Centro Universitário de Brasília Instituto CEUB de Pesquisa e Desenvolvimento - ICPD
Centro Universitário de Brasília Instituto CEUB de Pesquisa e Desenvolvimento - ICPD
Centro Universitário de Brasília Instituto CEUB de Pesquisa e Desenvolvimento - ICPD
Brasília
2014
MARIANA DE CARVALHO PALMEIRA SALLES
Brasília
2014
MARIANA DE CARVALHO PALMEIRA SALLES
Banca Examinadora
_________________________________________________
Prof. Dr. Gilson Ciarallo
_________________________________________________
Prof. Msc. Felipe Burle dos Anjos
RESUMO
This article refers to a case study conducted with 30 service agents of a central of
consultation schedule of a health carrier of the Federal District, which aimed to
investigate the risk of illness at work and psychodynamic relations between pleasure-
suffering and health-illness in these workers' reality. Based upon the theoretical
reference of the psychodynamics of work, survey participants responded to a
inventory of Work and Risks of Illness (ITRA), developed by Mendes and Ferreira
(2007), applying a methodology of quantitative and descriptive approach . The four
scales were used to collect inventory data, the Rating Scale of Work Context (EACT),
the Scale of Human Cost at Work (ECHT), Scale of Indicators of Pleasure and Pain
at Work (EIPST) and Rating Scale of Damage Related to Work (EADRT). The
responses were analyzed using descriptive statistics and its results indicated the
presence of pleasure and suffering in the unit case studied, with 54% of the factors
with a tendency towards critical levels of illness, warning a "situation limit "with
potencialized negative cost and suffering at work, requiring immediate action in the
short and medium term.
INTRODUÇÃO 06
1 PSICODINÂMICA DO TRABALHO E ADOECIMENTO 08
1.1 Breve Histórico do Trabalho 08
1.2 Psicodinâmica do Trabalho: A relação entre Prazer e Sofrimento 09
1.3 A hierarquia das necessidades humanas 11
1.4 Adoecimento no Trabalho 12
1.5 O Bem Estar no Trabalho 14
2 MÉTODO 16
2.1 Unidade do Caso 16
2.2 Participantes da Pesquisa 17
2.3 Instrumento da Pesquisa 17
2.4 Procedimentos de Coletas de Dados 19
2.2 Procedimentos de Análise dos Dados 19
3 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 20
CONSIDERAÇÕES FINAIS 26
REFERÊNCIAS 28
APÊNDICE A – ITRA 30
6
INTRODUÇÃO
indiretamente a eles que as atividades ali desempenhadas não são para qualquer
um e que existem pessoas do lado de fora que estão aptas a fazê-las. Com isto, os
funcionários se dedicam única e exclusivamente ao seu serviço, sem manter relação
com os demais membros da equipe. Vemos, então, mais uma vez, o homem
abdicando de uma de suas necessidades em detrimento da empresa em que está
inserido. (MENDES; CRUZ, 2004).
Maslach e Leiter (1999) citam também como fatores importantes para
ocorrência do desgaste físico e emocional a falta de união e a falta de equidade. Em
relação a falta de união, esta é decorrente da perda do contato positivo com as
outras pessoas do trabalho, pois não se percebe com tanta frequência partilhas de
elogios, felicidade, conforto e bom humor com aqueles que gostam. Cada
funcionário está fechado em seu local, diante do seu instrumento de trabalho,
mantendo o mínimo contato possível, e algumas vezes não têm tempo para se
relacionarem. Este conflito faz com que não se tenha apoio das outras pessoas do
trabalho nos momentos difíceis. Sobre a falta de equidade, é a postura da empresa
onde os que têm autoridade são desonestos e os demais funcionários não são
respeitados. Nesta empresa há desigualdade na remuneração ou na carga de
trabalho das autoridades comparada com os outros empregados. Outra
preocupação esta atrelada à má distribuição de poder dentro das organizações,
quando os trabalhadores da linha de frente não reconhecem o que os demais
funcionários fazem e também não valorizam suas competências. Dessa forma, a
coletividade enfraquecida elucida a desigualdade que existe dentro da empresa,
com os empregados de uma forma geral ganhando salários baixos e os empregados
da linha de frente ganhando muito bem.
Finalizando com o que expõe os mesmos autores, também percebe-se
nos funcionários um conflito de valores muito grande. As empresas, em muitos
casos, exigem aquilo que vai de encontro com nossos princípios pessoais. Sugere-
se que este fato faz com que o funcionário entre em desordem consigo mesmo, pois
não sabe se deve seguir seus princípios ou se permanece no emprego, que ao
menos lhe dá o sustento financeiro básico. Nessa situação conflitante, é certo que
os empregados darão menos de si, pois não acreditam no que estão fazendo e mais
ainda porque não conseguem manter seu orgulho, integridade e seu amor-próprio.
Os trabalhadores hoje mostram que dentro das empresas em que trabalham são
14
2 MÉTODO
moderado ou crítico (escores entre 2,0 e 3,0) e avaliação mais positiva, suportável
(escore abaixo de 1,9).
O ITRA teve sua validação com 5.437 colaboradores de empresas
públicas do Distrito Federal, além de ter sido aplicado em vários outros grupos
ocupacionais como enfermeiros, médicos, policiais civis, atendentes de
telemarketing e etc.
Com média de 1,56, o fator Custo Físico foi o melhor avaliado nessa
escala, sendo considerado satisfatório para os respondentes. Esse resultado é
peculiar à atividade exercida, onde os maiores esforços físicos consistem em
manusear o computador e o headset (aparelho utilizado para atendimento telefônico
com fone de ouvido e microfones especializados).
O segundo fator corresponde ao Custo Cognitivo e é conceituado como
dispêndio intelectual para aprendizagem, resolução de problemas e tomada de
decisões no ambiente de trabalho. Com média 2,84, possui nível crítico e foi o fator
pior avaliado nessa escala. Composto por 10 itens, chamam atenção as médias
correspondentes a “ter que resolver problemas” (Média = 3,4) e “usar a memória”
(Média = 3,6). Por ser um grupo relativamente jovem (faixa etária média de 22 anos),
a maioria dos respondentes estão atuando em seu primeiro emprego, visto que não
é exigida pela empresa nenhuma experiência profissional anterior para
desempenhar essa função. Dessa forma, levanta-se à hipótese de que a
inexperiência e dependência dos colaboradores podem ser evidenciadas com a
dificuldade em resolver problemas de natureza maior.
22
(Média = 1,80). Dentre os 10 itens que o compõe, os mais altos estão relacionados à
“mau-humor” e “vontade de desistir de tudo”, ambos com média 2,5.
O terceiro e último fator dessa escala corresponde aos Danos Sociais,
definidos como isolamento, e dificuldades nas relações familiares e sociais. Foi o
fator mais bem avaliado da escala, com média 1,49, considerada positiva e
suportável. Composto por 7 itens, teve o índice alto apenas na afirmação acerca de
“impaciência com as pessoas em geral”.
De um modo geral, 54% dos fatores são considerados críticos pelos
participantes, o que indica riscos reais de adoecimento na organização. Por serem,
em sua maioria, profissionais no início da carreira e já não possuírem satisfação com
as expectativas geradas para esse contexto, os riscos de sofrimento para esses
indivíduos podem ser potencializados com os sentimentos de frustração causados
pelo não atendimento dessas expectativas. Para isso, é preciso trabalhar estratégias
que visem minimizar os aspectos influenciadores e geradores de insatisfação,
através da compreensão das necessidades específicas para esse grupo.
Dessa forma, vale ressaltar que, apesar da existência de um alto índice
de respostas avaliadas como críticas, Dejours (2005) afirma que o sofrimento
também pode ser encarado positivamente, como a partida inicial para a
transformação de conflitos em soluções.
26
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas,
2012.
Esse inventário foi desenvolvido por Ferreira e Mendes em 2007, acadêmicos que
integram o “Grupo de Estudos e Pesquisas em Saúde e Trabalho (GEPSAT)” da
Universidade de Brasília (UnB).
Leia os itens abaixo e escolha a alternativa que melhor corresponde à avaliação que você faz do seu
contexto de trabalho, tendo em vista a escala abaixo.
1 2 3 4 5
Sempre Raramente Às vezes Frequentemente Sempre
Agora escolha a alternativa que melhor corresponde à avaliação que você faz das exigências de
decorrentes do seu contexto de trabalho.
3 5
1 2 4
Mais ou Menos Totalmente
Nada Exigido Pouco Exigido Bastante Exigido
Exigido exigido
Avaliando o seu trabalho atualmente, marque a frequência com que você experimenta vivências
positivas e negativas.
6
0 2 3 4 5
Seis ou mais
Nenhuma Vez Duas Vezes Três Vezes Quatro Vezes Cinco Vezes
Vezes
Os itens a seguir tratam dos tipos de problemas físicos, psicológicos e sociais que geralmente
são causados pela realização do trabalho. Marque o número que melhor corresponde à frequência
com a qual eles estiveram presentes na sua vida nos últimos seis meses.
6
0 2 3 4 5
Seis ou mais
Nenhuma Vez Duas Vezes Três Vezes Quatro Vezes Cinco Vezes
Vezes
Dores no corpo 0 1 2 3 4 5 6
Dores nos braços 0 1 2 3 4 5 6
Dor de cabeça 0 1 2 3 4 5 6
Distúrbios respiratórios 0 1 2 3 4 5 6
Distúrbios digestivos 0 1 2 3 4 5 6
Dores nas costas 0 1 2 3 4 5 6
Distúrbios auditivos 0 1 2 3 4 5 6
Alterações de apetite 0 1 2 3 4 5 6
Distúrbios na visão 0 1 2 3 4 5 6
Alterações do sono 0 1 2 3 4 5 6
Dores nas pernas 0 1 2 3 4 5 6
Distúrbios circulatórios 0 1 2 3 4 5 6
Insensibilidade em relação aos colegas 0 1 2 3 4 5 6
Dificuldades nas relações fora do trabalho 0 1 2 3 4 5 6
Vontade de ficar sozinho 0 1 2 3 4 5 6
Conflitos nas relações familiares 0 1 2 3 4 5 6
Agressividade com outros 0 1 2 3 4 5 6
Dificuldade com os amigos 0 1 2 3 4 5 6
Impaciência com as pessoas em geral 0 1 2 3 4 5 6
Amargura 0 1 2 3 4 5 6
Sensação de vazio 0 1 2 3 4 5 6
Sentimento de desamparo 0 1 2 3 4 5 6
Mau-humor 0 1 2 3 4 5 6
Vontade de desistir de tudo 0 1 2 3 4 5 6
Tristeza 0 1 2 3 4 5 6
Irritação com tudo 0 1 2 3 4 5 6
Sensação de abandono 0 1 2 3 4 5 6
Dúvida sobre a capacidade de fazer as tarefas 0 1 2 3 4 5 6
Solidão 0 1 2 3 4 5 6
35
Escolaridade:
( ) Ensino Médio
( ) Superior Incompleto
( ) Superior Completo
( ) Cursando Pós-graduação
( ) Pós-graduação Completa
( ) Nenhum
( ) Entre 01 e 03 afastamentos
( ) Mais de 03 afastamentos