Ebook - DCAC - Fases de Desenvolvimento

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Fases de

Desenvolvimento

Flávia Pereira
FASES DE DESENVOLVIMENTO DAS CRIANÇAS
Há muitos aspectos no desenvolvimento de uma criança que são previsíveis e
são padrões no seu desenvolvimento. Os dentes crescem, a criança começa a
engatinhar, andar e falar. Mais do que esses aspectos físicos, o que busco neste
trabalho é elucidar os aspectos comportamentais que são a única forma de
comunicação que essa criança tem, por anos incompreendida, podada,
limitada, a educação tradicional invisibiliza crianças. Quando você começar a
olhar para os comportamentos de outra forma, saber o que esperar e como
pode agir, ajudar e se conectar com sua criança em vez de silenciar,
invisibilizar com a educação tradicional tudo muda na sua casa.

Há uma ideia de quando é suposto cada etapa acontecer.

Essa sabedoria pode ajudar a perceber quando as coisas estão bem e


quando pode estar ligando um alerta e precisamos estar atentos.

Quando falo do desenvolvimento natural do ser humano, falo do desenho da


matriz humana. A natureza NÃO define exatamente quando uma criança irá
começar a andar. No entanto, há de se assegurar certas condições que
permitam que a criança possa se desenvolver com saúde física e emocional e
proporcionar um ambiente seguro para isso é responsabilidade dos adultos.

Observar essa matriz humana acontecer é mágico, não tenhamos pressa! Sinto
que queremos que andem logo, que falem, que durmam a noite toda, que
lidem bem com seu mundo emocional, que tal fase passe e perdemos a magia
de crescer e aprender com cada oportunidade. Uma das bases da educação
positiva é sabermos o que é natural de cada idade para não criarmos
expectativas irreais sobre os nossos filhos. Mais do que isso, que possamos ser
guias, referências de compreensão e segurança para seu desenvolvimento.

De forma geral, vou dividir de 0 a 21 anos em 3 setênios.


No primeiro setênio (de 0 a 7 anos)
Podemos observar que a criança se desenvolve por meio do ato de
EXPERIMENTAR, com uma intensa vontade de experimentar o mundo. Esse
ato de conhecer o mundo é feito por meio do movimento. Nessa época a
criança age sem pensar, é neurologicamente imatura, seu cérebro está em
desenvolvimento, com o seu instinto e atua, impulsivamente, com seus
braços e pernas. É 100% dependente e precisa ser. Todos somos desenhados
para nos relacionar e precisamos de vínculo de APEGO SEGURO. Um
cuidador central maternante será responsável por esse vínculo e o
desenvolvimento integral e referência para a vida toda sobre relações
humanas que se desenvolverá dessa relação.

A criança tem interações iniciais com o mundo que a cerca e assimila todas
as experiências que vivencia. É como se a criança fosse uma pequena
esponja, pronta para absorver tudo que estiver ao seu redor. E em forma de
COPING, como a ciência chama, os padrões de comportamento serão
aprendidos.

Que responsabilidade, né? Sem falar que temos nos três primeiros anos um
subconsciente todo na nossa mão. Que bom que você está aqui. Lendo
essas páginas, fazendo os cursos @pais.ajudam.pais e aprendendo que
nesses primeiros sete anos de vida teremos referência poderosa do que é
amor e aprender isso SENDO AMADOS. Que as crianças possam contar com
você para regular emocionalmente, como um bebê precisa, e, à medida que
vai crescendo receba, além de um ambiente seguro, um adulto que o ajude
a lidar com o mundo emocional. E isso você aprenderá em cada mentoria.

Então, aquele velho ditado “faça o que eu digo e não faça que eu faço” fica
sem base alguma na relação parental, reforçando ainda mais o convite divino
que nossos filhos nos trazem de potencializarmos nossa AUTOEDUCAÇÃO. Te
convido a ver como uma oportunidade, mais do que como um desafio
pesado. Vamos olhar para o copo meio cheio e não para o meio vazio?
No segundo setênio (dos 7 aos 14 anos)

Essa parte da vida do ser humano é quando ele irá praticar todas as
habilidades aprendidas na primeira infância. Inclusive praticar o amor
recebido, principalmente com sua figura maternante e como ela se relaciona
com os outros. Essa será uma referência base para sempre. Em relação ao
respeito, cuidado, limites, necessidades, a interação que media o mundo
para essa criança, que terá as primeiras interações sociais, isso tem um
marco importante. Imagino que você possa estar sentindo um mix de
emoções, dependendo de quantos anos sua criança tem hoje. Afirmo com
toda segurança que sempre há tempo.

A criança dos 7 aos 10 vai testar os próprios limites. Vai precisar conhecer
esse mundo onde está pronta para arriscar a autonomia que vem da
segurança das relações base.

É apenas aos 7 anos que se inicia o desenvolvimento do pensamento lógico,


antes disso o pensamento do ser humano é totalmente concreto e literal.
Muitos pais, escolas e profissionais esquecem, ou não sabem, dessa
informação e cobram muito mais das crianças do que elas
podem nos dar, gerando angústias e muita ansiedade.

Essa criança está vivendo os últimos anos da sua infância ainda necessitando
de muita corregulação, de muito contato físico para que no turbilhão de
emoções tenha o adulto de segurança e aos poucos consiga espelhar um
bom exemplo de conexão com seu próprio corpo com atitudes respeitosas
para com os demais.

A entrada da adolescência marca os 10 anos, que para a Sociedade Brasileira


de Pediatria a adolescência é o período dos 10 aos 20 anos. Você sabia? Um
mundo novo se abre. Especificamente entre os 12 e 14 anos o adolescente
precisa muito do adulto, precisa que este seja o elo entre ela e o mundo. E
esse adulto que fará o elo é alguém que essa criança ame profundamente.
Na adolescência temos a incrível oportunidade de ressignificar experiências.
E também vem à tona aquilo tudo o que não me foi ensinado: relacionar.
Relacionar comigo: minhas emoções, sensações e com o outro. Tudo que
plantamos com pais na infância iremos colher na adolescência, também
podemos escolher fazer a diferença na vida dos nossos filhos. Por isso que
na educação positiva chamamos de segundo nascimento.

Pulso vital do ser humano vem à tona. Posso buscar ser EU. E são nesses
momentos cruciais que nos tornamos quem nós somos. Confiamos na vida,
estamos ávidos por receber amor, por pertencer, por explorar, por sermos
validados. Esperamos não mais dos nossos pais, mas do mundo. Esse olhar
de compassividade e aceitação de quem somos. E muitas vezes compaixão e
aceitação não é o que encontramos. Talvez a sensação de nunca ser
compreendidos pelos pais ainda esteja presente em você, mas isso conta
sobre sua história.

Não precisa ser a de seu filho ou de sua filha.


No terceiro setênio (dos 14 aos 21) - A adolescência
O segundo nascimento. Adoro a visão de que o ser humano nessa fase vai
para o mundo viver todo o resultado de uma infância vivida, experienciar sua
relação primária nos demais, usará sua referência de amor, respeito,
dignidade, cuidado no mundo, ainda dependenteemocionalmente da figura
maternante. O ser humano vive nas suas relações uma repetição.

Muitos pais ainda feridos da infância e adolescência acham que controle e


rigidez, regras limites, ordem é o que salvará os adolescentes. E o abismo só
aumenta. Precisamos buscar a qualidade da relação urgente para que esse
ser esteja experienciando a vida, o ser ele mesmo, toda a sua potencialidade,
que use sua vocação, seu ir para o mundo com potência.

O adolescente não quer se afastar dos pais, precisa de pais que permitam
que ele seja ele. Que o ame incondicionalmente e que aprenda com ele
nesse pulso vital de descobertas, as expectativas dos pais que aumentam a
distância, apagamento do adolescente tratado com obediência e
inferioridade uma vida inteira são motivos de sobra para uma rebeldia
plantada ano a ano. A rebeldia vista como ruim por muitos, eu alerto todos
vocês, é a última oportunidade de aproximação, de descoberta, de
crescimento, de vínculo verdadeiro que temos como pais. Como apaixonada
por adolescentes afirmo que o jovem apagado, que não se rebela, que está
atendendo o tempo todo as expectativas dos pais, que abriu mão de si e
não tem espaço para raiva, medo, tristeza dentro de casa são os que estão
apresentando mais frequentemente comportamentos autolesivos,
automutilação, ingerindo drogas, procurando contato com sexo de forma
promiscua, viciados em pornografia, ideação suicida, quando não estão
medicalizados e anestesiados pelo boom de diagnósticos.

Preocupante, eu sei. Estar na pele dos adolescentes hoje em dia está


sufocante. Precisamos aprender a ser base segura para que eles sejam eles e
saibam que sempre terão amor e compreensão, um lar que sempre querem
voltar dos seus voos por liberdade.

Atenção! Tudo que coloquei aqui, segui referências que estão no final do
ebook e espero que você use apenas como uma referência mesmo, que te
traga uma direção, entendimento e compreensão. Isso não é uma caixinha
onde você tem que encaixar seu filho para saber se ele está “normal”, ok?

Sinto que se faz necessário esse alerta!

Agora vamos explorar mais um pouquinho cada idade.


O Recém-nascido
Um bebê, frágil, conectado emocionalmente com o mundo emocional da
figura maternante, que na maioria das vezes nem percebe essa fusão
emocional. Esse ser habitou o ventre de uma mãe que sente o que ela
sente, segue super imatura necessitando de exterogestação. Entre os
mamíferos, o ser humano é um dos únicos que nasce sem estar
desenvolvido ao ponto de conseguir se nutrir, por isso precisa continuar seu
desenvolvimento por meses ainda fora do útero, quanto mais grudadinho
na sua mãe, melhor. Necessita de muito colo, amor, amparo, comunicação,
nutrição (emocional e física).

Não, isso tudo não estraga e não se acostuma mal, ao contrário do que você
deve ter crescido ouvindo ou recebido.

Seu mundo é a Mãe que está em completa fusão emocional (ou figura
maternante). Curiosa, exploradora por natureza, é muito agradável estar com
ela. Mostra a nós, adultos, como é estar conectado verdadeiramente com
suas necessidades. CHORA e chora, para tudo que precisa e não hesita em
pedir NADA! Está coberta de razão. Choro é comunicação e calar o choro ou
ignorá-lo passa a mensagem de que o que ela sente e precisa não importa. E
não existe criança que chora demais ou de menos, cada uma chora o que é
necessário para si. Então, não compare com ninguém.

Aos seis meses, quando a criança já consegue sentar (não antes disso) ela
está pronta para experimentar alimentos e ser introduzida a eles.

Experimenta o mundo pela boca. Além de alimentos, TUDO vai até a boca. Não
existe problema nisso é nossa função é suprir essa necessidade dando a ela, o
que pode ser levado a boca com segurança. Mordedores e brinquedos mais
moles ajudarão a coçar a gengiva que incomoda muito no surgimento dos
primeiros dentinhos.

O "não", não funciona. Já percebeu? É muito mais eficiente que você se levante,
se aproxime, e direcione para o que ela PODE fazer. Troque o "não coloca isso na
boca" por "esse longe da boca, esse pode" (alcance o mordedor ou objeto
seguro). Sei que isso é um desafio para muitos de nós, sai automático o “não!”.
Isso vai durar muito tempo ainda.

Vivemos numa sociedade patriarcal que desconhece como o ser humano se


desenvolve.

Foque na solução “como posso te ajudar?".

Tem o cérebro na fase que mais aprende na vida! Quando você estiver prestes a
se irritar com uma criança que tem menos de um ano, lembre-se que o cérebro
dela tem milhões de sinapses (conexões de neurônios que são criadas por
segundo). Um trabalho que impõe respeito, visualizar um cérebro em
construção pode ajudar você a segurar qualquer impulso
1 ano
Esse ser está cada dia mais dominando seu corpinho. Ainda é totalmente
incapaz de seguir regras, muito menos de compreendê-las pela imaturidade
do seu cérebro. Ele não é teimoso, é um ser humano de UM ano, que sem essa
"teimosia" nem conseguiria andar. Cai, levanta, não desiste. Há mais sabedoria
nesse ser todo conectado com sua essência do que nossa visão limitada com
a educação tradicional pode imaginar.

Essa criança precisa de interação com pessoas que a façam sentir segura. Muita
proximidade corporal, musiquinhas, olho no olho, passeios de sling, sentir que
pode seguir expressando o que precisa e que será compreendida e atendida
em suas necessidades básicas.

É nosso papel manter o ambiente seguro, guardar os objetos frágeis no alto para
que a criança possa manipular tudo que estiver ao seu alcance. Sentar, se
arrastar, rolar, engatinhar, começar com seus passinhos, são muitas descobertas
e que podem gerar uma desregulação emocional. Eles não conseguem se
regular emocionalmente. Toda expressão de desconforto virá com choro, e eles
nessa fase precisam de um adulto responsivo que valide sua emoção e com sua
ajuda, o regule emocionalmente. A famosa CORREGULAÇÃO. É importantíssimo
que o CO da correlação, que somos nós adultos, estejamos cientes de que nosso
papel é acalmar e modelar como podemos fazer isso, JUNTOS.

Lembra o que leu acima sobre o NÃO? Não funciona.

O que funciona muito bem é você curar sua ferida de infância, quando cresceu
ouvindo "não" o tempo todo e ganhando um tapinha na mão. Agora você sabe
que não funciona e só faz a criança se sentir inadequada e confusa. Coloque a
criança perto do que ela pode mexer. Nossa intervenção amorosa vale mais do
que qualquer NÃO.

O não é abstrato, nosso cérebro não reconhece, precisa invocar uma imagem e
não tem essa capacidade. Ela não compreende a ideia de tempo, futuro,
passado. “Nunca mais", "só um minuto, filha” não tem sentido algum. Ela está
100% PRESENTE, está no AGORA.

Isso não o faz inferior, é apenas um cérebro que ainda não desenvolveu
noção de tempo e espaço. Se comunica como pode com as habilidades que
tem. Grita, bate quando frustrada, assim como todo “filhote” até morde, por
não ter desenvolvido o seu mecanismo de regulação.
1 ano
É espontâneo o bater. Impeça que machuque a si ou aos outros, e, nesse
momento ensinamos o que faz dodói e mostramos outras formas de podermos
comunicar o que precisamos, focando sempre na causa. Nomeamos a causa da
agressividade que é funcional e está sendo uma comunicação para a gente e
focamos no que queremos ensinar sempre!

Importante: Nunca leve para o lado pessoal!

Faço uma brincadeira dizendo que eles têm a memória da Dory. Isso quer
dizer que você precisa repetir a mesma coisa INÚMERAS vezes até que ela
consiga associar e aprender. Repetição de maneiras diferentes até que
vamos aprendendo. Por isso é importante repetir o que pode ser feito, não
apenas o que você NÃO QUER QUE SEJA FEITO.

Percebe a imensa diferença?

É natural que mexa em tudo para conhecer seu corpo e o mundo. A criança
está muito mais interessada em exercitar suas habilidades do que alcançar o
objetivo. Encoraje isso! Onde ela pode! Eles precisam de movimento,
engatinhar, subir, escalar, rolar e babar por onde for com segurança e amparo.

Como todo bebê, independente da nacionalidade, já balbucia, linguagem


universal do bebê, o bebenês é algo que deve ser estimulado. Essa troca “boba”
para muitos adultos é crucial, e tem que ser com humanos, olho no olho,
corações conectados para que o bebê sinta a presença e a conexão com os pais
e faça INTERAÇÕES mama e papa.

(Não entra eletrônicos aqui! Busque as recomendações da sociedade brasileira,


americana e canadense de pediatria).
2 anos
"O Reizinho".

A criança nessa idade se vê como o centro do mundo, adicionando a esse


poder um forte sentido de responsabilidade. É como se toda a existência da
família dependesse dela. O pequeno REI, "eu” “meu”, quer comandar. O
domínio é uma grande felicidade também. Elas descobrem que não são
parte do papai e da mamãe. Por isso querem fazer as coisas do jeito delas! E
querem fazer tudo sozinhas! Não é sobre você, é sobre descobrir as próprias
potencialidades! Nunca leve para o pessoal. É seu processo de
INDIVIDUAÇÃO iniciando. Ela está separada da mãe com a qual viveu quase
três anos (da gestação até aqui, no mesmo mundo emocional).

Mas se organize, comece a se arrumar para sair um tempo antes, quando


puder. Considere esse tempo importante para o desenvolvimento das novas
habilidades! Seja colocar o chinelo sozinho ou entrar no carro – no tempo
dele. Isso é importantíssimo!

Por volta dessa idade, um pouco mais um pouco menos, as crises neurológicas
do desenvolvimento do seu cérebro se intensificam, e a chamada culturalmente
“birra” - rótulo que eu não gosto, muito menos o terrible two, (só mostra como o
adulto desconhece o desenvolvimento humano).

Os terríveis dois anos, quando compreendemos a infância, passam a se


chamar INCRÍVEIS dois anos. É "TERRIBLE" apenas para adultos que querem
dominar, ter poder, oprimir e não compreendem o mínimo sobre
desenvolvimento humano.

Esse é um período de grandes e intensas mudanças para a criança e para a


família. A criança quer manifestar sua independência, mas ainda se sente
insegura ou não consegue, e as crises além de serem no cérebro, também são
emocionais.

Frustrações são frequentes e precisam de nós para conduzi-los e ensiná-los a


lidar com seu mundo emocional. Quanto melhor os pais conseguem lidar com
as crises emocionais do pequeno, melhor, mais fácil e menos intensa, será a
transição e esse momento.

Dizem "não" para tudo que é proposto, além de bater, morder ou empurrar
quando estão contrariados. Não esqueça que ela reage melhor ao toque do que
às palavras, então, não adianta gritar do sofá pra ela parar de bater no cachorro,
ela não consegue associar a sua fala à atitude esperada. Muito menos bater nela
para ensinar que ela não deve bater! Imensa incoerência da educação
tradicional.
2 anos
Levante, toque nela e mostre o que precisa ou pode ser feito. Quando estiver
em crise, mudar de ambiente ajuda o cérebro dela a se organizar, dentro das
suas possibilidades, e assim ambos se acalmam e você se afasta dos olhares
que te apavoram, porque cresceu inseguro e dependente do controle externo
dos seus pais. Hoje temos essa ferida e nos importamos mais com o que os
adultos pensam sobre nós do que estamos dispostos a ajudar nossa criança que
está com seu comportamento pedindo nossa ajuda para se corregular. Até um
ano ou um ano e meio (não é ciência exata) a criança precisa de regulação, isso
quer dizer que, o adulto a regula, aqui entra a corregulação, você é modelo para
ela e ela te imita, e assim os dois juntos aprenderão e se corregular. Pode
parecer um desafio, mas eu te convido a ver como um presente e uma
oportunidade.

Ela precisa da ordem para se entender. Se você todo dia coloca primeiro a
calça e depois a blusa, quando essa ordem for invertida ela vai chorar e
reclamar. Em vez de brigar, acolha. "Para você era muito importante colocar a
meia por último, né?" Eles amam nessa idade fazer as coisas junto com os
pais, mostre que você o observa “posso ver que você conseguiu descascar a
banana”, “você está descendo da cama, uau”.

Siga colocando valor na habilidade aprendida e no tempo de vocês juntos.

Entre um e dois anos ela começa a dominar a gravidade, começa a andar e


correr, precisa correr, é da sua natureza, junto acontece a descoberta da fala.
Do bebenês surgem mais palavras. Quanto mais olho a olho, quanto mais
interação e vínculo com outro ser humano, a linguagem surge. Ela vem como
uma expressão que ocorre no interior do ser humano, a partir do que ele
pensa, sente e quer; como expressão para nomear o mundo, aprendendo o
nome de tudo ao seu redor; e, como expressão social que alcança o outro, faz
contato pelo diálogo. Isso se divide em aspecto motor, fala e o processo
sensorial, que é a audição.

Com essa etapa do desenvolvimento é que o pensar começa a se organizar em


sua cabecinha (com quase três anos, pessoal!).

Reforço que a criança aprende por imitação, sejamos todos bons exemplos, o
meio em que eles crescem observando atitudes, gestos, palavras,
relacionamento é que educam esse ser humaninho que você ama para a vida
toda.

Respeitem cada etapa e, independente da qual estiver, a qualidade da relação


deve estar em primeiro lugar.
2 anos
Oposição se instala e é importantíssima, e isso testa a maturidade de muitos
pais. "Como assim diz não e foge de mim?". Eu tenho certeza que isso que
grita sua criança interior ferida que sempre foi controlada, quando observa
aquele bebê fofo que era facilmente manipulado, agora fez dois anos e se
transformou e ousa "querer".

Precisamos acolher nossa dor que ainda ressoa "criança não tem querer".

Tem querer sim, e isso por si só já é uma imensa oportunidade de você quebrar
o ciclo violento da educação tradicional e começar a ver a criança como um ser
humano digno de direito, o que aprendemos na semana 1 do áudio curso +
mentoria @pais.ajudam.pais NA PRÁTICA.

Respira porque aprender e ensinar é uma oportunidade linda e sim, desafiadora.


A gente pede apoio na nossa rede de apoio virtual, descansa mas não desiste.
NUNCA!
3 anos
De "Birrento" a Humorista.

Nessa fase é que seus primeiros atos mentais começam a ser percebidos. A
criança começa a conseguir brincar sozinha, fantasiando em silêncio ou falando
consigo mesma. Começam os medos e as emoções podem ganhar formas na
imaginação deles. Precisamos normalizar despertares noturnos. Até três anos
são naturais, e nessa fase podem ser por medo, e esse medo não pode ser
diminuído nem minimizado, precisa da sua presença, proximidade, e é aí que
sua criança encontra SEGURANÇA QUE PRECISA.

Ela consegue perceber poucas coisas do tempo (através dos ritmos naturais
do dia) e do espaço através do andar. Agora diante dessas variáveis TEMPO
E ESPAÇO ela começará a percepção de si mesma. Começa a surgir a
memória.

Chamamos, na antroposofia, da chegada do Eu. Ela se vê como indivíduo,


deixa de se chamar em terceira pessoa “Ana quer água” e começa a dizer “Eu
quero água”.

Essa noção de autoconsciência traz novos desafios: INSISTÊNCIA e a incansável


capacidade de dizer "não" (essa se potencializa, se nos primeiros anos ela ouviu
muito "Não!" no lugar de ser direcionada). Sempre há tempo de nos
conhecermos e compreendermos o desenvolvimento humano. Você não quer
que seja futuramente um ser humano passivo, então, essa criança não tem que
ser inferior à você e obedecer. Ela precisa do seu respeito e compreensão,
direcionando essa negação que começou com dois anos para que vocês não
entrem em disputa de poder. Por isso promover segurança, acolher os erros, não
ficar corrigindo e dando palestrinha, mas sim, estando junto focando na solução
dos problemas ou do erro. Sobre obediência, igual valor e dignidade você
aprendeu na semana 1 do curso.

Lembre-se: não precisa envergonhar sua criança ou fazer ela se sentir mal por
ter errado, ela precisa do seu apoio para aprender a reparar e gastar energia
corrigindo e não se defendendo de você. Por exemplo: "O-OU derrubou suco,
vamos secar com esse pano?"

Quando sua reação não é opressora a criança não se assustará e sentirá que te
decepcionou, porque afinal, errar é humano e faz parte da infância e da vida!

Geralmente são humoristas, gostam muito de brincar, de fazer asneiras,


descobrem palavras como xixi, cocô, cara de pum, e descobrem piadas,
mesmo não entendendo o sentido. Percebem sua reação desproporcional,
acham engraçada.
3 anos

Gostam de agradar e não são raras as vezes que tem amigos imaginários.

Começam também a brincar e interagir com outras crianças e tem


super amigos.

A sensação de separação e independência cresce, a identidade desenvolve-se, e,


ele saberá manifestar firmemente. A maioria das crianças ainda precisa da
soneca nesta idade, até porque se não descansar o suficiente podem ter
comportamentos desafiadores.
4 anos
O curioso.

Se interessa pelas pessoas, pela vida e pelo mundo, descobre planetas e muitos
por quês aparecem. É aventureiro, tem uma grande imaginação e vê coisas
que mais ninguém vê. As capacidades verbais e de raciocínio se desenvolvem
exponencialmente e é possível manter conversas fantásticas com este
pequeno ser que reflete muito sobre o mundo.

Amoroso, pode ser a primeira vez que você vai ouvir tantos “te amo mamãe” “te
amo papai” quando se sentem vistos e encorajados. São pequenos filósofos
“Quem é a mãe da mãe de Deus?", "Como começou tudo?".

As emoções têm altos e baixos e, por vezes, a criança não entende bem o que
é dela e o que não é. Pode começar a utilizar e a testar palavras “feias” e a ser
mal educada; e, portanto, quanto mais contrariada for, mais reagirá.

Experimenta criar as próprias regras, reivindica liberdade. Percebe que regras


são convenções sociais, e "alguém criou, vou criar também” e vão lutar por isso.

Eu penso que, se no seu propósito como pais está que deseja que sua criança
seja um adulto questionador, que seja proativo e determinado, talvez essa seja
uma boa oportunidade para dar espaço e ouvir e, se possível, ceder. Quando não
for possível, bancar a frustração e acolher o choro, validar a tentativa e explicar o
motivo, a razão que te fez escolher por não permitir. Aqui o conhecido “porque
não” não entra! Seja curioso e estimule o pensar “de que maneira podemos
resolver isso juntos?”. Isso evita disputa de poder e faz com que a criança se sinta
importante. “Você tem alguma ideia para solucionarmos isso respeitosamente?”.

A imaginação está a todo vapor, ela percebe que pode manipular e abre
espaço para a mentira. E, sem noção completa da diferença do real e do
imaginário, ela fala coisas que são verdade apenas na imaginação dela.
Insegurança diante disso é normal, mas essa criança não é maldosa, é seu
cérebro criativo em desenvolvimento. Você pode dar asas à imaginação,
fantasiar junto e depois fechar a história perguntando a verdade, ensinando
a diferença, a importância da verdade, e tendo consciência que é parte do
desenvolvimento. Saiba que isso pode repetir e repetir.

Essa mesma imaginação pode levar você a pensar que ela está te enrolando.
Mas a criança que sabe vestir o pijama sozinha, coloca a calça e se distrai com
as meias e um brinquedo que encontrou no caminho, ela está mergulhada no
mundo dela. Ela se distrai facilmente mesmo. Ela também não consegue conter
a língua. Então, cuidado com o que fala na frente dela e lembre-se de ser
exemplo, que a possibilidade de ser corrigida e a criança dizendo que não foi
assim não que aconteceu, é grande.
4 anos
Por quês mil precisam de resposta, nem que seja “não sei, o que você acha?”
Ou “vamos pesquisar amanhã?”.

Companheiros incríveis podem começar a ter vergonha e se esconderem. Sabe


que o outro tem opinião e se preocupa com isso. Fiquem atentos aos rótulos!
Tudo bem ter vergonha, não quer dar beijo? Ok! Respeite o corpo da criança,
ensine sobre consentimento sempre, “Dá oi daqui, então”. Respeito à criança é
um passo importantíssimo para ser respeitado por ela.

Aproveitem lindas aventuras juntos.


5 anos
Os cinco anos geralmente são um tempo de serenidade, há mais segurança e
equilíbrio. Começamos a ver uma pequena pessoa e a criança também se separa
dos bebês. É amorosa, responsável e razoável. Começa a entender certo e errado,
mas a lógica não é a dos adultos e precisa de nós para que expliquemos a
RAZÃO, o sentido das regras. Faz queixas, nos devolve exatamente o que
dizemos para eles quando menos esperamos. Prefere brincar com amigos, pensa
sobre vida e morte e relação causa e efeito.

O crescimento é nítido.

Começa a pensar antes de falar, entende noções de tempo e espaço! Ontem,


hoje, amanhã, passado, futuro, agora. Essas informações fazem sentido! Entende
o outro como ele mesmo e começa a ter mais empatia, percebendo que os
amiguinhos e os pais (se esses permitirem) também sentem medo e angústia.

Aqui, precisamos mostrar todas as emoções das crianças como são, não tem boa
e ruim, e todas elas são passageiras. Aprender o que fazer e como agir com
respeito em cada momento. Isso é, como quase tudo, muito exemplo!

Medos podem aumentar, por começar a entender morte, o escuro, as doenças, o


ladrão. “Não precisa ter medo”, frase tão ouvida por nós para silenciar uma
expressão natural do nosso ser, deve ser trocada por validação. Porque na cabeça
dela, os motivos do medo são fortes e reais. "Estou vendo que você está com
muito medo de ficar no quarto. Consegue me dizer o que pode acontecer se você
ficar?". Falar sobre o medo integra os dois lados do cérebro e ajuda a lidar com
ele. Como também brincar com o medo depois de validar “é, você está com
medo da aranha? Tudo bem ter medo. E se a amoeba cair em cima dela, será
que ela fica presa?”. Se possível, e se a criança entrar na brincadeira, tentem rir
disso.

Os relacionamentos com os amigos se tornam super importantes e haverá


conflitos como em qualquer um. Potencialize a fase empática aprendida há
pouco, para ensinar sobre compreensão com os erros dos outros e com o dela,
sobre perdão, sobre compartilhar, sobre fazer algo para o outro que o outro goste,
sobre cuidar dos relacionamentos e amizades por serem importantes para todos
nós. É claro, seja exemplo disso.

Lembre-se: o que você faz, fala tão alto, que eles não escutam o que você diz!
6 anos
O complicador.

Aos 6 anos começa uma era mais complicada. O equilíbrio e a harmonia


parecem ter desaparecido e tudo é mais confuso e temos um grande salto no
crescimento, onde o próprio corpo pode ser difícil de dominar. A criança sente
uma enorme necessidade de conhecimento do exterior e testa diariamente.
Gosta de ganhar e pode ficar muito aborrecida se não conseguir. Às vezes pode
parecer que nada serve e que a solução dos pais traz mais problemas.

Contesta com muita frequência a autoridade dos pais "Você não manda em
mim!". E esse enfrentamento com essa pessoinha maior, se torna desafiadora
porque ela expressa a insatisfação com veemência.

Ao mesmo tempo precisa da aprovação dos pais. Pode mentir para os pais
apenas para agradá-los. Quando os pais perguntam: "Foi você quem fez isso?",
não vem à mente responder a verdade. Se achar que você quer escutar "fui eu!",
vai dar essa resposta. Idem para "não fui eu!". Importante ensinar honestidade e
verdade, de maneira amorosa e sem questionar o caráter!

São só crianças entendendo como o mundo funciona! Apenas seis anos,


precisando de alguém que seja exemplo de respeito e que mostre como
podemos nos comunicar com honestidade emocional. A vontade de ser
independente é enorme, ao mesmo tempo que quer pertencer. Questiona
tudo. Questiona os seus valores e os valores dos outros. Alguns complicadores
podem se tornar muito agressivos, outros guardam essa agressividade no seu
interior, sendo super críticos sobre si mesmos. É uma fase crítica no
desenvolvimento da autoestima.

Nessa idade costuma ficar mais criteriosa para provar coisas novas, escolhendo
sempre os mesmos alimentos e sabores. As brigas são mais raras e costumam
acontecer quando sente a sua independência ameaçada, por isso, construir
regras juntos e fazer acordos aumenta a colaboração e facilita a vida. Ele precisa
sentir que é considerado e que a sua opinião importa!

Ah, o comportamento fora de casa costuma melhorar muito, sentir que é


adequado é importante. E esse desejo de pertencimento precisa ser cuidado
pelos pais, que devem criticar menos e encorajar mais! Não condicione o seu
amor e admiração!
7 anos
O Determinado.

Nessa idade há um grande desenvolvimento cerebral, e a criança começa a


conseguir desenvolver planejamento e pensamento mais complexos.

Gosta de fazer planos e é o momento de encorajar que ela organize seu


material escolar por conta própria, para que estimule a concentração e comece
a conseguir ficar mais focada. Desenvolve uma capacidade de resolução de
problemas e pensa com lógica. Já pode entender o ponto de vista do outro.

A maioria dos pedagogos acredita que aos sete anos é a idade ideal para
começar o primeiro ano letivo. Abre-se um mundo novo de aprendizagem, seu
cérebro está pronto para isso. Além de adquirir novos aprendizados, é na
escola que será o espaço em que ela vai vivenciar os papéis sociais. Papéis
muito bem definidos em sala de aula: o tímido, a falante, o calado, a líder, o
bom aluno, a bagunceira. Começa a compreender maneiras socialmente
aceitas de exprimir as emoções. Pode manter as mudanças de humor
drásticas, fica amuado e julga em demasia os outros.

Emoções e mudanças na vida se intensificam. É natural nessa idade eles


seguirem afirmando “eu sou...” (aqui entra tímido, fracassado, muito bravo,
terrível, triste).

Reforce que as emoções são temporárias, que está se sentindo assim agora, e
tudo bem. As emoções fazem parte de todos nós, mas não são permanentes, vêm
e vão.

Mostre isso com exemplos da sua vida também, em você também e que estamos
em constante evolução.

Fique atento para que não se cobre muito. Se conecte mostrando interesse pelas
coisas que ela gosta e mergulhe na vida deles.
8 anos
O mágico.

O mágico é muito simpático e uma excelente companhia.

Entusiasta e espontâneo, cheio de ideias e fantasias, brinca, ri, explora coisas novas
e encontra soluções. É bastante independente e aberto. Consegue expressar cada
vez melhor suas emoções, pensamentos e experiências.

A sua capacidade de seguir instruções mais complexas aumenta. Desenvolve,


muitas vezes, um grande sentido de moralidade e consegue demonstrar cada vez
mais empatia e compaixão. As amizades são muito importantes, quer parecer
com os amigos ou impressionar. Fazer parte de um grupo é importante, criar
clubes secretos é muito comum.

Ganha mais consciência corporal e começa a ter vergonha ou esconder o próprio


corpo.

A capacidade de observar fica muito aguçada, começa a observar o


comportamento dos adultos que são seu referencial na vida: mãe, pai, professor,
avós. Por isso, o exemplo dado é tão importante, sempre. Porque é nesse
período que começam a ficar mais evidentes as qualidades, os defeitos, e as
incoerências dos adultos. É quando a criança questiona por qual motivo as
pessoas não fazem o que falam.

Oito anos marca o início do segundo setênio, além do universo escolar, e com
início intenso da vida social, a criança começa a fase de conversar: começa cada
vez mais a ter uma vida interior por meio das vivências e trocas fora de casa.

Vai percebendo e organizando seus sentimentos, com suas ideias e ações,


construindo seus próprios sentimentos e pensamentos. Tendo muita influência,
aqui, pelos professores, que se tornam o elo entre ela e o mundo.

Basta questioná-la para ouvirmos “meu professor disse que é assim, ele sabe”.

Além dos papéis sociais, essa criança ainda precisa muito brincar. Atenção na vida
moderna! Precisamos estar atentos aos conteúdos e tempo de telas e nunca
esqueça que essa é uma responsabilidade NOSSA, dos adultos.
8 anos
É por meio do brincar que ela continua a fazer descobertas sobre ela e sobre o
mundo. Através do brincar ela também vai experimentar os papéis sociais,
suas regras, limites, e trabalhar sua imaginação e criatividade. Bandido,
mocinho, vilões. Expressões artísticas e música são muito importantes e quase
esquecidas nos dias de hoje. Fiquem atentos para não encher a crianças de
coisas para fazer, como tarefas extracurriculares e certifique-se que ela tenha
tempo livre para brincar, para expressar sua autonomia criativa. É natural que
o mágico de oito anos faça traquinagens e seja arteiro, tenham ideias
mirabolantes, na cabeça desses pequenos inventores.

Assim que começa a conhecer a vida, suas relações e possibilidades, limites e


transgressões, o mágico vira rapidinho menino maluquinho.
9 anos

O buscador. Nessa idade a criança está à procura de si, dos amigos, do sentido
da vida, do amor, de carinho, de algo engraçado e interessante para fazer.
Queixa-se muito e encontra poucas soluções. É natural que dos 9 aos 12 anos a
criança se sinta mais sozinha, mais sensível. Surgem medos de diferentes
formas, questionamentos sobre morte, sobre as coisas da natureza e DEUS.

Algumas crianças podem também voltar a grudar na mãe ou cuidador, falar


com voz de bebê e ter dificuldade de dormir sozinha. Fica sensível a brigas e
desentendimentos familiares.

Nessa época, é comum que a criança desafie as regras e seus próprios limites
com mais intensidade. O ato de desafiar regras e limites deve ser entendido
como uma necessidade de encontrá-lo, para que ela tenha certeza que os pais e
os professores sabem e estão seguros para onde as estão conduzindo. É a busca
por segurança e coerência.

A autonomia cresce e, se bem encorajada, toma muita iniciativa.

É a idade onde os amigos são muito importantes e a “pressão do grupo" é notória.

A vontade de pertencer a um grupo é grande e há um forte sentido de


fidelidade aos amigos. Os buscadores podem ser bullies e vítimas de bullying.

Começamos a perceber se a criança tem realmente uma autoestima saudável ou


não.

Do ponto de vista emocional está mais equilibrada e lida melhor com os


conflitos e as frustrações. Pode ter grandes mudanças de humor e fica
bastante zangada, mas a recuperação é mais simples. Pode ainda começar a
sentir a pressão de ter sucesso e alcançar bons resultados na escola, o que cria
ansiedade.

É entre os 8 e 9 anos que acontece o chamado Rubicão. A criança tem total


consciência de que a vida é finita O cachorro que morreu pode tomar dimensões
enormes Tem medo presente e constante que os pais morram. Alterações no
sono são muito comuns nessa época. Medo da perda! E ela está perdendo algo
muito importante mesmo, a sua infância.
10 anos
O amigo.

Aos 10 anos, provavelmente, você tem um amigo ao seu lado.

Um amigo responsável e equilibrado. Começa a explorar mais as relações com o


sexo oposto e apaixona-se muito. É um período de harmonia. Quer assumir as
suas responsabilidades e pode reagir contra as imposições dos adultos.

Desenvolve mais o raciocínio e a capacidade de ponderar a relação causa e


efeito. Deixa de ver as coisas tanto “preto no branco”, percebe que também há
cinzento. Ainda gosta de passar tempo com os pais e aceita algumas
orientações, mas pode ter comportamentos mais desafiantes.

Essa pessoa que sempre precisou de você até agora, passa a te ensinar mais
coisas, além de tudo que ele te ensinou sobre você mesmo. Agora vocês já têm
um relacionamento mais complexo. Escute sempre primeiro, reflita sempre
como ele está sem sentindo e cuide para não ser condescendente nem
menosprezar o que ele sente.

Ele cresceu, mas ainda quer ser cuidado por você. Claro que não deixa isso
óbvio. Aqui o apoio dos pais vale mais do que qualquer elogio. Controles, a essa
altura, você já percebeu que afasta o relacionamento de vocês. É uma das
piores fases para usar o “porque sim”. Mantenha a autoridade empática e
responsável da relação e convide-o para fazer parte das soluções, negocie
sempre quando se trata de regras e disciplina. Regras e rotina, limites de telas e
aulas extras, mais do que nunca, precisam ser construídas com a participação
deles. Você terá aqui no áudio curso todo o conhecimento que precisa para
fazer isso acontecer. Os 10 anos são conhecidos com a idade mais feliz, uma fase
tranquila.
11 anos
O Emotivo.
Aos 11 anos começa uma nova fase de mudanças. É um período de crescimento
mais rápido. Dão-se grandes mudanças corporais e hormonais, numa preparação
para a puberdade. Há ainda uma grande mudança no ciclo de ensino e,
normalmente, na escola. Uma fase escolar com mais exigência e pressão. É um
misto de ansiedade e confusão emocional. Naturalmente, podem ser duras
consigo mesmas e sensíveis às críticas externas. A crítica dos pais ferem
profundamente, pontuam com frequência nossa incongruência, exigem respeito,
que pode ser interpretado com rebeldia, quando não compreendida tende a se
isolar. É importantíssimo o apoio dos pais e compreensão com suas
inconstâncias, parecendo maduras para algumas coisas e totalmente imaturas
para outras.

É importante que os pais estudem sobre sexualidade desde sempre. Para as


meninas é conhecimento que as ajudarão aprenderem e se relacionarem bem
com seu corpo na chegada da menstruação. A capacidade de resolução de
problemas aumenta assim como a capacidade de criar novos problemas. O
emotivo pode contemplar as consequências das suas próprias ações e é possível
ter conversas sobre seu comportamento.

Conforme se aproxima da adolescência seu filho pode relutar mais a falar com
você sobre experiências dolorosas. Respeite o espaço dele e siga mostrando
interesse. A cada dia que chega, sua presença começa a ser menos apreciada e
você precisa ir se preparando para isso. Isso é verdade e quanto mais experiências
legais e leves vocês conseguirem construir juntos, algo que marca ou tem o ritual
de vocês, mais ele desejará ficar com vocês nos próximos anos.

Se ainda não o faz, a criança nesta idade deveria estar assumindo a


responsabilidade pelas suas tarefas de rotina, a higiene e os trabalhos de casa.
Identifica-se muito pelas aparências físicas e pode passar muito tempo a
arrumar-se. Escolhendo roupas, sapatos certos ou estilo de cabelo mais
apropriado, podem ser momentos de grande tensão.
12 anos
O pequeno adulto!

Com o tempo, o emotivo transforma-se no pequeno adulto. Chegamos à primeira


transição da infância para a adolescência. É uma fase cheia de angústias e
ansiedade, mas também de muita potência e transformação criativa. A autora
Laura Gutman afirma que é nosso segundo nascimento, que é o momento em
que podemos sair do ninho ou do "controle do discurso materno e buscar ser
quem realmente somos". Porém, segue dependente emocionalmente dessa
conexão familiar. Quer sair, e vai sair, mais de casa, e, é importantíssimo ter uma
base segura, compreensiva, cheia de amparo que sabe que pode sempre voltar.
Essa fase da vida é um teste imenso de sua autoestima. Incertezas são
potencializadas com o crescimento desproporcional do corpo. Braços e pernas
crescem num ritmo diferente do resto do corpo, começa a mudança da voz, da
pele, por iniciar mudanças hormonais.

A criança já não luta contra o mundo ou pelo sentido de pertencimento. A


maturidade é impressionante, embora haja momentos em que a infantilização é
grande. Desafia com frequência a autoridade e a opinião dos pais e professores.

O pensamento se torna mais lógico e o pequeno adulto começa a conseguir


pensar em hipóteses, imaginando possíveis resultados diferentes a partir de
certas circunstâncias. Querem justificativas plausíveis e não se contentam
com respostas rasas, tem um pensamento mais abstrato. Lida cada vez melhor
com as suas frustrações mas há momentos em que pode parecer muito
impulsivo. Esta inconsistência faz parte do desenvolvimento de uma
identidade separada. O pequeno adulto começa a dar mais importância aos
amigos do que aos pais.

É provável que sinta mais sono, o que é natural, uma vez que necessita de mais
sono regenerativo neste período de grande crescimento. Que na despedida da
infância e no começo da adolescência, na busca por autonomia, pensamentos
e individualidade, você consiga respeitar os espaços e o faça sentir que terá
amparo e porto seguro amoroso na vida dele.
Finalizando…

As fases de desenvolvimentos não seguem uma razão lógica, os seres humanos são
um universo de individualidades assim como o meio e as relações que influenciam
diretamente no seu desenvolvimento. Esse material não é uma caixinha para
encaixar sua criança, serve apenas para você ter uma pequena base do que é
esperado e natural de cada fase.

Que esse resumo traga mais calma para seu coração.

Ainda sugiro fortemente que vocês estudem o cérebro da criança.

Recomendo os LIVROS:
O Cérebro da Criança
O Cérebro do Adolescente
O Cérebro que Diz Sim
TODOS VOCÊS ENCONTRAM NO DESTAQUE DO MEU PERFIL - LIVROS.
Referências bibliográficas do ebook:
A Arte de Educar em
Família A Pedagogia
Waldorf O Cérebro da
Criança Já Tentei de
Tudo Meu Filho me
Enlouquece O Cérebro
que Diz Sim Educar com
Mindfulness Por que o
Amor é Importante

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