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matemática
Resumo: O objectivo deste texto é reflectir sobre a educação em Moçambique e o processo de formação de
professores de ciências naturais e matemática. Trata-se de uma revisão de literatura e de documentos oficiais.
Constatou-se que a educação em Moçambique passou por reformas desde a época colonial, para responder às
dinâmicas contextuais. A formação de professores foi caracterizada pela coexistência de modelos que pudessem
responder aos desafios que o sistema de educação enfrentava. Apesar de Moçambique ter passado por vários
modelos de formação, com o aumento do número de professores, observa-se um baixo nível de conhecimento que
vem sendo debatido desde a era colonial.
Palavras-chave: Ciências naturais e matemática. Educação em Moçambique. Formação de professores.
Abstract: The aim of this text is to reflect on education in Mozambique and the process of training teachers in
natural sciences and mathematics. This is a review of literature and official documents. It was found that education
in Mozambique has undergone reforms since colonial times, to respond to contextual dynamics. Teacher training
was characterized by the coexistence of models that could respond to the challenges that the education system
faced. Although Mozambique has gone through several training models, with an increase in the number of teachers,
there is a low level of knowledge that has been debated since the colonial era.
Keywords: Natural sciences and mathematic. Education in Mozambique. Teacher training.
Resumen: El objetivo de este texto es reflexionar sobre la educación en Mozambique y el proceso de formación
de docentes en ciencias naturales y matemáticas. Se trata de una revisión de literatura y documentos oficiales. Se
encontró que la educación en Mozambique ha experimentado reformas desde la época colonial, para responder a
la dinámica contextual. La formación docente se caracterizó por la coexistencia de modelos que podían responder
a los desafíos que enfrentaba el sistema educativo. Si bien Mozambique ha pasado por varios modelos de
formación, con un aumento en el número de docentes, existe un bajo nivel de conocimientos que se viene
debatiendo desde la época colonial.
Palabras-clave: Ciencias naturales y matemática. Educación en Mozambique. Formación de profesores.
não há escolas, em todo lugar existem redes e estruturas sociais de produção de saber e de
conhecimentos de uma geração para outra.
Pela importância que é dada, a educação viu-se na necessidade de adequar a formação
de professores ao contexto social que se vivia, o que contribuiu para que a educação em
Moçambique passasse por várias alterações desde o período colonial até a atualidade.
A reflexão sobre as principais fases de Educação em Moçambique e dos modelos de
formação de professores nos respectivos períodos: antes do colonialismo, durante o período
colonial e o pós-colonial, foram feitas a partir de autores que mais se destacaram no estudo da
temática com mais ênfase para Mazula (1995) e Niquice (2005) e de documentos normativos
da educação em Moçambique com a descrição dos desafios a eles associados, tendo como foco
a formação de professores de ciências e matemática.
De entre vários factores que contribuem para a baixa qualidade da educação o destaque
vai para a limitada competência de muitos professores, a qual é influenciada pelo baixo nível
de ingresso dos professores na formação (ela própria, fruto do sistema), pela baixa qualidade
dos programas de formação e formadores dos Institutos de Formação de Professores (IFP) e,
ainda, pela insuficiente supervisão e apoio pedagógico no exercício das funções (MINEDH,
2020).
O objectivo deste artigo é reflectir sobre a educação em Moçambique e os modelos
associados ao processo de formação de professores de ciências naturais e matemática face aos
desafios impostos a nova dinâmica de ensino e aprendizagem.
Método da pesquisa
A pesquisa em causa é qualitativa e recorreu a um estudo bibliográfico e documental.
No caso do estudo a que se reporta neste artigo, a pesquisa documental deu-se na identificação
e seleção dos documentos oficiais que orientam a educação e a formação de professores em
Educação em Moçambique
Moçambique é um país da costa oriental da África Austral que tem como limites: a
norte, a Tanzânia; a noroeste, o Malawi e a Zâmbia; a oeste, o Zimbábwe, a África do Sul e a
Suazilândia; a sul, a África do Sul; a leste, a secção do Oceano Índico e possuí uma superfície
de 799.380 km2 distribuídas administrativamente em 11 províncias com cerca de 32.742
milhões de habitantes com mais de 28 línguas faladas, sendo o Português a língua oficial
originaria da colonização Portuguesa e cuja independência deu-se a 25 de Junho de 1975.
A Educação em Moçambique foi caracterizada por diversos momentos. No período
antes do colonialismo até por volta dos anos 1505, predominava uma educação tradicional
baseada na transmissão de valores culturais, morais, políticos, sociais, através de experiências
transmitidas de geração em geração (Quimuenhe, 2018).
Nessa altura, o homem era formado com uma visão idealista do mundo e dos fenómenos
da natureza, por meio de ritos, dogmas, superstição e compreendia a exploração como uma lei
com a intenção de passar o que sabiam a quem não detinha daquela informação. Por causa das
dificuldades da época, os professores e alunos não detinham de recursos didácticos (não tinham
livros, cadernos, giz, quadro, etc.), alternativamente usava-se casca de árvores como quadro e
a mandioca seca como giz.
A educação estava centrada na formação do homem novo, livre das ideologias coloniais,
capaz de resolver problemas revolucionários da sociedade moçambicana, visando responder a
dois principais objectivos traçados na época: a) contrariar os objectivos da educação colonial,
concebendo a educação como o único caminho para o povo tomar o poder; b) encarar a escola
como espaço para renovar a cultura e a história do povo moçambicano e assim construir o
Estado nacional (Quimuenhe, 2018; Gasperini, 1989; Bavo; Coelho, 2022). Neste contexto, em
Moçambique era leccionado o ensino primário e na República da Tanzânia decorria o ensino
Primário e o Secundário.
No governo de transição, período compreendido entre 1974-1975, foram capitalizadas
as experiências de educação nas zonas libertadas. É considerado governo de transição, o período
em que foi estabelecido um governo que asseguraria de forma transitória a gestão administrativa
pouco antes e depois da proclamação da independência em 1975, até que um novo governo
fosse constituído. Esse governo de transição era formado por representantes da FRELIMO,
partido que liderou a luta de libertação e outras forças políticas do país.
Depois da proclamação da independência em 1975 até 1982 o sol brilhou ao povo
moçambicano e a Educação garantiu acesso aos operários, camponeses e de seus filhos a todos
os níveis de ensino, quando o principal objectivo fundamentava-se na erradicação do
analfabetismo, escolaridade obrigatória e a formação de quadros para o desenvolvimento
harmonioso do país (Quimuenhe, 2018; Arabe et al, 2024).
Um mês depois da independência, o governo de Moçambique tomou a decisão de
nacionalização dos sectores incluindo a educação, a 24 de julho de 1975 e na base do decreto
9ª classe e a criança deve ser matriculada na 1ª classe, no ano em que completa 6 anos de idade
até 30 de junho. O ensino primário passou a ter dois ciclos disposto em: 1º ciclo (1ª a 3ª classe)
e 2º ciclo (4ª a 6ª classe); o Ensino Secundário passou a ter dois ciclos dispostos em: 1º ciclo
(7ª a 9ª classe) e 2º ciclo (10ª a 12ª classe). A Educação de adultos estendeu-se em todo ensino
básico (1ª a 9ª classe) e foi estabelecido o sistema de monodocência no ensino primário (1ª a 6ª
classe) e a introdução do ensino vocacional e baseado em competência no ETP (Moçambique,
2018b).
Após uma reflexão sobre as actividades pedagógicas desenvolvidas nos primeiros três
anos de funcionamento, constatou-se que o currículo concebido em 1930 não respondia
satisfatoriamente aos objetivos da instituição, daí a necessidade de revisão em Março de 1933,
que culminou com o aumento do período de formação para três anos, oferecendo as seguintes
disciplinas: Língua Portuguesa; Aritmética, Sistema Métrico e Geometria; Desenho e Trabalhos
Manuais; Geografia, Cosmografia e Corografia de Portugal; História Geral e do Império
Português; Educação Moral e Cívica; Pedagogia e Metodologia; Prática Pedagógica; Educação
Física e Rudimentos de Higiene; Música e Canto Coral; Agricultura; Ciências Naturais e Físico-
químicas (Saúte, 2004).
Em 1969, a EHPI passou a se denominar Escola de Habilitação de Professores do posto
Escolar e a formação de professores passou para 4 anos e com equivalência do ciclo
preparatório do ensino técnico profissional, tendo tido seu término em 1974.
Após a independência a 25 de junho de 1975 tornou-se um marco histórico para a
educação do povo moçambicano e para a formação de professores em particular. Entre 1975 e
1976, houve uma grande explosão educacional, que resultou no aumento significativo de
número de crianças, adolescentes, jovens e adultos com acesso à escola Primaria e Secundária,
devido a nacionalização da educação (MINEDH, 2017), o que fez com que a formação de
professores se tornasse o maior desafio do momento.
Nessa altura teve lugar a 1ª Conferência Nacional sobre Educação, onde foram tomadas
decisões muito importantes, para uma introdução imediata de um novo currículo para todas as
classes da 1ª a 11ª classe, (Fagilde 2007 apud Fagilde, 2024), o que permitiu a introdução de
novos conteúdos e novas atitudes na relação professor e aluno.
No entanto, o país se ressentia da falta de professores qualificados e enfrentava diversas
dificuldades relacionadas com a falta de recursos financeiros. Com essa situação, tornou-se
fundamental a formação de professores de qualidade, que pudessem transformar os
Este subsistema estrutura-se em dois níveis: médio e superior. O nível médio, destinava-
se a realizar a formação inicial do Ensino Primário, 1º nível de educação de adultos e
professores de especialidades da educação técnico-profissional, sendo requisito de ingresso ter
concluído a 10ª classe. O nível superior destinava-se a formação inicial de professores para os
níveis Secundários e médio, sendo requisito de ingresso, ter concluído a 12ª classe ou
equivalente. Os cursos tinham duração de 4 a 5 anos.
No período de vigência da Lei 4/83 de 23 de março, verificou-se a não observância de
habilitações de ingresso para a formação inicial de professores. De acordo com Niquice (2005),
o subsistema de formação de professores em Moçambique foi alvo de mudanças constantes,
tanto nos nomes das instituições formadoras, como dos modelos de formação. Estas mudanças
podem estar relacionadas, sobretudo, à falta de meios financeiros suficientes para sustentar o
sistema concebido e à guerra dos 16 anos entre a RENAMO e a FRELIMO que se desencadeou
entre 1977-1992.
Com a entrada em vigor da Lei 6/92 de 6 de maio, o subsistema de formação de
professores ganha um novo rosto e define como objetivos os seguintes: 1. Assegurar a formação
integral dos docentes, capacitando-os para assumirem a responsabilidade de educar e formar os
jovens e adultos; 2. Conferir no professor uma sólida formação científica, psicopedagógica e
ingresso para a formação de professores do ensino primário. Outra inovação da nova lei tem a
ver o facto de se formar um professor crítico, criativo e reflexivo o que é fundamental para fazer
face às exigências da sociedade actual.
Assim, de modo geral pode se constatar que os objetivos de formação de professores
foram modificando nas três leis em função do contexto e da realidade sociopolítica do país e
das tendências educacionais a nível global. Se com a lei 4/83 o foco era formar professores com
uma consciência patriótica e revolucionária baseada nos princípios do partido FRELIMO, a lei
6/1992, pretendia-se conferir aos formandos uma formação científica sólida, psicopedagógica
e metodológica para educar e formar jovens e adultos. Com a lei 18/2018, pretende-se
proporcionar a formação integral do professor, que de acordo com a realidade social, estimule
uma atitude simultaneamente, reflexiva, critica e atuante.
encurtamento nos cursos de formação de professores do ensino primário, e aponta dois modelos
de formação inicial de professores: o (modelo de 6ª classe + 1 ano de formação) que era aplicado
antes da aprovação da lei e o (modelo de 6ª classe + 3 anos de formação) depois da aprovação,
sendo que o 1º modelo funcionou nas Escolas de Formação e Educação de professores e o
segundo nos Centros de Formação de Professores.
Com a necessidade de reajustar o quadro geral do sistema educativo e adequar as a novas
condições sociais e econômicas do país a formação de professores de ciências e matemática,
passou a ser regido pela lei 06/92. Do período da aprovação da Lei 6/92 até 2007, enquanto os
centros de formação de professores formavam professores primários do 1º grau com o modelo
7ª +3 anos, os Institutos de Magistério Primário (IMAP) formavam professores para o ensino
Primário Completo com o modelo 10ª +2 anos.
As reformas políticas e sociais vividas em Moçambique, na vigência da Lei 6/92,
proporcionaram a conversão dos Institutos do Magistério Primário (IMAP) em Institutos de
Formação de Professores (IFP) para formar professores do Ensino Primário completo
(MINEDH, 2017).
Com vista a permitir o aumento do acesso ao Ensino Primário e assegurar que todos os
professores tivessem, pelo menos, um ano de formação psicopedagógica, foi introduzido em
2007 o curso de 10ª classe + 1 ano de formação e também funcionou nas Escolas de Professores
do Futuro (EPF), ex ADPP. A adoção deste modelo de forma pode ser vista como recuo na
Formação de Professores, mas de acordo com a (MINEDH, 2017) pretendia-se com este curso
assegurar uma oferta mais rápida de professores com formação sem descurar a dimensão da
qualidade de formação tendo em conta que os formandos teriam um aperfeiçoamento
permanente, por meio da formação em exercício e continua.
Em 2012, enquanto decorria a formação no modelo 10ª + 1, o Ministério da Educação
continuou a reflectir sobre modelos de formação para médio e longo prazo, tendo resultado na
12ª + 3 anos com vista a formar professores e educadores de adultos, capazes de formar e educar
crianças, jovens e adultos com uma atitude critica, reflexiva e criativa.
De acordo com INDE (2019), na formação de Professores e Educadores de Adultos no
modelo 12ª + 3 anos deve existir uma articulação entre a formação científica e pedagógica
orientada para a prática reflexiva e contextualizada e a transferência de competências para a
prática profissional futura. Este modelo de formação decorre em simultâneo com o modelo 12ª
+1 ano, sendo os únicos a vigorar na formação de professores primários em 2024.
A tabela 1 confirma a grande diversidade de modelos de formação de professores para
o ensino primário em Moçambique, no período após a independência.
Devido a várias adversidades não foi possível cumprir com as condições previstas na lei 4/83
para a formação de professores, sendo que de acordo com (Beca, 2023) foi adotado um modelo
de formação que pudesse dar resposta as necessidades do País, que se ressentia da falta de
profissionais qualificados em diferentes áreas, tendo-se recorrido a alunos que tivessem
concluído a 6ª Classe para se formarem. No entanto, a duração dos cursos dependeu das
necessidades de professores no sistema nos diferentes momentos históricos e falta de meios
financeiros para sustentar o sistema tendo variado de 1 a 3 anos.
A existência de uma variedade de modelos para a formação inicial, com diferentes níveis
de ingresso, duração do curso e vários planos de formação, contribui para a existência nas
escolas de professores com diferentes níveis de aprofundamento dos conhecimentos sobre as
principais componentes de formação. Na visão de Nivagarra (2020), pela diversidade dos
modelos de formação, os professores formados são susceptíveis de apresentarem níveis
diferentes em termos de saberes dos conteúdos a ensinar na escola, saberes didático-
metodológicos sobre as disciplinas a ensinar, saberes psicopedagógicos e saberes da prática
docente na sala de aula e na escola.
Até 2020, eram implementados no País três modelos de formação de professores (10ª
classe + 1 ano; 10ª classe + 3 anos e 12ª classe + 3 anos), mas a partir de 2023, passaram a ser
implementados apenas dois modelos: 12ª classe +1 ano e 12ª classe +3anos. Agibo (2017)
observa que a formação do nível médio foi fundamental para acompanhar a massificação do
ensino secundário, pois, embora essa formação fosse destinada para o EP2, a prática mostrou
que esses professores foram usados para assegurar o Ensino Secundário Geral do 1º ciclo.
prioritárias.
Assim, no âmbito de reformas realizadas pelo Governo, foi criada a Faculdade de
Educação da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), à qual foi a confiada a Formação de
Professores. Com a criação desta instituição deu-se o início da formação dos primeiros
professores de biologia, química, física e matemática em 1977, sendo que os cursos de Biologia
e química foram ministrados na modalidade bivalente (Francisco, 2004; Fagilde, 2024).
Segundo (Thompson, 2000 apud Francisco, 2004), foram formados na faculdade de
educação, professores para 5ª e 6ª classes, 7ª, 8ª e 9ª classes e, para 10ª e 11ª classes, com
duração de dois anos. Para ingressar nos cursos de formação de professores de 5ª e 6ª classes e
de 7ª, 8ª e 9ª classes, exigia-se a 9ª classe ou equivalente e graduavam com nível médio,
enquanto para a Formação de Professores de 10ª e 11ª classes, exigia-se 11ª classe ou
equivalente e graduava bacharel.
Com a expansão da rede escolar e a necessidade crescente de professores ciências
naturais e matemática em particular, foi criado o Instituto Superior Pedagógico (ISP), atual
Universidade Pedagógica de Maputo, pelo Diploma Ministerial nº 73/85, de 4 de dezembro,
para a formação de professores com nível superior, bacharelato ou licenciatura, a fim de
leccionar em todos os níveis do SNE.
Uma das estratégias usadas na formação de professores de ciências naturais e
matemática na Universidade Pedagógica, foi a criação de cursos bivalentes, em que eram
ministrados o curso de licenciatura em ensino de Matemática e Física, assim como o curso de
Biologia e Química. De referir que a dado momento houve um desmembramento passando a
monovalente onde funcionou a licenciatura em Ensino de Matemática, licenciatura em Ensino
de Física, licenciatura em Ensino de Biologia e Licenciatura em ensino de Química e mais tarde
passou para a licenciatura em ensino de Matemática com habilitações em Física, ou Estatística
ou ainda Informática, assim como licenciatura em ensino de Biologia com habilitações em
Pedagógica (UP) prende-se com a ruptura entre os conteúdos da formação a nível superior e os
da formação do nível anterior. Tal como refere Sarifa (2024), os conteúdos de ensino oferecidos
nestas instituições são mais académicos e tendo pouca relação com os conteúdos lecionados no
ensino secundário, o que de certa forma provocava uma rutura entre ambos os tipos de
conteúdos. A autora refere ainda que esta situação corroborada por certos docentes ao
afirmarem que a formação de professores de matemática para o ensino secundário se parece
com uma formação para o ensino superior.
Com a obrigatoriedade da educação, na educação básica, houve um aumento
significativo de alunos que transitaram para o ensino Secundário, o que contribuiu para que
houvesse a contratação de mais professores. Para fazer face a esta situação o Ministério da
Educação, por meio do Diploma Ministerial nº 42/2007, de 16 de maio, determinou a criação
do curso de Formação de Professores para o 1º ciclo do Ensino Secundário Geral, com duração
de 1 ano designado por 12ª + 1, a ser ministrado pela Universidade Pedagógica, com uma
graduação equiparável ao nível médio.
Assim, de um modo geral o Ensino Secundário contou com os seguintes modelos de
formação, destacados na tabela 2:
Considerações finais
O presente estudo de natureza bibliográfica consistiu na reflexão sobre a educação em
Moçambique e os modelos associados ao processo de formação de professores de ciências
naturais e matemática face aos desafios impostos a nova dinâmica de ensino e aprendizagem.
Após as reflexões feitas, constatou-se que a educação em Moçambique caracterizou-se
por várias reformas, por um lado impulsionadas pelo regime colonial, por outro lado pela
necessidade de responder os desafios após a independência, nomeadamente: formação do
homem novo livre de ideologias coloniais, combate ao analfabetismo e da necessidade de
expandir a rede escolar para alcançar o maior número possível de moçambicanos com vista a
resolver os seus problemas do dia-a-dia.
por outro, pela limitação da competência de muitos professores e a qualidade dos programas de
formação. Essa acção impós a educação a ter desafios de várias ordens, com destaque para
melhorar a qualidade de formação de professores, refletida na restruturação no acesso à
formação de professores de professores primários para 12ª classe e alargamento do período de
formação para no mínimo de 3 anos.
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