EXAME FÍSICO EM REUMATOLOGIA - Gabriel T.G.F

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EXAME FÍSICO EM REUMATOLOGIA

REUMATOLOGIA

REUMATOLOGIA
A reumatologia é uma especialidade médica que lida com doenças que afetam o sistema
musculoesquelético. Os pacientes que procuram um reumatologista geralmente apresentam dor
que pode estar projetada sobre o sistema musculoesquelético. Além da dor, os sintomas podem
incluir manifestações neurológicas, vasculares, cutâneas, oculares, pulmonares, entre outros.

ABORDAGEM DO PACIENTE REUMATOLÓGICO


Ao abordar um paciente com queixas reumatológicas, é importante obter uma história detalhada.
Isso inclui informações sobre sexo, raça, idade, profissão e histórico médico e familiar.

TIPOS DE ARTICULAÇÃO
Existem diferentes tipos de articulações no corpo humano. As sinartroses são articulações
inflexíveis encontradas nos ossos do crânio e face. As anfiartroses são articulações que permitem
um movimento limitado, como a sínfise púbica e as vértebras. Já as diartroses são articulações
que permitem movimentos amplos, como os joelhos e cotovelos.

AVALIAÇÃO DA DOR ARTICULAR


Ao avaliar a dor articular, é importante considerar sua localização, tempo de evolução,
inflamatória ou não inflamatória, e se é de origem endógena (metabólica/imunológica) ou
exógena (devido a sobrecargas). É importante também avaliar o ritmo, padrão de envolvimento,
irradiação, presença de edema, rigidez matinal e fraqueza.

EXAME MÚSCULO ESQUELÉTICO SISTEMÁTICO


O exame musculoesquelético sistemático envolve uma avaliação rápida da estrutura e função
musculoesquelética, enquanto o exame musculoesquelético geral é uma avaliação mais

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detalhada da inflamação articular e da artrite. O exame musculoesquelético regional é focado na


avaliação da estrutura e função de regiões específicas, utilizando as manobras adequadas.

SEQUÊNCIA DO EXAME MUSCULOESQUELÉTICO


A sequência do exame musculoesquelético começa avaliando as mãos, em seguida, segue para a
cabeça e finalmente desce até os pés. Durante o exame físico, é realizado a inspeção da articulação
e dos tecidos moles, buscando por sinais de edema, deformidades, alteração da coloração e atrofia
muscular. A palpação é realizada para verificar a presença de edema, sensibilidade e temperatura,
além de avaliar a amplitude de movimento, crepitações e instabilidades. Um exame segmentar e
neurológico também pode ser realizado.

MÃOS
As mãos são avaliadas quanto a condição das unhas,
presença de psoríase, atrofias, deformidades e força
muscular. Também é realizado o exame das articulações
IFD, IFP, MCP, observando a palpação e movimentos ativo e
passivo para avaliação de artrite e mobilidade articular.
Movimentação ativa: é iniciada pelo paciente que testa a
função integrada da mobilidade articular, músculo e tendão,
inervação intacta.
Movimentação passiva: é iniciada pelo examinador
(médico), testando somente a mobilidade articular
Existem doenças que tem uma predileção maior por acometer as articulações metacarpo-
falangianas (MCFs), as articulações interfalangianas proximais (IFPs) ou as articulações
interfalangianas distais (IFDs).
Na Deformidade em Pescoço de Cisne há uma deformidade em extensão da IFP com flexão
do IFD. É observada com frequência na Artrite Reumatoide (AR) onde ocorre por lesão dos
elementos contensores do aparelho extensor.

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O Dedo em Botoeira observa-se presença de dor na região dorsal da articulação interfalangiana


proximal (IFP) do dedo acometido. A deformidade é caracterizada por flexão da articulação IFP e
extensão da IFD.

O Desvio Ulnar dos Dedos ou “Dedos em Ventania” é uma deformidade clássica da Artrite
Reumatoide (AR) a qual o paciente fica com a mão desviada para a região ulnar. Características
de formas de AR que não foram tratadas ou formas já estabelecidas da doença com erosão óssea.

PUNHOS
Os punhos são inspecionados quanto a presença de edema, hipersensibilidade e mobilidade.
Também pode ser realizado o exame neurológico para testar a função dos nervos.

COTOVELOS
Para os cotovelos, é feita a inspeção da extensão do membro superior e identificação de dor extra
ou intra-articular. É observada a presença de edema, nodulações, limitações e crepitações.
Também é realizada a palpação entre os epicôndilos e o processo do olecrano.
As epicondilites são as causas mais comuns de queixa de dor de cotovelo, havendo a
epicondilite medial que é chamada de cotovelo de golfista e a epicondilite lateral que é
chamada de cotovelo de tenista.

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OMBROS
A avaliação dos ombros envolve a inspeção quanto a presença de
edema, atrofias e deslocamentos. É feita a palpação das articulações
acrômio-clavicular, do manguito rotador e da bursa subacromial em
tendão do bíceps. São realizadas ainda manobras específicas para
avaliação do manguito rotador, como NEER, Hawkins-Kennedy,
Yokum e Jobe.
Teste do Impacto de Neer: ergue-se o ombro em extensão, rotação
neutra passiva e rápida. Nessa posição, o tubérculo maior arremete-se
contra a face ântero-posterior do acrômio, diminuindo o impacto. A dor
é um sinal de impacto subacromial ou ruptura do manguito rotador
(supra-espinhal).
Teste do Impacto de Hawkins-Kenedy: com o paciente em pé ou
sentado, o examinador posiciona o ombro do paciente em 90° de flexão, com o cotovelo também
flexionado a 90°. Em seguida, o fisioterapeuta apoia sua mão
sobre o ombro que será testado (assim estabiliza o membro
superior e garante 90° de flexão) e com a outra mão gira
internamente o braço do paciente de forma passiva. Se o
paciente apresentar dor com rotação interna, o teste é
considerado positivo. Posicionar o ombro em 90° de flexão
associada a rotação interna, promove a redução do espaço
entre a cabeça do úmero e a parte inferior do processo acrômio,
promovendo assim a compressão dos tecidos moles interpostos

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(Como por ex: tendão supra-espinhal e a bursa subacromial), provocando uma resposta
dolorosa.
Teste do Impacto de Yokum: solicita-se que o paciente coloque a mão
sobre o ombro contrário, e flexione o braço erguendo o cotovelo. Nesse
movimento o tubérculo maior é desarticulado sob o ligamento
coracoacromial e sob a articulação acromioclavicular. Indica lesão
acromioclavicular.
Teste de Jobe: realiza-se uma rotação interna que sensibiliza a tensão
exercida sob o tendão do músculo supra-espinhal.

QUADRIL
O quadril pode ser avaliado através de sua localização, irradiação da dor, palpação de pontos
dolorosos e realização de manobras específicas. A dor mais externa pode estar relacionada à
coluna ou às partes moles, enquanto a dor na virilha está relacionada à articulação coxo-
femoral. Além disso, é importante avaliar as bursas do quadril, como a bursa trocantérica, iliopsoas
e isquiglútea.
A manobra de Patrick/FABERE é utilizada para distinguir limitações no quadril e sacroilíte,
sendo que a letra "F" indica flexão, "AB" indica abdução e "RE" indica rotação externa. Paciente
em posição supina deverá flexionar o joelho posicionando o pé no membro oposto que não será
examinado. Ou seja, o quadril está fletido, abduzido e em rotação externa (FABERE). Promovemos
força sobre o joelho para verificar se desencadeia dor (positivo).

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JOELHOS
Ao avaliar os joelhos, é importante observar a marcha do paciente, procurar localizações
específicas de dor, verificar a presença de edema, hiperemia, nódulos e atrofia de musculatura. A
patela também pode ser avaliada, assim como a presença de deformidades como o genu varum
(lateral) e genu valgo (medial). Diversas manobras podem ser realizadas para avaliação dos
joelhos.
Sinal da Tecla: é uma manobra que pode ser feita no
exame físico do joelho inchado para verificar se existe
excesso de líquido dentro da articulação. O
examinador coloca os dedos polegar e indicador de uma
de suas mãos ao redor da base da patela do joelho
examinado e faz ligeira compressão da superfície
patelar com o indicador da mão oposta. Na presença de
derrame articular a patela afunda e volta a subir devido
ao líquido acumulado dentro do joelho.

TORNOZELO E PÉ
No caso do tornozelo e do pé, informações como idade do paciente, início, localização e período
da dor, presença de rigidez e tumefação, histórico de traumatismos e tipo de sapato utilizado são
relevantes. É importante também considerar sintomas neurológicos e estar atento a sinais de alerta,
como descoloração, edema, calor e eritema do membro, parestesia, alteração de pulsos e déficits
neurológicos. Diversas deformidades podem ser avaliadas, como o valgo (medial), varum (lateral),
pé plano/pé cavo e pé equino.

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COLUNA LOMBAR
A coluna lombar é uma das principais causas de consulta médica nos EUA. Ao avaliar a coluna, é
importante considerar fatores como idade, sexo e profissão do paciente, tempo de evolução da dor,
local da dor, características da dor e presença de sintomas associados. A palpação da coluna
lombar pode ser feita nas cristas ilíacas, na região de L4-L5, nos processos espinhosos e na região
paravertebral. Movimentos específicos e avaliação neurológica também podem ser realizados.
Além disso, manobras como a de Lasegue e o teste de Schober são úteis na avaliação da coluna
lombar.
Sinal de Lasegue: é uma manobra do exame físico usada
para testar a compressão de raízes nervosas. Para fazer
o exame, o profissional coloca o paciente deitado de costas
com as pernas retas e as mãos sobre os quadris. Então,
ele levanta a perna do paciente, mantendo o pé flexionado.
Se essa manobra produzir dor na parte baixa das costas
ou na perna irradiando, ela é considerada um sinal positivo.
Teste de Schober: tem como finalidade avaliar a
flexibilidade da coluna lombar. O paciente permanece
em posição ortostática e a sua coluna é marcada com uma caneta, tendo como ponto de referência
a espinha ilíaca posterossuperior. Um segundo ponto é mensurado 10 cm acima. Solicita-se que o
paciente flexione o tronco na tentativa de tocar o chão. Nessa posição é mensurada a distância
entre os pontos marcados. Um aumento igual ou superior a 5 cm na medida entre os pontos é
considerado normal para a flexibilidade da coluna lombar

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