05 - Crise Colonial

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História

Crise Colonial

PROF. VITOR HUGO


INSATISFAÇÃO DOS COLONOS
O desenvolvimento econômico das colônias gerava conflitos de interesses entre as elites coloniais e a
metrópole, devido a uma contradição interna do sistema colonial.
Para continuar explorando a colônia, a metrópole precisava desenvolvê-la.
No entanto, ao fazê-lo, os colonos fortaleciam-se para lutar contra a exploração sofrida.
Então, a metrópole adotava medidas restritivas para contê-los e reforçar a exploração, o que criava
dificuldades à expansão econômica colonial.
Para impedir o desenvolvimento da colônia, o governo de Portugal impunha uma série de proibições.
Por exemplo, em 1751, para evitar o extravio de ouro, foi proibido aos colonos exercer o ofício de
ourives.
Também foi proibido, em 1785, manter manufaturas têxteis na colônia. A medida tinha como
objetivo concentrar a mão de obra da colônia essencialmente em duas atividades: a agricultura
exportadora e a extração de minérios. Desse modo, os tecidos usados pelos colonos e outras
manufaturas deviam ser importados por meio do comércio metropolitano.
Além disso, até 1795, foi proibido aos colonos instalar a indústria do ferro, o que os obrigava a
importar da Europa as ferramentas e os utensílios de que necessitavam.
REBELIÕES
COLONIAIS
CONJURAÇÃO MINEIRA (1789)
Em Minas Gerais, grande parte da população colonial mineradora vivia na pobreza havia muito
tempo.
Essa situação agravou-se com o declínio da exploração do ouro, a partir da segunda metade do
século XVIII.
Indiferente ao que acontecia com a população mineira, o governo português continuou cobrando
dos mineradores pesados impostos, pois atribuía ao contrabando de ouro a queda na arrecadação.
Um clima de tensão e revolta tomou conta dos proprietários das minas de ouro quando o
governador da capitania, o visconde de Barbacena, anunciou que haveria uma nova derrama — a
cobrança forçada dos impostos atrasados.
Membros da elite colonial começaram a se reunir e a planejar um movimento contra as autoridades
portuguesas e a cobrança da derrama.
Entre os principais inconfidentes estavam fazendeiros, mineradores, latifundiários, poetas, padres,
juristas e coronéis.
Um dos poucos participantes da Inconfidência que não fazia parte da elite econômica mineira era
Joaquim José da Silva Xavier, apelidado de Tiradentes.
Boa parte dos líderes intelectuais desse movimento conhecia aspectos do pensamento de filósofos
iluministas europeus e inspirava-se em alguns ideais que impulsionaram a independência dos
Estados Unidos (1776) e a Revolução Francesa (1789).
CONJURAÇÃO MINEIRA (1789)
Entre os planos e objetivos dos inconfidentes estavam:
separar a região de Portugal, criando uma república com capital em São João del Rei;
adotar uma bandeira, que teria um triângulo no centro com a frase latina Libertas quae sera
tamem (“Liberdade ainda que tardia”);
implantar indústrias na região;
criar uma universidade em Vila Rica, uma vez que a elite se preocupava com a educação de
nível superior;
criar um tipo de serviço militar obrigatório;
incentivar a natalidade (para favorecer o povoamento), oferecendo pensões às mães com muitos
filhos.
Os inconfidentes não tinham tropas nem armas para conquistar o poder e não contavam com
efetiva participação popular, pois o movimento não tinha propostas para melhorar as condições de
vida da população em geral.
A Inconfidência Mineira não teve caráter popular.
Visava basicamente ao fim da opressão portuguesa que prejudicava a elite mineira.
Não havia o propósito, entre os líderes, de acabar com a exploração social interna — como a
escravidão —, que atingia a maioria da população.
CONJURAÇÃO MINEIRA (1789)
O movimento dos inconfidentes foi denunciado ao
governador de Minas Gerais.
Entre os delatores estava o coronel Joaquim Silvério
dos Reis, que, por ter fornecido informações sobre o
movimento, obteve o perdão de suas dívidas com a
Fazenda Real.
O governador decidiu, então, suspender a derrama e
rapidamente organizou tropas para prender os
envolvidos.
Os participantes da Conjuração Mineira foram presos,
julgados e condenados.
Onze deles receberam sentença de morte, mas a
rainha de Portugal, D. Maria I, modificou a pena para
degredo perpétuo em colônias portuguesas da África.
Somente Tiradentes teve sua pena de morte mantida.
CONJURAÇÃO BAIANA (1798)
Inicialmente, alguns homens ricos e letrados participaram do movimento.
Porém, eles se afastaram quando perceberam seu alcance popular.
A Conjuração Baiana foi promovida sobretudo por negros livres e escravizados, soldados e
profissionais como pedreiros, sapateiros e alfaiates,
Os planos dos revoltosos baianos incluíam:
o fim da dominação portuguesa na região;
a proclamação de uma república democrática;
a abolição da escravidão;
o aumento da remuneração dos soldados;
a abertura dos portos brasileiros a navios de todas as nações;
a melhoria das condições de vida da população.
Inspirados nas ideias de liberdade, igualdade e fraternidade da Revolução Francesa, por meio de
panfletos distribuídos nas portas das igrejas e cartazes colados em muros e outros lugares públicos,
os revoltosos conclamaram o povo a participar do movimento.
CONJURAÇÃO BAIANA
(1798)
O governador da Bahia naquela época,
Fernando José de Portugal e Castro, procurou
descobrir quem eram os autores dos cartazes
e panfletos que promoviam a revolta.
Não faltaram informantes que
denunciassem o plano dos conspiradores.
Mais de 30 participantes da Revolta dos
Alfaiates foram presos e processados.
Ao final, as penas mais severas recaíram sobre
os líderes mais pobres.
Em novembro de 1799, quatro líderes mulatos
foram enforcados e esquartejados.
Tais métodos violentos de repressão tinham o
objetivo de espalhar o pânico entre possíveis
opositores ao sistema colonial.
Atividades
1 - Explique os conflitos de interesses entre as elites coloniais e a
metrópole.
2 - Explique os motivos que levaram à Conjuração Mineira.
3 - A qual classe social interessava a Conjuração Mineira? e a Conjuração
Baiana?
4 - Qual foi o desfecho da Conjuração Baiana?

HISTÓRIA | IMPERIALISMO

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