Ebook - DCAC - Fases de Desenvolvimento
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Desenvolvimento
Flávia Pereira
FASES DE DESENVOLVIMENTO DAS CRIANÇAS
Há muitos aspectos no desenvolvimento de uma criança que são previsíveis e
são padrões no seu desenvolvimento. Os dentes crescem, a criança começa a
engatinhar, andar e falar. Mais do que esses aspectos físicos, o que busco neste
trabalho é elucidar os aspectos comportamentais que são a única forma de
comunicação que essa criança tem, por anos incompreendida, podada,
limitada, a educação tradicional invisibiliza crianças. Quando você começar a
olhar para os comportamentos de outra forma, saber o que esperar e como
pode agir, ajudar e se conectar com sua criança em vez de silenciar,
invisibilizar com a educação tradicional tudo muda na sua casa.
Observar essa matriz humana acontecer é mágico, não tenhamos pressa! Sinto
que queremos que andem logo, que falem, que durmam a noite toda, que
lidem bem com seu mundo emocional, que tal fase passe e perdemos a magia
de crescer e aprender com cada oportunidade. Uma das bases da educação
positiva é sabermos o que é natural de cada idade para não criarmos
expectativas irreais sobre os nossos filhos. Mais do que isso, que possamos ser
guias, referências de compreensão e segurança para seu desenvolvimento.
A criança tem interações iniciais com o mundo que a cerca e assimila todas
as experiências que vivencia. É como se a criança fosse uma pequena
esponja, pronta para absorver tudo que estiver ao seu redor. E em forma de
COPING, como a ciência chama, os padrões de comportamento serão
aprendidos.
Que responsabilidade, né? Sem falar que temos nos três primeiros anos um
subconsciente todo na nossa mão. Que bom que você está aqui. Lendo
essas páginas, fazendo os cursos @pais.ajudam.pais e aprendendo que
nesses primeiros sete anos de vida teremos referência poderosa do que é
amor e aprender isso SENDO AMADOS. Que as crianças possam contar com
você para regular emocionalmente, como um bebê precisa, e, à medida que
vai crescendo receba, além de um ambiente seguro, um adulto que o ajude
a lidar com o mundo emocional. E isso você aprenderá em cada mentoria.
Então, aquele velho ditado “faça o que eu digo e não faça que eu faço” fica
sem base alguma na relação parental, reforçando ainda mais o convite divino
que nossos filhos nos trazem de potencializarmos nossa AUTOEDUCAÇÃO. Te
convido a ver como uma oportunidade, mais do que como um desafio
pesado. Vamos olhar para o copo meio cheio e não para o meio vazio?
No segundo setênio (dos 7 aos 14 anos)
Essa parte da vida do ser humano é quando ele irá praticar todas as
habilidades aprendidas na primeira infância. Inclusive praticar o amor
recebido, principalmente com sua figura maternante e como ela se relaciona
com os outros. Essa será uma referência base para sempre. Em relação ao
respeito, cuidado, limites, necessidades, a interação que media o mundo
para essa criança, que terá as primeiras interações sociais, isso tem um
marco importante. Imagino que você possa estar sentindo um mix de
emoções, dependendo de quantos anos sua criança tem hoje. Afirmo com
toda segurança que sempre há tempo.
A criança dos 7 aos 10 vai testar os próprios limites. Vai precisar conhecer
esse mundo onde está pronta para arriscar a autonomia que vem da
segurança das relações base.
Essa criança está vivendo os últimos anos da sua infância ainda necessitando
de muita corregulação, de muito contato físico para que no turbilhão de
emoções tenha o adulto de segurança e aos poucos consiga espelhar um
bom exemplo de conexão com seu próprio corpo com atitudes respeitosas
para com os demais.
Pulso vital do ser humano vem à tona. Posso buscar ser EU. E são nesses
momentos cruciais que nos tornamos quem nós somos. Confiamos na vida,
estamos ávidos por receber amor, por pertencer, por explorar, por sermos
validados. Esperamos não mais dos nossos pais, mas do mundo. Esse olhar
de compassividade e aceitação de quem somos. E muitas vezes compaixão e
aceitação não é o que encontramos. Talvez a sensação de nunca ser
compreendidos pelos pais ainda esteja presente em você, mas isso conta
sobre sua história.
O adolescente não quer se afastar dos pais, precisa de pais que permitam
que ele seja ele. Que o ame incondicionalmente e que aprenda com ele
nesse pulso vital de descobertas, as expectativas dos pais que aumentam a
distância, apagamento do adolescente tratado com obediência e
inferioridade uma vida inteira são motivos de sobra para uma rebeldia
plantada ano a ano. A rebeldia vista como ruim por muitos, eu alerto todos
vocês, é a última oportunidade de aproximação, de descoberta, de
crescimento, de vínculo verdadeiro que temos como pais. Como apaixonada
por adolescentes afirmo que o jovem apagado, que não se rebela, que está
atendendo o tempo todo as expectativas dos pais, que abriu mão de si e
não tem espaço para raiva, medo, tristeza dentro de casa são os que estão
apresentando mais frequentemente comportamentos autolesivos,
automutilação, ingerindo drogas, procurando contato com sexo de forma
promiscua, viciados em pornografia, ideação suicida, quando não estão
medicalizados e anestesiados pelo boom de diagnósticos.
Atenção! Tudo que coloquei aqui, segui referências que estão no final do
ebook e espero que você use apenas como uma referência mesmo, que te
traga uma direção, entendimento e compreensão. Isso não é uma caixinha
onde você tem que encaixar seu filho para saber se ele está “normal”, ok?
Não, isso tudo não estraga e não se acostuma mal, ao contrário do que você
deve ter crescido ouvindo ou recebido.
Seu mundo é a Mãe que está em completa fusão emocional (ou figura
maternante). Curiosa, exploradora por natureza, é muito agradável estar com
ela. Mostra a nós, adultos, como é estar conectado verdadeiramente com
suas necessidades. CHORA e chora, para tudo que precisa e não hesita em
pedir NADA! Está coberta de razão. Choro é comunicação e calar o choro ou
ignorá-lo passa a mensagem de que o que ela sente e precisa não importa. E
não existe criança que chora demais ou de menos, cada uma chora o que é
necessário para si. Então, não compare com ninguém.
Aos seis meses, quando a criança já consegue sentar (não antes disso) ela
está pronta para experimentar alimentos e ser introduzida a eles.
Experimenta o mundo pela boca. Além de alimentos, TUDO vai até a boca. Não
existe problema nisso é nossa função é suprir essa necessidade dando a ela, o
que pode ser levado a boca com segurança. Mordedores e brinquedos mais
moles ajudarão a coçar a gengiva que incomoda muito no surgimento dos
primeiros dentinhos.
O "não", não funciona. Já percebeu? É muito mais eficiente que você se levante,
se aproxime, e direcione para o que ela PODE fazer. Troque o "não coloca isso na
boca" por "esse longe da boca, esse pode" (alcance o mordedor ou objeto
seguro). Sei que isso é um desafio para muitos de nós, sai automático o “não!”.
Isso vai durar muito tempo ainda.
Tem o cérebro na fase que mais aprende na vida! Quando você estiver prestes a
se irritar com uma criança que tem menos de um ano, lembre-se que o cérebro
dela tem milhões de sinapses (conexões de neurônios que são criadas por
segundo). Um trabalho que impõe respeito, visualizar um cérebro em
construção pode ajudar você a segurar qualquer impulso
1 ano
Esse ser está cada dia mais dominando seu corpinho. Ainda é totalmente
incapaz de seguir regras, muito menos de compreendê-las pela imaturidade
do seu cérebro. Ele não é teimoso, é um ser humano de UM ano, que sem essa
"teimosia" nem conseguiria andar. Cai, levanta, não desiste. Há mais sabedoria
nesse ser todo conectado com sua essência do que nossa visão limitada com
a educação tradicional pode imaginar.
Essa criança precisa de interação com pessoas que a façam sentir segura. Muita
proximidade corporal, musiquinhas, olho no olho, passeios de sling, sentir que
pode seguir expressando o que precisa e que será compreendida e atendida
em suas necessidades básicas.
É nosso papel manter o ambiente seguro, guardar os objetos frágeis no alto para
que a criança possa manipular tudo que estiver ao seu alcance. Sentar, se
arrastar, rolar, engatinhar, começar com seus passinhos, são muitas descobertas
e que podem gerar uma desregulação emocional. Eles não conseguem se
regular emocionalmente. Toda expressão de desconforto virá com choro, e eles
nessa fase precisam de um adulto responsivo que valide sua emoção e com sua
ajuda, o regule emocionalmente. A famosa CORREGULAÇÃO. É importantíssimo
que o CO da correlação, que somos nós adultos, estejamos cientes de que nosso
papel é acalmar e modelar como podemos fazer isso, JUNTOS.
O que funciona muito bem é você curar sua ferida de infância, quando cresceu
ouvindo "não" o tempo todo e ganhando um tapinha na mão. Agora você sabe
que não funciona e só faz a criança se sentir inadequada e confusa. Coloque a
criança perto do que ela pode mexer. Nossa intervenção amorosa vale mais do
que qualquer NÃO.
O não é abstrato, nosso cérebro não reconhece, precisa invocar uma imagem e
não tem essa capacidade. Ela não compreende a ideia de tempo, futuro,
passado. “Nunca mais", "só um minuto, filha” não tem sentido algum. Ela está
100% PRESENTE, está no AGORA.
Isso não o faz inferior, é apenas um cérebro que ainda não desenvolveu
noção de tempo e espaço. Se comunica como pode com as habilidades que
tem. Grita, bate quando frustrada, assim como todo “filhote” até morde, por
não ter desenvolvido o seu mecanismo de regulação.
1 ano
É espontâneo o bater. Impeça que machuque a si ou aos outros, e, nesse
momento ensinamos o que faz dodói e mostramos outras formas de podermos
comunicar o que precisamos, focando sempre na causa. Nomeamos a causa da
agressividade que é funcional e está sendo uma comunicação para a gente e
focamos no que queremos ensinar sempre!
Faço uma brincadeira dizendo que eles têm a memória da Dory. Isso quer
dizer que você precisa repetir a mesma coisa INÚMERAS vezes até que ela
consiga associar e aprender. Repetição de maneiras diferentes até que
vamos aprendendo. Por isso é importante repetir o que pode ser feito, não
apenas o que você NÃO QUER QUE SEJA FEITO.
É natural que mexa em tudo para conhecer seu corpo e o mundo. A criança
está muito mais interessada em exercitar suas habilidades do que alcançar o
objetivo. Encoraje isso! Onde ela pode! Eles precisam de movimento,
engatinhar, subir, escalar, rolar e babar por onde for com segurança e amparo.
Por volta dessa idade, um pouco mais um pouco menos, as crises neurológicas
do desenvolvimento do seu cérebro se intensificam, e a chamada culturalmente
“birra” - rótulo que eu não gosto, muito menos o terrible two, (só mostra como o
adulto desconhece o desenvolvimento humano).
Dizem "não" para tudo que é proposto, além de bater, morder ou empurrar
quando estão contrariados. Não esqueça que ela reage melhor ao toque do que
às palavras, então, não adianta gritar do sofá pra ela parar de bater no cachorro,
ela não consegue associar a sua fala à atitude esperada. Muito menos bater nela
para ensinar que ela não deve bater! Imensa incoerência da educação
tradicional.
2 anos
Levante, toque nela e mostre o que precisa ou pode ser feito. Quando estiver
em crise, mudar de ambiente ajuda o cérebro dela a se organizar, dentro das
suas possibilidades, e assim ambos se acalmam e você se afasta dos olhares
que te apavoram, porque cresceu inseguro e dependente do controle externo
dos seus pais. Hoje temos essa ferida e nos importamos mais com o que os
adultos pensam sobre nós do que estamos dispostos a ajudar nossa criança que
está com seu comportamento pedindo nossa ajuda para se corregular. Até um
ano ou um ano e meio (não é ciência exata) a criança precisa de regulação, isso
quer dizer que, o adulto a regula, aqui entra a corregulação, você é modelo para
ela e ela te imita, e assim os dois juntos aprenderão e se corregular. Pode
parecer um desafio, mas eu te convido a ver como um presente e uma
oportunidade.
Ela precisa da ordem para se entender. Se você todo dia coloca primeiro a
calça e depois a blusa, quando essa ordem for invertida ela vai chorar e
reclamar. Em vez de brigar, acolha. "Para você era muito importante colocar a
meia por último, né?" Eles amam nessa idade fazer as coisas junto com os
pais, mostre que você o observa “posso ver que você conseguiu descascar a
banana”, “você está descendo da cama, uau”.
Reforço que a criança aprende por imitação, sejamos todos bons exemplos, o
meio em que eles crescem observando atitudes, gestos, palavras,
relacionamento é que educam esse ser humaninho que você ama para a vida
toda.
Precisamos acolher nossa dor que ainda ressoa "criança não tem querer".
Tem querer sim, e isso por si só já é uma imensa oportunidade de você quebrar
o ciclo violento da educação tradicional e começar a ver a criança como um ser
humano digno de direito, o que aprendemos na semana 1 do áudio curso +
mentoria @pais.ajudam.pais NA PRÁTICA.
Nessa fase é que seus primeiros atos mentais começam a ser percebidos. A
criança começa a conseguir brincar sozinha, fantasiando em silêncio ou falando
consigo mesma. Começam os medos e as emoções podem ganhar formas na
imaginação deles. Precisamos normalizar despertares noturnos. Até três anos
são naturais, e nessa fase podem ser por medo, e esse medo não pode ser
diminuído nem minimizado, precisa da sua presença, proximidade, e é aí que
sua criança encontra SEGURANÇA QUE PRECISA.
Ela consegue perceber poucas coisas do tempo (através dos ritmos naturais
do dia) e do espaço através do andar. Agora diante dessas variáveis TEMPO
E ESPAÇO ela começará a percepção de si mesma. Começa a surgir a
memória.
Lembre-se: não precisa envergonhar sua criança ou fazer ela se sentir mal por
ter errado, ela precisa do seu apoio para aprender a reparar e gastar energia
corrigindo e não se defendendo de você. Por exemplo: "O-OU derrubou suco,
vamos secar com esse pano?"
Quando sua reação não é opressora a criança não se assustará e sentirá que te
decepcionou, porque afinal, errar é humano e faz parte da infância e da vida!
Gostam de agradar e não são raras as vezes que tem amigos imaginários.
Se interessa pelas pessoas, pela vida e pelo mundo, descobre planetas e muitos
por quês aparecem. É aventureiro, tem uma grande imaginação e vê coisas
que mais ninguém vê. As capacidades verbais e de raciocínio se desenvolvem
exponencialmente e é possível manter conversas fantásticas com este
pequeno ser que reflete muito sobre o mundo.
Amoroso, pode ser a primeira vez que você vai ouvir tantos “te amo mamãe” “te
amo papai” quando se sentem vistos e encorajados. São pequenos filósofos
“Quem é a mãe da mãe de Deus?", "Como começou tudo?".
As emoções têm altos e baixos e, por vezes, a criança não entende bem o que
é dela e o que não é. Pode começar a utilizar e a testar palavras “feias” e a ser
mal educada; e, portanto, quanto mais contrariada for, mais reagirá.
Eu penso que, se no seu propósito como pais está que deseja que sua criança
seja um adulto questionador, que seja proativo e determinado, talvez essa seja
uma boa oportunidade para dar espaço e ouvir e, se possível, ceder. Quando não
for possível, bancar a frustração e acolher o choro, validar a tentativa e explicar o
motivo, a razão que te fez escolher por não permitir. Aqui o conhecido “porque
não” não entra! Seja curioso e estimule o pensar “de que maneira podemos
resolver isso juntos?”. Isso evita disputa de poder e faz com que a criança se sinta
importante. “Você tem alguma ideia para solucionarmos isso respeitosamente?”.
A imaginação está a todo vapor, ela percebe que pode manipular e abre
espaço para a mentira. E, sem noção completa da diferença do real e do
imaginário, ela fala coisas que são verdade apenas na imaginação dela.
Insegurança diante disso é normal, mas essa criança não é maldosa, é seu
cérebro criativo em desenvolvimento. Você pode dar asas à imaginação,
fantasiar junto e depois fechar a história perguntando a verdade, ensinando
a diferença, a importância da verdade, e tendo consciência que é parte do
desenvolvimento. Saiba que isso pode repetir e repetir.
Essa mesma imaginação pode levar você a pensar que ela está te enrolando.
Mas a criança que sabe vestir o pijama sozinha, coloca a calça e se distrai com
as meias e um brinquedo que encontrou no caminho, ela está mergulhada no
mundo dela. Ela se distrai facilmente mesmo. Ela também não consegue conter
a língua. Então, cuidado com o que fala na frente dela e lembre-se de ser
exemplo, que a possibilidade de ser corrigida e a criança dizendo que não foi
assim não que aconteceu, é grande.
4 anos
Por quês mil precisam de resposta, nem que seja “não sei, o que você acha?”
Ou “vamos pesquisar amanhã?”.
O crescimento é nítido.
Aqui, precisamos mostrar todas as emoções das crianças como são, não tem boa
e ruim, e todas elas são passageiras. Aprender o que fazer e como agir com
respeito em cada momento. Isso é, como quase tudo, muito exemplo!
Lembre-se: o que você faz, fala tão alto, que eles não escutam o que você diz!
6 anos
O complicador.
Contesta com muita frequência a autoridade dos pais "Você não manda em
mim!". E esse enfrentamento com essa pessoinha maior, se torna desafiadora
porque ela expressa a insatisfação com veemência.
Ao mesmo tempo precisa da aprovação dos pais. Pode mentir para os pais
apenas para agradá-los. Quando os pais perguntam: "Foi você quem fez isso?",
não vem à mente responder a verdade. Se achar que você quer escutar "fui eu!",
vai dar essa resposta. Idem para "não fui eu!". Importante ensinar honestidade e
verdade, de maneira amorosa e sem questionar o caráter!
Nessa idade costuma ficar mais criteriosa para provar coisas novas, escolhendo
sempre os mesmos alimentos e sabores. As brigas são mais raras e costumam
acontecer quando sente a sua independência ameaçada, por isso, construir
regras juntos e fazer acordos aumenta a colaboração e facilita a vida. Ele precisa
sentir que é considerado e que a sua opinião importa!
A maioria dos pedagogos acredita que aos sete anos é a idade ideal para
começar o primeiro ano letivo. Abre-se um mundo novo de aprendizagem, seu
cérebro está pronto para isso. Além de adquirir novos aprendizados, é na
escola que será o espaço em que ela vai vivenciar os papéis sociais. Papéis
muito bem definidos em sala de aula: o tímido, a falante, o calado, a líder, o
bom aluno, a bagunceira. Começa a compreender maneiras socialmente
aceitas de exprimir as emoções. Pode manter as mudanças de humor
drásticas, fica amuado e julga em demasia os outros.
Reforce que as emoções são temporárias, que está se sentindo assim agora, e
tudo bem. As emoções fazem parte de todos nós, mas não são permanentes, vêm
e vão.
Mostre isso com exemplos da sua vida também, em você também e que estamos
em constante evolução.
Fique atento para que não se cobre muito. Se conecte mostrando interesse pelas
coisas que ela gosta e mergulhe na vida deles.
8 anos
O mágico.
Entusiasta e espontâneo, cheio de ideias e fantasias, brinca, ri, explora coisas novas
e encontra soluções. É bastante independente e aberto. Consegue expressar cada
vez melhor suas emoções, pensamentos e experiências.
Oito anos marca o início do segundo setênio, além do universo escolar, e com
início intenso da vida social, a criança começa a fase de conversar: começa cada
vez mais a ter uma vida interior por meio das vivências e trocas fora de casa.
Basta questioná-la para ouvirmos “meu professor disse que é assim, ele sabe”.
Além dos papéis sociais, essa criança ainda precisa muito brincar. Atenção na vida
moderna! Precisamos estar atentos aos conteúdos e tempo de telas e nunca
esqueça que essa é uma responsabilidade NOSSA, dos adultos.
8 anos
É por meio do brincar que ela continua a fazer descobertas sobre ela e sobre o
mundo. Através do brincar ela também vai experimentar os papéis sociais,
suas regras, limites, e trabalhar sua imaginação e criatividade. Bandido,
mocinho, vilões. Expressões artísticas e música são muito importantes e quase
esquecidas nos dias de hoje. Fiquem atentos para não encher a crianças de
coisas para fazer, como tarefas extracurriculares e certifique-se que ela tenha
tempo livre para brincar, para expressar sua autonomia criativa. É natural que
o mágico de oito anos faça traquinagens e seja arteiro, tenham ideias
mirabolantes, na cabeça desses pequenos inventores.
O buscador. Nessa idade a criança está à procura de si, dos amigos, do sentido
da vida, do amor, de carinho, de algo engraçado e interessante para fazer.
Queixa-se muito e encontra poucas soluções. É natural que dos 9 aos 12 anos a
criança se sinta mais sozinha, mais sensível. Surgem medos de diferentes
formas, questionamentos sobre morte, sobre as coisas da natureza e DEUS.
Nessa época, é comum que a criança desafie as regras e seus próprios limites
com mais intensidade. O ato de desafiar regras e limites deve ser entendido
como uma necessidade de encontrá-lo, para que ela tenha certeza que os pais e
os professores sabem e estão seguros para onde as estão conduzindo. É a busca
por segurança e coerência.
Essa pessoa que sempre precisou de você até agora, passa a te ensinar mais
coisas, além de tudo que ele te ensinou sobre você mesmo. Agora vocês já têm
um relacionamento mais complexo. Escute sempre primeiro, reflita sempre
como ele está sem sentindo e cuide para não ser condescendente nem
menosprezar o que ele sente.
Ele cresceu, mas ainda quer ser cuidado por você. Claro que não deixa isso
óbvio. Aqui o apoio dos pais vale mais do que qualquer elogio. Controles, a essa
altura, você já percebeu que afasta o relacionamento de vocês. É uma das
piores fases para usar o “porque sim”. Mantenha a autoridade empática e
responsável da relação e convide-o para fazer parte das soluções, negocie
sempre quando se trata de regras e disciplina. Regras e rotina, limites de telas e
aulas extras, mais do que nunca, precisam ser construídas com a participação
deles. Você terá aqui no áudio curso todo o conhecimento que precisa para
fazer isso acontecer. Os 10 anos são conhecidos com a idade mais feliz, uma fase
tranquila.
11 anos
O Emotivo.
Aos 11 anos começa uma nova fase de mudanças. É um período de crescimento
mais rápido. Dão-se grandes mudanças corporais e hormonais, numa preparação
para a puberdade. Há ainda uma grande mudança no ciclo de ensino e,
normalmente, na escola. Uma fase escolar com mais exigência e pressão. É um
misto de ansiedade e confusão emocional. Naturalmente, podem ser duras
consigo mesmas e sensíveis às críticas externas. A crítica dos pais ferem
profundamente, pontuam com frequência nossa incongruência, exigem respeito,
que pode ser interpretado com rebeldia, quando não compreendida tende a se
isolar. É importantíssimo o apoio dos pais e compreensão com suas
inconstâncias, parecendo maduras para algumas coisas e totalmente imaturas
para outras.
Conforme se aproxima da adolescência seu filho pode relutar mais a falar com
você sobre experiências dolorosas. Respeite o espaço dele e siga mostrando
interesse. A cada dia que chega, sua presença começa a ser menos apreciada e
você precisa ir se preparando para isso. Isso é verdade e quanto mais experiências
legais e leves vocês conseguirem construir juntos, algo que marca ou tem o ritual
de vocês, mais ele desejará ficar com vocês nos próximos anos.
É provável que sinta mais sono, o que é natural, uma vez que necessita de mais
sono regenerativo neste período de grande crescimento. Que na despedida da
infância e no começo da adolescência, na busca por autonomia, pensamentos
e individualidade, você consiga respeitar os espaços e o faça sentir que terá
amparo e porto seguro amoroso na vida dele.
Finalizando…
As fases de desenvolvimentos não seguem uma razão lógica, os seres humanos são
um universo de individualidades assim como o meio e as relações que influenciam
diretamente no seu desenvolvimento. Esse material não é uma caixinha para
encaixar sua criança, serve apenas para você ter uma pequena base do que é
esperado e natural de cada fase.
Recomendo os LIVROS:
O Cérebro da Criança
O Cérebro do Adolescente
O Cérebro que Diz Sim
TODOS VOCÊS ENCONTRAM NO DESTAQUE DO MEU PERFIL - LIVROS.
Referências bibliográficas do ebook:
A Arte de Educar em
Família A Pedagogia
Waldorf O Cérebro da
Criança Já Tentei de
Tudo Meu Filho me
Enlouquece O Cérebro
que Diz Sim Educar com
Mindfulness Por que o
Amor é Importante