Banda Sinfonica Da Fames
Banda Sinfonica Da Fames
Banda Sinfonica Da Fames
1ªEDIÇÃO
2015
Ficha técnica
Vice-Governador
César Colnago
Revisão
Versão Final – www.versaofinal.etc.br
CONTEXTO HISTÓRICO
DA PRÁTICA MUSICAL NO ESPÍRITO SANTO
CONTEXTO ATUAL
Teatro SESI - Banda Sinfônica da Fames - 17-07-2013 / Crédito: Arquivo Michael Hochreiter
• missão do curso;
• concepção, diretrizes pedagógicas, metodologias e os ob-
jetivos do curso;
• perfil profissiográfico pretendido;
• currículo proposto;
• organização da oferta;
• avaliação do projeto pedagógico (ibidem, p. 15).
O curso de Bacharelado e de Licenciatura em Música tem como
finalidade:
Carga
Curso Duração Ato regulatório
horária
Resolução CEE
nº 2.418/2010, publicada no
3.010 DIO-ES em 20/8/2010 - re-
Licenciatura 04 anos
horas novado pela Resolução CEE
nº 3.166/2012, publicado no
DIO-ES em 4/12/2012.
Bacharelado Resolução CEE nº.
habilitação em 2.460 3.155/2012 de 18/6/2012,
04 anos
Instrumento/ horas publicada no DIO-ES em
canto 22/6/2012.
Fonte: FAMES. Projeto Político Pedagógico. Espírito Santo: Secretaria de Educação/
Governo do Estado, 2012.
Banda Militar
Banda Civil
Orquestra de Sopros
BANDA SINFÔNICA
REVOLUÇÃO INSTRUMENTAL
DOS SOPROS E DA PERCUSSÃO
CONCEITO DE ORQUESTRA DE
SOPROS - FREDERICK FENNELL
Marcelo Rauta
Mesmo o Brasil tendo profissionais muito afinados com o as-
sunto, o referencial bibliográfico ainda é pequeno, se comparado à litera-
tura direcionada para o estudo da Orquestra Sinfônica. Essa bibliografia
é também de difícil acesso, por se tratar de materiais publicados no exte-
rior. A situação traz um agravante secundário, pois as publicações estão
em língua estrangeira e raramente têm tradução.
Outro problema visível nos grupos brasileiros, que geralmente
se caracterizam como “grupos-escola”, é a falta de sistematização no
ensino musical, assim como o critério para a escolha de repertório, se
for observada a realidade técnica e instrumental de cada grupo. Nesse
sentido, não só as bandas como as orquestras jovens esbarram na mes-
ma dificuldade de encontrar repertório adequado, conforme Real (2003)
descreve em sua dissertação.
Sabe-se que grande parte dos músicos de sopros no Brasil é
oriunda de bandas de música ou receberam alguma influência delas em
sua formação musical. Segundo Nascimento (2006), a banda de músi-
ca contribui de maneira significativa para a experiência profissional do
músico em todas as áreas de atuação. São eles que procuram e ocupam
as vagas nas escolas de música de faculdades e universidades em busca
de formação.
As instituições acadêmicas, por sua vez, devem transmitir as in-
formações, oferecer conhecimento prático e teórico, incentivar as pes-
quisas, investir em projetos, contratar profissionais qualificados e buscar
alternativas para que os alunos, no futuro, possam ser mentores de mu-
danças significativas nessa realidade do Brasil. No entanto, a cultura de
direcionar o desenvolvimento dos alunos instrumentistas somente para
a formação como solistas e regentes com enfoque no gestual se mantém
em muitas instituições de ensino de música do país. Eles não são prepa-
rados para buscar alternativas em espaços de atuação que não sejam as
orquestras tradicionais. A esse respeito, Silva (2013) comenta:
“As universidades americanas e europeias nos dão bons exemplos de
cursos focados na difusão de música para bandas, com departamentos
voltados para o estudo da regência, composição, pesquisa e performan-
ce da música de sopros e percussão. Ao consultar sites de várias univer-
sidades internacionais, constatei que grande parte possui uma estrutura
de cursos focados nesta prática, abrangendo bacharelado, mestrado e
doutorado”. (SILVA, Gilson. p.14, 2013).
A CONSTRUÇÃO DE REPERTÓRIO
E DE PRÁTICAS MUSICAIS EM BANDAS
NOS ESTADOS UNIDOS - CONTRIBUIÇÕES,
SISTEMATIZAÇÃO E CRITÉRIOS
O advento
foto
Após o Fórum, houve um aumento na procura por cursos de
instrumentos de sopro oferecidos pela Fames, suprindo uma carência
por alunos que, até então, era uma realidade preocupante. Além disso,
o panorama encontrado era de construção e muitos desafios para orga-
nizar as práticas de conjunto na instituição, apesar da motivação do re-
cente reconhecimento dos cursos de graduação pelo MEC e os esforços
para organizar uma matriz curricular na instituição.
Ponto de Partida
Todos sabemos que não se deve escutar a conversa de outras pessoas, mas
dentro de uma sala de professores fica praticamente impossível não fazer isso. Foi o
que aconteceu comigo, ao escutar o que diziam os professores Marcelo Madureira e
Marcelo Trevisan. Naquela conversa, o assunto era a falta de um regente para a
banda. Prontamente eu me manifestei e me ofereci para assumir o posto. Os primei-
ros ensaios trouxeram algumas dificuldades com relação a locais e horários, pois o
grupo precisava conquistar um espaço. Mas, desde o início, foi possível perceber, além
da garra, o grande potencial artístico e técnico dos músicos. A estrutura da banda,
formada por alunos, tendo os professores como chefes de naipe, é a mais adequada
para o trabalho acadêmico, pois os estudantes se sentem seguros e incentivados para
tocar lado a lado com seus professores. Por sua vez, os docentes podem perceber o
desenvolvimento técnico de seus alunos imediatamente. Sinto-me feliz e orgulhoso por
ter participação na história do grupo e desejo vida longa à Banda Sinfônica da Fames!
Rogério Santos
O início dos trabalhos aconteceu no segundo semestre de 2007
e, após um período de ensaio do repertório, aconteceu o Concerto de
Estreia da Banda Sinfônica no dia 29 setembro, no Theatro Carlos Go-
mes, sob a regência do Maestro Rogério Santos, que permaneceu no
projeto até o final daquele ano.
Tríade Sinfônica
METODOLOGIA
UM DETALHAMENTO NECESSÁRIO
Escolha de repertório
Realização de ensaio-aula
Daniel Freire
Há também a oportunidade de uma experiência coletiva dos
sopros e da percussão na Orquestra Sinfônica da Fames (Osfa). A dis-
ciplina de Prática de Orquestra é direcionada para os alunos do curso
de bacharelado em cordas friccionadas em oito períodos, com padrão
de repertório tradicional e composições de grandes gênios da música
orquestral ocidental. O complemento de sopros e percussão está no or-
ganismo da banda, que torna a Orquestra Sinfônica da instituição uma
realidade permanente, além de ser uma obrigatoriedade na grade curri-
cular do curso.
Para os alunos da Orquestra Jovem de Sopros e Percussão, a
atividade ocorre como uma das opções para a Prática de Conjunto exi-
gida a partir do terceiro ano do Curso de Formação Musical da Fames
(CFM). A cada ano acontecem audições com os novos alunos, indepen-
dentemente do período. Os professores de cada instrumento participam
orientando os seus alunos nas aulas individuais do instrumento e alguns
fazem docentes participações especiais como solistas ou suportes ao
naipe em alguns concertos. Nesse grupo não há músico-técnico como
referência profissional, mas, em alguns casos, pode ocorrer a participa-
ção desse integrante para complementar algum instrumento de baixa
demanda de alunos em determinados momentos.
Outro ponto que merece ser destacado na metodologia é que
o coordenador também participa como instrumentista dos grupos sin-
fônicos nos ensaios e nos concertos. Desta forma, o coordenador vai
acompanhar de perto a evolução dos alunos, empenhar-se nas aplica-
ções metodológicas, observar o relacionamento entre os participan-
tes, facilitar a comunicação com os professores, apoiar os monitores
e músicos-técnicos e atuar sobre quaisquer dificuldades que possam
existir durante o desenvolvimento dos trabalhos, estando na realidade
dos acontecimentos. Assim é possível garantir mais sinergia ao grupo,
dedicando-se aos resultados com foco na coletividade e na individuali-
dade ao mesmo tempo.
Avaliação
Orientação Orientação
13h monitoria Arquivo/mon- monitoria Arquivo/mon-
tagem tagem
14h Osfa Ensaio-aula Osfa Ensaio-aula
15h Osfa Ensaio-aula Osfa Ensaio-aula
16h Osfa Ensaio-aula Osfa Ensaio-aula
Orq. Jovem
17h de sopros e Ensaio-aula
Percussão
Norturno
Orientação Orq. Jovem
18h monitoria Arquivo/mon- de sopros e Ensaio-aula
tagem Percussão
19h Banda Sin- Ensaio-aula Banda Sin- Ensaio-aula
fônica fônica
20h Banda Sin- Ensaio-aula Banda Sin- Ensaio-aula
fônica fônica
21h Banda Sin- Ensaio-aula Banda Sin- Ensaio-aula
fônica fônica
Fonte: Tabela criada pelo autor
Carga horária das disciplinas para o período letivo
GRUPOS SINFÔNICOS
DA FAMES Semanal Semestral monitoria
Orquestra Sinfônica -
4 horas 60 horas Novo período
Osfa
Banda Sinfônica 4 horas 60 horas Novo período
Orquestra Jovem de so-
2 horas 32 horas 64 horas
pros e percussão - OJSP
Fonte: Tabela criada pelo autor
CAPÍTULO 6
“Não apenas pratique sua arte,
mas force o seu caminho em seus segredos,
pois isso e conhecimento
podem elevar o homem ao Divino.”
Ludwig van Beethoven
MONITORIA
O que é Bolsa-Monitoria
Leo de Paula
O Programa de Bolsa-Monitoria foi regulamentado em 2008,
criando-se os critérios para a realização das atividades, a metodologia
adotada, os objetivos e as respectivas responsabilidades do aluno e do
orientador, conforme a Instrução de Serviço publicada no Diário Ofi-
cial do Estado:
RESOLUÇÃO/FAMES/ nº 04/2009
Regulamenta o Programa
de Bolsa Monitoria na
Faculdade de Música do
Espírito Santo
O Diretor Geral da FACULDADE DE MÚSICA DO ESPIRITO SANTO, no uso de
suas atribuições legais, conforme consulta ao Conselho Acadêmico desta IES – Insti-
RESOLVE:
Art. 1º - O Programa Bolsa Monitoria é destinado aos alunos dos Cursos de Gradua-
aprendizado.
Art. 3º - A função de Monitoria pode ser remunerada pelo Orçamento da Fames ou por
ser reconduzido apenas uma vez para a mesma disciplina, desde que aprovado em
nova seleção.
Art. 6º - Períodos de interrupção de aulas por algum motivo justificado, como greve do-
cente ou discente bem como férias ou recessos escolares, podem ser remunerados,
Art. 8º - Fixar em R$ 200,00 (duzentos reais) o valor da Bolsa Monitoria para a carga
horária de 06(seis)
horas semanais.
da Faculdade;
de motivação;
dificuldades;
plina em questão;
disciplina;
seu(s) monitor(s).
dades propostas;
nalização do projeto;
Bolsa Monitoria.
propor mudança
sável;
mente;
paração de seminários;
dizagem;
7. apresentar relatório mensal de suas atividades ao professor res-
ponsável.
quer atividades que sejam de única competência do professor, como: corrigir traba-
lhos e provas, atribuir conceito de avaliação aos alunos, registrar freqüência, registrar
notas, preencher atas oficiais, ministrar aula no lugar do professor, fiscalizar provas.
1. JUSTIFICATIVA
2. OBJETIVOS
monitor(es);
go de orientar e supervisionar o
seu desenvolvimento;
horária;
ponsável;
Art. 16º - As vagas para Monitores na Fames serão preenchidas através de Processo
Art. 17º - O aluno poderá candidatar-se à seleção para a monitoria em mais de uma
Art. 19º - O candidato ao Processo Seletivo deve atender aos seguintes requisitos;
lação restritiva.
Parágrafo único – A modalidade de Processo Seletivo a ser aplicado deverá ser defini-
Art. 20º - O relatório elaborado pelo aluno, sob a orientação do professor, deve conter:
ma de parecer;
Art. 22º - Será expedido Certificado de Monitoria ao aluno que exercer tais atividades,
contendo:
Art. 23º - O Certificado de Monitoria será expedido no prazo máximo de trinta dias
Art. 24º - Os casos omissos e dúvidas surgidas na aplicação desta Resolução, serão
Art. 25º - Esta Resolução entra em vigor na data de sua Publicação, revogada as
disposições em contrário.
Edilson Barboza
Diretor-Geral da Fames
Nº de Caráter Disciplina/Grupo
integrantes
Nome do Carga Nº de
beneficiados
Grupo Horária monitorias
pelo Projeto Obrigatória Optativa
Sinfônico semanal por Grupo
monitoria
em 2014
Orquesta
Jovem de
Sopros e 12 horas 2 40 x
Percussão da
Fames
Banda
Sinfônica da 12 horas 2 60 x
Fames
Orquestra
Sinfônica
12 horas 2 42 x
da Fames
(Osfa)
Resultados esperados
• Promover o aprofundamento de conhecimentos do monitor com o gerenciamen-
to de atividades em práticas coletivas de Orquestra/banda. Interatividade e rela-
cionamento acadêmico com maestro, professores, chefe de naipes e alunos.
Critérios de avaliação
• Acompanhar o desenvolvimento do projeto de monitoria por meio de reuniões
periódicas com os monitores;
• Avaliar continuamente o desempenho dos monitores por meio das atividades para
ensaios e apresentações, bem como na apresentação do relatório mensal.
Fonte: Tabela criada pelo autor
Arquivista/
Yslla Ribeiro Silva Quinteto Es-
34 2014/1-2 Bacharelado Instrumen-
Nascimento pírito Brass
tista
Arquivista/
Sarah Furtado Orquestra
35 2015/1-2 Licenciatura Instrumen-
Gabler Sinfônica
tista
Wesley Nasci- Gerente de Orquestra
36 2015/1-2 Bacharelado
mento Montagem Sinfônica
Arquivista / Orquestra
37 2015/1-2 Daniely Pereira Licenciatura Instru-men- Jovem de
tista Sopros
Gerente de Orquestra
38 2015/1-2 Hugo Silva Rocha Bacharelado Montagem/ Jovem de
Percussão Sopros
Gerente de
Banda Sin-
39 2015/1-2 Gabriel Novaes Bacharelado Montagem/
fônica
Percussão
Arquivista /
Banda Sin-
40 2015/1-2 Miriam Valentim Bacharelado Instru-men-
fônica
tista
Gerente de
Whisley Madeira Orquestra
41 2015/1-2 Bacharelado Montagem/
dos Santos Sinfônica
Percussão
Fonte: Tabela criada pelo autor, baseada em informações publicadas no Diário Oficial
do Espírito Santo 2008/2015.
Tabela de Profissionais nos Grupos Sinfônicos (2007-2015)
Banda Ex-
perimental
Banda Orquestra Número total
ou Orquestra
Ano Sinfônica da Sinfônica da de profission-
Jovem de
Fames Fames ais por ano
Sopros e
Percussão
PROFESSORES FAME
2007 07 - - 07
2008 11 - 01 12
2009 11 - 01 12
2010 11 - 01 12
2011 16 14 01 31
2012 08 10 01 19
2013 10 05 01 16
2014 07 06 01 14
2015 07 04 01 12
MÚSICOS - TÉCNICOS CREDNCIADOS
2007 10 - 10
2008 08 - 08
2009 06 - 06
2010 06 - 06
2011 05 14 19
2012 04 08 12
2013 05 04 09
2014 14 09 23
2015 20 10 30
Paulo Pelissari
Essa tem sido a prática na gestão da Fames: o diálogo com
as comunidades, os municípios, as secretarias de educação e cultura, o
governo e, principalmente, com o corpo diretivo. A escola é construída
em conjunto com as comunidades interna e externa, buscando atender
às respectivas aspirações, mas principalmente, às necessidades para que
possa continuar sendo atuante na sociedade. Considerando a visão de
Hannoun (1998), vale a pena refletir sobre os seguintes tópicos:
GESTÃO PARTICIPATIVA:
LIDERANÇA EDUCACIONAL
“O principal responsável pela escola, por isso deve ter visão de conjun-
to, articular e integrar setores, vislumbrar resultados para a instituição
educacional, que podem ser obtidos se embasados em um bom planeja-
mento, alinhado com comportamento otimista e de autoconfiança, com
propósito macro bem definido, além de uma comunicação realmente
eficaz. O fato de a equipe institucional cultivar sensações positivas,
compartilhar aspirações profissionais, atitudes de respeito e confiança,
gera valores realmente significativos para a instituição, pois professores
e funcionários ao estarem num ambiente estimulante sentem-se mais
dispostos e encorajados para trabalhar e ainda promover um trabalho
coletivo cooperativo e prazeroso (SILVA, 2009, p.68-69).
Além disso, é necessário que se tenha um bom planejamento
acadêmico no início do ano letivo, com reuniões que contem com a
presença de todos os envolvidos no processo de educar e de desenvolver
as competências e as habilidades dos alunos. Normalmente é atribuída
aos professores a responsabilidade de discutir currículos, conteúdos e
atividades afins. Portanto, supervisores, coordenadores e orientadores
igualmente devem fazer parte dessa tarefa (Madureira, 2015).
A abordagem feita neste capítulo privilegia a importância do
perfil de um gestor na formação de uma equipe que precisa ser partici-
pativa, coesa e integrada, com foco na melhoria constante do processo
educativo. Também propõe uma reflexão sobre como é importante que
o gestor, enquanto líder, seja articulado, tenha visão global, compreenda
a importância do diálogo e seja bom ouvinte, sempre disposto a buscar
novos caminhos e outras respostas. O objetivo dele é buscar o que há de
melhor para a instituição e para os principais beneficiados. Podemos en-
tender como novos caminhos, os desafios que são colocados ao gestor
educacional para que possa apresentar retornos eficientes e eficazes, de
acordo com o que é proposto desde o planejamento.