Processos Psicológicos Básicos
Processos Psicológicos Básicos
Processos Psicológicos Básicos
VIGILANCIA E BUSCA:
A vigilância ocorre quando a pessoa fica alerta para achar um estímulo que pode estar ou não
ao ambiente, como ocorre com os salva-vidas.
A busca acontece quando há a divisão da atenção entre diferentes estímulos, ao tentar
selecionar um botão amarelo entre vários laranjas. Ao ler um livro se está utilizando a atenção
sustentada e não a busca. Da mesma forma, esta não explica assistir às aulas e fazer
anotações, mas sim a atenção dividida.
Já a vigilância é uma tarefa constante que utiliza bastante energia do aparelho psíquico, uma
vez que pede do indivíduo longos períodos com atenção focada no estímulo-alvo, como no
caso dos seguranças, por exemplo.
Portanto, fazer uma varredura não faz com que essa energia seja sustentada como na
vigilância, mas possibilita uma busca pelo estímulo-alvo, como quando se vai às compras.
Logo, vigilância e busca são processos diferentes que podem estar envolvidos em atenção
dividida, concentrada ou alternada.
TEORIA DO FILTRO:
As principais teorias que tentam dar conta de como as funções cognitivas selecionam estímulos
estudaram a possibilidade da existência de um filtro, ou gargalo, em que os estímulos do
ambiente e organismo passariam por uma seleção, inicial, atenuada ou tardia, antes de
entrarem, de fato, na consciência. Assim, algumas dessas teorias compreendem que a atenção
seletiva faz uma filtragem total, enquanto outros creem em uma filtragem parcial ou mínima.
No caso de uma filtragem que ocorra no início do processo, revisões entenderam que, mesmo
com a seleção de estímulos entre vários outros, aqueles descartados podem voltar à
consciência caso sejam fortes o suficiente.
Broadbent entendeu que há um filtro inicial no processo de seleção de estímulos; para
Treisman, o filtro é mais flexível, permitindo uma atenuação dos estímulos.
Deutsch e Deutsch creem que o filtro é estabelecido ao fim do processo, e que antes há o
processamento das informações sensoriais de todos os estímulos.
Moray faz uma revisão da teoria de Broadbent, dizendo que um estímulo importante pode
voltar à tona ao longo do processamento.
Neisser empreendeu uma revisão das teorias do filtro e postulou que a atenção é conduzida
por dois processos, automáticos e controlados. Ao pensar em automatização, compreende-se
que é algo que ocorre sem a necessidade de investimento alto de recursos da atenção, ao
contrário de um processo controlado, em que se está mais atento à ação.
Os processos pré-atencionais são conhecidos como automáticos e ocorrem no início ou no
meio do processo, analisando as características de todos os estímulos em paralelo.
Já os processos atencionais, ou controlados, requerem mais recursos da ação para completar
a tarefa de busca do estímulo-alvo.
A seleção de estímulos-alvo em uma busca ocorre por uma sucessão de dois estágios, que
produzem, primeiramente, um esquema das características dos estímulos para, em seguida,
permitir que o indivíduo use as informações para encontrar o estímulo que busca.
Da mesma forma, sempre que os estímulos têm muitas características em comum, há uma
concorrência para tomar a atenção do indivíduo, tornando a tarefa de encontrar o estímulo mais
difícil, principalmente porque a atenção é uma função com capitais limitados.
As teorias baseadas em recursos compreendem que a atenção tem recursos limitados, sendo
necessário selecionar estímulos para não esgotá-los.
A teoria da semelhança diz que quando há vários estímulos com características semelhantes,
eles não serão excluídos, apenas dificultarão mais o processo de reconhecimento do estímulo-
alvo.
A teoria da busca guiada, por outro lado, identifica dois estágios: o paralelo, que produz um
mapa das características de cada estímulo; e o serial, que faz a busca com base no mapa.
INTRODUZINDO A PERCEPÇÃO
A base biológica da percepção do tempo se liga aos ciclos corporais cotidianos, como
alterações de temperatura, ingestão de alimentos e líquidos, sono — ou seja, as atividades
diárias, com alternância de dia e noite, incluídas em nossos ritmos circadianos. Esses ritmos
são principalmente regulados pela exposição da retina à luz, mesmo para pessoas cegas —
são os sinais retinianos. Essas atividades cíclicas pressupõem a existência de um relógio
biológico, supostamente associado à temperatura corporal e responsável pela percepção do
tempo. Determinados fatores interferem na percepção do tempo, como altas e baixas
temperaturas e uso de drogas.
A explicação cognitiva da passagem do tempo acredita que a experiência de tempo seja uma
construção mental, que depende da natureza e da extensão de processos cognitivos realizados
em intervalos de tempo. A percepção do tempo pode depender do tamanho do armazenamento
da memória, construída a partir de eventos cognitivos. Por exemplo, quanto maior o número de
eventos armazenados, mais longa será a experiência de duração do tempo. O tipo de conteúdo
da memória também afeta essa percepção. Eventos desagradáveis tendem a ser percebidos
como mais breves, e isso dependeria da qualidade de retenção na memória. Eventos
agradáveis permanecem como mais longos do que realmente foram. Os eventos ou as tarefas
incompletas também são percebidas e lembradas como mais longas. As questões incompletas
de uma prova e as tarefas inacabadas são percebidas como mais longas.
Relacionando as duas explicações, temos que a percepção da passagem de tempo envolve os
intervalos de tempo considerados, além de muitos outros fatores, como gênero, idade, traços
de personalidade, capacidade de estimar e calcular tempo, previsibilidade, entre muitos outros.
LIMIAR:
Os estudos sobre a união de certos elementos no campo visual, formando figuras coerentes,
com outros se transformando em fundo, foram realizados pela psicologia da Gestalt, assim
chamada pois essa palavra em alemão significa “forma”. A similaridade é o agrupamento por
semelhanças de cor, formato ou orientação. Contornos ilusórios resultam da percepção de
contornos ou profundidades onde eles não existem. Continuidade significa que se tende a
agrupar bordas e contornos que têm a mesma orientação. Fechamento é a tendência a
completar figuras com lacunas. A percepção envolve muito mais do que a recepção dos
estímulos sensoriais e, a partir desses princípios ou regras, entende-se que, além de estímulos,
ela é também influenciada por predisposições, intenções, desejos e experiências passadas —
ou seja, por processos psicológicos do próprio observador. Essas características, associadas
ao contexto em que o estímulo ocorre, resultam em uma tendência a organizar as informações
do ambiente de determinada maneira, o que é chamado de predisposição perceptual.
TEORIAS DA PERCEPÇÃO:
Os sons, por meio da vibração das ondas do ar, entram na orelha externa e se deslocam pelo
canal auditivo, até o tímpano.
As vibrações do tímpano são transmitidas para a orelha média, composta por três pequenos
ossos: o martelo, a bigorna e o estribo. Esses ossos transmitem as vibrações para a orelha
interna. Ali, as vibrações vão para a cóclea, a qual envolve a membrana basilar.
As células ciliadas da membrana basilar transformam as ondas sonoras em impulsos nervosos,
que são transmitidos ao cérebro.
A percepção das cores é um fenômeno muito curioso e importante para as nossas vidas. Esse
tipo de percepção é associado à sobrevivência no reino animal. É possível pensar no
mimetismo de certos animais, para camuflagem e proteção de predadores. A percepção de
cores em humanos é diferente e existem algumas teorias a ela relacionadas, que tentam
explicar como são percebidas.
I. A cor de um objeto é determinada pela composição da luz por ele refletida.
II. A captação e o processamento da luz não são perfeitos e a disparidade entre o
percebido e o real é chamada de ilusão.
III. A retina não é passiva ou mecânica, atua de forma hierarquizada, decodificando e
complementando dados que irão compor a percepção.
A base biológica da percepção do tempo se liga aos ciclos corporais cotidianos, como
alterações de temperatura, ingestão de alimentos e líquidos, sono — ou seja, as atividades
diárias, com alternância de dia e noite, incluídas em nossos ritmos circadianos. Essas
atividades cíclicas pressupõem a existência de um relógio biológico, supostamente associado à
temperatura corporal e responsável pela percepção do tempo. Determinados fatores interferem
na percepção do tempo, como altas e baixas temperaturas e uso de drogas.
A explicação cognitiva da passagem do tempo acredita que a experiência de tempo seja uma
construção mental, que depende da natureza e da extensão de processos cognitivos realizados
em intervalos de tempo. A percepção do tempo pode depender do tamanho do armazenamento
da memória, construída a partir de eventos cognitivos. Por exemplo, quanto maior o número de
eventos armazenados, mais longa será a experiência de duração do tempo. O tipo de conteúdo
da memória também afeta essa percepção. Eventos desagradáveis tendem a ser percebidos
como mais breves, e isso dependeria da qualidade de retenção na memória. Eventos
agradáveis permanecem como mais longos do que realmente foram
CONCEITO DE MEMORIA
As memórias estão guardadas em um grupo de sinapses; há, portanto, uma mistura importante
e não um lugar específico ou uma região específica. Isso significa, por exemplo, que uma lesão
em uma região em que se encontra determinada memória não necessariamente acarreta sua
perda. O registro dessa memória em outro lugar pode cobrir a falha causada pela lesão. O
engrama é a representação neural de um traço de memória. Lashley, ao remover parte do
cérebro de ratos para verificar se havia perda de registro sobre o caminho de um labirinto já
aprendido, constatou que a parte do cérebro responsável pela memória não havia sido
removida, pois o rato continuava percorrendo o caminho armazenado. A conclusão é de que os
engramas estão distribuídos por todo o córtex. O hipocampo está divido em três regiões: CA1,
CA2 e CA3. Enquanto a CA1 protagoniza a formação das memórias declarativas de longo
prazo, a CA2 está envolvida na memória social, a CA3 codifica eventos similares em
representações diferentes – o que contribui para que memórias muito semelhantes não
interfiram umas nas outras. Para Platão, a memória funcionava como um elo entre os mundos
perceptual e racional; para Aristóteles, seu pupilo, as diferentes relações que se estabelecem
entre experiências e estímulos acabam por constituir a memória. O pensamento de Aristóteles
influenciou sobremaneira outros teóricos, especialmente com relação às interferências e às
falsas memórias, via associação. Para ele, as três leis de associação são: semelhança,
contraste e contiguidade. Por fim, o processamento da memória humana requer três principais
capacidades: 1) codificação, a informação entra no sistema; 2) armazenamento, guardo a
informação; e 3) evocação, quando encontramos e mobilizamos determinada memória.
*Em termos neurobiológicos, pode-se afirmar que o lobo temporal médio tem uma
participação importante no processo de formação das memórias.
TIPOS DE MEMÓRIA