Variações - Manuel Dias

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Instituto Politécnico de Castelo Branco

Escola Superior de Artes Aplicadas

Música Instrumental do Barroco:


Variações

Licenciatura de Música, 1º ano

Docente: Maria Luísa Correia Castilho


Manuel Dias

abril 2024
Índice

1. Introdução
2. Variações
4.1. O que é uma variação
4.2. Qual a estrutura
4.3. Exemplos de Obras
4.4. Breve análise de uma Prelúdio

3. Conclusão
O que é uma variação ?
Uma variação é uma maneira de reinterpretar uma melodia existente, adicionando elementos
novos e criativos enquanto mantém sua estrutura básica. Esta prática não se limita apenas à
improvisação, mas também envolve a composição de variações sobre breves motivos
recorrentes, como o passamezzo antigo e moderno, ambos derivados da pavana, e sobre
melodias clássicas conhecidas, que serviam de acompanhamento para diversas formas de
poesia cantada, tais como a Romanesca, o Ruggiero e Guardame las vacas. Estes são
considerados os predecessores das posteriormente famosas chaconne e passacaglia. Na
história da música, os compositores frequentemente exploram o potencial das variações para
expressar sua própria criatividade e virtuosismo. (Grout, 2003-2005)
Bibliografia
Grout, D. J. & Palisca, Claude V. (1994). História da Música Ocidental. Gradiva
Michels, U. (2003-2007). Atlas de Música (2vol.) Gradiva.

Webgrafia
https://acordeonistaseprofessores.comunidades.net/artigoo-que-e-variacao-musical
https://radios.ebc.com.br/caderno-de-musica/2018/03/caderno-de-musica-fala-sobre-variacoes-
na-musica
O prelúdio, na era barroca, desempenha um papel fascinante no repertório da música
instrumental. Originário do período Renascentista como uma peça introdutória para
performances vocais e instrumentais, ele evoluiu significativamente durante o Barroco,
tornando-se uma forma musical distinta e expressiva por direito próprio.
No contexto barroco, o prelúdio é frequentemente caracterizado pela sua natureza
improvisadora, servindo como uma introdução a outras peças ou conjuntos de peças, como
suítes. Compositores barrocos exploraram a flexibilidade do prelúdio para exibir virtuosismo,
experimentar com formas musicais e expressar afetos variados.
Características do Prelúdio Barroco:
Improvisação: Muitos prelúdios barrocos são escritos de forma que imitam a improvisação.
Compositores como Johann Sebastian Bach e Louis Couperin, entre outros, compuseram
prelúdios que parecem fluir livremente, sem uma estrutura rígida ou recorrente.
Técnica e Expressão: O prelúdio barroco muitas vezes serve para demonstrar a técnica do
intérprete, explorando a gama completa do instrumento, seja um cravo, um órgão ou um
instrumento de cordas como o violino ou o violoncelo. Além disso, essas peças expressam uma
ampla gama de emoções, desde alegria exuberante até reflexão íntima.
Diversidade de Formas: Embora muitos prelúdios mantenham uma estrutura livre, outros
adotam formas mais definidas. Por exemplo, alguns podem seguir padrões de acordes ou figuras
de baixo ostinato, enquanto outros exploram contraponto complexo ou são escritos em estilo
fugal.
Papel em Suítes e Ciclos de Peças: No Barroco, o prelúdio frequentemente abre suítes de danças
(uma sequência de peças de dança estilizadas) ou outros ciclos de composições, estabelecendo o
tom emocional e técnico para o que se segue.
Compositores Notáveis e Obras Exemplares:
Johann Sebastian Bach: Os "Prelúdios" de Bach, especialmente os encontrados no "Cravo Bem
Temperado", são exemplares, mostrando uma mestria incomparável no uso do prelúdio como
forma musical completa e expressiva. O Prelúdio em Dó Maior (BWV 846) é particularmente
famoso por sua clareza e beleza lírica.
Domenico Scarlatti: Embora mais conhecido por suas sonatas, Scarlatti também compôs
prelúdios que demonstram sua habilidade em criar música expressiva e tecnicamente
desafiadora para teclado.
Louis Couperin: Um dos mestres do prelúdio não mensurado, Couperin escreveu prelúdios que
são notáveis por sua qualidade improvisatória, requerendo do intérprete uma sensibilidade
especial para a dinâmica e ornamentação.
A influência dos prelúdios barrocos estende-se além de seu próprio tempo, inspirando
compositores em eras subsequentes a explorar e reimaginar o prelúdio como uma forma musical
significativa e expressiva.

Boa parte da música escrita para ser executada nas igrejas protestantes servia de prelúdio a uma
determinada acção, como uma leitura bíblica, o canto dos hinos ou a execução da música
principal. Na Alemanha do Norte tais peças tomavam, geralmente, a forma de tocatas ou
prelúdios, incorporando fugas ou tendo fugas por secção culminante, e de corais para órgão.
(Grout)

O PRELÚDIO CORAL — Prelúdio coral, um termo muitas vezes imprecisamente aplicado a


qualquer composição baseada numa melodia de coral, será aqui utilizado num sentido bastante
mais restrito, designando peças relativamente breves e em que a melodia inteira é apresentada
uma vez em forma facilmente identificável. Esta forma do prelúdio coral só nasceu na segunda
metade do século XVII. Como o nome indica, tais peças terão, provavelmente, surgido como
música litúrgica funcional: o organista tocava toda a melodia, com acompanhamento e
ornamentação ad libitum, como prelúdio ao canto do coral pela congregação ou pelo coro; mais
tarde, quando se escreveram peças neste mesmo estilo geral, foi-lhes dado o nome de prelúdios
corais, quer se destinassem, quer não, a servir este propósito litúrgico original. O prelúdio coral
é uma variação única sobre um coral. Naturalmente, encontramos muitas variedades de
tratamento. (1) Cada frase da melodia pode, por seu turno, servir de tema a um breve
desenvolvimento fugado, tomando, assim, o conjunto da peça a forma de um encadeamento de
fughettas. Esta forma apresenta óbvias semelhanças com a fantasia coral, mas é mais concisa e
de estilo mais homogéneo. (2) Num tipo particular de prelúdio coral, ligado principalmente ao
nome de Pachelbel, a primeira frase é objecto de um tratamento fugado bastante extenso, após o
que esta e todas as outras frases seguintes aparecem sucessivamente, em geral na voz superior,
em notas longas com relativamente pouca ornamentação; cada uma destas aparições é
precedida de um breve desenvolvimento imitativo, antecipando nas outras vozes, e em notas
breves (ou seja, em diminuição), o motivo característico. Por vezes, o desenvolvimento fugado
inicial é abreviado e a primeira frase introduzida do mesmo modo que as seguintes. (3) Mais
numerosos são os prelúdios corais em que a relação entre a melodia e o acompanhamento é
menos exacta. O acompanhamento, embora extraindo muitos dos motivos da melodia do coral, é
tratado de forma muito mais livre e com maior variedade de frase para frase; a melodia, que
geralmente começa logo no início, sem qualquer material imitativo introdutório, é ornamentada
de forma imaginativa, nada estereotipada, e prolonga-se, por vezes, numa longa frase
melismática na cadência final. Os mestres desta forma subjectiva e com frequência bastante
poética do coral foram Buxtehude e Georg Bõhm. (Grout)

Os PRELÚDIOS E FUGAS — Como já referimos, uma das estruturas musicais de grandes


proporções que gozavam nesta época de maior favor era a combinação de um prelúdio (ou
tocata, ou fantasia) e de uma fuga. A maior parte das composições importantes de Bach nesta
forma datam do período de Weimar, embora algumas tenham sido 439 escritas também em
Cöthen e Leipzig. São escritas na linguagem própria do instrumento a que se destinam e são
tecnicamente difíceis, mas nunca ostentam um virtuosismo oco. A tocata em Ré menor (anterior
a 1708?; BWV , 565) 4 é um bom exemplo da forma fixada por Buxtehude, na qual é entremeada
de secções de fantasia livre. Em contrapartida, a passacaglia em Dó menor (anterior a 1708?;
BWV , 582) funciona como um longo prelúdio a uma fuga dupla, um de cujos temas é idêntico à
primeira metade do tema da passacaglia. Alguns prelúdios são composições longas, em dois ou
três andamentos; o da grande fantasia e fuga em Sol menor (fuga: Weimar; fantasia: Cöthen;
BWV , 542) é uma fantasia/tocata de uma grande riqueza de colorido e uma expressividade
apaixonada, com diversos interlúdios contrapontísticos. (Grout)

Não foi Bach quem pôs às suites os nomes de «francesas» e «inglesas», e tais designações não
têm qualquer pertinência descritiva. Em ambas as séries as suites compõem- -se dos quatro
andamentos de dança tradicionais {allemande, courante, sarabanda, jiga), com breves
andamentos suplementares entre a sarabanda e a jiga; cada uma das suites inglesas começa com
um prelúdio. Alguns destes prelúdios ilustram particularmente bem a perícia com que Bach
transpunha para teclado as formas musicais italianas de conjunto: o prelúdio da terceira suite,
por exemplo, é um allegro de concerto onde alternam tutti e ritornello. (Adaptação ainda mais
notória da forma do concerto é o Concerto em estilo italiano, também incluído na
Clavier-Übung, n parte, uma peça para cravo que utiliza os dois teclados do instrumento por
forma a sublinhar os contrastes tutti-solo). (Grout)

Esta cena ilustra bem a capacidade de Hindemith para evocar a intensidade dos sentimentos que
o pintor deixa transparecer no seu políptico e o seu profundo empenhamento na defesa dos
direitos do povo alemão oprimido. O prelúdio a esta cena, originalmente composto como
terceiro andamento da sinfonia Mathis der Maier, é tocado com o pano descido e faz-se de novo
ouvir quando Mathis, desesperado com a derrota dos camponeses, é atormentado por visões
semelhantes às do quadro As Tentações de Santo António. (Grout)

Prelude, musical composition, usually brief, that is generally played as an introduction to


another, larger musical piece. The term is applied generically to any piece preceding a religious
or secular ceremony, including in some instances an operatic performance. In the 17th century,
organists in particular began to write loosely structured preludes to rigorously conceived fugues.
The most notable composer of preludes, J.S. Bach, gave each prelude its own distinct character;
some are akin to arias, others to dance forms, toccatas, or inventions.
The preludes of Frédéric Chopin and Claude Debussy are brief, self-contained pieces that vary
widely in character but that often explore a particular mood. Chopin wrote études that differ
little structurally from some of his preludes, while Debussy’s two books of preludes bear
descriptive titles reflecting their evocative, sometimes rhapsodic moods, a quality captured
perhaps more perfectly in Debussy’s brilliant orchestral Prélude à l’aprés-midi d’un faune
(Prelude to the Afternoon of a Faun). Preludes and fugues written in the 20th century include
notably those of the Russian composer Dmitry Shostakovich. A variety of modern piano suites
(e.g., Opus 25, Arnold Schoenberg’s dodecaphonic work) also open with preludes, generally
monothematic pieces intended to evoke the spirit and practice of the early 18th century.
(Britannica)

Peças que efectuam variações sobre uma dada melodia ou baixo: partita, passacaglia, partita
coral e prelúdio coral. (moodle)
Peças em estilo improvisatório para um instrumento de tecla ou alaúde, solistas: podiam
chamar-se tocata, fantasia e prelúdio. (moodle)

Os principais tipos de obras associados a cada uma das duas categorias: música para
instrumentos de tecla e música para conjunto são: Tecla: Tocata (prelúdio, fantasia) e fuga;
arranjos de corais luteranos ou de outro material litúrgico (prelúdio coral, versículos, etc.);
variações; passacaglia e chaccone; suite; sonata ( a partir de 1700); (moodle)

o Prelúdio, com a função de preparar a composição vocal, ou instrumental, que deveria seguir-se
(moodle)

PRELÚDIO É uma peça instrumental introdutória, para órgão, cravo ou alaúde. Serve para
preceder obras vocais como canções, motetes, madrigais, etc.; e também corais em cujo caso a
sua função é a de indicar a tonalidade (pelo qual amiúde se ordena por tonalidades); ou então
precede peças instrumentais, especialmente fugas. (moodle)

NA SUITE: De salientar que a suite contem uma abertura: o PRELÚDIO. O prelúdio


corresponde a uma necessidade do instrumentista verificar os acordes (tonalidade) do seu
instrumento (vem do alaúde). O que vai fazer com que o Prelúdio seja predominantemente
harmónico e que os acordes vão ajudar a estabilizar a tonalidade das peças seguintes. Portanto
contém as seguintes características: - Acordes harpejados - A tonalidade da suite é claramente
indicada com algumas alusões aos tons vizinhos. (moodle)

El género preferido en la época para introducir fugas fue la música para teclado, y a menudo se
empleaban con una función conclusiva, para rematar un preludio, una tocata o un pasacalle, en
virtud de su forma culminante. (Griffiths)

Las fugas para órgano de Bach poseen generalmente las dimensiones apropiadas para llenar una
iglesia grande, y quizá para impresionar a una gran congregación con la doble maestría del
compositor-ejecutante; sin embargo, los preludios y las fugas que escribió para el teclado
doméstico se dirigen a aquellos que los interpretarán. Reunió en un libro veinticuatro piezas de
esas características, empleando cada una de las tonalidades mayores y menores, y lo tituló Das
wohltemperirte Clavier13 (El clave bien temperado, 1722) para demostrar que un intérprete
podía, de hecho, tocar en todas esas tonalidades en un instrumento adecuadamente afinado
(Griffiths)

Este criterio lo cumplía de manera rotunda el drama musical de Wagner Tristan und Isolde
(Tristán e Isolda, 1856-1859) en el «acorde de Tristán» que aparece en la frase inicial del
preludio, por emplear el término que Wagner prefería al de «obertura» para calificar las piezas
que pertenecen a la continuidad de la obra como conjunto. (Griffiths)

El resultado, en el Prélude orquestal, es un orientalismo muy distinto del que habían expresado
recientemente Saint-Saëns o Borodín en sus excitantes partituras, un orientalismo no en sus
imágenes, sino en sus esencias. La imagen es occidental: un poema francés y, más allá, una larga
tradición de languidez y sensualidad enmarcadas en un paisaje arcádico. Lo que Debussy
aprendió de Oriente, y quizá más profundamente de sí mismo, fue el modo de dar forma a los
ensueños eróticos del fauno en una pieza en la que la idea principal —el solo de flauta con el que
comienza— se mantiene constantemente en la memoria de la música. (Griffiths)

BiBlio e WebGrafia
http://www.librosmaravillosos.com/brevehistoriadelamusicaoccidental/pdf/Breve%20historia
%20de%20la%20musica%20occidental%20-%20Paul%20Griffiths.pdf
https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/988/o/GROUT__PALISCA_-_Hist%C3%B3ria_da_M%
C3%BAsica_Ocidental.pdf

https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5603600/mod_resource/content/1/Atlas%20de%20
Mu%CC%81sica.pdf

https://www.britannica.com/art/prelude-music/additional-info

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