1,3 + 𝛽 4,2 , 𝛼, 𝛽 ∈ ℝ

𝑥 = 𝛼 + 4𝛽
⇔ቊ
𝑦 = 3𝛼 + 2𝛽
1 4
= 2 − 12 ≠ 0 ⇒ o sistema é SPD ∀𝑥, 𝑦 ∈ ℝ
3 2
Logo,
2
1,3 , (4,2) = ℝ
Exercício: Verificar que:
2
(a) 1,2 = 𝑥, 𝑦 ∈ ℝ ; 𝑦 = 2𝑥 ∈ ℝ
2
(b) 𝑃2 = 1, 𝑥, 𝑥 (𝑃2 : conjunto dos polinômios de grau ≤ 2)

1 0 0 1
(c) Se 𝑣1 = e 𝑣2 = , então 𝑣1 , 𝑣2 =
0 0 0 0
𝑎 𝑏
; 𝑎, 𝑏 ∈ ℝ
0 0
3
(d) 1,1,0 , 1,2,1 = { 𝑥, 𝑦, 𝑧 ∈ ℝ ; 𝑥 − 𝑦 + 𝑧 = 0}
Exercício: Resolução:
(a) 1,2 = 𝑥 1,2 ; 𝑥 ∈ ℝ = { 𝑥, 2𝑥 ; 𝑥 ∈ ℝ}, ou seja, 𝑊 é
composto por todos os vetores ao longo da reta 𝑦 = 2𝑥.
2
(b) 𝑃2 = 1, 𝑥, 𝑥
2
𝑝 𝑥 ∈ 𝑃2 ⇔ 𝑝 𝑥 = 𝛼1 + 𝛼2 𝑥 + 𝛼3 𝑥 , 𝛼1 , 𝛼2 , 𝛼3 ∈ ℝ

2
⇔ 𝑝 𝑥 = 𝛼1 . 1 + 𝛼2 . 𝑥 + 𝛼3 . 𝑥
2
⇔ 𝑝 𝑥 ∈ 1, 𝑥, 𝑥
Exercício: Resolução:

1 0 0 1
(c) Se 𝑣1 = e 𝑣2 = , então 𝑣1 , 𝑣2 =
0 0 0 0
𝑎 𝑏
; 𝑎, 𝑏 ∈ ℝ
0 0
𝑎 𝑏 𝑎 0 0 𝑏 1 0 0 1
= + =𝑎 +𝑏
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
= 𝑎𝑣1 + 𝑏𝑣2
(d) 𝑊 = 1,1,0 , 1,2,1
𝑥, 𝑦, 𝑧 ∈ 𝑊 ⇔ 𝑥, 𝑦, 𝑧 = 𝑎 1,1,0 + 𝑏 1,2,1 , 𝑎, 𝑏 ∈ ℝ
𝑥 =𝑎+𝑏 𝑥−𝑧 =𝑎
⇔ ቐ𝑦 = 𝑎 + 2𝑏 ⇔ ቊ𝑦 − 2𝑧 = 𝑎
𝑧=𝑏
Para que o sistema seja possível, 𝑥 − 𝑦 + 𝑧 = 0. Logo,
3
𝑊 = { 𝑥, 𝑦, 𝑧 ∈ ℝ ; 𝑥 − 𝑦 + 𝑧 = 0}.
3
𝑊 é o plano 𝑥 − 𝑦 + 𝑧 = 0 em ℝ e também pode ser
descrito como 𝑊 = { 𝑦 − 𝑧, 𝑦, 𝑧 ; 𝑦, 𝑧 ∈ ℝ}.
OBRIGADA!

Contato da Professora Danielle Teixeira


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