Projeto 676
Projeto 676
Projeto 676
A HISTÓRIA
O início de tudo - Projeto 676
Dentre outros acontecimentos importantes, foi nesse ano que a Companhia Geral
de Motores do Brasil, posteriormente chamada de General Motors do Brasil, dava
início ao projeto 676. O anúncio foi feito no final de 1966, no Clube Atlético
Paulistano, na presença de autoridades e da imprensa. Instalada no Brasil desde
1925, a GM fabricava apenas veículos utilitários e queria aumentar sua participação
no mercado automobilístico. O Grupo Executivo da Indústria Automobilística (GElA),
criado no Governo do Presidente Juscelino Kubitscheck para incentivar e direcionar
as montadoras instaladas no país definia, nessa época, a fabricação de um carro de
passeio com a General Motors. O projeto tinha como parâmetro os carros
fabricados pela Opel na Alemanha e o escolhido para servir de base ao novo carro
foi o Rekord C, que tivera suas linhas alteradas naquele ano.
No entanto, o motor a ser usado no
projeto deveria ser norte-americano, e
não alemão. Os brasileiros sempre
preferiram motores mais potentes e
com maior cilindrada e a Opel
equipava seus modelos com motores
de baixa potência. Optou-se, então,
pelo motor de 4 cilindros, usado no
Chevrolet Nova e o de seis cilindros
que equipava o Impala. O interessante
dessa fusão da engenharia Alemã com
a Norte-Americana é que os parafusos
da carroceria tinham suas medidas em
milímetros e os da mecânica, em
polegadas, o que só foi solucionado em 1980, com a adoção do padrão métrico,
utilizado no Brasil. Os motores de 4 e 6 cilindros tinham em comum o diâmetro dos
cilindros e curso do pistão. Com isso, pistões, anéis, bielas válvulas e molas de
válvulas poderiam ser usados em um ou outro, facilitando e barateando a
manutenção. O motor de quatro cilindros tinha 2.509 cilindradas (153 pol3) e 80
CV e o de seis, 3.764 cilindradas (230 pol3) e 125 CV.
O nome escolhido para o projeto 676 foi "Opala". Na época havia inúmeras
sugestões e seis delas foram escolhidas como finalistas para serem analisadas pela
Diretoria da GM. Comenta-se que dentre esses seis nomes finalistas, um deles era
"Opala". Um jornalista, ao tomar conhecimento desse nome, divulgou a notícia
como sendo oficial. O nome foi bem aceito e por esse motivo teria sido definido,
agora oficialmente, pela GM. Ainda com relação ao nome, não há um consenso.
Uns acham que é o nome de uma pedra semi- preciosa, incolor, que ao ser extraída
do solo e exposta a Iuz apresenta uma grande diversidade de cores, para outros, o
nome nasceu da fusão da marca Opel, de quem o Opala emprestou a carroceria, e
de Impala, de quem emprestou o motor. Entre 1966 e 1968, ano em que o Opala
foi lançado, foram feitos inúmeros testes, com mais de 500 mil quilômetros rodados
em estradas brasileiras. Ao todo foram investidos 150 milhões de dólares, incluindo
o necessário para a construção da fábrica. O maquinário da fábrica foi trazido, em
sua grande maioria, da Alemanha, pois a indústria
Automobilística, contava na época com o incentivo do Governo, que isentava o
imposto de importação. Numa época em que os carros médios das outras
montadoras brasileiras eram o AeroWillys, o Itamarati, o Esplanada e o JK, a GM
colocava no mercado um carro moderno, trazendo inovações nunca vistas pelos
brasileiros. As campanhas publicitárias da época usavam o slogan "O carro certo" e
os comerciais de televisão mostravam artistas e o jogador de futebol Rivelino
dizendo: "Meu carro vem aí”.
O lançamento
Lançado oficialmente na abertura do
Salão do Automóvel de São Paulo, em
23 de novembro de 1968, o carro foi
um sucesso entre os convidados,
especialmente o Presidente Costa e
Silva e o Governador do Estado de São
Paulo, Abreu Sodré, que iniciaram a
visitação pelo stand da Chevrolet, mais
precisamente no espaço destinado ao
Opala. O modelo apresentado no salão
tinha a mesma carroceria do Opel
Rekord C, com modificações na frente e na traseira, feitas pela engenharia da GM
brasileira.
1972
Em 1972, apesar do lançamento do
Opala coupe, o restante da linha passou
por poucas mudanças: apenas a trava
de direção com a chave do veículo, a
tampa do tanque de combustível com
chave e o emblema 4100, que saía da
parte superior do pára-Iama e era
colocada na extremidade inferior, entre
a abertura da roda e o pára-choque,
permanecendo do mesmo modo e no
mesmo local até 1979. O sucesso de
vendas e a intenção da GM em
abocanhar uma parte maior do mercado fez com que novos investimentos fosse
feitos e mais mudanças viessem na linha 1973.
1973
A grade dianteira passou a contar com um único friso central, lanternas dianteiras
nas extremidades dos páralamas, ao lado dos faróis e luzes de ré no painel traseiro,
ao lado das lanternas, para os modelos De Luxo e Gran Luxo. Houve mudanças no
painel, no volante e opção de bancos individuais na dianteira e arcondicionado. Os
carros equipados com motor 6 cilindros passaram a contar com freios a disco na
dianteira, de série. No Salão do Automóvel de 1973 a GM apresentou dois carros
conceito: Um deles era da versão de duas portas, com meia capota de vinil
(chamada Las Vegas), pintado na cor verde menta metálico, com o revestimento
interior na cor branca, inclusive painel, e detalhes verde claro. O outro modelo
tinha uma águia pintada no capô, grade exclusiva, faróis cobertos com uma tela,
rodas de liga leve mais largas, interior em camurça, pára-choques pretos e console
entre os bancos.
"O Ano Chevrolet'. Com esse slogan a GM lança sua linha 1975, comemorando 50
anos de Brasil. A versão Especial volta a se chamar Standard. Nesse ano ocorreu a
mudança mais significativa desde seu lançamento, pois como vimos acima, apenas
pequenas alterações ocorreram em 71,72, 73 e 74. Houve uma alteração
substancial na frente e na traseira. O capô passou a abrir para frente, o painel
dianteiro superior era fixo, isto é, não se abria com o capô, a grade era de plástico
e as lanternas dianteiras, nas extremidades dos pára-lamas dianteiros, que
também tinha novo desenho, vinham com um friso de alumínio, um pouco mais
largo no centro, dividindo a lente plástica em dois.
Da mesma forma como ocorreu com o Opala, a Caravan foi feita com base no na
versão familiar do Opel Rekord C. A Caravan também tinha as duas opções de
motor: um quatro cilindros de 2,5 litros de cilindrada e um seis cilindros de 4,1
litros. O câmbio podia ser de três marchas na coluna da direção, de três marchas
automático ou de quatro marchas mas com alavanca no assoalho. Havia as versões
Standard e De Luxo, mas a Caravan Comodoro só foi lançada em 1978.
1976
1976 não foi um ano de muitas novidades. A linha Opala já havia sido reestilizada
no ano anterior, com grandes mudanças e grande investimento no lançamento da
Caravan. A única novidade significativa foi o lançamento do motor 6 cilindros,
chamado de 250-S, que fez sucesso até o fim da produção do Opala. A diferença
entre o novo motor e o antigo é que no 250-S a GM usava tuchos mecânicos, um
novo comando de válvulas e carburador de corpo duplo, responsáveis pelo aumento
da potência. Já o motor 151-S passou a ser oferecido para toda a linha, e não
apenas para o 55.
1977
As modificações da linha 1978 foram limitadas ao modelo SS. A partir desse ano, as
rodas de ferro do SS mudaram, já que vinham acompanhado o carro desde 1971,
com mudanças na pintura apenas. Foi lançada a roda tipo gama, ou como também
é chamada, gomo de laranja. O volante foi modificado, a sigla SS foi acrescida na
faixa inferior, na parte de baixo dos pára-lamas dianteiros e os bancos passam a
ser forrados com tecido tipo veludo. Foi o último ano da grade lançada em 1975.
1978
A nova grade dianteira é dividida por um friso na horizontal e outro na vertical,
surgindo quatro retângulos menores. Os frisos de inox da grade foram abolidos e o
contorno era pintado de alumínio. Novo volante passa a equipar toda a linha e a
chave de ignição, que ficava no painel, foi para a coluna de direção, com um
pequeno botão ao lado para desbloquear a trava de segurança. Novos desenhos
nos bancos e no revestimento interno. Uma nova cor foi lançada para o
revestimento interno: "chateau". Bancos, forração das portas, painel, volante, etc...
vinha na cor vinho para os modelos com interior "chateau".
1979
Último ano da frente e da traseira
lançadas em 1975, a linha 1979
também teve poucas modificações.
Apenas novas cores e aros dos faróis na
cor preto fosco. Na parte mecânica,
apenas um novo carburador, com corpo
duplo e duplo estágio. O tanque de
combustível teve sua capacidade
aumentada para 65 litros e freio de
mão, que ficava embaixo do painel, do
lado direito, passou a ser entre os
bancos dianteiros. A intenção de renovar
a linha Opala já estava nos planos da GM desde 1978, mas acabou sendo adiada
para a linha 1980. Mesmo assim, foi apresentado no Salão do Automóvel de 1978
uma versão do Opala denominada Diplomata. Ele deveria ser lançado no ano de
1979, mas na época houve um problema com a fornecedora das rodas e por isso
seu lançamento foi adiado pela GM.
O que impediu seu lançamento nesse ano foi a tala da roda de alumínio, que fora
lançada em 1980. Apesar disso, os manuais do proprietário para a linha 1979 já
estavam impressos e vieram com os carros daquele ano. As principais diferenças
eram: rodas, painel, volante, console, ar condicionado, carpete, forração das
portas, etc... Havia um emblema com a inscrição DIPLOMATA na dianteira. Como o
Diplomata só foi lançado efetivamente em 1980, o modelo foi apresentado com a
reestilização da dianteira e da traseira, comum a toda a linha. Alguns carros
(protótipos do Diplomata 79) foram fabricados no final de 1978 e em 1979, mas
poucos ainda estão rodando. Um deles pertence ao Clube do Opala de São Paulo e
um outro estava sendo vendido em São Paulo.