A Revolução Grisalha

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REVISTA FLUMINENSE DE GEOGRAFIA 4


REVISTA ELETRNICA DA ASSOCIAO DOS GEGRAFOS BRASILEIROS - SEO NITERI ANO 2- JUL/DEZ DE 2006 ISSN 1980-9018

Expediente

Sumrio

Normas para Publicao

Outras Edies

! A Revoluo Grisalha The Hoary Revolution ! O Autor

1- O envelhecimento da populao O sculo XX, em particular sua segunda metade, foi marcado, no mbito demogrfico, por importantes transformaes que ocorreram no crescimento e na composio da populao, com importantes repercusses na vida social e econmica do pas. As modificaes da estrutura etria so caracterizadas pela reduo base da pirmide etria, resultante do declnio da fecundidade, e pelo engrossamento do topo, em conseqncia dos efeitos combinados da reduo do tamanho das famlias e do aumento da expectativa de vida da populao. O envelhecimento da populao decorrente destas transformaes apresenta-se como um processo irreversvel que modificar gradativamente o peso dos segmentos de crianas, adultos e idosos, com implicaes nas polticas pblicas para atendimento das necessidades e demandas especficas de cada um destes segmentos. O envelhecimento da populao um processo altamente positivo, que se traduz em ganhos quantitativos de vida mdia, mas, por outro lado, o aumento da longevidade acarreta importantes implicaes e desafios para a vida econmica e social das comunidades (Lgar, 2004). Crescem as demandas por cuidados mdicos e sociais especializados, o que implica no custo crescente dos programas de sade pblica, na criao e ampliao de asilos, na assistncia social e psicolgica, na criao de estabelecimentos que ofeream produtos de consumo e atividades de lazer voltados para este grupo, na promoo de novas alternativas para reinsero de idosos na educao e no trabalho. Novos modelos e alternativas devem ser pensados para fazer face aos custos crescentes do sistema previdencirio. importante, tambm considerar que o crescimento do nmero de pessoas dependentes, da quarta idade aporta desafios de maior complexidade e, a questo que se coloca at que idade a Medicina pode alongar a vida humana, mantendo sua qualidade. 1.1- A transio demogrfica As transformaes do crescimento e da composio da populao resultam da evoluo do processo denominado Transio Demogrfica. Este processo consiste na passagem de uma situao de baixo crescimento demogrfico, caracterizada por nveis elevados de natalidade e mortalidade, a uma outra fase de baixo crescimento ou de estabilizao, ou mesmo de crescimento negativo, em que os nveis dos dois componentes do crescimento so baixos (Tabutin, sd; Castiglioni, 1994, Patarra e Ferreira, 1996). Durante o processo, que tem durao e caractersticas variveis segundo o contexto e a poca em que ocorre, a mortalidade decresce antes e mais rapidamente que a fecundidade. A defasagem entre a evoluo dos dois componentes tem como conseqncia o aumento do crescimento demogrfico durante o processo. A transio um fenmeno de mbito universal, no obstante especificidades apresentadas no tempo e no espao: todos os pases do globo j passaram ou esto passando atualmente pelas transformaes geradas por este processo.

Aurelia Professora Adjunta do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Esprito Santo

Resumo
A "revoluo grisalha" constitui atualmente um dos principais vetores de mudana e de transformao da sociedade. Este processo representa uma importante conquista social, pois conseqncia natural do desenvolvimento da sociedade, mas traz consigo importantes implicaes e desafios para a vida econmica e social das comunidades, induzindo mudanas nas demandas sociais do pas, em especial nos sistemas de sade e de previdncia social. Este trabalho analisa as transformaes demogrficas em curso, focalizando caractersticas, causas, conseqncias e tendncias do processo de envelhecimento do

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Figura n. 1. Transio demogrfica: modelo clssico

Brasil. So apresentados vrios indicadores que mostram os nveis e a evoluo do processo.

Palavras-Chave
Envelhecimento populacional, indicadores de envelhecimento, transio demogrfica.

Abstract
Nowadays the Hoary Revolution constitutes one of the most principal point of society change and transformation. This process represents an important social conquer, because of its natural consequence by society development. However, it brings important implications and challenges to economic life and social communities producing changes in country social demand of the country, especially, in healthy systems and social providence. This work analyze the demographic changes, focusing in some characteristics, causes, consequences and tendencies of the hoary process in Brazil . Furthermore, it is showed various indicators that show the levels and process evolution.

Dentre as conseqncias demogrficas da transio, pode-se destacar as seguintes: - Crescimento da populao Um dos efeitos mais visveis da transio o crescimento elevado da populao. Em conseqncia da ocorrncia desse processo nos pases desenvolvidos, a populao do mundo dobrou em 100 anos, entre 1830 e 1930, passando de 1 a 2 bilhes de habitantes. A seguir, entra em cena o crescimento acelerado dos pases em desenvolvimento, provocando a elevao das taxas de crescimento a nveis sem precedentes na histria demogrfica do planeta: em apenas 30 anos (de 1930 a 1960) a populao atingiu a cifra de 3 bilhes, em mais 15 anos (de 1960 a 1975) chegou a 4 bilhes, em mais 12 anos, completou 5 bilhes e, finalmente, em 1999, num intervalo de mais 12 anos, atingiu a marca dos 6 bilhes. Segundo as projees das Naes Unidas, a populao do mundo continuar a crescer, tendendo a se estabilizar entre 10 e 11 bilhes daqui a um sculo. - Modificao da representao dos grupos etrios A modificao gradativa dos pesos dos vrios segmentos que compem a populao: jovens, adultos, idosos, ocorre durante as diversas etapas do processo. A pirmide etria passa progressivamente de sua forma clssica, triangular, com base larga e topo afilado, forma de colmia em que as barras inferiores perdem progressivamente sua representao em favor das faixas etrias adultas e idosas. Importantes efeitos induzidos pela transio so tambm aqueles decorrentes das modificaes nas necessidades e demandas das vrias sub-populaes: crianas, escolar, ativa e idosa. - Modificaes nos modelos familiares Paralelamente s transformaes da estrutura etria, ocorrem modificaes nos modelos familiares e no fluxo de bens e servios entre pais e filhos. Nas sociedades tradicionais, agrrias, os filhos aportam muito famlia: seu custo baixo e, na idade produtiva, a prole numerosa garante mo-de-obra economia familiar e apoio aos pais na velhice. Nas sociedades modernas, o fluxo de bens e servios opera principalmente na direo pais-filhos. O filho tem custo elevado sem muito retorno para a famlia, pois ao atingir a vida adulta, constituir seu prprio ncleo de produo e adotar um modelo de famlia reduzida, que exclui a presena de pais idosos. Tais transformaes atuam como causas e, simultaneamente, so intensificadas pelo processo. - Feminizao do segmento dos idosos Alm das conseqncias j citadas vale ressaltar tambm a ao da seletividade por sexo. Nascem mais homens que mulheres, numa relao de, em mdia 105 por 100 em pases onde os nveis de mortalidade no so altos. No decorrer da vida, fatores biolgicos (maior resistncia feminina) e comportamentais (diferenas entre homens e mulheres quanto a comportamentos que aumentam os riscos das doenas e de morte) reduzem o ndice de masculinidade e, no incio da idade adulta, as mulheres passam a predominar na populao (Castiglioni, 1994). O predomnio feminino se acentua na medida em que a idade avana, devido maior longevidade das mulheres, operando-se, assim a feminizao do envelhecimento.

Keywords

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- Aumento da representao da Quarta idade Com o alongamento progressivo da expectativa de vida, cresce o nmero dos idosos do grupo de 80 anos ou mais, composto por grande nmero de pessoas dependentes, demandando elevados investimentos em sade e em servios especializados.

1.2- Envelhecimento da populao: conceito e determinantes Em Demografia, por envelhecimento populacional entende-se o aumento do segmento da populao classificado como idoso em relao aos outros grupos etrios, ou seja, o aumento da participao relativa do grupo de pessoas com mais de 60 ou 65 anos, conforme definio, no conjunto da populao. Suas causas demogrficas esto ligadas ao ou interao dos seguintes processos (United Nations, 1954; Caselli e Vallin, 1990; Reginato, 1994; Wong, 2001). - Fecundidade envelhecimento pela base. A queda da fecundidade o fator determinante do processo, responsvel pelas transformaes que ocorrem atualmente na estrutura dos pases em desenvolvimento. A diminuio do nmero de nascimentos reduz a base da pirmide, o que resulta em ganhos de peso relativo das populaes de adultos e idosos. O efeito deste componente assume grande importncia face aos elevados nveis de fecundidade dos pases menos desenvolvidos, em vrios deles, o grupo de menos de 15 anos representa cerca de 40 a 50% da populao. - Mortalidade envelhecimento pelo topo. Fator preponderante no envelhecimento dos pases desenvolvidos. A queda da mortalidade provoca a elevao da esperana de vida, aumentando as chances de sobrevivncia dos indivduos at idades mais avanadas, com conseqente crescimento da representao dos idosos na populao. Nos pases com nvel de desenvolvimento avanado, a mortalidade nos primeiros anos de vida chegou a um nvel to baixo que as redues ainda possveis tero um impacto pouco significativo sobre a evoluo da durao mdia da vida da populao. Por outro lado, as taxas de natalidade j atingiram tambm seus nveis mnimos. Assim sendo, nos pases mais desenvolvidos o contnuo aumento da longevidade que contribui o fator determinante do aumento progressivo do processo de envelhecimento. Mesmo que, em alguns destes pases a fecundidade apresente variaes positivas, estas so insuficientes para modificar significativamente o curso geral da transio. - Migraes Os jovens apresentam uma maior tendncia a migrar e, em conseqncia, os fluxos migratrios tendem a conter um nmero maior de jovens, provocando um rejuvenescimento da populao da regio de destino e o envelhecimento da populao da regio de origem do fluxo. Assim, regies com elevado nvel de atratividade podem registrar um rejuvenescimento em sua estrutura devido ao afluxo de jovens e a conseqente fecundidade advinda da formao de suas famlias, enquanto que regies expulsoras de populao apresentam maior representao de idosos (Castiglioni, 1989). 1.3- Envelhecimento da populao: conquista social As evolues dos processos de natalidade e mortalidade, que resultaram no aumento da longevidade, ocorreram em conseqncia de avanos cientficos, tecnolgicos, sociais e polticos. As disparidades na distribuio de riqueza entre as regies do mundo so certamente as maiores causas da desigualdade dos nveis de vida entre os povos, bem traduzida por seus indicadores demogrficos. Segundo Pierre George: A mais importante das fontes de desigualdades entre homens hoje o lugar de seu nascimento. Segundo as possibilidades de vida de cada pas, um nascimento tem um significado particular, abrindo perspectivas de vida mais ou menos longa, de condies de vida diferenciadas (George, 1986). A comparao da durao da vida dos pases mais ricos e mais pobres do globo ilustram bem essa afirmativa. A durao da vida chega a ser o dobro nos primeiros: enquanto uma criana nascida no Japo tem a expectativa de viver, em mdia, 82 anos (eo total), crianas nascidas em pases do Continente Africano tm este valor reduzido para menos da metade, como ocorre em Botswana e Swazilandia (34 anos), no Lesoto (36), na Zmbia e no Zimbabwe (37 anos) (PRB, 2006).

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A associao do ndice de envelhecimento com indicadores scio-econmicos pode ser descrita e estatisticamente demonstrada por correlaes calculadas a partir de alguns indicadores publicados pelas Naes Unidas, para todos os pases do mundo para os quais informaes so disponveis (PRB, 2006). As medidas contidas na tabela n. 1, mostram a fora e o sentido das relaes: a durao da vida est estreitamente e positivamente relacionada a indicadores do processo de desenvolvimento.
Tabela n 1. Correlaes entre o indicador de envelhecimento e indicadores scio-econmicos - Pases do Mundo 2006

Variveis Taxa de Natalidade Taxa de Crescimento Natural Taxa de Mortalidade Infantil Taxa de Fecundidade Total Proporo de populao com menos de 15 anos Esperana de Vida Taxa de Urbanizao Proporo de populao de 15-49 com HIV Proporo de mulheres casadas, 15-49 anos, que utilizam mtodos contraceptivos IDH ndice de Desenvolvimento Humano
** Nvel de significncia: 0,01

Proporo de Populao de 65 anos ou mais -0,770 ** -0,817 ** -0,644 ** -0,736 ** -0,790 ** 0,624 ** 0,538 ** -0,274 ** 0,657 ** 0,713 **

Pode-se verificar que o comportamento do indicador de longevidade apresenta tendncia inversa aos indicadores que caracterizam a situao demogrfica das primeiras fases da transio: altas taxas de natalidade, de crescimento natural, de mortalidade infantil, de fecundidade total e elevada proporo de crianas na populao. As relaes so positivas quando se considera indicadores que esto relacionados ao processo de desenvolvimento: esperana de vida, IDH, proporo de mulheres casadas, de 15 a 49 anos, que utilizam mtodos contraceptivos, e taxa de urbanizao. As Figuras de n. 2 a 5 ilustram algumas destas ligaes. As relaes do ndice de envelhecimento so positivas com o IDH (r = 0,71) e a esperana de vida ao nascimento (r=0,62) : os pases de desenvolvimento mais avanado possuem elevados ndices de longevidade e valores tambm, os mais elevados, para as duas variveis que expressam bons nveis de vida. As ligaes so, ao contrrio, negativas, quando se considera a taxa de crescimento natural (r = -0,82) e a taxa bruta de natalidade (r = -0,77) : no extremo da nuvem de pontos, onde se situam altos valores de longevidade e baixos valores das taxas, colocam-se os pases ricos, com alta longevidade e baixas taxas de crescimento e de natalidade, em oposio aos pases mais pobres, posicionados no extremo oposto.

Figura n 2 - Correlao entre o ndice de Envelhecimento e o IDH

Figura n 3 - Correlao entre o ndice de Envelhecimento e a Esperana de Vida ao Nascimento

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N. de pases: 172

r:0,71

N. de pases: 203

r: 0,62

Figura n 4- Correlao entre o ndice Figura n 5- Correlao entre o ndice de de Envelhecimento e a Taxa de Envelhecimento e a Taxa Bruta de Natalidade Crescimento Natural

N. de pases: 206

r: -0,82

N. de pases: 205

r: -0,77

2 - O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO DEMOGRFICO NO BRASIL No existe um limite usado universalmente para a delimitao dos trs grandes grupos etrios que compem a populao. Em comparaes internacionais usa-se em geral, 65 anos para definir o limite inferior do segmento dos idosos, no s porque a durao mdia da vida j atingiu a marca dos 80 anos nos pases de desenvolvimento mais avanado, como tambm porque os dados do conjunto de pases do mundo so, em geral, disponveis para esta diviso. No Brasil, em 1994, a Poltica Nacional do Idoso definiu como idoso a pessoa com 60 anos ou mais, limite sugerido pelas Naes Unidas para os pases em desenvolvimento. Neste trabalho, os dois limites so utilizados, dependendo da finalidade e do contexto sobre o qual versa a anlise. 2.1. A transio demogrfica e o processo de envelhecimento no Brasil O processo da transio demogrfica representado na Figura n. 6 iniciou-se nas primeiras dcadas de 1900, com a queda da mortalidade, que nesta fase no provoca mudanas significativas na estrutura da populao uma vez que todas as idades, em especial o primeiro ano de vida, tm suas taxas reduzidas. Nesta primeira fase da transio, as taxas de crescimento ficam elevadas, pois a natalidade mantm-se em nveis altos. Somente na segunda metade do sculo, com a disponibilidade de meios mecnicos e qumicos de controle da fecundidade, iniciou-se o declnio continuado da natalidade e a reduo gradativa das taxas de crescimento natural, que declinaram de 2,90% na dcada de cinqenta a 1,42% em 2000. Figura n. 6. Brasil - Taxas de natalidade e de mortalidade (por 1000)

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Obs: Elaborado a partir dos dados publicados pelo IBGE, Censos demogrficos e dados da Projeo da Populao do Brasil por Sexo e Idade para o Perodo 1980-2050 Reviso 2004.

O Brasil foi decantado dcadas atrs, como um pas de jovens, motivo de orgulho para a populao em geral que percebia equivocadamente esta situao como sendo altamente positiva. Atualmente o pas encontra-se em processo de envelhecimento, expressando que o nvel de vida do brasileiro est se elevando (Moreira, 2001; Camarano, 2002; Wong, 2001). Segundo as projees do IBGE as taxas de crescimento seguiro em seu curso decrescente, atingindo, em 2050 o valor de 0,24. Em 2062, a populao se estabilizar e, a partir da, comear a declinar. Vrios indicadores traduzem a evoluo do processo de envelhecimento da populao (Berqu, 1980, Sauvy, sd, Bacci, 1986). Alguns deles foram calculados para o pas e os resultados so apresentados a seguir. As conseqncias da queda da fecundidade sobre a estrutura etria mostram que a idade mediana, representada na figura n 7, s comeou a se elevar mais significativamente na dcada de setenta, evoluindo de 18,8 anos neste perodo a 24,2 anos em 2000. Esta queda coincide com a disponibilizao de meios anticoncepcionais para a populao, caracterizando o j citado envelhecimento pela base da pirmide. A figura mostra tambm o envelhecimento diferencial por sexo, mais expressivo entre as mulheres. A mediana dever seguir seu curso crescente nas prximas dcadas, e se as previses do IBGE se concretizarem, o pas registrar a mediana de 40 anos em 2050, o que significa que metade da populao ter menos e, a outra metade, mais que 40 anos.
Figura n. 7. Idade Mediana da Populao do Brasil por sexo: 1900 a 2000

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As mesmas tendncias so postas em evidncia pelo o ndice de idosos, que relaciona o segmento dos idosos (grupo de pessoas de 60 ou 65 anos ou mais) ao de jovens (grupo de pessoas de 0 a 14 anos). Para o limite inferior de 60 anos, os valores do ndice no Brasil evoluram de 16 idosos para 100 crianas e jovens adolescentes em 1980 a 28,9 idosos por 100 em 2000. Considerando-se como idosa a populao brasileira de 65 anos ou mais, a relao, que era de 10,49 idosos para cada grupo de 100 jovens em 1980, subiu gradativamente para 13,90 em 1991 e ainda para 19,77 em 2000. A comparao com os indicadores de outros pases do mundo coloca em evidncia que, em geral, a situao scio-demogrfica do Brasil coloca-se a meio termo entre pases ricos e pobres. Em um extremo, A Europa apresenta atualmente um ndice de idosos igual a 100 e seus pases com estruturas mais envelhecidas possuem mais idosos que crianas, como ilustram os exemplos da Itlia, com 136 idosos por 100 pessoas de 0-14 anos, da Alemanha e da Grcia, com 120. No outro extremo, no Continente Africano, a relao cai para apenas 7 idosos para cada grupo de 100 jovens. Nos pases muito pobres a relao de pouco mais que 4, como ocorre no Sudo e em Ruanda (4,5), na Libria (4,3), no Nger (4,2). Em particular, importante ressaltar as transformaes que ocorrem na representao dos grupos etrios da populao brasileira no curso do processo de transio, que resultam nas tendncias inversas de crescimento apresentadas pelos dois grupos inativos. Por um lado, a proporo de crianas e jovens de menos de 15 anos, de 41,80% em 1970, foi declinando progressivamente nas dcadas subseqentes at chegar ao nvel de 29,60 em 2000, como mostra a Tabela n 2. Em contraposio, a proporo de pessoas com 65 anos ou mais subiu gradativamente de 3,20 a 5,85% no mesmo perodo. o grupo que mais cresce na populao: em nmeros absolutos, a populao idosa duplicou nas duas ltimas dcadas, passando de um efetivo de 4.788.756 em 1980 a 9.935.100 em 2000. Considerando-se o limite de 60 anos, observa-se que a representao deste segmento da populao evoluiu de 6,08% a 8,56% no referido perodo, e que o contingente de 7.226.805 idosos em 1980 passou a 14.536.029 em 2000 (IBGE, 1973, 1982, 1991, 2001). Digno de nota tambm o caso da Razo de Dependncia, que apresenta uma tendncia decrescente a partir da dcada de sessenta, relacionada queda da fecundidade ocorrida a partir desta poca, com conseqente diminuio do peso da parcela jovem no numerador da relao. A razo de dependncia continuar a declinar at que, o aumento da outra parcela dos inativos, a dos idosos, provocar sua elevao. Isto ocorrer, segundo previses do IBGE, por volta de 2020-2025.
Tabela n. 2. Indicadores de idade Brasil - 1950 a 2000

Ano 1950 1960 1970 1980 1991 2000

ndice de Idosos 10,17 11,14 12,05 16,00 21,03 28,90

Proporo dos Grupos de idades 0-14 15-64 65+ 15-59 60+ 41,80 55,70 2,40 53,90 4,30 42,80 54,30 2,90 52,50 4,70 42,10 54,70 3,20 52,83 5,07 38,23 57,74 4,03 55,69 6,08 34,73 60,45 4,83 57,97 7,30 29,60 64,55 5,85 61,84 8,56

Razo de dependncia (*) 85,53 90,48 89,29 79,57 72,50 61,71

Fonte: Elaborado a partir dos dados dos Censos publicados pelo IBGE (*) RD = ((Pop 0-14 + Pop 60 ou mais) / Pop 15-59)*100

As transformaes da estrutura etria podem ser percebidas mais detalhadamente ao se comparar as pirmides etrias do pas em diferentes pocas (Figuras 8, 9 e 10). Em 1950, a estrutura etria apresenta-se como o modelo clssico, de forma piramidal, com base larga, devido ao elevado nmero de crianas, e progressiva diminuio das barras subseqentes at chegar a um pice afilado onde esto representadas as idades mais elevadas. Este modelo caracterstico da estrutura dos pases em desenvolvimento, que se encontram na fase pr-transicional ou na primeira fase da transio, traduzindo altos ndices de natalidade e de mortalidade, especialmente a infantil. A pirmide de 2000 representativa de estruturas em transio, nas quais a fecundidade encontra-se em declnio, provocando a retrao das barras inferiores que representam as crianas, que se tornam progressivamente mais estreitas que as subseqentes. A pirmide que representa as projees de populao estimadas pelo IBGE para

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2050, do tipo colmia, que hoje representa as estruturas maduras dos pases mais desenvolvidos. Na pirmide do Brasil, projetada para 2050, fica evidente que o declnio da natalidade provoca a reduo da base da pirmide, enquanto que as barras superiores engrossam devido elevao da esperana de vida e concentrao dos indivduos nas idades mais avanadas. Pelas projees do IBGE, o Brasil apresentar ento predomnio dos idosos sobre as crianas: sero 17,83% de crianas e jovens contra 18,82% de idosos, a relao idosos/crianas atingir o valor de 100 ou 105 idosos de 65 anos ou mais por 100 crianas (IBGE, Reviso 2004).
Figura n 8. Pirmide Etria - BRASIL - 1950

Figura n 9. Pirmide Etria - BRASIL - 2000

Figura n 10. Pirmide Etria - BRASIL - 2050

sempre oportuno ressaltar as implicaes que as tendncias descritas representam para as polticas pblicas. Pode-se inferir, dentre outros, o aumento do volume de gastos da previdncia,

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relacionando o nmero de pessoas que entram nos grupos potencialmente ativo e inativo: em 2000 esta relao era de 0,20 seja, para cada grupo de 100 pessoas que completava 65 anos, havia 500 pessoas que completavam 15 anos. Em 2050, os nmeros se igualam e a relao passa a ser igual unidade (IBGE, Reviso 2004). A Relao entre idosos (65 anos ou mais) e adultos (15-64), mede o peso da populao idosa sobre a populao potencialmente ativa, fornecendo igualmente medidas para avaliao de aposentadorias. Em 2000, o valor do ndice, de 9,07 indica que, para cada grupo de 100 pessoas do grupo potencialmente ativo, havia 9,07 idosos de 65 anos ou mais. Em 2050, a relao entre os grupos dever ser de 29,72 idosos por 100 ativos. 2.2. Feminizao do envelhecimento populacional J foi mencionado que o processo de envelhecimento populacional apresenta-se seletivo com relao ao sexo. Os dados do recenseamento feito em 2000 mostram o excesso feminino na populao total do Brasil: o ndice de masculinidade indica que existiam 96,93 homens por 100 mulheres. Sabe-se tambm que a representao desigual dos dois sexos cresce a partir das idades adultas, acentuando-se nas idades mais elevadas do grupo idoso: o censo registrou, no Brasil, 6.533.789 homens contra 8.002.245 mulheres com 60 anos ou mais. O ndice de masculinidade, que resume este dficit de homens, mostra a relao de 81,7 homens por grupo de 100 mulheres. Focalizando os idosos de 65 anos ou mais, os nmeros passam a 4.380.575 homens contra 5.554.525 mulheres, a relao entre os sexos declina um pouco mais, para 78,9 (IBGE, 2001). A tendncia feminizao tende a se acentuar na medida em que as transformaes demogrficas evoluem como mostram indicadores de pases que j atingiram fases mais avanadas de desenvolvimento. Nesse particular, interessante salientar que a situao atual da Itlia fornece a viso da situao para a qual o Brasil evoluir no futuro prximo. As figuras n. 11 e 12 mostram a predominncia feminina nos grupos etrios idosos de ambos os pases. Estes se diferenciam no somente pelos nveis de representatividade dos sexos no segmento dos idosos, como tambm pela amplitude entre propores de homens e de mulheres, muito mais acentuada nas idades mais elevadas da Itlia.
Figura n. 11. Idosos, por grupo de idade e sua respectiva distribuio percentual em relao ao sexo. Brasil, 2000

Fonte: Elaborado a partir dos dados do IBGE, Censo Demogrfico 2000 Resultados do Universo (2001).

Figura n. 12. Proporo das pessoas de 60 anos ou mais segundo o sexo e grupos etrios - Itlia

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Fonte: Elaborado a partir dos dados publicados pelo Istituto Nazionale di Statistica, Itlia

A Feminizao produz vrias conseqncias, dentre as quais pode ser destacadas: - Aumento do nmero de Domiclios Unipessoais: Muitas destas mulheres moram ss, sendo crescente o nmero de idosos que constituem uma famlia em domiclio unipessoal. - Aumento dos cuidados e dos gastos com a sade: As mulheres necessitam de cuidados de sade mais especializados e tambm utilizam estes servios por um perodo mais longo. As idosas so acometidas por enfermidades que atingem com maior freqncia o sexo feminino, no somente pelo fato das mulheres atingirem idades mais elevadas, nas quais aumentam os riscos de doenas degenerativas, como porque os riscos de determinadas doenas so mais elevados para elas. - Aumento dos gastos com aposentadorias e penses: As mulheres utilizam o sistema previdencirio por maior tempo que o homem, em conseqncia dos efeitos combinados das diferenas de mortalidade, da idade mdia ao casamento segundo o sexo, como tambm devido aos critrios utilizados nas normas previdencirias vigentes. Com efeito, oportuno considerar, por um lado, que as diferenas de velocidade na eliminao por morte entre homens e mulheres resultam da forma diferencial como as doenas incidem segundo o sexo. Como citado, o determinante principal desta seletividade a diferena de resistncia biolgica de cada um dos sexos face s doenas. A maior fragilidade biolgica do homem quanto s doenas em geral, explica grande parte das diversidades. Importantes tambm so os fatores ligados ao comportamento que geram exposies ao risco diferentes segundo os sexos. Estes fatores, que levam o homem a exceder-se mais com bebidas, utilizao de drogas, de fumo, velocidade no trnsito, bem como seu envolvimento mais freqente em situaes perigosas e violentas, so responsveis pelo forte grau de discriminao que caracteriza as mortes violentas, classificadas como Causas Externas. As diferenas de mortalidade so resumidas pelos valores da Esperana de Vida ao Nascimento, de 68,2 anos para o homem em 2005 e de 75,8 para as mulheres (IBGE, 2006). Por outro lado, significativo considerar que fatores de ordem cultural influenciam o comportamento das populaes e os nveis de seus indicadores. Assim, segundo o modelo cultural vigente, o homem tende a casar-se com mulheres mais jovens, num intervalo, em geral de 1 a 3 anos. A mulher ainda favorecida pelas atuais normas para aposentadoria que estabelecem uma idade aposentadoria, cinco anos menor para o sexo feminino, assim como a utilizao do fator previdencirio no clculo da aposentadoria por tempo de contribuio, o qual utiliza um valor de sobrevida igual mdia para ambos os sexos. No que diz respeito ao tempo de utilizao de benefcios previdencirios, importante ressaltar que, considerando a diferena de esperana de vida, de 7,6 anos em favor da mulher, adicionada diferena de idade ao casamento, de 1 a 3 anos, assim como as normas diferenciais para a aposentadoria, chega-se a um perodo considervel durante o qual as mulheres recebero a penso que tm direito, aps a morte de seus maridos, alm de receberem suas prprias

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aposentadorias por tempo mais longo. 2.3. Perspectivas As caractersticas contrastantes dos modelos demogrficos existentes nas regies do mundo evoluem para diferentes futuros demogrficos. Em muitos pases em desenvolvimento, as taxas de natalidade, embora declinantes, continuam elevadas, garantindo-lhes ainda um longo perodo de crescimento que manter elevada a representao das crianas no segmento dos inativos, agravando a situao de pobreza, caracterstica de muitas destas regies. Em situao oposta, nos pases de desenvolvimento mais avanado, os mais baixos nveis de natalidade associados s propores cada vez mais elevadas de idosos apontam para um regime demogrfico de complexidade crescente, no qual tambm o segmento dos inativos, desta feita, o sub-grupo dos idosos exige elevados investimentos. No obstante a diversidade dos regimes demogrficos atualmente em vigor, como de suas evolues, um denominador comum se apresenta e, progressivamente, operar no sentido de diminuir tais diversidades: o curso provvel do processo da transio demogrfica. Os reflexos de uma populao progressivamente envelhecida j comeam a se fazer sentir em nossa sociedade e tendem a se ampliar rapidamente em um futuro prximo. Como j ressaltado, estas importantes transformaes que esto em curso, tendero a se completar neste sculo. Nos pases desenvolvidos, que j atingiram a fase de equilbrio do final do processo da transio, a proporo de idosos de 65 anos ou mais j est prxima dos 20%, como o caso da Itlia e Japo (19%), Sucia, Alemanha, Blgica, Espanha (17%); e a tendncia o aumento progressivo desta representao. O Brasil est evoluindo rapidamente para estes patamares que segundo as projees do IBGE sero atingidos em 2050: na primeira metade deste sculo a proporo de idosos de 65 anos ou mais subir de 5,85, em 2000 a 18,82% em 2050. A populao de 60 anos ou mais representada na figura n. 13, passar de 8,56 a 24,67% no perodo considerado. Por outro lado, como j ressaltado, o segmento de crianas apresentar tendncia oposta, reduzindo-se gradualmente e igualando-se ao efetivo dos idosos.
Figura n. 13. Proporo de pessoas de 60 anos ou mais Brasil 1950-2050

Construdo a partir dos dados do IBGE, Censos (1950 a 2000) e projeo da populao para 1/7/2050.

Outro aspecto a ser ressaltado a distino, dentro do grupo dos idosos, do segmento que pode levar sua vida com qualidade daquele que depende de cuidados especiais em sua rotina diria. O avano da medicina e a melhoria das condies de vida propiciam o alongamento progressivo da expectativa de vida, fazendo crescer o nmero dos idosos que, na chamada quarta idade, tornam-se dependentes, demandando importantes investimentos em sade, servios especializados, asilos. No ano 2000 os centenrios do Brasil j eram 24.576, 10.423 homens e 14.153 mulheres. Estes nmeros apresentam tendncia crescente, pois a evoluo do conhecimento cientfico na rea da sade aponta para novas conquistas e ganhos de longevidade. Por outro lado, as mudanas ocorridas na estrutura e modelo da famlia, citados

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anteriormente, exigem cada vez mais alternativas, por parte das polticas pblicas, para o cuidado das pessoas dependentes. Como se pode verificar na tabela n. 3, o crescimento maior para os grupos de idade mais elevada: segundo as projees do IBGE, a populao total apresentar um crescimento de 52,99%, enquanto que os grupos de 60+, 65+ e 80+ apresentaro percentuais muito mais elevados, na ordem de, respectivamente, 340,64; 392,18 e 650,43%! Os nmeros expressam bem a importncia desta dinmica: em 2000, os habitantes com 80 anos ou mais eram 1.832.105 que evoluiro para 13.748.705 em 2050, quando representaro 5,29% da populao.
Tabela n. 3. Evoluo do nmero de pessoas com 60 anos, 65 e 80 anos ou mais Brasil 1980, 2000, 2004 e 2050 1980 2000 2004 Idade Nmero 60 anos ou + 65 anos ou + 80 anos ou + Pop Total 7.226.805 4.788.756 590.603 119.011.052 % 6,08 4,03 0,50 Nmero 14.536.029 9.935.100 1.832.105 169.799.170 % 8,56 5,85 1,08 Nmero 15.780.326 10.855.485 1.939.405 181.586.030 % 8,69 5,98 1,07

2050 Nmero 64.050.979 48.898.653 13.748.705 259.769.964 % 24,66 18,82 5,29

Fonte: Elaborado a partir dos dados do IBGE, Censos (1980 a 2000) e Projeo da Populao para 1/7/2050.

O Brasil dever completar na metade do sculo o modelo geral da transio que, oportuno ressaltar, poder apresentar peculiaridades que alterem as tendncias gerais provveis. Segundo as previses, o pas atingir, nos meados do sculo, a esperana de vida que atualmente apresentam os pases com maiores nveis de vida: 81,29 anos para os sexos reunidos, 78,16 para os homens e 84,54 para as mulheres. As taxas de fecundidade total, de 2,31 filhos por mulher em 2004, continuaro seu declnio, atingindo em 2023 o nvel de 2,01, um marco importante, o nvel de reposio das geraes, indicando que cada casal deve gerar um pouco mais do que dois filhos: dois para repor o casal e uma margem para cobrir a mortalidade, para que a populao mantenha seu efetivo (IBGE, reviso 2004). 5. CONCLUSES Este estudo mostrou que o Brasil encontra-se em processo de envelhecimento, expressando que o nvel de vida do brasileiro est se elevando. Todos os indicadores analisados confirmam a evoluo do processo. A idade mediana evoluiu de 18,8 anos em 1970 a 24,2 anos em 2000, e se as previses do IBGE se concretizarem, o pas dever registrar a mediana de 40 anos em 2050. O grupo de idosos o que mais cresce na populao: considerando o limite inferior de 60 anos, a representao deste segmento evoluiu de 7,07% a 8,56% entre 1970 e 2000. As mesmas tendncias so postas em evidncia pelos valores da relao idosos/crianas, que evoluram de 12,05 idosos para 100 crianas e jovens adolescentes a 28,9 por 100 no mesmo perodo. As taxas de crescimento da populao brasileira devero prosseguir em seu curso decrescente e, segundo as projees do IBGE, na segunda metade do sculo a populao se estabilizar e, a partir da, comear a declinar. O Brasil apresentar ento predomnio dos idosos sobre as crianas: sero 17,83% de crianas e jovens contra 18,82% de idosos e a relao idosos/crianas atingir o valor de 100 a 105 idosos por 100 crianas em 2050. Com relao s consequncias do processo de envelhecimento em curso em todo o pas, importante considerar que o aumento da longevidade traz implicaes e desafios que induzem mudanas nas demandas sociais e econmicas, em especial dos sistemas de sade e de previdncia social. A evoluo do processo suscita muitas questes complexas. importante ressaltar as preocupaes relativas s mudanas que ocorrem nos modelos familiares, face reduo da famlia e suas implicaes para o idoso, ou ainda ao alongamento da vida humana com qualidade para assegurar assistncia especializada ao segmento da quarta idade, constitudo por pessoas dependentes, que apresenta elevado crescimento. Vale ressaltar, tambm, os efeitos demogrficos e scio-econmicos da feminizao do envelhecimento populacional, decorrentes da maior longevidade das mulheres, dentre os quais, o aumento da demanda de cuidados de sade mais especializados e o aumento dos gastos com aposentadorias e penses, uma vez que as mulheres utilizam o sistema previdencirio por maior tempo que o homem.

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O conhecimento das tendncias e das conseqncias das transformaes decorrentes do processo de envelhecimento populacional de grande relevncia para a definio das necessidades e prioridades que devem nortear o planejamento de polticas e programas, em particular para a rea de Sade Pblica e de Desenvolvimento Social. Uma melhor sade, servios de apoio social destinados s pessoas idosas assim como escolhas polticas em favor da justia entre as geraes permitiro s pessoas idosas viverem mais tempo em boa sade, independentes e produtivas. O grande desafio para polticos e administradores o de criar novas alternativas para enfrentar os problemas decorrentes de uma estrutura envelhecida. 6. REFERNCIAS BACCI, Massimo Livi. Introduzione alla Demografia, Torino:Loescher Editore, 1986. BERQU, Elza. Fatores estticos e dinmicos in SANTOS, J. L., FERREIRRA LEVY, M. S. e SZMRELSNYI, T. Dinmica da Populao. Teoria e Tcnicas de Anlise, SP : TA Queiroz Editor, 1980. CAMARANO, Ana Amlia. Envelhecimento da Populao Brasileira: Uma contribuio Demogrfica. Texto para discusso n. 858, RJ : IPEA, 2002. CASELLI, Graziella, VALLIN, Jacques. Mortality and Population Ageing. European Journal of Population, v. 6, 1990, p. 1-25. CASTIGLIONI, Aurlia H. Migration, urbanisation et dveloppement. Le cas de lEsprito Santo - Brsil, Bruxelles : CIACO, 1989. CASTIGLIONI, Aurlia H. A transio demogrfica no Esprito Santo, in Revista Instituto Jones, Ano VII - N. 01, Vitria, dezembro de 1994. CASTIGLIONI, Aurlia H. Mortalidade Diferencial no Esprito Santo, Vitria : UFES, 1994. GEORGE, Pierre. Geografia da Populao, SP : DIFEL,1986. IBGE- Fundao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica. Censo Demogrfico-VIII Recenseamento Geral 1970, RJ : IBGE, 1973. IBGE- Fundao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica. Censo Demogrfico-dados gerais, migrao, instruo, fecundidade, mortalidade, IX recenseamento Geral do Brasil, Vol. I, Tomo 4, no. 1, RJ, 1982. IBGE- Fundao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica. Censo Demogrfico. ES, 1991, RJ. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica. Censo demogrfico 2000, RJ:IBGE, 2001. IBGE/Diretoria de Pesquisas. Coordenao de Populao e Indicadores Sociais. Gerncia de estudos e Anlises da Dinmica Demogrfica. Projeo da Populao do Brasil por Sexo e Idade para o Perodo 1980-2050 Reviso 2004. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica. Sntese de Indicadores Sociais, RJ:IBGE, 2005.

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