2023 TCC Fgbarbosajúnior
2023 TCC Fgbarbosajúnior
2023 TCC Fgbarbosajúnior
CAMPUS DE CRATEÚS
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
CRATEÚS
2023
FABIANO GOMES BARBOSA JÚNIOR
CRATEÚS
2023
FABIANO GOMES BARBOSA JÚNIOR
BANCA EXAMINADORA
________________________________________
Prof. Me. Marcio Avelino de Medeiros (Orientador)
Universidade Federal do Ceará (UFC)
_________________________________________
Prof. Me. Thiago Fernandes da Silva
Universidade Federal do Ceará (UFC)
_________________________________________
Prof. Me. Felipe Carlos de Araújo Leal
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE)
A Deus.
Aos meus familiares, Aliny Kellder, José
Demuntiê e Antônia Vanja.
AGRADECIMENTOS
Durante o projeto de uma estrutura de contenção, a escolha do tipo de muro a ser adotado é o
primeiro passo para garantia de seu funcionamento adequado. Um dos fatores a se considerar
nessas estruturas é o comportamento em relação a deformações e deslocamentos. Mediante tal
análise, esse trabalho objetivou realizar um comparativo de deformações e deslocamentos entre
dois sistemas de contenções diferentes, sendo escolhidos o Muro de Solo Reforçado com
Geossintético (MSRG) e o muro de flexão convencional em concreto armado. Para isso, foram
coletados dados de solo assim como o dimensionamento desses muros de contenção. Para a
análise foi feita uma modelagem em um software geotécnico que usa o Método dos Elementos
Finitos, o Plaxis 2D. Ao fim, foi possível encontrar valores menores de deslocamento horizontal
absoluto e maiores de deformação, de forma geral, para o muro de flexão. A deformação relativa,
para muros de 9 metros, apresentou melhores valores no MSRG e para 4 metros para o muro
de flexão.
During the design of a containment structure, choosing the type of wall to be adopted is the first
step to guarantee its proper functioning. One of the factors to be considered in these structures
is the behavior in relation to deformations and displacements. Through this analysis, this work
aimed to compare deformations and displacements between two different retaining systems,
choosing the Soil Wall Reinforced with Geosynthetic (MSRG) and the conventional bending
wall in reinforced concrete. For this, soil data were collected as well as the design of these
retaining walls. For the analysis, a modeling was made in a geotechnical software that uses the
Finite Element Method, Plaxis 2D. At the end, it was possible to find smaller values of absolute
horizontal displacement and larger values of deformation, in general, for the bending wall. The
relative deformation, for walls of 9 meters, presented better values in the MSRG and for 4
meters for the bending wall.
Keywords: Containment structures. Soil Wall Reinforced with Geosynthetic. Bending wall.
Finite Element Method. Comparison of Displacements and Strains.
LISTA DE FIGURAS
Figura 2 − Análise de estabilidade interna: (A) Ruptura dos reforços; (B) Arrancamento
dos reforços; (C) Desprendimento da face; (D) Instabilidade local............................... 21
Figura 4 − Muro de flexão e muro de solo reforçado com geossintético modelado 9m.... 24
Figura 5 − Muro de flexão e muro de solo reforçado com geossintético modelado 4m.... 25
1 INTRODUÇÃO
requisitos.
1.1 Objetivos
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
resistência à tração, é adicionado um reforço que irá trabalhar junto ao solo, em seguida o solo
e o reforço começarão a se comportar como um corpo monolítico e coeso, assim, sendo capaz
de resistir ao peso próprio e às cargas externas para as quais foi projetado. Os materiais podem
ser metálicos ou poliméricos, no caso é usada a segunda opção, com elevada resistência à tração,
sendo posicionados em camadas horizontais. Assim, ganhando resistência à tração do maciço
devido ao atrito entre o solo e o reforço (GONÇALVES, 2016).
O método construtivo que será usado influi no comportamento do MSRG. Um
desses métodos é o auto-envelopado, que consiste em estender a tira de geossintético,
compactar a camada de solo contido até a altura do projeto e dobrar a tira de geossintético sobre
a camada compactada. Dessa forma, é possível confinar a superfície externa do solo entre dois
reforços. Assim vai sendo construído o muro, em camadas, até que seja alcançada a altura do
projeto.
0 = ′ℎ / ′ (1)
Denomina-se empuxo de terra ativo (Ea) a pressão gerada pelo solo no muro de
arrimo, que se deforma, mas resiste. Quando a parede é empurrada contra o solo, causando
compressão nele, tem-se o empuxo passivo (Ep). Essas pressões são chamadas de ativa e
passiva e os coeficientes de empuxo, ativo (Ka) e passivo (Kp).
Os valores para Ka variam de acordo com o método de cálculo usado para encontrá-
lo, para métodos tradicionais de estados-limite é comum o uso do método de Rankine, mostrado
na equação 2.
= ²( ° − ∅′/ ) (2)
De acordo com Das (2011), a pressão ativa de Rankine pode ser apresentada para
17
[ ] = ′ . − . . + . + . (3)
2.2.2.4 Tombamento
A segurança contra o tombamento dependerá de o momento resistente ser maior
que o momento atuante. Onde o momento resistente é o gerado pelo peso do muro, enquanto o
momento atuante corresponde ao momento do empuxo total atuante sobre o muro. O fator de
segurança ao tombamento (Fst) é pode ser encontrado pela equação 6.
∗ /
= ≥ 2,0 (6)
∗
á = ∗ ∗ + ∗ + 0,5 ∗ ∗ ∗ (9)
Onde é a coesão do solo de fundação, é a sobrecarga no nível da base da
20
( ∅ ∗ ∅
( )
= ∅
(10)
∗ ( )
= ∅ ∗( − 1) (11)
O fator de capacidade de carga pode ser encontrado em tabelas que dependem
do ângulo de atrito em Das (2011).
A tensão máxima atuante ( á ) é encontrada através da equação 12.
∑ ∗
á = ∗ (1 + )
(12)
Onde A é a altura e B é a base do muro.
Enquanto que para o cálculo da tensão mínima atuante ( í ), é usado a equação
13.
∑ ∗
í = ∗ (1 − ) (13)
As equações 12 e 13 só serão validas quando:
í ≥0
2.2.2.6 Análise de estabilidade global
Na análise de estabilidade global, o principal foco é em encontrar mecanismos de
ruptura não considerados nas análises de estabilidade interna e externa. Assim, são necessários
métodos de análise de instabilidade de taludes, com o uso de programas computacionais. O
método adotado pode variar com as condições geométricas do terreno, as propriedades dos solos,
as heterogeneidades, as condições de fluxo e dos tipos de carregamentos (PALMEIRA, 2018).
Figura 2 - Análise de estabilidade interna: (A) Ruptura dos reforços; (B) Arrancamento dos reforços;
(C) Desprendimento da face; (D) Instabilidade local.
= (15)
∗ ∗ ∗
3 METODOLOGIA
A modelagem foi realizada usando o Plaxis 2D, que é um software geotécnico que
usa o Método dos Elementos Finitos. Foi considerado o modelo Plástico durante o uso do
programa. Além disso em sua utilização são necessários dados específicos relacionados ao solo
e aos materiais usados.
De acordo com a literatura foram adotados os seguintes valores de parâmetros.
Figura 5 – Muro de flexão e muro de solo reforçado com geossintético modelado 4m.
0,178
Deslocamento horizontal (m)
0,176
0,174
R² = 0,0254
0,172
0,17
0,168
0,166
0 20 40 60 80 100 120
Domínio lado direito do muro (m)
0,19
R² = 0,2618
0,185
0,18
0,175
0,17
0 20 40 60 80 100 120
Domínio lado esquerdo (m)
0,18
0,175
0,17
R² = 0,2214
0,165
0,16
0 20 40 60 80 100 120
Domínio lado direito (m)
0,182
0,18
0,178
0,176
0,174
0,172 R² = 0,0611
0,17
0,168
0,166
0,164
0 20 40 60 80 100 120
Domínio lado esquerdo (m)
1153 elementos
0,25
Deslocamento horizontal (m)
0,2
0,15
0,1
0,05
0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400
Elementos
937 elementos
0,25
Deslocamento horizontal (m)
0,2
0,15
0,1
0,05
0
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000
Elementos
4 RESULTADOS
Figura 12 – Deformação máxima e deslocamento horizontal máximo do muro de solo reforçado com
geossintético 9m.
Figura 14 – Deformação máxima e deslocamento horizontal máximo do muro de solo reforçado com
geossintético 4m.
0,25
0,1919 0,19168
0,2
0,15
0,1 0,06305 0,06389
0,05
0
Quatro metros Nove metros
MSRG 0,06305 0,1919
Muro de Flexão 0,06389 0,19168
0,25 0,21854
0,19821
0,2
0,15
0,1 0,07481 0,08209
0,05
0
Quatro metros Nove metros
MSRG 0,07481 0,19821
Muro de Flexão 0,08209 0,21854
0,25
0,198
0,192
0,2 0,183
0,18
Deslocamento (m)
0,175 0,176
0,161 0,162
0,15
0,15 0,124 0,133
0,123
0,106
0,096
0,1
0,061
0,055
0,05
0
A B C D E F G H
MSRG 0,124 0,15 0,175 0,198 0,183 0,176 0,162 0,055
Muro de Flexão 0,106 0,133 0,161 0,192 0,18 0,123 0,096 0,061
Pontos analisados
0,08 0,071
0,07 0,066 0,065 0,064
0,062 0,06 0,061
Deslocamento (m)
0,0025
0,002
0,002 0,001888889
0,0015
0,001
0,0005
0,012
0,01 0,009555556
0,008222222
0,008
0,006
0,004
0,002
global das tensões e deformações. Esse é um dos motivos pelo qual o MSRG é bastante
recomendado para grandes taludes.
Logo, foi possível concluir que, para esses casos, o muro de flexão contem menos
deslocamentos que o muro de solo reforçado com geossintético na maioria dos pontos
analisados. O deslocamento horizontal máximo mostra uma diferença muito pequena para todas
as alturas. Também foi visto que o muro de contenção que apresenta menor distorção relativa
para maiores alturas foi o MSRG, enquanto que, para menores elevações, o muro de flexão é
quem se destaca nesse aspecto. Além disso, a deformação máxima é menor no muro de solo
reforçado com geossintético.
5 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS