Arboviroses
Arboviroses
Arboviroses
DENGUE
Os vírus da dengue e Zika são vírus de RNA do gênero Flavivirus, pertencente à família
Flaviviridae, que inclui também o vírus da febre amarela.
Com relação ao DENV, até o momento, são conhecidos quatro sorotipos – DENV-1,
DENV-2, DENV-3 e DENV-4 (imunidade é direcionada para cada sorotipo).
A dengue é a arbovirose mais prevalente nas Américas, sendo uma importante suspeita
em quadros febris agudos.
Fases da dengue:
Somente 25% dos casos de dengue são sintomáticos, variando de formas
oligossintomáticas a quadros graves (5%).
- Fase febril: febre de início abrupto, geralmente acima de 38 graus, com duração de 2 a
7 dias. A febre pode vir acompanhada de cefaleia, astenia, mialgia, artralgia e dor retro
orbitária.
Essa lesão exantemática, presente em grande parte dos casos no momento de
defervescência, é predominantemente do tipo maculopapular, atingindo face, tronco e
membros, não poupando regiões palmares e plantares – com ou sem prurido.
Grande parte dos pacientes melhoram após a fase febril.
- Fase crítica: tem início com o declínio da febre entre o terceiro e sétimo dia da
doença. Os sinais de alarme, quando presentes, ocorrem nessa fase.
Teoria de Halsted: Pacientes com segunda ou terceira, até quarta infecção tendem a
entrar em fase crítica – anticorpos ajudam o vírus a entrar em células-alvo do vírus
(macrófagos).
A maioria deles é resultante do aumento da permeabilidade capilar. Essa condição
marca o início da piora clínica do paciente e sua possível evolução para o choque
hipovolêmico, por extravasamento plasmático e/ou hemorragia.
Sinais de alarme:
• Dor abdominal intensa (referida ou à palpação) e contínua.
• Vômitos persistentes.
• Acúmulo de líquidos (ascite, derrame pleural, derrame pericárdico).
• Hipotensão postural e/ou lipotímia.
• Letargia e/ou irritabilidade.
• Hepatomegalia maior do que 2 cm abaixo do rebordo costal.
• Sangramento de mucosa.
• Aumento progressivo do hematócrito.
- Fase de recuperação: ocorre após as 24-48 horas da fase crítica, quando uma
reabsorção gradual do fluido que havia extravasado para o compartimento extravascular
se dá nas 48-72 horas seguintes.
Tratamento:
- Grupo A
- Grupo B
CHIKUNGUNYA
É uma arbovirose cujo agente etiológico é transmitido pela picada de fêmeas infectadas
do gênero Aedes. No Brasil, até o momento, o vetor envolvido na transmissão do vírus
chikungunya (CHIKV) é o Aedes aegypt.
Manifestações clínicas:
- Fase aguda: Também conhecida como fase febril, é caracterizada principalmente por
febre mais alta de início súbito (>38,5° C) e surgimento de intensa poliartralgia
(pode ser acompanhada de edema), geralmente acompanhada de dorsalgia, exantema
precoce, cefaleia, mialgia e fadiga, com duração variável, em 30% dos casos há
conjuntivite. Há registro de casos de lesões orais.
Febre tem curta duração e sua melhora não tem relação com piora dos sintomas.
- Fase crônica: Caracterizada pela persistência ou recorrência dos sinais e dos sintomas,
principalmente dor articular, musculo-esquelética e neuropática por mais de três meses.
Infecto-reumatológica.
A poliartralgia pode ser deformante.
Diagnóstico:
- Exames laboratorias:
ELISA IgM pode ser realizado a partir do décimo dia e para a fase crônica o IgG.
ELISA-PCR é menos comum – pode ser realizado até o oitavo dia.
Caso suspeito: Paciente com febre de início súbito maior que 38,5o C e artralgia ou
artrite intensa de início agudo, não explicado por outras condições, residente em (ou que
tenha visitado) áreas com transmissão até duas semanas antes do início dos sintomas, ou
que tenha vínculo epidemiológico com caso importado confirmado.
Tratamento:
- A terapia utilizada é analgesia e suporte.
- Alívio sintomático:
Dor leve: paracetamol ou dipirona
Dor moderada: dipirona e paracetamol intercalados
Dor intensa: dipirona e/ou paracetamol + opioide (tramadol, codeína ou oxicodona)
- Fase subaguda: AINE, corticosteroide.
- Fase crônica: hidroxicloroquina, hidroxicloroquina+sulfassalazina, metotrexato.
- Recomenda-se tratamento não farmacológico, concomitante ao tratamento
farmacológico, por meio de fisioterapia e/ou de exercícios de intensidade leve ou
moderada e de crioterapia.
- É importante o acompanhamento diário das gestantes com suspeita de chikungunya
(fase aguda), pelo risco de sofrimento fetal.
ZYKA
É uma arbovirose causada pelo vírus Zika (ZIKV), agente etiológico transmitido por
fêmeas dos mosquitos do gênero Aedes.
Quando uma mulher grávida se contamina, não há mais solução. O que há de se fazer é
prevenir, com uso de repelentes, blusas de mangas e calças, uso de mosqueteiros.
Manifestações clínicas:
Diagnóstico:
- ELISA IgM e IgG a partir do sexto dia;
- RT-PCR (sangue) até quinto dia.
- RT-PCR (urina) até 15° dia.
Tratamento:
Para os quadros sintomáticos, aplicam-se as seguintes medidas:
• Repouso relativo, enquanto durar a febre.
• Estímulo à ingestão de líquidos.
• Administração de paracetamol ou dipirona em caso de dor ou febre.
• Não administração de ácido acetilsalicílico.
• Administração de anti-histamínicos.
• Recomendação ao paciente para que retorne imediatamente ao serviço de saúde, em
casos de sensação de formigamento de membros ou alterações do nível de consciência
(para investigação de SGB e de outros quadros neurológicos).
• Ante a queixa de alteração visual, encaminhamento ao oftalmologista para avaliação e
tratamento.
ZIKA E MICROCEFALIA:
PC <=32 cm (24h após o parto)
- Suspeita: USG pré-natal (após 20ª semana)
- Ao nascer: RT-PCR + sorologia
Sangue da mãe / sangue do cordão / LCR do RN / fragmento placentário
Excluir outras infecções congênitas
Neuroimagem p/ avaliar outras alterações estruturais (TC/RM e/ou USG transfontanela)