Infecto IV
Infecto IV
Infecto IV
Síndromes Febris
Arboviroses – Dengue, Febre amarela, doenças transmitidas por artrópodes
Bacterianas – Leptospirose, Febre tifoide
Protozooses – Calazar, Malária
DENGUE
Doença infecciosa viral causada pelo vírus da família Flavivírus. Possui 5 sorotipos, sendo que o sorotipo 5 não existe no
Brasil. O indivíduo que adquire dengue torna-se imune contra aquele sorotipo específico.
O indivíduo quando adquire dengue pela segunda vez pode apresentar uma resposta imune intensa e desenvolver a
forma grave da doença.
O vetor da dengue no Brasil é o mosquito Aedes aegypti. O período de incubação é de 3 a 15 dias.
3 APRESENTAÇÕES CLÍNICAS
DENGUE
Febre (2 a 7 dias) + ≥ 2 “problemas”
P - Petéquias
R - Rash
O – OrBital (dor retrorbitária)
L - Leucopenia
E – Êmese
M - Mialgia
A – Artralgia
S - Cefaleia
DENGUE GRAVE
Aumento GRAVE da permeabilidade vascular
Disfunção orgânica GRAVE
Plaquetopenia GRAVE
CONDUTA
1) Notificar + sintomáticos (evitar AAS e AINES → optar por dipirona ou paracetamol)
2) Classificar (A, B, C, D) e hidratar
Prova do laço → afere a fragilidade capilar e identifica o risco de hemorragia
Prova do laço: a partir da média da PA (PAs + PAd ÷ 2); insuflar o manguito no valor obtido por 5 minutos no adulto (3 min na
criança) e desenhar um quadrado de 2,5 cm de lado
Positiva: ≥ 20 adultos e ≥ 10 em crianças
FEBRE AMARELA
Doença infecciosa viral causada pelo vírus da família Flavivírus. Incubação de 3-6 dias!
Ciclo silvestre
o Vetor: mosquito Haemagogus
o Hospedeiro: macaco
Ciclo urbano
o Vetor: mosquito Aedes aegypti
o Hospedeiro: homem
o O risco de FA urbana existe... em 2017 todos os casos no Brasil foram silvestres!
QUADRO CLÍNICO
AUTOLIMITADA (90%): “dengue” + sinais de Faget
Sinal de FAgeT: dissociação pulso-temperatura (também ocorre na febre tifoide)
Diagnóstico
Isolamento / ELISA IgM
Conduta
Notificar + suporte
Profilaxia
Vacina – dose única
o Moradores de áreas endêmicas
o Visitantes: vacinar 10 dias antes
LEPTOSPIROSE
Seu agente etiológico é a Leptospira interrogans. Sua incubação é de 1 a 30 dias. Possui como reservatório
ratos e camundongos, e durante o contato com a urina do animal ocorre a transmissão da bactéria, geralmente em
enchentes ou esgotos. A bactéria penetra pela pele dos membros inferiores.
Sua patogênese baseia-se na vasculite infecciosa, e pode cursar em duas formas clínicas principais.
ANICTÉRICA (90%)
Síndrome febril (12 dias) + sufusão conjuntival + dor em panturrilhas
Após penetrar no membro inferior, através dos vasos a bactéria chega primeiro na panturrilha, causando dor
muscular. Os vasos conjuntivais também são afetados, causando a sufusão conjuntival.
Causa icterícia e hemorragia alveolar! A icterícia chama-se rubínica pois combina o vermelho da sufusão
conjuntival com o amarelo da bilirrubina!
DIAGNÓSTICO
Inespecífico
o ↓Plaquetas, ↑CPK, lesão renal aguda com ↓K+
Específico
o Cultura
o Microaglutinação (padrão-ouro)
CONDUTA
Notificar + ATB
Formas graves
Penicilina cristalina
Alternativa: cefalosporina 3ª G (Ceftriaxone)
Diálise
Formas leves
Doxiciclina
FEBRE TIFOIDE
Seu agente etiológico é a Salmonella typhi. A transmissão ocorre por água ou alimentos contaminados. A
patogênese depende da passagem gástrica, portanto ocorre mais em indivíduos com hipocloridria. Uma vez
absorvida no intestino, a bactéria se concentra nas Placas de Peyer.
QUADRO CLÍNICO
1ª semana → fase bacterêmica
o Dengue + diarreia ou constipação
4ª semana → convalescença
o Paciente vai melhorando...
DIAGNÓSTICO
Inespecífico
o Leve desvio à esquerda + linfomonocitose relativa
o Leucopenia paradoxal
o VHS normal (próxima de zero)
CONDUTA
Notificar + ATB
Antibióticos
MS: Cloranfenicol
Pode ser usado ceftriaxone / ciprofloxacino / azitromicina
Choque + alteração de consciência → corticoide!
CALAZAR (LEISHMANIOSE VISCERAL)
Seu agente etiológico é a Leishmania chagasi. Seu vetor é a Lutzomyia longipalpis, e seu reservatório é o
cão, devido à urbanização. O período de incubação dura entre 10 dias a 24 meses.
QUADRO CLÍNICO
Baixa patogenicidade: a maioria não adoece
↓ Imunidade celular: apenas esta é capaz de conter o Calazar, precisa estar ↓ para desenvolver a doença
Disseminação arrastada: ocupa locais de macrófagos (sistema retículo-endotelial → baço, fígado e MO)
o Febre, hepatoESPLENOMEGALIA e pancitopenia
↑ Imunidade humoral
o Achado clássico (eletroforese) → hipergamaglobulinemia policlonal
DIAGNÓSTICO
Aspirado de MO (S = 70%): preferencial
Parasitológico
Punção esplênica (S = 95%): risco de sangramento
Teste rápido
Sorológico IFI (Imunofluorescência Indireta)
rK39
Reação de Montenegro Negativa (baixa imunidade celular)
CONDUTA
Notificar + ATB
Primeira escolha Glucantine (antimonial Pentavalente)
Gestantes e graves
Insuficiências
Anfotericina B lipossomal (5 – 7 dias)
Imunodeprimidos
Idade < 1 ano / > 50 anos
MALÁRIA
O agente etiológico é o Plasmodium
Vivax (+ comum)
Falciparum (+ grave) Febre terçã
Ciclo
2 etapas: hepática – eritrocitária
Mosquito: ciclo sexuado
Homem: ciclo assexuado
Forma hipnozoíta: P. vivax
O ciclo da malária envolve um estágio no fígado, e após é liberado então para parasitar as hemácias.
QUADRO CLÍNICO
Caracteriza-se por um parasitismo eritrocitário com posterior hemólise!
Anemia hemolítica + crises febris (eclosão eritrocitária)
A malária por P. falciparum é mais grave pois causa maior parasitemia, atingindo também hemácias jovens.
Também acomete proteínas de aderência, causando obstrução e disfunção. Causa hipoglicemia e
hiperlactatemia por consumo!
DIAGNÓSTICO
Gota Espessa Exame de escolha
Teste Rápido Região não endêmicas
TRATAMENTO
Cloroquina (3 dias) + primaquina (7 dias)
P. vivax * Primaquina: mata hipnozoíta
* Gestantes: Primaquina é contraindicada!
P. falciparum Artesunato + Mefloquina (3 dias) + Primaquina (1 dia)