06 Bactérias Patogênicas

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MICROBIOLOGIA

Prof. Bruno Anjos Blanco


Plano de ensino
1. Introdução ao estudo da Microbiologia
2. Biossegurança
3. Citologia e fisiologia bacteriana
4. Metabolismo, nutrição e crescimento
bacteriano
5. Mecanismos básicos de resistência
microbiana
6. Técnicas de coloração
7. Principais doenças bacterianas
8. Conceitos básicos em Virologia
9. Micologia
Principais doenças bacterianas

Cocos Gram Hanseníase


Positivos Sífilis
Diarreias Botulismo
Tuberculose Salmonelose
Patógenos mais
frequente em humanos
Cocos Gram Positivos
• Cocos Gram positivos (0,5 –2,0 m), aos
pares, cadeias curtas (espécimes
clínicos) ou longas (cultivos líquidos)
Gênero Staphylococcus
• De todas as espécies do gênero, o S.
aureus é o mais importante. É
responsável pelo segundo maior número
de infecções em seres humanos.
• O S.aureus está presente no trato
respiratório superior, especialmente nas
narinas, de aproximadamente 60% da
população em geral, e assim permanece
sem causar doença em condições
normais
Comensal na microbiota normal do
corpo
Gênero Streptococcus
• Facultativos e alguns Anaeróbios, Homo-
fermentativos: Produzem Ácido lático
• Nutricionalmente exigentes apresentam
colônias pequenas puntiformes
• Faringite estreptocócica e Piodermites
– Pode acometer qualquer faixa etária, porém
mais comum em crianças (5 e 15 anos)
Padrões de Hemólise/ β-hemólise
(completa)
Padrões de Hemólise/ α-hemólise
(parcial)
Padrões de Hemólise/ γ-hemólise
(não hemolítico)
Faringoamigdalites
• Escolares (5 a 15 anos) Mais comum no
inverno (locais fechados)
• Evolução da doença
– Sinusite, Otite, Meningite, Septicemia,
Pneumonia.
Dor de garganta,
Febre, aumento dos
linfonôdos cervicais,
exsudato purulento,
cefaléia
Piodermites
Piodermites / Erisipela
Piodermite/ Fasciíte Necrosante
Gênero Neisseria
• Compreedem várias espécies, que podem
ser diferenciadas por meio de provas
bioquímicas, sendo as principais
• Neisseria meningitidis, conhecida também
como meningococo (meningite) e a
Neisseria gonorrhoeae, conhecida como
gonococo (Gonorreia).
• Ambas se apresentam como diplococos
Gram-negativos, com morfologia
semelhante a rins (riniformes) ou a grãos
de Feijão
Neisseria
Crianças são muito
mais acometidas
Meningite meningococcica
• A Neisseria meningitidis inicia o seu
processo infeccioso através da colonização
da nasofaringe, onde faz parte da flora
normal de 5 a 15% dos adultos
• Por serem bactérias encapsuladas, são mais
resistentes ao processo de fagocitose.
• A meningite tem como sintomas: febre,
cansaço, dor de cabeça, torcicolo e coma
Gonorreia
• O Gonococo, responsável pela gonorreia,
doença sexualmente transmissível, tem na
uretrite sua principal forma clínica no
homem.
• Na mulher, apresenta principalmente
cervicite, mas, eventualmente, pode causar
em ambos protite, faringite gonocóccica e
conjuntivite neonatal. Ocasionalmente,
pode invadir a circulação, causando
artrites, endocardites, meningites e lesões
cutâneas
Conjuntivite neonatal
Gonorreia Genital
Infecções do trato
gastrointestinal
Infecções do Trato Gastrintestinal
• Diarréia – liberação anormal de fezes.
Perda de fluidos e eletrólitos.

• Disenteria – distúrbio inflamatório,


geralmente associado a sangue e pus
(fezes) e acompanhados de dor, febre,
cólicas.

• Gastroenterite - sintomas gastrintestinais


como náuseas, vômitos, diarréia e dores
abdominais.
Agentes etiológicos
• Escherichia coli
• Salmonella
• Shigella
• Yersinia enterocolitica
• Campylobacter
• Vibrio cholerae
• Vibrio parahaemolyticus
• Staphylococcus aureus
• Bacillus cereus
• Clostridium botulinum
Infecções Gastrintestinais
• Diarréia é a conseqüência mais comum
da infecção do trato gastrintestinal
• Principal causa de mortalidade infantil
(países em desenvolvimento)
• Varia de branda e autolimitada até a
grave, com desidratação e morte
• Transmissão: via fecal-oral
Multiplicação por
microrganismos e
Infecções locais produção de toxinas
Infecções sistêmicas (restrita ao trato
gastrointestinal)

Invasão pelos A quantidade de


microrganismos ou microrganismos ingeridos
absorção de toxinas e seus fatores de
virulência são fatores
críticos no
estabelecimento da
infecção
Não preciso relembrar!
Escherichia coli
• Maior causa de diarreia bacteriana
• 06 patotipos: diferentes mecanismos de
patogenicidade
– E. coli enteropatogênia (EPEC)
– E. coli enterotoxigênica (ETEC)
– E. coli entero-hemorrágica (EHEC)
– E. coli enteroinvasiva (EIEC)
– E. coli enteroagregativa (EAEC)
– E. coli produtora de aderência difusa (DAEC)
• Síndrome Hemolítico-Urêmica associado a E.
coli O104:H4, produtora da toxina shiga, na
Alemanha, 16 mortos, 1500 casos graves
Salmonella (bacilo Gram -)
• Causa mais comum de diarréia associada a alimentos em países
desenvolvidos

• 3 espécies: Salmonella enterica (6 subespécies), Salmonella bongori e


Salmonella subterrânea. Mais de 2.500 sorotipos

• Antígenos: O (parede celular) e H (flagelar)

• Amplo reservatório animal

• Dificuldades na erradicação (S. Typhi e S. Paratyphi: humanos únicos


reservatórios). Estado de portador pode durar por várias semanas, meses ou
anos (“Mary Typhoid”).

• S. Enteritidis e S. Choleraesuis (podem tornar-se invasivas em pacientes


com predisposições particulares – crianças, pacientes com câncer ou
anemia falciforme)

• Pode ocorrer disseminação hematogênica (osteomelite, pneumonia,


meningite): antibioticoterapia.
Shigella (bacilo Gram -)
 Causa quadros de disenteria bacilar (invasão do intestino grosso, com
presença de pus e sangue nas fezes)
 Dose infectante baixa (10-100 microrganismos)
 Dependendo da espécie envolvida os sintomas variam de leves a
graves:
o S. sonnei (leves)
o S. flexneri e S. Boydii (graves)
o S. dysenteriae (produtora da toxina Shiga;
doença mais grave)
 A shigelose é primariamente uma doença pediátrica
 Não existem reservatórios animais Shigella em ágar Macconkey

 Disseminação principal: pessoa a pessoa, via fecal-oral Situações


onde saneamento e higiene pessoais são deficientes
 Antibióticos não são recomendados (exceto nas infecções graves)
Comunidades com suprimento
Vibrio cholerae inadequado de água potável e
saneamento impróprio

 Espécie de maior relevância do gênero, que pertence à família


Vibrionaceae
 Bacilos Gram negativos, em forma de vírgula; móveis, oxidase
positivos
 Habitat aquático (vida livre)
 Transmissão: água ou alimentos contaminados
 Produtores de enterotoxina: hipersecreção de eletrólitos e água
 Infecção humana: gastroenterite - diarréia aquosa e vômito (2-3 dias
após ingestão da bactéria)  Cólera

V. cholarae em TCBS: ágar


Tiossulfato-Citrato-Bile-
Sacarose

 Sorotipos: O1 (biotipos clássico e El Tor) e O139: (epidemias)


Tuberculose
Tuberculose no Mundo
• Um terço da população está infectada
• 9 milhões de casos estimados em 2013
• 80% dos casos em 22 países
• 1,1 milhão de mortes estimadas em
2012 (HIV negativo)
• 360 mil óbitos estimados com TB/HIV
em 2013
• 300 mil casos de MDR estimados em
2013
Tuberculose no Brasil
• 69 mil casos novos de TB notificados em 2014
• Cerca de 4,4 mil mortes em 2014
• 16º país em número de casos entre os 22 países
de alta carga
• 22º país em taxa de incidência, prevalência e
mortalidade entre os 22 países de alta carga
• 111º país em taxa de incidência dentre todos os
países do mundo
• 3ª causa de mortes por doenças infecciosas
• 1ª causa de mortes dentre as doenças
infecciosas em pacientes com AIDS
Caracterização
• Agente infeccioso: Micobacterium
tuberculosis
• Reservatório principal: homem, porém
pode acometer bovino, outros
mamíferos, aves
• Transmissão
– Pessoa a pessoa – pelo ar: gotículas pela
fala, espirro, tosse.
– Partículas mais pesadas se depositam
rapidamente no solo
Infecção

15 dias: + de 105
2 a 3 semanas: o organismo
normal reconhece a invasão e
a luta começa.
No pulmão: no local da
inoculação, foco pequeno, 1
a 2 mm, esbranquiçado –
pode ser visto no RX.
1 a 2 bacilos
De cada 100 infectados
• 90 % dos infectados conseguem
bloquear este processo e não adoecerão
nesta fase.
• Outros 10 % adoecerão:
– 5% – tuberculose primária, ocorre na primo-
infecção.
– 5% - tuberculose pós-primária: protegidos
pelo BCG ou imunidade desenvolvida.
Hanseníase
Caracterização
• Doença infecto-contagiosa causada pelo bacilo
Mycobacterium leprae que atinge a pele e os
nervos periféricos
• É um parasita intracelular obrigatório, com
afinidade pelos macrófagos e células ao redor
dos nervos periféricos (células de Schwann).
• O homem é considerado o único reservatório
natural do bacilo.
• A pricipal via de eliminação do bacilo é a via
aérea superior, representada pela mucosa nasal
e orofaringea de pacientes das formas
multibacilares sem tratamento.
Hanseníase
• É a forma inicial da
doença, caracterizada
por área circunscrita
hipoestésica ou
mancha, em torno de
uma até cinco,
hipocrômica ou com
periferia eritematosa,
com diminuição das
sensibilidades térmica e
dolorosa, da sudorese e
dos pêlos
Sífilis
Caracterização
• A Sífilis é causada pelo Treponema pallidum, não
cultivável em meio de cultura artificial
• Células não coradas pelo Gram
• Identificação baseado em:
– Microscopia (detecção do microrganismo)
– Campo escuro, Fontana Tribondeau,
Imunofluorescência
– Sorologia (detecção de anticorpos em soros de
pacientes)
• Transmissão por contato direto com as lesões
infectadas, ou fluidos corporeos, bem como
contaminação intra uterina
Espiroqueta não corada pelo Gram

Técnica de
imunofluorescência direta
SÍFILIS

Cancro duro
Lesão única, indolor – Sífilis primária

Sífilis congênita

Lesões cutâneas – Sífilis secundária


Evolução da sífilis não tratada
A transmissão será mais
Contato (1/3 torna-se infectado) severa quanto mais precoce
o período gestacional e mais
10 a 90 dias de recente for a sífilis na
incubação
gestante
Primária

3 a 12 sem,
Regredindo espontaneamente

Secundária 4 a 14 semanas
Regredindo espontaneamente

Latente recente
1 ano a partir do contato Recaída em 25%

Latente tardia
Mais de 1ano

Remissão Terciária 1/3


2/3
Sífilis congênita
• Quando a mulher adquire sífilis durante
a gravidez, poderá ocorrer abortamento
espontâneo, morte fetal, prematuridade,
feto hidrópico, recém-nascidos
sintomáticos (manifestação clássica),
recém-nascidos assintomáticos (apenas
sorologia positiva).
1. O exame de um esfregaço realizado a partir de
escarro e corado pelo método de Ziehl Neelsen,
mostrou a imagem abaixo.

a) Qual o diagnóstico clínico provável? Justifique.


2. O exame de um esfregaço realizado a partir de
secreção uretral masculina e corado pelo método de
Gram, mostrou a imagem abaixo.

a) Qual o diagnóstico clínico provável? Justifique.

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