Sousa Artigo (2023)
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Resumo
Introdução
Contextualização
Conceito da Pobreza
Sen (1999), citado em Niederle P. A & Radomsky G. F. W. (2016), “a pobreza deve ser
compreendida como privação de capacidades básicas, e não como baixo nível de renda,
tido como critério tradicional de avaliação.” Este autor (2000) aponta três argumentos em
face a esta compreensão: (a) tal abordagem concentra-se em privações que são
intrinsecamente importantes, ao passo que a renda é apenas instrumentalmente relevante;
(b) há outras influências sobre a privação de capacidades e, portanto, sobre a pobreza,
além da insuficiência de renda; (c) a relação instrumental entre renda e capacidade é
variável entre comunidades, famílias e indivíduos, em decorrência da diversidade
humana; ou seja, o impacto da renda sobre as capacidades é contingente e condicional.
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“Assim, a privação de capacidades elementares pode refletir-se em
morte prematura, subnutrição considerável (especialmente de
crianças), morbidez persistente, analfabetismo e outras
deficiências. Essa definição não despreza o fato de a pobreza
também ser caracterizada como uma renda inferior a um patamar
pré-estabelecido, pois uma renda baixa pode ser a razão primeira
da privação de capacidades de uma pessoa (Crespo, A. & Gurovitz,
E. 2002,p.6).”
De realçar que a pobreza é entendida de várias maneiras, sob ponto de vista de cada um,
assim, pode ser vista como a falta de recursos, condições de pessoa ou um grupo de
pessoas para responder as suas necessidades. O autor a cima citado carateriza dois
aspetos: um em que incentiva mais que a questão da pobreza como Privação das
necessidades que tem a ver com a falta de liberdade consigo mesma e, o outro refere a
baixa renda, que não é primordial mas sim complementar na avaliação da pobreza.
Segundo a Unicef (2017,p.10), em Moçambique, Quase um terço das crianças 30% tem
três ou mais privações simultâneas na mesma altura e um outro terço das crianças do país
32% é afectado por quatro ou mais formas de privação. Para este relatório, são os
principais determinantes da pobreza infantil multidimensional: a localização rural, o
baixo nível de escolaridade dos pais e o tipo de emprego que estes possuem.
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RAE-eletrônica, Volume 1, Número 2, jul-dez/2002.
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Demografia
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“Do ponto de vista demográfico, dois elementos devem ser tomados em
consideração nestas evoluções: a mortalidade e a fecundidade. Nos países
de baixo rendimento (a quase totalidade situa-se no "Terceiro Mundo",
considera-se que as taxas de mortalidade terão baixado substancialmente,
este postulado é discutido por alguns autores, que consideram as
estatísticas internacionais, especialmente as da ONU, demasiado
optimistas. Enquanto as da natalidade se mantiveram altas ou aumentaram
em relação a períodos anteriores. No entanto, a mortalidade infantil, apesar
das melhorias na saúde, não decaiu tanto quanto se esperava. Nessas
condições, os pais são levados a ter mais filhos para compensar a
mortalidade do grupo etário dos 0-5 anos de idade (o mais vulnerável às
condições sanitárias). As razões económicas, entre outras, explicam em
grande parte essa lógica, determinando que as elevadas taxas de natalidade
e de fecundidade sejam uma característica dos países de baixo rendimento.
Pergunta-se: se, de facto, essas altas taxas resultam essencialmente dos
factores económicos, de que valerão as medidas de "controlo de
natalidade" em tais circunstâncias? A menos que se desrespeitem os
direitos humanos e se levem a cabo campanhas brutais onde não está
excluída a esterilização em massa (como já aconteceu em certas regiões)
os resultados estarão condenados ao fracasso (Tores, A. 1995,p.9-10).”
Pode-se afirmar que a demografia trata de dados das pessoas, estruturas económicas desde
a nascença ate a morte, incluindo a suas estrutura económica, social e cultural, pois se
relaciona. Vários estudiosos afirmam que o crescimento económico tem grande relação
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Tores, A. (1995). Demografia e Desenvolvimento: elementos Báscos, Trajectos. Lisboa;
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com crescimento da população. Todavia é necessário olhar os contextos, pois essa relação
pode ter diferença entre os países subdesenvolvidos e desenvolvidos.
Crescimento económico
De acordo com Carvalho, P.; Britto, J.; Feijóe C. et all. (2014). Crescimento econômico
“é o aumento contínuo da renda ou PIB, em termos absolutos, descontada a inflação, e
per capita, ao longo do tempo.”
P. Fromont (1947), citado em Tores, A. (1995,p.25) concluía que "o factor económico
desempenha um papel no desenvolvimento demográfico.” Para este autor a demografia
económica é parte da demografia que trata das relações recíprocas existentes entre
população e economia e os fenómenos económicos exercem diversas influências sobre o
movimento da população conduzindo a variações do volume dessa população.
Considerações finais
Neste presente estudo conclui-se que há uma relação reciproca entre os três fenómenos:
Pobreza, crescimento demografia e crescimento económico. É uma cadeia estruturada de
forma não programada. Pode se afirmar que em geral, é nas famílias mais pobres, com
diversas desigualdades de privações multidimensionais de capacidade fecundidade
posteriormente elevada taxa de crescimento da população. O crescimento populacional
deveria ocorrer em proporção com o crescimento económico, uma vez que é esse número
da população que deveria produzir os bens e serviços, de modo que este último pode-se
garantir boa renda da população. Mas pela natureza ou contexto dos países
subdesenvolvidos, como Moçambique, não acontece sempre assim, a elevada taxa de
natalidade tem sido, de algum modo, consequência dessa mesma pobreza, que se resume
em privação de capacidades e falta de condições para o bem-estar da população. E este
elevado número da população, pela falta de acesso aos serviços de saúde e educação, pela
falta de oportunidades de emprego ou recursos necessários para obtenção da renda, acaba
aumentando o nível de pobreza. Por mais que as politicas redução de taxa de natalidade
estejam a funcionar, ainda há muito por se fazer, porque para o contexto moçambicano,
onde as famílias são numerosas, o número de membros com emprego satisfatório tem
sido muito menor, até mesmo não existir alguém na família, e todos sobrevivendo graças
a agricultura. Mas comparativamente aos países desenvolvidos, a políticas de redução
taxa de natalidade foi concebida com facilidade.
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Bibliografia
Carvalho, P.; Britto, J.; Feijóe C. et all. (2014). Economia: o que você precisa saber
Durval Corrêa Meirelles [organizador].— Rio de Janeiro: Editora Universidade Estácio
de Sá;