O Dilema Do Sofrimento
O Dilema Do Sofrimento
O Dilema Do Sofrimento
com
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O dilema do sofrimento
humano
Não há nada de externo que garanta ausência emocional devido a problemas no trabalho,
de sofrimento. Mesmo quando nós, seres hu- nos relacionamentos, com os filhos e com as
manos, temos todas as coisas que tipicamente transições naturais que a vida apresenta a to-
usamos para medir o sucesso externo – ótima dos nós (Kessler et al., 2005). Em âmbito na-
aparência, pais amorosos, filhos incríveis, se- cional, existem aproximadamente 20 milhões
gurança financeira, um cônjuge atencioso –, de alcoolistas (Grant et al., 2004); dezenas de
isso pode não ser suficiente. Os seres huma- milhares de pessoas cometem suicídio a cada
nos podem estar aquecidos, bem alimentados, ano, e inúmeras outras tentam, mas falham
fisicamente bem – e ainda assim podem se (Centers for Disease Control and Prevention,
sentir infelizes. Podem desfrutar de várias for- 2007). Estatísticas como essas se aplicam não
mas de excitação e entretenimento desconhe- só àqueles que foram massacrados ao longo
cidas no mundo não humano e fora de alcance de décadas na vida, mas igualmente a ado-
para quase todos, exceto uma pequena fração lescentes e jovens adultos. Quase metade da
da população – TVs de alta definição, carros população em idade universitária satisfazia
esportivos, viagens exóticas para o Caribe –, os critérios para pelo menos um diagnóstico
e mesmo assim experimentam sofrimento relacionado ao Manual diagnóstico e estatísti-
psicológico excruciante. Todas as manhãs um co de transtornos mentais (DSM) recentemente
empresário de sucesso chega ao seu escritório, (Blanco et al., 2008).
fecha a porta e silenciosamente abre a última Se quiséssemos recorrer aos números para
gaveta da escrivaninha em busca de uma gar- documentar a universalidade do sofrimento
rafa de gim escondida. Todos os dias um ser humano no mundo desenvolvido, poderíamos
humano que tem todas as vantagens possíveis fazer isso quase indefinidamente. Terapeutas
e imagináveis pega uma arma, carrega com e pesquisadores com frequência mencionam
uma bala, gira o tambor e aperta o gatilho. tais estatísticas em inúmeras áreas-problema
Os psicoterapeutas e os pesquisadores do quando discutem a necessidade de mais clíni-
campo aplicado estão familiarizados com as cos, de mais financiamento para programas
sombrias estatísticas que documentam essas de saúde mental ou maior apoio à pesquisa
realidades. As estatísticas americanas, por psicológica. Ao mesmo tempo, profissionais
exemplo, mostram que as taxas de prevalên- e também o público leigo parecem não perce-
cia de transtornos mentais ao longo da vida ber a mensagem maior que essas estatísticas
estão atualmente beirando os 50%, embora comunicam quando tomadas no seu conjun-
ainda mais pessoas apresentem sofrimento to. Se somarmos todos aqueles humanos que
o sono que, juntos, produzem vendas equiva- mais se encontram na raiz dos transtornos men-
lentes a muitos bilhões de dólares. A mensa- tais e físicos. Esses pressupostos florescem e se
gem de que problemas psicológicos devem em transformam em pensamento e diagnóstico
geral ser tratados de forma muito semelhante à sindrômico. A identificação de síndromes –
que trataríamos uma doença médica se esten- conjuntos de sinais (coisas que o observador
de até mesmo ao fornecimento de água da so- pode ver) e sintomas (coisas das quais a pes-
ciedade ocidental contemporânea – na medida soa se queixa) – é o primeiro passo habitual
em que existem quantidades consideráveis de na identificação de uma doença. Doenças são
antidepressivos em nossos rios e até nos pei- entidades funcionais, ou seja, são distúrbios
xes que comemos (Shultz et al., 2010)! Mesmo da saúde com uma etiologia conhecida, curso
quando são prescritas adequadamente, tais e resposta ao tratamento. Depois que as sín-
medicações causam um impacto clinicamente dromes são identificadas, inicia-se a busca
significativo superior ao placebo somente nos para encontrar os processos anormais que são
casos mais extremos (Fournier et al., 2010; considerados a origem desse grupo particular
Kirsch et al., 2008), os quais são muito poucos de resultados e para encontrar maneiras de
para chegar a afetar o abastecimento de água, alterar esses processos a fim de modificar os
caso as drogas fossem prescritas unicamente resultados indesejáveis.
com base no mérito científico. Esses pressupostos e as estratégias diag-
A ideia de que o sofrimento é mais bem nósticas que eles geram são, de modo geral,
descrito em termos de uma normalidade bio- sensíveis dentro da área da saúde física, em-
neuroquímica tem outro lado atraente em sua bora mesmo ali tenham limitações notáveis.
superfície, isto é, que saúde e felicidade são os Afinal de contas, saúde não é meramente a
estados de homeostase natural da existência ausência de doença (Organização Mundial da
humana. Esse pressuposto da normalidade sau- Saúde, 1947), e sintomas médicos como febre,
dável se encontra no cerne das abordagens mé- tosse, diarreia ou vômitos têm funções adap-
dicas tradicionais da saúde física. Se levarmos tativas que podem ser negligenciadas quando
em conta o sucesso relativo da medicina física, o foco é voltado unicamente para os sintomas,
não causa surpresa que a comunidade de saú- e não para suas possíveis funções (Trevathan,
de comportamental e mental também tenha McKenna, & Smith, 2007). Ainda assim, den-
adotado esse pressuposto. A concepção tradi- tro de limites amplos, o pressuposto da nor-
cional de saúde física é simplesmente ausência malidade saudável funciona na medida em
de doença. Considera-se que, deixado por sua que a estrutura do corpo humano parece estar
conta, o corpo está propenso a ser saudável, projetada para oferecer um grau razoável de
mas que a saúde física pode ser perturbada saúde física como resultado natural da evo-
por infecções, lesões, toxicidade, pelo declínio lução biológica. Se determinados humanos
na capacidade física ou por desequilíbrios nos não têm os genes adequados para uma saú-
processos físicos. Igualmente, pressupõe-se de física suficiente para assegurar o sucesso
que os seres humanos são inerentemente fe- reprodutivo, com o tempo a evolução geral-
lizes, estão conectados com os outros, são al- mente elimina esses genes ou sua expressão.
truístas e estão em paz consigo mesmos – mas Sinais e sintomas físicos com frequência têm
que esse estado típico de saúde mental pode ser sido úteis como guias para a identificação de
perturbado por determinadas emoções, pensa- doença. A seleção natural, de modo geral, ga-
mentos, lembranças, eventos históricos ou es- rante que o desenvolvimento estrutural de um
tados do cérebro. organismo sirva às suas funções de autopre-
Um corolário para o pressuposto da nor- servação e reprodutivas. Portanto, desvios na
malidade saudável é o de que processos anor- estrutura costumam indicar anomalia e com
nossa nosologia psiquiátrica ainda não resolve- Mesmo quando está presente uma disfunção
ram esses problemas (Frances, 2010). fisiológica (como no diabetes ou na epilepsia,
O grupo de trabalho estava correto em por exemplo), a máxima de que “O bom médico
sua percepção de que se faz necessária uma trata a doença; o ótimo médico trata o paciente
abordagem verdadeiramente nova. Este li- que tem a doença” é uma doutrina sólida.
vro aborda como promover uma mudança de A observação anterior não significa que
paradigma necessária – em nossos clientes, não existam processos anormais. Eles eviden-
em nossa área e em nós mesmos. Essa mu- temente existem. Se uma pessoa sofre uma le-
dança é em parte presuntiva, comportamen- são cerebral e se comporta estranhamente em
tal e experimental, mas é também intelectual. consequência disso, esse comportamento não
O campo necessita de um modelo transdiag- é atribuído unicamente a processos psicológi-
nóstico unificado que esteja ligado a um esfor- cos normais (muito embora esses processos
ço científico mais amplo de criar uma psicolo- ainda possam ser relevantes ao se lidar com as
gia mais útil e integrada (veja também Barlow, consequências do dano cerebral).
Allen, & Choate, 2004). A mesma observação pode algum dia se
mostrar verdadeira para esquizofrenia, au-
tismo, transtorno bipolar, etc., embora as
A PERSPECTIVA DA reais evidências para uma etiologia orgânica
TERAPIA DE ACEITAÇÃO simples nessas áreas sejam muito limitadas,
conforme demonstrado pela ausência de mar-
E COMPROMISSO cadores biológicos específicos e sensíveis para
A abordagem descrita neste livro é denomi- essas condições (veja a primeira “confissão
nada terapia de aceitação e compromisso, ou perturbadora” de Kupfer et al., 2002, anterior-
ACT (do inglês acceptance and commitment the- mente). No entanto, mesmo com tais doenças
rapy). ACT é sempre pronunciada como uma mentais graves, o modelo subjacente à ACT
palavra (em inglês, “agir”), e não como letras sustenta que os processos comuns incorpora-
individuais, talvez porque A-C-T soe mais dos na linguagem e no pensamento autorrefle-
como E-C-T (em inglês, sigla para eletrocon- xivos podem na verdade aumentar as dificulda-
vulsoterapia), o que não é uma associação des centrais associadas a tais condições (para
favorável,1 e mais positivamente porque o ter- evidências mais detalhadas sobre esse ponto,
mo nos faz lembrar que essa abordagem enco- veja o Capítulo 13). Independentemente de
raja o envolvimento ativo na vida. quantas vozes uma pessoa escuta ou quantos
Segundo uma perspectiva da ACT, o sofri- ataques de pânico ela experimenta, esse indi-
mento humano emerge predominantemente víduo é um ser humano que pensa, sente e re-
de processos psicológicos normais, sobretudo corda. A forma como uma pessoa responde a,
aqueles que envolvem a linguagem humana. digamos, uma alucinação pode ser mais crítica
para o funcionamento sadio do que a alucina-
ção em si, e, segundo uma perspectiva da ACT,
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A maioria dos profissionais que atuam na área da essa resposta é predominantemente determi-
psicoterapia usa acrônimos para identificar aborda- nada por processos psicológicos normais.
gens de tratamento. Assim, não utilizar iniciais tem
um benefício colateral imediato na medida em que
aqueles que explicam os pontos fortes e fracos da O exemplo do suicídio
“A-Cê-Tê” são imediatamente expostos como se não
tivessem feito nenhum treinamento sério ou leitura Não existe um exemplo mais dramático do
em ACT. Os leitores agora saberão encarar com uma grau em que o sofrimento faz parte da con-
dose de ceticismo o que esses observadores dizem. dição humana do que o suicídio. A morte por
uma escolha deliberada é evidentemente o (Chiles & Strosahl, 2004). Essa é uma cifra as-
desfecho menos desejável que podemos ima- sustadoramente alta para explicar se devemos
ginar na vida; no entanto, uma proporção sur- ver a suicidalidade como “anormal”.
preendentemente considerável da humanida- Também relevante para nossa discussão é
de em algum momento na vida considera se o fato de que o suicídio é totalmente ausente
matar, e um número alarmantemente grande entre não humanos. Com o tempo, várias ex-
desses indivíduos realmente tenta colocar esse ceções alegadas foram observadas em relação
ato em prática. a essa generalização, mas, ao exame, elas se
Suicídio é o ato consciente, deliberado e revelaram falsas. Lemingues noruegueses são
intencional de tirar a própria vida. Dois fatos talvez o exemplo mais clássico. Quando a den-
são claramente evidentes em relação ao sui- sidade de sua população atinge um ponto que
cídio: (1) ele é universal nas sociedades hu- não pode ser mantido, o grupo inteiro se enga-
manas e (2) provavelmente está ausente entre ja em um padrão confuso de corrida que leva
todos os outros organismos vivos. As teorias à morte de muitos deles – geralmente por afo-
existentes do suicídio têm dificuldade para gamento. Porém, suicidalidade implica não
explicar esses dois fatos de forma lógica. Há meramente a morte, mas também atividades
relatos de suicídio em todas as sociedades hu- individuais que levam o indivíduo à morte
manas, tanto atualmente quanto no passado. pessoal como uma consequência deliberada
Cerca de 11,5 por 100 mil pessoas nos Esta- dessa atividade. Quando um lemingue cai na
dos Unidos cometem suicídio a cada ano (Xu, água, ele tenta escalar, e quando tem sucesso
Kochanek, Murphy, & Tejada-Vera, 2010), ele permanece fora d’água, mas há inúmeros
representando em torno de 35 mil mortes em casos documentados de uma pessoa saltando
2007. Sua ocorrência é praticamente inexis- de uma ponte, sobrevivendo e, então, imedia-
tente entre bebês e crianças muito pequenas, tamente saltando da mesma ponte outra vez.
mas começa a aparecer durante os primeiros Nos humanos, a autoeliminação pode ser-
anos escolares. Pensamentos suicidas e tenta- vir a uma variedade de propósitos, mas seus
tivas de suicídio são muito comuns na popula- propósitos declarados geralmente se originam
ção em geral. Um estudo recente encomenda- do léxico diário da emoção, da memória e do
do pelo Substance Abuse and Mental Health pensamento. Por exemplo, quando bilhetes
Services Administration encontrou uma taxa suicidas são examinados, eles tendem a ter
anual calculada de ideação suicida grave en- mensagens que enfatizam a pesada carga de
tre aproximadamente 8,3 milhões de indiví- viver e a conceitualização de um futuro estado
duos, com tentativas suicidas anuais entre de existência (ou não existência) em que es-
jovens adultos próximas a 1,2% nessa faixa sas cargas serão retiradas (Joiner et al., 2002).
etária – com níveis mais altos de incidência Embora os bilhetes suicidas com frequência
associados a abuso de substâncias (Substance expressem amor por outras pessoas e um sen-
Abuse and Mental Health Services Adminis- timento de vergonha pelo ato, também cos-
tration, 2009). Estudos da incidência ao lon- tumam expressar que a vida é penosa demais
go da vida sugerem que cerca de 10% de to- para ser suportada (Foster, 2003). As emoções
das as pessoas em algum momento irão fazer e os estados mentais mais comuns associados
uma tentativa contra suas vidas, e outras 20% ao suicídio incluem culpa, ansiedade, solidão
irão apresentar ideação suicida e desenvolver e tristeza (Baumeister, 1990).
um plano e meios para colocá-lo em prática. O fenômeno do suicídio demonstra os li-
Assim, aproximadamente metade da popu- mites e as falhas da perspectiva do sofrimento
lação total irá experimentar níveis modera- humano com base na síndrome. Suicídio não
dos a severos de suicidalidade em suas vidas é uma síndrome, e muitas pessoas que acabam
com a própria vida não podem ser simples- sofrimento psicológico humano. Começamos
mente classificadas com um rótulo sindrômi- com algumas perguntas relativamente sim-
co bem definido (Chiles & Stroshal, 2004). Se a ples e diretas:
forma de atividade mais dramaticamente “no-
civa” que existe está presente em certa medida Como é possível que pessoas inteligentes,
nas vidas da maioria dos humanos, mas não sensíveis e atenciosas que têm tudo o
entre outros seres sencientes, somos levados a que necessitam para sobreviver e pros-
uma conclusão óbvia: a de que deve haver algo perar na vida precisem suportar tal so-
peculiar na condição de ser humano que faz frimento?
com que seja assim. Mais precisamente, deve Existem processos humanos universais
haver um processo em funcionamento que que de alguma maneira estejam liga-
leva tão prontamente a tamanho sofrimento dos ao sofrimento generalizado?
psicológico – um processo que é unicamente Podemos desenvolver uma compreensão
característico da psicologia humana. A estra- teórica sólida de como o sofrimento se
tégia de pesquisa que apoia a psicopatologia desenvolve e então aplicar interven-
contemporânea não irá necessariamente de- ções psicológicas para neutralizar ou
tectar esse processo porque ela não está es- reverter os processos centrais respon-
pecificamente focada nos detalhes mundanos sáveis?
cotidianos das ações humanas. Mesmo que
atribuíssemos a quase todas as pessoas um ou Uma pista importante para que possamos
mais rótulo diagnóstico, nenhum progresso encontrar respostas significativas a essas per-
no estudo da psicopatologia diminuiria nossa guntas desafiadoras exigiu apenas que nos
obrigação de abordar e explicar melhor a uni- olhássemos no espelho. Envolto pelo escudo
versalidade do sofrimento humano. Todos os protetor redondo da cabeça encontrava-se
seres humanos têm suas dores – só que uns um órgão com um lado positivo extremamen-
mais do que outros. Com efeito, é normal ser te brilhante e uma contrapartida igualmente
“anormal”. perturbadora.
É humilhante observar que esta ideia – a de
Normalidade destrutiva que processos psicológicos normais e neces-
sários funcionam de forma muito semelhan-
A universalidade do sofrimento por si só suge- te a uma faca de dois gumes – é básica para
re que ele se origina dentro de processos que muitas tradições religiosas e culturais, porém
se desenvolveram para promover a adaptabili- é muito menos valorizada na psicologia e em
dade do organismo humano. Essa observação outras ciências comportamentais. A tradição
é a ideia central por trás do pressuposto da nor- judaico-cristã (e, na verdade, a maioria das
malidade destrutiva, a ideia de que processos tradições religiosas, tanto ocidentais quanto
psicológicos humanos comuns e até mesmo orientais) adota a ideia de que o sofrimento
úteis podem conduzir a resultados destrutivos humano faz parte do normal estado das coi-
e disfuncionais, amplificando ou exacerbando sas na vida. É importante examinar essa tra-
quaisquer condições fisiológicas e psicológi- dição religiosa como um exemplo concreto do
cas anormais que possam existir. quanto a euforia por síndromes médicas nos
Quando a ACT estava sendo desenvolvida afastou de nossas raízes culturais nessas ques-
durante a década de 1980, ela foi projetada tões. O Gênesis, o princípio de todas as coisas,
como uma abordagem transdiagnóstica de parece ser um lugar apropriado por onde co-
tratamento baseada nos processos centrais meçar nossa análise da linguagem humana e
comuns que acreditávamos que explicavam o do sofrimento humano.
podemos impedir essa transformação gradual, tanto às realizações humanas quanto ao sofri-
nem somos capazes de suavizá-la completa- mento humano. Por “linguagem humana” não
mente. Nossos filhos precisam ingressar no nos referimos à mera vocalização humana,
mundo aterrador do conhecimento verbal. Eles nem ao inglês como oposto ao idioma francês.
precisam passar a ser como nós. Da mesma forma, não estamos nos referindo
As grandes religiões do mundo foram al- meramente à sinalização social, como quan-
gumas das primeiras tentativas organizadas do nosso cachorro late pedindo comida ou
de resolver o problema do sofrimento humano. quando um esquilo emite um grito de alerta.
Isso quer dizer que todas as grandes religiões Em vez disso, referimo-nos à atividade simbó-
têm um lado místico e que todas as tradições lica em qualquer forma que ela ocorra – seja
místicas compartilham uma característica de- por meio de gestos, figuras, formas escritas,
finidora: todas elas reúnem práticas que são sons ou o que quer que seja.
orientadas para a redução ou a transformação Embora pareça haver ampla concordância
do domínio da linguagem analítica sobre a de que os primeiros humanos eram capazes
experiência direta. A diversidade de métodos de utilizar símbolos (baseados em suas práti-
é impressionante. O silêncio é observado por cas funerárias, por exemplo), o uso sofisticado
horas, dias, semanas; charadas verbais insolú- dessas habilidades é espantosamente recente.
veis são contempladas; a própria respiração é Os primeiros registros permanentes e inques-
monitorada durante dias de cada vez; mantras tionáveis de atividade simbólica humana so-
são repetidos interminavelmente; cânticos são fisticada parecem ser os desenhos rupestres de
repetidos por horas a fio; e assim por diante. apenas 10 mil anos atrás. As primeiras evidên-
Até mesmo os aspectos não místicos das gran- cias de linguagem escrita como a conhecemos
des tradições religiosas – que se baseiam na têm cerca de 5.100 anos de idade. O alfabeto
linguagem literal e analítica – com frequência foi inventado apenas há 3.500 anos. Mesmo
focam em atos que não são puramente analí- dentro do registro escrito formal dos assuntos
ticos. A teologia judaico-cristã, por exemplo, humanos, existe uma clara progressão das ha-
requer que tenhamos fé em Deus (a raiz de fé bilidades verbais. Apenas há alguns milhares
provém do latim fides, que significa algo mais de anos, as pessoas comuns devem ter experi-
próximo de fidelidade do que de crença lógica e mentado autoverbalizações como declarações
analítica). O budismo foca nos custos do apego. dos deuses ou de outras entidades invisíveis
Diferentes religiões variam os detalhes da nar- (Jaynes, 1976), e nas primeiras histórias escri-
rativa, mas os temas em geral são os mesmos. tas “pensar por conta própria” era visto como
Em sua tentativa de busca do conhecimento, perigoso (p. ex., veja a análise de Jayne [1976]
os humanos perderam sua inocência, e o so- de Ilíada e A Odisseia). Hoje em dia, os adultos
frimento é um resultado natural disso. Apesar normais manipulam uma variedade de estímu-
dos excessos a que a religião muitas vezes está los simbólicos (tanto abertamente quanto de
propensa, há uma grande sabedoria nessa pers- forma relativamente velada) da manhã à noite
pectiva. Para se ter uma ideia, a tradição relati- enquanto simultaneamente atuam no mundo.
vamente recente da psicoterapia apenas agora O progresso da humanidade pode ser re-
está se aproximando disso. lacionado diretamente a esses mesmos mar-
cos verbais. O desenvolvimento das grandes
Os efeitos positivos e negativos civilizações foi impulsionado pela linguagem
da linguagem humana escrita, e as grandes religiões pelo mundo
se desenvolveram não muito tempo depois.
A essência da abordagem da ACT está baseada A enorme expansão da capacidade da espécie
na ideia de que a linguagem humana dá origem humana de alterar seu ambiente imediato por
uma grande dor não é, por si só, causa sufi- Fusão cognitiva
ciente para o verdadeiro sofrimento humano.
Para que isso ocorra, o comportamento sim- Ocorre sofrimento quando as pessoas acredi-
bólico precisa ser levado um pouco mais além. tam tão fortemente nos conteúdos literais de
sua mente que ficam fusionadas com suas cogni-
O canto das sereias do ções. Nesse estado de fusão, a pessoa não con-
segue distinguir entre consciência e narrativas
sofrimento: fusão e esquiva cognitivas, já que cada pensamento e seus refe-
No clássico poema grego A Odisseia, de Ho- rentes estão fortemente ligados. Essa combina-
mero, Odisseu e seu bando de guerreiros pro- ção significa que a pessoa tem maior probabili-
curam retornar a seus lares na Grécia após o dade de seguir cegamente as instruções que são
fim da Guerra de Troia. Eles navegam pelo socialmente transmitidas por meio da lingua-
traiçoeiro Mar Egeu, enfrentando muitos pe- gem. Em algumas circunstâncias, esse resulta-
rigos pelo caminho, talvez nenhum mais de- do pode ser adaptativo, mas, em outros casos,
safiador do que o encontrado quando passam as pessoas podem se engajar repetidamente em
pela ilha das sereias. As sereias são criaturas conjuntos de estratégias ineficazes porque para
adoráveis que ficam escondidas nas rochas ao elas parecem ser “certas” ou “justas” apesar das
longo da costa, entoando cantos que prome- consequências negativas no mundo real. Pes-
tem o conhecimento do futuro. Os cantos são soas que se fundem às próprias cognições pro-
irresistíveis porque se dirigem ao desejo pelo vavelmente irão ignorar a experiência direta e
conhecimento de cada marinheiro, porém se tornar relativamente alheias às influências
aqueles que são arrebatados inevitavelmente ambientais. Com muita frequência, as pessoas
encontram seu destino. Alertado previamente entram em terapia devido ao desgaste emocio-
por Circe sobre esse perigo iminente, Odisseu nal de tais consequências, na esperança de uma
ordena que seus homens tapem seus ouvidos redução no desconforto dos sintomas. Mas elas
com cera de abelha. Entretanto, por desejar não têm a intenção de mudar sua abordagem
ouvir o canto das sereias, ele ordena que seus básica porque sua abordagem é efetivamente
homens o amarrem ao mastro principal e em invisível para elas. É como se estivessem apri-
nenhuma circunstância o desamarrem até que sionadas pelas regras que se originam em sua
o barco esteja muito além da costa da ilha. própria mente. Essas regras não são organiza-
Quando o navio passa pela ilha, Odisseu fica das de forma aleatória; pelo contrário, no nível
tão encantado com o canto das sereias que im- do conteúdo, elas seguem uma diretiva cultural
plora e apela que seus homens o desamarrem, específica sobre saúde pessoal e como melhor
mas eles se recusam, sabendo que ele irá saltar atingi-la. No nível do processo, elas estão im-
no mar e morrer. plicitamente baseadas no pressuposto de que
A história de Odisseu e do canto das sereias regras verbais e a solução de problemas delibe-
fala da relação básica dos humanos com o lado rada são a melhor ou até mesmo a única forma
obscuro da sua própria força mental e do seu de resolver problemas.
entrelaçamento com o conhecimento verbal. Considere, por exemplo, clientes com disti-
E, assim como na história do Gênesis, a his- mia, os quais diariamente têm diálogos inter-
tória alerta quanto ao aspecto ambivalente nos que interferem em sua experiência direta
do conhecimento verbal. Podemos começar a de vida. Na maior parte do tempo, esses pro-
entender o alerta focando em dois processos cessos de pensamento envolvem “verificar” se
principais: fusão cognitiva e esquiva expe- eles estão “se sentindo bem”. Se o cliente vai a
riencial – o “canto das sereias” do sofrimento uma reunião social, não vai demorar muito
humano (Strosahl & Robinson, 2008). para que comecem a surgir perguntas de autor-
reflexão. Por exemplo, ele pode rapidamente se de controle e mais automonitoramento não é
perguntar: “Bem, como estou me inserindo?”. uma solução para esses transtornos; ao contrá-
A busca de pistas ambientais se inicia. O indi- rio, ele é o próprio transtorno.
víduo faz uma varredura nas pessoas próxi- Desvencilhar as pessoas das suas mentes é
mas para ver se está sendo feito contato visual, um dos principais objetivos da ACT, mas isso
se as pessoas estão olhando para outro lado é muito mais fácil de dizer do que de fazer, tanto
ou se ele está sendo totalmente ignorado. para os clínicos como para os clientes. As pesso-
Depois, são verificados os estímulos auditi- as recorrem às suas mentes porque linguagem e
vos para ver se as pessoas estão dizendo coisas pensamento são veículos extremamente efetivos
humilhantes ou o ridicularizando. O cliente no mundo cotidiano. Você deve definitivamente
se engaja em atos adicionais de autorreflexão: prestar atenção ao que sua mente está dizendo
“Quão bem estou me relacionando com essas quando está fazendo seu imposto de renda, con-
pessoas?”, “Estou realmente sendo eu mesmo?”, sertando uma máquina ou tentando atravessar
“Estou apenas fingindo estar feliz e normal?”, uma rua em um cruzamento movimentado.
“Eles podem realmente ver que não estou tão O problema é que não somos treinados para
feliz quanto finjo estar?”, “Afinal, por que estou discriminar quando a mente é útil e quando não
fingindo para as pessoas?”, “Achei que eu viria a é e não desenvolvemos as competências para
esta festa para me divertir um pouco e ficar feliz, passar de um modo de solução de problemas da
mas agora me sinto pior do que nunca!”. O ruído mente fusionado para um modo da mente en-
interno causado pelo automonitoramento que o gajado em descrever. A mente é ótima quando
cliente faz das causas e dos efeitos emocionais se trata de inventar aparelhos, construir planos
se torna tão crônico que, para ele, é praticamen- de negócios ou organizar programações diárias.
te impossível engajar-se em qualquer atividade Porém, isoladamente, a mente é muito menos
sem quase imediatamente destruir seu senti- útil em aprender a estar presente, aprender a
mento de “estar presente” ou ser espontâneo. amar ou descobrir como melhor carregar con-
Em um estado fusionado, a pessoa com dis- sigo as complexidades de uma história pessoal.
timia segue a regra de que há uma “forma certa O conhecimento verbal não é o único tipo de
de ser” e de que a “forma certa” é feliz. Atingir a conhecimento que existe. Precisamos aprender
forma certa de se sentir se transforma em um es- a usar nossas competências analíticas e avalia-
forço constante – um esforço que muitos clientes tivas quando isso promove operacionalidade
compartilham. Para o cliente com transtorno de e usar outras formas de conhecimento quando
pânico, o principal esforço é contra a ansiedade, elas servem melhor aos nossos interesses. Com
pensamentos de morte, perda do controle ou efeito, o objetivo final da ACT é ensinar os clien-
perda da razão. A fim de manter o controle, o tes a fazer essas distinções a serviço da promo-
cliente deve estar vigilante para reconhecer os ção de uma vida mais viável.
primeiros sinais de que reações indesejáveis
estão ocorrendo. Ele precisa examinar as sen- Esquiva experiencial
sações corporais, os processos de pensamento,
as predisposições comportamentais e as reações Outro processo-chave no ciclo do sofrimento é
emocionais para sinais de fracasso (ou sucesso) a esquiva experiencial. Ela é uma consequência
iminente. A solução para a busca por sentir-se imediata da fusão com instruções mentais que
da forma certa aparentemente reside em mais encorajam a supressão, o controle ou a elimina-
vigilância, mais rastreamento do ambiente in- ção de experiências cuja expectativa é a de que
terno e externo e mais controle. No entanto, sejam estressantes. Para o cliente que se enga-
o ciclo autoimposto pelo cliente de monitora- ja em padrões distímicos, o objetivo pode ser
mento, avaliação, resposta emocional, esforços sentir-se da forma certa e evitar sentimentos
ou pensamentos que o desviam do seu objetivo. problemas definissem quem elas são – e irão
Para o cliente que demonstra padrões obsessivo- se ater às particularidades de sua patologia ou
-compulsivos, o objetivo pode ser suprimir à peculiaridade e ao poder explanatório de sua
certos pensamentos ou controlar sentimentos trágica história como se isso fosse seu principal
de desgraça. Para o cliente com transtorno de direito de nascença. As pessoas com frequência
pânico, o objetivo primordial é evitar experi- mergulham em seus mecanismos mentais de
mentar ansiedade e pensamentos de morte, forma semelhante ao modo como os marinhei-
perda do controle ou perda da razão. (Ao longo ros mergulham no mar (i.e., não sem algum
de todo o tempo, durante o tratamento, o clíni- grau de prazer). No entanto, elas são engolidas
co também pode estar resistindo a impulsos de pelas ondas do orgulho e esmagadas contra os
sentir-se impotente, tolo ou perdido.) rochedos da vergonha. Em vez de ossos quebra-
Há um paradoxo inerente na tentativa de dos, temos casamentos rompidos. Assim como
evitar, suprimir ou eliminar as experiências os marinheiros de Odisseu ansiando pelas ver-
privadas indesejáveis na medida em que fre- dades adivinhatórias das sereias, as oportu-
quentemente tais tentativas levam a um re- nidades passam à nossa frente como navios va-
crudescimento na frequência e na intensidade zios quando não se encaixam na narrativa da
das experiências a serem evitadas (Wenzlaff & nossa mente. Quando você está muito ocupado
Wegner, 2000). Como a maior parte do conte- em ser o que sua mente diz que você é, deixar de
údo angustiante por definição não está sujeita lado seus hábitos normais se torna impossível,
à regulação comportamental voluntária, só res- mesmo quando isso seria obviamente útil.
ta ao cliente uma estratégia principal: esquiva A fusão cognitiva e a esquiva experiencial
emocional e comportamental. O resultado no também afetam a habilidade do indivíduo de
longo prazo é que a vida da pessoa começa a se prestar atenção de modo flexível e voluntário
restringir, as situações evitadas se multiplicam ao que está acontecendo interna e externa-
e se deterioram, os pensamentos e sentimen- mente. Atentar deliberadamente aos eventos
tos evitados se tornam mais preponderantes, internos que a pessoa quer evitar – ou mesmo
e a capacidade de estar no momento presente e aos seus desencadeantes externos – faria cair
desfrutar a vida gradualmente diminui. por terra o propósito da esquiva experiencial.
Observar os eventos que possam contradizer
O impacto do canto das sereias uma história muito fusionada significa afastar-
-se dessa história por um momento (que hor-
Tanto a fusão cognitiva quanto a esquiva expe- ror!). Para evitar tais resultados inoportunos,
riencial afetam significativamente quem pen- a atenção do indivíduo deve permanecer estri-
samos que somos. Ficamos cada vez mais en- tamente focada e inflexível. Com o tempo, ins-
redados em nossas auto-histórias, e as ameaças tala-se um tipo de entorpecimento vital. A pes-
às nossas autoconcepções se tornam centrais. soa passa pelos acontecimentos da vida diária
As possibilidades que são externas à nossa nar- sem muito contato momento a momento com
rativa oficial devem ser evitadas ou negadas. a vida em si. A vida segue no piloto automático.
Essa consequência vale tanto para as histó- O dano causado pela fusão cognitiva e pela
rias que são horríveis quanto para as que são esquiva experiencial é igualmente destrutivo
ilusoriamente positivas. Inevitavelmente nos em relação ao nosso senso de direção na vida
esquivamos de reconhecer os erros para sal- e ao nosso comportamento guiado por objeti-
var as aparências, mas ao custo de deixarmos vos. Nosso comportamento fica mais subme-
de aprender com eles. Pessoas que padecem tido ao “controle aversivo” do que ao “contro-
de transtorno de pânico com frequência irão le apetitivo” – mais dominado pela esquiva e
declarar “Eu sou agorafóbico” – como se seus escape do que pela atração natural. Nossas es-
colhas vitais mais importantes passam a ser no mínimo, o cliente e o terapeuta imediata-
baseadas em como não evocar conteúdo pes- mente irão aprender a observar os pensamentos
soal angustiante em vez de seguirmos na dire- e os sentimentos que ocorrem para compreen-
ção do que mais profundamente valorizamos. der o problema que está sendo tratado. Em suas
As pessoas perdem completamente seus pon- formas mais elaboradas apresentadas na ACT,
tos de referência porque estão muito ocupadas desfusão envolve aprender a estar consciente-
em monitorar o nível de risco de cada evento, mente atento ao próprio pensamento quando
interação ou situação. ele ocorre, e aceitação envolve o processo ativo
de se engajar e algumas vezes aumentar a rica
complexidade das próprias reações emocionais
ACT: ACEITAR, como um meio de fomentar a abertura psicoló-
ESCOLHER, AGIR gica, a aprendizagem e a compaixão por si mes-
mo e pelos outros. Essas habilidades envolvem
Na abordagem da ACT, um objetivo de vida experimentar conscientemente os sentimentos
saudável não é tanto sentir-se bem, mas sen- como sentimentos, os pensamentos como pen-
tir bem. É psicologicamente saudável ter pensa- samentos, as lembranças como lembranças,
mentos e sentimentos desagradáveis, além dos e assim por diante. Elas permitem que a pessoa
prazerosos, e isso nos dá pleno acesso à rique- observe desapaixonadamente a própria mente
za de nossas histórias pessoais únicas. Ironi- em funcionamento enquanto ao mesmo tempo
camente, quando pensamentos e sentimentos “acolhe o momento”, dessa maneira permane-
se tornam fundamentais, praticamente ditan- cendo atenta a pistas ou sinais contextuais po-
do o que fazemos – ou seja, quando eles “sig- tencialmente importantes que de outra forma
nificam apenas o que dizem que significam” –, passariam despercebidos.
com frequência ficamos relutantes em sentir À medida que essas competências são ad-
os sentimentos ou pensar os pensamentos quiridas, o próprio sentido da atenção se tor-
abertamente e, assim, aprender com o que eles na mais flexível, focado e volitivo, possibili-
têm a nos ensinar. Em contrapartida, quan- tando que a pessoa veja melhor a si mesma e
do os sentimentos são apenas sentimentos as outras pessoas como parte de um mundo
e os pensamentos são apenas pensamentos, interconectado. A partir dessa perspectiva
eles podem significar o que eles realmente mais atenta e flexível, os clientes podem fa-
significam, ou seja, que partes da nossa his- zer com mais facilidade a mudança da con-
tória pessoal única estão sendo trazidas para duta de esquiva e enredamento para uma
o presente pelo contexto atual. Pensamentos de aumento no engajamento e na expansão
e sentimentos são interessantes e importan- comportamental.
tes, mas não devem necessariamente ditar o Raramente nos engajamos em esquiva
que acontece a seguir. Seu papel específico em como um objetivo em si. A esquiva bem-su-
cada caso depende do contexto psicológico cedida não é um objetivo de resultados, mas
em que ocorrem, e isso é muito mais variável um objetivo de processos. Se você perguntar
do que qualquer modo de solução de proble- a um cliente por que ele deve, digamos, evitar a
mas da mente normal que podemos imaginar. ansiedade, a resposta geralmente irá se refe-
A alternativa construtiva à fusão é a desfusão, rir a um impacto positivo desejado em alguma
e a alternativa preferida à esquiva experiencial parte da sua vida. O cliente pode acreditar, por
é a aceitação. Estes são os processos ensinados e exemplo, que a ansiedade indevida está atra-
estimulados na abordagem da ACT. Desfusão palhando uma promoção potencial, prejudi-
e aceitação em seus modelos mais básicos estão cando um relacionamento ou impedindo-o de
implícitas em qualquer psicoterapia porque, viajar. As estratégias da esquiva experiencial