Sousa Artigo (2023)

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Influência do Crescimento demográfico na pobreza no crescimento económico

Cleto Teotónio Ricardo Victor de Sousa

cletodeanitasousa@gmailcom

Contactos: 841197210/872416091

Estudante Sociologia com Habilitações a Desenvolvimento Rural

Resumo

O elevado número da população é um fenómeno que se verifica em todo mundo sobre


tudo nos países subdesenvolvidos, desde a revolução industrial, muito mais depois da
segunda guerra mundial, e relaciona-se com vários elementos como urbanização,
pobreza, desenvolvimento, economia e outros. Este presente artigo tem como objectivo:
“Analisar a Influência do Crescimento demográfico na pobreza e no crescimento
económico”. Procurou-se responder a questão deste estudo por meio de revisão
bibliográfica realizada através de livros, documentos, artigos referentes ao tema
abordado, no qual se afirma que a influência reside pelo facto do crescimento económico
ter relação com crescimento demográfica e, este tendo origem na pobreza, ou seja nas
diversas desigualdades de privações de capacidade (multidimensionais) de certas
populações.
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Introdução

O presente artigo tem como tema “Influencia do Crescimento Demográfico na Pobreza e


no Crescimento Económico”. Um dos problemas que constitui grande preocupação no
mundo em geral sobretudo nos países subdesenvolvidos particularmente em
Moçambique, desde aproximadamente séculos XX, depois da segunda guerra mundial é
o crescimento demográfico, que tem há ver com o elevado número da população
entendida como a falta de condições para o bem-estar das pessoas. E para o Governo de
Moçambique a pobreza é a impossibilidade, a falta de capacidade ou oportunidade de
indivíduos, famílias, sociedade de terem acesso as condições mínimas, para seu bem-
estar, segundo as normas da sociedade. De acordo com relatório de PNUD (2018) citado
em PQG (2020, p.21), Moçambique continua com menor índice de desenvolvimento e as
pessoas afetadas pela pobreza não se caracterizam apenas por ter baixo consumo, mas
também por enfrentarem privações de capacidades, como por exemplo: a falta de
educação, água, e saneamento. E muitos autores consideram como fatores causadores da
pobreza: factores naturais, sociais, políticos, históricos, insegurança e demográficos
(Biológicos). É nesta ordem de ideias que se pretende fazer uma analise sobre “Até que
ponto o crescimento demográfico influencia na pobreza e no crescimento económico?” A
relevância do estudo reside pelo facto de tratar-se dum assunto muito importante para
avida das pessoas em várias aspectos, social, económica, cultural, etc. Para realização
deste trabalho será fundamental o uso da pesquisa de natureza aplicada, quanto a forma
de abordagem qualitativa e quanto aos procedimentos técnicos será usada a pesquisa
bibliográfica e documental. O trabalho está estruturado de seguinte forma: 1 Introdução,
no qual é apresentado o tema de estudo; 2 contextualização, onde serão apresentados
alguns conceitos relacionados com o tema em estudo; 3 Considerações finais e
Referências biográficas.
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Contextualização

Conceito da Pobreza

Sen (1999), citado em Niederle P. A & Radomsky G. F. W. (2016), “a pobreza deve ser
compreendida como privação de capacidades básicas, e não como baixo nível de renda,
tido como critério tradicional de avaliação.” Este autor (2000) aponta três argumentos em
face a esta compreensão: (a) tal abordagem concentra-se em privações que são
intrinsecamente importantes, ao passo que a renda é apenas instrumentalmente relevante;
(b) há outras influências sobre a privação de capacidades e, portanto, sobre a pobreza,
além da insuficiência de renda; (c) a relação instrumental entre renda e capacidade é
variável entre comunidades, famílias e indivíduos, em decorrência da diversidade
humana; ou seja, o impacto da renda sobre as capacidades é contingente e condicional.

1
“Assim, a privação de capacidades elementares pode refletir-se em
morte prematura, subnutrição considerável (especialmente de
crianças), morbidez persistente, analfabetismo e outras
deficiências. Essa definição não despreza o fato de a pobreza
também ser caracterizada como uma renda inferior a um patamar
pré-estabelecido, pois uma renda baixa pode ser a razão primeira
da privação de capacidades de uma pessoa (Crespo, A. & Gurovitz,
E. 2002,p.6).”

De realçar que a pobreza é entendida de várias maneiras, sob ponto de vista de cada um,
assim, pode ser vista como a falta de recursos, condições de pessoa ou um grupo de
pessoas para responder as suas necessidades. O autor a cima citado carateriza dois
aspetos: um em que incentiva mais que a questão da pobreza como Privação das
necessidades que tem a ver com a falta de liberdade consigo mesma e, o outro refere a
baixa renda, que não é primordial mas sim complementar na avaliação da pobreza.

Segundo a Unicef (2017,p.10), em Moçambique, Quase um terço das crianças 30% tem
três ou mais privações simultâneas na mesma altura e um outro terço das crianças do país
32% é afectado por quatro ou mais formas de privação. Para este relatório, são os
principais determinantes da pobreza infantil multidimensional: a localização rural, o
baixo nível de escolaridade dos pais e o tipo de emprego que estes possuem.

1
RAE-eletrônica, Volume 1, Número 2, jul-dez/2002.
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Demografia

Demografia, segundo Tores, A. (1995,p.24) é “disciplina científica cujo objecto é o


estudo da evolução dos efectivos humanos e da estrutura da colectividade”.

Para R. Pressat (1997), citado em Tores, A. (1995,p.24), a Demografia é o “estudo das


populações humanas pelo jogo dos nascimentos, dos óbitos e dos movimentos
migratórios", dependendo do objecto de estudo ela pode ser: demografia económica,
demografia histórica, demografia matemática, demografia social.

2
“Do ponto de vista demográfico, dois elementos devem ser tomados em
consideração nestas evoluções: a mortalidade e a fecundidade. Nos países
de baixo rendimento (a quase totalidade situa-se no "Terceiro Mundo",
considera-se que as taxas de mortalidade terão baixado substancialmente,
este postulado é discutido por alguns autores, que consideram as
estatísticas internacionais, especialmente as da ONU, demasiado
optimistas. Enquanto as da natalidade se mantiveram altas ou aumentaram
em relação a períodos anteriores. No entanto, a mortalidade infantil, apesar
das melhorias na saúde, não decaiu tanto quanto se esperava. Nessas
condições, os pais são levados a ter mais filhos para compensar a
mortalidade do grupo etário dos 0-5 anos de idade (o mais vulnerável às
condições sanitárias). As razões económicas, entre outras, explicam em
grande parte essa lógica, determinando que as elevadas taxas de natalidade
e de fecundidade sejam uma característica dos países de baixo rendimento.
Pergunta-se: se, de facto, essas altas taxas resultam essencialmente dos
factores económicos, de que valerão as medidas de "controlo de
natalidade" em tais circunstâncias? A menos que se desrespeitem os
direitos humanos e se levem a cabo campanhas brutais onde não está
excluída a esterilização em massa (como já aconteceu em certas regiões)
os resultados estarão condenados ao fracasso (Tores, A. 1995,p.9-10).”

Pode-se afirmar que a demografia trata de dados das pessoas, estruturas económicas desde
a nascença ate a morte, incluindo a suas estrutura económica, social e cultural, pois se
relaciona. Vários estudiosos afirmam que o crescimento económico tem grande relação

2
Tores, A. (1995). Demografia e Desenvolvimento: elementos Báscos, Trajectos. Lisboa;
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com crescimento da população. Todavia é necessário olhar os contextos, pois essa relação
pode ter diferença entre os países subdesenvolvidos e desenvolvidos.

De acordo com UNFPA (2017,p.17), o primeiro grande factor determinante da elevada


fecundidade em geral é uma procura elevada de filhos, que se reflecte no número desejado
de filhos por mulher, que é de 4,8 em Moçambique, embora este seja em parte um
artefacto cultural, é também uma função da natureza das circunstâncias económicas e
sociais da família. Para estes autores, outros factores influenciadores deste fenómeno
destacam-se: capacidade de controlar a fecundidade na tomada de decisão de número de
filho; desigualdade no acesso aos serviços de saúde (saúde reprodutiva) e educação;
algumas práticas culturais determinadas economicamente, o desemprego de maior
número de jovem nas regiões mais pobres; etc.

De realçar que, neste caso, a maioria da população promotora de elevada fecundidade é


alvo de muitas privações de capacidades, serviço de saúde e educação, emprego. Ou seja,
a população mais pobre é mas propensa na elevada fecundidade, aumento deste modo o
número da população.

Crescimento económico

De acordo com Carvalho, P.; Britto, J.; Feijóe C. et all. (2014). Crescimento econômico
“é o aumento contínuo da renda ou PIB, em termos absolutos, descontada a inflação, e
per capita, ao longo do tempo.”

Na Visão de Dalpiaz, M.; Pereira, L.; Malassise, R. (2016,p.13), o crescimento


económico É crescimento de produção e do consumo de bens e serviços em decorrência
do crescimento, centro de uma economia globalizada e integrada com os múltiplos
sectores: primário, secundário e terciário.

O crescimento económico para Figueiredo et al (2005) citado em Dalpiaz, M.; Pereira,


L.; Malassise, R. (2016,p.13) é aumento a longo prazo de sua capacidade de oferecer a
população bens económicos cada vez mais diversificados, baseando-se esta capacidade
crescente numa tecnologia avançada e nos ajustamentos institucionais e ideológica que
esta exige.

Em suma o crescimento económico refere-se ao aumento da produtividade de bens e


serviços, podendo aumentar a renda das pessoas num período de longo prazo de modo a
satisfazer suas necessidades.
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P. Fromont (1947), citado em Tores, A. (1995,p.25) concluía que "o factor económico
desempenha um papel no desenvolvimento demográfico.” Para este autor a demografia
económica é parte da demografia que trata das relações recíprocas existentes entre
população e economia e os fenómenos económicos exercem diversas influências sobre o
movimento da população conduzindo a variações do volume dessa população.

Logicamente se os procedimentos económicos são vinculados por meio da sociedade e


com a sociedade, na tentativa de responder com as espectativas e necessidades dessa
mesma sociedade que cresce, então estes fenómenos interrelacionam-se, ou seja, uma tem
influência da outra.

Considerações finais

Neste presente estudo conclui-se que há uma relação reciproca entre os três fenómenos:
Pobreza, crescimento demografia e crescimento económico. É uma cadeia estruturada de
forma não programada. Pode se afirmar que em geral, é nas famílias mais pobres, com
diversas desigualdades de privações multidimensionais de capacidade fecundidade
posteriormente elevada taxa de crescimento da população. O crescimento populacional
deveria ocorrer em proporção com o crescimento económico, uma vez que é esse número
da população que deveria produzir os bens e serviços, de modo que este último pode-se
garantir boa renda da população. Mas pela natureza ou contexto dos países
subdesenvolvidos, como Moçambique, não acontece sempre assim, a elevada taxa de
natalidade tem sido, de algum modo, consequência dessa mesma pobreza, que se resume
em privação de capacidades e falta de condições para o bem-estar da população. E este
elevado número da população, pela falta de acesso aos serviços de saúde e educação, pela
falta de oportunidades de emprego ou recursos necessários para obtenção da renda, acaba
aumentando o nível de pobreza. Por mais que as politicas redução de taxa de natalidade
estejam a funcionar, ainda há muito por se fazer, porque para o contexto moçambicano,
onde as famílias são numerosas, o número de membros com emprego satisfatório tem
sido muito menor, até mesmo não existir alguém na família, e todos sobrevivendo graças
a agricultura. Mas comparativamente aos países desenvolvidos, a políticas de redução
taxa de natalidade foi concebida com facilidade.
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Bibliografia

Niederle P. A & Radomsky G. F. W. (2016). Introdução às teorias do desenvolvimento.


UFRGS. – Porto Alegre: Editora da UFRGS;

Crespo, A. & Gurovitz, E. (2002). A Pobreza como um Fenômeno Multidimensional.


RAE-eletrônica, Volume 1, Número 2, ISSN 1676-5648. Editora: Fundação Getulio
Vargas – Escola de Administração de Empresas de São Paulo;

Tores, A. (1995). Demografia e Desenvolvimento: Elementos Báscos, Trajectos. Lisboa;

Dalpiaz, M.; Pereira, L.; Malassise, R. (2016). Teorias do Crescimento Económico.


Londrina: Editora, Distribuidora Educacional;

Carvalho, P.; Britto, J.; Feijóe C. et all. (2014). Economia: o que você precisa saber
Durval Corrêa Meirelles [organizador].— Rio de Janeiro: Editora Universidade Estácio
de Sá;

UNFPA (2017). Suplemento do Relatório sobre o Estado da População Mundial, 2017,


Moçambique. Desing: Elográfico;

Unicef (2017). Pobreza Infantil Multidimensional em Moçambique: Erradicação da


pobreza em todas as suas formas em todos os lugares;

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