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GINECOLOGIA
E OBSTETRÍCIA
PROVA 2
Thais Isabel
Turma LI
Ginecologia e Obstetrícia Turma LI Thais Isabel
Lesões endometriais
Hiperplasia endometrial
É a proliferação das glândulas endometriais de forma e tamanho variados com
ou sem atipia epitelial. Patogenia: exposição prolongada ao estrogênio sem
oposição da progesterona (anovulação).
Em geral, a hiperplasia endometrial manifesta-se associada com SUA e em
mulheres pós-menopáusicas. A EE é maior que 5 mm, podendo apresentar
líquido na cavidade uterina e aspecto pseudopolipoide. O aspecto na US pode
ser de espessamento endometrial difuso e homogêneo ou focal e
hiperecogênico. A diferenciação entre hiperplasia e carcinoma é feita apenas
pela avaliação histológica.
Classificação:
Conforme OMS (baseado na presença e gravidade das atipias):
v Hiperplasia benigna: HE sem atipias
v Neoplasia intraepitelial endometrial: HE com atipias à precursor do CA endometrial
Potencial de Malignidade:
v O fator mais importante no risco de progressão é a presença de atipias.
v Na HB, o risco é inferior a 5% em 20 anos.
v Na NIE, os riscos podem variar de 8%, em 4 anos, a 27,5%, em 20 anos.
v A taxa de câncer endometrial sincrônico ao diagnóstico de uma NIE pode alcançar 30 a 50% dos casos.
v A hiperplasia que ocorre dentro de um pólipo tem menor chance (5,6%) de câncer endometrial.
Fatores de Risco:
v Mesmos do CA endometrial:
o Terapia hormonal com estrogênio sem progestógeno
o Pacientes com IMC ≥ 25 kg/m2
o Diabetes
o Síndrome dos ovários policísticos (SOP)
o Menopausa tardia (> 55 anos)
o Nuliparidade
o Síndrome do câncer colorretal hereditário não polipose (HNPCC)
Quadro clínico:
v SUA
v História típica de ciclos anovulatórios
v Sangramento intermenstrual ou pré-menstrual
v Em adolescentes, associa-se à anovulação crônica e, em alguns casos, a tumores da granulosa ou
tecomas ovarianos e hiperplasia adrenocortical
v Em pacientes pós-menopáusicas, o sangramento uterino é o principal sintoma
Diagnóstico:
Ginecologia e Obstetrícia Turma LI Thais Isabel
v O diagnóstico é feito, em pacientes sintomáticas, pela análise histológica do material endometrial
obtido por meio de biópsia endometrial (BE) às cegas, realizada em consultório; pela dilatação e
curetagem uterina; ou pela histeroscopia (HSC) diagnóstica, associada à BE dirigida.
v Pós-menopausa sem TRH < 5
v Pós-menopausa com TRH < 7
v Menacme logo após menstruação < 12 mm// 15 mm
v Uso de Tamoxifeno até 12 mm
v Biópsia endometrial: Em consultório; Curetagem uterina; Histeroscopia
Tratamento:
v Controle do sangramento anormal
v Medicação de escolha: progestágeno
v Adolescentes: Medroxiprogesterona VO 10 mg/dia por 12-14 dias mantidos por 3 meses. Repetir
biopsia em 1 mês. Se persistirem ciclos anovulatórios, retornar com progesterona ou iniciar ACO
v Mulheres pré-menopausa: progestágeno, ACO, DIU de levonorgestrel; se desejo de gestar: induzir
ovulação. Realizar BE 1 mês após tto
v Mulheres pós-menopausa: suspender TRH. Iniciar progesterona contínua por 3 meses e repetir biópsia.
Se persistência: aumentar dosagem de progesterona ou histerectomia
CA de endométrio
® O carcinoma de endométrio é uma das neoplasias ginecológicas mais prevalentes.
® No Brasil, apesar da inadequação das notificações epidemiológicas, são esperados 6.950 casos novos com
risco estimado de 6,74 casos:100 mil mulheres. É o sexto câncer mais comum em mulheres, excluindo-se
as lesões cutâneas do tipo não melanótico. Coloca-se atrás de lesões de mama, colo do intestino, colo
uterino, pulmão e estômago.
® 90% são endometriais originando-se do epitélio (carcinomas)
® 10% mesenquimais originando-se do miométrio ou estroma (sarcomas)
® Câncer do trato genital inferior mais frequente em países desenvolvidos; 2º mais frequente em países
subdesenvolvidos
® EUA: 28/100.000 mulheres por ano; mortalidade de 5/100.000
® BRA: 6/100.000 mulheres por ano à mais casos na região Sudeste e menos casos na região Norte
® Pico de incidência: Entre 60-70 anos
® 2-5% dos casos ocorre antes dos 40 anos (mulheres anovulatórias e obesas, sd de Lynch II)
® 75% dos casos após menopausa
Ginecologia e Obstetrícia Turma LI Thais Isabel
Histopatologia:
v A maioria dos carcinomas endometriais são adenocarcinomas. Estes são divididos nos subtipos
endometrioides e não endometrioides. O adenocarcinoma endometrioide é o mais comum (57-80%
dos casos).
v Endometrióide: Escamoso, Mucinoso e Secretor
v Não-endometrióide: Serosos, De células claras, Indiferenciados, Mistos e Carcinossarcomas
Classificação FIGO:
v Tipo 1: tumores endometrióides de baixo grau de diferenciação (grau 1 e 2 da FIGO);
o 80% dos casos;
o Estímulo pelo estrogênio;
o Precedidos de HE atípica;
o Bom prognóstico
o AdenoCA endometrioide
v Tipo 2: tumores endometrioides de alto grau de diferenciação e não endometrioides (serosopapilifero,
de células claras e adenoescamoso);
o 20% dos casos;
o Sem relação com estrogênio à ocorrem em endométrio atrófico
o Pior prognóstico
Classificação molecular:
v Imuno-histoquímica
v Ainda em desenvolvimento
v Alto custo
v Envolve pesquisa genética à Gene POLE
v 4 subtipos: POLE, MSI hipermutado, copy number low, copy number high
v Levine e The Cancer Genome Atlas Research Network (TCGA), publicado na Nature em 2013
v Traz como benefício o entendimento sobre o prognóstico e adequação à
melhor terapêutica
Fatores de risco:
v Tipo 1: exposição ao estrogênio sem oposição da progesterona à
nuligesta, menarca precoce, menopausa tardia
o Uso de estrogênio isolado na TRH pós-menopausa à aumento em
20x o risco
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o SOP e tumores ovarianos (tu cels da granulosa)
o Obesidade à aumenta risco em 2-7x; maior IMC maior risco
o DM2
o Tamoxifeno: agonista do estrogênio em mulheres pós-menopausa
o HMP ou HMF de Sd de Lynch II ou CA de cólon < 40 anos de idade
v Tipo 2: IMC mais baixo, afrodescendentes, idades mais avançadas
Fatores de Proteção:
v Progestágenos
v Tabagismo à inibe conversão periférica do estrogênio
v Atividade física
v Multiparidade
Fenótipo:
v Tipo I – Pacientes obesas, hiperlipidêmicas, diabéticas, hiperestrínicas, com história de ciclos
anovulatórios e que apresentam tumores moderadamente ou bem diferenciados, diagnósticos mais
iniciais, com invasão superficial do miométrio (menos da metade), normalmente com bom prognóstico
v Tipo II – Pacientes em geral sem as características anteriores, com tumores pouco diferenciados,
invasão profunda do miométrio (mais da metade) e linfonodos positivos, com pior prognóstico
Quadro clínico
v Principal sintoma: SUA pós-menopausa em 75-90% dos casos
v Sangramento uterino anormal pré-menopausa
v Dor
v Dispareunia
v Corrimento vaginal anormal
v Exame físico inicial: normal; ascite
Quando suspeitar?
v Sangramento pós-menopausa
v Pós-menopáusicas com piometra ou hematometra
v Pós-menopáusicas com células endometriais presentes no exame citopatológico
v Pré ou perimenopáusicas com sangramento irregular ou abundante, particularmente se há falha no
manejo medicamentoso, história de anovulação e/ou outros fatores de risco
v CP cervical apresentando atipias de células glandulares ou adenocarcinoma, sobretudo naquelas com
fatores de risco ou investigação cervical negativa
diagnóstico
Importante:
v SEMPRE REALIZAR ESPECULAR PARA AFASTAR
OUTRAS CAUSAS DE SANGRAMENTO (Lesões de
vulva, vagina, colo...)
v TOQUE RETAL OBRIGATÓRIO PARA AVALIAR
PARAMÉTRIOS
v Primeiro exame: USTV – avaliar espessura endometrial
v Pós-menopausa sem TRH < 5
v Pós-menopausa com TRH < 7
v Menacme logo após menstruação < 12 mm// 15 mm
v Uso de Tamoxifeno até 12 mm
Histeroscopia:
® Biopsia sob visão direta
® Análise da extensão para o colo
® Padrão de crescimento tumoral
® Padrão-ouro em centros terciários
Rastreamento:
v NÃO ESTÁ INDICADO USTV DE ROTINA PARA RASTREAMENTO DE HIPERPLASIA
ENDOMETRIAL
v USTV: SENSIBILIDADE E ESPECIFICIDADE BAIXAS EM PACIENTES ASSINTOMÁTICAS
(muitos falsos-positivos)
v EXCEÇÃO: história familiar, sd de Lynch (30-35 anos)
Dosagem de CA-125:
v Valor prognóstico nos casos de CA principalmente endometrioide, seroso e células claras
v Resposta terapêutica
v Altos índices têm se associado a estádio avançado, doença extrauterina,
ILV e positividade linfonodal
Disseminação:
v Linfonodos pélvicos e para-aórticos
v Disseminação peritoneal
v Disseminação sanguínea: rara; metástase para pulmão e fígado
v Nos tumores restritos ao endométrio, o risco de metástases linfáticas é
mínimo (0-4%)
v Nos tumores com invasão miometrial profunda, a propagação linfática
varia de 17 a 25%
v Existem quatro sítios de drenagem linfática a partir do útero:
o Pequenos ramos linfáticos ao longo do ligamento redondo, que drenam aos linfonodos
inguinofemorais;
o Ramos linfáticos ao longo da tuba uterina;
o Grandes linfáticos nos pedículos ovarianos (ligamentos infundibulopélvicos), que drenam para
os linfonodos para-aórticos;
o Linfáticos do ligamento largo que drenam diretamente para os linfonodos pélvicos.
Estadiamento
v Baseia-se em: tipo histológico, grau de diferenciação celular, profundidade da invasão miometrial,
ILV, extensão cervical, comprometimento dos anexos uterinos
v FIGO 2009 – estadiamento cirúrgico
v Avaliação da extensão da doença extra-uterina: lavado peritoneal, amostragem linfática pélvica e para-
aórtica e omentectomia infracólica
v TC e RNM: invasão miometrial, acometimento de linfonodos, metástase
Ginecologia e Obstetrícia Turma LI Thais Isabel
Prognóstico:
v A maioria das pacientes (75-88%) com carcinoma endometrial apresenta-se ao diagnóstico com
doença em estádio I (tumor restrito ao corpo uterino), com taxa de sobrevida de 80 a 85%. Em estudo
conduzido no HCPA, a taxa de sobrevida global em 5 anos foi de 78% para todos os estádios. Portanto,
é considerada uma doença com baixa taxa de mortalidade.
v Baixa mortalidade
v Melhor prognóstico: < 65 anos, etnia branca, tipo histológico endometrióide, invasão miometrial <
50%, tumores bem diferenciados, sem invasão linfovascular
v Depende do ESTADIAMENTO
Primário:
Histerectomia total + Salpingooforectomia bilateral + Cirurgia de estadiamento
® Cirurgia citorredutora em doença avançada
® Braquiterapia é a escolha em pacientes inoperáveis associada ou não à quimioterapia
® Doença extrauterina: radioterapia, braquiterapia e/ou quimioterapia/hormonioterapia
Antes de operar: CP atualizado
Tratamento Complementar
v Pacientes com risco baixo de recidiva (histologia endometrioide com estádios IA G1/2 e IB G1) não
têm indicação de tratamento complementar, podendo ser considerado em pacientes com idade ≥ 60
anos e/ou com presença de ILV
v Principal tto complementar: RDT/BQT
v Doença avançada: QT sistêmica
Radioterapia
v Geralmente 25 sessões – 45 Gy
v Grau histológico de alto risco; linfonodo comprometido; estádio avançado.
Braquiterapia
v 4 sessões – 24 Gy
v Linfonodos não comprometidos + outros fatores de risco
v RT exclusiva – 15 a 20% de recidiva pélvica
Hormonioterapia
v Doença avançada metastática ou recidiva
v Somente em subtipo endometrioide, baixo grau e com receptor positivo
v Medroxiprogesterona 150-200 mg/d
v Megestrol 160 mg/d
carcinossarcomas
v Raros e extremamente agressivos
v Idade média de 60 anos, mais comum em negras
v Disseminação linfática e peritoneal frequentes
v Ttp: histerectomia total + anexectomia bilateral + cirurgia de estadiamento
v A taxa de recorrência é de aproximadamente 50% considerando-se todos os estádios.
Ginecologia e Obstetrícia Turma LI Thais Isabel
v O pulmão é o sítio de recorrência mais comum, sendo a taxa de sobrevida em 5 anos nesses casos de
5%
Sarcomas uterinos
v 1-7% dos CA uterinos
v Originam-se de tecidos próprios do útero
v Vários tipos específicos com tratamento individualizado
Leiomiossarcoma:
v Acomete mulheres com idade entre 45 e 55 anos. O quadro clínico mais frequente é caracterizado
por dor em baixo ventre (22%), massa pélvica (54%) e sangramento vaginal (56%).
v Transformação a partir de mioma é rara (0,7 a 1,7%); maioria dos casos diagnósticos em peça
cirúrgica.
v Representam cerca de 60% dos casos de sarcomas uterinos. Originam-se do músculo uterino. A
transformação maligna em miomas preexistentes é rara.
v As taxas de cura variam de 20 a 60%, dependendo do sucesso da ressecção e da presença de fatores
de bom prognóstico – origem em mioma uterino preexistente, estado pré-menopáusico, baixa
contagem de mitoses, margens livres, ausência de necrose e tamanho tumoral pequeno, geralmente
menor que 5 cm. As taxas de recorrência são altas e, normalmente, caracterizam-se por metástases à
distância.
Histologia
Epitélio escamoso estratificado: fica na ectocérvice, tem muitas camadas de célula, coloração rosa pois está
longe dos vasos. Quanto mais estrogenizada, mais diferenciadas são as camadas entre si.
Epitélio colunar glandular produtor de muco: fica no endocérvice, a não ser que tenha graus de ectopia, é
mais vermelho pois é uma camada só e está mais próximo dos vasos.
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Células intermediarias
Papanicolau
® Em pacientes saudáveis, o Papanicolau (oncocitologia) deve se iniciar a partir dos 25 anos (ministério
da saúde).
® A partir dos 25 anos são feitas 2 coletas anuais, se as duas vierem negativas as coletas podem passar a
ser de 3-3 anos até os 64 anos.
® Papanicolau não permite análise anatomopatológica, somente coleta de células (análise citológica).
Logo o Papanicolau sugere uma lesão, é somente um exame de rastreio, para confirma deve ser feito
a biopsia.
Tumores ovarianos
Incluem de trompa também, mas menos frequentes.
Segundo as células que originaram o tumor, classificação:
v Células epiteliais da superfície- maioria, 65% de todas as neoplasias ovarianas.
o Benigno ou borderline: Tumor seroso, mucinoso, endometrioide,
de células transitórias, misto.
o Maligno: tumor seroso, mucinoso, endometrioide, células claras,
células transicionais, carcinoma indiferenciado, carcinossarcoma e
tumor mesodérmico misto
Ginecologia e Obstetrícia Turma LI Thais Isabel
v Células germinativas (pluripotentes)- 20-25%; Ocorre principalmente em mulheres jovens (crianças e
adolescentes) maioria são benignos
o Benigno: teratoma maduro- teratoma adulto solido, cisto dermoide, struma ovarii
o Malignas: Neoplasias malignas secundarias em teratoma maduro cístico, teratoma imaturo,
disgerminoma, carcinoma embrionário, tumor do seio endodérmico, coriocarcinoma,
gonadoblastoma
v Estroma/Cordão sexual- potencial de produção de hormônio. Característica de acontecer em mulheres
mais jovens, levando a quadros de pesudopuberdade.
o Tumor de granulosa (células teca): tumor das células da granulosa: adultos e juvenil; tecoma
o Tumor de Sertoli-Leydig (androblastoma)- arrenoblastoma: tumor das células de Seroli-
Leydig; Tumor de sertoli; Ginandroblastoma: tumor das células da granulosa e células de
Leydig
v Por metástases de outros órgãos- Trato gastrointestinais (krukenberg), de mama, endométrio, linfoma.
v Borderline- potencial maligno, características celulares mais atípicas
v Maligno- potencial de malignização e risco maior
Tumores não neoplásicos - massas ovarianas.
v Foliculares: Crescimento de folículos (cisto) que não foi ovulado; crescimento aumentado podem doer um
pouco mas regridem espontaneamente.
v Luteínicos: Cisto de corpo lúteo (devido hemorragia ou produção cística).
v Endometriomas: qualquer lugar da cavidade uterina.
v Abcesso tubovariano: depois de uma doença inflamatória pélvica, muitos sintomas de DIP com falha no
tratamento ambulatorial, muitas vezes precisa ser drenado.
v Policistos da SOP: síndrome da anuvolação crônica.
Benignos, Borderline ou Malignos
v Maioria dos tumores são benignos.
v Grande problema é que a maioria dos tumores são assintomáticos. Quando sintomas, já são por massa
pélvica e dor por compressão, já está grande.
v Falta de método de rastreamento amplamente preconizado e eficaz.
o Diagnostico tardio à faz com que tenha um péssimo prognostico em tumores malignos.
v Principal objetivo no diagnostico à afastar malignidade.
v Malignos – baixa incidência populacional, sendo cerca de 1,4% o risco de uma mulhere vir a desenvolver
o câncer de ovário ao longo da vida.
o Principal causa de morte entre as neoplasias ginecológicas.
o 70% são diagnosticadas em estágio avançado (estágios III e IV).
o Altas taxas de recidiva após o tratamento
o Sobrevida 25% em 5 anos.
Carcinogêneses
v Teoria da ovulação incessante- sucessivas ovulações criando inflamação/reparação + fatores genéticos –
podendo nessa reparação ocorrer a neoplasia
o A cada ovulação, seria necessário um processo de proliferação celular visando ao reparo da
superfície, e isso aumentaria a probabilidade de danos ao ácido desoxirribonucleico e de mutações
gênicas que levariam ao câncer.
v BRCA 1, BRCA 2, KRAS, BRAF PTEN, Plk3CA, TP53
Fatores de risco:
v Acometem mulheres em todas as faixas etárias (devido aos diferentes tipos histológicos).
o Crianças e adolescentes: lembrar dos tumores germinativos malignos
o Menacme: lembrar dos funcionais e proliferativos
o Pós-menopausa: atenção para neoplasias epiteliais.
Pessoais:
Ginecologia e Obstetrícia Turma LI Thais Isabel
v História familiar de parente de 1ºgrau (RR3)
v Fatores genéticos:
o Câncer de ovário isolado
§ Risco aumentado em 3 a 4x; mais comum no lócus BRCA 1 do cromossomo 17q21,
embora possa ser encontrada no lócus BRCA 2 do cromossomo 13q12
o Síndrome CA mama-ovário
§ Forma mais comum (até 95% dos casos de CA de ovário hereditário)
§ Maior risco está em mulheres com a incidência de dois ou mais casos de parentes de
primeiro grau com câncer de ovário. Lócus BRCA 1 do cromossomo 17q21 (maioria);
lócus BRCA 2 do cromossoma 13q12;
o Síndrome de CA ovário-cólon (Lynch 2)
§ Doença autossômica dominante
§ “Carcinoma colorretal não polipóide + ovário/endométrio”
v Idade
v Nulíparas (RR1,3)
v Menopausa tardia, menarca precoce (controverso)
v Raça branca
v Endometriose ovariana
v Obesidade
v Tabagismo (para mucinoso)
Fatores de proteção:
v Amamentação
v ACO (RR 0,5)- única quimioprevenção, porque não ocorre a ovulação.
v Laqueadura tubaria e salpingectomia: reduz em cerca de 30% à pela diminuição do fluxo sanguíneo
ovariano e redução do potencial da migração de fatores carcinogênicos pela trompa até a cavidade
peritoneal.
v Sanpingooforectomia profilática (p/ BRCA1 e 2)
® Comprovando a teoria, fatores associados à redução no número de ovulações ao longo da vida, como
uso de anticoncepcional oral combinado (ACO), número de gestações e longo período de
amamentação, mostraram-se protetores.
Compressão, constipação, distensão
Diagnóstico:
v Sintomas e exame físico evidenciando massas pélvicas (diagnostico tardio)
v Anamnese (fatores de risco) + exame de imagem (USG transvaginal) + marcadores tumorais
v Proposta de calculadoras de risco combinando os achados acima: IOTA ADNEX, HOMA.
USG transvaginal- achados:
Malignos Benignos
Solido Unilocular
Ascite Solido <7cm
>= 4 papilas Sombra acústica posterior
Multilocular >10 Multilocular <10cm
Vascularização intensa Sem doppler
Marcadores tumorais
v CA 125 – o mais importante nesse contexto
o Glicoproteína transmembrana secretada por epitélio mulleriano ou celômico (pleura, peritônio,
pericardio)
Ginecologia e Obstetrícia Turma LI Thais Isabel
o Pode estar elevado: gravidez, menstruação, endometriose, doença inflamatória intestinal,
insuficiência renal, ascite, derrame pleural.
o Elevado em 80% das mulheres com câncer EPITELIAL de origem ovariana ou tubária
o Mulheres pós menopausa + Ca 125 elevado (>35) + massa anexial =
ONCOGINECOLOGISTA
o Não tem boa acurácia: na doença de estágio inicial e na pré menopausa
o Papel importante no acompanhamento pós-tratamento – fator prognóstico de recidiva
v CEA – pode subir nos mucinosos
v CA 19-9 – Mais específico dos mucinosos
v BHCG – coriocarcinomas
v Alfafetoproteína – teratoma imaturo, Sertoli-Leidyg
v Testosterona – tumores virilizantes
v Estradiol
v LDH
v Antígeno HE4- estudado como uma forma de rastreamento
® Na suspeita de um tumor específico pede o marcador específico, não todos.
® Pode estar elevado em muitas situações que não são câncer
Estadiamento e Tratamento
v Lesões potencialmente benignas geralmente são acompanhadas (salvo em algumas situações).
o Quando operar tumores benignos? Tumores sólidos; maiores de 8cm em assintomáticas
(Torção ovariana em massas >8cm) ; sintomáticos; de até 8cm persistentes por mais de 6 meses;
císticos em pacientes pós-menopausa (Pacientes não ovulam mais então tumores císticos tem
um potencial maligno mais sugestivo); Achados suspeitos de malignidade
v Análise da necessidade de cirurgia em tumores de potencial benigno devido à preocupação em manter
a fertilidade, principalmente em mulher jovem e nulípara.
v Lesões com potencial maligno são estadiadas e tratadas simultaneamente. Estadiamento e diagnostico
anatomopatológico é transoperatório!
o Analise durante a cirurgia, disseminação por continuidade, faz o estadiamento, retira a peça e
manda para anatomopatológico se benigno acabou, se maligno, continua retirando estruturas
próximas a massa, citoredução, (salpingectomia,...) para metástases não visíveis.
v Não faz biopsia porque pode disseminar o tumor na cavidade.
v Cirurgia + radioterapia adjuvante, na maioria dos tumores
Rastreamento
v Não existe método de rastreio habitual.
v Menopausa à USG transvaginal anual?
v População de alto risco (BRCA mutadas, Lynch ou hx familiar)
v Não tem evidências
v Aceitável rastreio anual a partir dos 25 anos com - Ca125 e USG trans
Câncer de mama
Probabilidade de desenvolver o câncer de mama por faixa etária- aparece mais conforme a idade avança.
• do nascimento aos 39 anos: 0,48%
• dos 40 aos 59 anos: 3,98%
• dos 60 aos 69 anos: 3,65%
• dos 70 anos em diante: 6,84%
v FEBRAS recomenda que se faça mamografia a partir dos 40 anos de idade
anualmente. No sistema público de saúde (segundo INCA) a partir dos 59 aos 69
anos uma vez a cada dois anos.
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Fatores de ricos
v Genética
o BRCA 1 ou BRCA 2, nem todos tem. Mesmo que tenha o seguimento será igual.
o Impacto limitado a 10% dos cânceres de mama
o Natureza herdada em mulheres na pré-menopausa e câncer bilateral
o Grau de parentesco - quanto mais pessoas afetadas maior o risco. História genética muito presente
iniciar mamografia antes.
v Hormonal- faz com que cresça/apareça com mais facilidade.
o Terapia Hormonal no Climatério - Controvérsias - RR 1 (risco relativo igual a toda população).
Paciente com HF reavaliar se vale a pena, aí o RR pode passar de 1 e ser contraindicado. Não tiro
a possibilidade de ter o CA, mas as vezes adianta o processo.
o Anticoncepcionais
o Aumento do número de casos de câncer de mama, não se sabe o direito o porquê, talvez mais
relacionado a fatores ambientais.
v Estatísticas demonstram um aumento mundial na incidência em todas as idades, mas sabe-se que após os
35 anos, e especialmente, após os 50 anos há crescimento progressivo (acúmulo de exposições) na
incidência.
v Ambientais
o Obesidade
o Consumo de excessivo de álcool
o Dieta rica em gorduras
o Tabagismo
o Exposição a radiações
o Nuliparidade ou Primeira Gestação tardia (>30a). Mama amadurece depois da primeira
amamentação deixando mais exposta ao estrogênio.
o Menopausa tardia- tempo de exposição ao hormônio. E menarca precoce.
o Stress. Diminui a imunidade.
Local ou Histológico
® Não aumentam o risco: adenose, ectasia ductal, metaplasia apócrina, hiperplasia epitelial leve
® Baixo risco (1,5 a 2 vezes): hiperplasia epitelial comum, papilomatose, adenose esclerosante
® Risco moderado (4 a 5 vezes): hiperplasias ductais ou lobulares com atipias
® Alto Risco (8 a 10 vezes): carcinoma ductal in situ, carcinoma lobular in situ
v CA de mama, endométrio, ovário e intestino, são parecidos, se tem um deles, investigar sempre a
possibilidade do outro, principalmente se receptor de estrogênio +.
Epidemiologia
CA de mama é o segundo câncer mais comum entre as mulheres no Brasil. Correspondendo a 25% das
neoplasias malignas diagnosticadas a cada ano.
Estadiamento
Clínico- TNM
v Estádio IA: T1 N0 M0
v Estádio IB: T0 N1mi M0, T1 N1mi M0.
v Estádio IIA: T0 N1 M0, T1 N1 M0, T2 N0 M0.
v Estádio IIB: T2 N1 M0, T3 N0 M0.
v Estádio IIIA: T0 N2 M0, T1 N2 M0, T2 N2 M0, T3 N1 M0, T3 N2
M0.
v Estádio IIIB: T4 N0 M0, T4 N1 M0, T4 N2 M0.
v Estádio IIIC: qqT N3 M0
v Estádio IV qqT qqN M1
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Tipos histológicos de Câncer de Mama
• Epiteliais: Ductais ou Lobulares, sendo o mais frequente o ductal infiltrante e o segundo mais frequente
o lobular infiltrante; mas também podem ser Carcinoma Medular, Carcinoma mucinoso ou colóide,
Carcinoma comedogênico infiltrante, Carcinoma Papilar Invasivo, Carcinoma tubular, Carcinoma
adenocístico.
• Não epiteliais e Mesenquimais: Sarcomas - Cistossarcoma Filódio (Raros) extremamente agressivo -
mastectomia
A história natural
• Malignidade local - 40% - não determina metástases linfáticas ou sistêmicas
• Malignidade loco-regional - 15% - metástases precoces em linfáticos, mas não a distância
• Malignidade sistêmica - 10% - precocemente dá metástases
• Metástases linfáticas e sistêmicas desde cedo - 35%
v Ainda não conseguimos classificar precocemente as mulheres num dos 4 grupos
Diagnóstico
v Anamnese e Exame Físico
v Autoexame
v Mamografia
® Exame de rastreamento. Diagnostico precoce.
® FEBRASGO- iniciar aos 40 anos de idade e repetir anualmente. Baixa dose de radiação.
® Ruim em mamas com densidade mais alta/jovens, a lipossubstituição mamaria só inicia aos 50
anos.
® Redução de mortalidade em 20%, detectar em estádios mais iniciais. Aumento da sobrevida
® Carcinomas ductais in situ
® Detecta nódulos e classifica de acordo com o formato, as margens e a densidade. Geralmente,
nódulos de limites bem-precisos, arredondados ou ovalados são benignos, enquanto os irregulares
e espiculados sugerem malignidade.
® Nódulos Espiculados - alteração mais sugestiva de Ca de mama (Ca ductal invasor)
® Visualiza microcalcificações pleomórficas ou lineares ramificadas sugerem malignidade. (Ca
ductal in situ)
® Encontra 85 a 90% dos cânceres
® Carcinoma lobular - não dá imagem mamográfica característica. Pode acabar passando pelo
rastreamento.
® Indicações: pré-operatória cirurgia conservadora; mamas densas; pré-operatória de mastectomia;
rastreamento
® Palpou nódulo, mas não visualizou em mamografia pedir ultrassom.
® Críticas: custo elevado para rastreamento, indução de cirurgias desnecessárias, falsa segurança e
ansiedade desnecessária.
BI-RADS 1 e 2: seguimento
normal, anualmente.
BI-RADS 3: – 2%. Seguimento
em curto prazo, 6 meses e
eventualmente biopsia.
BI-RADS 4: 2-94% à faz
biopsia (avaliação histológica)
Ginecologia e Obstetrícia Turma LI Thais Isabel
v Ultrassonografia
o Útil com exame físico e mamografia
o Bom para mamas densas. Pacientes jovens com menos de 35 anos- lipossubstituição
o Diferencia cistos e nódulos (mamografia não). E auxilia na caracterização de nódulos benignos e
malignos.
o Lesões palpáveis não visualizadas na mamografia
o Limitação de não conseguir identificar microcalcificações agrupadas fora do tumor e em mamas
adiposas, que diminuem sua acuidade diagnostica.
v Marcadores tumorais
o Evidenciar o tipo de tumor para saber a qual terapia responde.
o Para terapêutica complementar e seguimento.
o Não utilizados para rastreamento.
v Mamocintilografia
o Utilizada para identificar o linfonodo sentinela
o Positron Erusser Tomography – PET
o Exame Dinâmico e Funcional
o Doença Multifocal- multicentricidade do tumor, bilateral ou não
o Útil em portadoras de silicone
o Útil no esclarecimento de situações clínicas
v Ressonância magnética
o Distingui melhor lesões benignas de malignas
o Não é afetada pela densidade das mamas
o Inadequada para avaliar microcalcificações
o Sensibilidade 88 a 100%, porém especificidade baixa para tumor maligno, indicado quando
imagens inconclusivas em mamografia e US.
v PAAF
o Esvaziamento de cistos
o Punção e drenagem de seromas
o Punção de linfonodo (axilares).
o Diagnóstico citológico de nódulos sólidos, lesões palpáveis.
o Benigno, sugestivo de malignidade ou inconclusivo
o Rara falsa positividade. Mesmo assim ainda pede biopsia
v Biópsia
o Biópsia incisional - Core Biopsy – Precisão
o Indicada para tumores maiores que 1 cm
o Lesões suspeitas não palpáveis utilizar mamografia ou USG para guiar o local da biópsia.
o Biópsia excisional reservada a tumores benignos
o Biópsia por congelação - último recurso ou para estudo de margens cirúrgicas livres
v ROLL - Localização de lesão oculta radioguiada
o Para localização intra-operatória se injeta albumina coloidal marcada com tecnécio guiada por
ultrassonografia e mamografia.
o Resultados estéticos melhores
Modelo de conduta frente a anormalidades mamárias
v Tumoração detectada na mamografia à Indicar ultrassonografia
o Se cisto não considerar ou esvaziar;
o Se sólida, controlar ou retirar, na dependência do aspecto mamográfico
v Microcalcificações à mamografia
o Suspeitas (pleomórficas): biópsia estereotáxica (core biopsy)
o Não suspeitas: repetir mamografia em 6 meses
v Massa palpável sólida
o Biópsia (core biopsy)
Ginecologia e Obstetrícia Turma LI Thais Isabel
v Cisto palpável à Aspiração
o Líquido sem sangue: desnecessária citopatologia
o Líquido com sangue: biópsia
Lesões percursoras e seu manejo
v Hiperplasias atípicas, ductais ou lobulares - Retirada da lesão
v Carcinoma ductal in situ (calcificações isoladas 75%, calcificações e tecido denso 10%, apenas tecido com
densidade anormal 10% e sem achados mamográficos 5%) - Mastectomia simples - tumorectomia e
radioterapia
v Carcinoma lobular in situ -Mastectomia simples - Cuidar com a multicentricidade
Avaliação pré-operatória
• Estádios I e II - consenso não investigar metástases
• Estádios III - R-x tórax; Cintilografia óssea; Ultrassonografia de abdome total e função hepática.
Tratamento primário e adjuvante
• Cirurgia
• Radioterapia após cirurgia conservadora e tumor localmente avançada
• Quimioterapia neo-adjuvante e adjuvante
• Hormonioterapia: Antiestrogênios
Anamnese
v Exame físico: consistência (endurecido- mais comum de CA ou fibroelástico), limites, tamanho e
localização
v Fatores de risco para CA de mama: tabagismo, obesidade, histórico familiar- 80 das mulheres com CA de
mama não tem risco associado.
v Exame radiológico: ultrassonografia de mamas; mamografia; RNM (sensibilidade alta e baixa
especificidade)
v Exame cito/histopatológico: punção aspirativa com agulha fina- padrão ouro, biopsia excecional (reservar;
muito pouco hoje em dia), biopsia percutânea
(especificidade diagnostica- tipo de tumor).
v Sombra acústica
Diagnostico diferencial
® Fibroadenoma- ferroelástico, bordas regulares e
lisas, bilaterais (10%), múltiplos (15%).
® Tumor Phyllodes- mais comum entre 30-50
anos, mais celularidade no estroma, benigno,
borderline e maligno, recorrência local.
® Fibroadenoma juvenil- crescimento rápido, acontecem 2 a 3 anos após a menarca.
® Hamartoma- fibroadenolipoma, tumor bem delimitado de limites precisos; Breast in Breast.
® Cistos- bordas lisas e bem delimitadas, dor quando crescem rápido.
® Alterações funcionais benignas das mamas (AFBM)- dor no quadrante súperolateral das mamas,
espessamento fibroelástico.
® Neoplasias malignas- nódulo endurecido, limites indefinidos, alteração cutânea, fluxo papilar suspeito,
linfonodos positivos, indolores.
® Esteatonecrose- Lesão firme, mal delimitada, indolor e imóvel, diferenciar de CA de mama,
secundarias a trauma.
® Ectasia ductal- nódulo retroareolar endurecido, dor, inversão de mamilo, fluxo papilar, diferenciar de
CA de mama.
® Papiloma- entre 30 e 50 anos, fluxo papilar sanguinolento, nódulos próximos a aréola.
Cistos
v simples não palpáveis, diagnosticados pelo ultrassom
v PAAF- diagnóstico e terapêutica
v Exérese cirúrgica- cistos complexos
v Cistos em conteúdo espesso, septos finos, microcistos- pouco risco de CA, repetir exame em 6 meses.
Sólidos
Ginecologia e Obstetrícia Turma LI Thais Isabel
v Com imagem suspeita- biopsia
v < 30 anos, caraterísticas benignas, < 2 cm- repetir em 6 meses.
Dor mamária
v <2% dos casos correlação com CA de mama (exceção carcinoma inflamatório)
v 60-70% das mulheres em idade reprodutiva
v Impacto na vida da mulher
v Cancerofobia
Etiologia e fisiopatologia
v Cíclica- desequilíbrio estrogênio/progesterona que estimula a proliferação do tecido glandular (resultando
em dor); diminui dopamina- aumento da prolactina; relacionado com o ciclo menstrual da mulher. Mais
comum no QSL, bilateral
v Acíclica- hipertrofia da mamaria; macrocistos; trauma; nódulos grandes; cirurgias; ectasias; mastite;
medicamentos. Unilateral
v Extramamária- dor muscular, costocondrite- síndrome Tietze, neurite intercostal, bursite escapular, herpes
zoster, fibromialgia, dor torácica, trauma. Avaliar conforme o órgão causador da dor.
® Considera-se mastalgia grave aquela que dura mais de 7 dias e interfere na qualidade de vida da paciente
(trabalho, sono).
Diagnostico: clínico; rastrear CA de mama, relação com ciclo menstrual, exame físico, imagem (para excluir
neoplasias).
Tratamento:
v Não medicamentoso: orientação verbal- sutiã esportivo, dieta livre de gorduras, redução da ansiedade.
v Medicamentoso: tamoxifeno 10mg/dia por 3-6 meses, Danazol; Bromoergocriptina; derivados do óleo de
prímula.
Ginecologia e Obstetrícia Turma LI Thais Isabel
Fluxos papilares
v Galactorreia- láctea
v Telorreia- não láctea
v 5-10% das queixas em ambulatórios de mastologia
v 90-95% benignos
Etiologia e fisiopatologia
v Intraductais- proliferação epitelial (papilomas, adenomas, hiperplasias); infecções intraductais; neo
intraductal com necrose.
v Extraductais- neo malignas; infecções; outras patologias
v Galactorreia- sem aumento de prolactina; fármacos supressores da dopamina (causa mais comum); lesões
do SNC, parede torácica, doenças sistêmicas.
Classificação
v Fisiológico- 2/3 das não lactantes; não é espontâneo, cor escura, multiductal.
v Pseudoderrame- mamilo invertido, infecção de glândulas mamarias, eczemas, maceração da pele.
v Patológico- lesões proliferativas- carcinomas- uniductais, aquoso (claro), sanguíneos, espontâneo.
Diagnóstico
v Anamnese/exame físico- características do fluxo, sexo.
v Mamografia/USG
v RNM- diferencia lesões benignas de malignas; dificulta para biopsiar.
v Ductografia
v Ductoscopia- alto valor preditivo, baixa sensibilidade, doloroso.
Diagnostico diferencial:
v Papiloma intraductal (único ou múltiplos; 35-50% dos casos), papilomatose juvenil, ectasia ductal (15-
30% dos casos), mastite periductal (tabagismo, germes aeróbios e anaeróbios).
Tratamento
v Orientações
v Purulentos – antibióticos
v Suspeitos- cirurgia
v Derrame contínuo- ectasia ductal à cirurgia
v Galactorreia- clínico/cirúrgico
Recomendações
v Identificar casos com maior risco de CA de mama (10% dos fluxos suspeito). Casos suspeitos com imagem
normal à biopsiar
Diabetes gestacional
Ocorre devido ao metabolismo anormal de carboidratos, gorduras e proteínas decorrentes de defeitos na
secreção ou na ação da insulina ou ambos à hiperglicemia
A hiperglicemia associa-se à gestação em duas situações:
v Quando a mulher com DM engravida, o DM pré-gestacional;
v Quando a mulher apresenta durante a gravidez, pela primeira vez, diagnóstico de alteração na
tolerância à glicose, o diabetes melito gestacional (DMG).
® Cuidado com a diabetes pós gestação, pois é um fator de risco para ter diabetes do tipo 2 depois dos
40 anos, ou seguido da gestação. Cerca de 50% das pacientes com DMG terão diagnóstico de DM-2
em 10 anos.
Fisiopatologia
v Gestação normal- hipoglicemia em jejum, captação de glicose pela placenta e hiperglicemia pós-prandial
à resultado da ação diabetogênica dos hormônios placentários
v Maior resistência periférica mantendo a glicose disponível para o feto em crescimento, e coincide com o
aumento da produção de insulina para manter a homeostasia glicêmica, aporte de glicemia adequado sem
que represente hiperglicemia para o feto.
v Os hormônios placentários diabetogênicos são para sobrar glicose no sangue, mas no 2º trimestre é para
igualar, se não espontaneamente, temos que adequar externamente.
v Cortisol, GH, hormônio lactogênico placentário
v Metabolismo energético
o Fase anabólica que jejum prolongado gera hipoglicemia
o Fase catabólica (2º trimestre) aumenta consumo de nutrientes pelo feto, manter glicemia para dar
substrato para o feto.
Como era... Como ficou depois de 2010 ...
DMG era todo diabetes diagnosticado Proposta do IADPSG- diabetes pregressa
durante a gestação desconhecida (overt diabetes).
DM1, DM2 e diabetes gestacional.
v Complicações: Choque séptico em até 20%, CIVD (coagulação intravascular disseminada), doença
respiratória aguda grave e SARA, insuficiência renal leve.
v Quimioprofilaxia após um episódio de pielonefrite- nitrofurantoína 100mg até duas semanas após o parto.
HIV na gestante
Introdução:
v Protocolo 076 Ministério da Saúde
v Países desenvolvidos menos de 1% a taxa de detecção de gestantes soropositivas
v No Brasil tendência de aumento nos últimos anos sendo a região Sul com 2,1 vezes maior que a taxa
nacional
v Transmissão vertical em tendência de queda.
Diagnóstico:
v Todas as gestantes devem realizar o teste rápido para HIV na primeira consulta de pré-natal. Se positivo
novo teste deve ser realizado mais específico (TR1 e TR2+) e encaminhadas para serviço especializado.
v Testes moleculares hoje são mais sensíveis que os testes confirmatórios, mais adequados para infecção
aguda ou recente. (Western blot, Imunoblot ou Imunoblot rápido).
v Cuida com indivíduos controladores de elite (<1%) que mantém a viremia em níveis indetectáveis em
testes moleculares.
v Notificação obrigatória – portaria n. 1271, 6/7/2014, MS.
v Teste de carga viral sempre após a confirmação da infecção pelo HIV, se > 1000 cópias/ml, o teste de
genotipagem deve ser solicitado. Terapia antirretroviral deve ser introduzida, mas não esperar o resultado
do teste.
v Se na primeira consulta o teste for negativo, repetir no terceiro trimestre.
Principais fatores de risco para transmissão vertical do HIV: carga viral aumentada, tempo de bolsa rota
(não mais que 4h), tempo de trabalho de parto, hemorragia intraparto, parto instrumentado, presença de ISTs,
coinfecções, uso de drogas ilícitas, terceiro trimestre (quanto mais avança a gestação maior as chances de
transmissão), parto vaginal, aleitamento materno, amniocentese.
Conduta:
v Além da rotina básica de pré-natal devem ser solicitados os exames relacionados ao HIV e ser feito
controle da TARV.
v Hemograma e plaquetas 15 dias após início da TARV e em cada trimestre.
v Saber se a paciente já faz acompanhamento com infectologista. Testar parceiro e filhos.
v Adesão ao tratamento é muito importante para não transmissão.
v Em eventual hiperêmese gravídica tratar antes de iniciar a TARV. Se paciente já vem tratando o HIV não
posso parar o tratamento, a fim de evitar resistência.
v Consultas mensais até 32 semanas, quinzenais até a 36 semanas, semanais até o parto.
Avaliação clínica
v Com o avanço das terapias antirretrovirais, muitas gestantes chegarão ao pré-natal com a soropositividade
detectada previamente a gestação. Nesses casos é muito importante analisar a história anterior, tempo de
diagnostico, acompanhamento com infectologista, se está em uso de TARV, há quanto tempo está em uso
e o histórico de medicamentos utilizados.
v Anamnese e exame físico: avaliar história de infecções oportunistas e internações hospitalares, de alergias
a antimicrobianos (sulfa).
v Pacientes HIV soropositivas, a sífilis é relativamente comum. Dessa forma, realização de punção lombar
se VDRL > 1/32.
Avaliação Laboratorial
v Tem como objetivo avaliar estado da infecção pelo HIV, comorbidades e fatores de risco para
complicações.
Ginecologia e Obstetrícia Turma LI Thais Isabel
v Contagem de linfócitos T CD4+: Avalia o estado imunológico da paciente. Deve ser feito na 1ª consulta e
depois 3/3 meses. Correlaciona-se com risco de infecções oportunistas e morte. Define a necessidade de
profilaxias para infecções oportunista.
v Carga Viral: é uma das variáveis mais importantes na transmissão vertical e na definição da via de parto.
Transmissão vertical é menor que 1% quando carga viral é inferior a 1000 cópias por ml. Objetivo é manter
indetectável. Em pacientes com adesão adequada a supressão viral ocorre em 12-24 semanas após início
de TARV. Em geral, há queda de menos de 1 log entre 1 e 4 semanas de tratamento. Deve ser solicitado
na primeira consulta de pré-natal e cada 4-8 semanas ou se trocar esquemas. Avaliar com 34 semanas para
avaliar via de parto e esquema de tratamento do neonato.
v Teste de resistência aos antirretrovirais (genotipagem): Solicitar antes do tratamento ou quando CV for
superior a 1000 cópias/ml, ou quando houver falha de tratamento.
Doses:
v AZT solução oral 10mg/ml
o RN com IG 35 semanas ou mais: 4mg/kg/dose 12/12h.
o RN entre 30-35 semanas de IG: 2mg/kg/dose de 12/12h por 14 dias e 3mg/kg/dose de 12/12h a
partir do 15º dia.
o RN com menos de 30 semanas de IG: 2mg/kg/dose de 12/12h.
o Se necessário intravenoso, 75% da dosagem oral, com o mesmo intervalo entre doses.
v 3TC solução oral 10mg/ml
o RN com 34 semanas ou mais de IG, do nascimento até a 4ªsemana de vida: 2mg/kg/dose de 12/12h.
v RAL 100mg granulado para suspensão oral
v RN com 37 semanas ou mais de IG: 1,5mg/kg 1x ao dia, na 1ª semana, e 3mg/kg 2x ao dia, a partir da 2ª
semana até a 4ª.
v NVP
v RN com IG igual ou maior que 35 e menor que 37 semanas: 4mg/kg 2x ao dia, na 1ª semana, e 6mg/kg 2x
ao dia, na 2ª semana.
Diagnóstico
v Para crianças menores de 18 meses estão disponibilizados os testes: molecular para quantificação do HIV-
RNA/carga viral do HIV (CV-HIV) e para detecção do DNA pró-viral do HIV.
v 1ª coleta realizada imediatamente após o nascimento, através de punção periférica. Preferencialmente
antes da administração dos medicamentos, mas a coleta não deve atrasar o início da profilaxia.
v A profilaxia inicia ainda na sala de parto, após os cuidados imediatos, de preferência nas primeiras 4 horas.
v Coletas: ao nascimento, 14 dias de vida, 2 semanas após o término da profilaxia (6s de vida), 8 semanas
após o término da profilaxia (12s de vida) - CV-HIV e 12 meses de anticorpos anti-HIV.
Ginecologia e Obstetrícia Turma LI Thais Isabel
o Toda CV-HIV detectável, independentemente do valor, necessita de nova coleta de CV-HIV
imediatamente.
o Crianças sintomáticas deverão ser investigadas imediatamente.
o Caso anti – HIV reagente, repetir exame com 18 meses.