Manual Bíblico de Mapas e Gráficos

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anual Bíblico
de mapas e gráficos

~ Para a sua pesquisa individual ou para

preparação de aula, sermão ou palestra

~ Autoria, data e tema central

de cada livro da Bíblia

~ Outros temas dominantes

~ Inclui mapas e gráficos

para reprodução

~ Antigo Testamento

~ Novo Testamento

.. .
Manual
Bíblico de
Mapas e
Gráficos

1
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Manual Bíblico de Mapas e Gráficos © 2003, Editora Cultura Cristã. © 1996, 1993, Thomas Nelson.
Originalmente publicado em inglês com Q título Nelson 's Complete Book 01Maps and Charts pela
Thomas Nelson Publishers, 501 Nelson Place, PO.Box 141000, Nashville, TN, 37214-1000, USA.
Todos os direitos são reservados.

Tradução
Heloísa Cavallari Martins
Bethania Fonseca da Silva

- Revisão
Rubens Castilho
Patrícia de Almeida Murari

Editoração
Expressão Exata

Capa
Idéia Dois

ISBN
85-86886-76-9

Publicação -autorizada pelo Conselho Editorial:


Cláudio Mana (Presidente), Alex Barbosa Vieira, André Luís Ramos,
Mauro Meister, Otávio Henrique de Souza, Ricardo Agreste,
Sebastião Bueno OIinto, Valdeci Santos Silva.

EDITORA CULTURA CRISTÃ


Rua Miguel Teles Júnior, 394 - Cambuci
01540-040 - São Paulo - SP - Brasil
Fone (0**11) 3207-7099 - Fax (0**11) 3209-1255
[email protected]
0800- 141963

Superintendente: Haveraldo Ferreira Vargas


Editor: Cláudio Antônio Batista Mana
Sumário

Introdução , 5

AntiSlo Testamento

Pentateuco 9 Provérbios 155

Gênesis 11 Eclesiastes 159

Êxodo 27 Cântico dos Cânticos 162

Levítico 42
Números 49 Livros Proféticos 165
Deuteronômio 55 Isaías 168
Jeremias 175
Lamentações 181
Livros Históricos 60 Ezequie1 183
Josué 61 Daniel 192

Juizes 68 Oséias 197


Rute 76 Joel 200
1 Samuel 80 Amós 202
2 Samuel 90 Obadias 205
1 Reis 97 Jonas 207

2 Reis 108 Miquéias 211


1 e 2 Crônicas 124 Naum 213
Esdras 134 Habacuque : 215

Neemias 137 Sofonias 217

Ester 141 Ageu 219


Zacarias 223
Literatura de Sabedoria 145 Malaquias 226
Jó 146
Salmos 150 Periodo Intertestamentário 229

3
Novo Testamento

Os Quatro Evangelhos 237 1 e 2 Tessalonicenses 334


Mateus 249 1 e 2 Timóteo 337
Marcos 262 Tito 341
Lucas 267 Filemom 343
João 274 Hebreus 345

Atos 283 Epístolas Gerais 349


Tiago 351
Epístolas de Paulo 301 1 Pedro 355
Romanos 303 2 Pedro 358
1 Coríntios 307 1 João 363
2 Coríntios 313 2 e 3 João 366
Gálatas 316 Judas 369
Efésios 320
Filipenses :....... 325 Apocalipse 371
Colossenses : 329 Índices 379

4
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Introducão
,

Bem-vindo ao Manual Bíblico de Mapas e Gráficos da Editora Cultura Cristã. Esperamos


que ao compilar em um único volume os mapas e tabelas de estudo usados em muitas das
Bíblias e Concordâncias, estaremos colocando nas mãos de todos os cristãos uma ferramenta
essencial que valoriza e incentiva o estudo da Palavra de Deus.

Projetado para uso fácil e com referências prontamente acessíveis, o Manual Bíblico de Mapas
e Gráficos, oferece uma visão panorâmica da geografia, política e questões temáticas das Escrituras.
Os mapas e tabelas seguem a ordem dos livros da Bíblia e são colocados paralelamente a passagens
curtas de textos que oferecem explicações referentes sobre o contexto histórico ou temático. As
tabelas freqüentemente apresentam um resumo dos eventos ou temas da Bíblia, permitindo aos
leitores uma apreensão rápida do assunto antes ou depois de lerem a passagem bíblica, ao passo
que os mapas fornecem uma compreensão da política e da geografia da Bíblia. Por exemplo, as
tabelas denominadas "Em Relance" apresentam um resumo de cada livro, apresentando o tema
central e os assuntos discutidos, a localização e data dos eventos, dando as referências textuais de
cada divisão. Os mapas' que detalham as viagens missionárias de Paulo (págs. 293 a 296), mostram
as distâncias incríveis cobertas por este homem extraordinário em seu esforço para anunciar o
Evangelho e pastorear os fiéis.

As tabelas também podem ajudar o leitor a compreender temas que se estendem ao longo de
vários livros, relacionar elementos do texto que aparentemente não apresentam nenhuma relação
entre si, ou resumir idéias extra-bíblicas sobre o texto. Por exemplo, a tabela denominada "Tentação:
O contraste entre os Dois Adãos" (pág.16) mostra as diferenças na maneira como Adão e Jesus
Cristo enfrentaram a tentação, ao passo que "Mulheres do Novo Testamento"(pág.27 I), apresenta
referências para a ação de algumas das personalidades mais notáveis do Novo Testamento. "Três
Teorias sobre a Fonte dos Evangelhos Sinóticos" (pág.239), apresenta visualmente três das teorias
que explicam as semelhanças literárias de Mateus, Marcos e Lucas.
Tabelas e mapas bíblicos podem ser úteis não apenas para o leitor, mas também para o professor.
Qualquer pessoa que já tenha lutado para explicar o significado ou contexto histórico de uma
passagem bíblica sabe como um recurso visual pode ser útil. Por esta razão, muitas tabelas e
mapas deste livro são apresentados em páginas individuais, para serem facilmente copiados.
Convidamos o leitor a copiar estes recursos visuais para seu uso pessoal ou para grupos de
estudo. Intencionalmente feitas para uso na sala de aula ou em seminários, tais cópias podem ser'
distribuídas, ou projetadas numa tela.

Este Manual Bíblico de Mapas e Gráficos da Editora Cultura Cristã, não foi publicado como
um livro de referência para permanecer na estante. A intenção é que ele seja um suplemento
de outros materiais curriculares para a sala de aula, seminários ou sermões. Esperamos que ele
prove ser tão benéfico que se transforme em recurso padrão para seu estudo bíblico pessoal ou
em grupo.

5
ANTIGO
TESTAMENTO
~

7
Vista Panorâmica do Antieo Testamento

Pessoas Períodos e Eventos Culturas Livros Escritos do


Contemporâneas Antigo Testamento

Adão ANTES DOS PATRIARCAS Era Pré-Histórica


Criação
Dilúvio

Abraão, Isaque, PATRIARCAS Narrativas patriarcais Jó (?)


Jacó, José Abraão entra na terra refletem a cultura da
c. 2090 a.C. Mesopotâmia e do Egito
José Primeiro-Ministro
c.1885 - 1805 a.C.

PEREGRINAÇÃO NO EGITO Os Egípcios


c. 1875-1445 a.C. escravizam os Israelitas

Moisés MARCHA PELO DESERTO Gênesis, Êxodo,


c. 1445 -1405 a. C. Levítico, Números,
Deuteronômio

Josué, Débora, CONQUISTA E JUiZES Palestina ocupada, Josué, Juízes


Gideão, Jefté, Sansão c. 1405 - 1050 a. C. várias nações oprimem Israel

Samuel, Saul, REINO UNIDO Nações vizinhas Rute, Samuel, Salmos,


Davi, Salomão Estabelecido em 1050 a.C. derrotadas por Israel Cântico dos Cânticos,
Provérbios, Eclesiastes
REINO DIVIDIDO
. 931 - 722 - Dividido em 931 a.C.

Sul Norte

Roboão Jeroboão I Reinos Arameus - 931 - 732

Josafá, Uzias Acabe, Jeroboão 11 Obadias, Joel,


Jonas, Amós, Oséias,
Isaías, Miquéias

Ezequias Queda da Síria c. 732 a. C.


Dominação Assíria da Naum, Sofonias
Palestina 745 - 650

Queda de Samaria c. 722 Jeremias, Lamentações,


Josias APENAS JUDÁ 722 - 586 Habacuque, Reis,
Daniel, Ezequiel

Cativeiro de Daniel,
Cativeiro de Ezequiel

Jeremias Queda de Jerusalém c. 586 Supremacia Babilônica Ageu, Zacarias


625 - 539
Império Medo Persa
539 - 331

Zorobabel, RESTAURAÇÃO 538


Ageu, c. 400 Segundo Templo
Zacarias
Retorno de Esdras c. 458 Crônicas, Esdras, Ester

Malaquias Retorno de Neemias c. 444 Neemias, Malaquias

8
- - .
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o
PENTATEUCO

Os cinco primeiros livros da Bíblia - Gênesis, Êxodo, Levítico e Deuteronômio -são


denominados Torá pelos judeus, um termo hebraico que significa "lei" ou "ensinamento". Os
tradutores da Septuaginta (o Antigo Testamento em grego), denominaram este grupo de
Pentateuco, isto é, "coletânea de cinco volumes" (do grego penta, "cinco", e teuchos,
"volume").
Tradicionalmente, cristàos e judeus conservadores têm afirmado que Moisés foi, em grande
parte, responsável pelo Pentateuco. Tanto o Antigo como o Novo Testamentos atribuem a
Moisés a autoria deste conjunto de literatura (Js l.7; Dn 9.11-13; Lc 16.29 Jo 7.19; At 26.22;
Rm 10.19), tendo havido, até o século 18, uma concordância geral a respeito do papel de
Moisés neste sentido.
No período moderno, entretanto, tem sido freqüentemente afirmado que, por trás do Pentateuco
como o conhecemos hoje, existem quatro documentos separados (referidos como J, E, D, P),
os quais se originaram de vários períodos da história de Israel e que foram reunidos num
período mais tardio do Antigo Testamento. Esta teoria (conhecida como "Hipótese
Documentaria") surgiu, em parte, para explicar uma série de indagações a respeito do texto
do Pentateuco, que sào particularmente aparentes no Gênesis. Tais questões incluem histórias
que parecem ser duplicatas umas das outras, o uso de certos nomes específicos para Deus em
algumas porções do texto, mudanças bruscas no estilo de um incidente para outro, etc.
Sem dúvida, o caso da Hipótese Documentária deve muito a pressuposições naturalistas e
evolucionistas, no que diz respeito ao desenvolvimento da antiga sociedade humana. Além
disso, houve pouco acordo duradouro entre os especialistas sobre o caráter preciso e a
extensão dos documentos e fontes que, como se alega, estariam por trás do Pentateuco
como nós o conhecemos. Hoje pode-se demonstrar, também, que muitas das características
que anteriormente pareciam tão estranhas, são típicas de outras literaturas do período
antigo. Embora nem todos os problemas tenham sido inteiramente explicados, não existe
nenhuma razão que nos constranja a abandonar a autoria mosaica.
Embora cada livro do Pentateuco esteja centralmente relacionado com a aliança entre
Deus e seu povo, cada um deles é, entretanto, distinto e tem o seu próprio tema.
O Pentateuco constitui a primeira parte de uma vasta seqüência de narrativa bíblica que
se estende do Gênesis até 2 Reis. Na primeira parte as narrativas da criação e da história
primitiva da humanidade (Gn 1 - 11), estão ligadas aos eventos da vida dos patriarcas
Abraão, Isaque, Jacó e José (Gn 12 - 50). Tais histórias, por sua vez, estão ligadas às
narrativas sobre o maior profeta de Israel, Moisés. Elas incluem o conflito com o faraó do
Egito (Êx 1 -11), a libertação realizada por Deus tirando o povo do Egito (Êx 12 - 15), a
rebelião de Israel e os quarenta anos de peregrinação no deserto (Êx 16 - Nm 21), e a
chegada do povo à entrada de Canaã, a Terra da Promessa (Nm 22 - Dt 34).
Gênesis, primeiro livro do Pentateuco, abrange um vasto período de tempo, indo da criação
até à peregrinação no Egito. Os quatro livros restantes, Êxodo-Deuteronômio abrangem um
período de aproximadamente quarenta anos apenas.
9
o Pentateuco

Caráter de Ação de Ordem de


Livro Idéia Central Nação Povo Deus Deus Deus

Gênesis Começo Escolhida Preparado Soberano Poderoso Criador "Haja!"

Êxodo Redenção Libertada Redimido Misericordioso Libertador "Deixameu povo ir!"

Levítico Adoração Separada Instruído Santo Santificador "Sede santos!"

Números Peregrinação Dirigida· Testado Justo Sustentador "Entrai!'!

Deuteronômio Aliança Renovada Preparada Reinstruído Senhor Amoroso Galardoador "Obedecei!"

Cronologia de Israel no Pentateuco

Data Evento Referência

Décimo quinto dia, primeiro mês, primeiro ano Êxodo Êxodo 12

Déclmo quinto dia, segundo mês, primeiro ano Chegada ao Deserto de Sim Êxodo 16.1

Terceiro mês, primeiro ano Chegada ao Deserto do Sinai Êxodo 19.1

Primeiro dia, primeiro mês, segundo ano Tabernáculo Erigido Êxodo 40.1,17

Dedicação do Altar Números 7.1

Consagração dos Levitas Números 8.1-26

Décimo quarto dia, primeiro mês, segundo ano Páscoa Números 9.5

Primeiro dia, segundo mês, segundo ano Censo Números 1.1, 18

Décimo quarto dia, segundo mês, segundo ano Páscoa Suplementar Números 9.11

Vigésimo dia, segundo mês, segundo ano Partida do Sinai Números 10.1

Primeiro mês, quadragésimo ano No Deserto de Zim Números 20.1, 22-29; 33.38

Primeiro dia, quinto mês, quadragésimo ano Morte de Arão Números 20.22-29; 33.38

Primeiro dia, décimo primeiro mês, quadragésimo ano Discurso de Moisés Deuteronômio 1.3

10 Nelson 5· Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas elson, Inc.
A.

GENESIS

Como o título indica, Gênesis é o livro dos começos (a palavra "Gênesis" vem de um termo grego que
significa origem, fonte, nascimento ou começo). Na descrição que faz da criação do mundo pela
palavra de Deus, da queda do homem, da origem dos povos da terra e do início da relação de aliança
de Deus com seu povo escolhido, Israel, o livro de Gênesis apresenta o contexto e estabelece o
cenário para o restante das Escrituras.

Autor
Embora o livro do Gênesis não mencione o seu autor, as Escrituras, e boa parte da tradição da igreja
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'*
~
') atribui o livro a Moisés. Tanto o Antigo como O ovo Testamentos repetidamente testificam a autoria
mosaica do Pentateuco (por ex. Js l.7; Dn 9.11-13; Lc 16.29; Jo 7.19; At 26.22; Rm 10.19) e a
autoria mosaica não foi seriamente questionada até o século 18. Judeus e cristãos conservadores
~
continuam a reconhecer a autoria de Moisés, baseados no testemunho das Escrituras e na falta de
alternativas plausíveis.

Data
Para escrever o livro de Gênesis, Moisés, sem dúvida, utilizou fontes escritas mais antigas e tradições
orais, bem como material revelado diretamente a ele por Deus (Nm 12.8). Educado na "sabedoria
dos egípcios" (At 7.22), Moisés tinha sido providencialmente separado para compreender e integrar,
sob a orientação de Deus, todos os manuscritos, registros e tradições orais disponíveis. A composição
do livro provavelmente se deu durante o exílio de Israel no deserto (c. 1446-1406 a.C.).

Temas e Estrutura Literária


A estrutura literária de Gênesis é constituída por onze unidades separadas, cada uma delas iniciada
com a palavra gerações inserida em frases como: Estas sào as gerações ou O livro das geraçôes:
(1) Introdução às Gerações (1.1~:3); (2) Céus e Terra (2.4-4.26); (3) Adão (5.1-6.8); (4) Noé
(6.9 -9.29); (5) Filhos de Noé (10.1- 1l.9); (6) Sem (11.10-26); (7) Terra (11.27-25.11); (8)
Ismael (25.12-18); (9) Isaque (25.19-35.29); (10) Esaú (36.1-37.1); (11) Jacó (37.2-50.26).

Gênesis é o primeiro capítulo da história da redençào do homem. Nesta obra, quatro grandes eventos
e quatro grandes personalidades são enfatizadas.

Os capítulos 1-11 são dominados por quatro eventos formidáveis que formam a base de toda
história bíblica subseqüente.

11
Gênesis em Relance

ÊNFASE QUATRO EVENTOS QUATRO POVOS

TEXTO 1.1 3.1 6.1 10.1 12.1 25.19 27.19 37.1 50.26

DIVISÃO Criação Nações Abraão Isaque Jacó José

Raça Humana Raça Hebraica


TÓPICO
Histórico Biografia

LOCAL Crescente Fértil Canaã Egito


(Éden - Harã) (Harã - Canaã) (Canaã - Egito)

ÉPOCA c. 2000 Anos 281 Anos 81 anos


c. 4000 + - c. 2166 a.C. c. 2166 - 1885 a.C. (1885 -1804 a. C.)

Nelson s Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas elson, lnc.

Quando Ocorreram os Eventos em Gênesis Quando Ocorreram os Eventos Registrados nos Livros da lei

(Não incluídas as profecias não realizadas quando estes livros foram escritos)

(1) Criação: Deus é o criador soberano da matéria e energia, espaço e tempo. Os seres humanos
são o auge da sua criação.

(2) Queda: Embora originalmente boa, a criação tomou-se sujeita à corrupção em virtude do pecado
de Adão. Apesar da maldição devastadora da queda, Deus promete esperança de redenção por meio
da semente da mulher (3.15).

(3) Dilúvio: À medida que a humanidade se multiplica, o pecado também se multiplica até que Deus
é compelido a destruir a raça humana, com exceção de Noé e sua família.

(4) Nações: Embora sejamos todos filhos de Adão por meio de Noé, Deus fragmenta a cultura e
linguagem únicas do mundo pós-dilúvio, e espalha as pessoas pela face da terra.

Capítulos 12 - 50 tratam de quatro grandes personalidades (Abraão e seus descendentes Isaque, Jacó
e José), por meio dos quais Deus abençoar as nações. O chamado de Abraão (cap. 12) é o ponto
principal do livro. As promessas do pacto que Deus faz com Abraão são fundamentais para o programa
divino de trazer salvação ao seu povo.

12
ESBOÇO DE GÊNESIS

Primeira Parte: História Primitiva (1.1-11.9)

I. Criação 1.1- 2.25

A. Criação do Mundo 1.1-2.3


B. Criação do Homem 2.4-25

11. Queda 3.1 - 5.32

A. Queda do Homem 3.1-24


B. Linhagens Familiares em Conflito 4.1-5.32

111. Julgamento pelo Dilúvio 6.1- 9.20

A. Causas do Dilúvio 6.1-5


B. Julgamento pelo Dilúvio 6.6-22
C. O Dilúvio 7.1- 8.19
D. Resultados do Dilúvio 8.20-9.17
E. Após o Dilúvio: O Pecado da Linhagem Piedosa 9.18-29

IV. Julgamento sobre a Torre de Babei 10.1-11.9

A. Linhagens Familiares Depois do Dilúvio 10.1-32


B. Julgamento de Todas as Linhagens Familiares 11.1-9

Segunda Parte: História Patriarcal (11.10 - 50.26)

I. Vida de Abraão 11.10- 25.18

A. Apresentação de Abraão 11.10-32


B. O Pacto de Deus com Abraão 12.1-25.18

11. A Vida de Isaque 25.19- 26.35

A. A Família de Isaque 25.19-34


B. O Fracasso de Isaque 26.1-33
C. O Fracasso de Esaú 26.34,35

111. A Vida de Jacó 27.1-36.43

A. Jacó obtém a Bênção de Esaú 27.1-28.9


B. A Vida de Jacó em Harã 28.10-32.32
C. Retomo de Jacó 32.1-33.20
D. Estadia de Jacó em Canaã 34.1 - 36.43
E. A História de Esaú 36.1-43

IV. A Vida de José 37.1-50.26

A. Corrupção da Família de José 37.1- 38.30


B. Exaltação de José 39.1-1.57
C. Salvação da Família de Jacó 42.1-50.26
13
Os Seis Dias da Criação
De acordo com o livro de Gênesis, Deus criou em seis dias o mundo e tudo o que nele existe. E Deus
declarou tudo como tendo sido "muito bom" (1.31). O Criador descansou no sétimo dia (2.1-3).
Embora houvesse outras "histórias da criação" entre as nações pagãs do mundo antigo, a narrativa
bíblica é única no sentido de que Deus existia antes da criação e criou todo o mundo físico a partir do
nada (1.1,2; Jo. 1.2,3). Estas nações pagãs, especialmente os babilônios, criam que o universo material
era eterno e que este havia criado os deuses. Mas o Gênesis descreve um Deus que é claramente
superior ao mundo físico.
Deus começou organizando uma terra sem forma e vazia (l.2), provendo luz (1.3-5), e separando a
terra da água (1.6-10). Seguiu-se a criação das plantas e animais, incluindo as criaturas do mar, ar e
terra (1.11-25). O homem e a mulher foram criados no sexto dia (1.26-28), antes do descanso
sabático do Criador (2.1-3). Os estudiosos discordam quanto à duração e o caráter dos "dias" da
criação. Alguns crêem que foram dias reais de vinte e quatro horas, outros crêem que foram períodos
de duração indetenninada, enquanto outros vêem a seqüência dos seis dias da criação como uma
estrutura literária. Qualquer que tenha sido a duração destes dias, o escritor bíblico declara que Deus
criou o mundo de forma ordeira, como parte de um plano magistral. O mundo não evoluiu simplesmente
a partir de si próprio ou por acidente.
A teoria do "intervalo" (gap) formulada para conciliar a narrativa bíblica com a geólogica, afirma
que a criação em Gênesis 1.1 foi seguida por uma catástrofe (1.2), e em seguida por uma recriação de
Deus ou uma reformulação do mundo físico (1.3-31). Mas esta teoria reduz Deus a um ser fraco, com
pouco controle sobre sua própria criação. O Deus poderoso que criou o mundo preside também sobre
o seu destino.
Homem e mulher são a suprema realização da obra criadora de Deus (SI 8.5). Como seres morais
livres que trazem em si a imagem de Deus, receberam o domínio sobre o mundo natural (1.27,28).
Apenas eles, entre todas as criaturas viventes do mundo, estão equipados para a comunhão com
seu Criador.

A Obra Criadora de Deus


Embora alguns especialistas interpretem as narrativas da criação em Gn. 1.1-2.3 e 2.4--25 como
evidência da presença de duas narrativas diferentes e inconsistentes, Gn. 2.4 não introduz uma
nova narrativa da criação, mas ao contrário, representa uma expansão do texto de 1.26-27. O
segundo capítulo pressupõe o primeiro, e as diferenças são complementares e suplementares, não
contraditórias.

Gênesis 1 Gênesis2

Narrativas da Criação Deus o Criador Deus o mantenedor do pacto


Elohim Javé
Deus como poderoso Deus como pessoal
Criação do universo Criação do homem
Clímax é o homem Clímax com o casamento
Os seis dias da criação O sexto dia da criação

14
o Jardim do Éden

o jardim do Éden foi o primeiro lar de Adão e Eva, o primeiro homem e a primeira mulher (2.4-
3.24). Éden é a tradução de uma palavra hebraica que significa "Prazer", sugerindo um "Jardim de
Prazeres". O jardim possuía muitas árvores belas e frutíferas, inclusive a "árvore da vida", e a
"árvore do conhecimento do bem e do mal" (2.9).
Apontar a localização exata do Jardim do Éden é difícil, embora a melhor teoria o localize perto da
nascente dos rios Tigre e Eufrates na região montanhosa da Armênia (veja o mapa). Uma grande
catástrofe, talvez o dilúvio do tempo de Noé, pode ter apagado todos os traços dos outros dois rios
mencionados - Pisom e Havilá (2.11). Mas as fotografias espaciais modernas têm produzido evidências
de que dois rios, que hoje aparecem como leitos secos, poderiam ter fluído através desta área há
séculos.
Deus ordenou a Adão e a Eva que não comessem da árvore do conhecimento do bem e do mal
(2.17). Eles caíram de seu estado original de inocência quando Satanás aproximou-se de Eva
usando uma serpente e tentou-a a comer do fruto proibido (3.1-5). Ela comeu do fruto e deu-
o também a seu marido (3.6,7). A desobediência deles lançou-os, e a toda raça humana, em
estado de pecado e corrupção.
Por causa de sua descrença e rebelião foram expulsos do jardim. Outras conseqüências do pecado
foram a perda da inocência (3.7), dor no trabalho de parto (3.16), a maldição da terra que
resultou em trabalho pesado para o homem (3.17 -19), e a separação de Deus (3.23,24).
O apóstolo Paulo pensou em Cristo como o Segundo Adão que salvaria o velho Adão pecador
pelo seu plano de salvação e redenção. "Porque assim como em Adão todos morrem, assim
também todos serão vivificados em Cristo" (lCo 15.22).

o Jardim do Éden pode ter-se situado perto do rio Tigre (2.14)

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(Mar Mediterrâneo)
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200 km
200 Mi +
© 2002, Editora Cultura Cristã

15
Contraste entre os Dois Adãos

Gênesis 3.15 contém a promessa de redenção, uma promessa cumprida com a vinda de Jesus Cristo.
O Novo Testamento retrata Cristo como o "Segundo Adão", cuja obediência e morte sacrificial na
cruz desfaz a desobediência de Adão (Rm 5.12-21; 1Co 15.45). Como "Segundo Adão" Jesus triunfou
sobre o mesmo tipo de tentação à qual o primeiro Adão sucumbiu.

1 João 2.16 Gênesis 3.6 Lucas 4.1-13

"a concupiscência da carne" "a árvore era boa para se comer" "manda que estas pedras
se transformem em pães"

"a concupiscência dos olhos" "era agradável à vista" "o diabo ... mostrou-lhe todos os reinos"

"a soberba da vida" "uma árvore desejável "lança-te daqui para baixo"
para dar entendimento"

Idade dos Patriarcas

A maldição trazida pela queda de Adão resultou em morte para ele e para sua posteridade. Embora o
tempo de vida fosse, inicialmente, muito longo (uma média de mais de novecentos anos), houve um
declínio rápido depois do Dilúvio.
As genealogias bíblicas (por ex., em Gênesis, 1 Crônicas, etc.) não são necessariamente seqüenciais
em sentido estrito. De acordo com as práticas antigas de anotações genealógicas, alguns nomes são,
às vezes, omitidos nas listas. O termo bíblico traduzido como "gerou", também pode ser traduzido
como "tomou-se o ancestral de" .

Qual Era a Idade dos Patriarcasl

ADÃO 930 anos (Gn 5.5)


SETE 912 anos (Gn 5.8)
ENOS 905 anos (Gn 5.11)
ENOQUE 365 anos (Gn 5.23)
METUSALÉM 969 anos (Gn 5.27)
LAMEQUE 777 anos (Gn 5.31)
NOÉ 950 anos (Gn 9.29)
Dilúvio _ Dilúvio

SEM 600 anos (Gn 1l.10,11)


HÉBER 464 anos (Gn 11.16,17)
TERÁ 205 anos (Gn 11.32)
ABRAÃO 175 anos (Gn 25.7)
ISAQUE 180 anos (Gn 35.28)
JACÓ 147 ANOS (Gn 47.28)
JOSÉ 110 anos (Gn 50.26).

Os patriarcas que viveram antes do Dilúvio tinham uma expectativa de vida média de mais ou menos 900 anos (Gn 5) A
idade média dos patriarcas pós-dilúvio caiu rapidamente e gradualmente se estabilizou (Gn 11). Alguns sugerem que isto
se deveu a grandes mudanças no meio-ambiente resultantes do Dilúvio.

16
Declínio Espiritual na Época Patriarcal

Primeira Geração Segunda Geração Terceira Geração Quarta Geração

Abraão Ismael e Isaque Esaú e Jacó José e seus


onze irmãos

-Abraão: o Ismael: Esaú:


homem de fé, não era filho da não espiritual, José:
creu em Deus promessa pouca fé homem de Deus,
demonstrou fé
o Isaque: Jacó:
invocou a Deus e a princípio Irmãos:
creu em Deus acomodado, traição,
depois voltou-se para imoralidade,
o Senhor não se separavam
dos cananitas

o Abraão: o Isaque:
construiu altares construiu um Jacó: construiu altares Nenhum altar foi
ao Senhor altar ao Senhor ao Senhor (Gn 33.20; construído ao Senhor na
(Gn 12.7,8; (Gn 26.25) 35.1,3,7) quarta geração
13.4,18; 22.9)

A Arca de Noé

A arca foi uma embarcação construí da por Noé para salvar a si mesmo, sua família e os animais, do
dilúvio enviado por Deus (Gn 6.14 - 9.19). Media cerca de 135 metros de comprimento, 24 metros de
largura e 13 metros de altura, e tinha três andares. Os especialistas calculam que uma embarcação
deste tamanho poderia sustentar mais de 43.000 toneladas.
Depois de quase um ano na água, a arca descansou no monte Ararate, onde é hoje a Turquia.
Numerosas tentativas têm sido infrutíferas ao longo dos séculos para descobrir os remanescentes da
embarcação. Geleiras que se deslocam, avalanches, fendas escondidas e tempestades súbitas tornam
a escalada da área extremamente perigosa.
A arca revela tanto o julgamento quanto a misericórdia de Deus. Seu justo julgamento é visto na
destruição dos perversos, mas sua misericórdia e cuidado são demonstrados na preservação de Noé,
e, por meio dele, da raça humana. Representa também uma impressionante ilustração de Cristo,
qual, por sua graça, nos preserva do dilúvio do julgamento divino.
Há várias outras histórias de dilúvio no mundo antigo que são, em muitos detalhes, extraordinariamente
semelhantes ao relato bíblico. a mais famosa delas, Utnapishti, o "Noé" babilônico, construiu um
barco que media cerca de 54 metros de comprimento, 54 de largura e 54 de altura - um desenho
náutico muito pouco apropriado. um contraste agudo com estas histórias, o livro de Gênesis apresenta
um Deus santo e justo que manda o dilúvio em julgamento contra o pecado, mas misericordiosamente
salva Noé e sua família por causa de sua retidão.
No Novo Testamento, Jesus falou sobre o dilúvio, sobre Noé e sobre a arca, comparando os "dias de
Noé" com a ocasião da "Vinda do Filho do Homem" (Mt 24.37; Lc 17.26,27). Outras referências
sobre o dilúvio incluem: Hb 11.7; 1Pe 3.20; e 2Pe 2.5.

17
A Bíblia Diz Iss01

Ditos Comuns em Gênesis: - Muitos ditos populares têm suas raízes na Bíblia. Entretanto, as
pessoas freqüentem ente usam estas frases sem reconhecer sua origem bíblica. Aqui estão vários
ditos comuns ou frases, que podem ser identificados com o Gênesis.

Dito ou Frase Significado Hoje Contexto ou Significado Original

Um Jardim do Éden Um paraíso de beleza perieita e recursos O lugar onde Deus originalmente colocou

ilimitados. Adão e Eva antes do pecado (Gn 2.8,15)

Fruto proibido Um prazer ou satisfação que não devemos O fruto da árvore do conhecimento do bem

experimentar, e que se torna mais atraente e do mal, da qual Adão e Eva foram proibidos

por estar fora dos limites permitidos; de comer (Gn 2.17; 3.3).

freqüentemente se refere ao prazer sexual.

Pomo de Adão O caroço de cartilagem que é, muitas vezes, A tradição de que um pedaço do fruto

proeminente no pescoço do homem. proibido (acredita-se popularmente que

tenha sido uma maçã) ficou engasgado na

garganta de Adão (Gn 3.6).

Folha de figueira Do ponto de vista da arte, uma pequena As coberturas que Adão e Eva fizeram

cobertura para a genitália; figurativamente, depois de pecarem e tornarem-se

qualquer meio usado para nos proteger de conscientes de sua nudez (Gn 3.7).

um embaraço.

Sou eu porventura guardador de meu Pergunta retórica, feita muitas vezes para Pergunta de Caim em resposta ao Senhor

irmão? escapar à responsabilidade em relação a que lhe indagara onde estava Abel, a quem

outra pessoa. Caim matara (Gn 4.9).

Quarenta dias e quarenta noites Um longo espaço de tempo. A duração do aguaceiro que causou o dilúvio

no tempo de Noé (Gn 7.12).

Babei ou Torre de Babei Símbolo de confusão e caos. O lugar onde Deus confundiu as línguas das

nações, dispersando-as pela terra (Gn 11.1-9)

Terra Prometida Imagem de completa liberdade, felicidade e Frase usada para descrever a terra que Deus

autodeterminação. prometeu dar aos descendentes de Abraão,

Terra de Canaã a qual, segundo se dizia,

jorrava leite e mel (Gn 12.7; 15.18-21).

Uma prato de lentilha Alusão a situações em que somos A barganha pela qual Esaú, em troca de uma

enganados ou trapaceados. tigela de cozido de lentilhas, vendeu seu

direito de primogenitura a Jacó, seu irmão

mais novo. O cozido, em algumas traduções

é referido como ensopado (Gn 25.27-34).

18

- ./
<
Torre de Babei

A torre de Babei foi construída na planície do Sinear, provavelmente na Babilônia antiga, ao sul da
Mesopotâmia, algum tempo após o grande Dilúvio dos dias de oé. Símbolo da rebelião e do orgulho
pecaminoso do homem, a estrutura foi construída para satisfazer a vaidade do povo:

"Vinde ... e tomemos célebre o nosso nome" (Gn 11.4).

A torre em forma de pirâmide deveria alcançar o céu. Estes povos estavam tentando aproximar-se de
Deus em seus próprios termos, mas aprenderam que as portas do céu não podem ser arrombadas.
Homens e mulheres devem aproximar-se do Deus santo com reverência e humildade.
A torre de Babei foi construída de tijolos e argamassa, uma vez que não havia pedras disponíveis
nas planícies ao sul da Mesopotâmia. Assemelha-se aos zigurates dos antigos habitantes ao sul da
Mesopotâmia, construídos como lugar de adoração para seus deuses. Tanto os reis assírios quanto
os babilônios se orgulhavam da altura destes templos pagãos, gabando-se de construí-los tão altos
quanto o céu.
Uma torre semelhante construída em Ur, a cidade ancestral de Abraão ao sul da Mesopotâmia,
aproximadamente no ano de 2100 a.c., era uma pirâmide constituída de três terraços sobrepostos de
tamanhos diferentes. O templo era alcançado por escadas convergentes. A palie mais alta da torre
era um altar devotado ao culto pagão.
Deus interferiu para evitar que os construtores de Babei participassem de um poder e uma glória
que pertencem unicamente a Ele. A linguagem dos construtores foi confundida, de sorte que não
mais podiam comunicar-se entre si. Em sua frustração, abandonaram o projeto. E os orgulhosos
construtores foram espalhados pela superfície da terra (Gn 1l.7,8). Como a torre era fraca e
pequena comparada com o poder de Deus! Os esforços errôneos de auto glorificação da humanidade
causaram confusão, frustração e sua dispersão por toda terra.

A Família de Abraão

A genealogia de Sem (11.10-26) serve como introdução para a figura de Abraão, natural da cidade de
Ur, na Mesopotâmia. O plano redentor de Deus centraliza-se agora na família e nos descendentes de
um indivíduo. O papel de Abraão nas Escrituras é fundamental para o restante da Bíblia. Todas as
relações redentoras subseqüentes de Deus com a humanidade estão relacionadas com a aliança que
Deus fez com Abraão.

Terá
Sarai --- AbrãO I Harã

Naor ---Milca ~
Isaque Ló Iscá

A Aliança Abraâmica

A aliança abraâmica é incondicional, dependendo unicamente de Deus que se obriga, em sua graça,
a cumprir o que prometeu. A aliança foi feita, primeiramente num esquema amplo, e depois confirmada
com mais detalhes a Abraão (13.14-17; 15.1-7; 18-21; l7.l-8).
Verifique a tabela "O Pacto Abraâmico" à página 24.

19
A Jornada de Fé de Abraão
Ajornada de 2.500 quilômetros empreendida por Abraào foi movida pela fé. " ...e partiu sem saber
aonde ia. Pela fé, peregrinou na terra da promessa como em terra alheia, ...porque aguardava a cidade
que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e edificador" (Hb 11.8-10).

Grande Mar
(Mar Mediterrâneo)
CANÃA
Siquén).

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Gerar. ,. Hebrom
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Berseba
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t © 2002, Editora Cultura Cristã

Isaque e Jacó
A fidelidade de Deus à sua promessa é lindamente ilustrada na nascimento de Isaque, filho de Abraão
e sua esposa Sara, idosa e estéril (21.1-3). Ao invés de procurar uma esposa para Isaque entre os
povos de Canaà, Abraào enviou seu servo à Mesopotâmia para encontrar-lhe uma esposa entre o seu
próprio povo (Gn 24).
De Isaque e Rebeca nasceram os gêmeos Jacó e Esaú, mas Deus mostrou que a linha do pacto
deveria passar por Jacó (25.23). A disputa pelo direito de primogenitura e bênção patriarcal levou
Jacó a fugir de seu irmão, indo para a Mesopotâmia, onde se casou com Lia e Raquel (Gn 27 - 29),
permanecendo ali por vinte anos. Jacó foi pai de doze filhos (35.22-26), os quais se tornaram pais das
doze tribos de Israel. Judá, o quarto filho de Jacó, foi aquele por meio de cuja linhagem o Messias
prometido haveria de nascer (49.10).
Examine o mapa à página 22.

20
Jacó Retorna a Canaã
Depois de passar vinte anos ao norte da Mesopotâmia, Jacó retomou a Canaã. No caminho de volta
teve um encontro face a face com Deus em Peniel (32.30,31).

Mar
Mediterrâneo

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Rio Jaboque

Betel
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• Berseba
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© 2002. Editora Cultura Cristã

21

J
A vida de Jacó

Mar
Mediterrâneo

3- Em Harã serviu a Labão


Mar da durante catorze anos,
Galiléia casando-se com Lia
e depois com Raquel (Gn 29.15-28).

2- Viajou para a terra de seus antepassados, Harã, 4- Voltando de Harã


ao norte de Canaã, para ver seu tio Labão Jacó lutou com um anjo
e encontrar uma esposa. Passou a noite em Setel, às margens do rio Jaboque.
onde sonhou com anjos subindo e descendo uma escada; Deus mudou seu nome
recebeu a promessa das bênçãos de Deus (Gn 28.1-19) . para Israel (Gn 32.22-32).

Rio Jaboque

.Setel

1- Nascido de Isaque e Rebeca,


perto de Serseba, ao sul de Canaã;
induziu seu irmão gêmeo, Esaú,
a lhe vender seu direito de primogenitura
em troca de uma refeição (Gn 25.24-34).

• Manre
6- O corpo de Jacó retornou a Canaã
e foi sepultado no sepulcro da família
na caverna de Macpela,
• Serseba perto de Manre (Gn 50.13,14) .

5- Viajou para o Egito com sua família


para fugir da fome em Canaã (Gn 46.1-6);
no Egito, antes de sua morte, N
abençoou seus doze filhos (Gn 49.1-33).

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© 2002, Editora Cultura Cristã

22
José
Como conseqüência do ressentimento que os dez filhos de Jacó com Lia e sua concubina sentiam por
José, filho de Jacó com Raquel, ele foi vendido como escravo para o Egito por seus irmãos (Gn 37). Lá
José foi preso, e mais tarde elevado à condição de governador do Egito com autoridade apenas inferior
à do Faraó. José foi o instrumento usado por Deus para preservar a família de Jacó durante os anos de
fome (Gn 41--46), preservando também da destruição a linhagem do pacto e da promessa.

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Mediterrâneo

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Rio Jaboque
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© 2002. Editora Cultura Cristã

As Nações de Gênesis 10

Gênesis 10 é chamado "O Quadro da Nações" e está estruturado em termos dos descendentes dos
três filhos de Noé: Jafé (vs.2-5), Cam (vs.6-20), e Sem (vs.Ll-31). Muitos nomes mencionados no
capítulo 10 podem ser associados às nações antigas, algumas das quais continuam até o presente.
Observe nas páginas seguintes as tabelas adicionais do Livro do Gênesis.
23
As Nações de Gênesis 10

I eGÔMER I

~
leHITITAS I

MADAI
e (Medos)

Mar Mediterrâneo

t • JOCTÃ
e JAVA Descendentes de Jafé (Gn 10.2-5)

(Arábia)
e PUTE Descendentes de Cão (Gn 10.6-20)
• LU DE Descendentes de Sem (Gn 10.21-31)
(Lídia) Nome bíblico em períodos posteriores

o Pacto Abraâmtco

Gn 12.1-3 Deus inicia seu pacto com Abrão quando este morava em Ur dos Caldeus,
prometendo-lhe uma terra, descendentes e a bênção.

Gn 12.4,5 Abrão foi com sua família para Harã e viveu ali por um tempo,
saindo de Harã aos 75 anos

Gn 13.14-17 Depois Lá separou-se de Abrão,


Deus novamente promete a terra a ele e a seus descendentes.

Gn 15.1-21 Este pacto foi ratificado quando Deus passou por entre os animais sacrificiais
que Abrão havia colocado diante dele. .

Gn 17.1-27 Quando Abrão tinha 99 anos, Deus renovou seu pacto mudando seu nome
para Abraão (Pai de numerosas nações). O sinal do pacto foi a circuncisão.

Gn 22.15-18 Confirmação do pacto por causa da obediência de Abraão.

O pacto abraâmico foi fundamental para os outros pactos.


A promessa da terra no Pacto Palestino (Dt 30.1-10)
A promessa de um descendente real no Pacto Davídico (2Sm 7.12-16)
A promessa da bênção sobre o "Velho" e o "Novo" Pacto (Êx 19.3-6; Jr 31.31-40).

24
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• Harã ::s
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• Naor (?) O
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2- Abraão, com cerca de
75 anos de idade, ~
::::!,

O foi de Harã para Canaã


junto com sua família
(Gn 12.4,5).
1- Abraão mudou-se com seu pai de
Ur para Harã (Gn 11.31)
..•
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~
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Grande Mar
(Mar Mediterrâneo)
Monte
Moriá (?)
~ •
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J • Betel _ ( I
4- As viagens de Abraão
o levaram também a Betel e Hebrom,
/ - ao sul de Canaã (Gn 13.18)
3- Por causa da fome e ao Monte Moriá,
em Canaã,
Gerat. • Hebrom ao norte de Canaã (Gn 22.1-4) .
Abraão e sua família
mudaram-se para o Egito • Berseba
(Gn 12.10).
6- Jacó, filho de Isaque viajou de Berseba a Harã
para encontrar uma esposa (Gn 28.1-10)
e posteriormente mudou-se para o Egito
5- Isaque, filho de Abraão, para escapar da fome em Canaã (Gn 46.1-6)
N

t
peregrinou por Gerar e Berseba,
ao sul de Canaã (Gn 26.6; 26.23);
seu servo viajou até Naor, bem ao norte,
para buscar Rebeca,
para ser a esposa de Isaque (Gn 24.62-67).
".
/

l'-J © 2002, Editora Cultura Cristã


V.
Mencionados pela
Primeira Vez em Gênesis

Acampamento 32.2 Intérprete 41.15


Agrado 23.8 Invocar 4.26
Alegria 31.27
Alimento 1.29 Jardineiro 2.15
Altar 8.20 Juramento 21.23,24
Amigo 38.12
Anel usado por um homem 41.42 Lavrador 4.2
Anjo 16.7
Arco-íris 9.13 Mal 19.19
Assassino 4.8 Marido 3.6
Masmorra 40.15
Beijo 27.26 Matar 4.8
Medo 9.2
Caça 25.28 Morte 24.67
Caçador 10.8,9 Mulher que furta 31.19
Caixão 50.26
Cárcere 39.20 Nome dado antes do nascimento 16.11
Carro 41 .43
Céus 1.1 Oferta 4.3-5
Chuva 7.1-12 Orvalho 27.28
Compra de um campo 23. 3-20 Ouro 2.11
Controle do abastecimento 41.25-36
Contrato de trabalho 29.15-20 Pai 2.24
Construção da arca 6.14,22 Pássaro 1.21
Coração 6.5 Pecado 3.1-24
Perdão 50.17
Dádiva 9.3 Peregrino 12.1-8
Delito 26.10 Pergunta 3.1
Deus 1.1 Poço 16.14
Profecia 3.15
Edificador de cidade 4.17 Prostituta 34.31
Embalsamar 50.2
Embriagado 9.21 Rei 14.1
Enforcar 40.20-22 Riqueza 31.1
Esposa 2.24
Espada 3.24 Sepultura 23.6
Serpente 49.17
Família 8.19
Filho 11.30 Tentação 3.1-6
Flexeiro 21.20 Terra 1.1
Testemunha 21.30
Guerra 14.2 Torre 11.4,5
Trevas 1.2
Habitante de caverna 19.30
Herdeiro 15.2 Vento 8.1
Véu 24.65
ídolos 31.19 Vinho 9.21
Inimigos 24.60 Violência 6.11

26

.
~.
"...
EXODO

o Livro de Êxodo registraa libertação do povo de Israel da escravidão no Egito e seu estabelecimento
como nação governada nos termos do pacto de Deus e de suas leis. Durante aproximadamente os
quatrocentos anos em que esteve no Egito, a família de Jacó cresceu de um grupo de setenta pessoas
para um povo que contava entre dois e três milhões de pessoas.

Os judeus que falam hebraico sempre usaram as palavras hebraicas que iniciam o livro de
Êxodo como seu título, chamando-o de ve 'elleh shemot, que significa "Estes são os nomes."
O título grego é Êxodo, uma palavra que significa "saída", "partida."

Autor
Junto com o restante do Pentateuco (Gênesis a Deuteronômio), o livro de Êxodo é atribuído pelas Escrituras
~ r; a Moisés. Porções do próprio Êxodo apresentam Moisés especificamente como autor (17.14; 24.3,4;
~~ 34.27), e os escritores ao longo do Antigo e do Novo Testamentos reconhecem a autoria mosaica. (MI
~ ~ 4.4; Jo1.45; Rm 10.5). Além disso, o próprio Jesus reconhece a origem mosaica do livro (Me 7.10;
12.26; Lc 20.37; Jo 5.46,47; 7.19-23).

A partir do século dezoito alguns estudiosos têm contestado a autoria mosaica do livro de Êxodo em
favor de uma série de fontes orais e escritas reunidas por editores em data mais tardia da história de
Israel. Tais argumentos estão longe de ser conclusivos, particularmente porque tem havido pouca
concordância a respeito do caráter preciso e da extensão dos documentos que estariam atrás do texto
do Êxodo como o temos hoje.

Data

Assim como o restante do Pentateuco, o Êxodo foi escrito durante a peregrinação de Israel no deserto,
entre a época do êxodo e a morte de Moisés. Moisés provavelmente mantinha um registro da ação
de Deus, o qual ele organizou nas Planícies de Moabe pouco antes da sua morte (c. 1406 a.c.).

A questão da data do livro está relacionada à data em que o Êxodo se deu. 1 Reis 6.1 afirma que o
êxodo ocorreu 480 anos antes da fundação do templo (966 a.C}, o que significaria a data de 1446
a.C. como a saída do Egito.

Alguns estudiosos argumentam que as evidências arqueológicas apontam para uma data ao redor
de 1275 a.C., e sustentam que os 480 anos de 1 Reis 6.1 devem ser vistos como um número
simbólico (40 anos vezes as 12 tribos de Israel seria igual a480 anos). As evidências arqueológicas,
entretanto, são ambíguas, e a data de 1446 é a que adotamos neste trabalho.

27
Êxodo em Relance

REDENÇÃO DO EGITO REVELAÇÃO DE DEUS


ÊNFASE

TEXTO 1.1 2.1 5.1 15.22 19.1 32.1 40.38

A PREPARAÇÃO RESPOSTA
DIVISÃO NECESSIDADE PARA A REDENÇÃO PRESERVAÇÃO REVELAÇÃO DE ISRAEL
DE REDENÇÃO REDENÇÃO DE ISRAEL DE ISRAEL DO PACTO
AO PACTO

NARRAÇÃO LEGISLAÇÃO

TÓPICO

ESCRAVIDÃO REDENÇÃO INSTRUÇÃO

LOCAL EGITO DESERTO MONTE SINAl

ÉPOCA 430 ANOS 2 MESES 10 MESES

Nelson s Complete Book of Bible Maps and Charis © 1993 by Thomas elson, Inc.

Quando Ocorreram os Eventos de Êxodo

Temas e Estrutura Literária

o livro de Êxodo é facilmente dividido em duas seções principais: a redenção da escravidão no Egito
(caps. 1-!-8)e a revelação de Deus no Monte Sinai (caps. 19-40).
O conceito de redenção é central no livro de Êxodo. Por causa de sua fidelidade à promessa do pacto
feita a Abraão, Isaque e Jacó, Deus livra seu povo da escravidão, preserva-o durante a caminhada no
deserto e prepara-os para entrar na Terra da Promessa.
Israel foi redimido da escravidão no Egito para entrar em relacionamento de pacto com Deus. Depois
que o povo provou a libertação, direção e proteção de Deus, estava pronto para ser instruído sobre o
que Deus esperava deles. No Monte Sinai, Moisés recebe de Deus as leis morais, civis e cerimoniais,
bem como o modelo do tabemáculo que deveria ser construído no deserto.

28

.•
ESBOÇO DE ÊXODO

PRIMEIRA PARTE. Redenção do Egito (1.1-18.27)

I. A Necessidade da Redenção do Egito

A. O Rápido Crescimento de Israel 0 •••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••


1.1-22

1.1-7
""""---- -
B. A Severa Aflição de Israel 1.8-14
C. A Extinção Planejada de Israel 1.15-22

11. A Preparação dos Líderes para a Redenção 2.1- 431

A. Moisés é Salvo do Assassinato 2.1-10


B. Moisés Tenta se Redimir pelo Assassinato 2.11-22
C. Israel Clama a Deus 2.23-25
D. Deus Chama a Moisés 3.1-4.17
E. Moisés Aceita o Chamado 4.18-26
F. Israel Aceita o Chamado de Moisés como Libertador 4.27-31

Ill. Deus Redime Israel do Egito 5.1-15.21

A. Moisés Enfrenta Faraó pela Palavra 5.1-6.9


B. Moisés Enfrenta Faraó com Milagres 6.10-7.13
C. Moisés Enfrenta Faraó com as Pragas 7.14-11.10
D. Israel Redimido pelo Sangue através da Páscoa 12.1- 13.16
E. Israel Redimido do Egito pelo Poder 13.17- 15.21

IV. Á Preservação' de Israel no Deserto 15.22-18.27

A. Preservado da Sede 15.22-27


B. Preservado da Fome 16.1-36
C. Novamente Preservado da Sede 17.1- 7
D. Preservado da Denota.................................................................................................. 17.8-16
E. Preservado do Caos 18.1-27

SEGUNDA PARTE. Revelação de Deus (19.1-31.18)

I. A Revelação do Velho Pacto : 19.1- 31.18

A. A Preparação do Povo 19.1-25


B. A Revelação do Pacto 20.1-26
C. Os Julgamentos 2l.1- 23.33
D. A Ratificação Formal do Pacto 24.1-11
E. O Tabemáculo 24.12 - 27.21
F. Os Sacerdotes 28.1-29.46
G. A Instituição do Pacto 30.1- 31.18

11. A Resposta de Israel ao Pacto 32.1 - 40.38

A. Israel Quebra Intencionalmente o Pacto 32.1-6


B. Moisés Intercede pela Salvação de Israel 32.7-33
C. Moisés Convence Deus a não Abandonar Israel 32.34-33.23
D. Deus Renova o Pacto com Israel 34.1-35
E. Israel Obedece Voluntariamente ao Pacto 35.1-40.33
F. Deus Enche o Tabemáculo com sua Glória 40.33-38

29
Limitado ao norte pelo Mar Mediterrâneo, a leste pela Península do Sinai e pelo Golfo de Suez,
e a oeste pelo Deserto da Líbia, o Egito possuía uma história rica e bem documentada. Parte de
nosso conhecimento sobre a história antiga do Egito vem do trabalho do sacerdote egípcio,
Maneto (c. 270 a.C"), que registrou os eventos de trinta e uma dinastias, a partir de c. 3200 a.C.
A tabela que se segue começa com Amosis I, fundador da décima-oitava dinastia. De acordo
com a teoria da data mais antiga para o Êxodo (adotada neste trabalho), o Faraó do Êxodo foi,
provavelmente, Amenotepe II; de acordo com a teoria da data mais próxima, o Faraó foi,
provavelmente, Ramsés lI.

Faraós E~ípcios

Amosis I 1570-46 a.C. Amenotepe IV 1379-62 a.C.

Amenotepe I 1546-26 a.C. Sakare 1364-61 a.C.

Tutmés I 1526-12 a.C. Tutancâmon 1361-52 a.C.

Tutmés 11 1512-04 a.C. Ay 1352-48 a.C.

Tutmés 111 1- 1504-1450 a.C. Horemébe 1348-20 a.C.


1-

Hatsepsute 1504-1483 a.C. Ramsés I 1320-18 a.C.

Amenotepe 11 1450-25 a.C. Seti I 1318-04 a.C.

Tutrnés IV 1425-17 a.C. Ramsés II 1304-1236 a.C

Amenotepe 111 1427-1379 a.C. Merneptá 1236-1223 a.C

Deuses Pa~ãos E~ípcios


A religião do antigo Egito era caracterizada por um complexo politeísmo, e uma grande variedade de
divindades locais e deuses da natureza que eram adorados pelo povo. Muitos deuses eram associados
à fertilidade e à agricultura, e a proteção de praticamente todos os aspectos da vida era atribuído a
alguma divindade. As dez pragas foram desafios diretos ao culto de divindades egípcias que eram
consideradas responsáveis por proteger a vida e a propriedade do país. Desta forma, a supremacia de
Javé, o Deus de Israel, foi vigorosamente demonstrada.

Examine a tabela sobre "Deuses Pagãos do Egito" na página ao lado.

30
Deuses Pa{!àos do E{!ito

NOME

Aker
RESPONSABILIDADE

Deus-terra - Ajudador dos Mortos


FORMA OU ANIMAL SAGRADO

Duas cabeças de leão


j
Amon Deus do Vento - Deus de Tebas - Ajudador dos piedosos Forma humana
Animal sagrado - ganso e cameiro
Anúbis Glorificador dos mortos Cabeça de chacal - pele negra
Ápis Assegura fertilidade Touro
Aton Deus do sol
Atum Deus da criatura original Serpente-humana
Bes Proteção para o nascimento - Concede virilidade Grupo de demônios
Edjo Deusa do Delta / Baixo Egito Serpente Ureus
Gebe Deus-Terra - Consorte de Nute - Pai de Osíris Forma Humana
Hátor Deusa do céu - Deusa do amor, da dança e do álcool Vaca
Hekete Deusa Original ou Primitiva Rã
Hórus Deus do céu Falcão
ísis Deusa da vida e da cura
- Filha de Gebe Irmã /consorte de Os íris - Mãe de Horus Forma humana
Ouépri Deus primordial - Sol nascente Escaravelho
Onum Doador do Nilo - Criador da humanidade Forma humana com
cabeça de carneiro
Oóns Deus lua Forma humana
Maat Justiça. Mãe de Rá . Forma humana
Mesquenete . Deusa protetora dos recém-nascidos e do destino
Min Deus da virilidade e da reprodução
Mute "Olho do Sol" - Consorte de Amon Abutre ou forma humana
Neqbete Deusa do Alto Egito
Nute Deusa do céu - Consorte de Gebe
- Mãe de Osíris e Sete - Mãe dos corpos celestes
Osíris Faraós mortos
Governador dos mortos, da vida e da vegetação
Ptá DeuscriadorSenhordosartesãos
Rá Deus do sol, da terra e do céu
- Pai de Maat - Deus nacional Forma humana com
cabeça de falcão
Selquete Guardião da vida - Protetor dos mortos Escorpião
Sesate Deusa da escrita e dos livros
Sete Deus do caos, do deserto,
da tempestade e da colheita - irmão de Os íris
SÚ Deus do ar - sustentador do céu
Sobeque Deus criador Crocodilo
Sótis Deus das enchentes do Nilo
Termútis Deusa da fertilidade e da colheita - destino Serpente
Tóte Deus da sabedoria,
da lua e da cronologia - mensageiro dos deuses lbis ou babuíno
Touéris Deusa da fertilidade, das mulheres e do parto Hipopótamo

Nelson s Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas Nelson, Inc.

31
..

As Dez Pra~as do E~ito

Faraó, o governador do Egito, recusou-se a libertar o povo hebreu da escravidão e permitir que
deixassem seu país. Portanto, o Senhor enviou dez pragas sobre o Egito para quebrar a obstinação de
Faraó e demonstrar seu poder e superioridade sobre os deuses pagãos dos egípcios.
Estas pragas ocorreram dentro de um período de aproximadamente nove meses, na seguinte ordem:

1. As águas do rio ilo se tomaram em sangue (7.14-25).


2. As rãs invadiram o país (8.1-15).
3. As pessoas e os animais ficaram infestados de piolhos (8.16-19).
4. Enxames de moscas cobriram a terra (8.20-32)
5. A peste matou os rebanhos do Egito (9.1-7).
6. Úlceras e feridas infectaram os egípcios e seus animais (9.8-12).
7. Chuva de pedras destruiu todas as plantas e vegetação (9.13-35).
8. Enxames de gafanhotos cobriram a terra (10.1-20).
9. Densas trevas cobriram o Egito por três dias (10.21-29).
10. Os primogênitos dos egípcios, tanto do povo quanto de seus animais
foram destruídos pelo anjo da morte do Senhor (11.1 - 12.30).

Em todas estas pragas os israelitas foram protegidos, enquanto os egípcios e suas propriedades foram
destruídos. O hebreus foram salvos da última praga, quando, obedecendo à ordem de Deus, marcaram
suas casas borrifando as ombreiras da porta com o sangue de um cordeiro. Após a última demonstração
o poder divino, o Faraó desistiu e permitiu que os israelitas deixassem o Egito. Este livramento
tomou-se o fato mais memorável da história dos hebreus. A Páscoa é celebrada anualmente até hoje
para lembrar o livramento do povo hebreu da escravidão.

As Dez Pra~as do E~ito

A Praga O Efeito

1. Sangue (7.20) Faraó endurecido (7.22)

2. Rãs (8.6) Faraó suplica alívio, promete liberdade (8.8) mas é endurecido(8.19)

3. Piolhos (8.17) Faraó endurecido (8.19)

4. Moscas (8.24) Faraó negocia (8.28), mas é endurecido (8.32)


,
5. Peste dos animais (9.6) Faraó endurecido (9.7)

6. Úlceras (9.10) Faraó endurecido (9.12)

7. Chuva de pedra (9.23) Faraó implora por auxílio (9.27), promete liberdade (9.28),
mas é endurecido (9.35)

8. Gafanhotos (10.13) Faraó negocia (10.11), suplica alívio (10.17), mas é endurecido (10.20)

9. Trevas (10.22) Faraó negocia (10.24), mas é endurecido (10.27)

10. Morte dos primogênitos(12.29) Faraó e os egípcios suplicam aos Israelitas que deixem o Egito (12.31-33)

Deus multiplicou seus sinais e maravilhas na terra do Egito para que os egípcios soubessem que Ele é o Senhor.

Nelson s Complete Book of Bible Maps and Charts ~ 1993 by Thomas elson. Inc.

32
Fu~a e Retorno de Moisés ao E~ito

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Moisés

Nascido de pais hebreus e escravos, em época muito perigosa, Moisés foi milagrosamente protegido
e preparado por Deus para ser o instrumento da libertação de seu povo. Com este objetivo Moisés
foi criado na corte egípcia e "educado em toda ciência dos egípcios" (At 7.22). Aos quarenta anos,
depois de tentar proteger um irmào israelita e matar um egípcio, Moisés fugiu para o deserto de
Midiã. Ali permaneceu outros quarenta anos, casou-se e teve dois filhos. Tendo recebido o chamado
de Deus vindo da sarça ardente (3.2-4.17), Moisés retomou ao Egito para tirar o povo de Israel da
escravidão.

A figura de Moisés é essencial para a religiào do Antigo Testamento. Como instrumento do Pacto
Mosaico e divinamente designado como quem receberia a Lei, Moisés ajudou a estabelecer a forma
que tanto o culto como a vida do povo escolhido deveriam assumir para o restante do período do
Antigo Testamento.

Embora as circunstâncias sejam muito diferentes, é interessante o paralelo que existe entre Moisés e
Cristo no fato de que ambos enfrentaram perigo de morte na infância e ambos foram salvos para
realizar uma grande redenção e estabelecer um pacto de sangue entre Deus e seu povo.
Veja o mapa "A vida de Moisés", à página 34.

33
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(Mar Mediterrâneo)
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3- Retornou ao Egito
para livrar seu povo do cativeiro,
liderou seu povo até o deserto
conhecido como Península do Sinai 4- Guiou o povo de Israel 5- Designou Josué seu sucessor,
(Êx 13 -19). durante os 40 anos de peregrinação morreu no Monte Nebo,
por estas áreas desertas, contemplando a terra de Canaã
enquanto Deus os preparava (Nm 27.18,23; Dt 34.1-9).
para entrar na terra de Canaã
(Nm 14.20-34).
~

2- Em Midiã passou 40 anos


como pastor de cabras;
4- Recebeu a Lei,
teve um encontro dramático com Deus
incluindo os Dez Mandamentos,
na sarça ardente (Êx 3.2-4; At 7.9,30).
diretamente de Deus,
no Monte Sinai (~x 19-20).

N
PENíNSULA

1- Nascido no Egito de pais escravos


e membros da tribo de Levi,
Moisés passou sua juventude
na corte de Faraó,
provavelmente em Tebas;
fugiu para Midiã após matar
DO SINAl
-s

O
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um guarda egípcio (~x 2.1-22).

© 2002, Editora Cultura Cristã


o Êxodo do Ellito

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Mar Mediterrâneo

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Eziom-Geber
(Elate)

_ Rota Tradicional do Êxodo


Rota Alternativa do IÔxodo
Rbtas Alternativas para a passagem do Mar Vermelho
.,
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75 km
75Mi
,

Revelação no Sinai

No Monte Sinai Moisés recebeu as Leis de Deus, leis morais, civis e cerimoniais, bem como
o projeto do Tabernáculo, que deveria ser construído no deserto. Depois do julgamento de
Deus pela adoração prestada pelo povo ao bezerro de ouro, o tabernáculo foi construído e
consagrado. Era uma bela construção numa terra deserta, e revelava muito sobre a pessoa de
Deus e a forma da redenção.
O Pacto Mosaico estabelecido no Sinai foi dado à nação de Israel para que todos aqueles que
criam na promessa de Deus à Abraão soubessem como deveriam conduzir-se. Em sua integridade
o Pacto Mosaico governava três áreas da vida do povo: (1) os mandamentos governavam a vida
pessoal do povo, particularmente no seu relacionamento com Deus (20.1-26); (2) os julgamentos
governavam sua vida social, particularmente seus relacionamentos uns com os outros (2l.1-24.11); e
(3) as ordenanças governavam sua vida religiosa de forma que o povo soubesse como deveria
aproximar-se de Deus, nos termos por Ele mesmo estabelecidos (24.12-31.18).
O Pacto Mosaico não substituiu nem colocou de lado o Pacto Abraâmico. Ao contrário, foi
adicionado a este, de forma que o povo de Israel soubesse como conduzir suas vidas até que
Jesus Cristo, o Messias, viesse e fizesse um perfeito e completo sacrifício pelo pecado, um
sacrifício para o qual os sacrifícios mosaicos apenas apontam. A lei mosaica não foi dada como
uma forma de merecimento à salvação, mas para que os seres humanos compreendessem que são
incapazes, e não tendo esperança à parte da graça salvadora de Cristo (GI3.19-24).

35
Os Dez Mandamentos
Os Dez Mandamentos (veja Êx 20.1-17), formavam um conjunto de leis dadas por Deus como
diretrizes para a vida diária. Embora estes mandamentos tivessem sido entregues por Deus a seu
povo através de Moisés no monte Sinai, ainda hoje, mais de três mil anos depois, eles são
relevantes. Este conjunto de leis é conhecido também como Decálogo, da palavra grega que
significa "dez palavras".
Os Dez Mandamentos são divididos em duas partes. Os quatro primeiros governam nosso
relacionamento com Deus, enquanto os mandamentos de cinco a dez falam de nossos relacionamentos
com as outras pessoas.
O significado dos Dez Mandamentos pode ser brevemente apresentado como segue:

1. Confie apenas em Deus (20.3,4)


2. Adore somente a Deus (20.5,6)
3. Use o nome de Deus de maneira que ele seja honrado (20.7)
4. Descanse no dia do sábado e pense sobre Deus (20.8-11)
5. Respeite e obedeça a seus pais (20.l2)
6. - Proteja e respeite a vida humana (20.13)
7. Seja leal a seu marido ou esposa (20.l4)
8. Não tire o que pertence aos outros (20.l5)
9. Não minta a respeito dos outros (20.16)
10. Fique satisfeito com o que você tem (20.17)

Cerca de 1.300 anos depois que estes mandamentos foram entregues por Deus ao povo, Jesus os
ratificou. Na realidade, ele colocou estas leis num plano mais alto, exigindo que o espírito das leis
fosse observado,.e não apenas seu aspecto legal. Jesus colocou seu selo de aprovação nos mandamentos
ao declarar. "Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, mas para
cumprir" (Mt 5.17).
O Código de Hamurabi, um antigo código legal que recebeu este nome em honra a um antigo rei da
Babilônia, contém muitas semelhanças com os Dez Mandamentos. Entretanto, a Lei dada no Monte
Sinai reflete uma compreensão mais elevada da natureza de Deus e da sua santidade, como também
das exigências que Ele coloca sobre seu povo.

A Arca do Testemunho
Também conhecida como arca da Aliança, arca do Senhor ou arca de Deus, era o objeto mais
sagrado dos israelitas durante o tempo que passaram pelo deserto.
Sabemos com certeza qual era a aparência da arca do Testemunho? Não podemos ser categóricos,
mas o Antigo Testamento apresenta uma descrição clara e detalhada (Êx 25.10-22). Arqueólogos
descobriram representações ou pinturas da arca '(por exemplo, uma escultura da arca feita em pedra
foi encontrada na escavação de uma sinagoga em Cafarnaum).
Partindo do relato bíblico, podemos determinar os seguintes fatos sobre sua aparência fisica. Era
uma caixa de aproximadamente 1,12m de comprimento, 67cm de largura e 67cm de altura, feita de
madeira de acácia. Quatro varais eram inseridos em argolas presas dos lados da arca, de maneira que
ela pudesse ser carregada por quatro homens.
A campa da arca, cnamaca de propiciatono, era feito áe ouro. A palavra fiebraíca tradicionalmente
traduzida como "propiciatório" poderia também ser traduzida como "lugar da expiação ou do perdão",
porque era este o lugar sobre o qual, uma vez por ano, o sumo sacerdote espargia o sangue do
sacrificio no Dia do Perdão, como expiação pelo pecado (Lv 16.5).

36
Montadas sobre esta tampa, estavam duas criaturas aladas (querubins), que ficavam face a face
com as asas estendidas. Dentro da arca ficavam as duas tábuas de pedra que continham os Dez
Mandamentos recebidos de Deus por Moisés no monte Sinai (Êx 20). Dentro dela estavam também
uma uma de ouro contendo maná e a vara de Arão que floresceu (Hb 9.4), estes últimos relembravam
a provisão de Deus para as necessidades dos israelitas no deserto.
Os israelitas criam que Deus habitava entre eles no tabemáculo, no lugar da expiação, entre as asas
dos querubins. Durante os anos que peregrinaram pelo deserto, Deus falava com Moisés deste lugar
(Nm 7.89), preparando o povo para entrar na terra prometida.
A arca era carregada à frente dos israelitas quando deixaram o monte Sinai (Nm 10.33); quando o
povo cruzou o rio Jordão para entrar em Canaã (Js 4.9-11); e quando circundaram as muralhas de
Jericó antes que a cidade fosse tomada (Js 6.1-20). Depois de muitas viagens, ela foi finalmente
colocada no templo de Salomão em Jerusalém (lRs 8.1-9), e desapareceu depois da destruição de
Jerusalém pelos exércitos da Babilônia em 586 a.c.
A arca servia como uma memória visível da presença de Deus com o povo hebreu. O propiciatório,
coberto de ouro, simbolizava o trono de Deus e seu reinado no coração daqueles que o reconheciam
---'
como seu Senhor soberano.

37
Arão como Sumo Sacerdote

Quando o sacerdócio foi instituído no deserto, Moisés consagrou seu irmão Arão como o primeiro
sumo sacerdote de Israel (Êx 28.29; Lv 8.9). O sacerdócio foi instituído dentro da tribo de Levi, da
qual Arão era descendente, e seus filhos herdavam a posição de sumo sacerdote dos pais.

As vestimentas do sumo sacerdote representavam sua função como mediador entre Deus e o povo.
Sobre sua vestimenta sacerdotal normal, ele usava uma estola (éfode), espécie de avental em duas
peças. Usava também um peitoral de julgamento com doze pedras preciosas. Estas pedras eram
engastadas com os nomes das doze tribos de Israel (Êx 28.15-30). Na bolsa do peitoral, diretamente
sobre o coração do sumo sacerdote ficavam o Urim e Tumim (28.30), o meio pelo qual Deus
comunicava sua vontade ao povo.

O sumo sacerdote tinha a responsabilidade de verificar que todos os deveres dos sacerdotes fossem
cumpridos (2Cr 19.11). Sua responsabilidade mais importante ocorria anualmente no Dia do Perdão
ou Dia da Expiação.

Neste dia o sumo sacerdote entrava no


Santo dos Santos ou Lugar Santis-
simo, dentro do tabernáculo, e fazia
sacrifícios, primeiro por seus próprios
pecados, e depois pelos pecados
cometidos pelo povo durante o ano que
terminava (Êx 30.10).

Davi organizou vinte e quatro grupos de


sacerdotes para servirem no tabernáculo
durante o seu reinado em Judá . Os reis
Ezequias e Josias ajudaram o sumo
sacerdote na reforma e restauração do
Templo. No Novo Testamento o sumo
sacerdote é referido como governador do
povo (At 23.4,5), e era quem presidia o
Sinédrio, o mais alto tribunal do judeus
(Mt 26.57-59).

O Novo Testamento fala de Jesus em


termos figurados como um "Sumo
Sacerdote". Ele não pertencia à ordem
de Arão, mas de Melquisedeque, um
sumo sacerdote eterno (Hb 5.10).
Também não tinha necessidade de
oferecer sacrifícios por seu próprio
pecado, pois não tinha nenhum pecado
(Hb 7.27,28). Jesus ofereceu seu
próprio sangue, uma vez por todas
(Hb 9.12, 26; 10.10,12). Por isso
podemos vir ousadamente à presença
de Deus por meio do "um só Mediador
entre Deus e os homens, Jesus Cristo,
homem" (1 Tm 2.5).

38
o Tabernáculo
o tabernáculo era uma tenda ou santuário portátil, usada pelos israelitas como lugar de adoração
durante o período mais antigo de sua história. No Antigo Testamento ele é freqüentemente chamado
de "tenda da congregação", indicando que este era o lugar principal de encontro entre Deus e seu
povo. A estrutura foi construída de acordo com as instruções dadas por Deus a Moisés no monte
Sinai, durante os anos de peregrinação do povo pelo deserto (Êx 26.35). Com a contribuição feita
pelo povo, tanto de material quanto de serviço, o tabemáculo foi terminado de acordo com as
especificações de Deus. Deus abençoou o trabalho do povo cobrindo a tenda com uma nuvem e
enchendo o santuário com a sua glória (40.34).
O átrio do tabernáculo era um retângulo cercado medindo aproximadamente 45 metros de extensão
por 22,5 metros de largura (27 .9-19). O átrio continha um altar de bronze para sacrificios animais
(27 .1-8) e uma bacia de bronze onde os sacerdotes se lavavam antes de entrar na tenda (30.17-21).
O tabernáculo em si, medindo 13,5 por 4,5 metros, tinha duas seções principais: a tenda exterior,
conhecida como lugar santo, e a tenda interior chamada Santo dos Santos, ou Lugar Santíssimo (26.33).
Na tenda exterior ficava um altar onde se queimava uma oferta de incenso (30.1-10); o candelabro de
ouro com sete braços (25.31-40); e uma mesa para os pães da proposição, significando a presença de
Deus (25.26-30).
A tenda interna, ou Santo dos Santos, era separada da tenda externa por um véu ou cortina (26.31-37).
O sumo sacerdote entrava nesta parte sagrada do tabernáculo apenas uma vez por ano, no Dia do
Perdão. Neste dia, numa cerimônia especial, ele fazia expiação por seus próprios pecados e então
oferecia sacrificios para expiar os pecados do povo. Esta parte mais sagrada do tabernáculo tinha
apenas um item de mobília, a arca da aliança.
A tampa da arca era chamada propiciatório (lugar do perdão). Sobre ela estavam dois querubins de
ouro colocados face a face. A arca continha as tábuas de pedra com os Dez Mandamentos (Dt 10.4,5),
uma uma de ouro cheia de maná (Êx 16.33,34) e a vara de Arão que havia florescido (Nm 17.10).
Durante os anos em que o povo de Israel peregrinou no deserto, o tabernáculo se mudava com eles de
lugar para lugar (Êx 40.36-38). Quando os israelitas acampavam no deserto, o tabernáculo era colocado
no centro, e os Levitas, que eram encarregados de cuidar dele (Nm 4), acampavam mais próximos
(Nm 1.53). As outras dez tribos eram distribuídas em ordem específica nos quatro lados do tabernáculo
(Nm 2). Isto mostra o papel importante que este representava na vida religiosa do povo de Deus.
Depois da conquista de Canaã, o tabernáculo foi levantado em Siló, onde permaneceu durante todo
o período dos juízes (Jz 18.1). Mais tarde, esteve por algum tempo em Nobe (lSm 21.16) e em
Gibeom (l Rs 3.4). Quando o Templo ficou pronto, Salomão ordenou sua remoção para Jerusalém
(1Rs 8.4). Aparentemente não havia mais necessidade do tabernáculo depois do término da construção
do templo, o qual tomou-se o lugar permanente de culto para toda a nação e o centro de sua vida
religiosa.
As muitas referências ao tabernáculo no Novo Testamento devem ser vistas à luz da encarnação,
quando o filho de Deus tomou-se um ser humano. Porque o tabernáculo era o lugar onde Deus
encontrava seu povo, João declarou que a Palavra se fez carne, e "tabernaculou" conosco (Jo 1.14;
que é a palavra grega traduzida como "habitou" nas versões em português). Em Romanos 3.25,
Paulo fala sobre Cristo como "propiciação" pelo pecado. Ele usa a mesma palavra para referir-se ao
propiciatório (ou lugar do perdão ou da expiação), onde o sumo sacerdote fazia, anualmente, propiciação
pelos pecados do povo. A passagem de Tito 3.5 pode ser uma alusão à bacia onde os sacerdotes se
lavavam antes de servir no tabernáculo.
Apocalipse 8.3-5 fala de um altar de incenso feito de ouro. Praticamente, todos os aspectos do
tabernáculo são encontrados na epístola aos Hebreus, que considera Jesus como o grande Sumo
Sacerdote e o suficiente e eterno sacrificio por nossos pecados.

39
o Projeto do Tabernáculo

o tabernáculo estabelecia um lugar onde Deus poderia habitar no meio de seu


povo. O termo tabernáculo às vezes se refere à tenda, incluindo o Lugar Santo e o
Santo dos Santos, que era coberto por uma cortina bordada. Mas em outros lugares
o termo se refere a todo o complexo, incluindo o pátio cercado dentro do qual se
erguia a tenda.

Arca da Altar do Mesa dos Paes


Incenso da Proposição
Aliança
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Bacia de
E
Altar de Ofertas
••••••• Bronze Queimadas
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Candelabro
de Ouro

Esta ilustração mostra a relativa posição da mobília do tabernáculo usada no


culto israelita. As dimensões do tabernáculo foram aumentadas para permitir
maior clareza.

Nelson s Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas Nelson, Inc,

40
A Mobília do Tabernáculo

Arca da Aliança Bacia de Bronze


(Êx 25.10-22) (Êx 30.17-21)
A arca era a peça mais sagrada de toda a mobília do Era usada pelos sacerdotes para sua purificação.
tabernáculo. Dentro dela os hebreus guardavam urna Eles deveriam estar puros para entrar na presença de Deus.
cópia dos Dez Mandamentos, que resumiam todo o pacto.

Altar de Ofertas Queimadas Candelabro de Ouro


(Êx 27.1-8) (Êx 25.31-40)
Sacrifícios animais eram oferecidos neste altar, localizado O candelabro de ouro ficava no Lugar Santo, do lado
no pátio, em frente ao tabernáculo. O sangue do oposto à mesa dos pães da proposição. Tinha sete
sacrifício era aspergido sobre os quatro chifres do altar. lâmpadas, sete conchas rasas nas quais havia um pavio
com uma das pontas imersa no óleo das conchas, a outra
ponta pendurada ficava acesa.

Mesa dos Pães da Proposição Altar de Incenso


(Êx 25.23-30) (Êx 30.1-10)
Era o suporte sobre o qual se colocavam as ofertas. O altar de incenso dentro do tabernáculo, era muito menor
Sobre a mesa estavam sempre colocados, diante de que o altar de ofertas queimadas do lado de fora. O incenso
Deus, doze pães, representando as doze tribos de Israel. queimado no altar era um perfume de aroma suave.

Nelson 5 Complete Book 0/ Bible lvfaps and Charts © 1993 by Thomas Nelson. Inc.

41
LEVíTICO

Tem sido dito que Deus levou apenas uma noite para tirar Israel do Egito, mas levou quarenta anos
para tirar o Egito de dentro de Israel. Em Êxodo, Israel é redimido e estabelecido como um reino de
sacerdotes e uma nação santa, e em Levítico Israel é ensinado a cumprir seu chamado sacerdotal.
Foram tirados da terra da servidão no Egito para o santuário de Deus em Levítico. Passaram da
redenção para o serviço, da libertação para a dedicação.
O título hebraico do livro é wayyiqra, a primeira palavra do texto, que significa "E Ele Chamou". O
título grego que aparece na Septuaginta é Leutikon (que significa "aquilo que se refere aos sacerdotes"),
do qual a Vulgata Latina derivou o título Leviticus. O título é, de certa forma, inapropriado, porque
embora o livro trate extensivamente dos sacerdotes e suas várias tarefas, devemos nos lembrar que
todos os israelitas deveriam conhecer e cumprir a Lei.

Autor

f(
Os argumentos usados para confirmar a autoria mosaica de Gênesis e Êxodo também se aplicam a
~. Levítico, pois o Pentateuco é uma unidade literária. O conteúdo do livro em si mesmo também aponta
~ fortemente para Moisés como seu autor humano. Nos vinte e sete capítulos de Levítico há cinqüenta e
~ ~ seis afirmações de que Deus entregou estas leis a Moisés (veja, por exemplo, 1.1; 4.1; 6.1,24; 8.1).

Data

Provavelmente Moisés escreveu a maior parte de Levítico no final do período em que Israel esteve

-
acampado no Sinai, embora ele possa ter atingido sua forma final pouco antes da morte de Moisés. O
~
. contexto de Levítico cobre um período de mais ou menos um mês, entre a construção do tabernáculo
(Êx 40.17) e a saída do Sinai (Nm 10.11).

Levítico em Relance

ÊNFASE SACRIFíCIO SANTIFICAÇÃO

TEXTO 1.1 8.1 11.1 16.1 18.1 21.1 23.1 25.1 27.1 27.34

LEIS DE LEIS DE SANTIFICAÇÃO


DIVISÃO
Ofertas Consagração Consagração Expiação Para o Para os No Culto Na Terra Através
dos Sacerdotes do Povo Nacional Povo Sacerdotes de Canaã dos Votos

O CAMINHO PARA DEUS A CAMINHADA COM DEUS

TÓPICOS
LEIS PARA UMA APROXIMAÇÃO ACEITÁVEL DE DEUS LEIS PARA UMA COMUNHÃO CONTíNUA COM DEUS

LOCAL MONTE SINAl

OCASIÃO CERCA DE UM MÊS

Nelson s Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas elson, Inc.

42
Temas e Estrutura Literária

Levítico centraliza-se no conceito de santidade de Deus, e como um povo ímpio poderia aproximar-
se deste Deus de forma aceitável, e permanecer em constante comunhão com Ele. O caminho para
Deus se faz unicamente pelo sacrifício de sangue, e andar com Deus unicamente por meio da obediência
às suas Leis. A palavra "santo" ocorre noventa vezes em Levítico, e a palavra "santificar", dezessete
vezes. A raiz hebraica q-d-sh, isto é "santo" (como adjetivo, substantivo ou verbo) ocorre 152 vezes
em Levítico.

O livro apresenta duas seções principais: a primeira trata principalmente do sistema sacrificial do
culto (caps.1 - 17), e a segunda trata principalmente da santificação do povo de Israel como um todo,
pela santidade cerimonial e moral (caps .18 - 27)
~

I
ESBOÇO DE LEVíTICO

Primeira Parte: Leis para uma Aproximação Aceitável de Deus:


Sacrifício (1.1- 17.16)

I. Leis para uma Aproximação Aceitável de Deus 1.1-7.38

A. Leis para Aproximar-se de Deus em Comunidade 1.1- 3.17


. B. Leis para Aproximar-se de Deus fora da Comunidade 4.l-6.7
C. Leis para Administrar as Ofertas 6.8- 7.38

11. Leis para os Sacerdotes 8.1-10.20


·'

A. Consagração do Sacerdócio 8.1-36


B. Ministério do Sacerdócio 9.1-24
C. Fracasso do Sacerdócio 10.1-20

IH. Leis de Israel com Respeito à Pureza 11.1-15.33

A. Leis sobre Alimentos Puros e Impuros 11.1-47


B. Leis sobre Parto 12.1-8
C. Leis sobre Lepra 13.l-14.57
D. Leis sobre Fluxos Corporais.................................................................................... 15.1-33

IV. Leis sobre Expiação Nacional 16.1-17.16

A. Leis sobre Purificação Nacional através do Dia do Perdão 16.1-34


B. Leis sobre o Local dos Sacrificios 17.1-9
C. Leis sobre o Uso do Sangue 17.10-16

43
Segunda Parte: Leis sobre Como Andar com Deus de Modo
Aceitável: Santífícação (18.1 - 27.34)

I. Leis de Santificação para o Povo 18.1 - 20.27

A. Leis sobre Pecado Sexual 18.1-30


B. Leis sobre Ordem Social 19.1-37
C. Leis sobre as Penalidades 20.1-27

lI. Leis de Santíficação para o Sacerdócio 21.1- 22.33

A. Práticas Proibidas aos Sacerdotes 21.1-15


B. Pessoas Impedidas para o Sacerdócio 21.16-24
C. Coisas Proibidas aos Sacerdotes 22.1-16
D. Sacrificios Proibidos aos Sacerdotes 22.17-30
E. O Propósito das Leis sobre o Sacerdócio 22.31-33

TIl. Leis da Santificação na Adoração 23.1- 24.23

A. Leis sobre Festas Santificadas 23.1-44


B. Leis sobre Elementos Santificados do Culto 24.1-9
C. Leis sobre o Nome Santificado de Deus 24.10-23

IV. Leis sobre a Santificação da Terra de Canaã 25.1 - 26.46

A. Leis sobre Santificação na Terra de Canaã 25.1-55


. B. Resultados da Obediência e da Desobediência na Terra de Canaã 26.1-46

V. Leis sobre a Santificação através de Votos 27.1-34

A. A Consagração Especial de Coisas Aceitáveis 27.1-25


B. Coisas Excluídas da Consagração 27.26-33
C. Conclusão de Levítico 27.34

Ofertas Levíticas

O sistema sacrificial tem um papel proeminente no livro de Levítico. A oferta queimada era o único
sacrificio inteiramente consumido sobre o altar e, por isso, às vezes é chamada de oferta completa. A
oferta de grãos era um tributo feito para assegurar ou manter o favor divino, indicando que os frutos do
trabalho de uma pessoa devem ser dedicados a Deus. A oferta pacífica se destinava a oferecer expiação
e permitia àquele que fazia a oferta comer a carne do sacrificio. Era muitas vezes feita em ocasião de
alegria. A oferta pelo pecado era feita para remover a impureza do santuário. A oferta pelo sacrilégio,
também chamada de oferta pela culpa ou a oferta de reparação, era feita por causa de violação da
santidade da propriedade de Deus ou de outra pessoa, normalmente pelo uso de juramento falso.
Examine a Tabela "Ofertas Levíticas" nas páginas 46 e 47.

44
Festivais ou Festas

o calendário litúrgico também tem um lugar significativo no livro de Levítico. No Israel antigo
havia sete festivais religiosos por ano, e eram especialmente ordenados por Deus:

1. Páscoa (pesah, Heb.) - Êx 12.1-28,43-49; Lv 23.5; Nm 28.6; Dt 16.1-8


Ocasião: A noite do décimo quarto dia de Nisan (Abib) o primeiro mês do ano bíblico (março/abril)
Propósito: (1) Comemorar a libertação de Israel da escravidão no Egito.
(2) Relembrar aos filhos de Israel que Deus havia "passado por sobre" suas casas, isto é, havia
poupado os primogênitos dos israelitas (Êx 12.27).
Significado Profético: (1) Cristo é a nossa Páscoa (cf. Jo 1.29; 19.36; lCo 5.7; lPe 1.18,19). (2) A
Páscoa é a base para a Ceia do Senhor (cf. Mt 26.17-30; Me 14.12-25; Lc 22.1-20). (3) A Páscoa
I
prenuncia o banquete de casamento do Cordeiro (cf. Mt 26.29; Me 14.25; Lc 22.16-18).

2. Festa dos Pães Asmos (matsot, Heb.) - Êx 12.15-20; 13.3-10; Lv 23.6-8; Nm 28.17-25; Dt 16.3-80
Ocasião: Começava no décimo quinto dia de Nisan (Abib) e continuava por uma semana (Março/Abril)
Propósito: Comemorar as dificuldades da fuga rápida de Israel ao sair do Egito (Êx 12.39) A falta de
fermento simbolizava a completa consagração e devoção a Deus.
Significado Profético: (l) Pão asmo (sem fermento) é um símbolo de Cristo (cf. Jo 6.30-59; 1Co 11.24).
(2) O Pão asmo é um símbolo da verdadeira igreja (cf. lCo 5.7,8).

3. Festa das Primícias (bikkurim, Heb.) - Lv 23.9-14


Ocasião: No dia após o sábado da semana da Páscoa (Março/ Abril).
Propósito: Dedicar e consagrar as primícias da colheita de cevada.
Significado Profético: (1) Primícias representam um símbolo da ressurreição corporal de Cristo
(cf. lCo 15.20-23). (2) São uma garantia da ressurreição corporal de todos os crentes (cf. lCo 15.20-23;
lTs 4.13-18). (3) Étambém um símbolo da consagração da igreja.

4. Festa de Pentecostes (ou Semanas: shabuot, Heb.) - Lv 23.15-22; Nm 28.26-31; Dt 16.9-12.


Ocasião: Um dia após o sétimo sábado depois da Festa das Primícias (MaiolJunho).
Propósito: Dedicar e consagrar as primícias da colheita do trigo.
Significado Profético: A descida do Espírito Santo sobre a igreja ocorreu no Dia de Pentecostes (At 2).
Os dois pães, contendo fermento por causa do pecado, e que representam judeus e gentios, são encontrados
dentro da igreja.

5. Dia das Trombetas (rosh hashanah, Heb.) - Lv 23.23-25, Nm 10.10; 29.1-6


Ocasião: Primeiro dia do sétimo mês (Tishri), o mês sabático (setembro/outubro).
Propósito: Introduzir e consagrar o sétimo mês como mês sabático.
Significado profético: o ovo Testamento o toque de trombetas está associado à volta do Senhor.
(cf. Mt 24.31; lCo 15.52; lTs 4.16).

6. Dia do Perdão (Expiação) (yom kippur, Heb.) - Lv 16; 23.26-32; m 29.7-11


Ocasião: Décimo dia do sétimo mês (Tishri - setembro/ outubro).
Propósito: Fazer expiação anual pelos pecados dos sacerdotes, do povo e do tabemáculo (templo).
Significado Profético: O Dia da Expiação encontra seu cumprimento final na crucificação de Cristo
(cf. Hb 9). Representa o trabalho de redenção de Cristo com maior perfeição do que qualquer outro
símbolo do Antigo Testamento.

7. Festa dos Tabernáculos (Tendas; sukkot, Heb.) - Lv 23.33-43; Nm 29.12-38; Dt 16.13-17


Ocasião: Do décimo quinto ao vigésimo primeiro dia do sétimo mês (Tishri), com o acréscimo de
um oitavo dia representando o clímax de todas as festas (setembro/ outubro).
Propósito: (1) Comemorar a libertação de Deus e a proteção do povo durante a caminhada pelo
deserto (23.43). (2) Regozijo pelo final de todas as colheitas (23.39)
Significado Profético: A Festa dos Tabemáculos anuncia a paz e prosperidade do reino de Cristo (Zc 14.16).

45

..
..

Ofertas Levíticas

Nome Referências Propósito Porção Porção dos Porção do Significado


Consistia de
Bíblicas de Deus Sacerdotes Ofertante Profético

1. Oferta Queimada Lv 1.3-17; 6.8-13 1. Propiciação pelo pecado De acordo com as Inteiramente queimada Apenas a pele (7.8) Nenhuma Significa completa
(olah- Hebraico) em geral (1.4) posses: sobre o altar de dedicação da vida a
a. Aroma suave 2. Significava completa 1. Novilho sem defeito ofertas queimadas Deus
b. Voluntária dedicação e consagração (1.3-9) (1.9), exceto a pele 1. Da parte de Cristo
a Deus, por isso era 2. Carneiro ou cabrito - Mt 26.39-44;
chamada "oferta sem defeito (1.10-13) Mc 14.36; Lc 22.42;
queimada completa" 3. Rolas, ou um par de FI 2.5-12
pombinhos (1.14-17) 2. Da parte do crente -
Rm 12.1,2; Hb 13.15

2. Oferta de Manjares Lv 2.1-6; 6.14-18; A oferta de manjares Três tipos Porção memorial O restante deveria ser Nenhuma Significa a perfeita
(minhah, Hebraico) 7.12-13 acompanhava todas as 1. Farinha fina misturada queimada no altar de comido no átrio do humanidade de Cristo
a. Aroma suave ofertas queimadas; com azeite e incenso ofertas queimadas tabernáculo 1. Ausência de fermento
b. Voluntária significava homenagem e (2.1-3) (2.2,9-16) (2.3,10; 6.16-18; simboliza a ausência
gratidão a Deus 2. Bolos de farinha 7.14,15) de pecado em Cristo
misturada com azeite (Hb 4.15; 1 Jo 3.5)
e assado no forno 2. Presença do azeite
(2.4), na assadeira representa o Espírito
(2.5), na frigideira Santo (Lc 4.18;
(2.7) 1Jo 2.20,27)
3. Espigas verdes
tostadas no fogo com
azeite e incenso
(2.14,15)

3. Oferta Pacifica Lv 3.1-17; A oferta pacífica expressava De acordo com as Porções de gordura Peito (oferta movida) e A sobra deveria ser Prenuncia a paz que o
(shelem - Hebraico) 7.11-21,28-24 geralmente paz e posses: queimadas no altar de coxa direita (oferta comida no átrio pelo crente tem com Deus
a. Aroma suave comunhão entre o 1. De gado: um macho ofertas queimadas no levantada; 7.30-34) ofertante e sua família por meio de Jesus
b. Voluntária ofertante e Deus; ou fêmea sem defeito altar de ofertas a. Oferta de gratidão Cristo (Rm 5.1 ;
terminava com uma (3.1-5) queimadas (3.3-5). para ser comida no CI1.20)
refeição comunitária. 2. Do rebanho: um mesmo dia (7.15)
Havia três tipos: macho ou fêmea sem b. Oferta votiva e
1. Oferta de gratidão: defeito (3.6-11) voluntária para ser
expressava gratidão por 3. De cabra (3.12-17) comida no primeiro e
uma bênção não Nota: Pequenas segundo dia (7.16-18)
esperada ou livramento. imperfeições eram Nota: esta é a única
2. Oferta votiva: para permitidas quando a oferta da qual o
expressar gratidão por oferta pacífica era ofertante participava
uma bênção ou uma oferta com uma porção.
livramento, quando a espontânea de novilho
petição fosse ou cordeiro (22.23).
acompanhada por um
voto.
3. Oferta voluntária para
expressar gratidão a
Deus sem relação com
qualquer bênção ou
livramento recebido.

.•.
~

Referências Porção Porção dos Porção do Significado


Nome Propósito Consistia de
Bíblicas de Deus Sacerdotes Ofertante Profético

4. Oferta pelo pecado Lv 4.1 - 5.13; Expiar pecados cometidos 1. Pelo sumo sacerdote: 1.Porções de gordura Quando a oferta era por Nenhuma Prefigura o fato de que,
(hattat - Hebraico) 6.24-30 por ignorância, um novilho sem queimadas no altar um príncipe ou por em sua morte:
a. Nâo há aroma suave especialmente quando defeito (4.3-12) (4.8-10,19,26,31,35) uma pessoa comum, 1. Cristo foi feito pecado
b. Compulsória não havia possibilidade 2. Pela congregaçâo: um 2. Quando a oferta pelo o restante do bode ou por nós (2Co 5.21)
de restituiçâo novilho sem defeito pecado era pelo sumo do carneiro deveria 2. Cristo sofreu fora dos
Nota: Nm 15.30,31: (4.13-21) -sacerdote ou pela ser comido no átrio do muros de Jerusalém
A oferta pelo pecado não 3. Por um príncipe: um congregação, o tabernáculo (6.26) (Hb 13.11-13)
tinha nenhuma validade bode sem defeito restante do novilho
em caso de rebeldia (4.22-26) devia ser queimado
desafiadora diante 4. Por uma pessoa fora do arraial
de Deus comum: uma cabra ou (4.11,20,21)
uma ovelha sem
defeito (4.27-35)
5. Em casos de pobreza,
duas pombas ou dois
pardais (um por oferta
de um pecado, o outro
por oferta queimada).
Podia ser substituída
(5.7-10)
6. Em casos de extrema
pobreza, podiam ser
substituídos por flor
de farinha
(5.1-13; cl. Hb 9.22)

5. Oferta pelas Para expiar as 1. Se a transgressão Porções de gordura O restante deveria ser Prenuncia o fato de que
transgressões transgressões fosse contra o Senhor eram queimadas comido no lugar santo Cristo é a oferta por
(àsham- Hebraico) involutárias, (dízimos, ofertas, etc), sobre o altar de (7.6,7 ) nossas transgressões
a. Não há aroma suave especialmente quando um carneiro deveria ofertas queimadas também CI 2.13
b. Compulsória havia possibilidade de ser trazido. A (7.3-5)
restituição. Note em Nm restituição era
15.30,31: a oferta pelo determinada de
pecado não tem acordo com a
aceitação em casos de avaliação feita pelo
notória rebelião contra sacerdote, mais um
Deus. quinto 5.15-16.
2. Se a ofensa fosse
contra um homem,
uma ovelha sem
defeito deveria ser
trazida. A restituição
era estabelecida de
acordo com o valor
mais um quinto 6.4-6.

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f
I

Outras Ocasiões Sal!radas de Israel


Além das Festas Anuais, o tempo em Israel era marcado por outros eventos sacros.
Sábado Todo sétimo dia era dedicado a um descanso solene de todo trabalho (Êx 20.8-20; 31.12-17;
Lv 23.3; Dt 5.12-15).
Ano Sabático Todo sétimo ano era designado como "ano de descanso" para permitir que a terra
descansasse do cultivo (Êx 23.10,11; Lv 25.1-7).
Ano do Jubileu No qüinquagésimo ano que se seguia ao sétimo ano sabático era proclamada liberdade
para aqueles que haviam se tomado servos em razão de dívidas, e o retomo da terra a seus antigos
donos (Lv 25.8-55; 27.17-24; Ez 46.17).
Lua Nova O primeiro dia dos meses hebraicos com 29 ou 30 dias, era dia de descanso, sacrificios
especiais e toque de trombetas (Nm 28.11-15; SI 81.3).
Dedicação (Luzes ou Hanukkah) Uma festa de oito dias no nono mês (Quisleu), comemorando a
purificação do templo e sua rededicação, depois da profanação feita pelos sírios (10 10.22).
Pu rim (Porções) Uma festa nos dias quatorze e quinze do décimo segundo mês (Adar). O nome vem
da palavra babilônica Pur que significa "Porção" (Et 9.18-32).

CalendáriO Judaico

Os judeus usavam dois tipos de calendário:


Calendário Civil - Calendário oficial dos reis, nascimentos e contratos
Calendário Sagrado - a partir do qual eram marcados os festivais
Nomes Corresponde a Número Mês do Mês do
dos Meses de Dias Ano Civil Ano Sagrado

ETANIM setembro - outubro 30 dias 1º 7º


BUL outubro - novembro 29 ou 30 2º 8º
QUISLEU novembro - dezembro 29 ou 30 3º 9º
TEBETH dezembro -janeiro 29 4º 10º
SEEBATE janeiro - fevereiro 30 5º 11º
ADAR fevereiro - março 29 ou 30 6º 12º
NISÃ março - abril 30 7º 1º
IZIVE abril-maio 29 8º 2º
SIVÃ maio-junho 30 9º 3º
TAMMUZ junho -julho 29 10º 4º
ABE julho - agosto 30 11º 5º
*ELUL agosto - setembro 29 12º 6º

O dia judaico ia de pôr-do-sol a pôr-da-sol, e era dividido em 8 partes iguais:


Primeira Vigília Pôr-do-sol às 21 horas
Segunda Vigília 21 horas à meia-noite
Terceira Vigília Meia-noite às 3 horas
Quarta Vigília 3 horas ao nascer do sol

Primeira Hora Nascer do sol às 9 horas


Segunda Hora 9 horas ao meio-dia
Terceira Hora Meio-dia às 15 horas
Quarta Hora 15 horas ao pôr-do -sol

* Os meses hebraicos tinham. altemadamente. 30 e 29 dias de duração. O ano. menor que o nosso. tinha 354 dias. Portanto. aproximadamente
a cada três anos (7 vezes em 19 anos), acrescentava-se um mês extra de 29 dias, VEADAR. entre os meses de ADAR e ISA .

48
,
NUMEROS

Números é o livro das peregrinações. Em sua maior parte, descreve as experiências de Israel no
deserto. No início deste livro, Israel como nação está ainda na primeira infância, apenas treze meses
após o êxodo do Egito. Em úmeros, a nação passa por um processo doloroso de testes e
amadurecimento, no qual Deus ensina seu povo as conseqüências da rebelião e das decisões
irresponsáveis. A experiência de quarenta anos no deserto transforma-os de um bando de ex-escravos
em uma nação pronta para tomar posse da Terra Prometida.
O livro de úmeros recebe seu nome em razão dos dois censos feitos entre os israelitas: o primeiro
no monte Sinai (cap.l) e o segundo nas planícies de Moabe (26.1-51). Os escritos judaicos em geral
se referem ao livro usando a quinta palavra em 1:1, bemidbar, que significa "no deserto". O título
grego da Septuaginta é Arithmoi, isto é, "números" um termo que foi transposto para a Vulgata
Latina, onde o título é traduzido como Liber Numeri, "Livro de Números".

Autor

A evidência que aponta Moisés como autor de Números é semelhante à dos livros anteriores do Pentateuco.
~ Há em Números mais de oitenta alegações de que "Deus falou a Moisés". Ao que parece, Moisés (33.2),
~ como testemunha ocular, mantinha registros detalhados dos eventos relatados neste livro. Sendo o
~
~ personagem central desde o Êxodo até o Deuteronômio, estava ele melhor qualificado do que qualquer
~ outra pessoa para escrever tais livros. Alguns especialistas têm alegado que as referências a Moisés
na terceira pessoa (por ex., 8.23; 14.36; 15.1,22), apontam para um autor diferente. Este uso da
terceira pessoa pode parecer incomum à mente ocidental, mas era empregado comumente pelos
escritores antigos, sendo usado de forma consistente em todos os livros em que aparece o nome de
Moisés (por ex., Êx 24.1; Lv 6.1; Dt 5.1).

Data

Levítico cobre apenas um mês, mas úmeros estende-se por quase trinta e nove anos (c. 1444-1405 a.C.).
Registra o movimento de Israel desde os últimos vinte dias no Sinai, a caminhada ao redor de
Cades-Barnéia, e finalmente a chegada à planície de Moabe no quadragésimo ano. Sem dúvida,
Moisés mantinha o registro dos eventos durante a caminhada pelo deserto.

Temas e Estrutura Literária

Números pode ser dividido em três partes principais: começa com a velha geração (1.1 - 10.10),
passa por um trágico período de transição (10.11- 25.18), e termina com a nova geração às portas da
terra de Canaã (26 - 36).
O livro registra duas gerações (caps. 1- 14 e 21 - 36), dois censos (caps. 1 e 26), duas peregrinações
(caps. 10 - 14 e 21 - 27), e duas séries de instruções (caps. 5 - 9 e 28 - 36). Números ilustra tanto
a bondade como a severidade de Deus (Rm 11.22) e ensina que o povo de Deus pode avançar
apenas à medida que confia e depende dele.

49
o tema do julgamento divino sobre a descrença é proeminente em Números, registrando o fracasso
de Israel em crer na promessa de Deus e o julgamento que resultou na caminhada de quarenta anos
pelo deserto. O ponto crítico e decisivo do livro pode ser encontrado no capítulo 14, quando Israel
prestou atenção aos avisos dos espiões temerosos e rejeitou a Deus, recusando-se a subir e conquistar
a Terra Prometida. Deus julga a Israel "segundo o número dos dias em que espiastes a terra, quarenta
dias, cada dia representado um ano, levareis sobre vós as vossas iniqüidades quarenta anos e tereis
experiência do meu desagrado" (14.4).
O livro de Números, entretanto, é mais que um aviso contra a falta de fé e desobediência. Em sua
totalidade, testifica a graça e a misericórdia de Deus e aponta para o futuro, para a graça divina que
seria demonstrada em Jesus Cristo. A presença e a direção de Deus são evidentes na coluna de fogo
e na nuvem (10 .11). O cuidado divino por seu povo é visto na provisão diária do maná para alimento,
e na rocha que forneceu água para beber, dádivas que prefiguravam a vinda de Cristo (Jo 6.31-33;
1Co 10.14). Uma ilustração vívida da misericórdia divina pode ser vista na providência da serpente
de bronze como meio de cura para aqueles que haviam sido mordidos pelas cobras venenosas, um
símbolo da crucificação (21.4-9; cf. Jo 3.14)).

Números em Relance

ÊNFASE VELHA GERAÇÃO TRANSiÇÃO TRÁGICA NOVA GERAÇÃO

TEXTO 1.1 5.1 10.11 13.1 15.1 20.1 26.1 28.1 31.1 36.13

ORGANIZAÇÃO SANTIFICAÇÃO EM DIREÇÃO EM NO EM DIREÇÃO REORGANIZAÇÃO REGULAMENTAÇÃO CONQUISTA


DIVISÃO
DE ISRAEL DE ISRAEL ACADES CADES DESERTO A MOABE DE ISRAEL DAS OFERTAS E DIVISÃO
E VOTOS DE ISRAEL

ORDEM DESORDEM NOVA ORDEM

TÓPICO

PREPARAÇÃO ADIAMENTO PREPARAÇÃO

LOCAL MONTE SINAl DESERTO PLANíCIE DE MOABE

OCASIÃO 20 DIAS 38 ANOS, 3 MESES E 10 DIAS c. 5 MESES

Nelson s Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas Nelson, Inc.

Quando Ocorreram os Eventos em Números

50
ESBOÇO DE NÚMEROS
Primeira Parte:
Preparação da Velha Geração para Herdar a Terra Prometida (1.1-10.10)

I. Organização de Israel 1.1- 4.49

A. Organização do Povo 1.1- 2.34


B. Organização dos Sacerdotes 3.1-4.49

11. Santificação de Israel 5.1-10.10

A. Santificação pela da Separação 5.1-31


B. Santificação pelo Voto de Nazireu : 6.1-27
C. Santificação pelo Culto 7.1-9.14
D. Santificação pela Orientação Divina 9.15 -10.10

Segunda Parte:
O Fracasso da Velha Geração em Herdar a Terra Prometida (10.11 - 25.18)
I. O Fracasso de Israel a Caminho de Cades 10.11-12.16

A. Israel Parte do Monte Sinai 10.11-36


B. Fracasso do Povo 11.1-9
I
C. Fracasso de Moisés 11.10-15
D. Deus Sustenta Moisés 11.16-30
E. Deus Sustenta o Povo 11.31-35
F. Fracasso de Miriã e Arão 12.1-16

11. O Grande Fracasso de Israel em Cades 13.1-14.45

A. Investigação da Terra Prometida 13.1-33


B. Israel se Rebela Contra Deus 14.1-10
C. Moisés Intercede ~ 14.11-19
D. Deus Julga Israel 14.20-38
E. Israel se Rebela contra o Julgamento de Deus 14.39-45

111.O Fracasso de Israel no Deserto 15.1-19.22

A. Revisão das Ofertas 15.1-41


B. Rebelião de Coré 16.1-40
C. Rebelião de Israel contra Moisés e Arão 16.41-50
D. O Papel do Sacerdócio 17.1-19.22

IV. O Fracasso de Israel a Caminho de Moabe 20.1- 25.18

A. Miriã Morre 20.1


B. Moisés eArào Fracassam 20.2-13
C. Edom Recusa Passagem 20.14-21
D. Arào Morre 20.22-29
E. Vitória de Israel Sobre os Cananitas 21.1-3
F. O Fracasso de Israel 21.4-9
G. Viagem para Moabe 21.10-20
H.Vitória de Israel sobre Seom 21.21-32
I. Vitória de Israel sobre Basã 21.33-35
J. Fracasso frente aos Moabitas 22.1 - 25.18
51
Terceira Parte:
A Preparação da Nova Geração para Herdar a Terra Prometida (26.1 - 36.13)

I. A Reorganização de Israel 26.1- 27.23

A. O Segundo Censo 26.1-51


B. Método para Dividir a Terra 26.52-56
C. Expectativas na Divisão da Terra 26.57 - 27.11
D. Designação do Novo Líder de Israel 27.12-23

11. Regulamentações das Ofertas e Votos 28.1- 30.16

A. Regulamentação dos Sacrificios 28.1 - 29.40


B. Regulamentação dos Votos 30.1-16

111. A Conquista e Divisão de Israel 31.1- 36.13

A. Vitória sobre Midiã 31.1-54


B. Divisão da Terra a Leste do Jordão 32.1-42
C. Resumo das Caminhadas de Israel 33.1-49
D. Divisão da Terra a Oeste do Jordão 33.50-34.29
E. Cidades Especiais em Canaã 35.1-34
F. Problemas Especiais de Herança em Israel 36.1-13

Acampamento das Tribos

Depois de terminado o censo militar no capítulo 1, foram dadas instruções para organização das
tribos e seus exércitos. O acampamento era organizado com três tribos de cada lado do tabernáculo,
ficando o lugar da habitação de Deus no meio do acampamento. Além disso, quando eles levantavam
acampamento e prosseguiam sua marcha, as seis tribos a leste e ao sul partiam na frente, seguidas
pelos levitas com o tabernáculo viajando no centro (2.17), e por último as seis tribos a oeste e ao
norte respectivamente. Quer acampados ou em marcha, o tabernáculo permanecia no centro. Uma
tribo tinha prioridade sobre as outras duas em cada lado do tabernáculo, Judá a leste (2.9), Rúben ao
sul (2.16), Efraim a oeste (2.24), e Dã ao norte (2.31).

Veja a tabela "Localização das Tribos no Acampamento Israelita,"ao lado.

Do Deserto à Canaã

O livro de Números, que acompanha Israel do Sinai a Cades Barnéia, e dali às planícies de Moabe,
não relata quase nada sobre os quarenta anos de jornadas que se interpuseram entre sua primeira
partida de Cades Barnéia (14.25) e a segunda (20.22). Nem a cronologia nem o itinerário são relatados.
Os eventos que ocorreram imediatamente antes e depois dos quarenta anos são relatados: o fracasso
em sua tentativa frustrada de entrar na terra por suas próprias forças (14.45), e o pedido de permissão
para passarem por Edom (20.14). Entre estes dois eventos são registradas algumas leis, assim como
as narrativas sobre o fracasso dos líderes de Israel.

52
Localização das Tribos no Acampamento Israelita

NORTE

u
"
Dã (62.700)
Aser (41.500)
Naftali (53.400) "
Z
Total: 157.600

W
ti
W
O
Efraim (40.500)
Manassés (32.200)
Benjamim (35.400)
Total: 108.100
DOD Judá (74.600)
Issacar (54.400)
Zebulon(57.400)
Total: 186.400
r-
m
CJ)
-I
m

Rúben (46.500)
Simeão (59.300)
Gade (45.650
Total: 151.450

SUL

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Mar Mediterrâneo AMOM


Monte Nebo

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© 2002, Editora Cultura Cristã

53
o Ciclo do Bem e do Mal nas Escrituras

UM GRANDE BEM SEGUIDO DE UM GRANDE MAL

o mundo é criado (Gn 1 - 2) Adão e Eva se rebelam e caem em pecado, o que

resulta em vergonha, medo, dor e morte (Gn 3)

Noé é obediente preparando a arca para o dilúvio e Noé se embriaga e fica nu, embaraçando seus filhos,

para sua sobrevivência (Gn 6.13-22; 7.23) o que leva à maldição de Canaã (Gn 9.20-25)

Deus livra seu povo dos egípcios abrindo o mar O povo se queixa por falta de água (Êx 15.22-25)

Vermelho (Êx 14.21-31)

Deus dá os Dez Mandamentos a Moisés O povo adora o bezerro de ouro (Êx 32.1-6)

(Êx 20.1-17)

Arão e seus filhos iniciam sua liderança espiritual Os dois filhos mais velhos de Arão "profanam o fogo"

(Lv 9.1-24) diante de Deus e são mortos (Lv 10.1-3)

Davi reafirma o pacto que Deus fizera com ete (2Sm 6) Davi comete adultério com Bate-Seba e planeja a
morte de seu marido Urias (2Sm 11.1-27)

Elias triunfa sobre os profetas no Monte Carmelo Elias foge com medo da ira de Jezabel e se queixa
(1Rs 18.20-46) de que Deus não cuida dele (1 Rs 19.1-18)

Jonas, com sucesso, proclama arrependimento à Nínive Jonas expressa desapontamento com o
arrependimento de Nínive e se queixa de falta de
pagã (Jn 3)
conforto pessoal (Jn 4)

Pedro afirma que Jesus é o Messias (Mt 16.6) Pedro é censurado por Jesus pela tentativa de
subverter o propósito de Deus (Mt 16.22,23)

Jesus entra em Jerusalém aclamado pela multidão Jesus é crucificado depois que uma multidão
(Lc 19.28-40) enraivecida exige sua morte (Lc 32.13-49)
-

Barnabé faz uma oferta generosa à igreja com o Ananias e Safira tentam enganar Pedro a respeito de

produto da venda de um campo (At 4.36-37) um ato de "caridade" semelhante e são mortos por

Deus (At 5.1-11 )

54
.A..

DEUTERONOMIO

Deuteronômio consiste de uma série de mensagens de despedida pronunciadas por Moisés, o líder de
Israel, que contava 120 anos de idade. Foi endereçada à nova geração que deveria possuir a Terra da
Promessa. Como Levítico, Deuteronômio contém uma grande quantidade de detalhes legais, mas
sua ênfase é dirigida aos leigos, e não aos sacerdotes. Moisés relembra à nova geração a importância
da obediência, se é que eles estão dispostos a aprender com o triste exemplo de seus pais.
O nome do livro vem da palavra grega Deuteronomion, que significa "segunda lei", e foi
incorretamente usado na Septuaginta ao traduzir Dt 17.18 (A tradução Revista e Corrigida em português
diz corretamente "um traslado desta lei"). Deuteronômio, entretanto, não é uma segunda lei, mas
uma adaptação e expansão da lei original dada no Sinai.

Autor
A autoria mosaica de Deuteronômio tem sido vigorosamente atacada pelos críticos, alegando que

fi
Moisés é apenas o originador das tradições sobre as quais estas leis estão baseadas. O argumento
~ usado é de que estas leis foram escritas anonimamente não muito antes de 621 a.C., e usadas pelo
~ rei Josias para fazer sua reforma religiosa.
~ Entretanto, a evidência tanto interna quanto externa em favor da autoria mosaica, é forte. O próprio
~
Deuteronômio inclui cerca de quarenta alegações de que Moisés o escreveu. O livro parece
encaixar-se no tempo de Moisés, e não no de Josias, e os detalhes geográficos e históricos
indicam um conhecimento de primeira mão do período entre o Êxodo e a Conquista. Além disso,
o restante do Antigo Testamento atribui o livro de Deuteronômio, bem como o resto do Pentateuco,
a Moisés (Js 1.7; Jz 3.4; lRs 2.3; Ed 3.2; Sll03.7; M14.4). O próprio Cristo o atribui diretamente à
Moisés (Mt 19.7-9; Jo 5.45-47). Finalmente, estudos recentes têm mostrado que Deuteronômio parece
seguir a forma de tratado usada nos séculos 14 e 15 a.C., uma forma apropriada para este documento
de renovação do pacto.

Data
Como Levítico, Deuteronômio não apresenta uma progressão histórica. Passa-se inteiramente nas
planícies de Moabe, a leste de Jericó e do rio Jordão e cobre cerca de um mês. Foi escrito no final do
quadragésimo ano do período passado no deserto (c.1405 a.c.), quando a nova geração estava prestes
a entrar em Canaã.

Temas e Estrutura Literária


Em seu escopo mais amplo, Deuteronômio é o registro da renovação do pacto feito no Sinai. Este
pacto é revisto, expandido, aumentado e, finalmente, ratificado nas planícies de Moabe. Moisés
realiza esta renovação primeiramente por meio de três sermões que fazem um movimento a partir de
uma retrospectiva, passando por uma introspecção e chegando finalmente a uma visão prospectiva
dos atos de Deus no meio do povo de Israel.

55
o primeiro sermão (1.1 - 4.43) apresenta o pano de fundo do pacto, sublinhando o que Deus fez por
Israel desde a saída do Egito. O tema da provisão e proteção de Deus sobre seu povo é realçado,
assim como a punição divina que acompanha a desobediência.
O segundo discurso expõe as exigências específicas do pacto, adaptando as leis de Êxodo a uma
nova situação que será prevalecente depois que o povo entrar na Terra Prometida. Portanto, há uma
atenção especial concedida às proibições de idolatria e outras práticas pagãs, ao estabelecimento de
um santuário central e à preparação do povo para o estabelecimento de um reino.
No terceiro discurso Moisés escreve a história com antecedência. Prediz o que irá acontecer a Israel
em futuro próximo (bênçãos e maldições), e também em futuro distante (dispersão entre as nações e
o possível retomo). Moisés apresenta os termos do pacto que deverá ser ratificado pelo povo.
Finalmente, porque ele não tinha permissão para entrar na terra, Moisés aponta Josué como seu
sucessor e faz um discurso de despedida à nação. O capítulo 34 apresenta um obituário de Moisés,
talvez escrito por seu sucessor, Josué.

Deuteronômio em Relance

ÊNFASE PRIMEIRO SEGUNDO SERMÃO TERCEIRO SERMÃO


SERMÃO

TEXTO 1.1 4.44 12.1 16.18 21.1 27.1 29.1 31.1 34.12

REVISÃO TRANSiÇÃO
EXPOSiÇÃO RATIFICAÇÃO
DOS ATOS LEIS LEIS LEIS PACTO PARA UM NOVO
DIVISÃO DO
DE DEUS CERIMONIAIS CIVIS SOCIAIS DO PACTO PALESTINO MEDIADOR
DECÁLOGO
POR ISRAEL DO PACTO

OQUEDEUS O QUE DEUS ESPERA DE ISRAEL O QUE DEUS FARÁ


FEZ
TÓPICO

HISTÓRICO LEGAL PROFÉTICO

LOCAL PLANíCIE DE MOABE

OCASIÃO c. de 1 MÊS

Nelson s Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas Nelson. Inc.

Quando Ocorreram os Eventos Registrados em Deuteronômio

56
ESBOÇO DE DEUTERONÔMIO

Primeira Parte: Primeiro Sermão de Moisés:


"O que Deus Fez por Israel" (1.1 - 4.43)

I. O Preâmbulo do Pacto 1.1-5

11. Uma Recapitulação dos Atos de Deus por Israel 1.6-4.43

A. Do Monte Sinai até Cades 1.6-18


B. Em Cades 1.19-46
C. De Cades até Moabe 2.1-23
D. Conquista do Leste do Jordão 2.24-3.29
E. Transição de Liderança 3.2-29
F. Resumo do Pacto 4.1-43

Segunda Parte: Segundo Sermão de Moisés:


"O Que Deus Espera de Israel" (4.44 - 26.19)

I. Introdução à Lei de Deus 4.44-49

11. Exposição do Decálogo 5.1-11.32

A. O Pacto do Grande Rei 5.l-33


B. A Ordem de Ensinar a Lei 6.l-25
C. A Ordem de Conquistar Canaã 7.l-26
D. A Ordem de Lembrar-se do Senhor 8.1-20
E. As Ordens sobre Hipocrisia 9.1- 10.11
F.,~sOrdens sobre as Bênçãos e as Maldições , 1O.l2-11.32

. IH. A Exposição das Leis Adicionais 12.1- 26.19

A. A Exposição das Leis Cerimoniais 12.1- 16.17


B. A Exposição das Leis Civis 16.l8- 20.20
C. A Exposição das Leis Sociais 21.1- 26.l9

.' Terceira Parte: Terceiro Sermão de Moisés:


"O Que Deus Fará por Israel" (27.1 - 34.12)

I. A Ratificação do Pacto em Canaã 27.1- 28.68

A. O Altar é Erigido 27.1-8


B. Admoestação para Obedecer à Lei 27.9,10
C. Proclamação dos Malditos 27.11-26
D. Exortações do Pacto 28.l-68

11. A Instituição do Pacto Palestino 29.1- 30.20

A. O Pacto Baseia-se no Poder de Deus 29.1-9


B. Os Participantes do Pacto 29.10-15
C. Exortações do Pacto 29.l6- 30.l0
D. Ratificação do Pacto Palestino : 30.11-20

IH. Transição de um Novo Mediador do Pacto 31.1- 34.12

A. Moisés Exorta Josué e Israel 3l.1-13


B. Deus Exorta Israel 31.14-21
C. Livro da Lei é Colocado junto à Arca 31.22-30
D. Cântico de Moisés 32.1-47
E. Morte de Moisés 32.48 - 34.l2
57
Pena de Morte

Entre as maldições do pacto por desobediência, a Lei de Moisés prevê a pena de morte para várias
ofensas sérias. Estas ofensas são violações particularmente grosseiras do pacto de Deus com seu
povo. Embora estas penalidades possam parecer severas para homens e mulheres modernos, elas
servem para sublinhar o alto padrão de conduta ao qual o povo de Deus é intimado. Israel havia
recebido muitas e ricas bênçãos de Deus, e" àquele a quem muito foi dado, muito lhe será exigido."
(Lc 12.48).

Crimes que Exi~iam Pena de Morte

CRIMES REFERÊNCIAS SíSLlCAS

1. Assassinato Premeditado

Pena de Morte Obrigatória Êxodo 21.12-14,22,23

2. Rapto Êxodo 21.16; Deuteronômio 24.7

3. Ferir ou Maldizer os Pais Êxodo 21.15; Levítico 20.9;

Provérbios 20.20; Mateus 15.4; Marcos'7.10

4. Magia ou Adivinhação Êxodo 22.18

5. Bestialidade Êxodo 22.19; Levítico 20.15,16

6. Sacrifícios a Deuses Falsos Êxodo 22.20

7. Profanação do Sábado Êxodo 35.2; Números 15.32-36


I~

8. Oferta de Sacrifício Humano Levítico 20.20

9. Adultério Levítico 20.10-21; Deuteronômio 22.22

10. Incesto Levítico 20.11,12,14

11. Homossexualidade Levítico 20.13


.-
12. Blasfêmia Levítico 24.11 -14,16,23

13. Falsa Profecia Deuteronômio 13.1-10

14. Rebeldia Incorrigível Deuteronômio 17.12; 21.18-20

15. Fornicação Deuteronômio 22.20,21

16. Estupro de Virgem Noiva Deuteronômio 22.23-27

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58
Montanhas da Bíblia

Ao longo de toda a Escritura, as montanhas são o local onde Deus se encontra com seu povo. Deus
entregou as Leis a Moisés no topo do monte Sinai e Moisés ordenou que um altar fosse erigido no
topo do Monte Ebal, quando os israelitas entrassem na Terra Prometida. Embora Deus não permitisse
a Moisés entrar na tão esperada terra, permitiu-lhe avistá-Ia do monte Nebo. Deus mesmo enterrou
Moisés na montanha. A seguir, temos várias montanhas importantes das Escrituras:

Monte Ararate: Ararate (hoje na Turquia), onde a arca de Noé pousou (Gn 8.4).
Monte Carmelo: Carmelo, onde Elias foi vitorioso sobre os profetas de Baal (lRs 18.9-42).
Monte Ebal: Ebal (ao lado oposto do monte Gerizim), onde Moisés ordenou que se
erigisse um altar depois que os hebreus entrassem na Terra Prometida.
Monte Gerizim: Gerizim, onde Jesus conversou com a mulher samaritana junto ao poço
(104.20).
Monte Gilboa: Gilboa, onde o rei Saul e seus filhos foram mortos em batalha contra os
filisteus (1Cr 10.1,8).
Monte Hermom: Hermom, uma cadeia de montanhas que marcava a fronteira norte da
conquista de Canaã (Js 1l.13, 17).
Monte Líbano: Líbano, local de onde veio o cedro para a construção do templo em Jerusalém
(lRs 5.14,18).
Monte das Oliveiras: Oliveiras, ou Monte das Oliveiras, onde Jesus pregou o sermão sobre sua
segunda vinda (Mt 24.3).
Monte Pisga: Pisga ou Nebo, de onde Moisés avistou a Terra Prometida.
Monte Sinai: Monte Sinai ou Horebe (perto do Egito), onde as Leis foram entregues a
Moisés (Êx 19.2-25).

Hlnos e Cânticos

O cântico mais antigo registrado na Bíblia é conhecido como Cântico de Moisés (veja Êx 5). Este
hino foi cantado pelo povo para celebrar a milagrosa libertação de Deus, livrando os hebreus do
exército egípcio no Mar Vermelho (Êx 14.3-30), e Moisés o cantou novamente pouco antes de sua
morte. Entre outros hinos e cânticos significativos do Antigo Testamento encontramos os seguintes:

Personalidade Propósito Referência


Bíblica

Israelitas Cantado pelo povo enquanto cavava poços no deserto Nm 21.14-18

Moisés Hino de louvor a Deus cantado pouco antes de sua morte Dt 32.1-44

Débora e Baraque Cântico de vitória depois que Israel derrotou os cananitas Jz5.1-31

Mulheres Israelitas Cântico para celebrar a vitória de Davi sobre Golias 1Sm 18.6,7

Levitas Cantores Hino de louvor na dedicação do Templo 2Cr5.12-14

Levitas Cantores Cântico de Louvor - Marcha apresentada quando o 2Cr20.20-23


exército de Israel se preparava para a batalha

Levitas Cantores Hino cantado na cerimônia de restauração do templo 2Cr29.25-30


no reinado de Ezequias

59
LIVROS HISTÓRICOS

Os livros dos Antigo Testamento, compreendidos entre Josué e Ester, são conhecidos como
Livros Históricos. Cobrem cerca de setecentos anos de história do povo escolhido de Deus, a
nação de Israel.
Principais eventos registrados por estes livros incluem: (1) o estabelecimento do povo na terra
prometida depois de sua saída do Egito e dos anos de peregrinação no deserto; (2) transição do
sistema de governo dos juízes para os reis; (3) unção de Davi como rei do reino unido; (4)
divisão da nação em duas facções, norte e sul; (5) destruição do reino do norte e (6) cativeiro e
retorno do reino do sul.
Aqui estão breves resumos dos temas apresentados nos doze livros que compõem esta importante
seção do Antigo Testamento:

Josué: Conquista e estabelecimento na Terra Prometida.

Juizes: A nação de Israel é libertada por uma série de juízes ou líderes militares. Três dos mais
conhecidos libertadores são Débora, Gideão e Sansão.

Rufe: Uma linda história sobre o amor e cuidado de Deus.

1 e 2 Samuel: História antiga de Israel, incluindo os reinados de Saul e Davi.

1 e 2 Reis: História política de Israel enfatizando o reinado de alguns reis, desde o tempo de Salomão
até o cativeiro dos judeus pelos babilônios.

1 e 2 Crônicas: História religiosa de Israel abrangendo o período que vai de 2 Samuel até 2 Reis.

Esdras: Retorno do povo judeu do cativeiro da Babilônia para Jerusalém.

Neemias: Reconstrução dos muros de Jerusalém depois do retorno dos exilados da Babilônia.

Ester: O cuidado de Deus por seu povo sob um governo gentio.

Quando Ocorreram os Eventos dos Livros Históricos

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60
JOSUÉ

Josué, o primeiro dos doze livros históricos (Josué - Ester) estabelece um vínculo entre o Pentateuco
e o restante da história de Israel. Por intermédio de três principais campanhas militares, o povo de
Israel aprende uma lição crucial sob a competente liderança de Josué: a vitória é conquistada em
razão da confiança em Deus e da obediência à sua palavra, e não como conseqüência da superioridade
militar ou numérica.

o tema é enfatizado pelo próprio nome do livro. O nome Josué, que significa "Javé é Salvação",
simboliza o fato de que, embora ele seja o líder de Israel durante a conquista, O Senhor é o
Conquistador.

Autor

A tradição judaica atribui a autoria deste livro ao próprio Josué, e existe pouca dúvida de que partes
.~ " do livro devam, realmente, ser atribuídas a ele (24.26). Entretanto, algumas narrativas foram
~ adicionadas mais tarde, como a tomada de Quiriate-Sefer por Otoniel (15.13-19), a migração de Dã
~
~ para o norte (19.47), e a narrativa da morte e enterro de Josué (24.29-33).
~

Além disso, a frase repetida "até o dia de hoje" (5.9; 13.13; 15.63) indicam que a narrativa foi escrita
I em ocasião posterior aos eventos. Portanto, a composição final do livro foi completada depois da
morte de Josué, talvez no periodo do primeiro reinado de Saul.

Data

Embora a data precisa da composição do livro seja incerta, os eventos narrados tiveram lugar entre o
começo da Conquista (1405 a.C.) e a morte de Josué (c. 1390 a.C.). Se aceitarmos a data tardia para
o Êxodo(veja Êxodo), o começo da Conquista seria datada em c. 1250 - 1200 a.c.

Temas e Estrutura Literária

O livro de Josué divide-se claramente em duas seções principais: capítulos 1 - 12 registram a


Conquista; capítulos 13 - 24 relatam a distribuição do território entre as tribos e sua dispersão pela
Terra Prometida.

61
josué em Relance

ÊNFASE CONQUISTA DE CANAÃ ASSENTAMENTO EM CANAÃ

TEXTO 1.1 6.1 13.8 14.1 20.1 22.1 24.33

PREPARAÇÃO CONQUISTA ASSENTAMENTO ASSENTAMENTO ASSENTAMENTO CONDiÇÕES PARA UM


DIVISÃO DE ISRAEL DE CANAÃ A LESTE DO A OESTE DO DA COMUNIDADE ASSENTAMENTO
JORDÃO JORDÃO RELIGIOSA CONTíNUO

ENTRADA EM CONQUISTA
DIVISÃO DE CANAÃ
CANAÃ DE CANAÃ

TÓPICO
PREPARAÇÃO SUJEiÇÃO POSSE

LOCAL RIO JORDÃO CANAÃ DUAS TRIBOS E MEIA A LESTE DO JORDÃO


NOVE TRIBOS E MEIA A OESTE DO JORDÃO

OCASIÃO c. de 1 MÊS c. de 7 ANOS c. de 8 ANOS

Nelson s Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas Nelson, Inc.

Quando Ocorreram os Eventos de Josué

o tema da conquista e ocupação está presente em todo o livro de Josué. O assentamento registrado
nos cinco primeiros capítulos começa a leste do Jordão, quando Josué substitui Moisés, Israel cruza
o Jordão em terra seca e se prepara para a guerra. Agindo como um general sábio, Josué utiliza a
estratégia de dividir e conquistar. Sua campanha começa no centro de Canaã (caps. 6 - 8), evitando
assim uma aliança maciça dos cananeus contra Israel. Dali Josué caminha para o sul e caps. 9 - 10),
e finalmente para o norte de Canaã e caps. 11-12).
Embora não haja nenhuma profecia messiânica direta no livro, Josué é, claramente, um modelo de
Cristo. Seu nome Yeshua ("Javé é Salvação), é o equivalente hebraico do nome "Jesus". Em seu
papel de liderar triunfantemente o povo à posse de suas heranças, ele prefigura aquele que
"conduzirá muitos filhos à glória" (Hb 2.10).
O cordão escarlate que garantiu a segurança de Raabe e sua família (Js 2.17-21), retrata a segurança
através do sangue de Jesus (Hb 9.19-22). Surpreendentemente, esta mulher gentia faz parte da
genealogia de Jesus Cristo (Mt 1.5).

62
ESBOÇO DE JOSlJÉ

Primeira Parte:
Conquista de Canaã (1.1 - 13.7)

I. Israel é Preparado para a Conquista 1.1 - 5.15

A. Josué Substitui Moisés 1.1-18


B. Josué Prepara Israel Militarmente 2.1-5.1
C. Josué Prepara Israel Espiritualmente 5.2-12
D. O Comandante do Senhor Aparece 5.13 -15

11. A Conquista da Terra de Canaã 6.1-13.7

A. Conquista do Centro de Canaã 6.1- 8.35


B. Conquista do Sul de Canaã 9.1-10.43
C. Conquista do Norte de Canaã 11.1-15
D. Resumo da Conquista de Canaã 11.16- 12.24
E. Partes não Conquistadas 13.1-7

Segunda Parte:
O Assentamento em Canaã (13.8 - 24.33)

I, Assentamento a Leste do Jordão 13.8-33

A. Fronteiras Geográficas 13.8-13


B. Fronteiras Tribais 13.14-33

11. Assentamento a Oeste do Jordão 14.1-19.51

A. Primeiro Assentamento Feito em Gilgal 14.1-17.18


B. Segundo Assentamento Feito em Siló 18.1-19.51

111. Assentamento da Comunidade Religiosa 20.1- 21.42

A. Seis Cidades de Refúgio 20.1-9


B. Escolha das Cidades dos Levitas 21.1-42
C. Término do Assentamento de Israel 21.43-45

IV. Condições para um Assentamento Contínuo 22.1- 24.33

A. O Altar do Testemunho 22.1-34


B. Bênção de Deus Vem Somente pela Obediência 23.1 - 24.28
C. Morte de Josué e Eleazar 24.29-33

63
r--

Vitórias de josué

Sob a liderança de Josué o povo de Israel entrou em Canaã ao redor do ano 1405 a.c. para expulsar
os cananeus e tomar posse da Terra Prometida. Um estudo cuidadoso das campanhas militares relatadas
mostra que ele tinha uma estratégia de conquista cuidadosamente planejada. Josué estabeleceu os
israelitas primeiro na parte central de Canaã, e então conduziu as campanhas ao sul e ao norte da terra
para completar a conquista. Embora estas campanhas sejam relatadas brevemente em Josué 1.11, elas
provavelmente cobriram um período de cerca da sete anos, de 1405 a 1398 a.c. Por ocasião da morte
de Josué (24.29), os israelitas haviam expulsado a maioria dos cananeus da Palestina e já haviam
dividido a terra entre as doze tribos de Israel. Veja o mapa "A Conquista de Canaã", abaixo.

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Maquedá? /
Azecaf\. Bete-Horom
Campanha
de cima do Sul
Laquis
Eglom? ..-::::-.
Libna?
"7
Hebrom
N
Debir?

Campanha
Campanha
Campanha
do Norte
no Centro
no Sul
t
? Localização incerta
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64
Assentamento das Tribos

Depois da conquista da Terra Prometida sob a liderança de Josué, a terra, anteriormente ocupada
pelos cananeus, foi entregue aos descendentes dos filhos de Jacó (13-21). Num sentido restrito,
a terra estendia-se desde o Rio Jordão a leste até o Grande Mar (Mediterrâneo) a oeste. Rúben,
Gade e Manassés habitaram a terra a leste do Jordão. De norte a sul ela compreendia o território
entre a península do Sinai e a Fenícia, a antiga nação marítima. A terra foi dividida entre os
descendentes de todos os filhos de Jacó, com exceção de Levi (13.33). A porção de Levi foi para
os dois filhos de José - Manassés e Efraim (14.3,4). Os levitas foram separados para o serviço do
sacerdócio; sua porção deveria ser o próprio Deus (Nm 18.20). Entretanto, Deus providenciou 48
cidades espalhadas por toda Palestina para serem usadas pelos levitas (Js 21.1-42). Um mapa
mostra a localização aproximada dos assentamentos tribais, baseados nos limites mencionados nos
livros de Josué. Veja mapa "Assentamento das Tribos" à página 66.

Cidades de Refúeio

No período do Antigo Testamento, seis cidades de refúgio foram designadas no território de Israel
para fornecer abrigo àqueles que haviam matado outras pessoas por acidente. Tal proteção era
necessária por causa do "vingador de sangue", o parente que considerava como seu dever matar o
assassino. A qualificação para o refúgio era determinada por um juiz. Por uma questão de
conveniência, cada lado do rio Jordão contava com três cidades de refúgio. Veja o mapa "Cidades
de Refúgio", à página 67.

As Exortações de josué a Israel

Os discursos de despedida de Josué, nos capítulos 23 e 24, representam um final adequado para o livro de
Josué. Uma comparação entre os capítulos 23 e 24 sugere que o capítulo 23 foi endereçado especificamente
aos líderes de Israel (23.2), enquanto o capítulo 24 foi endereçado a toda assembléia (24.1).
No capítulo 23 Josué narra os atos poderosos de Deus em favor de Israel e exorta seus líderes a
permanecerem fiéis no futuro. O capítulo 24 é uma renovação da cerimônia do pacto na qual Israel
se compromete a servir ao Senhor e a rejeitar o culto a todos os deuses falsos. A formulação do
pacto neste caso, assim como em Deuteronômio, tem sido reconhecida como sendo derivada de
uma fórmula de tratado comum na Antiguidade. Esta fórmula contém um preâmbulo ("Assim diz o
SENHOR Deus de Israel"); um prólogo histórico (vs. 2-13); condições e exigências do pacto (vs.
14,15); exortações contra a desobediência ao pacto (vs. 19,20); testemunho (vs. 22); e uma
consolidação do documento do pacto (vs. 26).

Identidade das Tribos

As doze tribos de Israel eram as seguintes: 1 - Rúben; 2 - Simeão; 3 - Levi; 4 - Judá ; 5 -Dã; 6
-Naftali; 7 - Gade; 8 - Aser; 9 - Issacar; 10 - Zebulom; 11- José (Efraim e Manassés); 12-
Benjamim.
Alguns descendentes famosos destas tribos foram: Levi - Arão, Moisés, Eli, Esdras, João Batista;
Judá - Calebe, Davi, Salomão, Isaías (?), Jesus Cristo; Dã - Sansão; Naftali - Baraque, Elias(?);
Aser -Ana; José (Efraim e Manassés) - Josué, Gideão, Samuel; Benjamim - Saul, Ester, Saulo
de Tarso (Paulo).

65
Assentamento das Tribos

I
Monte1:l.
Hermom

Hazor e
-J ( MANASSÉS
NAFTALI ORIENTAL
Mar
Mediterrâneo
\

Mar de
ZEBULOM Quinerete

Monte~bor
\
Megido e ISSACAR

MANASSÉS
1:l. Monte Epal
e Siquém
Monte Gerizim 1:l. Rio Jaboque

GADE

EFRAIM
e Sitim

DÃ BENJAMIM
e
Jerusalém 1:l. Monte Nebo

. Hebrom e RÚBEN
JUDÁ

N
e MOABE

t
Berseba

SIMEÃO
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66
Cidades de Refú~io

1- Também conhecida como Quedes Naftali, esta cidade estava


localizada na Galiléia, nas montanhas de Naftali (Js 20.7).

Mar 2- Localizada na área


conhecida como Basã,
Mediterrâneo Golã ficava a cerca
de 27 quilômetros
a leste do Mar da Galiléia.
Atualmente esta área é
muitas vezes chamada de
Montanhas de Golã (DI 4.43).

3- Também conhecida como


Ramote Gileade,
Mar de /
• Golã
era uma importante cidade murada Quinerete
no território de Gade.
Estava localizada a cerca de
40 quilômetros a leste do Rio Jordão,
perto da fronteira da Síria (Dt 4.43).
• Ramote

Rio Jaboque

6- Localizada nas montanhas de Efraim,


esta é a cidade onde o Senhor apareceu a Abraão
e lhe fez a promessa
"Aos teus descendentes darei esta terra." (Gn12.6,7).
• Bezer
Jerusalém. /
4- Localizada no planalto
desértico de Moabe,
Bezer era uma cidade murada
dentro do território de Rúben
Hebrom e (DI 4.43).
Mar
Morto

t
5- A cidade que ficava mais ao sul,
Hebrom estava a 32 quilômetros ao sul de Jerusalém.
Era conhecida também como Quiriate-Arba (Js 20.7).

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67
JUíZES
o Livro de Juízes representa um contraste marcante com Josué. Sob Josué um povo obediente
conquistou a terra por sua confiança no poder de Deus. Em Juízes, entretanto, um povo desobediente
e idólatra é repetidamente oprimido por seus inimigos.
O título hebraico do livro é Shophetim, que significa "juizes". A palavra não apenas comunica a idéia
de manter a justiça e resolver disputas, mas também o sentido de "liberar" e "libertar". Primeiro os
juízes libertavam o povo, depois governavam e administravam a justiça.

Autor
Juízes é anônimo. Mas Samuel ou um de seus discípulos da escola de profetas pode tê-lo escrito. A
~ ~ tradição judaica do Talmude atribui Ju~zes a Samuel, e ele foi, sem dúvida, o elo essencial entre o
~~ período dos juízes e o período dos reis. E possível que Samuel, ou um de seus contemporâneos, tenha
~ ~ compilado o livro de fontes orais e escritas.

Data
A data aproximada da composição pode ser fixada tomando-se como base várias afirmações do
próprio livro. As passagens 18.31 e 20.27 mostram que Juízes foi escrito depois que a arca do concerto
foi removida de Siló (cf. 1Sm 4.3-11). A frase repetida "naqueles dias não havia reis em Israel"
(17.6; 18.1; 19.1; 21.25) indica que Juízes foi escrito depois do início da monarquia. O fato de que os
jebuseus habitavam em Jerusalém "até o dia de hoje" (l.21), significa que o livro foi escrito antes de
1004 a.C., quando Davi assumiu o controle da cidade (2Sm 5.5-9)
Os eventos apresentados em Juízes vão desde 1380 a.C. até 1045 a.c. Evidentemente, o governo de
alguns juízes sobrepõe-se, porque nem todos governaram a terra inteira. Juízes relata ciclos de apostasia,
opressão e libertação na região sul (3.7-31), na região central (6.1 - 10.5), na região leste (10.6-
12.15) e na região oeste (13.1 - 16.31).

Temas e Estrutura Literária


O livro de Juízes é organizado principalmente de acordo com uma linha temática e não cronológica.
O livro inicia com o relato da deterioração de Israel, continua com sete ciclos de opressão e livramento
e concluindo com dois exemplos vívidos da depravação de Israel.
O tema da deterioração é enfatizado à medida que osjuízes iniciam campanhas militares de êxito efêmero,
logo após a morte de Josué, mas rapidamente se transformam em repetitivos fracassos do povo em expulsar
os inimigos. A principal razão do fracasso era sua falta de fé e de obediência a Deus (2.1-3).
Os constantes livramentos de Deus são identificados na seção intermediária do livro (3.5 - 16.31) que
apresenta sete ciclos de apostasia, opressão, clamor por livramento, salvação e descanso. Israel vacilava
entre obediência e apostasia, enquanto o povo teimosamente deixava de aprender com seus erros.
Entretanto, os períodos de descanso e paz são maiores que os períodos de escravidão, e a monotonia dos
pecados de Israel podem ser contrastados com a criatividade dos métodos usados por Deus para livrá-Ias.
Veja tabela "O Período dos Juízes", à página 71.
A depravação característica do tempo dos juízes é ilustrada nos capítulos 17 - 21, com exemplos
vívidos de idolatria e imoralidade pessoal e tribal.
No seu todo, o livro ilustra os tristes resultados da desobediência de Israel, como o resumo apresentado
em 21.25: "Naqueles dias, não havia rei em Israel; cada um fazia o que achava mais reto."
68
juizes em Relance

ÊNFASE DETERIORAÇÃO LIVRAMENTO DEPRAVAÇÃO

TEXTO 1.1 2.1 3.5 4.1 6.1 10.6 12.8 13.1 17.1 19.1 20.1 21.25

Israel não Campanha Campanha


Julgamento Campanha Campanha Campanha Campanha Pecado de Pecado de Pecado de
DIVISÃO completa a ao norte ao norte
de Deus ao sul central a leste a oeste idolatria imoralidade guerra civil
conquista (primeira) (Segunda)

CAUSAS DOS CONDiÇÕES DURANTE


MALDiÇÃO DOS CICLOS
CICLOS OS CICLOS
TÓPICO
VIVENDO COM OS GUERRA COM OS CANANEUS VIVENDO COMO OS CANANEUS
CANANEUS

LOCAL CANAÃ

OCASIÃO C. 350 ANOS

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Quando Ocorreram os Eventos de Juízes

ESBOÇO DE JUíZES

Primeira Parte:
Deterioração de Israel e Fracasso em Completar a Conquista de Canaã (1.1 - 3.4)

I. Fracasso de Israel em Completar a Conquista 1.1-36


A. Fracasso de Judá 1.1-20
B. Fracasso de Benjamim l.21
C. Fracasso das Tribos de José l.22-29
D. Fracasso de Zebulom l.30
E. Fracasso de Aser : 1.31,32
F. Fracasso de aftali 1.33
G. Fracasso de Dã ' 1.34-38

11. O Julgamento de Deus por não Terem Completado a Conquista 2.1-3.4


A. Um Anjo Anuncia o Julgamento 2.1-5
B. Morre a Geração Piedosa 2.6-10
C. Narração do Julgamento de Deus 2.11-19
D. O Inimigo é Deixado como um Teste 2.20-3.4

69
Segunda Parte:
O Livramento de Israel Durante os Sete Ciclos (3.5 - 16.31)

I Campanha ao Sul 3.5-31

A. Juiz Otoniel 3:5-11


B. Juiz Eúde 3:12-30
C. Juiz Sangar 3:31

11. Campanha ao Norte: Os Juízes Débora e Baraque .4.1-5.31


A. Débora e Baraque São Chamados .4.1-11
B. Os Cananeus São Derrotados 4.12-24
C. Cântico de Débora e Baraque 5.1-31

111. Campanha Central 6.1-10.5


A. Juiz Gideão 6.1- 8.32
B. Juiz Abimeleque 8.33- 9.57
C. Juiz Tola 10.1,2
D. Juiz Jair 10.3-5

Iv. Campanha a Leste o Juiz Jefté , 10.6-12.7


A. Pecados de Israel 10.6-18
B. Salvação: Jefté 11.1-12.6

V. Segunda Campanha ao Norte 12.8-15


A. Juiz Ibsã :: 12.8-10
B. Juiz Elom 12.11,12
C. Juiz Abdom 12.13-15

VI. Campanha a Oeste: Juiz Sansão 13.1-16.31


A. Nascimento Miraculoso de Sansão 13.1-25
B. Casamento Pecaminoso de Sansão 14.1-20
C. Sansão como Juiz 15.1-20
D. Fracasso de Sansão 16.1-31

Terceira Parte:
Depravação de Israel Pecando como os Cananeus (17.1- 21.25)

I. O Fracasso de Israel ante a Idolatria 17.1-18.31


A. Exemplo de Idolatria Pessoal 17.1-13
B. Exemplo de Idolatria Tribal 18.1-31

11. O Fracasso de Israel pela Imoralidade 19.1-30


A. Exemplo de Imoralidade Pessoal 19.1-10
B. Exemplo de Imoralidade Tribal 19.11-30

lU. O fracasso de Israel por meio da Guerra entre as Tribos 20.1 - 21.25
A. Guerra entre Israel e Dã 20.1-48
B. Fracasso de Israel depois da Guerra 21.1-25

70
juizes de Israel

Após a morte de Josué, durante 300 anos, a nação de Israel foi governada por juízes ou heróicos
libertadores militares, até que a monarquia unida foi estabelecida com o reinado de Saul. A era dos
juízes foi um período de instabilidade e depravação moral, um período triste, "quando cada um fazia
o que julgava mais reto" (17.6). Os juízes tentavam arregimentar o povo contra os inimigos, porém
muitos deles eram moralmente fracos e o povo freqüentemente se voltava para a idolatria. Juntamente
com juízes bem conhecidos, houve vários juízes menores, cujas batalhas não foram registradas na
Bíblia: Abimeleque, Tola, Jair, Ibsa, Elom e Abdom.
Veja mapa "Juizes de Israel", à página 73.

Gideão

Em sua campanha contra Midiã, o pequeno exército de Gideão, com apenas trezentos homens,
surpreendeu os midianitas acampados no vale de Jezreel. Depois do ataque noturno inicial, os confusos
midianitas fugiram e Gideão e seus homens perseguiram os reis midianitas Zeba e Salmuna até
Carcor, a leste do rio Jordão, onde foram capturados (8.10-21)
Sendo o quinto Juiz citado no livro (6.11 - 8.35), o exemplo de Gideão é típico. Chamado pelo anjo do
Senhor para livrar Israel da opressão dos midianitas, Gideão agiu no sentido de eliminar as práticas
idólatras, e sua vitória miraculosa sobre os exércitos midianitas foi uma vívida ilustração para Israel do
poder de Deus para salvar o seu povo. Entretanto, após sua grande vitória, o próprio Gideão tomou-se
um engodo e causa de idolatria para sua família e Israel ao fazer uma estola sacerdotal (8.22-28).

o Período dos juizes

Eventos e Juízes Anos

Israel serve Cusã-Risataim (3.7,8) 8


Paz depois do livramento por Otoniel (3.7-11) 40

.' Israel serve Moabe (3.12) 18


Paz, depois do livramento por Eúde (3.12-20) 80
Sangar livra Israel dos filisteus (3.31) 1
Israel serve Canaã (4.1-3) 20
Paz, depois do livramento por Débora e Baraque (4.1 - 5.31) 40
Israel serve Midiã (6.1-6) 7
Paz depois do livramento por Gideão (6.1 - 8.35) 40
Abimeleque, rei de Israel (9.1-57) 3
Carreira de Tola (10.1 ,2) 23
Carreira de Jair (10.3-5) 22
Israel serve a Amam e a Filístia (10.6-10) 18
Carreira de Jefté (11.1 -12.7) 6
Carreira de Ibsã (12.8-10) 7
Carreira de Elom (12.11,12) 10
Carreira de Abdom (12.13-15) 8
Israel serve a Filistia (13.1) 40
Carreira de Sansão (13.1 -16.31) 20

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71
As Batalhas de Gideào

(?) Localização exata


questíonável

Mar
Mediterrâneo
Quedes.

Mar de
Quínerefe
En Dor

Megido. Outeiro~0·\
de Maré .6-
• • Ofra (?)
• Golã

Harode 1I
• Bete Seã • Ramote

Sucote • Penuel

Rio Jaboque

_\gbeá
Betel.
_ Rabá

Em direção
a Carcor
Mar
Morto

t
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72
Juizes de Israel

Mar 1- Otoniel, o primeiro juiz,


Mediterrâneo derrotou os cananeus em Debir (Jz 1.11-13).
Também libertou Israel de Cusa-Risataim,
rei da Mesopotâmia (Jz 3.7-11),
em batalha separada,
cuja localização é desconhecida.

4- Débora, juíza, também chamada de profetisa,


e Baraque, seu comandante militar,
derrotaram os teimosos cananitas
liderados por Jabim e Sísera,
numa batalha violenta
junto ao ribeiro de Quisom (Jz 4.1-24).

6- Jefté, filho de uma prostituta,


livrou Israel dos amonitas (Jz 11.12-27).

5- Gideão, um "homem poderoso e de valor',


liderou 300 guerreiros selecionados e AMOM
derrotaram as forças midianitas (Jz 6-8).

RíoJaboque

3- Sangar, 2- Eúde, bisneto de Benjamim,


juiz de importância menor,
livrou Israel da opressão de Eglom,
que matou 600 homens
rei de Moabe (Jz 3.12-30).
com uma aguilhada de bois,
libertou Israel dos filisteus
(Jz 3.31; 5.6).
Jerusalém.

Mar
Morto MOABE
7- Sansão, homem de grande força física,
mas moralmente fraco,
julgou Israel durante 20 anos.
Capturado pelos filisteus e escravizado em Gaza, N
Sansão clamou a Deus e

t
prevaleceu sobre o inimigo
quando destruiu o templo pagão daquela cidade.
Sansão morreu juntamente com muitos dos filisteus
quando o templo desabou (Jz 13 - 16).

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73
4i

~ Quadro Geral dos juizes ( 1375 1050 a.C.)


Juiz e Tribo Referências Eventos Principais Opressores Período de Período de
Bíblicas Opressão Paz

Otoniel (Judá). Jz 1.11-15; 1. Otoniel era sobrinho de Calebe (3.11), e tornou-se seu genro depois de capturar Cusã-Risataim, 8 anos (3.8) 40 anos (3.11)
Filho de Ouenaz, 3.1-11; Ouiriate-Sefer (1.12,13). rei da Mesopotâmia (3.10).
irmão mais novo de Calebe Js 15.16-19; 2. Derrotou Cusã-risataim, rei da Mesopotâmia
1Cr4.13

Eúde (Benjamim) Jz 3.12 - 4.1 1. Eúde, o benjamita canhoto, matou pessoalmente Eglom, o gordo (3.29) do rei de Eglom, 18 anos 80 anos
Filho de Gera Moabe (3.21,22) rei de Moabe (3.12)
2. Liderou a matança de 10.000 moabitas Amonitas (3.13)
Amalequitas (3.13)

Sangar Jz 3.31; 5.6 1. Matou 600 filisteus com uma aguilhada de bois (3.31). Filisteus (3.31) Não mencionado Não mencionado
(talvez estrangeiro)
Filho de Anate

Débora (Efraim) Jz 4.1 - 5.31; 1. Débora, profetisa e juiza era esposa de Lapidote (4.4; 5.7). Jabim, 20 Anos (4.3) 40 Anos (5.31)
Baraque (Naftali) Hb 11.32 2. Débora e Baraque derrotaram Sisera (com seus 900 carros de ferro). na batalha de rei de Canaã (4.2);
Filho de Abinoam Ouisom (4.13-16). Sísera era o comandante
3. Sísera foi morto por Jael, esposa de Heber, que estava na tenda (4.21). de seu exército (4.2)
4. O Cântico de Débora (cap. 5) conta a história da vitória de Débora e Baraque
sobre Sisera.
5. Baraque é mencionado entre os heróis da fé em Hebreus 11.32.

Gideão (Manassés) Jz 6.1 - 8.32; 1. O anjo do Senhor apareceu a Gideão em Ofra, enquanto ele estava malhando trigo no Midianitas (6.1,3,33; 7.12) 7 Anos (6.1) 40 Anos (8.28)
Filho de Joás, Hb 11.32) lagar.(6.11-18).
o abiezrita. 2. A oferta de Gideão foi consumida pelo fogo (6.19-24). Amalequitas (6.3,33; 7.12)
Também chamado 3. Durante a noite, Gideão destruiu o altar de Baal (6.25-27).
Jerubaal (6.32; 7.1) 4. Por duas vezes Gideão colocou um pedaço de lã ao relento para obter um sinal (6.36-40). Povo do Leste (6.3,33; 7.12)
e Jerubesete (2Sm 11.21). 5. Gideão reduziu seu exército de 32.000, para 10.000 e, finalmente, para 300 homens

t (7.2-8); depois marchou ao redor dos midianitas com trombetas, cântaros vazios e
tochas (7.16-22).
6. Orebe e Zeebe foram mortos pelos efraimitas (7.24 - 8.3).
7. Gideão vingou-se dos homens de Sucote e Penuel por não haverem dado pão a seus
homens (8.5-9; 14.17).
8. Gideão matou Zeba e Salmuna (reis midianitas) em vingança pela morte de seus
irmãos em Tabor (8.8-12) .•
9. Gideão fez uma estola de ouro que levou o povo à idolatria (8.24-27).

Abimeleque (Manassés) Jz 8.33 - 9.57; 1. Abimeleque matou todos os seus meio-irmãos (70), menos Jotão, o mais novo (9.5). Guerra civil Não mencionado Abimeleque julgou
Filho de Gideão 2 Sm 11.21 2. Abimeleque venceu Gaal, que havia conspirado contra ele (9.26-41). Israel durante 3 anos
com uma concubina 3. Abimeleque capturou e assolou a cidade de Siquém (9.42-49). (9.22).
4. Em Tebas, Abimeleque foi atingido na cabeça por uma pedra de moinho atirada por
uma mulher; pediu então ao seu escudeiro que o matasse com uma espada (9.50-54).
Tola (Issacar) Jz 10.1,2 1. Tola era, provavelmente, membro de urna das famílias mais importantes de Issacar Julgou Israel durante
Filho de Puá (cfe. Gn 46.13; Nm 26.23). 23 anos (10.2)

Jair (Gileade-Manassés) Jz 10.3-5 1. Jair era, provavelmente, descendente do Jair que se distinguiu durante os dias de 18 anos (10.8) Julgou Israel durante
Moisés e Josué (Nm 32.41; Dt 3.14; Jz 13.30; 1Rs 4.13; 1Cr 2.21). 22 anos (10.3)
2. Jair tinha 30 filhos que foram juízes itinerantes (10.4)
r

Jeflé (Gileade-Manassés) Jz 10.6-27; 1. Jefté era filho de Gileade com uma prostituta (11.1) por esta razão foi expulso por Filisteus (10.7) Julgou Israel durante
Filho de Gileade Hb 11.32 seus irados meio-irmãos e fugiu para a terra de Tobe (11.2, 3). Amonitas (10.7) 6 anos (12.7)
com uma prostituta (11.1) 2. Os anciãos o trouxeram de volta e o proclamaram seu chefe em Mispa (11.4-11). Guerra civil contra
3. Jefté mandou uma mensagem ao rei de Amom dizendo que Gileade era possessão os efraimitas (12.14)
dos israelitas havia já 300 anos - tempo longo demais para que os amonitas
reclamassem qualquer direito (11.26).
4. Subjugou os amonitas e conquistou cerca de 20 cidades (11.32,33).
5. Jefté dedicou sua filha ao serviço do Senhor para o resto de sua vida, em cumprimento
a um voto tolo que fizera (11.31-40).
6. Derrotou os efraimitas que se ofenderam por não terem sido chamados para lutar
contra os amonitas. (12.1-6).

Ibsã (Judá ou Zebulom) Jz 12.8-10 1. Ibsã tinha 30 filhos e 30 filhas, para as quais arranjou casamento, o que indica sua alta Julgou Israel por
(Belém-Zebulom; cI. Js 9.15) posição social e riqueza (12.9) 7 anos (12.9)
2. A tradição judaica identifica Ibsã com Boaz, de Belém em Judá

Elom (Zebu 10m) Jz 12.11,12 1. A única informação que temos sobre Elom é que foi sepultado em Aijalom, em Zebulom, Julgou Israel por
diferenciando-a da outra Aijalom mais conhecida no território de Dã (12.12). 10 anos (12.11)

Abdom (Efraim,12:15) Jz 12.13-15 1. A riqueza e importância de Abdom é demonstrada pelo fato de ele ter 40 filhos e 30 Julgou Israel durante
Filho de Hilel netos, e todos cavalgavam jumentos (12.14). 8 anos (12.14)
2. Abdom era natural de Piratom, onde também foi sepultado (12.13,15).

Sansão (Dã, Jz 13.2) Jz 13.1 -16.31; 1. O nascimento de Sansão foi anunciado por um anjo do Senhor. Foi consagrado como Filisteus (Jz 13.1) 40 anos Julgou Israel durante
Filho de Manoá Hb 11.32 nazireu desde o nascimento (Jz 13). 20 anos (15.20; 16.31)
2. Sansão matou um leão apenas com a força de suas mãos (14.5,6).
3. Em Asquelom, matou 30 filisteus (14.19).
4. Capturou 30 raposas e atou-as com uma tocha nas caudas duas a duas, soltando-as
na seara dos filisteus (15.1-8).
5. Matou 1000 filisteus com uma queixada de burro (15.14-19).
6. Sansão arrancou e carregou as portas de Gaza (16.1-3).
7. Foi conquistado por Dalila, e aprisionado em Gaza, onde lhe tiraram a vista (16.4-22).
8. Sansão destruiu o templo de Dagom, matando-se com cerca de 3.000 filisteus (16.23-33).
'-.l
V, Nelson s Complete Book 0/ Bible Maps and Charts © 1993 by Thornas Nelson, Inc.
RUTE
Rute é uma história de amor, devoção e redenção ambientada no contexto aflitivo do período dos
juízes. Era uma mulher moabita que abandonou sua herança para aceitar o povo de Israel e o Deus
de Israel. Por sua fidelidade num período de infidelidade nacional, Deus a abençoou dando-lhe um
novo marido, um filho e uma posição privilegiada na linhagem dos ancestrais de Davi e de Cristo.

Autor
o autor de Rute não é identificado no texto. A tradição judaica atribui o trabalho a Samuel, mas isto
~ é pouco provável, pois Davi é mencionado em Rute 4.17,22, e Samuel morreu antes da coroação de
~ Davi como rei. A composição do livro data provavelmente do primeiro período do reinado. O fato de
~ que Salomão, o filho de Davi, não é mencionado na genealogia, pode ser indício de que Rute foi
escrito durante o reinado de Davi. O fato de o trabalho ser anônimo, entretanto, não diminui seu
profundo valor espiritual e beleza literária.

Data
Embora a data de composição do livro seja incerta, a história de Rute tem lugar no final do período
dos juízes (c. de 1100 a.C.), e cobre um espaço de tempo de aproximadamente doze anos. Este
período da história de Israel foi, em geral, marcado por um deserto de rebelião e imoralidade mas a
história de Rute, em contraste, aparece como um oásis de integridade e retidão.

Temas e Estrutura Literária


A bela história de Rute, embora breve, é construí da com habilidade por seu autor desconhecido.
Como demonstra a tabela "Rute em Relance", a narrativa é simétrica com uma estrutura de elementos
paralelos que se encontram no meio do livro (fim do capítulo 2).
Esta estrutura literária serve para enfatizar vários temas, sendo o tema da redenção o mais importante.
A palavra hebraica para parente (goel) aparece treze vezes em Rute, e significa, basicamente,
"aquele que redime". Ao comprar novamente a terra de oemi, casar-se com Rute e gerar um filho
para manter viva a linhagem da família, Boaz age como um redentor. Esta redenção oportuna de
Boaz aponta para a obra redentora de Deus, que alcança seu clímax na doação que Cristo faz de si
mesmo, "a fim de remir-nos de toda iniqüidade" (Tt 2.14).
Outro termo chave na história é "benevolência", significando uma lealdade pactual (1.8; 2.20; 3.10).
Rute e Boaz ilustram o que retidão e lealdade ao pacto significam num período em que "cada um
fazia o que achava mais reto" (Jz 21.25). Esta lealdade é expressa nos mesmos termos usados para
firmar o pacto entre Deus e seu povo.
A providência de Deus também é enfatizada. Embora o livro mostre pessoas comuns em situação
comum, elas estavam sendo dirigidas pela mão misteriosa de Deus, que usou a fé notável destas
pessoas para preparar o caminho para o mais importante rei de Israel, Davi (4.22). O nome de Deus
ocorre vinte e três vezes nos oitenta e cinco versículos de Rute. Nenhum evento na vida do povo de
Deus é insignificante, pois Ele está constantemente envolvido com o seu povo.

76
Rufe em Relance

ÊNFASE RUTE DEMONSTRA AMOR OAMORDERUTE~RECOMPENSADO

TEXTO 1.1 1.19 3.1 4.1 4.22

RUTE DECIDE DEVOÇÃO E CUIDADO RUTE RUTE~RECOMPENSADA


DIVISÃO PEDEABOAZ
PERMANECER DE RUTE COMA
COM NOEMI POR NOEMI QUEAREDIMA REDENÇÃO DE BOAZ

RUTE E NOEMI RUTE E BOAZ


TÓPICO
MORTE DA FAMíLIA CUIDADO DE RUTE CUIDADO DE BOAZ NASCIMENTO
POR NOEMI POR RUTE DA FAMíLIA

LOCAL MOABE CAMPOS DE BEL~M EIRA DE BEL~M BE~M

OCASIÃO c. DE 12 ANOS

Nelson s Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas Nelson. Inc.

Quando Ocorreram os Eventos em Rute

ESBOÇO DE RLJTE

Primeira Parte: O Amor de Rute É Demonstrado (1.1- 2.23)

I. Rute Decide Permanecer com Noemi 1.1-18


A. A necessidade de Rute permanecer com oemi 1.1-5
B. A oportunidade de Rute deixar Noemi 1.6-15
C. A escolha de Rute permanecer com Noemi 1.16-18

lI. Devoção e Cuidado de Rute por Noemi 1.19-2.23


A. Rute e Noemi vão para Belém 1.l9-22
B. Rute respiga o campo para encontrar alimento 2.1-23

Segunda Parte: O Amor de Rute É Recompensado (3.1 - 4.22)

I. Rute Pede Redenção a Boaz 3.1-18


A. Noemi procura redenção para Rute 3.1-5
B. Rute obedece a Noemi 3.6-9
C. Boaz deseja redimir Rute 3.10-18

lI. Rute é Recompensada com a Redenção de Boaz 4.1-22


A. Boaz casa-se com Rute 4.1-12
B. Rute dá à luz um filho, Obede 4.13-15
C. N oemi recebe uma nova família 4.16
D. Rute é a bisavó de Davi 4.17-22

77
De Estran$leira a Ancestral do Rei
o livro de Rute começa na terra de Moabe, uma região a leste do Mar Morto, para onde a família
de Elimeleque havia se mudado, tentando escapar da fome em sua terra natal, Judá. Os moabitas,
descendentes de Ló, sobrinho de Abraão, adoravam Quemos (Chemosh) e outros deuses pagãos.
A Bíblia registra um grande número de vezes em que Moabe lutou contra Israel (Jz 3.12-30;
ISm 14.47; 2Sm 8.11,12; 2Rs 3.4-27). A história de Rute desenrola-se perto de dois séculos
depois da primeira guerra entre Moabe e Israel, e oito anos antes da segunda.
Com a morte de Elimeleque e seus dois filhos, sua viúva, Noemi e Rute, a moabita, viúva de um dos
filhos, mudaram para Judá, a terra dos ancestrais de Noerni, Belém, esperando Noerni reaver a propriedade
da família. Veja mapa, "A História de Rute".

Rute Uma Prefi$luração da Redenção


Elimeleque e Noerni eram da tribo de Judá, da cidade de Belém, onde tinham direitos à propriedade de seus
antepassados. Mas, quando o marido de Noerni e seus filhos morreram, ela não tinha possibilidade de reaver
a propriedade a não ser através de dois costumes legais: o" levirato" e a "redenção da terra". O costume da
"redenção da terra" obrigava o parente mais próximo a comprar novamente a terra que havia sido vendida
por motivo de cobrança de dívida ou pobreza, e assim devolver a propriedade à família (Lv 25.25-28). O
"levirato" exigia que, quando um homem falecesse, seu parente mais próximo se cassasse com a viúva
(Dt 25.5-10). Qualquer filho resultante desta união recebia o nome e a herança do antigo marido. Uma vez
que Noerni já havia passado da idade de conceber filhos, sua nora Rute tomou-se sua substituta para casar-se
e dar à luz um filho que perpetuasse o nome da família. Boaz aceitou a obrigação de ambos os costumes:
Como redentor (goe!) ele resgatou legalmente a terra de qualquer reivindicação futura, e como parente
masculino responsável, casou-se com Rute e com ela teve um filho para continuar o nome da família.
O conceito de parente-redentor ou goel se constitui retrato importante da obra de Cristo. O goel deve:
1 - ser parente de sangue daqueles que redime (Dt 25.5,7-10; Jo 1.14; Rm 1.3; Fp 2.5-8; Hb 2.14,15);
2 - deve ter a possibilidade de pagar o preço da redenção (Rt 2.1; 1Pd 1.18,19); 3 - deve estar disposto
a redimir (Rt 3.11; Mt 20.28; Jo 10.15,18; Hb 10.7).

A· História de Rute
,0
{g
o;;:
"Aonde quer que fores,
irei eu e, onde quer que pousares,
Mar ~ ali pousarei eu." (Rt 1.16).
Betel. .5;?
Q::'
Mediterrâneo Gilgal. • Hesbom
Jerlcõ ,

Jebus (Jerusalém) • Â
Monte Nebo
Belém.
Rota provável de
Noemi e Rute.

Medeba

Dibom Aroer
N
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rrlueiro di

t
• Laquis As três mulheres sobrevivem 'Il7
a seus maridos (1.3,5).

• Ar
• Quir-Haresete
© 2002. Editora Cultura Cristã

78
Um Descendente Importante
o livro de Rute conclui com uma genealogia composta de dez nomes e4.18-22), mostrando os
antepassados reais de Davi. Assim, o livro termina com uma alusão à redenção e enfatiza esta relação
vital em que judeus e gentios se unem para participar da genealogia do rei Davi, por meio da qual
nos veio Jesus, o Cristo (lCr 2.5-15; Mt 1.1; Lc 3.31-33). Na realidade, a ambientação do livro de
Rute em Belém de Judá, traz-nos à memória o nascimento do descendente de Rute, Jesus Cristo, na
mesma cidade de Belém (Lc 2.7).

Boaz e Rute Veja Lc 3.32-38


~ sobre as gerações retrospectivas de Boaz até Adào.

Obede
---------- J '
esse
---------- D .
aVI
Veja MI 1.6-16 ---------- C .
quais sào as gerações existentes entre Davi e Cristo.
nsto

Parente - Redentor

Qualificações no A.T. Cumprimento em Cristo

1. Relacionamento de 'sanque GI4.4,5; Hb 2.16,17


2. Recursos necessários 1Co 6.20; 1Pe 1.18,19
3. Disposição para comprar Jo 10.15-18; 1Jo3.16

Árvore Genealó~ica de Rute

Rute
(Rt 4.13;
Mt 1.5)

Mulher
Relacionamento Conjugal
Descendente

79
1 SAMUEL

• - ','
- o primeiro livro de Samuel abrange a transição de liderança que houve em Israel, do governo dos juízes
, I
para o governo dos reis. Há três personalidades proeminentes no livro: Samuel, o profeta e último juiz;
, <,
Saul, o primeiro rei de Israel; e Davi, ungido rei, mas ainda não reconhecido como sucessor de Saul.
>{ ~ Os dois livros de Samuel formavam, originalmente um único volume no texto hebraico, mas foram
divididos ao serem traduzidos para o grego. Assim, a Septuaginta (o Antigo Testamento em grego)
e as traduções em português, dividem Samuel em dois livros, embora isto introduza uma divisão
artificial naquilo que é, na realidade, um relato contínuo.

Autor

Primeiro Samuel é anônimo. A tradição judaica aceita que Samuel tenha escrito os livros que trazem
~ o seu nome, e que os profetas Gade e Natã tenham contribuído com a informação complementar a
~~ respeito dos anos que se seguiram à morte de Samuel (25.1). Entretanto, o livro não apresenta qualquer
~ ~ referência ao autor. O texto bíblico indica que Samuel deixou alguns registros escritos (10.25) e que
profetas (Samuel, Gade e Natã) anotaram muitos dos atos do rei Davi (1Cr 29.29\. Porque os profetas
do Antigo Testamento serviam, em geral, como historiadores, não é improvável que os livros de
Samuel tenham sido compilados por um profeta anônimo, a partir dos escritos de Samuel, Gade,
Natã, assim como de outras fontes anônimas.

Data

Em razão das referências (por ex., 27.6) que pressupõem a divisão de Israel em reino do norte e do sul
e porque não há nenhuma referência à queda de Samaria, a composição final dos livros de Samuel
provavelmente se deu entre a divisão dos reinos em 931 a.c., e a queda de Samaria em 722 a.c. É
provável que Samuel tenha sido composto logo após a divisão do reino, talvez ao redor do ano 900 a.c.
Primeiro Samuel abrange um período de noventa e quatro anos, do nascimento de Samuel até a
morte de Saul (c. 1105-10 11 a.C.). A maior parte do livro trata dos conflitos com os filisteus, contra
quem Saul e Davi lutaram repetidas vezes.

Temas e Estrutura Literária

Primeiro Samuel registra a vital transição da teocracia sob o governo dos Juízes para a monarquia
sob o governo dos reis. O livro é construí do ao redor de três figuras centrais: Samuel (caps. 1 - 7),
Saul (caps. 8 - 31) e Davi (caps. 16 - 31).
Historia o crescente desejo por parte do povo de Israel de ter um rei, e o papel que várias pessoas
desempenharam no início e na continuação do reinado israelita. O reinado é apresentado, em última
análise, como uma questão teológica e não política. O Deus de Israel continua a ser o verdadeiro Rei de
Israel. O rei terreno representaria a nação diante de Deus e seria, em última análise, responsável diante de
Deus. De fato, o livro deixa claro que o sucesso ou fracasso daquele que era ungido rei, seria determinado
por sua obediência ou desobediência à Lei e por seu compromisso com a vontade de Deus.

80
Ao introduzir o reinado, 1 Samuel introduz, também, o maior rei de Israel, Davi, escolhido por Deus
para substituir Saul. Embora de forma nenhuma perfeito, Davi prova ser o homem segundo o "próprio
coração" de Deus (13.14), e 2 Samuel 7.4-17 registra a instituição do Pacto Davídico, no qual Deus
promete-lhe que o trono do seu reino seria estabelecido para sempre, uma promessa cumprida no
reinado eterno de Jesus, o descendente de Davi.
Davi é um dos tipos principais da pessoa de Cristo no Antigo Testamento. Nascido em Belém, trabalhou
como pastor e governou Israel como rei. Tomou-se o precursor do Rei messiânico; o Novo Testamento
declara especificamente que Cristo é descendente de Davi segundo a carne (Rm 1.3) e "a Raiz e a
Geração de Davi" (Ap 22.16).
Samuel enfatiza também as conseqüências do pecado. Primeiro Samuel 15 registra a trágica transição
do reinado de Saul para Davi. Nas três mudanças de liderança registradas em 1 Samuel, Deus retira
sua bênção de um e a dá a outro por causa do pecado. "Visto que rejeitaste a palavra do Senhor, ele
também te rejeitou a ti, para que não sejas rei" (15.23).

1 Samuel em Relance

ÊNFASE SAMUEL SAUL

TEXTO 1.1 4.1 8.1 13.1 15.10 31.13

PRIMEIRA SEGUNDA TERCEIRA


GOVERNO REINADO
TRANSiÇÃO DE TRANSiÇÃO DE TRANSiÇÃO DE
DIVISÃO DE SAMUEL DE SAUL
LIDERANÇA: LIDERANÇA LIDERANÇA: SAUL-
ELI-SAMUEL SAMUEL-SAUL DAVI

DECLiNIO DOS JUiZES ASCENSÃO DOS REIS

TÓPICOS

ELI SAMUEL SAUL DAVI

LOCAL CANAÃ

OCASIÃO c.94ANOS

Nelson s Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas elson, Inc.

Quando Ocorreram os Eventos .de 1 Samuel

81
ESBOÇO DE 1 SAMUEL

Primeira Parte: Samuel, o Último Juiz (1.1-7.17)

I. Primeira Transição da Liderança Nacional: Eli-Samuel.. 1.1 - 3.21


A. O Nascimento do Novo Líder 1.1-2.11
B. A Necessidade de um Novo Líder 2.12 - 3.36
C. A Transição de Eli para Samuel 3.1-18
D. Samuel Reconhecido como Novo Líder de Israel 3.l9-21

11. O Governo de Samuel 4.1 -7.17

A. A Liderança de Samuel é Necessária .4.1- 6.21


B. Vitórias Sob a Liderança de Samuel 7.1-17

Segunda Parte: Saul, o Primeiro Rei (8.1 - 31.13)

I Segunda Transição da Liderança Nacional: Samuel-Saul 18.1- 12.25

A. As Causas da Transição 8.1-9


B. A Transição de Samuel para Saul 8.10-12.25

11. O Reinado de Saul 13.1 - 15.9

A. O Sucesso Inicial de Sau1 13.1-4


B. Os Fracassos do Rei Saul 13.5-15.9

111.Terceira Transição da Liderança Nacional: Saul-Davi 15.10 - 31.13

A. A Transição do Reinado de Saul para Davi 15.10-18.9


B. Saul Tenta Matar Davi 18.10-20.42
C. O Progresso de Davi no Exílio 21.1 - 28.2
D. O Declínio Final de Saul 28.3-31.13

Samuel
A história de Samuel inicia-se no final da época turbulenta dos Juízes, quando Eli era o sacerdote e
juiz de Israel. Por causa de sua disposição em responder a Deus, Samuel foi confirmado profeta na
época em que "a palavra do Senhor era mui rara" (3.1).
A corrupção em Siló, onde estava localizado o tabemáculo, protagonizada pela iniqüidade dos filhos
de Eli, resultou na derrota de Israel na batalha crucial contra os filisteus (4.1-11). A arca sagrada do
pacto foi levada pelo inimigo; o sacerdócio foi interrompido pela morte de Eli e seus filhos; e a glória
do Senhor retirou-se do tabemáculo (4.21). Samuel começou sua função como o último dos juízes e
o primeiro na ordem dos profetas (At 3.24). Seu ministério profético (7.3-17) resultou em reavivamento
de Israel, no retomo da arca e na derrota dos filisteus.
Quando Samuel envelheceu e seus filhos provaram ser juízes injustos, o povo exigiu um rei, "como
todas as nações" (8.5). Samuel avisou o povo sobre os perigos da monarquia, mas seguiu a ordem de
Deus e ungiu Saul como rei (10.1). Quando Deus rejeitou Saul por causa de sua desobediência,
comissionou Samuel para ungir Davi como próximo rei de Israel (16.1-13). Depois disto Samuel,já

82
idoso, voltou para seu lar em Ramá, onde morreu durante a última parte do reinado de Saul (25.1).
Samuel é uma tipificação de Cristo por ter sido profeta, sacerdote e juiz. Grandemente reverenciado
pelo povo, foi o instrumento usado por Deus para introduzir um novo período na história de Israel.
Veja os mapas "Vida e Ministério de Samuel" abaixo e "Captura da Arca", página 84.

Vida e Ministério de Samuel


Damasco •
(
• Monte Libano

Mar
Mediterrâneo fã
• Monte Carmelo
1- Ana orou em Siló pedindo um filho
que dedicou ao Senhor (1Sm 1.10-17). '\
3- Enquanto Samuel servia sob
a orientação de EIi em Siló,
Deus o chamou para uma
• Megido tarefa especial (1Sm. 3.2-21) .

5- Samuel ungiu secretamente Saul


como primeiro rei de Israel,
na cidade de Zufe (1Sm 9.5, 6, 27; 10.1).
AMOM

Rio Jaboque
·Siló
2- Samuel, filho de Elcana e Ana,
nasceu em Rama (1Sm 1.20). 4- Todos os anos
Betel.
Samuel visitava Betel,
• Mispa Gilgal e Mizpa,
• Ramá como Juiz de Israel
(1Sm 7.16).

Jerusalém e
• Belém

Mar
Morto MOABE
6- Samuel ungiu secretamente a Davi
como segundo rei de Israel,
em Belém (1Sm 16.1,13). N

t
• Berseba

t
r

Deserto do Neguebe
EDOM © 2002, Editora Cultura Cristã

83
Os Filisteus Tomam a Arca
A Arca da Aliança, um cofre portátil e sagrado, era o objeto mais santo do tabemáculo e do templo.
Simbolizava a presença de Deus e sua aliança ou pacto com Israel. Crendo que a arca os protegeria
na guerra, o exército de Israel levou-a para o campo de batalha em seu conflito contra os filisteus. Os
inimigos a capturaram, mas ficaram ansiosos para devolvê-Ia quando uma série de pragas os atingiu.

Captura da Arca

Mar
Mediterrâneo

Mar de
2- Os filisteus a capturaram Quinerete
numa batalha próxima a Afeque
(18m 4.1,10,11).

1- A Arca da Aliança
ficava alojada em 8iló,
3- A Arca foi colocada no templo de Dagon, até ser levada para o
em Asdode, até que o ídolo caiu e Afeque
campo de batalha (18m 4.4).
com o rosto em terra (18m 5.2-7). e Siló

7- Levada para Quiriate-Jearim,


a arca permaneceu ali
por muitos anos
(18m 7.1,2), até ser,
e Quiriate-Jearim finalmente,
transportada para Jerusalém
e -Jerusalém no tempo de Davi (28m 6).
Bete-5emes

6- Após ter sido


devolvida pelos Filisteus,
4- Os homens de Gate
a arca permaneceu
foram atingidos por uma estranha doença
temporariamente
quando a arca foi levada para sua cidade
num campo perto de
(18m 5.8,9).
Bete-8emes
(18m 6.13-18).

5- Por um breve período


a arca foi colocada em Ecrom,
até ser removida para
evitar outras pragas (18m 5:10,11).
© 2002, Editora Cultura Cristã

84
Os Filisteus

Durante a maior parte deste período, os belicosos filisteus, que habitavam ao longo da costa do
Mediterrâneo, dominaram a cena. Estes povos, de cujo nome se deriva o termo "Palestina", eram
invasores originários da Grécia e da ilha de Creta, a oeste. Os filisteus de Canaã tendiam a adotar a
cultura e a religião dos cananitas, os quais governavam. Assim, as divindades dos filisteus citadas no
Antigo Testamento (por ex. I Sm 5.2-5), são, na realidade, deuses cananitas.
Os filisteus viviam nas áreas costeiras e planas. A parte montanhosa do país, onde muitos dos israelitas
viviam, os protegeu de serem totalmente conquistados pelos guerreiros filisteus. O fato de os filisteus
terem sido pioneiros no uso de ferro no Oriente Médio, é citado como explicação para o domínio que
exerciam na área (13.19-22), e a ameaça que representavam era uma das principais razões pelas
quais Israel desejava um rei para liderá-los. Por causa da desobediência de Saul, seu sucesso militar
contra os filisteus foi limitado, e ele morreu em batalha no monte Gilboa. Mais tarde, quando finalmente
Davi conseguiu subjugá-leis, o caminho estava aberto para que ele começasse a estabelecer seu
império.
Veja mapa "A Ameaça dos Filisteus", à página 87.

Saul

A história de Saul, uma das mais tristes do Antigo Testamento, inicia-se de maneira promissora, mas
termina em fracasso vergonhoso. Ungido pelo profeta Samuel como a resposta de Deus para o pedido
feito por Israel de ter um rei (10.1), Saul teve um sucesso inicial em seus esforços militares (11.1-11),
mas a vitória sobre os filisteus foi obscurecida por sua presunção de ofertar um sacrificio a Deus na
ausência de Samuel (13.8-14). Por causa desta transgressão, Samuel advertiu Saul de que seu reinado
não prosseguiria. O fracasso de Saul deixando de destruir todos os amalequitas e seus rebanhos,
numa desobediência direta à ordem de Deus, teve como resultado o envio de Samuel para ungir o
jovem pastor Davi como sucessor de Saul (16.1-13).
Rejeitado por Deus, atormentado por espíritos maus, e ameaçado pelo sucesso de Davi, Saul
vagarosamente mergulhou na loucura e tentou repetidas vezes matar Davi. A situação militar de Saul
piorou e, em desespero, ele procurou inclusive consultar o espírito de Samuel por meio de uma
sacerdotisa médium (28.7-25). o dia seguinte, Saul enfrentou uma batalha contra os filisteus e,
tendo sido severamente ferido, pôs fim à sua própria vida (31.1-6).
Examine a tabela abaixo: "Declinio e Queda do Rei Saul"; o mapa: "Campanhas Militares de Saul"
na página 88; e o mapa: "Antes que Davi se tomasse Rei", à página 89.

Declínio e Queda do Rei Saul

CAUSAS RESULTADOS

Um sacrifício presunçoso Perda do reino é anunciada (13.14)

Uma maldição tola Maldição cai sobre Jônatas (14.14, 44)

Agague e os rebanhos são poupados Perda do reino (15.28)

Perda da comunhão com Deus Orações não respondidas (28.6)

Visita à médium Destruição predita (28.19)

Suicídio Fim da dinastia (31.4,5)

85
Árvore Genealó~ica de Saul

Abiel
(18m 14.51)

Ner
(18m 14.51)

l
Abner Quis
(18m 14.50) (1Cr 8.33)

Rispa (concubina) Ainoá (esposa)


8aul
Filha de Aiá 1-,---- Filha de Aimaás
(1Cr 8.33)
i28m 21.8) (18m 14.50)

Armoni Mefibosete
(28m 21.8) (28m 21.8)

Jônatas
I
Isvi ou
Mical
I l
Es-Baal
Abinadabe Malquisua Merab
(1Cr 9.39) (28m 21.8) Isbosete
(18m 14.49); (1Cr 9.39) (18m 14.49)
(1Cr 9.39)
(1Cr 9.39)

Meribe-Baal ou
Mefibosete
(28m 21.7;
1Cr 8.34) Mulher
Relacionamento Conjugal
Descendente

Mica
(1 Cr 9.40)

86
A Ameaça dos Fjlisteus

Mar
Mediterrâneo • Monte Gilboa

1- Saul, rei de Israel, foi ferido mortalmente


pelo exército dos filisteus no Monte Gilboa (1Sm 31).

• Ebenézer
7- Davi derrotou os filisteus
desde Geba até Gezer,
liquidando o seu poderio (2Sm 5.25).

2- A arca da Aliança de Israel,


apreendida pelos filisteus durante o período de Samuel,
foi alojada em Asdode e em Ecrom (1Sm 5 -7).
• Geba

Gezer •

• Ecrom • Jerusalém


• Asquelon
6- Davi matou Golias,
o gigante filisteu,
entre Gaza e Ecrom (18m 17).
4- 8ansão destruiu em Gaza
o templo de Dagon,
deus dos filisteus Jz 16.21-31)
Mar
Morto

•Gaza

N
5 - Uma confederação de cinco poderosas cidades
dos filisteus no tempo dos juízes:

© 2002. Editora Cultura Cristã


Asdode, Asquelon, Gate, Gaza e Ecrom.

+
87
As Campanhas Militares de Saul
Como o primeiro rei do reino unido de Israel, a maior tarefa de Saul era subjugar os inimigos da
nação. Primeiramente ele venceu várias batalhas decisivas. Mas suas campanhas fracassaram quando
ele voltou sua atenção para Davi tentando eliminar o que ele percebia como uma ameaça ao seu
poder. Saul e seus filhos foram finalmente mortos pelos filisteus.

Mar
Mediterrâneo

4- 8aul cometeu suicídio


Mar de
no monte Gilboa após ter
recebido ferimentos mortais Quínerete
em derrota humilhante
diante dos filisteus (18m 31).

AMOM
Rio Jaboque

1- Em sua primeira campanha,


8aul derrotou uma guarnição
dos filisteus em Gibeá (18m 13.14).

2- Saul empreendeu também


campanhas bem sucedidas contra
os moabitas, amonitas e edomitas
(18m 14.47).
Jerusalém e

3- 8aul derrotou os amalequitas


provavelmente ao sul da Palestina,
mas desobedeceu a Deus
Mar MOABE
ao poupar a vida do rei Agague,
e ao deixar de destruir parte Morto
do espólio de guerra (18m 15.1-9).
N

EDOM
t
© 2002. Editora Cultura Cristã

88
Antes que Davi, se tornasse rei

Davi derrotou o gigante Golias perto de Socó (cap. 17). Uma vez que a ira de Saul contra o soldado
pastor foi acesa, Davi fugiu da presença de Saul e viajou para Adulão. Levando sua família à segurança
de Moabe, ele montou acampamento na fortaleza (22.4) agora conhecida como Massada. De lá sua
atividade o levou ao norte para Afeque e ao sul para Amaleque.

Mar
Mediterrâneo

• Afeque

• Ramá
• Gibeá

• Nobe
Jerusalém (Jebus) •

• Azecá • Belém
Sucote • • Adulão

• Queila

Hebrom e
En-Gedi •
• Carmelo
Maon • MOABE
• Ziclague
Massada.
(Fortaleza)
Deserto de Maon

N
NEGUEBE

AMALEQUE t
© 2002, Editora Cultura Cristã

89
2 SAMUEL

o segundo livro de Samuel registra os principais feitos do reinado de Davi, primeiro sobre o território
de Judá, e finalmente sobre toda a nação de Israel. Traça a ascensão de Davi ao trono, seu pecado
de adultério e assassinato, e as devastadoras conseqüências de tais pecados sobre sua família e
sobre a nação.
Os dois livros de Samuel formavam, originalmente, um único relato contínuo no texto em
hebraico, mas as traduções em português (seguindo as traduções gregas e latinas) dividem Samuel
em dois livros.

Autor

~
f(
~
Como verificamos em 1 Samuel, o livro de 2 Samuel é anônimo, mas foi provavelmente composto
por um pr~feta cujo norr:e nào é mencionado e ,que compilou crônica: ~scritas ~or outros pr?fetas
como Nata e Gade, o VIdente (lCr 29.29). Alem destas fontes proféticas escritas, o compilador
~ .,./ evidentemente usou outra fonte conhecida como o "Livro do Justo" (1.18).

Data

A data de composição de 1 e 2 Samuel pode ser estimada como tendo ocorrido algum tempo após a
morte de Salomão e a divisào do reino (931 a.C}, mas antes da destruição de Samaria e do cativeiro
do reino do norte na Assíria (722 a.c.). É provável que Samuel tenha sido composto logo após a
divisão do reino, talvez ao redor do ano de 900 a.C.
2 Samuel registra os principais eventos ocorridos durante os quarenta anos de reinado de Davi. Seu
reinado em Hebrom começou em 1011 e terminou em 1004 a.c. Seus trinta e três anos de reinado
sobre Judá e Israel unidos cobriram o período de 1004 a 971 a.c.

Temas e Estrutura Literária

2 Samuel pode ser dividido em três partes: os triunfos de Davi (caps.l - 10), as transgressões de
Davi (cap. 11), e as lutas de Davi (caps. 12 - 24).
A personalidade central de 2 Samuel é Davi, ao redor de quem o livro todo é escrito. A verdade
central ilustrada é a mesma que encontramos em Deuteronômio: obediência a Deus traz bênçãos,
e desobediência traz sofrimento e julgamento. Os primeiros dez capítulos mencionam as
recompensas da obediência à medida que o governo de Davi se estende primeiro sobre Judá e,
posteriormente, sobre todo Israel. Os crimes de adultério e assassinato citados no capítulo 11
marcam o ponto crítico do livro. Após estes acontecimentos a vida de Davi é uma crônica de
sofrimento e miséria - a morte de um filho recém-nascido, incesto e assassinato entre os filhos de
Davi, e rebelião contra seu reinado.
90
2 Samuel em Relance

ÊNFASE TRIUNFOS DE DAVI TRANSGRESSÕES SOFRIMENTOS DE DAVI


DE DAVI
TEXTO 1.1 6.1 8.1 11.1 12.1 13.37 24.25

DIVISÃO TRIUNFOS TRIUNFOS TRUNFOS ADULTÉRIO E SOFRIMENTOS NA LUTAS NO


POLíTICOS ESPIRITUAIS MILITARES ASSASSINATO CASA DE DAVI REINO

SUCESSO PECADO FRACASSO


TÓPICO
OBEDIÊNCIA DESOBEDIÊNCIA JULGAMENTO

DAVI EM
LOCAL DAVI EM JERUSALÉM
HEBROM

OCASIÃO 7ANOSEMEIO 33 ANOS

Nelson s Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas Nelson, Inc.

Quando Ocorreram os Eventos de 2 Samuel

Desenvolvimento da Ação em 2 Samuel


Transgressões de Davi
11.1-27

Triunfos Militares Sofrimentos na


8.1 -10.19 Família de Davi
12.11 - 13.36
Triunfos Espirituais
6.1 -7.29 Lutas no
Reino de Davi
Triunfos Políticos 13.37 - 24.25
1.1 - 5.25

7 Anos em Hebrom 33 Anos em Jerusalém

Embora 2 Samuel mostre que a obediência ou desobediência de uma pessoa a Deus acarretam
conseqüências diretas sobre sua vida, o livro demonstra também que a despeito de tais conseqüências,
Deus continuará a govemar e dirigir, de modo que seu propósito a longo prazo de abençoar e dirigir o
mundo possa ser atingido. Assim, por exemplo, embora o pecado de Davi com Bate-Seba tenha resultado
em perdas trágicas para todas as pessoas envolvidas, foi Bate-Seba quem deu Salomào à luz.
O propósito redentor de Deus fica evidente no pacto feito com Davi em 7.4-17, no qual Deus promete
a Davi um reino, um trono e uma descendência etemos. Embora tenha havido nove dinastias diferentes
no reino de Israel ao norte, houve apenas uma dinastia em Judá - a linhagem de Davi. A promessa de
uma dinastià permanente é cumprida em Cristo, o "Filho de Davi" (Mt 21.9; 22.45) que se sentará no
trono de Davi (ls 9.7; Lc 1.32).
Examine o mapa "Vida de Davi" à página 93.

91
ESBOÇO DE 2 SAMUEL

Primeira Parte: Triunfos de Davi (1.1-10.19)

I. Triunfos Políticos de Davi 1.1 - 5.25

A. Reinado de Davi sobre Judá em Hebrom 1.1-4.l2


B. Reinado de Davi em Jerusalém 5.1-25

11.Triunfos Espirituais de Davi 6.1- 7. 29

A. A Arca é Transportada 6.1-23


B. Instituição do Pacto Davídico 7.1-29

111.Triunfos Militares de Davi 8.1-10.19

A. Triunfos de Davi sobre seus Inimigos 8.1-12


B. O Reinado Justo de Davi 8.13- 9.13
C. Triunfos de Davi sobre Amon e sobre a Síria 10.1-19

Segunda Parte: Transgressões de Davi (11.1-27)

I. O Pecado de Adultério 11.1-5

11. O Pecado de Assassinato 11.6-27

A. Urias não Dorme com Bate-Seba 11.6-13


B. Davi Ordena a Morte de Urias 11.14-25
C. Davi Casa-se com Bate-Seba 11.26,27

Terceira Parte: Os Sofrimentos de Davi (12.1 - 24.25)

I. Sofrimentos na Família de Davi 12.1-13.36

A. A Profecia de Natã 12.1-14


B. Morre o Filho de Davi 12.15-25
C. A Lealdade de Joabe para com Davi 12.26-31
D. Incesto na Família de Davi l3 .1-20
E. Amom é Assassinado l3.21-36

11. Lutas no Reino de Davi 13.37 - 24.25

A. A Rebelião de Absalão 13.37-17.29


B. O Assassinato de Absalão :...................................................................... 18.1-33
C. Davi é Restaurado como Rei 19.1-20.26
D. Comentário sobre o Reinado de Davi 21.1-24.25

92

,
Vida de Davi

Damasco

Mar
Mediterrâneo

Mar de
t
Quínerete

Megido

2- Davi era harpista


na corte do rei Saul em Gibeá,
capital do país (1Sm 16.23).

3- Davi serviu no exército de Saul


e matou Golias no vale de Elate
(1Sm 17.19,40-50)

7- Como rei de todo Israel,


4- Saul irou-se contra Davi, Davi reinou em Jerusalém
embora ele fosse amigo de Jônatas, I ~__ ------- (2Sm 5.1-5).
filho de Saul. Davi escondeu-se 11
em Nobe, Gate, Queila,
e em outros lugares
(1Sm 18- 23).

Mar w
1- Davi, filho mais novo de Jessé, CO
nasceu em 8elém e ali pastoreava
Morto «
os rebanhos de seu pai O
(1Sm 17. 12,15). ~
• Berseba 6- Entre as conquistas
de Davi estão Edom,
Moabe, Amonitas,
5- Davi tornou-se rei de Judá, Amalequita,s e Filisteus
sendo Hebrom a sua capital
(2Sm 2.1-4).
Neguebe (2Sm 8.11,12).

EDOM
© 2002, Editora Cultura Cristã

93
A Expansão do Reino de Davi

o segundo livro de Samuel apresenta a expansão do reino de Davi desde o território de Judá, estendo-
se a todo Israel e, finalmente, às áreas de Edom, Moabe, Amom, assim como Zobá e Síria.
O período do reinado de Davi sobre Judá foi uma época de conflito com Isbosete, filho de Saul, e
com Abner, seu general (caps 3 - 4) . Entretanto, depois da morte de ambos, Isbosete e Abner, Israel
reconheceu a Davi como rei (5.1-5), Davi procurou, então, estabelecer uma capital localizada mais
no centro do país. Para tanto, capturou uma fortaleza no monte Sião que pertencia aos jebuzeus, e
denominou-a Cidade de Davi (5.6-10), iniciando assim a longa associação do povo judeu e do culto
a Deus com a cidade de Jerusalém.
Após a captura de Jerusalém, Davi conquistou vitórias cruciais sobre os filisteus (8.1; 21.15-22),
sobre Moabe (8.2), Zobá e Síria (8.3-8), Amom (10.6-14) e Síria (10.15-19).
Examine os seguintes mapas: "A Cidade de Davi", abaixo e "O Reino de Davi", à página 95.

A Cidade de Davi

I
Expansão
no tempo de /

Salomão
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Cidade
de Davi
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© 2002, Editora Cultura Cristã

94
o Reino de Davi

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O 60 km
• Elate
© 2002. Editora Cultura Cristã

95
A Família de Davi

Embora a continuação da linhagem de Davi fosse parte da promessa contida no pacto davídico (7 A-I 7), sua
grande família foi uma fonte constante de sofrimento e preocupação ao longo da última parte de 2 Samuel.
Os sofrimentos da família de Davi incluíram a morte do recém-nascido filho de Bate-Seba, como julgamento
pelo adultério de Davi (12.15-23), o incesto de Arnnom com Tamar, e o subseqüente assassinato de Arnnom
por Absalão (13.1-36). Talvez o episódio mais violento tenha sido a rebeliào de Absalào, filho de Davi, que
expulsou o pai de Jerusalém, tomou suas mulheres e quase arrebata o reino de suas mãos (15.7 - 18.33).
A intriga e hostilidade entre os filhos das muitas esposas e concubinas de Davi, foi parcialmente, e talvez
mesmo em grande parte, devida à sua poligamia. Embora comum, a poligamia nunca foi bem-sucedida, pois
violava a ordenança divina (Gn 2.24) .
•...
1. ~ical (Filha de Saul)
2. Ainoã 0-------------<0 1. Amnom
3. Abiqail (viúva de Nabal) o o 2. Quileabe (Daniel)
4. Maaca (filha do rei de Gesur)o o 3. Absalão
Em Hebrom» ~ Tamar (única filha mencionada)
5. ~agiteo 04. Adonias
6. Abltale 05. Sefatias
7. Egláo 06. Itreão
Boaz .• I
Obede - Jessé - DAV

Rute
-<O I
8. Bate-Seba (esposa de Urias) 7.Siméia
8.Sobab
Em Jerusalém-
[ 9. Natã
10. Salomão

.. 9. Outras esposas e concubinas ---- 11.lbar


12. Elisama
13.Elifelete
14.Nogá
15.Nefegue
I

Nota: 16.Jafia
Cf. 2Sm 3.2-5; 17.Elisama
1Cr 3.1-9; 14.3-7 18.Eliada
19.Elifelete
20.0utros

Os triunfos de Davi
Rei de Judá (2.4)
Davi era um homem segundo o coração de Deus Rei de Israel (5.3)
(1Sm 13.14), isto é, seu desejo era totalmente Conquista de Jerusalém (5.7)
comprometido com o desejo do seu Senhor. O retorno da arca (6.12)
Como um servo de Deus dedicado, ele foi usado Promessa Davídica (7.16)
por Deus para executar grandes feitos em favor Derrota os filisteus (8.11)
de seu povo escolhido de Israel. Derrota Moabe ( 8.2)
Derrota Amon (10.16)
Derrota a Siria ( 10.19)

Os problemas de Davi
Causas Efeitos
Adultério (11.4) Bate-Seba tem um filho (11.5)
Assassinato de Urias (11.17) Acusado, se arrepende, mas a criança morre (12.10,13,19)
O incesto de Amnom (13.14) Amnom assassinado (13.28,29)
Absalão usurpa o trono (16.15,16) Absalão assassinado (18.14,15)
O censo (24.2) Praga (24.15)

o princípio de que uma vida desobediente é uma vida problemática é consistentemente


ilustrado na vida doméstica de Davi.

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96
1 REIS

A primeira parte de 1 Reis traça a vida do filho e sucessor de Davi, Salomão. Sob sua liderança Israel
expandiu-se ao máximo de seu tamanho e glória. As grandes realizações de Salomão, incluindo o
incomparável esplendor do templo que construiu em Jerusalém, conferiram a ele fama e respeito
internacionais. Entretanto, o zelo de Salomão pelo Senhor diminuiu no final de sua vida, à medida
que esposas pagãs desviavam seu coração do culto sincero e íntegro a Deus. Como resultado, o rei
com um coração dividido deixou atrás de si um reino dividido, e 1 Reis traça, então, a história dupla
de dois grupos de reis e duas nações de povos desobedientes.
Como os livros de Samuel, 1 e 2 Reis eram, originalmente, um único volume. A divisão em dois
livros foi feita pela primeira vez na tradução grega do Antigo Testamento (a Septuaginta) e depois na
Vulgata Latina, e as traduções em português seguiram esta norma.

Autor
o autor de 1 e 2 Reis é desconhecido, embora a tradição judaica atribua o trabalho ao profeta Jeremias.
Tudo que pode ser dito com certeza é que os livros de Reis foram compilados de várias fontes e
~ ,.. escritos do ponto de vista profético.
~~ O autor menciona três fontes primárias. O "Livro da História de Salomão" (11.41) que conteria
~ ~ anais, informações biográficas e excertos de arquivos do templo. O "Livro da História dos Reis de
Israel" (14.19-; 15.7) com o registro das atividades políticas de cada rei e que teria sido preservado
nos arquivos oficiais do reino. A terceira fonte, o "Livro da História dos Reis de Judá" (14.29; 15.7),
continha também um registro oficial do reino preservado nos arquivos reais .

. Data

A gramática e estilo do hebraico e o conteúdo dos livros de Reis indicam que este trabalho foi completado
durante o cativeiro babilônico. Reis foi completado depois de 561 a.c. uma vez que esta é a data do
último evento registrado (2 Reis 25.27-30). Desde que não existe nenhuma menção de Ciro e seu édito
de libertação datado de 539 a.c., Reis foi, provavelmente, completado antes desta última data.
1 Reis cobre um período de 120 anos, desde o começo do reinado de Salomão em 971 a.c. até o final
do reinado de Acazias em 851 a.c. A data chave é 931 a.C., o ano em que o reino foi dividido em
reino de Israel, ao norte e reino de Judá, ao sul.

Temas e Estrutura Literária


1 Reis divide-se claramente em duas seções principais: o reino unido sob o governo de Salomão
(caps. 1-11), e o reino dividido (caps. 12 - 22).
O livro apresenta uma avaliação, a partir de um ponto de vista profético, a respeito das causas espirituais
e morais que levaram à derrocada política e econômica dos dois reinos. O material é muito seletivo
para ser considerado uma biografia dos reis. Por exemplo, Onri, do ponto de vista político, foi um
dos mais importantes governantes do reino do norte, mas, por causa de sua corrupção moral, suas
realizações são descartadas em meros oito versículos (16.21-28). As vidas destes reis são usadas para
ensinar que a fidelidade ao pacto e a observância das leis de Deus produzem bênçãos, mas a apostasia
é recompensada com o julgamento divino.
97
A primeira parte de 1 Reis trata do esplendor da era salomônica. Salomão representa um tipo de
Cristo de várias maneiras. Sua fabulosa sabedoria aponta para "Cristo Jesus, o qual se tomou, da
parte de Deus, sabedoria ..." (1Co 1.30). A fama, glória riqueza e honra de Salomão prefiguram
Cristo e seu reino. O governo de Salomão trouxe sabedoria, paz e adoração. Entretanto, a despeito do
esplendor de Salomão, o Filho do Homem fala a respeito de sua própria vinda dizendo: "Eis aqui
quem é maior do que Salomão" (Mt 12.42).
Os livros de Reis colocam urna grande ênfase sobre os ministérios proféticos de Elias e Eliseu, que
serviram como elos entre o período anterior e a era dos profetas escritores.
Verifique os mapas: "O Reino de Salomão", pág. 100 e "Os doze Distritos de Salomão", à pág. 101.

1 Reis em Relance

ÊNFASE REINO UNIDO REINO DIVIDIDO

TEXTO 1.1 3.1 9.1 12.1 15.1 16.29 22.53

SALOMÃO É ASCENSÃO DE DECLÍNIODE DIVISÃO DO REINO REINADO DE REINADO


DIVISÃO CONSTITUíDO DE ACABE
SALOMÃO SALOMÃO VÁRIOS REIS
REI COMELlAS

SALOMÃO MUITOS REIS

TÓPICOS

REINO TRANQÜiLO REINOS EM TURBULÊNCIA

JERUSALÉM: SAMARIA: CAPITAL DE ISRAEL


LOCAL
CAPITAL DE REINo UNIDO JERUSALÉM: CAPITAL DE JUDÁ

OCASIÃO • c. de 40 ANOS c. de 90 ANOS

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Quando Ocorreram os Eventos de 1 Reis

~----------------------~----~------~--------_I....
••

98
ESBOÇO DE 1 REIS

Primeira Parte: Reino Unido (1.1- 11.43)

I. Salomão É Constituído Rei 1.1- 2.46


A. A Designação de Sa1omão como Rei 1.1-53
B. A Confirmação de Sa1omão como Rei 2.l-46

11. A Ascensão do Reinado de Salomão 3.1- 8.66


A. Sa1omão Pede Sabedoria 3.1-28
B. A Administração de Sa1omão sobre Israel.. 4.1-34
C. Construção do Templo e da Casa de Sa1omão 5.1- 8.66

111. O Declínio de Salomão como Rei 9.1-11.43


A. Reiteração do Pacto Davídico 9.1-19
B. Salomão Desobedece ao Pacto 9.10-1l.8
C. Punição a Salomão por Quebrar o Pacto 1l.9-40
D. Morte de Salomão 11.41-43

Segunda Parte: Reino Dividido (12.1 - 22.53)

I. A Divisão do Reino 12.1-1431


A. 'Causa da Divisão 12.1-24
B. Reinado de Jeroboão, de Israel 12.25-14.20
C. Reinado de Roboão, de Judá 14.21-31

11. O Reinado de Dois Reis sobre Judá 15.1-24


A. Reinado de Abias, de Judá 15.1-8
B. Reinado de Asa, de Judá 15.9-24

111. Os Reinados de Cinco Reis sobre Israel 15.25-16.28


A. Reinado de Nadabe, de Israel 15.25-31
B. Reinado de Baasa, de Israel 15.32-16.7
C. Reinado de Elá, de Israel 16.8-14
D. Reinado de Zinri, de Israel 16.l5-20
E. Reinado de Onri, de Israel 16.21-28

IV. Reinado de Acabe sobre Israel 16.29 - 22.40


A. Pecado de Acabe 16.29-34
B. Ministério de Elias 17.1- 19.21
C. Guerras com a Síria 20.1-43
D. Assassinato de Nabote 21.1-16
E. Morte de Acabe 21.17 - 22.40

V. Reinado de Josafá sobre Judá 22.41-50


1
(

VI. Reinado de Acazias sobre Israel 22.51-53

99
o Reino de Saio mão

Rio Eufrates
Tifsa •

Tadmor e
Mar
Mediterrâneo

6- Hirão, rei de Tiro, 2- Importantes postos de defesa


forneceu o material e os artesãos
para construir o templo e o ------_::=ol incluíam as cidades de Tadmor,
Hazor, Megido, Bete-Horom,
palácio real em Jerusalém (1Rs 5). • Hazor - Gezer, e Baalate
(1Rs 9.15-19).
~

Gezer Bete-Horam
Baalate/e • • 3- Milhares de trabalhadores
construíram o templo
Gaza e o palácio real de Salomão
• Mar
Morto
em Jerusalém ( 1Rs 5 - 7).

4- Esquadra de navios no Mar Vermelho


para estabelecer comércio
com as nações ao sul (1Rs 9.26-28).

5- Possível limite
da fronteira sul, N
próximo a Gaza,

t
ao longo da fronteira
norte do Egito
(1Rs 4.21,24).

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100
Os 12 distritos de Salomão

o Rei Salomão estabeleceu um plano administrativo


muito melhor elaborado para Israel. Isto era
necessário, pois ele mantinha um vasto exército
na ativa, empreendia a execução de vários
projetos de construção de grandes edifícios e
tinha muitos servos em seu palácio. Salomão
acrescentou alguns postos oficiais àqueles
já estabelecidos pelo rei Davi. Uma destas Damasco
1::::..Monte Líbano
novas funções era "chefe dos prefeitos",
que deveria coordenar os doze distritos

criados por Salomão. Os governadores
9- Baaná: Aser e Bealote.
distritais, ou prefeitos, recebiam os
impostos e o dízimo do templo,
e supriam a corte real durante
um mês por ano,
auxiliando os projetos de
construção e o exército • Dã
(1Rs 4.11-19).
Portanto, nossos modernos
princípios de administração
e delegação de autoridade ----I
~
8- Aimaás: Naftali. I
e responsabilidade foram
usados pelos antigos
gQvernantes de Judá e Israel.

10- Josafá: Issacar.

ISSACAR
• Megido

• Remote Gileade
Mar
Mediterrâneo

• Maanaim

7- Abinadabe: Maanaim.

12- Geber: Terra de Gileade.

BENJAMIM
11- Simei: Benjamim.

• Macaz

2- Ben-Dequer: Macaz, Saalabim,


Bete-Semes, Elom e Bete-Hanã.

• Berseba

Deserto do Negebe
MOABE

t
© 2002, Editora Cultura Cristã

101
Jerusalém sob a J\dministração de Salomão

A cidade de Jerusalém sofreu uma considerável expansão durante o reinado de Salomão. De acordo
com I Reis 3.1, Salomão terminou de construir "as muralhas à roda de Jerusalém". Evidências
arqueológicas indicam que Salomão aumentou o tamanho da cidade de 11para 32 acres; sua população
também aumentou várias vezes. Parte deste aumento de população foi devido unicamente à família
de Salomão. Ele tinha setecentas esposas e trezentas concubinas (11.3). O número dos filhos de
Salomão não é mencionado, mas deve ter sido também muito grande.

Porta da Esquina

~/
"E o Senhor lhe disse: "Mishneh"
...santifiquei a casa que edificaste.
a fim de pôr ali meu nome" (1 Rs 9.3).

Porta do Vale '-..... Porta de Benjamim

"- Porta dos Cavalos


"' Porta das Águas

Fonte de Giom

Porta da Fonte J
VALE DE CEDROM © 2002, Editora Cultura Cristã

A Fama de Salomão se Espalha

A influência de Salornão sobre as questões políticas e econômicas de seu tempo, foi intensificada
pelas rotas de comércio e transporte que cortavam seu reino.
Examine mapa à página 103.

o Plano do Templo de Salomão


O maior legado de Salomão foi a construção do templo. O rei Davi havia desejado construi-lo, mas
foi impedido de fazê-lo por Deus, porque havia derramado muito sangue (1Cr 28.3). Assim, a tarefa
recaiu sobre Salomão, que foi conhecido como um homem de paz. A construção do templo teve
início na primavera do quadragésimo ano de Salomão (966 a.Cv) e foi terminado sete anos mais tarde
(6.1-38). O templo era semelhante ao tabemáculo, embora tivesse o dobro do seu tamanho. Media
27 metros de comprimento por 9 metros de largura e continha um lugar santo e o Santo dos Santos.
Como no caso do tabemáculo, o templo voltava-se para o leste, ficando o Santo dos Santos no
extremo oeste.
Verifique o quadro "Templo de Salomão", página 103.

102
o Reino de Salomão e as Terras Próximas

Rotas Principais
Rotas Secundárias

o 200 Mi
1-1 -,-' ••••• -,'. ''-r.-'---"
o 200 km

Mar Mediterrâneo

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Mar Vermelho, \, ,
em direção a Ofir '. " Em direção a Sabá © 2002, Editora Cultura Cristã

Templo de Salomão

Salomão construiu o templo sobre o Monte Moriá,


ao norte da antiga cidade de Davi.
O templo foi construido de acordo com os planos
que Davi recebeu do Senhor e entregou a Salomão
(1Cr 28.11-13,19).
A divisão entre Santuário e Santuário Interno
corresponde à divisão do Tabernáculo entre
Lugar Santo e Lugar Santíssimo
ou Santo dos Santos.

8 • • • • •
CJCJCJCJCJ
Candelabros e Mesas

Vestíbulo

CJCJCJCJCJ
Santuário ou
Lugar Santo
Altar de
Incenso
Santuário Interno
ou Santo dos Santos
B
8 • • • • •

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103
o Reino Dividido

/
Israel e Judá A caminho de Damas
Reino Dividido

"Que parte temos nós com Davi?


Não há para nós herança SíRIA
com o filho de Jessé! Hazor e
Cada homem à sua tenda, (ARÃ)
ó Israel! Cuida agora da tua casa,
ó Davi!" (2Cr 9.16).

D. Monte Tabor
Monte D.
Carmelo ~.
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Megido e '?
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Mediterrâneo Taanaque e Ramote-Gileade e

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JUDÁ
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MOABE
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• Berseba
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© 2002, Editora Cultura Cristã

104
(O CAPITAIS)
EDOM t
Reino Dividido

A glória do reino unido começou a desvanecer-se com a morte de Salomão, quando Roboão, seu
imprudente filho, falou rudemente com os representantes de Israel, que pediam alívio dos pesados
impostos do tempo de Salomão (12.1-24). Roboão reinou sobre Judá ao sul, e Jeroboão tomou-se rei
de Israel ao norte.
Examine o mapa "Reino Dividido", ao lado.

o Profeta Elias

Elias, o profeta, era de Tisbe, na região de Gileade, mas a localização precisa desta cidade é incerta.
Não há menção de seu nascimento, nem de seus progenitores, e seus antecedentes familiares podem
até mesmo não pertencer a uma linhagem israelita. O nome de Elias, que significa "Javé é o meu
Deus", pode ser encarado como o moto de sua vida. Seu objetivo profético era despertar Israel para
a convicção de que somente Javé é Deus. Elias é apresentado como uma figura solitária "com os
lombos cingidos com um cinto de couro"(2Rs 1.8). Viveu durante o período do reinado de Acabe,
quando o culto pagão a Baal foi oficialmente introduzido em Israel (16.32).
O primeiro ato de Elias foi anunciar aAcabe que Deus mandaria uma terrível fome sobre o país como
conseqüência dos pecados religiosos de Acabe (17.l). Baal, o deus cananita da tempestade e da
fertilidade, foi diretamente desafiado por este anúncio de seca.
Quando a carreira de Elias terminou, ele não morreu nem foi sepultado. Enquanto conversava com
seu sucessor, o profeta Eliseu, Elias foi subitamente arrebatado por um carro de fogo e subiu ao
céu num redemoinho (2Rs 2.1-12). Elias é mencionado em Malaquias 4.5 como precursor do "Dia
do Senhor" e como arauto do Messias, e esta profecia foi cumprida no ministério de João Batista
(Mt 11.7=-14;Lc 1.17).
Verifique o mapa "A Vida de Elias", à página 106.

Elias e Eliseu

A vitória de Elias no monte Carmelo terminou com o extermínio de 450 profetas de Baal (18.20-40).
Seu ministério estendeu-se sobre Canaã, desde o ribeiro de Querite, perto de sua cidade natal (17.1-7)
a Sarepta, onde realizou o milagre de sustentar uma viúva e seu filho, e para o sul até o monte Horebe
na península do Sinai. Em Samaria, Elias denunciou a injustiça do rei Acabe contra Nabote de Jezreel
(2l.17-29). Perto de Jericó Elias separou as águas do rio Jordão para poder cruzá-lo e ser, em
seguida, arrebatado ao céu em uma carruagem de fogo (2Rs 2.1-12).
Eliseu curou N aamã de sua lepra no rio Jordão (2Rs 5.1-19) e conduziu os sírios, acometidos de cegueira,
à derrota em Samaria (2Rs 6.8-23). Em Damasco, Eliseu profetizou a morte do rei Ben-Hadade, e sua
sucessão por Hazael no trono da Síria.
Examine o mapa à página 107.

105
I'

A Vida de Elias

• Sarepta
4- Operou maravilhas
providenciando o sustento para
uma viúva necessitada em Sarepta
(1 Rs 17.8-24). 1- Aparentemente natural
da vila de Tisbe,
ao sul do Mar da Galiléia,
pois era conhecido como
5- Alcançou vitória "Elias, o tesbita" (1Rs 17.1).
sobre os profetas de Baal
no monte Carmelo Q
(1 Rs 18.20-40).

Mar de

Mar
Mediterrâneo
PLANíCIE
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Quinerete

V Tisbe
Ribeiro dr

DEJEZREEL

Abel
3- Foi alimentado miraculosamente
pelos corvos durante o tempo
Meolá em que ficou escondido
junto ao rio Querite (1Rs 17.1-7).
2- Predisse a seca como
castigo de Deus;
durante o século 9: a.C.
profetizou contra os reis
Acabe e Azarias de Israel, • Samaria
na cidade de Samaria, 7- Elias escolheu Eliseu
capital do reino. como seu sucessor em Abel-Meolá
(1Rs 19.16-21).

8- Foi elevado ao céu


Betel •
na vizinhança de Betel e Gilgal
Gilgal· (2Rs 2.1-12).

6- Fugiu para Berseba N

t
e para o monte Horebe
para escapar da ira
da rainha Jezabel (1Rs 19.1-8).

\ • Berseba

© 2002, Editora Cultura Cristã

106
o Ministério de Elias e Eliseu

Damasco.

FENíCIA
Mar
Mediterrâneo

Monte
Carmelo • Suném

• Jezreel
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• Berseba I I I •• I I

O 20 km
Deserto de Berseba © 2002, Editora Cultura Cristã

107
2 REIS

2 Reis dá continuidade ao drama iniciado em 1 Reis - a trágica história de duas nações em curso de
colisão com o cativeiro. O autor apresenta sistematicamente os monarcas reinantes de Israel e Judá,
narrando primeiro a história de uma das nações e depois traçando o mesmo período histórico da outra
nação.
Consecutivamente, dezenove maus reis governam Israel levando o país ao cativeiro na Assíria. O
quadro é um pouco mais brilhante em Judá, onde reis piedosos emergem ocasionalmente para reformar
e consertar os maleficios causados por seus antecessores. No final, entretanto, o pecado supera a
retidão, e Judá é levado para a Babilônia.
Como no caso de Samuel e Crônicas, 1 e 2 Reis eram, originalmente, um único livro. As traduções
em português têm seguido a divisão efetuada pela primeira vez nas versões grega e latina.

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Autor

Veja "Autor" em 1 Reis.

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Data

A composição do livro de Reis foi completada durante o cativeiro babilônico.


Os capítulos de 1- 17 cobrem os 135 anos desde 853 a.C. (rei Acazias de Israel) até 722 a.c. (queda
de Samaria e cativeiro de Israel na Assíria). Os capítulos 18 - 25 registram os 155 anos, começando
com o reinado de Ezequias em 715 a.C. até a libertação de Joaquim na Babilôniaem 560 a.C. O reino
unido durou 112 anos (1043-931 a.C.), o reino de Israel, ao norte permaneceu por mais 209 anos
(931-722 a.Ci), e o reino de Judá, ao sul, continuou por outros 136 anos (722-586 a.C.) Durante este
período de 457 anos de história do reino, houve grandes mudanças de poder no cenário mundial. O
poder da Egito e da Assíria sobre a Palestina foi flutuante. A Assíria toma-se proeminente, declina e
finalmente é conquistada pela Babilônia.

108
2 Reis em Relance

ÊNFASE REINO DIVIDIDO REINO SOBREVIVENTE

TEXTO 1.1 9.1 17.1 18.1 22.1 25.1 25.30

MINISTÉRIO DE REINADOS DE QUEDA DE REINADOS DE REINADOS DE


ELlSEU SOB O DEZ REIS DE ISRAEL EZEQUIAS E JOSIAS E QUEDA DE
DIVISÃO REINADO DE ISRAEL E OITO DOIS REIS QUATRO REIS JUDÁ
ACAZIAS E REIS DE JUDÁ MAUS MAUS
JORÃO

ISRAEL E JUDÁ JUDÁ

TÓPICO

DE ACAZIAS A OSÉIAS DE EZEOUIAS A ZEDEOUIAS

LOCAL ISRAEL DEPORTADO PARA A AssíRIA JUDÁ DEPORTADO PARA BABILÔNIA

ÉPOCA 131 ANOS (853-722 a.C.) 155 ANOS (715-560 a.C.)

Nelson s Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas elson. lnc.

Quando Ocorreram os Eventos de 2 Reis

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Temas e Estrutura Literária


2 Reis narra a história do reino dividido nos capítulos de 1-- 17, e a história do reino sobrevivente de
Judá nos capítulos 18 -- 25. Como acontece em 1 Reis, a narrativa é, de certa forma, dificil de
acompanhar, pois o autor alterna constantemente entre os reinos do norte e do sul.
O livro é mais do que apenas uma compilação de eventos politicamente importantes ou socialmente
significativos em Israel e em Judá. Ao contrário, 2 Reis é uma história seletiva, escrita com propósito
teológico. O autor seleciona e enfatiza as pessoas e eventos que são moral e religiosamente
significativos, e ensina que o declínio e colapso dos dois reinos ocorreu por causa do fracasso por
parte dos governantes e do povo em atender às advertências dos mensageiros de Deus. O clima
espiritual da nação determinou suas condições políticas e econômicas. Em primeiro lugar e
principalmente, os livros de Reis são uma história pactual, escrita para explicar aos judeus exilados
as razões da queda dos reinos do norte e do sul.
109
2 Reis apresenta Deus como soberano da História, que revela seu plano e propósito a seu povo. Deus
controla os interesses e questões humanas e aqueles que obedecem ao Senhor desfrutam suas bênçãos,
ao passo que os desobedientes experimentam a disciplina de Deus. Entretanto, mesmo a desobediência
de seu povo não consegue frustrar o propósito redentor de Deus. Contra todas as dificuldades a
linhagem davídica, prometida no pacto, é preservada (11.1-16), e o livro termina com uma nota de
esperança, olhando para o futuro, com a libertação de Joaquim, o descendente real de Davi, do
cativeiro na Babi1ônia (25.27 -30).
Os profetas de Javé têm um papel proeminente em I e 2 Reis à medida que Deus os usa para relembrar
aos reis suas responsabilidades para com o pacto. Os ministérios de Elias e Eliseu no reino do norte
são os mais proeminentes, porém muitos dos profetas escritores que aparecem posteriormente também
mencionados. A veracidade das palavras proféticas de Deus é enfatizada, à medida que numerosas
profecias se cumprem e os milagres realizados pelos profetas são mencionados.

ESBOÇO DE 2 REIS

Primeira Parte: Reino Dividido (1.1 - 17.41)

I. Reinado de Acazias, em Israel IRs 22.51 - 2Rs 1.18

A. Avaliação Espiritual de Acazias 1Rs 22.51-53


B. Situação Política sob Acazias 1.1
C. Morte de Acazias 1.2-18

11. Reinado de Jeorão em Israel 2.1 - 8.15

A. Transição de Elias para Eliseu 2.1-25


B. Avaliação Espiritual de Jeorão 3.1-3
C. Situação Política sob Jeorão 3.4-27
D. Ministério de Eliseu 4.1- 8.15

111. Reinado de Jeorão em Judá 8.16-24

IV. Reinado de Acazias, em Judá 8.25- 9.29

A. Avaliação Espiritual de Acazias 8.25-27


B. Situação Política sob Acazias 8.28- 9.26
C. Morte de Acazias 9.27-29

V. Reinado de Jeú em Israel 9.30-10.36

A. Cumprimento da profecia de Eliseu 9.30-10.36


B. Avaliação Espiritual de Jeú 10.29-31
C. Situação Política sob Jeú 10.32,33
D. Morte de Jeú 10.34-36

VI. Reinado da Rainha Atália em Judá 11.1-16

A. Salvação de Joás 11.1-3


B. Atália deposta por Joiada 11.-12
C. Morte de Atália 11.13-16

110
VII. Reinado de Joás em Judá 11.17 - 12.21

A. Renovação do Pacto 11.17-21


B. Avaliação Espiritual de Joás 12.1-3
C. Situação Espiritual sob Joás 12.4-16
D. Situação Política sob Joás 12.17,18
E. Morte de Joás 12.19-21

VIII. Reinado de Jeoacaz em Israel 13.1-9

IX. Reinado de Jeoás em Israel 13.10-25

A. O Governo de Jeoás 13.10-13


B. Últimas Profecias de Eliseu 13.14-25

X. O Reinado de Amazias em Judá 14.1-22

A. Avaliação Espiritual de Amazias 14.1-6


B. Situação Política sob Amazias 14.7-14
C. Morte de Jeoás 14.15,16
D. Morte de Amazias 14.17-22

XI. Reinado de Jeroboão lI, em Israel 14.23-29

XII. Reinado de Azarias, em Judá 15.1-7

XIII. Reinado de Zacarias, em Israel 15.8-12

XIV. Reinado de Salum, em Israel 15.13-15

XV. Reinado de Menaém, em Israel 15.16-22

XVI. Reinado de Pecaías, em Israel 15.23-26

XVII. Reinado de Peca, em-Israel 15.27-31

XVIII. Reinado de Jotão, em Judá 15.32-38

XIX. Reinado de Acaz, de Judá 16.1-20

A. Avaliação Espiritual de Acaz 16.1-4


B. Situação Política sob Acaz 16.5-8
C. Morte de Acaz 16.19,20

xx. Reinado de Oséias, em Israel 17.1-14

A. Avaliação Espiritual de Oséias 17.1,2


B. Situação Política sob Oséias 17.3-41

111
Segunda Parte: Judá, o Reino Sobrevivente (18.1 - 25.30)

I. Reinado de Ezequias, em Judá 18.1- 20.21

A. Avaliação Espiritual de Ezequias 18.1-8


B. Situação Política sob Ezequias 18.9- 20.19
C. Morte de Ezequias 20.20,21

11. Reinado de Manassés, em Judá 21.1-18

A. Avaliação Espiritual de Manassés 21.1-15


B. Situação Política sob Manassés 21.16
C. Morte de Manassés 21.17,18

111.Reinado deAmom, em Judá 21.19-26

IV. Reinado de Josias, em Judá 22.1-23.30

A. Avaliação Espiritual de Josias 22.1,2


B. Renovação do Pacto por Josias 22.3 - 23.27
C. Situação Política sob Josias 23.8,29
D. Morte de Josias 23.30

V. Reinado de Jeoacaz, em Judá 23.31-34

VI. Reinado de Jeoaquim, em Judá 23.35-24.7

VII. Reinado de Jeoaquim, em Judá 24.8-16

VIII. Reinado de Zedequias, em Judá 24.17 -25.21

A. Avaliação Espiritual de Zedequias 24.17-19


B. Situação Política sob Zedequias 24.20 - 25.21

IX. Governo de Gedalias 25.22-26

x. Jeoaquim É Libertado na Babilônia 25.27-30

o Profeta Eliseu
Vindo de família supostamente rica, Eliseu foi ungido por Elias como seu sucessor, servindo como
assistente do profeta (lRs 19.19-21). O longo ministério de Eliseu tem início quando Elias é arrebatado
ao céu por um redemoinho em carruagem de fogo (2Rs 2.11). Compreendendo sua própria necessidade
de assistência divina, Eliseu pede uma porção dobrada do espírito profético de Elias (2.9).
Como seu antecessor, Eliseu estava intimamente envolvido com as questões políticas de Israel. Além
de chamar os reis de Israel ao arrependimento, o profeta também ungia reis, e muitas vezes profetizou
sobre assuntos militares. Repetidas vezes Eliseu foi capaz de revelar planos inimigos ao rei de Israel
(6.12). O rei de Israel chegou até a denominar Eliseu de "carros de Israel e seus cavaleiros" (13.14),
um reconhecimento da grande importância de Eliseu para o sucesso de Israel.

112
Eliseu era conhecido como um grande operador de milagres, e também por ajudar as pessoas em
necessidade. Quer fazendo flutuar um machado perdido (6.1-7), ou alimentando os famintos (4.42-
44) ou curando Naarnã, o general sírio, de sua lepra (5.1-9), ou ressuscitando o filho da mulher
sunamita (4:8-37), Eliseu provou ser um amigo compassivo das pessoas.
Enquanto Elias foi conhecido por seu ministério de denúncias proféticas vigorosas, e como um tipo
de João Batista (Mt 11.14; 17.10-12; Lc 1.17), o ministério de Eliseu nos lembra o ministério de
Cristo. Elias viveu geralmente afastado do povo e enfatizava a lei, o julgamento e o arrependimento.
Eliseu viveu no meio do povo e enfatizava a graça, a vida e a esperança.
Examine o mapa "O Ministério de Eliseu", abaixo:

o Ministério de Eliseu

Damasco

Em Suném Eliseu
ressuscitou o filho de uma viúva
(2Rs 4.8-37).
síRIA

I /
Em Damasco Eliseu
predisse que Ben-Hadade
sucederia o perverso
Hazael como rei da Síria
(2Rs 8:7-15).

rete
o profetaprotegeu as cidades
de Dotã a Samaria
cercando-as com carruagens de fogo • Suném
e provocando cegueira
no exército da Síria
(2Rs 6.13-23).

• Dotã

• Samaria
Mar
Mediterrâneo

o
profeta Eliseu
continuou a obra de Elias
(1Rs 19.16-21),
exercendo seu ministério
no reino do norte, Israel,
desde a Síria ao norte,
até Edom ao sul.

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EDOM
© 2002, Editora Cultura Cristã

113
Governantes Sírios

Durante os ministérios de Elias e Eliseu, a maior ameaça militar externa para a reino de Israel, era a
Síria, localizada a nordeste. Às vezes chamados de arameus, os sírios foram rivais militares de Israel
desde os tempos de Saul (1 Sm 14.47), até que a Síria foi conquistada pelo império Assírio em 732 a.c.
Os sírios estiveram sujeitos a Israel durante o período em que o império de Davi e Salomão se
estendeu até o rio Eufrates, mas, no tempo de Acabe, eles representavam uma ameaça persistente, e
finalmente Acabe foi morto lutando contra eles (1Rs 20.1-34; 22.29-40). O prolongado cerco que a
Síria impôs a Samaria só foi quebrado pela intervenção divina (6.24 - 7.20), e a Síria chegou a
ameaçar também Jerusalém no tempo do rei Joás (12.17,18).

Reis Datas Referências Bíblicas


Hezion (Rezom) c. 990-930 a.C. 1Rs 11.23,25; 15.18

Tabrimom c. 930-885 a.C. 1Rs 15.18


- -
Ben-Hadade I c. 885-860 a.C. 1Rs 15.18,20

Ben-Hadade 11
- c. 860-841 a.C. 1Rs 20; 2Rs 6.24,8.7,9,14

Hazael c. 841-801 a.C. 1Rs 19.15,17; 2Rs 8; 9.14,15; 10.32; 12.17,18; 13.3,22,24,25

Ben-Hadade 111 c. 807-780 (?) a.C. 2Rs 15.3,24,25

Rezim c. 780 (?)-732 a.C. 2Rs 15.37; 16.5,6,9 (cf. Is 7.1,4.8; 8.6; 9.11)

o Obelisco NeSlro do Rei jeú

Durante o período histórico do Antigo Testamento compreendido entre cerca de 900 a 700 a.c., os assírios
foram o poder dominante na região. Um dos poderosos reis assírios, Salmaneser III (reinou entre 859-824
a.Ci), erigiu um grande monumento de pedra, no qual registrou suas vitórias militares. Esta impressionante
descoberta arqueológica conhecida como Obelisco egro, contém uma escultura em relevo representando
a visita feita pelo rei Jeú de Israel (reinou entre 841-814 a.c.), para pagar tributo a Salmaneser.
Localizado fora do palácio real em Nimrude, na Assíria, o monumento tem mais de dois metros de
altura. Cuidadosamente esculpido em pedra, apresenta uma série de desenhos detalhados,
acompanhados de inscrições que comemoram as numerosas campanhas militares de Salmaneser.
Entre eles está um evento que não é mencionado na Bíblia - Jeú curvando-se diante de Salmaneser,
com vários servos e pagens em pé com presentes para o rei assírio.
Tributos, ou pagamentos compulsórios para proteger uma nação mais fraca de uma ameaça poderosa
eram, muitas vezes, exigidos por nações agressoras como os assírios na época do Antigo Testamento.
Após ser ungido rei de Israel pelo profeta Eliseu, Jeú eliminou todas as ameaças ao seu reinado pelo
fato de matar todos os membros da família de Heabe, seu antecessor (2Rs 9;10). Como rei Jeú foi
fraco por não haver eliminado a adoração a Baal da terra.
O Obelisco Negro é um achado arqueológico valioso, pois ajuda a estabelecer o reinado de Jeú, bem
como para fixar uma cronológia daquele período da história de Israel. E isto mostra-nos como o
reinado israelita daquele período era. Esta é a única imagem ou desenho de um rei israelita que foi
descoberto por arqueólogos.

o Prisma de Senaqueribe
o monumento conhecido como Prisma de Senaqueribe é um artefato fascinante do passado da
Assíria. Apresenta um relato diferente daquele encontrado na Bíblia sobre um evento importante
da história de Israel - o cerco contra Jerusalém conduzido pelo rei Senaqueribe da Assíria
(governou 705 - 681 a.C.), por volta de 690 a.c. (Is 36.37).

114
o prisma de argila, com trinta e sete centímetros de altura, contém uma inscrição assíria bem preservada
que testifica o ataque das forças assírias sobre Jerusalém e sobre o rei Ezequias de Judá. "Quanto a
Ezequias, o Judeu, ele não se submeteu ao meu jugo", diz o prisma. "Cerquei 46 de suas cidades fortificadas,
fortalezas muradas e um sem-número de pequenas vilas nas vizinhanças, e as conquistei ... (Ezequias), eu
o fiz prisioneiro em Jerusalém, sua residência real, como um pássaro numa gaiola."
Embora o cerco de Senaqueribe a Jerusalém seja um fato histórico comprovado, é interessante que o
relato de Senaqueribe não mencione como terminou o cerco. Isto leva os historiadores a suspeitar
que o cerco fracassou, pois os assírios nunca mencionavam as derrotas que sofriam em seus registros
oficiais - apenas suas vitórias.
O relato bíblico indica que Senaqueribe sofreu uma derrota esmagadora neste cerco contra Jerusalém
por causa da intervenção divina. Durante a noite, milhares de soldados do exército assírio morreram
pela ação do anjo do Senhor (2Rs 19.35). Alguns estudiosos crêem que Deus tenha utilizado uma
praga mortal como instrumento de julgamento contra os inimigos de seu povo.
Os soberanos do mundo antigo usavam este tipo de prisma para registrar suas conquistas. Estes
documentos de pedra e argila têm sobrevivido por séculos entre as ruínas e o entulho das cidades
antigas. Fornecem uma compreensão valiosa da vida nos tempos bíblicos, confirmando e, em muitos
casos, acrescentando valiosas informações sobre os acontecimentos bíblicos.

Reis Assírios
A passagem de 2 Reis 15.19 nos dá a primeira menção direta que encontramos nas Escrituras sobre
um rei assírio. "Pulu" ("Pul", no texto bíblico), era o nome babilônico dado a Tiglate-Pileser III
(745 -727 a.C.) depois de ter conquistado a Babilônia. A campanha militar dirigida por Tiglate- Pileser
em 743 a.C. estendeu-se até Israel, onde ele exigiu tributo de Menaém. Pelo pagamento de tributo ao
rei dá Assíria, Menaém tomou-se vassalo do soberano assírio.
Quando Tiglate-Pileser III morreu em 727 a.C., seu filho, Salmaneser V (727-722 a.C.} o sucedeu, e
Oséias, rei de Israel, aproveitou esta oportunidade para deixar de pagar o tributo à Assíria. Oséias
fez um pacto insensato com o Egito, que, naquela ocasião estava tão fraco e dividido que não conseguiu
dar a Oséias o apoio adequado. o ano de 725 a.c. Salmaneser V marchou contra Israel e cercou a
cidade de Samaria, de 725 a 722 a.c. Após três anos de cerco Samaria caiu e os dias de Israel como
reino soberano terminaram.
2 Reis 18.17-37 relata a campanha feita pelo rei assírio, Senaqueribe (705-681 a.C}, o menos brilhante
filho de Sargão 11. Ezequias, rei de Judá, havia feito uma aliança com Tiro e com o Egito contra a
Assíria (2Cr 32.1-8). Em 70 I a.c. Senaqueribe tentou derrubar esta revolta e marchou contra as
cidades de Judá.

Reis Assírios

Assurnasirpal 11 883 - 859 a.C.


Salmaneser 111 858 - 824 a.C.
Shamshi-Adad V 823 - 811 a.C.
Adad-nirari 111 810 - 783 a.C.
Salmaneser IV 782 - 773 a.C.
Assur-dan 111 772 - 755 a.C.
Assur-nirari V 754 - 745 a.C.
Tiglate-Pileser 111 745 - 727 a.C.
Salmaneser V 727 - 722 a.C.
Sargão 11 722 - 705 a.C.
Senaqueribe 705 - 681 a.C.
Asarhadom 681 - 669 a.C.
Assurbanipal 668 - 627 a.C.

115
Campanhas Assinas contra Israel e judá

Entre 734 e 732 a.c., Tiglate Pileser III comandou uma invasão contra Judá e duas contra Israel.

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© 2002. Editora Cultura Cristã

116
Campanha da Assíria contra Israel

Em 725 a.c. Salmaneser V invadiu Israel e marchou contra Samaria. Sargão li tomou Samaria em 722 a.c.

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© 2002, Editora Cultura Cristã


Campanha da Assíria contra judá

Senaqueribe deslocou-se para o sul ao longo das planícies costeiras, atacou Laquis e sitiou Jerusalém
em 701 a.c.

• Abel-Bete-Maaca
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• Janoá

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• Ramote-Gileade
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Laquis
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40Mi

40km

118
o Império Assírio (650 a.C.)

Este grande (e cruel) império dominou todo o crescente fértil, sendo que Jerusalém e Judá foram salvos de
seu domínio por uma derrota miraculosa sofrida pelo exé:cito ameaçador (2 Rs. 19) Verifique o mapa abaixo:

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Sidon
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© 2002. Editora Cultura Cristã


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Jerusalém Durante o Tempo de Ezequias

Jerusalém cresceu ainda mais durante o tempo de Ezequias, alcançando cerca de 150 acres. Em seus
esforços para fortificar a cidade contra Senaqueribe, Ezequias ordenou a construção de um túnel que traria
água desde a fonte de Giom até a cidade. O túnel era escavado em rocha viva numa extensão de quase 550
metros. Quando ficou pronto, o túnel emergiu dentro do canto sudeste da cidade velha, onde estava
situado o que mais tarde ficou conhecido como Tanque de Siloé. Este túnel, mencionado em 2 Reis 20.20,
e 2 Crônicas 32.30, era urna façanha espetacular de engenharia, pois os escavadores trabalharam com
ferramentas de mão começando pelas extremidades opostas e encontrando-se no centro.
Verifique o mapa "Jerusalém nos tempos de Ezequias", à página 120.

Reis Babilônicos

O domínio assírio do antigo Oriente Próximo terminou com as vitórias babilônicas em Nínive (612
a.C.) por Nabopolassar, e em Carquemis (605 a.Ci) por Nabucodonosor TI.
Após derrotar os egípcios que tinham vindo em auxílio da Assíria, Nabucodonosor imediatamente
forçou a submissão do rei Jeoaquim de Judá e de outros reis próximos. Nesta ocasião (605 a.C.)
alguns jovens de Jerusalém, inclusive Daniel, foram levados para o exílio na Babilônia.
Depois que Jeoaquim se revoltou, Jerusalém caiu novamente diante de Nabucodonosor em 597 a.c.
O templo foi saqueado e todos os tesouros levados para a Babilônia. Um terceiro cerco de Jerusalém
ocorreu após a revolta de Zedequias (589 a.C") e a cidade caiu em julho de 587 ou 586 a.c.

119
Jerusalém nos Tempos de Ezequias

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"Confiou no Senhor, Deus de Israel,


de maneira que depois dele
não houve seu semelhante
entre todos os reis de Judá,
nem entre os que foram antes dele"
(2 Rs 18.5).
© 2002, Editora Cultura Cristã

Evil-Merodaque, filho de Nabucodonosor, reinou sobre a Babilônia apenas dois anos (562- 560 a.C.).
Libertou o rei Jeoaquim, de Judá, de sua prisão na Babilônia e deu ao rei deposto um lugar privilegiado
na corte da Babilônia (25.27-30).

Nabopolassar 626 - 605 a.C. Neriglissar " 560 - 556 a.C.

Nabucodonosor II " 605 - 562 a.C. Labasi-Marduque " 556 a.C.

Evil-Merodaque 562 - 560 a.C. Nabonido (Belsazar) 555 - 539 a.C.


reinou como vice-regente

o Problema de Cronologla

Três fatores tomam a datação do material do livro de Reis extremamente difícil: (1) o sistema de
co-regência, especialmente no reino do sul, pelo qual o filho começava oficialmente o seu reinado
enquanto o pai ainda estava vivo, e ambos, pai e filho recebiam crédito pelos anos de co-regência; (2)
o uso de dois sistemas: o sistema do "ano de ascensão" (pelo qual o ano em que o rei subia ao trono
não era contado como seu primeiro ano) e o sistema de "ano de não-ascensão" (pelo qual o restante
do ano em que o rei era coroado considerava-se como seu primeiro ano); (3) o uso de ambos os
métodos de datação: o ano sagrado (começando com Nisã, o primeiro mês) e o ano civil (começando
com Tisri, o sétimo mês). Em razão da complexidade do problema que existe na harmonização da
cronologia dos reis hebreus, muitos têm concluído que as datas bíblicas são obviamente contraditórias
e a hannonização está além da possibilidade de solução. Hoje, entretanto, os problemas de cronologia
estão praticamente resolvidos, e demonstrou-se que as datas bíblicas são confiáveis e exatas.
120
Campanhas de Nabucodonosor contra judá
De 605 a.c. a 586 a.C. Judá sofreu repetidas invasões babilônicas. O ataque final deu-se no sul perto
de Jerusalém.
Veja a tabela "Reino Dividido", às páginas 122 e 123.

Mar
Mediterrâneo

SAMARIA

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121

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Reino Dividido
Reino do Sul Reino do Norte
931 - 586 a.C. 931 - 722 a.C.

Rei Data Referências Profetas Rei Data Referências Profetas


Bíblicas Bíblicas
Ol Roboão 931 - 913 a.L IR. 14.21-23; Somaias 1 Jeroboão 1 931- 910 a.c. IR. 11.26-40; 12.1-14; Aías,o.ilonita
filho de Solomõo 2[,9.31- 12.16 2[,11.2-4; 12.5-7,15 filho de Nebat, 2[,10.1- lI.4; IR. 11.29-39; 14.1-18;
17 ano. Ido, o vidente - 2[, 12.15 22 ano. 11.13-16;13.2-20 Homem de O"'. de ludó
IR. 13.1-32; 2R. 23.15-18
Velho P,ofeto de Betel
IR. 13.11-32;2R. 23.18
Ido, o vidente - 2[,9.29

(2) Abias (Abiam) 913 . 911 a.L IR. 15.8; Ido, o videnle - 2[, 13.22
filho de Roboõo 2[,13.1-14.1 2 Nadabe 910 - 909 0.L IR. 15.25-31
3 ano. filho de leroboõo
(3) Asa 911 - 870 a.L IR. 15.9-24; Azarias, filho de Odede 20nas
filho de Abias 2[,14.1- 16.14 2[,15.1 3 Baasa 909 - 886 a.L IR. 1516-22, 27-29, leú filho de Hononi
41 anos Hononi - 2[, 16.7-10 filho de Aías 32·34; 16.1-7 IR. 16.1-7
240no\
4 Elá 886 - 885 0.L IR. 16.8-14
filo de BoolO
20nas
5 Zinri 8850.C. IR. 16.9-12, 15-20
[omandarl, das corras
<lranfe o ,eioolo de fJó
7 dia.
6 Onri 885 - 874 o.c. IR. 16.16-18, 21-28
[omondonle do
Exe,cilo de fló
,
12 anos
Ieú, filho de Hanani 7 Acabe 874 - 853 a.L IR. 16.29 - 22.40; flias -IR. 17-21; 2R. 1.2
(4) Josafá 870 (873)-848 a.c. IR. 22.41-50; 2[,19.2,3 filho de Omi 2[,18.1-34 fli''''(''lVodeflias)
filho de AIO 2[,17.1- 21.1 laoziel- 2[, 20.14-17 22 anas IR. 19.19-21
25 anos fliezer - 2[, 20.37 /1\icoiasfilho d, Inló
IR. 22.8-28; 2[, 18.7-27
Prof,las Irolimas
IR. 18.4.13; 20.28,35-43
Obadias
(5) Jeorão Oarõo) 848(853) - 841 a.L 2R. 8.16-24; 2[, 21.1-20 flias 2[, 21.12-15 8 Acazias 853 - 852 a.L IR. 22.51; 2 R. 1.18; T,aslodode fi ias
filho d, losofó filho de Acabe 2[,20.35-37 2R.2.1-18
8 anos 2 anos fli"u

9 Jorão Oeo,õo) 852 - 841 a.L 2R. 3.1- 9.26 fli.,u


filho de Acabe
12 anos

(6) Acazias (leoorez) 841a.C. 2R. 8.25 - 9.29; n Jeú 841 - 814 a.L 2R. 9.1- 10.36 fli"u
filho de leorõc 2[, 22.1-9 filho (ou nela de Nimi,
1 ano ohciol do exe,cilo de
Rainha Atália 841 - 835 a.L 2R. lI.I-20: deoo.) 28 ano.
filha de Acabe, 2[, 2210 - 23.21
mêe de Acazias
6 anos Joel TI Jeoacaz 814 - 798 a.L 2R.13.1-9 [Ii"u
m Joás 0,00,) 835 - 796 a.L 2R. lI.21-12.21; filho de leú
40 anos 2[,24.1-27 Prafelas Mónsmos 17<J'O\
(8) Amazias 796 -767 a. C. 2R.14.1-20; 2[,25.7-9,15.16 12 JeoásOoos) 798 - 782 a.L 2R. 13.10-]3, 25;14.8-16: 2[, ,\Iod, de E1iseu
filho de Ioôs 2[, 25.1-28 filho de leoacoz 25.17-24
6 anos Isaías 16 anos
(9) Uzias (Azarias) 767(792) - 740 a.L 2R.15.1-7; chamado no ano ern que E Jeroboão 11 782 (793) - 753 a.L 2R.14.23-29 Jonas, Amós, Oséias
filho de Amazias 2[,26.1-23 Uzios morreu filho de leoés
52 anos locarias - 2[, 26.5 41C1lO.

122
Reino do Sul Reino do Norte
931 - 586 a.C. 931 - 722 a.C.

Rei Data Referências Profetas Rei Data Referências Profetas


Bíblicas Bíblicas
14 Zacarias 753 - 752 af 2 RsI5.8·12 Oséias
filho de leroboõa 11
6 mel"
15 Salum 752 o.í. 2RsI5.1O,ll·15 Oséias
filha de lobes
Isaías lmés
00) Jotão 740 (750) - 731 o.I. 2RsI5.32·38; Miquéias 16 Menaém 752 - 742 aL 2RsI5.14,16·22 Oséias
filha e llzio: 2Cr 27.1·9 filha de Gadi
16 anas 10anas
V Pecaías 742 - 740 af 2Rs 15.23·26 Oséias
lsaías filho de Menoém
01) Acaz 73](735) - 715 o.I. 2RsI6.1·20; Miquéias 2onos
t fi lho de latão 2Cr 28.1·27 18 Peca 740 (752) - 732 of 2RsI5.25, 27·31; 16.5; Oséias
lô ono, filho de Remolias 2Cr 28.5,6; Is 7.1 Odede, o profeta
lsaías 20 anos 2Cr 28.9·11
(12) Ezequias 715(729) - 686 o.I. 2Rs 18.1 - 20.21; Miquéias 2RsI5.30; 17.1·6; 18.9,10
filho de âcaz 2Cr 29.1- 32.33; 19 Oséias 732 - 722 af Oséias
29 anos Is 36.1 - 39.8 Naum filho de Ela
Profelosminimos 9 anos
03) Manassés 686(696) - 642 of 2Rs21.1·18; 2Rs 21.10; 2 Cr33.18 722 o.I. - Queda de Somaria
2Cr33.1·20 (os 10 tribos do norte vão para o cativeiro no Allirio)
filho de E"quios
55 anos

04) Amom 642 - 640 o.í. 2Rs 21.19·26;


filho de Monallés 2Cr 33.21·25
2 anos Jeremias
Sofonias
05) Josias 640 - 609 o.í. 2Rs 22.1 - 23.30; Huldo,o profetisa
filho de âmom 2Cr 34.1 - 35.27 2Rs 22.14·20;
Notas
31 anos 2Cr 34.22·28
• Entre parênteses, nomes alternativos do mesmo rei .
•• Datas entre parênteses reterem-se a co-reqências, um período de governo
Jeremias
(16) Jeoacaz (Iolum) 6090f 2Rs23.31·34; em que o filho ocupava o trono com seu pai.
filho de losios 2Cr 36.1·4; lr 22.1·12 ••• Profetas cujos nomes aparecem em negrito são profetas canônicos.
3 meses
Jeremias
07) Jeoaquim (Eliaquim) 609 - 598 of 2Rs 23.34 - 24.7; Habacuque
filho de losios 2Cr 36.4·8; Daniel
11 anos lr 22.ll·23; 26.36 Urios. filho de Semoios
lr 26.20

Jeremias
(18) Joaquim (Conia) 609 - 598 o.í. 2Rs 24.8·17; Daniel
fi lho de leooquim 2Cr 36.9,10;
3 meses lr 22.24·30; 52.31·34
Jeremias
(19) Zedequias 597 - 586 af 2Rs 24.17 - 25.7; Daniel
(MotlJ1ios) 2Cr 36.11·21; Ezequiel
filho de losios lr 39.1·10; 52.1·11
11anos

586 c.í. - Queda de lerusolérn


(Oreino do sulé levado poro o coliveirono Bmilooio)

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123
.A..

1 E 2 CRONICAS

1 e 2 Crônicas cobrem o mesmo período da história judaica, narrando a partir de 2 Samuel até 2 Reis,
embora de uma perspectiva diferente. Enquanto os livros de Reis apresentam a história dos judeus do
ponto de vista do cativeiro babilônico, Crônicas apresentam a mesma história do ponto de vista pós-
exílico daqueles que voltaram do cativeiro para a terra da promessa.
Como no caso dos livros de Samuel e Reis, 1 e 2 Crônicas eram, originalmente, um volume único e
contínuo. Os dois livros foram separados pela primeira vez pelos tradutores da Septuaginta (o Antigo
Testamento Grego). O título "Crônicas" vem da Vulgata, a tradução latina feita por Jerônimo (385-
405 d.C.): Chronicorum Liber. Jerônimo utilizou este título no sentido de "As Crônicas de toda a
História Sagrada".

Autor

f(
Embora nem o autor nem a data sejam mencionados no texto, pode ser correta a tradição judaica de
~ / que Crônicas tenha sido escrita por Esdras. Entretanto, é comum mencionar-se o autor simplesmente
~ como "o cronista". Alguns crêem que Crônicas, Esdras e Neemias tenham sido escritos pelo mesmo
~ ~ autor; os versículos finais de Crônicas (2Cr 36.32,23) são repetidos em Esdras 1.1-3.

Data

Evidências internas indicam que Crônicas foram compostos, provavelmente, durante o 5º século
a.C. A data pós-exílica é corroborada pela menção das seis gerações posteriores a Zorobabel
(lCr 3.17-21) e das moedas persas conhecidas como "dáricos" (lCr 29.7).
Os livros das Crônicas cobrem um período histórico mais amplo que qualquer outro livro das
Escrituras. As genalogias e narrativas de 1 Crônicas compreendem um período que vai de Adão
até o final da vida de Davi. 2 Crônicas, reapresenta a falência da dinastia Davídica de Salomão
até o Exílio.

Temas e Estrutura Literária

Os livros de Crônicas foram escritos para o remanescente de Judá, que havia voltado do exílio e
estava reconstruindo Jerusalém, após os setenta anos de cativeiro na Babilônia. Porque os exilados
que retomaram eram originalmente de Judá, a herança religiosa e nacional e a história do reino do Sul
(Judá) é apresentada para mostrar sua relação ininterrupta com a era patriarcal.
Os livros de Crônicas foram escritos de um ponto de vista sacerdotal. O tema histórico principal gira
em tomo do culto sacerdotal de Judá, desde o tempo de Saul, até o retomo da nação judaica à terra
prometida após o decreto de Ciro (538 a.c.) Esta história religiosa apresenta a fidelidade e as
promessas de Deus a seu povo, o poder da palavra de Deus e o papel central do culto e da adoração
na vida do povo de Deus.

124
1 Crônicas em Relance
LINHAGEM REAL
ÊNFASE REINADO DE DAVI
DE DAVI

TEXTO 1.1 10.1 13.1 18.1 21.1 28.1 29.30

GENEALOGIAS DAVI É REMOÇÃO VITÓRIAS PREPARAÇÃO ÚLTIMOS DIAS


DIVISÃO
DE DAVI E ISRAEL UNGIDO REI DA ARCA DE DAVI PARA O TEMPLO DE DAVI

GENEALOGIA HISTÓRIA
TÓPICO

ANCESTRAIS ATIVIDADE

LOCAL ISRAEL

MILHARES
OCASIÃO C. DE 33 ANOS
DEANOS

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Quando Ocorreram os Eventos de 1 Crônicas

o templo de Jerusalém é o principal tema unificador de 1 e 2 Crônicas. Muito do material encontrado


em Samuel e Reis é omitido em Crônicas, porque não menciona este tema. Por exemplo, os reis do
reino do norte são deixados de lado em razão de sua rejeição ao culto no templo em Jerusalém, ao
mesmo tempo que se dá uma importância especial aos reis de Judá que restauraram o templo (Asa,
Josafá, Joás, Ezequias, e Josias). O Templo simbolizava a presença de Deus no meio de seu povo, e
relembrava-os de sua alta vocação. Representava uma ligação espiritual entre o passado do povo e seu
futuro.
A linhagem e dinastia de Davi, depositária das promessas do pacto davídico (lCr 17.3-15), tem
grande importância em Crônicas. As genealogias de I Crônicas 1- 9 têm uma ênfase desproporcional
sobre as tribos de Judá e Benjamim, porque Crônicas não estão preocupados com o Reino do Norte,
mas com o Reino do Sul e a dinastia davídica. Crônicas demonstram a fidelidade de Deus às suas
promessas do pacto, mantendo a linhagem de Davi ao longo dos séculos. De acordo com o interesse
sacerdotal de Crônicas, uma atenção especial é concedida à tribo de Levi.
Todo o livro de 1 Crônicas, assim como 2 Samuel, são dedicados à vida de Davi. Inicia com a
genealogia da linhagem real de Davi (cap. 1 - 9) antes de examinar os principais acontecimentos de
seu reinado (cap. 10 - 29). Examine a tabela abaixo:

SAMUEL - REIS CRÔNICAS

• Perspectiva Profética • Perspectiva Sacerdotal


• História Política • História Religiosa
• Proeminência das Guerras • Proeminência do Templo
• Registro de Ambas as Nações • Registro de Judá
• História Contínua da Nação • Continuidade da Linhagem de Davi
• Fracasso Humano • Fidelidade de Deus

125
ESBOÇO DE 1 CRÔNICAS

Primeira Parte. A Linhagem Real de Davi (1.1 - 9.44)

I. Genealogia de Adão a Abraão 1.1-27

A. Genealogia de Adào a oé........................................................................................... 1.1-4


B. Genealogia de Noé a Abraào 1.5-27

11. Genealogia de Abraão a Jacó 1.28-54

A. Genealogia de Abraão a Isaque 1.28-34


B. Genealogia de Isaque a Jacó 1.35-54

111. Genealogia de Jacó a Davi 2.1-55

A. Genealogia dos Filhos de Jacó 2.l,2


B. Genealogia dos Filhos de Judá 2.3-55

IV. Genealogia de Davi até o Cativeiro 3.1-24

A. Genealogia dos Filhos de Davi 3.1-9


B. Genealogia dos Filhos de Salomào 3.10-24

V. Genealogia das Doze Tribos 4.1-8.40

A. Genealogia de Judá 4.1-23


B. Genealogia de Simeão 4.24-43
C. Genealogia de Rúben 5.1-10
D. Genealogia de Gade 5.11-22
E. Genealogia de Manassés 5.23-26
F. Genealogia de Levi 6.1-81
G. Genealogia de Issacar 7.1-5
H. Genealogia de Benjamim 7.6-12
I. Genealogia de Naftali 7.13
J. Genealogia de Manassés 7.14-19
K. Genealogia de Efraim 7.20-29
L. Genealogia de Aser 7.30-40
M. Genealogia de Benjamim 8.1-40

VI. Genealogia do Remanescente 9.1-34

A. Genealogia das Doze Tribos que Retomaram 9.1-9


B. Genealogia dos Sacerdotes que Retomaram 9.10-13
C. Genealogia dos Levitas que Retomaram 9.14-34

VII.Genealogia de Saul 9.35-44


126
---------------------------------------------------------------------------------------------

Segunda Parte. O Reinado de Davi (10.1 - 29.30)

I. Ascensão de Davi 10.1-12.40

A. Morte de Saul 10.1-14


B. Davi Ungido Rei : 11.1-3
C. Conquista de Jerusalém 11.4-9
D. Registro dos Valentes de Davi 1l.10-12.40

11. Remoção da Arca da Aliança 13.1 - 17.27

A. Transporte Inadequado da Arca 13.1-14


B. Prosperidade do Reino de Davi 14.1-17
C. Transporte Apropriado da Arca 15.1-29
D. Celebração na Vinda da Arca para Jerusalém 16.1-43
E. Instituição do Pacto Davídico 17.1-27

111. Vitórias Militares do Rei Davi 18.1- 20.8

A. Sumário das Primeiras Vitórias de Davi 18.1-17


B. Sumário das Últimas Vitórias de Davi 19.1-20.8

. IV. Preparação e Organização de Israel para a Construção do Templo 21.1- 27.34

A. Censo Pecaminoso de Davi 21.1-30


B. Provisão Material para a Construção do Templo 22.1-5
C. Líderes São Encarregados de Construir o Templo 22.6-19
D. Organização dos Líderes do Templo : 23.1-26.32
E. Organização dos Líderes da ação de Israel 27.1-34

V. Últimos Dias de Davi 28.1 - 29.30

A. Exortações Finais de Davi 28.1-10


B. Provisões Finais para o Templo 28.11-29.9
C. Oração Final de Gratidão 29.10-19
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D. Coroação de Salomão 29.20-25
E. Morte do Rei Davi 29.26-30

.~
2 Crônicas começa com o reinado de Salomão (caps.1 - 9). Embora estes capítulos relatem a
grandeza do reino de Salomão, sua preocupação primordial é descrever a construção e dedicação do
templo. 2 Crônicas (10 - 36), apresenta, em resumo, a história da dinastia de Davi com especial
atenção para a história do culto no templo. O livro conclui com o édito de Ciro da Pérsia ordenando
a reconstrução do templo.
Outros mapas, tabelas e auxílios didáticos relevantes para o estudo de Crônicas, podem ser encontrados
nos capítulos que tratam dos livros de Samuel e Reis .


I 127
2 Crônicas em Relance
ÊNFASE REINADO DE SALOMÃO REINADOS DOS REIS DE JUDÁ

TEXTO 1.1 2.1 8.1 10.1 14.1 36.1 36.26

AGLÓRIADO As Reformas de Asa,


DIVISÃO INVESTI DURA DE TÉRMINO DO QUEDA
REINADO DIVISÃO DO REINO Josafá, Joás,
SALOMÃO TEMPLO
I DE SALOMÃO Ezequias, e Josias DE JUDÁ

O TEMPLO É CONSTRUíDO O TEMPLO É DESTRUíDO


TÓPICO
ESPLENDOR DESASTRE

LOCAL JUDÁ

OCASIÃO c. DE 40 ANOS c. DE 393 ANOS


Nelson s Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas Nelson. Inc.

Quando Ocorreram os Eventos de 2 Crônicas

ESBOÇO DE 2 CRÔNICAS

Primeira Parte. Reinado de Salomão (1.1 - 9.31

I. Investidura de Salornâo como Rei 1.1-17


A. A Adoração de Salomão , 1.1-6
B. Pedido de Sabedoria 1.7-10
C. Sabedoria É Concedida 1.11, 12
D. A Riqueza de Salomào 1.13-17

11. O Templo É Terminado 2.1- 7.22


A. Preparaçào para Construir o Templo 2.1-18
B. Construção do Templo 3.1-5.1
C. Dedicação do Templo 5.2-7.22

111. A Glória do Reinado de Salomão 8.1- 9.28


A. Aumento do Território sob Salomão 8.1-6
B. Inimigos de Salomào São Subjugados 8.7-10
C. Práticas Religiosas de Salomão 8.11-16
D. Operações Econômicas de Salomào 8.17,18
E. Visita da Rainha de Sabá 9.1-12
F. A Riqueza de Salomão 9.l3-28

IV. Morte de Salomão 9.29-31

Segunda Parte. O Reinado dos Reis de Judá (10.1- 36.23)

I. Reinado de Roboão 10.1-12.16


A. Divisão do Reino 10.1-19
B. O Reino de Judá É Fortalecido 11.1-23
C. O Reino de Judá É Enfraquecido 12.1-12
D. Morte de Roboào 12.13-16

128
11. Reinado de Abras 1~.1-11
A. Guerra de Abias com Jeroboão 13.l-20
B. Morte de Abias 13.21,22

111. Reinado de Asa 14.1-16.14


A. Avaliação deAsa 14.1-8
B. Vitória sobre os Etíopes 14.9-15
C. Exortação de Azarias 15.1-7
D. Reformas deAsa 15.8-19
E. Vitória sobre os Sírios 16.1-6
F. Repreensão de Hanani a Asa 16.7-10
G. Morte de Asa 16.11-14

IV. Reinado de Josafá 17.1-20.37


A. Avaliação de Josafá 17.1-6
B. Sacerdotes e Levitas Instruem o Povo 17.7-9
C. Expansão do Reino...................................................... 17.10-19
D. Aliança com Acabe 18.l-19.4
E. Organização do Reino 19.5-11
F. Vitória sobre Moabe e Amom 20.1-30
G. Resumo do Reinado de Josafá 20.31-34
H. Pecado e Morte de Josafá 20.35-37

V. Reinado de Jeorão 21.1-20


A. Avaliação de Jeorão 21.1-7
B. Revolta de Edom e Libna 2l.8-11
C. Advertência de Elias 21.12-15
D. Judá invadido pela Filístia e Arábia 21.16,17
E. Morte de Jeorão 21.18-20

VI. Reinado de Acazias 22.1-9

VII. Reinado de Atália 22.10 - 23.15

VIII. Reinado de Joás 23.16-24.27


A. Reavivamento de Joiada 23.l6-21
B. Avaliação de Joás 24.1-3
C. Reparação do Templo 24.4-14
D. Morte de Joiada 24.15,16
E. Assassinato do Filho de Joiada 24.17-22
F. Destruição de Judá pela Síria 24.23,24
G. Morte de Joás 24.25-27

XI. Reinado de Amazias 25.1-28


A. Avaliação de Amazias 25.1-4
B. Vitória sobre Edom 25.5-13
C. Idolatria de Amazias 25.14-16
D. Judá Derrotado por Israel 25.17-24
E. Morte de Amazias 25.25-28

129
X. Reinado de Uzias 26.1-23
A. Avaliação de Uzias 26.1-5
B. Vitórias de Uzias 26.6-15
C. Oferta Pecaminosa de Uzias 26.16-21
D. Morte de Uzias 26.22,23

XI. Reinado de Jotão 27.1-9

XII. Reinado de Acaz 28.1-27


A. Avaliação de Acaz 28.1-4
B. Derrota de Judá 28.5-21
C. Idolatria de Acaz 28.22-25
D. Morte de Acaz 28.26, 27

XIII. Reinado de Ezequias 29.1-32.33


A. Avaliação de Ezequias 29.1, 2
B. Reforma sob Ezequias 29.3 - 31.21
C. Invasão pela Assíria 32.1-22
D. Restauração de Ezequias 32.23-26
E. Riqueza de Ezequias 32.27-30
F. Pecado de Ezequias : 32.31
G. Morte de Ezequias 32.32, 33

XIV. Reinado de Manassés : 33.1-20

XV. Reinado de Amom 33.21-25

XVI. Reinado de Josias 34.1- 35.27


A. Avaliação de Josias 34.1,2
B. Primeiras Reformas de Josias 34.3-7
C. Reparação do Templo 34.8-13
D. Descoberta da Lei 34.14-33
E. Celebração da Páscoa................................................................................................ 35.1-19
F. Morte de Josias 35.20-27

XVII. Reinado de Jeoacaz 36.1-3

XVIII. Reinado de Jeoaquim : 36.4-8

XIX. Reinado de Joaquim 36.9,10

XX. Reinado de Zedequias 36.11-21


A. Avaliação de Zedequias : 36.11, 12
B. Destruição de Jerusalém 36.13-21

XXI. Decreto de Ciro para Retorno a Jerusalém 36.22,23

130
o Templo
Localizado em Jerusalém, o templo era o centro da vida religiosa do povo judeu. No santuário
devotado ao culto do único Deus verdadeiro, os sacerdotes ofereciam sacrificios ao Senhor para
expiar os pecados da nação de Israel. Por meio das cerimônias do templo, o povo judeu dedicava
suas vidas em seguir as leis e ensinamentos de seu Criador.
Antes da construção do templo, o tabernáculo era usado pelo povo como lugar de culto. Durante um
longo periodo de sua história o tabernáculo mudava de um local para outro acompanhando a nação
de Israel em suas peregrinações (Êx 40). Mas, depois que se estabeleceram em sua habitação
permanente na terra da Promessa, Deus ordenou, por intermédio de seu servo Davi, que o templo
fosse construído. Esta construção mais primorosa, devotada ao culto e à adoração, seria um marco
permanente em Jerusalém, capital do reino (lCr 28).
Na realidade, foram construídos três diferentes templos em Jerusalém, ao longo de um período de
mais ou menos mil anos de história judaica. Todos os três foram construídos no mesmo local- sobre
um monte conhecido como Monte Moriá, localizado na parte leste da Cidade Santa (2Cr 3.1).
O primeiro templo, construído por Salomão cerca do ano 960 a.C; erguia-se sobre uma plataforma
de cerca de três metros de altura, com dez degraus que conduziam a uma entrada flanqueada por dois
pilares de pedra. Milhares de trabalhadores comuns e de artesãos altamente capacitados foram
envolvidos em sua construção (1Rs 6.7; 2Cr 3; 4). Este edificio foi destruído pelos babilônios quando
capturaram Jerusalém em 586 a.C. Mas Ciro, rei da Pérsia, autorizou a reconstrução do edificio no
mesmo local, quando permitiu que o povo judeu voltasse para Jerusalém (Esdras 1). Esta nova
estrutura, conhecida como Templo de Zorobabel, foi edificada ao redor do ano 515 a.C., por insistência
dos profetas Ageu e Zacarias (Ed 6.l3-15).
Vários séculos mais tarde, Herodes, o Grande, governador romano da Palestina, ordenou a construção
do terceiro templo, um edificio pomposo, de cor creme, feito de pedra e ouro, para apaziguar o povo
judeu. Este foi o edificio ao qual Jesus se referiu ao falar sobre sua ressurreição (10 2.19, 20), ao
predizer que este templo seria destruí do pelos romanos cerca de 40 anos após sua ressurreição e
ascensão, no ano 70 d.C.
As descrições do templo de Salomão no Antigo Testamento sugerem que ele possuía um pátio interno,
bem como um pátio externo. Os três objetos principais dentro do pátio interno eram. (1) o altar de
bronze para as ofertas queimadas (lRs 8.22, 64; 9.25); (2) o mar de bronze, que continha água para
a purificação ritual dos sacerdotes (lRs 7.23-26); e (3) doze bois, aparentemente feitos de bronze
também, que apoiavam o mar de bronze em suas costas (lRs 7.25).
No pátio interno ficava a área conhecida como Lugar Santo, contendo o altar de ouro para o incenso,
a mesa dos pães da proposição, cinco pares de candelabros, e utensílios usados para o oferecimento
de sacrificios (lRs 7.48-50). Além desta área ficava um aposento conhecido como Lugar Santíssimo
ou Santo dos Santos, um local restrito, onde apenas o Sumo Sacerdote podia entrar. Mesmo assim,
ele só podia entrar ali uma vez por ano, no Dia da Expiação, quando entrava para fazer expiação por
seus próprios pecados e pelos pecados do povo (Lv 16). Neste aposento ficava a Arca da Aliança,
contendo as tábuas de pedra sobre as quais estavam escritos os Dez Mandamentos. A presença de
Deus se manifestava no Santo dos Santos através de uma nuvem (lRs 8.5-11).
Jesus relacionou-se com o templo de várias maneiras. Mostrava respeito e se referia a ele como "A
casa de meu Pai" (10 2.16). Seu zelo levou-o a purificar o templo de mercadores que vendiam animais
para o sacrificio, desonrando, assim, a "casa de oração" (Me 11.15-17). Mas, embora Jesus respeitasse
a casa de Deus, também ensinou que Ele era maior que o templo (Mt 12.6).
Sua superioridade foi claramente demonstrada quando o véu do templo se rasgou de alto a baixo no
momento de sua morte (Mt 27 .51). O véu era colocado diante do lugar Santíssimo para impedir que
qualquer outra pessoa entrasse, a não ser o sumo sacerdote. O rompimento do véu simbolizou o fato
de que todo crente tem acesso livre e sem impedimento a Deus mediante seu Filho Jesus Cristo por
sua morte sacrificial em nosso lugar.
Examine o quadro "Templo de Salomão" à página 103.

131
Templos da Bíblia

TEMPLO DATA DESCRiÇÃO REFERÊNCIA


Tabernáculo c. 1444 a.C. Planos detalhados foram recebidos diretamente Êx 25 - 30
(Templo móvel) do Senhor por Moisés. Construído por artesãos Êx 35.30 - 40.38;
divinamente escolhidos. Profanado por Nadabe Lv 10.1-7
eAbiú.

Templo de 966-586 a.C. Planejado por Davi. Construído por Salomão. 2Sm 7-29
Salomão Destruído por Nabucodonosor. 1Rs 8.1-66
-
Jr 32.28-44
"-
Templo de 516-169 a.C. Visionado por Zorobabel. Construído por Ed 6.1-22;
Zorobabel Zorobabel e pelos anciãos dos judeus. Profanado Ed 3.1-8;4.1-14;
por Antíoco Epifanes. Mt 24.15

Templo de 19 a.C.-70 d.D. O templo de Zorobabel foi restaurado por Herodes Mc 13.2,14-23;
Herodes o Grande. Destruído pelos romanos. Lc 1.11-20; 2.22-38;
2.42-51; 4.21-24;
At21.17-33

Templo Atual' Época Atual Fundado no coração do crente. O corpo do crente 1Co 6.19,20
é o único templo do Senhor até à volta do Messias. 2C06.16-18

Templo de Período da A ser construído durante a tribulação pelo Dn 9.2;


Apocalipse 11 Tribulação Anticristo. Será profanado e destruído. Mt24.15;
2Ts 2.4;
Ap 17.18

Templo de Milênio Uma descrição simbólica de como Ez 40.1 - 42.20;


Ezequiel Deus abençoaria o seu povo. ZC6.12,13

Templo Eterno Reino Eterno O maior de todos os templos ("o seu santuário é o Ap 21.22
da presença Senhor, o Deus Todo-Poderoso, e o Cordeiro") Um Ap 22.1-21
de Deus templo espiritual.

o templo (no grego hieron) é um lugar de culto. Um espaço sagrado e santo primordialmente construído para a nação cultuar a Deus.

132
Prisioneiros do Senhor

PESSOA SITUAÇÃO

José Recusou ser seduzido pela esposa de seu patrão, como resultado foi
(Gn 39.7-23; 41.1-45) falsamente acusado de assédio sexual e enviado para a prisão;
posteriormente foi levado a uma posição de liderança segundo o plano
de Deus.

Sansão Deixou-se seduzir por sua amante Dalila revelando-lhe o segredo de


(Jz 16.21-31) sua força. Por isso foi preso pelos filisteus, que o exibiram como um
troféu, até que Deus lhe permitiu vingar-se, embora ele tenha morrido no
processo.

Micaías Recusou unir-se aos outros profetas que falsamente prediziam o


(1Rs 22.1-38) sucesso de Acabe na batalha, por esta razão foi preso; Acabe morreu
na batalha.

Hanani Como vidente do Senhor, condenou o rei Asa por confiar nos sírios,
(2Cr 16.7-10) por isto foi colocado na prisão.

Jeremias Profetizou que Judá não teria condições de resistir ao cerco dos
(Jr 37 - 38) caldeus; foi, então, preso sob acusação de deserção; posteriormente
repetiu sua advertência ao rei Zedequias, e foi colocado em uma
cisterna; pela terceira vez avisou Zedequias, e foi permitido que ele
permanecesse no pátio da prisão até a queda da nação diante dos
babilônios.

João Batista Opôs-se ao casamento de Herodes Antipas com Herodias, esposa do


(Mt 14.1-12) meio-irmão do tetrarca, e também sua sobrinha. Por isto João foi
aprisionado e, mais tarde, executado como resultado de uma artimanha
de Herodias.

Pedro e João Aprisionados como porta-voz de um novo movimento dos seguidores


(At4.1-21) de Jesus, depois que um homem foi milagrosamente curado; foram
libertados depois de serem vigorosamente advertidos a não pregar
sobre Jesus - proibição que eles imediatamente denunciaram.

Paulo e Silas Libertaram uma jovem de Filipos tanto de um espírito demoníaco como
(At 16.16-40) de seus "empregadores", razão por que foram caluniados, espancados
e aprisionados; miraculosamente libertados e depois defendidos em razão
de sua cidadania romana.

Paulo Cercado por uma multidão de judeus antagonistas, resgatado por


(At 21.30 - 28.31) soldados romanos, julgado pelas autoridades regionais, e finalmente
levado em cadeias para Roma como prisioneiro do império.

133
ESDRAS
Esdras dá continuidade à narrativa de 2 Crônicas, mostrando como Deus cumpriu sua promessa de
trazer seu povo de volta, para a Terra da Promessa, após setenta anos de exílio. O "segundo êxodo"
de Israel, desta vez saindo da Babilônia, foi menos espetacular, pois apenas um remanescente decidiu
deixar a Babilônia. Esdras relata a história de dois retornos - o primeiro liderado por Zorobabel para
reconstruir o templo (cps. 1 - 6), e o segundo sob a liderança de Esdras, para reconstruir a condição
espiritual do povo (cps. 7 - 10).
Esdras e Neemias eram considerados um único volume no original hebraico e na tradução grega
conhecida como Septuaginta. Os dois foram separados na tradução latina e as traduções em português
também os consideram dois trabalhos separados.

Autor
Embora Esdras não seja mencionado especificamente como autor, ele é, sem dúvida, o melhor
~ v. candidato. A tradição judaica (Talmude), atribui o livro a Esdras, sendo algumas porções escritas na
~~ primeira pessoa, a partir do ponto de vista de Esdras (7.28 -9.15). Tal como em Crônicas, existe uma
~
~ forte ênfase sacerdotal, sendo Esdras um descendente sacerdotal direto de Arão, por meio de Eleazar,
Finéias e Zadoque (7.1-5).

Data
Como os israelitas foram levados para o exílio em três estágios sucessivos (605, 597, 586 a.c.),
também retomaram em três estágios. O primeiro ocorreu sob a liderança de Zorobabel (c. 538 a.Ci).
Após considerável demora, incentivados pelos profetas Ageu e Zacarias, este primeiro retomo teve
como resultado a reconstrução do templo (c. 520-516 a.c.). Esdras liderou o segundo retomo, no
sétimo ano de Artaxerxes I (c. 458 a.Ci). Neemias liderou o último retomo no ano vigésimo de
Artaxerxes I (c. 444 a.C.). Cronologicamente, os eventos do livro de Ester ocorrem durante um
período de dez a doze anos (483-473 a.Ci) entre o primeiro e o segundo retornos.
Esdras (se de fato é ele o autor/compilador) escreveu provavelmente este livro entre 457 a.c.
(eventos relatados nos caps.7-1O) e 444 a.c. (chegada de Neemias a Jerusalém). Durante o período
compreendido pelo livro de Esdras, Gautama Buda (c. 560-480 a.C.) estava na Índia, Confúcio
(551-479 a.C.) na China, e Sócrates (470-399 a.Ci) estava na Grécia.

Eventos do Eventos do
Livro de Ester Livro de Neemias
(483-471 a.C.) (c.445-425 a.C.)

550 525 500 475 450 425 400


!--Eventos do Livro de Esdras (538-458 a.C.)~

Zorobabel e o Primeiro Esdras e o Segundo


Retorno dos Exilados Retorno dos Exilados:
Esdras: 1 - 6 (538 a.C.) Esdras 7 - 10 (458 a.C.)

134
Temas e Estrutura literária

Esdras relata os primeiros dois retornos da Babilônia, o primeiro liderado por Zorobabel e o segundo,
décadas mais tarde, liderado por Esdras. As duas divisões do livro se referem à reconstrução do
Templo (caps. 1 - 6) e à restauração do povo (caps. 7 - 10).
O tema básico de Esdras é restauração - restauração do templo e restauração espiritual, moral e
social do remanescente que retomou a Jerusalém sob a liderança de Zorobabel e Esdras. Ambas
foram realizadas apesar da oposição e da dificuldade.
A restauração do templo e do povo exigiu a reafirmação da identidade característica de Israel e sua
fé, juntamente com a separação dos outros povos e suas crenças pagãs. Esta restauração teve lugar
no contexto do império persa, no qual a tendência religiosa dominante era a incorporação das várias
crenças religiosas numa única expressão de fé. Os vários povos do império eram estimulados a
manter suas culturas distintas, porém sem exclusivismo religioso. Neste ambiente os judeus
enfrentaram uma grande tentação de renunciar a todas as suas alegações anteriores de possuir uma
revelação exclusiva da parte de Deus. Além disso, havia uma forte pressão para renunciar também
aos comportamentos que tinham sido estabelecidos para separá-los das culturas pagãs que os rodeavam.
Neste contexto, a restauração do culto no Templo expurgado de todas as influências pagãs e a
purificação do povo de casamentos mistos com outros povos, eram ambos necessários.
A fidelidade de Deus pode ser vista na forma como Ele soberanamente protege seu povo no meio de
um poderoso império, enquanto permaneciam no cativeiro. Eles prosperaram no exílio, e Deus
preparou reis pagãos que foram solidários com sua causa e os incentivaram a reconstruir sua terra
natal. Deus também levantou líderes zelosos e capazes que dirigiram o retomo e a reconstrução.

Esdras em Relance

ÊNFASE RESTAURAÇÃO DO TEMPLO REFORMA DO POVO

TEXTO 1.1 3.1 7.1 9.1 10.44

---- - PRIMEIRO RETORNO A CONSTRUÇÃO DO


DIVISÃO SEGUNDO RETORNO A
TEMPLO RESTAURAÇÃO DO POVO
JERUSALÉM JERUSALÉM

ZOROBABEL ESDRAS

TÓPICO
PRIMEIRO RETORNO - DE 49.897 SEGUNDO RETORNO - DE 1.754

LOCAL DA PÉRSIA PARA JERUSALÉM DA PÉRSIA PARA JERUSALÉM

OCASIÃO 22 ANOS - (593-516 a.C.) 1 ANO - (458-457 a.C.)

Nelson s Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas Nelson, Inc,

I.
Quando Ocorreram os Eventos de Esdras

135
ESBOÇO DE ESDRAS

Primeira Parte. A Restauração do Templo de Deus (1.1 - 6.22)

I. O Primeiro Retorno a Jerusalém sob Zorobabel 1.1 - 2.70


A. Decreto de Ciro 1.1-4
B. Dádivas de Israel e de Ciro 1.5-11
C. Censo do Povo que Retomava 2.1-63
D. Retomo Terminado 2.64-70

lI. A Construção do Templo 3.1- 6.22


A. Construção da Fundação do Templo 3.1-13
B. Interrupção da Construção do Templo 4.1-24
C. Término do Templo 5.1-6.18
D. Celebração da Páscoa 6.19-22

Segunda Parte. A Restauração do Povo de Deus (7.1 -10.44)

I. Segundo Retorno a Jerusalém sob Esdras 7.1- 8.36


A. O Decreto deArtaxerxes 7.1-28
B. Censo dos Israelitas que Retomavam 8.1-14
C. Preparação Espiritual para o Retomo 8.15-23
D. Retomo Completado 8.24-36

11. A Restauração do Templo 9.1-10.44


A. Casamentos Mistos em Israel 9.1,2
B. Esdras Intercede perante Deus 9.3-15
C. Reforma de Israel 10.1-44

Retorno do Exílio

Quando Ciro, o Persa, conquistou Babilônia em 539 a.c., o controle governamental sobre os povos
cativos foi relaxado, e o caminho estava aberto para que o povo exilado de Judá começasse a retomar
à sua terra natal. A ascensão e vitória de Ciro cumpriram a profecia de Isaías 44.28 - 45.4. Três
grandes expedições fizeram o caminho de volta. A primeira de 538 - 537 a.c., sob Zorobabel, a
segunda sob a liderança de Esdras em 458 a.c., e a última sob a liderança de Neemias em 444 a.C.

AleJPO :~'Qe\e sesbazar


Susã
e fé.
Residência de Neemias
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e também o local
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! %•• onde se deram
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·S os acontecimentos
relatados no livro

Mar Mediterrâneo
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Esdras e Neemias (e. de
de Ester.
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Damasco ç<p-I
• «-0\.'1>

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Jerusalém. Susã
"...ainda que os vossos rejeitados estejam pelas
extremidades dos céu, de lá os ajuntarei e os
trarei para o lugar que tenho escolhido
para ali fazer habitar o meu nome" (Ne 1.9).
© 2002, Editora Cultura Cristã

136
NEEMIAS

(I Contemporâneo de Esdras e copeiro do rei no palácio persa, Neemias dirigiu o terceiro e último
retomo a Jerusalém após o exílio da Babilônia. Tendo recebido permissão do rei persa para voltar a
sua terra natal, Neemias desafiou seus patrícios a reconstruir as muralhas destruídas de Jerusalém. A
despeito da oposição, a tarefa foi cumprida em apenas cinqüenta e dois dias. Em contraste, a tarefa
de reforma e reavivamento do povo de Deus exigiu anos da vida e da liderança piedosa de Neemias.
O Livro de Neemias é um complemento do Livro de Esdras. Apresenta informação adicional sobre
as reformas religiosa e social que tiveram lugar em Judá e em Jerusalém da metade do século 5º a.c.
Deriva seu título atual de seu personagem principal, Neemias, cujo nome aparece em 1.1. Originalmente
unido ao livro de Esdras no texto hebraico, Neemias foi considerado como um livro separado quando
as Escrituras foram traduzi das para o latim.

Autor

fi Porque Esdras e Neemias eram considerados como um único livro no texto hebraico e porque os dois
~ livros mostram certas similaridades de estilo e ponto de vista, muitos estudiosos têm con~iderado que
- ~ ambos tenham sido originalmente compilados pela mesma pessoa, provavelmente Esdras. E importante
~ ~. notar que 1.1 descreve o conteúdo do livro como "Palavras de Neemias". Esta afirmação é confirmada
pela narrativa feita na primeira pessoa. Assim, se Esdras foi o compilador, ele supostamente estava
fazendo uma citação diretamente dos escritos de Neemias.
Neemias ocupava a alta e responsável posição de copeiro do rei Artaxerxes. Isto, evidentemente,
significava mais uma posição como conselheiro pessoal do rei, do que simplesmente um mordomo.
O fato de que mais tarde o rei o nomeou governador da Judéia, dá testemunho de sua considerável
habilidade administrativa. Freqüentemente o copeiro era também um eunuco e isto pode explicar por
que não se faz referência à família de Neemias.

Data

Neemias está intimamente associado ao ministério de seu contemporâneo, Esdras. Como sacerdote,
Esdras ajudou no trabalho de reavivamento espiritual; Neemias, como governador, ajudou na
reconstrução política e fisica, e dirigindo a reforma moral do povo. Juntos formaram uma equipe
eficiente na reconstrução do remanescente pós-exílio. Malaquias, o último profeta do Antigo
Testamento, também exerceu seu ministério durante este período provendo orientação moral e
espiritual. O Livro de Neemias focaliza os acontecimentos que circundaram o terceiro retorno do
Exílio em 444 a.C. Neernias serviu duas vezes como governador de Judá. Na primeira vez seu governo
durou doze anos (5.14), e terminou quando voltou a Babilônia (13.16). Retomou, então, a Jerusalém
"depois de alguns dias". Se o rei ainda era Artaxerxes I, como parece provável, então o segundo
período de governo de Neemias começou antes de 424 a.C., quando Artaxerxes morreu. Assim, o
livro de Neemias foi escrito, provavelmente, entre 430 e 420 a.c.

137
Neemias em Relance

ÊNFASE RECONSTRUÇÃO DAS MURALHAS RESTAURAÇÃO DO POVO

TEXTO 1.1 3.1 8.1 11.1 13.31

PREPARAÇÃO PARA A RECONSTRUÇÃO RENOVAÇÃO OBEDIÊNCIA


.DIVISÃO RECONSTRUÇÃO DAS MURALHAS DO PACTO AO PACTO
DAS MURALHAS

POLíTICA ESPIRITUAL

TÓPICOS
CONSTRUÇÃO INSTRUÇÃO

LOCAL JERUSALÉM

19ANOS
OCASIÃO
(444 - 425 a. C.)

Nelson s Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas Nelson, Ine.

Quando Ocorreram os Eventos Registrados em Neem!as

Temas e Estrutura Literária

o Livro de eemias completa a narrativa histórica do povo de Deus no Antigo Testamento, cerca de
quatrocentos anos antes do nascimento do Messias prometido. Compõe-se de duas divisões que são:
a reconstrução das muralhas (caps. 1 - 13), e a restauração do povo (caps. 8 - 13).
Enquanto Esdras trata da restauração religiosa de Judá, Neemias se preocupa primordialmente com
sua restauração política e geográfica. Uma grande atenção é devotada à restauração das muralhas,
porque Jerusalém era o centro político e êspiritual de Judá. Sem as muralhas, Jerusalém dificilmente
seria considerada uma cidade.
Proeminente no livro de eemias, assim como em todo o Antigo Testamento, é o conceito do
pacto entre Deus e seu povo. O Antigo Testamento trata da história de Israel em termos de sua
fidelidade ou desobediência ao pacto. eemias 9.1 - 10.39 registra uma cerimônia de renovação
da aliança, na qual o povo se compromete a separar-se dos gentios no casamento e a obedecer
mandamentos de Deus.
A fidelidade de Deus à sua aliança é enfatizada pela extensa narrativa da construção das muralhas.
Esta reconstrução foi terminada, apesar dos consideráveis percalços contra o trabalho. A pergunta
levantada de se o rei persa permitiria tal obra, e também a oposição organizada contra Neemias em
Jerusalém, pelos dos samaritanos e amonitas. Apesar destas dificuldades quase intransponíveis, a
reconstrução foi completada em cinqüenta e dois dias, tendo os inimigos de Neemias reconhecido
que o esforço e a obra terminada tinham sido intervenção de Deus (6.15,16).

138
ESBOÇO DE NEEMIAS

Primeira Parte. A Reconstrução das Muralhas (1.1- 7.73)

I. Preparação para a Reconstrução 1.1- 2.20

A. Notícias sobre a Muralha Derribada 1.1-3


B. Intercessão de Neemias 1.4-2.8
C. Chegada de Neemias a Jerusalém 2.9-11
D. Preparação para a Reconstrução da Muralha 2.12-20

11. A Reconstrução dos Muros 3.1-7.73

A. Registro dos Construtores 3.1-32


B. Oposição à Reconstrução 4.1-6.14
C. Término da Reconstrução 6.15-19
D. Organização de Jerusalém 7.1-14
E. Registro dos que Voltaram a Jerusalém 7.5-73

Segunda Parte. A Restauração do Povo (8.1-13.31)

I. O Pacto É Renovado 8.1-1039

A. Interpretação da Lei 8.1-18


B. Reafirmação do Pacto 9.1-10.39

11. Obediência ao Pacto 11.1-1331

- A. Reassentamento do Povo
B. Registro dos Sacerdotes e Levitas
C. Dedicação dos Muros de Jerusalém
11.1-36
12.1-26
12.27-47
D. Restauração do Povo 13.1-31

Reis Persas
Os acontecimentos narrados no livro de Esdras iniciam-se durante o reinado de Ciro (c. 538). O livro
de Neemias corresponde ao reinado de Artaxerxes I da Pérsia (465-424 a.Ci), Ester era madrasta de
Artaxerxes e é possível que ela tenha conseguido que Neemias fosse indicado como copeiro do rei.
Neemias deixou a Pérsia no vigésimo ano de Artaxerxes (2.1), retomando no trigésimo segundo ano
(13.6), deixando novamente a Pérsia em direção a Jerusalém "ao cabo de certo tempo" (13.6),
provavelmente ao redor de 425 a.c.

Xerxes!
Ciro Cambises Smerdis Daria! (Assuera) Artaxerxes ! Xerxes ll Daria"
559-530 530-522 522 522-486 486-465 465-424 424 423-404

575 550 525 500 475 450 425 400

139
Neemias, o Servo

Um servo leal e importante do rei da Pérsia, Neemias era copeiro e competia a ele proteger o rei de
ser envenenado. Seu dever de selecionar e provar o vinho real dava-lhe um constante acesso ao rei.
Neemias provou ser, também, um servo leal e importante de Deus e do povo judeu.

Um Servo ... Porque Deus ...

Ora por seu povo (1.4) Mantém o seu pacto (1.5)


Planeja para o seu povo (2.6-8) Inspira o seu povo (2.12)
Persevera contra os inimigos de seu povo (4.9,23) Perverte o plano dos inimigos (4.15,20)
Apela por unidade entre os membros de seu povo (5.10,11) Alegra-se com a união (5.9,13)
Percebe a falsidade e permanece fiel (6.2,8,12) Proclama o nome de Deus entre as nações (6.16)

o Projeto de Reconstrução de Neemias

Muitos marcos geográficos de Jerusalém são mencionados no Livro de Neemias (3.12-18;


12.27-39). Reconstruída por Zorobabe1, Esdras e Neemias, a cidade pós-exílio de Jerusalém
era consideravelmente menor e menos grandiosa do que a cidade que caiu diante da Babilônia
em 586 a.c.

Jerusalém.no tempo de Neemias

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Uma expansão maior foi iniciada


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sob a orientação de Neemias
e continuou durante o
período intertestamentário .

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.
"Então disseram:
Fonte de Gion Disponhamo-nos e edifiquemos.
E fortaleceram as mãos
,
.... Muros reconstruídos de acordo com
para a boa obra"
(Ne 2.18).
o relato de Neemias 3 e seguintes.
© 2002, Editora Cultura Cristã

140'
ESTER
A mão providencial e protetora de Deus em favor de seu povo fica evidente ao longo do livro de
Ester, embora o nome de Deus não apareça nem sequer uma vez. O ardil de Hamã para destruir os

• judeus representa um grave perigo para o povo de Deus e é contrariado pela coragem de Ester e pelo
conselho sábio de Mordecai, seu tio, tendo como resultado uma grande libertação. A festa judaica do
Purim se transforma em uma recordação anual da fidelidade de Deus em favor do seu povo.

Autor
Embora o texto de Ester não especifique a identidade de seu autor, seu conhecimento dos costumes
~ persas, o palácio de Susa, e detalhes de acontecimentos durante o reinado de Assuero, indicam que o
~ autor viveu na Pérsia durante este período. O óbvio nacionalismo e conhecimento do povo judaico
~
~ sugerem também que o autor era judeu. Os nomes de Esdras e Neemias têm sido sugeridos como
~
possíveis autores, mas o estilo de Ester difere radicalmente de ambos, e qualquer identificação precisa
é meramente especulativa.

Data
Os aéontecimentos ocorridos em Ester tiveram lugar entre 483 - 473 a.c. e localizam-se entre os

-
~.
capítulos 6 e 7 de Esdras, entre o primeiro retomo liderado por Zorobabel e o segundo liderado por
Esdras. O fato de o autor mencionar o rei Assuero no passado (1.1), sugere que o livro deve ter sido
escrito durante o reinado de Artaxerxes I (465-424 a.C.) Lingüisticamente, Ester pode ser datado
durante a última metade do quinto ou no início do quarto século antes de Cristo.

Temas e Estrutura Literária


Historicamente, o livro de Ester revela um segmento da história de Israel ocorrido durante o cativeiro
na Pérsia. Fornece o único retrato bíblico de uma grande maioria de judeus que escolheu permanecer
na Pérsia em lugar de retomar à Palestina.
Embora haja pouca razão para duvidar de seu caráter histórico, o livro de Ester é um trabalho literário
finamente concebido, em que o autor apresenta uma trama intrincada de perigo e salvamento com
grande habilidade. Ester pode ser dividido em duas seções principais: ameaça aos judeus (caps. 1-
4) e o triunfo dos judeus (caps. 5 - 10).
Teologicamente, o tema da proteção de Deus a seu povo permeia todo o livro, embora o nome de
Deus ou mesmo a palavra Deus não possam ser encontrados no texto - fato que justifica algumas
das objeções sobre sua canonicidade. Embora Deus discipline seu povo, Ele não os abandona. O
Deus de Israel é soberano sobre a História e sua providência fica evidente em todas as páginas.
Ester "por acaso" é escolhida rainha; seu primo Mordecai "por acaso" frustra uma trama para
assassinar o rei; o rei "por acaso" fica sabendo da ação de Mordecai na hora certa. O livro subentende
que nenhum destes acontecimentos é acidental, mas que Deus está firmemente no controle e está
determinado a cumprir as promessas do pacto feito aos filhos de Abraão.
A conduta do povo de Deus também é importante em Ester. As dificuldades sobrevêm aos judeus
porque Mordecai recusa-se a prestar culto a qualquer outro que não seja Deus. Ele não renuncia seu
compromisso com Deus nem mesmo para salvar-se ou a seu povo.

141

-
•....•..
Ester em Relance
~
ÊNFASE AMEAÇA AOS JUDEUS TRIUNFO DOS JUDEUS

TEXTO 1.1 2.1 5.1 8.4 10.3

DIVISÃO ESCOLHA DE ESTER HAMÃ FORMULA SUA


TRAMA
TRIUNFO DE MOR~ECAI
SOBRE HAMA
I TRIUNFO DE ISRAEL
SOBRE SEUS INIMIGOS
COMO RAINHA

FESTA DE ASSUERO FESTA DE ESTER E PURIM


TÓPICOS
PERIGO SÉRIO GRANDE LIVRAMENTO

LOCAL PÉRSIA

OCASIÃO 10 ANOS (483-473 a. C.)


,
Nelson s Complete Book of Bible Maps and Charts © 199J by Thomas Nelson, Inc.

Quando Ocorreram os Eventos do Livro de Ester

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o tema do jejum é muito importante em Ester. Um total de dez banquetes é mencionado e acontecimentos
importantes para a história acontecem durante estas festas (por exemplo, a desobediência de Vasti, a
tentativa de Ester salvar seu povo e o desmascaramento e condenação de Hamã). Este tema do banquete
serve para realçar 11mpropósito importante do livro. A explicação da origem da festa judaica
do Purim (9.18-32).

ESBOÇO DE ESTER

Primeira Parte: Ameaça aos Judeus (1.1- 4.17)

I. Escolha de Ester como Rainha 1.1 - 2.20


A. Divórcio de Vasti 1.1-22
B. Casamento com Ester 2.1-20

11. Hamã Formula sua Trama 2.21-4.17


A. Mordecai Revela a Trama para Assassinar o Rei 2.21-23
B. Hamã Planeja Assassinar os Judeus 3.1-4.l7

, Segunda Parte. O Triunfo dos Judeus (5.1-10.3)

I. O Triunfo de Mordecai sobre Hamã : 5.1-83


A. Preparando o Triunfo 5.1 - 6.3
B. Mordecai É Homenageado 6.4-14
C. Hamã Morre na Forca Preparada para Mordecai 7.1-10
D. A Casa de Hamã É Dada a Mordecai 8.1-3

111.O Triunfo de Israel sobre Seus Inimigos 8.4-103


A. Preparação para a Vitória de Israel 8.4-17
B. Vitória de Israel sobre Seus Inimigos 9.1-16
C. Celebração de Israel 9.17 - 10.3
142
, ,

~~~
e ~.
~:de3.-,.-.
Costumes Persas no Livro de Ester

o Livro de Ester registra acontecimentos ocorridos durante o reinado de Assuero (Xerxes) no século
5º a.C., no palácio de Susa, capital administrativa do império persa. Depois da morte de Dario I (o rei
persa que permitiu que qualquer judeu que desejasse voltar à sua terra natal poderia fazê-lo), seu
filho Assuero tomou-se rei. Assuero ficou insatisfeito com sua rainha, Vasti, baniu-a e casou-se com
Ester.
As festas reais persas eram famosas por seu esplendor e opulência. Ester comenta o costume persa de
comer reclinado em colchões ou almofadas. Todos os utensílios de mesa eram feitos de ouro, "vasos
de várias espécies" (1.7).
Leis especiais protegiam o rei persa. Ester 1.14 menciona sete príncipes que "se avistavam
pessoalmente com o rei". Eram os mais importantes entre os nobres, que serviam como conselheiros
do rei. Apenas a pessoa convocada pelo rei podia visitá-lo, um costume que indicava sua realeza,
bem como o protegia contra possíveis assassinos. Ester teve medo de ir falar a Assuero sem ser
chamada, pois o castigo para isto era a morte (4.11).
O império persa orgulhava-se de um sistema postal bem organizado (3.13). O anel do rei possuía um
sinete com o qual os documentos oficiais eram assinados. Na Pérsia antiga, os documentos eram
selados de duas formas: com o sinete do anel real, se os documentos fossem escritos em papiro. Ou
com um selo cilíndrico, se fossem escritos sobre tabletes de argila. Entre os objetos escavados na
cidade real de Persépolis encontrou-se um selo cilíndrico que pertenceu ao rei Xerxes.
Ester refere-se, também, "às leis dos Medos e dos Persas" (1.19). Esta frase demonstra a natureza
férrea das teis que governavam o império persa. Uma vez promulgada, a lei não podia ser mudada,
nem mesmo pelo próprio rei.

Mulheres do ·Antieo Testamento

Ester foi uma das importantes mulheres do Antigo Testamento, uma judia cativa na Pérsia que salvou
seu povo da destruição planejada pelo intrigante Hamã (Et 1-10).
Outras mulheres importantes no Antigo Testamento foram:

NOME POSiÇÃO E FATOS REFERÊNCIA

Agar Serva de Sara; mãe de Ismael Gn 16.3-16


Ana Mãe de Samuel 1Sm 1
Bate-Seba Esposa de Davi; mãe de Salomão 28m 11.3,27
Dalila Filistéia que enganou Sansão Jz 16.4,5
Débora Juíza que derrotou os cananitas Jz 4.4
Diná Única filha de Jacó Gn 30.21
Eva Primeira mulher Gn 3.20
Gomer Esposa infiel do profeta Oséias Os 1.2,3
Jezabel Perversa esposa do rei Acabe 1Rs 16.30,31
Joquebede Mãe de Moisés Êx 6.20
Miriam· Irmã de Moisés, uma profetisa Êx 15.20
Noemi Sogra de Rute Rt 1.2,4
Orfa Cunhada de Rute Rt 1.4
Raabe Prostituta que hospedou os espias de Israel; ancestral de Jesus Js 2.1-24; 6.22-27
Raquel Esposa de Jacó Gn 29.28
Rute Esposa de Boaz e mãe de Obede; ancestral de Jesus Rt 4.13,17; Mt 1.5
Sara Esposa de Abraão, mãe de Isaque Gn 11.29; 21.2,3
Tamar Filha de Davi 2Sm 13.1
Zípora Esposa de Moisés Êx 2.21

(para a lista no Novo Testamento, veja à página 271.)


143
Festas Judaicas
A festa de Purim, estabelecida no mês de Adar, último mês do calendário sagrado, é um mernorial
contínuo do heroísmo de Ester, arriscando seu trono e sua vida para salvar seu povo, tomando-se o
instrumento de Deus para a libertação. A festa não celebra a destruição dos inimigos, mas sim o
descanso dos judeus, livres da opressão de seus inimigos. O Purim era caracterizado por festas e
alegria pelo salvamento e redenção sob o cuidado providencial de Deus.

Festas Judaicas

Mês do ano no Mês


Festa Dia Referência
calendário judeu Correspondente

Páscoa Nisã 14 Março/abril Êx.12.1-14;


Mt26.17-20

*PãesAsmos Nisã 15-21 Março/abril Êx 12.15-20

Primícias Nisã ou Sivã 16 ou 6 Março/abril Lv 23.9-14,


Maio/junho Nm 28.26
-

*Pentecostes Sivã 6 Maio/junho Dt 16.8-12;


(Semanas ou Colheita) (50 dias após At 2.1
a colheita
da cevada)

Trombetas, Rosh Hashanah Tisri 1,2 Setembro/ Nm29.1-6


(Ano Novo) outubro

Dia do Perdão Tisri 10 Setembro/ Lv 23.26-32;


(ou Expiação) Yom Kippur outubro Hb 9.7

*Tabernáculos Tisri 15-22 Setembro/ Ne8.3-18;


(Terdas) outubro Jo 7.2

Dedicação Quisleu 25 (8 dias) Novembro/ Jo10.22


(Luzes) Han ukkah dezembro

Purim Adar 14,15 Fevereiro/março Et 9.18-32

"As três festas principais, para as quais todo varão em Israel deveria comparecer ao Templo em Jerusalém (Êx 23.14-19)

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144
LITERATURA DE
SABEDORIA
j

A seção do Antigo Testamento conhecida como Literatura de Sabedoria compreende os livros de Jó,
Provérbios e Eclesiastes, bem como alguns Salmos. A palavra hebraica para Sabedoria poderia ser
traduzida como "arte de viver," pois os judeus consideravam a sabedoria em termos muito práticos.
esta literatura fornecia orientação para o comportamento moral da vida diária.

A literatura sapiencial hebraica, em contraste com os escritos de sabedoria de outras culturas, era
centralizada em Deus. "O temor do Senhor é o princípio do saber, mas os loucos desprezam a sabedoria
e o ensino" (Pv 1.7).

Diferentemente, a literatura sapiencial egípcia, por exemplo, focalizava a sabedoria dos antigos
sábios e a disciplina pessoal para aceitar as dificuldades da vida.

A literatura de sabedoria no Antigo Testamento se divide em três categorias mais amplas: (1)
Provérbios populares que expressam verdades práticas; (2) ditos ou parábolas com um sentido espiritual;
(3) discussões sobre os problemas da vida.

O livro de Provérbiosnos apresenta máximas e observações sábias destinadas a desenvolver atitudes


apropriadas e um comportamento piedoso. Eclesiastes oferece uma discussão filosófica sobre o
vazio da vida sem Deus (Ec 1.2,14). Jó é um tratado clássico sobre o problema do mal e do sofrimento
humano. Sua conclusão é de que apenas conseguimos entender aquilo que Deus escolhe revelar-nos
(Jó 28.20-28).

Muitos dos Salmos, incluindo 1,4,10,14,18,19,37,49,73,90 e 112, são considerados literatura de


sabedoria. Um tema dominante nestes Salmos é o problema da prosperidade dos ímpios, ao passo
que os piedosos sofrem. Mas o salmista sábio sempre repete o refrão. " ... os malfeitores serão
exterminados, mas os que esperam no Senhor possuirão a terra" (SI 37.9).

Salomão, sucessor de Davi no trono de Israel, era reconhecido por sua sabedoria. Deus apareceu a
ele num sonho no início de seu reinado e lhe perguntou que dádiva gostaria de receber acima de
qualquer outra (lRs. 3.3-15). Salomão escolheu a sabedoria. Evidentemente, muitas das máximas
que encontramos no livro de Provérbios são de sua autoria.

145

Ambientado no período dos patriarcas, o livro de Jó conta a história de um homem que perde tudo-
riqueza, família e saúde - e luta com a pergunta: Por quê? O livro inicia com um debate celestial
entre Deus e Satanás e se desenvolve em três ciclos de debates terrenos entre Jó e seus amigos,
concluindo com um dramático diagnóstico divino a respeito dos problemas de Jó.
O nome "Jó" aparece em textos antigos do Oriente Próximo identificando um sábio lendário. Uma
vez que não existe nenhuma identificação genealógica de Jó, alguns estudiosos crêem que o autor
utilizou um personagem ficticio para estabelecer uma importante verdade teológica. Entretanto,
considerando-se o padrão normal da Bíblia de basear a revelação em eventos históricos, tal
possibilidade é questionável.

Autor
O texto de Jó não revela a identidade de seu autor, mas o conteúdo do livro revela que ele era um
~
f{
~
~
pensador profundo que trata do problema mais dificil e essencial da existência humana, sob uma
perspectiva espiritual madura. O autor era, também, uma pessoa de educação elevada e bem
familiarizada com os temas e com a natureza da literatura de sabedoria, e com as culturas de outros
~
países.

Data
Jó envolve duas questões quanto à data: a da ambientação do livro e a de sua composição.
Embora não seja possível determinar a data precisa dos eventos, vários fatores indicam o período
patriarcal (2000 a 1800 a.C.): a ausência de referência à história de Israel ou a à lei bíblica; a
longa vida de Jó, com mais de cem anos (42.16); e a consideração da riqueza de Jó em termos
de rebanhos (1.3).
As sugestões para data de composição do livro variam desde da era patriarcal até o período
pós-exílio. Atualmente, a maioria dos estudiosos data o livro entre a era salomônica e o exílio,
e alguns pontos de contato entre Jó e Isaías sugerem que ambos talvez tenham sido escritos
na mesma ocasião.

Temas e Estrutura Literária


o conteúdo do livro de Jó pode ser dividido em três partes: o dilema de Jó (caps. 1-2), os
debates de Jó (caps. 3-37), e o livramento de Jó (caps. 38-42). Além disso, a estrutura
literária do livro de Jó é simétrica. Introduzindo uma série de debates poéticos (3.1--42.6), o
prólogo em prosa apresenta o personagem, revela a confiança que Deus deposita nele, e conta
as tragédias que o reduziram a uma condição miserável econômica, física e emocionalmente.
Um epílogo, também em prosa (42.7 -17), relata a restauração de Jó e estabelece um equilíbrio
com relação ao prólogo.
A questão básica do livro é. "Se Deus é todo-poderoso e misericordioso, por que o justo
sofre?" O sofrimento em si não é o tema central do livro, na realidade a atenção é focalizada
naquilo que Jó aprende com seu sofrimento, isto é, a soberania de Deus sobre toda a criação.
Os debates que ocorrem nos capítulos 3 - 37 consideram se Deus permitiria que um inocente
sofresse.
A resposta dos três amigos de Jó - de que existe uma correlação direta entre retidão de conduta e
prosperidade/saúde - se mostra inadequada. A alegação de E1iú de que Deus pode usar o sofrimento
para purificar o justo, parece ser mais aceitável, mas ainda é incompleta. Finalmente, o diálogo entre
Deus e Jó demonstra que Deus é soberano e digno de ser louvado em tudo o que faz. Jó deve aprender

146

~_.
a confiar na bondade e no poder de Deus mesmo na adversidade, aprofundando sua concepção e
seu conhecimento pessoal de Deus.
Já reconhece um redentor (19.25-27) e clama por um mediador (9.33; 25.4; 33.23). O livro levanta
perguntas e questões que são perfeitamente respondidas em Cristo, o qual se identifica com nossos
sofrimentos (Hb 4.15). Cristo é a Vida, o Redentor, o Mediador e o Advogado do crente.

JÓ em Relance
LIVRAMENTO
ÊNFASE DILEMADEJÓ DEBATES DE JÓ
DEJÓ

TEXTO 1.1 3.1 15.1 22.1 27.1 32.1 38.1 42.17

DIVISÃO
~ PRIMEIRO SEGUNDO TERCEIRO DEFESA SOLUÇÃO CONTROVÉRSIA
ENTREDEUSE CICLO DE CICLO DE CICLO DE FINAL DEJÓ DEELlÚ ENTRE
SATANÁS DEBATES DEBATES DEBATES DEUSEJÓ

CONFLITO DEBATE ARREPENDIMENTO

TÓPICO

PROSA POESIA PROSA

LOCAL TERRA DE UZ (NORTE DA ARÁBIA)

PERíODO PATRIARCAL
OCASIÃO (c. 2000 a. C.)

Nelsons Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas Nelson, Inc.

Quando Ocorreram os Eventos Registrados nos Livros Poéticos e Sapienciais

(Não incluindo as profecias não cumpridas quando estes livros foram escritos)

Quando Ocorreram os Eventos Registrados em Jó

147
Esboço de JÓ

Primeira Parte. O Dilema de Jó (1.1 - 2.13)

I. A Situação de Jó 1.1-5
11. Primeiro Assalto de Satanás 1.6-22
111. Segundo Assalto de Satanás 2.1-10
IV. Chegada dos Amigos de Jó 2.11-13

Segunda Parte. Os Debates de Jó (3.1- 37.24)

I. Primeiro Ciclo de Debates 3.1-14.22


A. Primeiro Discurso de Já 3.1-26
B. Primeiro Discurso de Elifaz 4.1-5.27
C. Resposta de Já a Elifaz 6.1-7.21
D. Primeiro Discurso de Bi1dade 8.1-22
E. Resposta de Já a Bildade 9.1-10.22
F. Primeiro Discurso de Zofar 11.1-20
G. Resposta de Jó 12.1-14.22

11. Segundo Ciclo de Debates 15.1- 21.34


A. Segundo Discurso de Elifaz 15.1-35
B. Resposta de Jó 16.1-17.16
C. Segundo Discurso de Bi1dade 18.1-21
D. Resposta de Jó 19.1-29
E. Segundo Discurso de Zofar 20.1-29
F. Resposta de Jó 21.1-34

111. Terceiro Ciclo de Debates 22.1- 26.14


A. Terceiro Discurso de E1ifaz 22.1-30
B. Jó Responde a Elifaz 23.1 - 24.25
C. Terceiro Discurso de Bi1dade 25.1-6
D. Jó Responde a Bi1dade 26.1-14

IV. Defesa Final de Jó 27.1-31.40


A. Primeiro Monólogo de Jó 27.1- 28.28
B. Segundo Monólogo de Já 29.1-31.40

V. A Solução de Eliú 32.1- 37.24


A. Intervenção de Eliú no Debate 32.1-22
B. Primeira Refutação de Eliú 33.1-33
C. Segunda Refutação de Eliú 34.1-37
D. Terceira Refutação de Eliú 35.1-16
E. Conclusão de Eliú 36.1-37.24

Terceira Parte. O Livramento de Jó (38.1 - 42.17)

I. Primeira Controvérsia entre Deus e Jó 38.1- 40.5


A. Primeiro Desafio de Deus a Jó 38.1-40.2
B. Primeira Resposta de Jó a Deus 40.3-5

11. Segunda Controvérsia entre Deus e Jó 40.6-42.6


A. Segundo Desafio de Deus a Jó 40.6-41.34
B. Jó Responde a Deus 42.1-6

111. Livramento de Jó e seus Amigos 42.7-17


148
Satanás e os Amil!OS de jó

Grande parte dos diálogos que aparecem em Jó referem-se ao relacionamento existente entre obediência
fiel da pessoa humana e bênção divina. Tanto Satanás como os amigos de Jó afirmam uma correlação
direta entre estas duas premissas - Satanás argumenta que a bênção divina produz obediência humana,
enquanto os amigos de Jó argumentam que a obediência recebe as bênçãos de Deus e a desobediência
merece o castigo. Diferentemente destes pontos de vista falsos, o livro de Jó ensina que alguns
sofredores são santos, que Deus é sempre digno do amor e do culto prestado por suas criaturas, quer
ele as abençoe quer não, e que Deus sempre tem um propósito ao permitir o sofrimento, embora
possamos nunca chegar a compreendê-lo.

Comparação entre a Teolol!ia de Satanás e a dos AmiJlOS de jó

SATANÁS AMIGOS

SE Já for abençoado por Deus, SE Já for fiel,


ENTÃO, ele será fiel. ENTÃO ele será abençoado.

OU OU

SE Já não for abençoado por Deus, SE Já for infiel, ENTÃO ele será punido.
ENTÃO ele será infiel.
(Satanás acusou Deus de subornar seus seguidores.)

A Objecão
, '
de Deus a jÓ

-A resposta verdadeira ao problema do sofrimento humano e a soberania divina são encontradas nas
palavras de Deus no final do livro de Jó. Estes discursos são, muitas vezes, mal interpretados, como
se Deus estivesse meramente intimidando Jó e exigindo uma submissão sem realmente oferecer
uma resposta. O arrependimento de Já é conseqüência de seu reconhecimento da infinita grandeza
de Deus e de sua própria finitude humana. Uma explicaçào humana e final da compatibilidade entre
soberania e bondade divinas, e a existência do sofrimento humano, nào pode ser alcançada devido à
limitação do conhecimento humano e ao real caráter e extensão do poder de Deus sobre sua criação,
Mas também não se pode afirmar que as duas realidades sejam incompatíveis. Jó, finalmente, encontra
descanso na percepção de que, embora os caminhos divinos sejam às vezes incompreensíveis, podemos
sempre confiar em Deus.

Em face das formidáveis objeções de Deus, Já apenas poderia humilhar-se

OBJEÇÕES DE DEUS RESPOSTA DE JÓ

Primeiro: a iqnorância de Já (38.1 - 40.2) Já admite sua ignorância e silencia (40.3-5)


1- Já estava ausente durante a criação
2- Ele não pode explicar as forças da natureza

Segundo: a fragilidade de Já (40.6 - 41.34) Já confessa sua presunção e arrepende-se (42.2-6)


1- Ele é incapaz de revogar os caminhos de Deus
2- Ele não pode controlar as forças da natureza

149
SALMOS

o Livro dos Salmos é o maior e, possivelmente, o mais utilizado livro da Bíblia. Salmos explora toda
a gama das experiências humanas de forma muito pessoal e prática. Escrito ao longo de um extenso
\Ç:".",,~,~- , período da história de Israel, a imensa amplitude de temas abrangidos em Salmos inclui tópicos
;'~ ~ '" A
como: júbilo, guerra, paz, culto, julgamento, profecia messiânica, louvor e lamento. Foram escritos
~ 3.-__ ~ _

para serem acompanhados por instrumentos de corda e serviamcorno hinário do templo de Jerusalém
e como um guia devocional para o povo judeu.
O livro de Salmos foi coletado e composto gradualmente e era conhecido como Sepher Tehillim
(Livro de Louvores) pois quase todos eles contêm uma nota de louvor a Deus. A Septuaginta (Antigo
Testamento Grego) usa, como título para este livro, o termo grego Psalmoi, significando poemas
cantados com acompanhamento de instrumentos musicais e esta palavra se tomou base para os
termos "Saltério" e "Salmo" em português.

Autor

Nenhum outro livro da Bíblia tem tantos autores diferentes. Setenta e três salmos são atribuídos a
~
f(
~
~
Davi na inscrição ou cabeçalho, e outros dois adicionais são atribuídos a Davi no Novo Testamento.
Além dos setenta e cinco escritos por Davi, doze são atribuídos a Asafe, um sacerdote que dirigia o
serviço de música. Dez foram escritos pelos filhos de Coré, um grupo ou associação de cantores e
~
compositores, e outros foram atribuídos a Salomão e Moisés.
Cinqüenta salmos são anônimos, embora alguns destes sejam atribuídos a Esdras.

Data

Os Salmos eram, originalmente, poemas individuais. Com o passar do tempo foram colecionados
para formar pequenos livros, e o Livro de Salmos, em sua forma atual, compreende cinco destes
livros menores. O mais antigo salmo individual é, provavelmente, o de Moisés (SI 90); o mais
recente é, possivelmente o Salmo 137, que não poderia ter sido escrito antes do 6º século a.C.
Embora muitos salmos tenham sido escritos e coletados durante a era davídica, ou imediatamente
após, a compilação final dos Salmos provavelmente não foi completada até a segunda metade do
século 5º a.c., durante o tempo de Esdras e eemias (450-425 a.C.)

Temas e Estrutura literária

O Saltério, na realidade, é formado de cinco livros e cada um deles termina com uma doxologia. Vários
sistemas de classificação de tipos de salmos foram desenvolvidos, freqüentemente baseados no conteúdo
ou na situação histórica particular de cada salmo. É comum falarmos de salmos de lamento ou súplica,
salmos de ação de graças, salmos de entronização, salmos de romagem ou peregrinação, salmos reais,
salmos de sabedoria, e salmos imprecatórios (veja página 154).
A poesia dos salmos é inigualável. A característica mais evidente da poesia hebraica é o
paralelismo, o relacionamento entre uma linha ou verso com a outra. Quatro dos mais importantes

150
tipos de paralelismo hebraico são: (1) paralelismo sinônimo, no qual a segunda linha de uma
parelha de versos repete a idéia da primeira (por ex, 3.1; 24.1); (2) paralelismo antitético, no
qual o pensamento da segunda linha é contrastado com o da primeira (por ex, 1.6; 90.6); (3)
paralelismo sintético, no qual a segunda linha representa um desenvolvimento do pensamento
iniciado na primeira linha (por ex, 1;1; 19.7); (4) paralelismo emblemático, onde a segunda
linha ilustra o pensamento da primeira, muitas vezes com o uso de um sími1e (por ex. 42.1). \
Nove salmos são alfabéticos ou acrósticos (SI 9,10,25,34,37,111,112,119,145). Nos salmos
acrósticos cada linha sucessiva ou grupo de linhas começa com a letra seguinte do alfabeto
hebraico. O exemplo clássico de um poema acróstico é o salmo 119, no qual os oito versos de
cada estrofe começam com a mesma letra.

Salmos em Relance

LIVRO LIVRO I (1-41) LIVRO II (42-72) LIVRO 111 (73-89) LIVRO IV (90-106) LIVRO V (107-150)

AUTOR
DAVI DAVI ECORÉ ASAFE ANÔNIMOS DAVI E ANÔNIMOS
PRINCIPAL

NÚMERO DE
41 31 17 17 44
SALMOS

CONTEÚDO CÂNTICOS DE
HINOS DE INTERESSE NACIONAL ANTíFONAS DE LOUVOR
BÁSICO ADORAÇÃO

SEMELHANÇA
GÊNESIS: ÊXODO: LEVíTICO: NÚMEROS: DEUTERONÔMIO:
DE ASSUNTO
HOMEM E LIVRAMENTO E CULTO E DESERTO E ESCRITURA
COMO
CRIAÇÃO REDENÇÃO SANTUÁRIO PEREGRINAÇÃO E LOUVOR
PENTATÊUCO

DOXOlOGIA
41.13 72.18,19 89.52 106.48 150.1-6
FINAL

POSSíVEL
DAVI EZEQUIAS OU JOSIAS ESDRAS OU NEEMIAS
COMPilADOR

POSSíVEL
DATA DE C. 1020-970 a. C. C. 970-610 a. C. ATÉ 430 a. C.
COMPilAÇÃO

PERíODO DE
CERCA DE 1000 ANOS (c. DE 1410- 430 a. C.)
COMPOSiÇÃO

Nelson s Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas Nelson, Ine.

Quando os Salmos Foram Compostos

,
151
ESBOÇO DE SALMOS
Livro Um: Salmos 1 - 41
1. Contraste entre Dois Modos de vida 22. Salmo da Cruz
2. Coroação do Ungido do Senhor 23. Salmo do Pastor Divino
3. Vitória por causa da Derrota 24. Salmo do Rei da Glória
4. Oração da Tarde por Livramento 25. Oração Acróstica para Instrução
5. Oração da Manhã por Orientação 26. "Examina-me, ó Senhor, e Prova-me"
6. Oração Pedindo a Misericórdia de Deus 27. Confie no Senhor e não Fique com Medo
7. Impiedade Justamente Punida 28. Júbilo pela Oração Respondida
8. A Glória de Deus e o Domínio do Homem 29. A Voz Poderosa de Deus
9. Louvor pela Vitória sobre os Inimigos 30. Louvor por um Livramento Dramático
10. Petição pelo Julgamento de Deus 31. "Tenham Bom Ânimo"
11. Deus Testa os Filhos dos Homens 32. A Bênção do Perdão
12. As Palavras Puras do Senhor 33. Deus Considera o Trabalho das Pessoas
13. Oração à Resposta de Deus - Agora 34. Busquem ao Senhor
14. As Características dos Ímpios 35. Petição pela Intervenção de Deus
15. As Características do Justo 36. A Excelente Misericórdia de Deus
16. Vida Eterna para Aquele que Confia 37. "Descanse no Senhor"
17. "Esconde-me sob a Sombra das Tuas Asas" 38. O Fardo Pesado do Pecado
18. Ação de Graças pelo Livramento Dado por Deus 39. Conheça a Medida da Vida do Homem
19. As Obras e Palavras de Deus 40. Tenha Prazer em Fazer a Vontade de Deus
20. Não Confiem em Carros nem Cavalos, mas em Deus 41. A Bênção de Ajudar os Pobres
21. Triunfo do Rei

Livro Dois: Salmos 42 - 72


42. Busquem ao Senhor
- 58. Juizes Iníquos Serão Julgados
43. "Espere em Deus" 59. Pedido de Livramento de um Homem Violento
44. Oração pelo Livramento de Deus 60. Oração pela Liberdade da Nação
45. O Salmo do Grande Rei 61. Oração Quando nos Sentimos Esmagados
46. "O Senhor É Nosso Refúgio e Fortaleza" 62. Espere no Senhor
47. O Senhor Subjugará Todas as Nações 63. Sede de Deus
48. O Louvor do Monte Sião 64. Oração pela Proteção de Deus
49. Riquezas não Podem Redimir 65. Provisão de Deus através da Natureza
50. O Senhor Julgará Todos os Povos 66. Lembrem-se do que Deus Fez
51. Confissão e Perdão de Pecado 67. Deus Governará a Terra
52. O Senhor Julgará o Ímpio 68. Deus É o Pai dos Órfãos
53. Retrato de um Pecador 69. Petição pela proximidade de Deus
54. O Senhor É Nosso Ajudador 70. Oração pelo Pobre e Necessitado
55. "Confie seus Cuidados ao Senhor" 71. Oração pelos Idosos
56. Medo em Meio às Provações 72. O Reinado do Messias
57. Oração no Meio do Perigo

Livro Três: Salmos 73 - 89


73. A Perspectiva da Eternidade 82. Repreensão aos Juizes Injustos de Israel
74. Pedido rara que Deus se Lembre de seu Pacto 83. Súplica para que Deus Destrua os Inimigos de Israel
75. "Deus E Juiz" 84. A Alegria de Habitar com Deus
76. O Poder Glorioso de Deus 85. Oração por Reavivamento
77. Quando Esmagado, Lembre-se da Grandeza de Deus 86. "Ensina-me o Teu Caminho, Ó Senhor"
78. A Ccfntínua Direção de Deus apesar da Descrença 87. Gloriosa Sião, Cidade de Deus
79. Vingança pela Profanação de Jerusalém 88. Chorando em Profunda Aflição
80. Súplica de Israel pela Misericórdia de Deus 89. Implorando as Promessas de Deus em Aflição
81. Súplica de Deus pela Obediência de Israel

152
Livro Quatro: Salmos 90-106
90. "Ensina-nos a Contar os Nossos Dias" 99. "Exaltem ao Senhor Nosso Deus"
91. Habitando "à Sombra do Onipotente" 100. "Sirvam ao Senhor com Alegria"
92. Bom É Louvar ao Senhor 101. Compromissos de uma Vida Santa
93. A Majestade de Deus 102. Oração de um Santo Aflito
94. Vingança Pertence Somente a Deus 103. Todo o Povo, Bendiga ao Senhor
95. Chamada à Adoração 104. Salmo Recordando a Criação
96. Declarem a Glória de Deus 105. Lembrem-se, Deus Cumpre suas Promessas
97. Alegrem-se! O Senhor Reina! 106. "Nós Pecamos"
98. Cantem um Cântico Novo ao Senhor

Livro Cinco: Salmos 107- 150

107. Deus Satisfaz a Alma Faminta 129. Súplica do Perseguido


108. Levante-se Cedo e Louve ao Senhor 130. "Minha Alma Espera pelo Senhor"
109. Canção do Difamado 131. Fé como a da Criança
110. A Vinda do Sacerdote-Rei-Juiz 132. Confie no Deus de Davi
111. Louvor pelo Temo Cuidado de Deus 133. Beleza da União Entre os Irmãos
112. As Bênçãos dos que Temem ao Senhor 134. Louve ao Senhor a Noite
113. A Graça Condescendente de Deus 135. Deus Tem Feito Grandes Coisas
114. Louvor pelo Êxodo 136. A Misericórdia do Senhor Dura para Sempre
115. A Deus somente Seja a Glória 137. Lágrimas no Exílio
116. Amem ao Senhor pelo que Ele Fez 138. Deus Respondeu a Minha Oração
117. Louvor de Todos os Povos 139. "Sonda-me, Ó Deus"
118. Melhor Confiar em Deus do que no Homem 140. Preserva-me da Violência
119. Um Acróstico para Louvar as Escrituras 141. Põe Guarda, Senhor, à Minha Boca
120. Um Grito de Tristeza 142. "Ninguém Cuida da Minha Alma"
121. O Senhor É Quem nos Guarda 143. "Ensina-me a Fazer a tua Vontade"
122. "Orem pela Paz de Jerusalém" 144. "O que É o Homem?" '\
123. Súplica pela Misericórdia de Deus 145. Exalta os Grandes Atos de Deus
124. Deus Está ao Nosso Lado 146. "Não Ponha sua Confiança em Príncipes"
125. Confie no Senhor e Viva para Sempre 147. Deus Cura os Abatidos
126. "Semeia em Lágrimas ...Colhe com Alegria" 148. Toda Criação Louva ao Senhor
127. Os Filhos São Herança de Deus 149. "O Senhor Tem Prazer em seu Povo"
128. Bênçãos sobre a Casa do que Teme a Deus 150. "Louvai ao Senhor"

Tipos de Salmos
Partes do livro eram usadas como hinário nos serviços de culto do antigo Israel. O Livro contém 150
salmos individuais que podem ser agrupados nos seguintes tipos ou categorias:

1. Salmos de lamentação individual ou comunitária, ou orações pedindo a salvação e libertação


de Deus. Os Salmos que pertencem a este grupo são. 3 -7; 12; 13; 22; 25-28; 35; 38-40; 42-44; 51;
54-57; 59-61; 63; 64; 69-71; 74; 79; 80; 83; 85; 86; 88; 90; 102; 109; 120; 123; 130 e 140-143.
Estes Salmos falam ao crente em momentos de desespero e falta de esperança, quando necessitamos
do livramento de Deus.

2. Salmos de Ação de Graças rendem louvor a Deus por seus atos graciosos. Este tema ocorre nos
salmos 8; 18; 19;29;30;32-34; 36;40;41;66; 103-106; 111; 113; 116; 117; 124; 129; 135; 136;
138; 139; 146 - 148 e 150. Todas as orações que fazemos deveriam incluir uma palavra de ação de
graças. Estes salmos nos fazem conscientes das bênçãos de Deus e nos ensinam a expressar nossa
gratidão com sentimento e convicção.
I

153

/
3. Salmos de Entronização, referem-se ao governo soberano de Deus. Salmos deste tipo são: 47;
93 e 96 - 99. Por meio destes salmos reconhecemos a Deus como Criador poderoso e Senhor
soberano sobre toda sua criação.

4. Salmos de Peregrinação ou Romagem, que eram cantados pelos adoradores em sua viagem para
Jerusalém para participar das festas judaicas. Entre os salmos de peregrinação temos: 43; 46; 48; 76;
84; 87 e 120 - 134. Estes salmos nos auxiliam a estabelecer um ambiente de culto reverente.

5. Salmos Reais, que retratam o reino do rei terreno e também do Rei Celestial
IMAGENS DE DEUS
de Israel. Este tema é evidente nos salmos 2; 18; 20; 21; 45; 72; 89; 101; 110; NOS SALMOS
132; 144. Estes salmos nos ajudam a perceber a necessidade diária que temos
Imagens de Deus Referência nos
de reconhecer a Cristo como o soberano senhor de nossas vidas. como Salmos

Escudo 3.3; 28.7; 119.114


6. Salmos de Sabedoria, que instruem o crente no caminho da sabedoria e Rocha 18.2; 42.9; 95.1
retidão. Salmos individuais de sabedoria são 1; 37; e 119. Estes salmos são Rei 5.2; 44.4; 74.12
Pastor 23.1; 80.1
especialmente apropriados em momentos de decisão, quando estamos Juiz 7.11
procurando discernir a vontade e orientação de Deus em nossas vidas. Refúgio 46.1; 62.7
Fortaleza 31.3; 71.3
Vingador 26.1
7. Salmos Imprecatórios, com os quais o crente invoca a ira e o julgamento Criador 8.1,6
de Deus sobre os inimigos do Senhor. Este tema ocorre nos salmos 7; 35; 40; Libertador 37.39,40
Curador 30.2
55; 58; 59; 69; 79; 109; 137; 139 e 144. Estes salmos nos ajudam a refletir Protetor 5.11
sobre a intensidade de nossas reações aos que se opõem a Deus, bem como Provedor 78.23-29 I

sobre o nosso compromisso com o caráter santo de Deus. Redentor 107.2

Salmos Messiânicos

Muitos Salmos antecipam especificamente a vida e o ministério de Jesus Cristo, o Filho de Davi, que
veio séculos mais tarde como o Messias prometido. As profecias messiânicas nos Salmos tomam
formas variadas e se referem a Cristo de várias maneiras: (1) Típico Messiânico. O assunto do Salmo
é,.de alguma forma, um tipo de Cristo (veja, por exemplo, SI 34.20; 69.4, 9); (2) Típico Profético. O
Salmista usa a linguagem para descrever sua experiência presente, a qual aponta para além de sua
própria vida e torna-se historicamente verdadeira em Cristo (por exemplo, SI 22); (3) Indiretamente
Messiânico. No tempo em que foi composto, o Salmo se refere a um rei, ou à casa de Davi em geral,
mas espera o cumprimento final em Cristo (por exemplo, SI 2; 45; 72). (4) Puramente Profético.
Refere-se somente a Cristo, sem referência a qualquer outro filho de Davi (por exemplo, SI 110). (5)
Entronização. Antecipa a vinda de Javé e a consumação de seu reino, que será cumprida na pessoa
de Cristo (por exemplo, Salmos 96 - 99).

Salmo Retrato Cumprimento Salmo Retrato Cumprimento

2.7 Filho de Deus MI3.17 41.9 Traído por um amigo Lc 22.47


8.2 Louvado pelas Crianças Mt 21.15,16 45.6 Rei eterno Hb 1.8
8.6 Domínio sobre Tudo Hb 2.8
-- 68.18 Sobe ao céu At 1.9-11
16.10 Ressurreição dos mortos Mt28.7 69.9 Zeloso pela casa de Deus Jo 2.7
-
22.1 Abandonado por Deus Mt 27.46 69.21 Recebe vinagre e fel M127.34
--
22.7,8
22.16
Insultado pelos inimigos
Mãos e pés perfurados
Lc 23.35
Jo 20.27
109.4
109.8
Ora pelos inimigos
Traidor é substituído
Lc 23.34
AI 1.20 .
._-
__ .

22.18 Sorte lançada sobre a túnica Mt 27.35,36 110.1 Domina sobre seus inimigos Mt 22.44
34.20 Ossos não quebrados Jo 19.32,33,36 110.4 Sacerdote eterno Hb 5.6
-
35.11 Acusado por falsas testemunhas Mc 14.57 118.22 Principal pedra edifício de Deus Mt 21.42
.-
35.19 Odiado sem razão . Jo 15.25 118.26 Vem em nome do Sentior Mt 21.9
40.7,8 Tem prazer na vontade de Deus Hb 10.7

154
PROVÉRBIOS

Provérbios apresenta instruções detalhadas de Deus para que seu povo possa enfrentar com sucesso
as tarefas da vida diária: como relacionar-se com Deus, com os pais, filhos, vizinhos, e com o governo.
Salomão, o principal autor, usa uma combinação de poesia, parábolas, perguntas enérgicas, pequenas
histórias, e máximas de sabedoria para dar, de forma surpreendentemente memorável, o senso comum
e a perspectiva divina necessários para enfrentar os desafios da vida.
Porque Salomão, o protótipo do sábio em Israel, foi aquele que contribuiu de forma principal na
formação do livro, o título hebraico é Mishle Shelomon ("Parábolas de Salomão"). O título português
do livro é derivado do latim Liber Proverbiorum, ou "Livro de Provérbios".

Autor
O nome de Salomão aparece no início de três seções escritas por ele. capítulos 1 - 9; 10.1 - 22.16;
capítulos 25 - 29. De acordo com 1Rs 4.32, Salomão proferiu três mil provérbios, dos quais cerca de
~ ' 800 estão incluídos em Provérbios. É provável que Salomão tenha coletado e editado outros provérbios
~ além dos seus próprios (Ec 12.9).
~ Provérbios 22.17 - 24.34 é constituído das "palavras do sábio" (22.17; 24.23). Alguns destes ditos
são muito semelhantes aos encontrados no texto Sabedoria de Amenemope, um documento de
ensinamentos para o serviço civil escrito por um egípcio que viveu provavelmente entre os anos
1000 e 600 a.c. É possível que a tradição de sabedoria egípcia tenha emprestado certos aforismos da
literatura hebraica. Além disso, Provérbios inclui oráculos escritos por pessoas desconhecidas como
Agur, filho de Jaque (30.1), e o rei Lemuel (31.1).

Data
Os provérbios de Salomão foram escritos antes de 930 a.c. e seus provérbios contidos nos capítulos
25-29, foram coletados por Ezequias cerca de 230 anos mais tarde. Portanto, partes do livro foram
compiladas durante o reinado de Ezequias e uma data razoável para sua composição final seria
durante o século 5º a.c.
Este tipo de literatura não era exclusivo de Israel, podendo ser encontrado em outros países do antigo
Oriente Próximo. No Egito podem ser encontrados exemplares escritos tão antigos quanto 2700 a.C.
Embora o estilo fosse semelhante ao da literatura de sabedoria de Israel, os provérbios e ditos destes
países diferiam em conteúdo dos escritos de Israel, pois não apresentavam o caráter e os padrões de
retidão do Senhor.

Temas e Estrutura Literária


Provérbios pode ser dividido em seis segmentos: propósito dos provérbios (1.1-7); provérbios para
a juventude (1.8 - 9.18); provérbios de Salomão (10.1 - 24.34); Provérbios de Salomão copiados
por escrivãos de Ezequias (25.1 - 29.27); Palavras de Agur (30.1 - 33); e as palavras do rei
Lemuel (3 1.1-3 1).

155
Provérbios em Relance

PROVÉRBIOS PROVÉRBIOS
PROPÓSITO DOS PROVÉRBIOS PALAVRAS PALAVRAS
ÊNFASE PARA A DE SALOMÃO
PROVÉRBIOS DE SALOMÃO DEAGUR DE LEMUEL
JUVENTUDE (EZEQUIAS)

TEXTO 1.1 1.8 10.1 25.1 30.1 31.1 31.31

PRIMEIRA SEGUNDA
PROPÓSITO EXORTAÇÕES PROVÉRBIOS ESPOSA
DIVISÃO COLEÇÃO DE COLEÇÃO DE
ETEMA DE UM PAI NUMÉRICOS VIRTUOSA
SALOMÃO SALOMÃO

PRÓLOGO PRINCíPIOS DE SABEDORIA EPíLOGO


TÓPICOS
ELOGIO DA
CONSELHO DA SABEDORIA COMPARAÇÕES DE SABEDORIA
SABEDORIA

LOCAL JUDÁ

OCASIÃO c. 950 - 450 a.C.

Nelson s Complete Book of Bible Maps and Cliarts © 1993 by Thomas Nelson, Inc.

Quando Foram Escritos e Compilados os Provérbios

Provérbios é um dos poucos livros bíblicos que proclama claramente seu propósito: conferir
discemimento moral e discrição (1.3-5) e desenvolver clareza mental e percepção (1.2,6). A "sabedoria"
da qual Provérbios fala é literalmente "arte" de viver. Sabedoria é mais que perspicácia ou inteligência.
Ao contrário, refere-se a uma retidão prática e agudeza moral. Provérbios trata da mais fundamental
de todas as habilidades: retidão prática diante de Deus em todas as áreas da vida.
Típico dos escritos de sabedoria no antigo Oriente Próximo, muitos provérbios parecem ter surgido
no ambiente doméstico. O termo "filho" ocorre em quarenta e quatro versículos, "pai" em quinze, e
"mãe" em onze. Maridos e esposas são admoestados a se unirem alegremente em união claramente
monogâmica (apesar da poligamia praticada na ocasião, especialmente por Salornão). Ambos os
pais são orientados a participar da educação das crianças e a nutri-Ias na fé. Pecados que atacam a
boa ordem do lar são diretamente denunciados.

Em Provérbios a sabedoria é personificada e age como a Palavra dinâmica de Deus.


No Novo Testamento Jesus se torna Sabedoria e Palavra de Deus

Origem da Sabedoria (8.22-31) Ensinamentos da Sabedoria (8.1-13) Valor da Sabedoria (8.18-36)

Em Deus (v. 22) Prudência (vs 5,12) Produz riquezas e honra (v. 18)
Desde a eternidade (v. 23) Compreensão (v. 5) Mais valiosa que ouro e prata (v. 19)
Antes de todas as coisas (vs 23 - 31) Coisas excelentes (v. 6) O sábio é abençoado (v. 32, 34)
Verdade (v. 7) O sábio encontra a vida (v. 35)
Ódio à iniquidade (v. 7) O tolo ama a morte (v. 36)
Justiça (v. 8)
Conhecimento (v. 12)
Discrição (v. 12)
Temor do Senhor (v. 13)

J56
Muitos provérbios apresentam um contraste entre sabedoria e estultícia. Sabedoria é preferível a
estultícia por causa de sua origem divina e dos ricos beneficios. Há tipos diferentes de tolos,
compreendendo desde aqueles que são ingênuos e sem compromissos, até os escarnecedores que
arrogantemente desprezam o caminho de Deus.

Em Provérbios capo 8 a sabedoria é personificada e vista em sua perfeição. Ela é divina (8.22-31), é
a fonte da vida biológica e espiritual (8.35,36), é justa e moral (8.8,9), e está disponível a quantos
desejarem recebê-Ia (8.1-6, 32-35). Esta Sabedoria toma-se encarnada em Cristo "em quem todos
os tesouros da sabedoria e do conhecimento estão ocultos" (Cl 2.3; cf. 1Co 1.30).

ESBOÇO DE PROVÉRBIOS

I. O Propósito de Provérbios 1.1-7

n. Provérbios para a Juventude 1.8-9.18

A. Obedeça aos Pais 1.8, 9


B. Evite Más Companhias 1.10-19
C. Busque a Sabedoria l.20 - 2.22
D. Beneficios da Sabedoria 3.1-26
E. Seja Bondoso para com os Outros 3.27-35
F. O Pai Incentiva a buscar a Sabedoria 4.1-13
G. Evite o Perverso 4.14-22
H. Guarde seu Coração 4.23-27
I. ão Cometa Adultério 5.1-14
1. Seja Fiel a Seu Cônjuge 5.l5-23
K. Evite a Penhora 6.1-5
L. Não Seja Preguiçoso 6.6-19
M. Não Cometa Adultério 6.20 - 7.27
J N. Louve a Sabedoria 8.1-9.12
O. Mulher Fútil 9.13-18

111. Provérbios de Salomão 10.1- 24.34


.1
A. Provérbios Contrastando o Justo e o Perverso 10.1-15.33
B. Provérbios Incentivando uma Vida Íntegra 16.1-22.16
C. Provérbios sobre Várias Situações 22.17 - 24.34

IV. Provérbios de Salomão Copiados por Escrivães de Ezequias 25.1 - 29.27

A. Regulamentando o Relacionamento com os Outros 25.1 - 26.28


B. Regulamentando Várias Atividades 27.1-29.27

V. Palavras de Agur 30.1-33

VI. Palavras do Rei Lemuel 31.1-31

A. Sabedoria para os Líderes 31.1-9


B. Mulher Virtuosa 31.10-31

157
Mestres Notáveis nas Escrituras

Moisés Reconhecido como o líder de Israel que primeiro ensinou a Lei de Deus
(Dt 4.5).

Bezalel e Aoliabe Dois artesãos peritos que foram dotados e chamados para ensinar
outros na construção do tabernáculo (Êx 35.30-35).

Samuel Último juiz de Israel antes da monarquia, que ensinou ao povo o


"bom e reto caminho" (1Sm 12.23).

Davi Preparou seu filho, Salomão, para construir e sustentar o templo


(1Cr 28.9-21).

Salomão Conhecido por sua ilustre sabedoria, ensinou sobre vários temas,
incluindo literatura, botânica e zoologia (1 Rs 4.29-34).

Esdras Escriba e sacerdote comprometido não apenas em guardar a Lei


para si mesmo, mas também em ensiná-Ia a outros (Ed 7.10).

Jesus Chamado Rabi ("mestre", Jo 1.38; compare Mt 9.11; 26.18; Jo 13.13),


~ cujos ensinamentos revelaram as boas novas de salvação (Ef 4.20,21).

Barnabé Um dos professores entre os crentes de Antioquia (At 13.1) o qual teve
um forte impacto sobre Saulo depois de sua conversão à fé (At 9.26-30).

Gamaliel Renomado rabino judeu que foi professor de Saulo durante sua
juventude (At 22.3).

Paulo Talvez o mais talentoso professor da igreja primitiva, conhecido por ter
ensinado ao mundo romano, especialmente em Antioquia (At 13.1)
e na escola de Tirano, em Éfeso (19.9).

Priscila e Áquila Dois crentes que ensinaram o caminho do Senhor a um jovem e


talentoso orador chamado Apoio (At 18.26).
-
Apoio Poderoso professor de Alexandria no Egito, cujo ensino preparou o
caminho para o evangelho em Éfeso (At 18.24-26).

Timóteo Pastor e professor da igreja de Éfeso (1Tm 1.3; 2 Tm 4.2).

Tito Pastor e professor de uma igreja na ilha de Creta (Tt 2.1-15).

158
ECLESIASTES

Eclesiastes é um livro profundo e difícil. Registra uma intensa busca de sentido e satisfação na vida
sobre a terra, especialmente em vista de todas as injustiças e aparentes absurdos que nos rodeiam.
O nome Eclesiastes é derivado da palavra grega ekklesia ("assembléia") e significa "aquele que se
dirige a uma assembléia". Este termo grego traduz o título hebraico Qoheleth, que é muitas vezes
traduzido como "Pregador" ou "Professor" em português.

Autor

Em razão das palavras iniciais do livro ("Palavras do Pregador, filho de Davi, rei de Jerusalém").
Eclesiastes tem sido creditado, tradicionalmente, a Salomão, acreditando-se que ele o tenha escrito
~ em sua velhice. O tom pessimista que pervade o livro estaria em consonância com o estado espiritual
~. ~~ de Salomão nesta ocasião (veja 1Rs 11). Muitos especialistas, entretanto, datam o livro de um
período posterior por causa do caráter do hebraico (que parece ser do período exílico ou pós
exílico) e por causa do problema teológico apresentado por um Salomão apóstata escrevendo
Escritura Sagrada. Se não foi Salomão quem compôs o trabalho, ele talvez tenha surgido no tempo
de Esdras (c. 450 a.C.).

Data

-
~ A questão da data de Eclesiastes está relacionada com a identidade de seu autor (veja a cima).

Temas e Estrutura Literária

O caráter literário de Eclesiastes é complexo. Parece ser uma coleção de vários tipos de literatura, todos
argumentando sobre o mesmo ponto. Temos ditos de sabedoria (provérbios), bem como seções que são
reflexivas e meditativas. Um terço do livro é poesia, mas há passagens narrativas também.
Eclesiastes é extremamente difícil para sintetizar e esboçar, tendo várias abordagens alternativas sido
propostas. Um esquema de três partes é o que adotamos aqui: (1) a tese de que tudo é vaidade (1.1-11),
(2) a prova de que tudo é vaidade (l.l2 -6.12), e (3) o conselho para viver com a vaidade (7.1-12.14).
O propósito de Eclesiastes é demonstrar a tese de que "Tudo é vaidade" (1.2). Isto representa um
contraste com o livro de Provérbios, no qual uma confiança otimista afirma que a vida é
fundamentalmente lógica e consistente em que escolhas sábias produzem bons resultados, enquanto
escolhas tolas produzem maus resultados. Eclesiastes reconhece que, freqüentemente, a vida não
funciona desta maneira. Eclesiastes não representa uma simples contradição a Provérbios, mas
suplementa-o com uma perspectiva diferente, embora igualmente necessária. Há mistérios
inexplicáveis na vida que desafiam soluções fáceis. Apesar das perguntas não respondidas, ainda é
melhor temer a Deus, guardar os seus mandamentos e assim gozar a vida (3.12; 12.13).
Ao deixar alguns problemas difíceis sem resolver, Eclesiastes coloca perguntas profundas a respeito
do sentido e coerência da vida, questões que, em última análise, apenas podem ser respondidas em
Jesus Cristo, pois somente Cristo pode oferecer uma satisfação plena, alegria e sabedoria.

159
Eclesiastes em Relance

TESE: PROVA: CONSELHO:


ÊNFASE
''TUDO É VAIDADE" "A VIDA É VÃ" ''TEMER A DEUS"

TXTO 1.1 1.4 1.12 3.1 7.1 10.1 12.9 12.14

CONCLUSÃO:
INTRODUÇÃO ILUSTRAÇÕES PROVA PROVA NFRENTANDO CONSELHO
DIVISÃO TEMAM E
À DA DAS DA UM PARA A
OBEDEÇAM
VAIDADE VAIDADE ESCRITURAS OBSERVAÇÃO MUNDO MAU INCERTEZA
ADEUS

DECLARAÇÃO DA VAIDADE DEMONSTRAÇÃO DA VAIDADE DA VAIDADE

TÓPICO

ASSUNTO SERMÕES SUMÁRIO

LOCAL UNIVERSO: "DEBAIXO DO SOL"

ÉPOCA c. 935 - 450 a.C.

Nelson :\. Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thornas Nelson, Ine.

ESBOÇO DE ECLESIASTES

Primeira Parte: A Tese: "Tudo É Vaidade" (1.1-11)

I. Introdução à Vaidade 1.1-3

11. Ilustrações de Vaidade 1.4-11

Segunda Parte: A Prova de que "Tudo É Vaidade" (1.12 - 6.12)

I. "Tudo É Vaidade": Prova pela Experiência 1.12 - 2.26


A. Vaidade de Lutar por Sabedoria 1.12-18
B. Vaidade de Lutar por Prazer 2.1-3
C. Vaidade das Grandes Realizações 2.4-17
D. Vaidade do Trabalho Pesado 2.18-23
E. Conclusão: Vivam Contentes 2.24-26

11. "Tudo É Vaidade": Prova pela Observação 3.1 - 6.12


A. Imutabilidade do Programa de Deus 3.l-22
B. Desigualdades da Vida 4.1-16
C. Insuficiências da Religião Humana 5.l-7
D. Insuficiências da Riqueza 5.8-20
E. Inescapável Vaidade da Vida 6.1-12

160
I. Enfrentando um Mundo Mau 7.1-9.18
A. Contraste entre Sabedoria e Tolice 7.1-14
B. Sabedoria da Moderação 7.15-18
C. Força da Sabedoria 7.19-20
D. Submissào à Autoridade 8.1-9
E. Incapacidade de Compreender Todos os Atos de Deus 8.1 0-17
F. Todos os Homens São Julgados 9.1-6
G. Goze a Vida Enquanto É Tempo 9.7-12
H. O Valor da Sabedoria 9.13-18

11. Conselho para as Incertezas da Vida ~ 10.1-12.8


A. Características da Sabedoria 10.1-15
B. Sabedoria Relacionada ao Rei 10.16-20
C. Sabedoria Relacionada aos Negócios 11.1-6
D. Sabedoria Relacionada à Mocidade 11.7 -12.18

IH. Conclusão: "Tema a Deus e Guarde seus Mandamentos" 12.9-14

Sabedoria Vinda de Deus

o autor termina seu livro afirmando que existe um Deus que pedirá contas dos nossos feitos durante a
vida. A 'lida "debaixo do sol" será julgada de uma perspectiva celestial. Assim termina o livro com uma
nota positiva e estimulante. Por causa de nossa responsabilidade de prestar contas perante Deus, o curso
·de nossas vidas tem um significado eterno. Apesar da aparente futilidade que freqüentemente encontramos
em nossa observação e experiência da vida, o autor exorta seus leitores a compreender pela fé, a soberania,
bondade e justiça de Deus e a gozar todas as facetas da vida como uma dádiva que vem de suas mãos.
Examine tabela "O Caminho da Sabedoria" abaixo:

o Caminho da Sabedoria
Sem Deus "tudo é vaidade".

Conhecimento sem Deus cinismo (1.7,8)


Grandeza sem Deus tristeza (1.16-18)
Prazer sem Deus desapontamento (2.1,2)
Trabalho sem Deus ódio pela vida (2.17)
Filosofia sem Deus vazio (3.1-9)
Eternidade sem Deus malogro (3.11)
Vida sem Deus depressão (4.2,3)
Religião sem Deus terrível (5.7)
Riqueza sem Deus distúrbios (5.12)
Existência sem Deus frustração (6.12)
Sabedoria sem Deus desespero (11.1-8)

O começo da sabedoria é o temor do Senhor,


uma atitude profundamente séria para com os mandamentos de Deus

TEMOR DO SENHOR SATISFAÇÃO (12.13,14)


Nelson s Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas Nelson, Inc.
161
A.. A..

CANTICO DOS CANTICOS

o Cântico dos Cânticos é uma canção de amor pródiga em metáforas e figuras orientais. Conta o
namoro e casamento de uma pastora com o rei Salomão e as alegrias e angústias do amor conjugal.
O livro é arquitetado como cenas de um drama com três oradores principais: a noiva, o rei e um coro
(das filhas de Jerusalém).
Baseado no seu primeiro verso, o livro é conhecido como "Cântico dos Cânticos" ou "Cântico de
Salomão". Em latim ele é chamado Canticles, que significa "Canções".

Autor

@/
~_
É tradicionalmente atribuído a Salomão, embora alguns rejeitem a autoria Salomônica e considerem
a frase "de Salomão" como uma dedicação e não como uma designação de autoria. Se Salomão for

~ ~ o autor, o livro representa um dos 1005 cânticos que sabemos ser sua composição (lRs 4.32).

Data
A autoria salomônica exige que ele sej a datado dentro do século 1Oº a.C. A tradição judaica considera
o livro como produto da juventude ae Salomào (cf. 6.8), antes da excessiva multiplicação de esposas
e concubinas por razões de expediente político ou indulgência sensual. Aqueles que rejeitam a autoria
sa:lomônica, datam o livro do período pós-exílio argumentando que a construção gramatical do hebraico
sugere uma data de origem relativamente tardia.
Qualquer que seja a data exata de composição, Cântico dos Cânticos reflete o ambiente da era de
Salomão, sendo a glória do período salomônico essencial para o simbolismo do trabalho.

Temas e Estrutura Literária


Como no caso de Eclesiastes, este pequeno livro não é fácil de esboçar, e vários esquemas podem
ser usados. Apresenta muitas mudanças repentinas de interlocutor, que não são identificados. Os
inícios do amor e do namoro são apresentados em 1.1 - 5.1, o aprofundamento do amor é mostrado
em5.2-8.14.
Todo o cântico é um tipo de literatura de sabedoria semítica e de muitas maneiras faz um paralelo
com o livro de Provérbios. Como acontece em grande parte da poesia hebraica, o livro se caracteriza
por paralelismo, a apresentação e reapresentação da idéia dentro de um contexto próximo. Imagens-
chave do livro incluem vinho, jardim, beijo, várias especiarias e frutas, e metáforas pastoris e
campestres. Fato interessante é que o nome de Deus não aparece diretamente no livro.
A forma literária e a intenção de Cântico dos Cânticos têm sido interpretadas de várias maneiras
que se reduzem a três abordagens básicas. A interpretação alegórica entende o livro como um
poema que figura o relacionamento entre Deus e Israel, ou entre Cristo e a Igreja. Cada detalhe é
visto como simbólico de uma verdade espiritual mais profunda. A visão tipo lógica difere da
alegórica, reconhecendo a base histórica e não procurando analogia em todos os detalhes, mas
apenas no esboço principal. Os proponentes desta interpretação reconhecem o amor mútuo entre
Salomão e a Sulamita, mas vão além, considerando como mais importante a analogia divina com
seu significado mais elevado e espiritual. A interpretação literal toma o conteúdo do Cântico em

162
seu significado nominal (ao pé da letra). Alguns, que aceitam esta interpretação, admitem que o
poema é meramente uma canção de amor popular no que há de melhor, sem qualquer lição espiritual
ou conteúdo teológico, mas uma interpretação literal não precisa significar que o livro não tem
qualquer ilustração ou aplicação espiritual.
O poema também pode ser entendido como uma demonstração do relacionamento ideal de amor no
casamento, apresentando, neste caso, uma teologia divina do casamento expressa no amor entre
marido e mulher no aspecto fisico.

Cântico dos Cânticos em Relance

ÊNFASE AMOR NO SEU INíCIO AMOR QUE SE APROFUNDA

TEXTO 1.1 3.6 5.2 7.11 8.14

DIVISÃO APAIXONANDO-SE UNIDOS EM AMOR LUTANDO EM AMOR CRESCENDO EM AMOR

NAMORO CASAMENTO PROBLEMA PROGRESSO

TÓPICOS

INSTINGANDO O AMOR REALIZAÇÃO DO AMOR FRUSTRAÇÃO DO AMOR FIDELIDADE DO AMOR

LOCAL ISRAEL

OCASIÃO c. de 1 Ano

Nelson s Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas Nelson, Inc.

Quando Ocorreram os Eventos de Cântico dos Cânticos e Eclesiastes

C,.
s\)\) '1J.'

(§'1J.s
<Ç.s

~----------------~------~--------------~I..

ESBOÇO DE CÂNTICO DOS CÂNTICOS

I. O Início do Amor 1.1-5.1


A. Apaixonando-se 1.1-3.5
B. Unidos em Amor 3.6-5.l

11. Aprofundando o Amor 5.2-8.14


A. Lutando em Amor 5.2- 7.10
B. Crescendo em Amor 7.11-8.l4

163
Localizações Geoeráficas
o texto de Cântico dos Cânticos menciona quinze localidades geográficas desde o Líbano e norte da
Síria ao sul do Egito. O termo "sulamita" que identifica a amada do Rei, aparece apenas em 6.13 e pode
ser um patronímico da cidade de Sunem a sudoeste do mar da Galiléia, na área da tribo de Issacar.
Veja o mapa "Localizações de Cântico dos Cânticos", abaixo:

Casais A.paixonados
Salomão e sua noiva mostram toda a afeição e romance que universalmente associamos com o estar
apaixonado (Cântico 2.6). Esta é uma das muitas histórias de amor romântico encontradas na Bíblia.
Isaque e Rebeca Um pai procura e acha uma esposa para seu filho, e o jovem casal ama profundamente
(Gn 24.1-67) um ao outro.

Jacó e Raquel Jacó trabalha para seu sogro durante 14 anos para receber Raquel como sua esposa.
(Gn 29.1-30)

Boaz e Rute Circunstâncias legais reúnem uma viúva moabita e um fazendeiro abastado de Belém,
(Rt 3-4) e deles descende um rei.

Elcana e Ana Uma mulher é amada por seu marido apesar de não ter filhos e Deus a abençoa com o
(1Sm 1 - 2) nascimento de uma criança que se torna um importante juiz em Israel.

Davi e Mical Um amor genuíno é manipulado por um rei ciumento mas, em vez de livrar-se de seu
(1 Sm 18.20-30) castigo, o governante ganha um genro.

Salomão e a Sulamita As promessas e prazeres de dois apaixonados são contados num belo poema
(Cântico dos Cânticos) romântico.

Oséias e Gomer Deus ordena ao profeta Oséias que procure sua esposa adúltera e restaure c
(Os 1.1 - 3.5) relacionamento, apesar do seu comportamento.

Cristo e a Igreja Tendo conquistado a salvação de sua noiva do pecado, Cristo a ama e serve como a
(Ef 5.25-33) seu próprio corpo, estabelecendo, assim, um exemplo para todos os maridos humanos.

Localizações de Cânticos dos Cânticos

À Monte Senir (4.8)


À Monte Amana (4.8) ARÃ
À Monte Hermom (4.8) • Damasco (7.4)

Mar Mediterrâneo

"Levanta-te vento norte, e vem tu,


vento sul; assopra no meu jardim,
para que se derramem os seus aromas"
Monte Carmelo (7.5) (Ct 4:16)

Suném (6.13) •

Tirsa (6.4)· oál


i0 ~//'~","",,"
QUEDAR

~ .~ A ·
N ~ ~
§ Sião ou n: (1.5)

t
c:J Jerusalém (3.11)
Hesbom (7.4) e Bate-Rabim
$ Montes Mar
,§ Escabrosos Morto
<l: (2.17) RioAmom
• DESERTO
En-Gedi
(1.14)
DA ARÁBIA

EDOM © 2002. Editora Cultura Cristã

164
-'
,
LIVROS PROFETICOS

Os verdadeiros profetas do Antigo Testamento eram servos leais de Deus e adversários rigorosos
da idolatria. Freqüentemente, arriscavam a vida confrontando reis e príncipes iníquos com a Palavra
de Deus, e derramando sua alma nos apelos para que os pecadores se arrependessem e voltassem
para Deus.
Em Israel, encontramos uma longa história de homens que serviram como mensageiros do Senhor à
nação e ao mundo. Abraão funcionou como profeta quando intercedeu por um pecador (Gn 20.7),
mas Moisés foi o primeiro a quem o Senhor chamou e instruiu no papel ministerial de um profeta
(Êx 3.1 - 4.17). Moisés foi, de fato, o maior profeta do Antigo Testamento (Nm 12.6-8), e sua
experiência tomou-se paradigma para os profetas posteriores à medida que o vocabulário e os
relacionamentos da comunicação divina por meio de Moisés se tomaram padrão para as revelações
de Deus a outros profetas. Termos como "manda", "vai", "fala" e "eu estarei", eram comumente
usados pelo Senhor ao falar com um profeta, e eles mesmos freqüentemente advertiam suas audiências
dizendo. "Ouvi" porque "assim diz o Senhor".
Vários elementos caracterizavam o relacionamento entre Deus, o profeta e seus ouvintes: (1) a
autoridade do Senhor sobre ambos, o profeta e sua audiência; (2) a obediência dos profetas, embora,
algumas vezes, com um protesto inicial; (3) a autoridade dos profetas como representantes da soberania
de Deus; (4) a obrigação da audiência de escolher entre obediência ou desobediência ao pacto; (5) e
o profeta volta-se ao Senhor em forma de oração.
Os livros proféticos são, em grande parte, escritos no estilo de poesia hebraica. Embora os profetas
não expliquem a escolha que fazem do gênero poético, é provável que o tenham feito por algumas
razões: (1) a poesia fala mais poderosamente à vontade e às emoções; o objetivo dos profetas não
era simplesmente informar seus ouvintes, mas também movê-los à ação. (2) Poesia, com sua
ênfase no imaginário e no simbolismo é, as vezes, melhor que a prosa para comunicar as maravilhas
de Deus e do seu caráter, que se constituem no coração da mensagem profética. (3) a poesia pode
falar sobre o significado dos eventos futuros sem ter, necessariamente, que indicar os detalhes
literalmente.
É um erro pensarmos que a responsabilidade primária dos profetas bíblicos era predizer o futuro. Na
realidade, a predição era parte essencial da sua mensagem, mas a função primária dos profetas era
chamar o povo à obediência e à dependência total de Deus. O conteúdo das mensagens proféticas era
determinado pela aliança de Deus com seu povo e pelas circunstâncias históricas peculiares de cada
profeta. A aliança foi estabelecida para fazer de Israel uma nação santa, que adorasse apenas o
Deus único e verdadeiro. Mas, a história de Israel caracterizou-se por sua persistente rebelião contra
Deus, e tais rebeliões tinham um impacto marcante sobre como as mensagens proféticas eram
formuladas e apresentadas. Tais mensagens, muitas vezes tomavam a forma de um processo judicial
iniciado por Deus contra seu povo por quebra do pacto. Estes processos proféticos incluíam algumas
características: (1) citação para comparecer à corte divina; (2) acusações; (3) pronunciamento de
uma sentença judicial; (4) pronunciar o castigo; e, (5) promessa de restauração.
Samuel, Elias e Eliseu foram os mais importantes profetas do período dos reis (1050-586 a.c.),
embora vários outros profetas e profetisas sejam mencionados nos livros históricos. Os assim
chamados "profetas escritores" nos legaram dezesseis livros. Quatro deles - Isaías, Jeremias,
Ezequiel e Daniel - são os chamados profetas maiores. Outros doze são representados por livros
muito mais curtos e são chamados "profetas menores" - em referência à extensão de seus escritos,
e não à sua qualidade ou importância.

165
Examine a tabela "Livros Proféticos". Veja o mapa "Local de nascimento e ministério dos Profetas",
à página ao lado.

Quando os Profetas Maiores Escreveram

livros Proféticos

I Davi
I I
Elias I Eliseu
I
I Zorobabel I I
Esdras
I I Neemias
I
1000 a.C. 852 a.C. 500 a. C.

I Reino Unido Reino Dividido


I Exílio
I Retorno
I
70 Três estágios de retorno
Israel
I 722 a.C.
anos na 1° Zorobabel
Babilônia 2° Esdras

I Reino Unido 931 a. C.


586 a.C.
3° Neemias

Judá
I

Profetas Anteriores ao Exílio Profetas do Exílio Posteriores ao Exílio

Para Israel: Para Judá: Aos Judeus em Babilônia: Ao remanescente depois


do Retorno:
Amós (760)
Joel (835) Daniel (650) Ageu (520)
Oséias (755)
Isaías (740) Ezequiel (592) Zacarias (520)

Para Nínive: Miquéias (735) Malaquias (432)

Sofonias (630)
Jonas (760)
Jeremias (627)
Naum (660)
Habacuque (607)

Lamentações (586)
Para Edom:

Obadias (840)

Nelson s Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas elson, Inc.

166
Local de Nascimento e Ministério dos Profetas

"... o Senhor Ihes enviou profetas N


para os reconduzir a si;

t
estes profetas
testemunharam contra eles,
mas eles não deram ouvidos'
(2Cr 24.19).

GALlLÉIA

Mar
Mediterrâneo

SAMARIA GILEADE

Samuel foi dedicado


ao Senhor e
cresceu em Siló

Locais onde Samuel


desenvolveu
seu ministério
• Betel
Mispa.
Samuel nascido
em Ramá
----- II Naum, nascido
em Elcos
I
,

Jeremias, nascido
em Anatote

JUDÁ

Mar
Morto
Amós, nascido
em Tecoa

MOABE
Isaías, Ezequiel,
Daniel, Joel,
Sofonias, Ageu,
Zacarias, Malaquias,
nascidos em Jerusalém.

© 2002. Editora Cultura Cristã

167 ,l
,
ISAIAS


. ~.-
~--=---
., .. ' ....
Isaías tem sido chamado "o príncipe dos profetas" devido ao magnífico alcance de seu livro e maneira
poderosa como ele desenvolvia os temas de justiça e redenção, culminando nas grandes profecias
sobre o Messias e a era messiânica. Neste sentido, Isaías é como uma Bíblia em miniatura. Os
primeiros 39 capítulos são cheios de julgamento sobre o povo imoral e idólatra - tanto em Judá como
nas nações vizinhas. Porém os vinte e sete últimos capítulos declaram uma mensagem de esperança
e consolação.
O nome Isaías, do hebraico yeshaiah, significa "Javé é Salvação", um termo que resume
apropriadamente o conteúdo do livro.

Autor

Isaías, filho de Amoz, é apresentado como autor (1.1), e não existe sequer alusão a qualquer outro
~.. escritor. A unidade de Isaías tem sido objetada no período moderno por estudiosos que atribuem a
~ maior parte do material compreendido entre os capítulos 1- 39 ao próprio Isaías, mas atribuem os
~ capítulos 40 - 55 (chamado "Deutero- Isaias") a um profeta desconhecido na Babilônia,e os capítulos
56 - 66 (chamado "Trito-Isaías") a outro profeta desconhecido na Palestina (c. 460--455 a.Ci) O
argumento é de que existem significativas diferenças estilísticas, históricas e teológicas que
distinguem os capítulos 1 - 39 dos capítulos 40 - 66, e que este último grupo deve ser novamente
dividido em duas seções que reflete respectivamente um ambiente exílico e babilônico e um ambiente
palestino pós- exílio.
Embora os argumentos contra a unidade de Isaías tenham sido marcantes para alguns, outros
argumentos importantes podem, também, ser reunidos a favor da unidade do livro. Embora existam
algumas diferenças entre as duas seções, as semelhanças estilísticas ao longo do livro são maiores
que as alegadas diferenças. Entre elas incluem-se semelhanças de pensamento, imagens, ornamentos
retóricos, expressões características e colorido local. É verdade que a primeira seção é mais sóbria
e racional ao passo que a segunda é mais fluente e emocional, mas grande parte disto se deve à
diferença de assunto - à diferença entre condenação e consolação.
Porções do livro são atribuídas a um período posterior ao de Isaías, filho de Amoz, argumentando-se
que o profeta não poderia ter predito o cativeiro babilônico e a volta durante o governo de Ciro. Este
argumento, entretanto, está baseado na pressuposição dogmática de que a profecia de predição é
impossível. Tal teoria não explica a existência de profecias messiânicas cumpridas em Cristo. Depois
de tudo dito e pesado, a idéia de um único autor levanta menos dificuldades do que as teorias de
autoria múltipla.
Com boas razões, portanto, tradicionalmente tem sido mantido que Isaías, filho de Amoz, que profetizou.
em Jerusalém durante os reinados de Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias, é o autor do livro que recebe o
seu nome. O profeta, evidentemente, vinha de uma importante família judaica, e sua alta educação
pode ser constatada por meio de seu impressionante vocabulário e estilo. Isaías aparentemente mantinha
um estreito contato com a corte real, mas suas exortações contra alianças feitas com poderes
estrangeiros nem sempre eram bem recebidas. Sua esposa era uma profetisa, e ele teve pelo menos
dois filhos (7.3 e 8.3). Isaías passou a maior parte da vida em Jerusalém, e a tradição judaica diz que
seus perseguidores o serraram ao meio durante o reinado do perverso rei Manassés (cf. Hb 11.37).

'\
168
Data
o longo ministério de Isaías durou desde de cerca de 740 até 680 a.C. (1.1) e o livro de Isaías, sem
dúvida, contém escritos proféticos registrados ao longo de todo este período. O profeta começou seu
ministério no final do reinado de Uzias (790-739 a.C.) e continuou no decorrer dos reinados de Jotão
(739-731 a.C), Acaz (731-715 a.C.), e Ezequias (715-686 a.C.). Isaías sobreviveu a Ezequias por
alguns anos porque o capítulo 37.38 registra a morte de Senaqueribe em 681 a.C. Ezequias foi
sucedido em 686 por seu perverso filho Manassés, que aboliu o culto a Javé e, sem dúvida, opôs-se
ao trabalho de Isaías.
Durante o tempo de Isaías, a Assíria estava crescendo em poder sob o governo de Tiglate-Pileser que,
após suas conquistas no leste, dirigiu-se para o oeste, arrebanhando muitas nações pequenas ao
longo do Mediterrâneo, incluindo Israel, o reino do norte (722-21 a.C.) Como contemporâneo de
Oséias e Miquéias, Isaías profetizou durante os últimos anos de reino do norte, mas seu ministério
dirigiu-se ao reino do sul, que seguia após seu vizinho do norte nos pecados que cometia. Depois da
queda de Samaria e do reino do norte, o profeta advertiu Judá sobre seu julgamento, não pela Assíria,
a ameaça mais imediata, mas pela Babilônia.

Isaías em Relance

ÊNFASE PARÊNTESE
PROFECIAS DE CONDENAÇÃO PROFECIAS DE CONFORTO
HISTÓRICO

TEXTO 1.1 13.1 24.1 28.1 36.1 40.1 49.1 58.1 - 66.24

PROFECíAS CONTRA PROFECIAS DE


SALVAÇÃO, GLORIOSO
SALVAÇÃO SALVADOR
DIVISÃO DOENÇA E FUTURO
DE ISRAEL DE ISRAEL
DIA DO IJULGf'MEN}O PECAOODE DE ISRAEL
JUDÁ I AS
NAÇÕES SENHOR E BENÇAO EZEQUIAS

PROFÉTICO HISTÓRICO MESSIÂNICO

TÓPICOS

JULGAMENTO TRANSiÇÃO ESPERANÇA

LOCAL ISRAEL E JUDÁ

OCASIÃO c. 740 - 680 a. C.

Nelson s Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas elson, Inc .

. Quando Isaías Profetizou

169

J
Temas e Estrutura Literária
o livro de Isaías tem três seções principais: profecias de condenação (caps. 1- 35), um parêntese ou
interlúdio histórico (caps. 36 - 39), e profecias de conforto e consolação (caps. 40- 66).
A mensagem de Isaías é apresentada contra o pano de fundo do maior período de prosperidade de
Israel após a Época de Ouro de Davi e Salomão. Prosperidade, sucesso comercial e agrícola, além de
sucesso militar, eram acompanhados pela imoralidade, bebida excessiva, idolatria, opressão do pobre,
ganância, e a presença de falsos profetas que exploravam os desejos do povo. Em resposta a esta
situação, Isaías enfatizava. (1) salvação pela fé (7.9; 28.16; 30.15), (2) a santidade de Deus e a
necessidade de uma vida ética (6.1-8; 37.23), (3) a ofensa do pecado humano e a certeza do julgamento
divino (caps. 1 - 35), e, (4) a certeza de redenção para um remanescente fiel (1.9,19; 10.19-22; 46.3,
4; 65.5-8).
O tema básico deste livro pode ser encontrado no próprio nome de Isaías, que significa "a salvação
é do Senhor". A palavra salvação aparece vinte e seis vezes em Isaías, e apenas sete vezes em todos
os outros profetas reunidos.
De todos os livros do Antigo Testamento, apenas Salmos contém um número maior de profecias
messiânicas do que Isaías. O profeta apresenta todos os aspectos da glória e do ministério de Cristo.
sua encamação (7.14; 9.6); sua infância (7.15; 11.1; 53.2); sua maneira gentil de ser (42.2); sua
obediência (50.5); sua mensagem (61.1,2); seus milagres (35.5,6); seu sofrimento, rejeição e morte
vicária (50.6; 53.1-12); e sua exaltação (52.13).

ESBOÇO DE ISAíAS

Primeira Parte: Profecias de Condenação (1.1 - 35.10)

I. Profecias .Contra Judá 1.1 - 12.6


A. Julgamento de Judá 1.1-31
B. O Dia do Senhor 2.1-4.6
C. A Parábola da Videira 5.1-30
D. O Comissionamento de Isaías 6.1-13
E. Destruição de Israel pela Assíria 7.1-10.4
F. Destruição da Assíria por Deus 10.5-12.6

11. Profecias Contra as Nações 13.1 - 23.18


A. Profecias contra a Babilônia 13.1-14.23
B. Profecias contra a Assíria 14.24-27
C. Profecias contra a Filístia 14.28-32
D. Profecias contra Moabe 15.1-16.14
E. Profecias contra Damasco e Samaria 17.1-14
F. Profecias contra a Etiópia 18.1-7
G. Profecias contra a Egito 19.1- 20.6
H. Profecias contra a Babilônia 21.1-10
I. Profecias contra Edom 21.11,12
J. Profecias contra a Arábia 21.13-17
K. Profecias contra Jerusalém 22.1-25
L. Profecias contra Tiro 23.1-18

111. Profecias do Dia do Senhor 24.1- 27.13


A. Julgamentos da Tribulação ó ••••••••••••••••••••• 24.1-23
B. Triunfos do Reino 25.1-27.13

170

'.
IV. Profecias de Julgamento e Bênção 28.1 - 35.10
A. Ai de Efraim 28.1-29
B. Ai de Jerusalém 29.1-24
C. Ai da Aliança com o Egito 30.1 - 31.9
D. Eis o Rei que Vem 32.1-20
E. Ai Saqueador de Jerusalém (Assíria) 33.1-24
F. Ai das Nações 34.1-17
G. Eis o Reino que Vem 35.1-10

Segunda Parte: Parêntese Histórico (36.1 - 39.8)

I. Ezeq uias Salvo da Assíria 36.1- 37.38


A.AAssíriaDesafia Deus ~ 36.1-22
B. Deus Destrói a Assíria 37.1-38

11. Ezequias Salvo da Doença 38.1-22

111. O Pecado de Ezequias 39.1-8

Terceira Parte: Profecias de Conforto (40.1 - 66.24)

I. Profecias sobre a Salvação de Israel 40.1- 48.22


A. Conforto por causa da Salvação de Israel 40.1-11
B. Conforto por causa do Caráter de Deus 40.12-31
C. Conforto por causa da Grandeza de Deus 41.1-29
D. Conforto por causa do Servo de Deus 42.1-25
E. Conforto por causa da Restauração de Israel 43.1-44.28
F. Conforto porque Deus Usou Ciro 45.1-25
G. Conforto por causa da Destruição da Babilônia 46.1-48.22

11. Profecias sobre o Salvador de Israel 49.1- 57.21


A. A Missão do Messias 49.1-26
B. A Obediência do Messias 50.1-11
I,·, C. Israel Incentivado pelo Messias 51.1- 52.12
D. A Expiação do Messias 52.13 - 53.12
E. O Messias Promete a Redenção de Israel 54.1-17
F. O Convite do Messias ao Mundo 55.1- 56.8
G. O Messias Repreende os Perversos 56.9 - 57.21

111. Profecias sobre o Futuro Glorioso de Israel 58.1- 66.24


A. Bênçãos do Verdadeiro Culto 58.1-14
B. Pecados de Israel 59.1-21
C. Glória de Israel no Reino 60.1-22
D. Advento do Messias 61.1-11
te, "./c.;,> E. Futuro de Jerusalém 62.1-12
F. Vingança de Deus 63.1-6
1'" ',' G. Oração pelo Remanescente 63.7 -64.12
,
-.,'~.;~;
'1" .: H. A Resposta do Senhor ao Remanescente 65.1-16
.';g~~,{':;,
.:'".
I. A Consumação Gloriosa da História 65.17 - 66.24
,.:' /,",J

171
A Vinda do Messias
Como um impressionante exemplo das muitas profecias messiânicas em Isaías, o trecho do capítulo
11.1-12 apresenta uma perspectiva precisa da vinda do Messias e seu Reino. Ele deveria ser um
descendente do rei Davi (Mt 1.1); deveria ser cheio do Espírito Santo (cf. Mt 3.16); seria um juiz
misericordioso e justo da humanidade (Ap 19.11). O reino do Messias é apresentado em termos de
seu significado universal. É caracterizado pela paz e reconciliação (Is 11.6-9), pela vinda dos gentios
ao Messias (11.10), e a reunião do remanescente fiel de Israel (11.11,12).

-
Isaías antevê as qualificações do rei ideal, cujo governo contrastaria com o reinado sombrio do rei Acaz.
O retrato permaneceu sem cumprimento até a vinda de Jesus, o Messias.
"O reino de Deus está dentro de vós", foi a sua mensagem.

O Messias Seu Reino

O Renovo, um descendente de Davi, Os gentios o buscarão ..................................... 11.10


um rebento de Jessé ................................ 11.1,10

O Espírito do Senhor repousará sobre ele .... 11.2 O remanescente de Israel será reunido ..... 11.11-16

Ele temerá ao Senhor .................................... 11.3 Haverá alegria na salvação de Deus ............ 12.1- 6

Ele julgará a terra com justiça .................... 11.4,5

o Juleamento das Nações


Semelhante a outros livros proféticos do Antigo Testamento, Isaías contem oráculos contra inimigos
estrangeiros de Israel e elementos infiéis dentro do próprio Israel (cap. 13-23). Começando com a
Babilônia, o futuro inimigo que destruiria Judá (13.1 - 14.23), Isaías continua profetizando julgamento
sobre a Assíria (14.24-27), Filístia (14.28-32), Moabe (15.1 - 16.14), Síria e Israel (17.1-11), todas
as nações (17.12 - 18.7), Egito (19.1 - 20.6), Babilônia e seus aliados (21.1-16), Jerusalém e seus
líderes infiéis (22.1-25) e a cidade de Tiro (23.1-18).
Veja o Mapa. "Julgamento das Nações" à página 173.

o Servo Sofredor em Isaías


Isaías apresenta quatro Cânticos do Servo (42.1-4; 49.1-6; 50.4-9) que chega a sua conclusão no
cântico final do Servo Sofredor (52.13 - 53.12). A figura do servo sofredor ocupa um lugar central
na seção do livro devotada às profecias de consolação (caps. 4O-----ó6),e é apresentada em cinco
estrofes, cada uma retratando um aspecto da obra salvadora do Servo. Sua humilhação e exaltação
(52.13-15); Sua experiência de rejeição (53.1-3); Seu sofrimento vicário (53.4-6); Sua morte
sacrificial (53.7-9); Sua expiação e ressurreição reconciliadoras (53.10-12).
Argumenta-se, algumas vezes, que o Cântico do Servo Sofredor apresenta um retrato ideal do povo
de Israel como um todo. O sujeito do cântico, entretanto, não pode ser reduzido a uma representação
ideal como esta, pois ele apresenta uma pessoa concreta que age como mediador entre Deus e os
seres humanos pecadores. Além disso, as muitas correspondências entre o Servo Sofredor e a pessoa
de Cristo não podem ser ignoradas.
Veja o quadro "Cumprimento das Profecias de Isaías", à página 174.

172
Jull!amento das Nações

AssíRIA

lÍDIA

"Naquele dia,
o Senhor castigará,
no céu,
as hostes celestes,
e os reis da terra,
na terra"
(Is 24.21).

N • Damasco

t Mar Mediterrâneo

Nebo

QUEDAR
PENíNSULA
DO SINAl

ARÁBIA

• Tema

• Dedam
Mar' Vermelho

ETIÓPIA
© 2002. Editora Cultura Cristã i

173
Cumprimento das Profecias de Isaías

PROFECIA CUMPRIMENTO

O MESSIAS ... JESUS CRISTO ...

Nascerá de uma virgem Nasceu de uma virgem chamada Maria


(Is 7.14) (Lc 1.26-31)

Terá um ministério na Galiléia Ministrou na Galiléia dos gentios


(Is 9.1,2) (Mt 4.13-16)

Será herdeiro do trono de Davi Foi-lhe dado o trono de Davi seu pai
(Is 9.7) (Lc 1.3233)

Terá seu caminho preparado Foi anunciado por João Batista


(Is 40.3-5) (Jo 1.19-28)

Será cuspido e açoitado


(Is 50.6)
- Cuspiram nele e o açoitaram
(Mt 26.27)

Será exaltado Foi exaltado por Deus e pelo povo


(Is 52.13) (Fp 2.9,10)

Ficará desfigurado pelo sofrimento Foi escarnecido pelos soldados que lhe deram uma coroa
(Is 52.14;53.2) de espinhos (Mc 15.15-19)

Fará uma expiação de sangue Derramou seu sangue para expiar nossos pecados
(Is 53.5) (1 Pe 1.2)

Será fortemente rejeitado Muitos não o aceitaram


(Is 53.1,3) (Jo 12.37, 38)

Levará sobre si nossos pecados e tristezas Morreu por causa de nossos pecados
(Is 53.4,5) (Rm 4.25; 1Pe 2.24 25)

Será nosso substituto Morreu em nosso lugar


(Is 53. 6,8) (Rm 5.6, 8; 2Co 5.21)

Voluntariamente aceitará nossas culpas e nossos Silenciou a respeito de nossos pecados


castigos (Is 53.7, 8) (Mc 15.4, 5; Jo 10.11; 19.30)

Será enterrado na tumba de um homem rico Foi enterrado na tumba de José, um homem rico de
(Is 53.9) Arimatéia (Mt 27.57-60; Jo 19.38-42)

Salvará a nós que cremos nele Concedeu salvação a todos os que crêem
(Is 53.10,11) (Jo 3.16; At 16.31)

Morrerá com transgressores Foi contado com os transgressores


(Is 53.12) (Mc 15.27, 28; Lc 22.37)

Curará os de coração abatido Curou os de coração abatido


(Is 61.1,2) (Lc 4.18,19)

174
JEREMIAS

o livro de Jeremias apresenta a profecia de um homem divinamente chamado em sua mocidade em


'(. ' '
Anatote, a cidade sacerdotal. Um profeta de coração angustiado com uma mensagem angustiante,
Jeremias exerceu seu ministério durante mais de quarenta anos, proclamando uma mensagem de
e·· condenação e destruição ao povo obstinado. Desprezado e perseguido por seus compatriotas, Jeremias
banha em lágrimas de compaixão suas duras profecias. Seu coração sofrido o faz escrever um livro
sofrido, difícil de classificar, quer cronologicamente, quer por assunto. Mas, no decorrer de seus
sermões e sinais, ele declara fielmente que a submissão à vontade de Deus é o único meio de evitar
a calamidade.

Autor


rt'
~
-,
o livr? declara especificamente que Jeremias é o seu autor (l.I). Ele ditou todas as profecias a seu
secretário, Baruque, desde o começo de seu ministério até o quarto ano de Jeoaquim, e as seções
. posteriores também foram compostas. Apenas o capítulo 52, um suplemento quase idêntico a 2Rs 24.18-
25.30, evidentemente não foi escrito pelo profeta.
Jeremias era filho de Hilquias o sacerdote, e vivia distante quatro quilômetros ao norte de Jerusalém,
na cidade de Anatote. Sendo sua vida uma lição objetiva endereçada a Judá, foi impedido de casar-
se (16.2). Por causa de sua mensagem indesejável sobre o julgamento divino que viria com a invasão
da Babilônia, foi ameaçado e aprisionado. O profeta sobreviveu ao cerco babilônico a Jerusalém e
foi posteriormente levado para o Egito, onde morreu.

Data

De acordo com o capítulo 36.1-3, algumas porções dos escritos de Jeremias podem ser datadas com
certa precisão no quarto ano de Jeoaquim (605 a.Ci), quando Deus ordenou ao profeta que escrevesse
as mensagens proféticas que havia declarado ao povo ao longo dos vinte anos anteriores. Este material
provavelmente corresponde aos capítulos 1-20. Os capítulos restantes contêm profecias e registros
históricos em ordem de assunto, e não cronológica, cobrindo o segundo período de vinte ou vinte e
cinco anos de seu ministério.
Jeremias foi contemporâneo de Sofonias, Habacuque, Daniel e Ezequiel, e seu ministério estendeu-
se desde cerca de 627 a cerca de 580 a.c. Há três estágios no ministério de Jeremias. De 627 a 605
a.c., ele profetizou no período em que Judá estava sendo ameaçado pela Assíria e pelo Egito. De
605 a 586 a.c., Jeremias proclamou o julgamento de Deus no tempo em que Judá foi ameaçado e
cercado pela Babilônia. De 586 até cerca de 580 a.C. ministrou em Jerusalém e no Egito depois da
queda de Judá.

175 J
j
....
Temas e Estrutura Literária

Embora Jeremias não seja facilmente organizável nem cronológica nem tematicamente, sua
mensagem básica é clara: o julgamento de Deus sobre Israel por sua rebelião e desobediência é
inevitável e inescapável. O livro pode ser dividido em quatro seções principais: o chamado do
profeta Jeremias (cap.l) profecias sobre Judá (2.1-45.5), profecias contra os gentios (46.1-
51.64), e queda de Jerusalém (cap. 52).
Conhecido como "profeta chorão", Jeremias proclamou fielmente, durante quarenta anos, a
condenação divina sobre a rebelde Judá. A simpatia e preocupação que sentia por sua nação levou-
o a entristecer-se profundamente com a rebeldia e iminente destruição de seu povo.
Muitas vezes Jeremias desejou renunciar sua missão profética por causa da dureza de sua mensagem
e da resposta hostil que provocava. Jeremias tinha a tarefa delicada e dificil de confrontar um povo
que parecia tomar-se mais insanamente confiante à medida que o perigo crescia. Eles criam que
Deus não permitiria a queda de Jerusalém porque ali estava o templo e a única religião verdadeira.
Jeremias foi ordenado a lhes dizer que os termos da aliança divina exigiam a punição por
desobediência.
A bem conhecida porção do livro sobre a nova aliança (caps. 30 - 33) reflete o interesse especial de
Jeremias pela aliança. Todos os profetas basearam sua acusações e apelos no relacionamento da
aliança existente entre Israel e Deus, mas Jeremias o faz de modo muito mais explícito. Ele não
critica o conteúdo do velho pacto, mas reconhece que ele deve ser intemalizado para ser vivido. Por
isso, profetiza a vinda de uma nova aliança que será escrita no coração do povo de Deus (31.31-34).

jeremtas em Relance

ÊNFASE VOCAÇÃO DE PROFECIAS AJUDÁ PROFECIAS QUEDA DE


JEREMIAS AOS GENTIOS JERUSALÉM

TEXTO 1.1 2.1 26.1 30.1 34.1 46.1 52.1 52.34

DIVISÃO COMISSIONAMENTO CONDENAÇÃO CONFLITOS RESTAURAÇÃO ATUAL CONDENAÇÃO CONCLUSÃO


PROFÉTICO DE JUDÁ DE JEREMIAS FUTURA DE QUEDA DE DE NOVE HISTÓRICA
JERUSALÉM JERUSALÉM NAÇÕES

TÓPICO ANTES DA QUEDA A QUEDA DEPOIS DA QUEDA

VOCAÇÃO MINISTÉRIO RETROSPECTO

LOCAL JUDÁ NAÇÕES BABILÔNIA


VIZINHAS

OCASIÃO c. 627 - 580 a. C.

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Quando Profetizou Jeremias

176
ESBOÇO DE JEREMIAS

Primeira Parte: A Vocação de Jeremias (1.1-19)

I. A vocação de Jeremias 1.1-10

11. As visões de Jeremias 1.11-16

111. A Promessa feita a Jeremias 1.17-19

Segunda Parte: Profecias sobre Judá (2.1- 45.5)

I. Condenação de Judá 2.1-25.38


A. Primeiro Sermão. Judá Pecou Conscientemente 2.1-3.5
B. Segundo Sermão. Judá será Julgado 3.6-6.30
C. Terceiro Sermão. O Culto Hipócrita de Judá 7.1-10.25
D. Quarto Sermão. A Quebra da Aliança 11.1-12.17
E. Quinto Sermão. Relacionamento Refeito 13.1-27
F. Sexto Sermão. A Seca em Judá 11.1- 12.17
G. Sétimo Sermão. A Vida Solitária de Jeremias 16.1-17.27
H. Oitavo Sermão. A Casa do Oleiro 18.1-20.18
L Nono Sermão. Contra os Reis de Judá 21.1-23.8
1. Décimo Sermão. Contra os Falsos Profetas 23.9-40
K. Déc. Primeiro Sermão. As duas Cestas de Figos 24.1-10
L. Déc. Segundo Sermão. Setenta Anos de Cativeiro 25.1-38

11. Os Conflitos de J eremias 26.1 - 29.32


A. Conflito com a Nação 26.1-24
B. Conflito com os Falsos Profetas 27.1-22
C. Conflito com Hananias 28.1-17
D. Conflito com Semaías 29.1-32

111. Futura Restauração de Jerusalém 30.1- 33.26


A. Restauração da Terra 30.1-24
B. Restauração da Nação 31.1-40
C. Reconstrução de Jerusalém 32.1-44
D. Reconfirmação da Aliança 33.1-26

IV. A Queda Imediata de Jerusalém 34.1- 45.5


A. Mensagens Antes da Queda 34.1 - 36.32
B. Acontecimentos Antes da Queda 37.1- 38.28
C. Acontecimentos Durante a Queda 39.1-18
D. Mensagem Depois da Queda 40.1-44.30
E. Mensagem a Baruque 45.1-5

Terceira Parte: Profecias Contra os Gentios (46.1- 51.64)

I. Profecias Contra o Egito 46.1-28

11. Profecias Contra a Filístia 47.1-7

111. Profecias Contra Moabe 48.1-47


177
IV. Profecias Contra Amom 49.1-6

V. Profecias Contra Edom 49.7-22

VI. Profecias Contra Damasco 49.23-27

VII. Profecias Contra Quedar e Hazor 49.28-33

VIII. Profecias Contra Elam 49.34-39

IX. Profecias Contra Babilônia 50.1- 51.64


A. Derrota de Babilônia .................................................................................••••.............. 50.1-20
B. Desolação de Babilônia 50.21-46
C. Destino de Babilônia 51.1-64

Quarta Parte: Queda de Jerusalém (52.1-34)

I. Captura de Jerusalém 52.1-11

11. Destruição de Jerusalém 52.12-23

111. O Exílio na Babilônia 52.24-30

IV. A Libertação de Joaquim 52.31-34

A Vocação de jeremías
Assim como muitos outros chamados proféticos (cf. Is 6), o chamado de Jeremias foi resultado de
um diálogo com Deus. Jeremias iria encontrar muitos falsos profetas, sendo importante que ele
tivesse certeza de que sua vocação tinha vindo diretamente de Deus. Embora Jeremias fosse jovem
quando Deus o chamou, a vocação dependia do poder de Deus e não de fragilidades humanas
como idade.
Veja a Tabela "O Chamado de Jeremias", abaixo:

o Chamado de jeremías

Quem? Filho de Hilquias (1.1)

Onde? Anatote, de Benjamim (1.1)

Quando? Durante o reinado de Josias, 626 a.C. (1.2)

Porquê? Ordenado Profeta diante das nações (1.5)

Origem? Antes do nascimento (1.5)

Resposta de Jeremias "Sou uma criança" (1.6)

Deus o Corrige "Eu estarei convosco" (1.7, 8)

Deus o Capacita Deus dá palavras de poder (1.9,10)

O caráter dramático do chamado de Jeremias enfatiza o princípio de que, quando Deus chama uma pessoa para uma
tarefa, ele também a prepara para realizá-Ia. Como Jeremias, apresentamos nossas fraquezas e limitações, mas
Deus promete sua presença fortalecedora. Como Jeremias, antecipamos situações perigosas, mas Deus promete nos
livrar. Deus não nos chama para uma tarefa para qual ele não seja capaz de nos ajudar a cumprir.

Nelson s Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas Nelson. lnc.

178

- \
Jornada de jeremías no E~ito

~ Mispa~
Mar Mediterrâneo o ••Rama
~' /' •• Anatote
~I Jeru~lém
Gaza • --/. Laquis Mar Morto

•Berseba
-
MOABE

- Deserto
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o 75Mi

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••
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o 75 km
",
I
I

t Em direção a Elefanüna Mar Vermelho

Babilônia Invade a Palestina

Babilônia conquistou. Nínive, capital da Assíria, em 612 a.C., e passou rapidamente a estabelecer
controle sobre muito do antigo Oriente Médio. Derrotando os egípcios na batalha de Carquemis em
605 a.C., Nabucodonosor dirigiu-se para a Palestina, e deportou pessoas importantes, como Daniel,
para a Babilônia. O rei Jeoaquim de Judá tomou-se, assim, um vassalo dos conquistadores. Entretanto,
rejeitando os avisos de Jerernias ele se rebelou em 601 a.C. Joaquim tomou-se o próximo rei de
Judá em 597 a.c. mas foi substituído por Zedequias três meses mais tarde, quando Nabucodonosor
capturou Jerusalém e deportou Jeoaquim para a Babilônia. Zedequias foi o último rei de Judá; sua
tentativa de aliança com o Egito levou abucodonosor a ocupar e destruir Jerusalém em 586 a.c.

179
Babilônia Invade a Palestina

Nabucodonosor marcha contra o Egito


atravessando a Palestina em 604 a.C.,
--- após sua vitória na Batalha de Carquemis.
Conquista Asquelom e avança até o Ribeiro do Egito

Os babilônios cercam Jerusalém (599 a.C.).


_ Os edomitas aproveitam a situação e atacam pelo sul.
O Templo é saqueado.

Cidades da Judéia são sistematicamente destruídas.


Jerusalém é conquistada em 587 a.C.
- O rei Zedequias foge para Jericó,
é capturado e deportado.

Mar Mediterrâneo

"Por isso,
o Senhor fez subir
contra ele o rei dos caldeus,
o qual matou seus jovens à espada,
na casa do seu santuário;
e não teve piedade nem dos jovens
nem das donzelas,
nem dos velhos
nem dos mais avançados em idade;
a todos os deu nas suas mãos"
(2Cr 36.17).

EGITO
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© 2002, Editora Cultura Cristã

180
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LAMENTACOES ,

Lamentações retrata o funeral da cidade. É um retrato coberto de lágrimas sobre a anteriormente


orgulhosa Jerusalém, agora reduzida a ruínas pelas hordas invasoras da Babilônia. Num réquiem
composto por cinco poemas, o autor expressa a profunda emoção de quem viu muitos de seu povo
ser trucidados, outros, escravizados e o desespero dos poucos sobreviventes.

Autor

Tradicionalmente, Lamentações tem sido atribuído ao profeta Jeremias, embora ele não seja nomeado
~ / no texto. A tradução grega do Antigo Testamento (Septuaginta) apresenta Jeremias como autor, e os
~ primeiros pais da igreja, como Origenes e Jerônimo concordaram. Sua localização atual imediatamente
~
~ após o livro de Jeremias nos textos atuais reflete este julgamento. Similaridades estilísticas entre os
~
dois livros também indicam que muito possivelmente o autor tenha sido Jeremias.

Data

o tom vigoroso e apaixonado do autor mostra o impacto forte de alguém que acabou de experimentar
os horrores da destruição da Cidade Santa e do templo. Este fato sugere um tempo logo após 586 a.
C. como sendo a data da composição.

Lamentações em Relance

DESTRUiÇÃO DE IRA DE JAVÉ PRECE POR CERCO DE PRECE POR


ÊNFASE
JERUSALÉM MISERICÓRDIA JERUSALÉM RESTAURAÇÃO

TEXTO, 1.1 2.1 3.1 4.1 5.1 5.22

DIVISÃO CIDADE ENLUTADA POVO PROSTRADO PROFETA REINO ARRUINADO NAÇÃO PENITENTE
SOFREDOR

TÓPICOS -LAMENTO CAUSA ESPERANÇA ARREPENDIMENTO ORAÇÃO

LOCAL JERUSALÉM

OCASIÃO c. 586 a. C.

Nelson s Complete Book 01 Bible Maps and Charts ~ 1993 by Thomas elson. Inc.

Quando Ocorreram os Eventos em Lamentações

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181
Temas e Estrutura Literária

Os cinco capítulos de Lamentações consistem de cinco poemas pesarosos que podem ser intitulados:
(1) a destruição de Jerusalém, (2) a ira de Javé, (3) prece por misericórdia, (4) o cerco de Jerusalém,
(5) oração pela recuperação.
Cada poema forma um capítulo e os primeiros quatro têm uma estrutura acróstica - uma forma
literária que segue o alfabeto: o primeiro verso de um grupo de versos começa com a primeira letra
do alfabeto, o segundo começa com a segunda letra, e assim por diante. aturalmente, é impossível
reproduzir-se tal estrutura numa tradução.
Os primeiros quatro capítulos (poemas) são poemas fúnebres, carregados de dor e agonia à exceção
de dois breves arroubos de fé e esperança em 3.19-42 e 3.55-60. O capítulo 5 não é tão intenso,
porém, mesmo assim o soluço de profundo sofrimento está presente. Em todo o poema podemos
aquilatar as percepções teológicas típicas de Jeremias. Contrastes marcantes e vívidas comparações
são, muitas vezes, repetidas, sendo a linguagem figurada abundante.

ESBOÇO DE LAMENTAÇÕES

I. A destruição de Jerusalém 1.1-22


A. Lamento do Profeta Jeremias 1.1-11
B. Lamento da Cidade de Jerusalém l.l2-22

11. A Ira de Deus 2.1-22


A. A Ira de Deus 2.1-9
B. A Agonia de Jerusalém 2.10-17
C. O Apelo de Jerusalém 2.18-22

111. Oração por Misericórdia ; 3.1-66


A. O Grito de Desespero de Jererruas 3.1-18
B. Confissão de Fé de Jeremias 3.19-39
C. A Condição de Necessidade do Profeta : 3.40-54
D. Confiança de Jeremias em Deus 3.55-66

IV. O Cerco de Jerusalém 4.1-22


A. As Condições Durante o Cerco 4.1-10
B. Causas do Cerco 4.11-22
C. Conseqüências do Cerco 4.21,22

V. Oração pela Restauração 5.1-22


A. Necessidade de Restauração 5.1-15
B. Arrependimento do Pecado 5.16-18
C. Pedido de Restauração 5.19-22

o Tema da Renovação

Ao longo de todo o livro o autor de Lamentações combina o reconhecimento do pecado humano e


suas conseqüências com a profunda esperança em Deus e orações para que Deus traga seu povo de
volta para si pelos caminhos de sofrimento, arrependimento, esperança e fé.

Pecado - Sofrimento (1.8)


Tristeza ++Arrependimento (1.20)
Oração ++Esperança (3.19-24)
Fé ++Restauracâo (5.21)

182
EZEQUIEL

Escrito por um exilado que foi levado para a Babilônia antes do assalto final a Jerusalém, Ezequiel
usa profecias, parábolas, sinais e símbolos para dramatizar a mensagem de Deus a seu povo exilado.
Embora sejam como ossos secos ao sol, Deus os reunirá e soprará nova vida sobre a nação. O
julgamento atual será seguido pela glória futura. O nome hebraico transliterado "Ezequiel", significa
"Deus Fortalece" ou "Fortalecido por Deus". O nome aparece duas vezes no livro e em nenhum
outro lugar do Antigo Testamento.

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Autor

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Os três primeiros versículos citam Ezequiel, filho de Buzi como tendo recebido as visões de Deus
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é· registradas nos capítulos 1 - 3. Daí em diante o livro continua na primeira pessoa, sem dúvida
~.
W referindo-se ao mesmo profeta Ezequiel. A unidade do estilo, as frases peculiares a Ezequiel presentes
neste livro, e a constante atenção devotada a seus grandes temas convenceram a maioria dos eruditos
de que o livro é resultado dos encontros de Ezequiel com Deus.
Como Jeremias, Ezequiel era um sacerdote chamado para ser profeta do Senhor. Sua esposa faleceu
como sinal aos judeus exilados de que Jerusalém não seria poupada (24.16-24). Seu ministério profético
demonstra uma ênfase sacerdotal em sua preocupação com o templo, o sacerdócio, sacrificios e a
Shekinah (a glória de Deus manifestada no templo). Ezequiel teve o privilégio de receber várias
visões impressionantes e foi cuidadoso e artístico na apresentação destas visões.

Data

Ezequiel foi levado para o exílio na Babilônia depois que a cidade caiu pela segunda vez diante de
Nabucodonosor em 597 a.C. Sua primeira visão pode ser datada provavelmente de 593-92 a.C. e a
data do último oráculo registrado no livro é, provavelmente 571-70 a.C., o que marca um ministério
de aproximadamente vinte anos de duração. O livro, como o temos hoje, deve ter sido completado
imediatamente após este período. O trigésimo ano (1.1) refere-se, com toda probabilidade, à idade de
Ezequiel, quando recebeu o chamado, idade em que os sacerdotes entravam integralmente em seus
deveres no templo. Como o exílio havia privado Ezequiel do privilégio de servir como sacerdote no
templo, Deus graciosamente lhe deu o ministério profético registrado neste livro.
É o livro mais fácil de datar do Antigo Testamento, em razão da seqüência bem ordenada de datas
peculiar a Ezequiel. Cada seção de oráculos proféticos inicia com o ano, o dia e o mês em que a
mensagem foi recebida. O profeta Ezequiel foi contemporâneo de Jeremias e Daniel, e algumas de
suas profecias parecem ser extensões da mensagem de Jeremias. Daniel é mencionado três vezes
no livro (14.14,20; 28.3).

Temas e Estrutura Literária

O livro de Ezequiel pode ser dividido em quatro seções: chamado e comissionamento de Ezequiel
(caps. 1-3),julgamento de Judá (caps. 4-24),julgamento dos gentios (caps. 25 -32), e restauração
de Isràel (caps. 33 - 48).

183
Ezequiel em Relance
ÊNFASE COMISSIONAMENTO DE EZEQUIEL JULGAMENTO DE JULGAMENTO RESTAURAÇÃO DE ISRAEL
JUDÁ DOS GENTIOS

TEXTO 1.1 2.1 4.1 25.1 33.1 40.1 48.35

EZEQUIELVÊ EZEQUIELÉ SINAIS, JULGAMENTO RETORNO DE RESTAURAÇÃO


DIVISÃO A GLÓRIA COMISSIONADO MENSAGENS DAS NAÇÕES ISRAEL PARA O DE ISRAEL
PARA A OBRA VISÕES,E VIZINHAS SENHOR NO REINO
PARÁBOLAS DE
JULGAMENTO

ANTES DO CERCO DURANTE DEPOIS DO CERCO


e. 592 - a.C. OCERCO (e. 585-570 a. C.)
TÓPICOS (e. 586 a. C.)

QUEDA DE JUDÁ OS INIMIGOS O FUTURO DEJUDÁ


DEJUDÁ

LOCAL BABILÕNIA

OCASIÃO e. 592 - 570 a. C.


Nelson :\. Com p lere Book o1Bible Ma p s and Charts © 1993 b y Thomas Nelson lnc.

Como os livros de Daniel e Apocalipse, Ezequiel pertence ao gênero de escritos "apocalipticos".


Características deste tipo de literatura incluem o uso de simbolismo, visão, alegorias, parábolas e
ações simbólicas. Ezequiel usa muitos desses meios de expressão para incutir em seus companheiros
exilados o fato de que o julgamento de Deus sobre Jerusalém ainda não havia terminado. O cálice
de iniqüidade de Jerusalém estava, finalmente, transbordando; o tempo da ação de Deus havia
chegado. A certeza do julgamento divino foi simbolizada pela retirada da glória de Deus do templo
(8.l-11.25).
Ezequiel enfatiza também a convicção do julgamento de Deus sobre as nações que rodeavam Israel.
O livro mostra o círculo completo de julgamento sobre as nações vizinhas de Judá, mencionando-as
no sentido horário. Amom, Moabe, Edom, Filístia, Tiro e Sidom (caps. 25 - 28). Os oráculos contra as
nações concluem com o Egito, uma nação que continuaria a existir, mas nunca recuperaria sua antiga
glória (29.15).
Com a queda de Jerusalém, a atenção de Ezequiel virou-se para a futura restauração de Israel. A
visão do vale de ossos secos (37.1-14) retrata intensamente a reanimação da nação pelo Espírito de
Deus. A restauração de Israel é ainda mais desenvolvida quando Ezequiel retoma à cidade destruída
numa visão e recebe especificações detalhadas sobre a reconstrução do templo, da cidade e da terra
(capsAO-48). Após uma descrição do novo pátio exterior, o pátio interior, e o templo (caps. 40 -42),
Ezequiel vê o retomo da glória do Senhor ao templo vindo do leste (43.1-12).
As visões escatológicas sobre a restauração de Israel têm, claramente, uma dimensão messiânica. O
título "filho do homem" ocorre cerca de noventa vezes em Ezequiel e, embora o título seja aplicado
ao próprio Ezequiel, foi usado por Jesus como sua auto-identificação favorita. Portanto, Ezequiel
pode ser considerado um tipo de Cristo. Como tal, Ezequiel recebeu poder para ser uma voz profética
da era messiânica quando o "Espírito do Senhor caiu" sobre ele (11.5). A descida do Espírito Santo
sobre Jesus no rio Jordão deu-lhe poder para proclamar o advento do reino messiânico (Lc 4.18, 19).
Além disso, a visão do Senhor Deus como Pastor divino que reúne seu rebanho desgarrado (34.11-
16) evoca a imagem de Jesus como o Bom Pastor (Jo. 10.11-16). O santuário restaurado no meio de
um povo novamente reunido, cuja cabeça é o Rei-sacerdote, o Messias Davídico (37.22-28), prefigura
o tabemáculo restaurado de Davi, a igreja (Am 9.11; At 15.16).
184
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ESBOÇO DE EZEQLJIEL

Primeira Parte: O Comissionamento de Ezequiel (1.1 - 3.27)

I. Ezequiel Vê a Glória de Deus 1.1-28


A. Ocasião da Visão 1.1-3
B. As Quatro Criaturas Viventes 1.4-14
C. As Quatro Rodas 1.15-21
D. O Firmamento 1.22-25
E. O Aparecimento de um Homem 1.26-28

11. Ezequiel É Comissionado à Palavra de Deus 2.1 - 3.27


A. Ezequiel É Enviado a Israel 2.1-3.3
B. Ezequiel É Instruído sobre seu Ministério 3.4-27

Segunda Parte: Julgamento de Judá (4.1 - 24.27)

I. Quatro Sinais do Julgamento que se Aproxima 4.1 - 5.17


A. O Sinal do Tijolo de Barro 4.1-3
B. Sinal de Ezequiel Deitando-se sobre o seu Lado 4.4-8
C. Sinal do Pão Sujo 4.9-17
D. Sinal da Navalha e do Cabelo 5.1-4
E. Explicação dos Sinais 5.5-17

11. Duas Mensagens sobre o Julgamento que se Aproxima 6.1 - 7.27


A. Destruição por causa da Idolatria 6.1-14
B. Descrição da Conquista Babilônica 7.1-27

111. Visão em Quatro Partes do Julgamento Próximo 8.1- 11.25


A. Visão da Glória de Deus 8.1-4
B. Visão da Abominação no Templo 8.5-18
C. Visão do Extermínio em Jerusalém 9.1-11
D. A Glória de Deus se Levanta e Coloca-se à Porta 10.1-8
E. Visão das Rodas e dos Querubins 10.9-22
F. Visão dos Vinte e Cinco Chefes Perversos 11.1-12
G. Promessa de Restauração do Remanescente 11.13-21
H. A Glória de Deus Deixa o Monte das Oliveiras 11.22-25

IV. Sinais, Parábolas e Mensagens de Julgamento 12.1 - 24.27


A. Sinal da Bagagem para o Exílio 12.1-6
B. Sinal do Tremor 12.17-28
C. Mensagem contra os Falsos Profetas 13.1-23
D. Mensagem contra os Anciãos 14.1-23
E. Parábola da Vinha 15.1-8
F. Parábola do Casamento de Israel.. 16.1-63
G. Parábola das Duas Águias 17.1-24
H. Mensagem sobre Julgamento Pessoal para Pecado Pessoal 18.1-32
1. Lamento pelos Príncipes de Israel 19.1-9
1. Parábola da Videira Seca 19.10-14
K. Mensagem de Julgamento sobre Jerusalém 20.1-24.27

185
Terceira Parte: Julgamento sobre os Gentios (25.1 - 32.32)

I. Julgamento sobre Amom 25.1-7

11. Julgamento sobre Moabe 25.8-11

111. Julgamento sobre Edom 25.12-14

IV. Julgamento sobre a Filístia 25.15-17

V. Julgamento sobre Tiro 26.1 - 28.19


A. Destruição de Tiro 26.l-21
B. Lamento sobre Tiro 27.1-36
C. Queda do Príncipe de Tiro 28.l-19

VI. Julgamento sobre Sidom 28.20-26

VII. Julgamento sobre o Egito 29.1 - 32.32


A. O Egito Será Desolado 29.1-16
B. O Egito Será Tomado pela Babilônia 29.17-21
C. O Egito Será Destruído 30.1-26
D. O Egito Será Cortado como a Assíria 31.1-18
E. Lamento sobre o Egito 32.1-16
F. Egito no Sheol 32.17-32

Quarta Parte: Restauração de Israel (33.1 - 48.35)

I. O Retorno de Israel à Terra Prometida 33.1 - 39.29


A. Designação de Ezequiel como Atalaia 33.l-33
B. Mensagem aos Pastores 34.1-31
C. Julgamento de Edom 35.1-15
D. Profecias sobre lsrael.. 36.l- 37.28
E. Profecias sobre Gogue e Magogue 38.l- 39.29

11. Restauração de Israel no Reino 40.1 - 48.35


A. O ovo Templo 40.l-43.27
B. O Novo Culto 44.1-46.24
C. A Nova Terra 47.l-48.35

o Templo de Ezequiel

O capítulo 40 apresenta um plano detalhado para um novo complexo do templo em Jerusalém.


Alguns interpretam esta profecia como uma planta exata de um templo tísíco a ser construido
perto ou em Jerusalém no futuro. Outros vêem o templo restaurado de Ezequiel não como um
projeto, mas como uma visão que enfatiza a pureza e vitalidade espiritual de um lugar ideal de culto
e daqueles que adorarão neste lugar. Neste caso, a visão não pretende se referir a um cumprimento
físico, terreno, mas deseja expressar a verdade encontrada no nome da nova cidade: O SENHOR
ESTÁ ALI (48.35).

186
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s © 2002, Editora Cultura Cristã

Alcance das Profecias de Ezequiel

O escopo geográfico das visões proféticas do livro de Ezequiel é surpreendente. Escrito no exílio,
na Babilônia, as profecias de Ezequiel tratam de Israel e das nações vizinhas (caps. 25 - 32).
Também mencionam um grande número de cidades e áreas do antigo mundo mediterrâneo (por
exemplo, capo 27). Talvez o mais intrigante seja a referência a Gogue, um governante estrangeiro
e agressivo da terra de Magogue, identificado como príncipe de Rôs, de Meseque e Tubal (38.1, 2).
Gogue e seu país Magogue nunca foram satisfatoriamente identificados. Magogue talvez tenha
sido localizado no que é hoje a moderna Turquia, porque Tubal e Meseque são bem citados nos
registros gregos e assírios como sendo localizados nesta área.

Veja o mapa" O Oriente Médio no Tempo de Ezequiel", à página 190.

187
o Oriente Médio no Tempo de Ezequiel

CITAS

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Carquemis e e
Tarso
e

~
'1
Hamate e
eAlepo
e Tadmor
Mar Mediterrâneo ~ SITIM~ Arvad ~ e Ribla
CAFTOR
Sidom ,~BibIOS
Tiro .i e Damasco .g;:r
Barca ,...---; Cirene Megido/.er ;:::!
e e Q}
Jerusalém : Samaria
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LíBIA
p....""'-'~<'G~O Q Mar Morto G
~
r e Eziom Geber -$

"Saberão que eu sou o Senhor,


!
"
quando eu os dispersar entre as nações
e os espalhar pelas terras."
Ez 12.15
© 2002, Editora Cultura Cristã

A Visão de Ezequiel sobre a Restauração da Terra

As fronteiras da nação restaurada de Israel aproximavam-se das fronteiras da terra durante o


reinado de Davi e Salornão. Entretanto, a área a leste do Jordão - Gileade e Transjordânia - não
farão parte desta nova herança. Esta porção não fazia parte da terra que havia sido prometida.

As tribos não serão arranjadas como eram historicamente, sob o governo de Josué (Js 13-19).
Deus fará algo novo na restauração.

A parte central da terra ao redor de Jerusalém será colocada à parte para propósitos religiosos e
de governo.

Ao norte do distrito central estarão sete tribos. Dã, Aser, Naftali, Manassés, Efraim, Rúben e
Judá. Ao sul, as cinco tribos restantes. Benjamim, Simeão, Issacar, Zebulom e Gade.

Veja o mapa "Restauração da Terra", à página 191.

188
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Restauração da Terra

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189
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Vida e Época de Ezequiel

1- Ezequiel
cresce durante
as reformas
efetuadas
por Josias
(c. 622-621
a.C.; 2Rs 23).
3 - Josias morre em batalha
(c. 609 a.C.).

4 - Babilônia derrota o Egito em


feroz combate homem 6 - Aos 30 anos Ezequiel
a homem em Carquemís recebe seu chamado
(c. 605 a.C.). para ser profeta nas
planícies da Babilônia
5 - Jeoiaquim, com 18 anos, rende- (593 a.C.; Ez 1 - 3).
se a Nabucodonosor,
é levado para o exílio
junto com outros líderes da
nação, inclusive, provavelmente,
Ezequiel (c. 599-597 a.C.;
2Rs 24.12). Zedequias é
designado governante
em Jerusalém.

7 - Ezequiel tem uma


visão sobre as 8 - Tem início o cerco
idolatrias cometidas final de Jerusalém;
em Jerusalém (592 a esposa de
a.C.; Ez8). Ezequiel morre, mas
ele não pode
pranteá-Ia (588
a.C.; Ez 24.1-18)

9 - Profecia sobre o
braço quebrado
de Faraó (587 a.C.;
Ez 30.20-26).

JJ::::~'"
Tiro~

. 10 - Ezequiel tem uma,visão 11 - Profecia da vitória


,:' '. '::," . da Nova Jerusalem de Nabucodonosor
," ., ,• e do novo templo sobre Tiro e sobre
~~ (573 «.c: Ez 40-48). o Egito (571 a.C.; Morto
Delta do Nilo
Ez 19.17-21).
~

640 a.C. 630 a.C. 620 a.C. 610 a.C. 600 a.C. 590 a.C. 580 a.C. 570 a.C.

Jeoiaquim - 3 meses
Reis de Judá Jeoacaz - 3 meses(690)
C. 598 exilado (2Rs 25.27-30)
I

11 I
I Josias
c.640-609
Jeoiaquim
609-598 1'I
Zedequias
598-587 a.C. I
Reis da Babilônia

Nabopolasar Nabucodonosor 11
c. 626-605 a.C. c. 605-562 a. C.

Reis do Egito Psamético 11594-589

Psamético Neco Hofra


c.664-610 610-594 589-570 A. C.

190

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Parábolas de Ezequiel

Parábola é uma verdade envolvida em uma história bem composta, ou numa figura de linguagem.
Pode ser fictícia, dramatizada, ou resultado de uma visão. Jesus anunciou muitos ensinamentos
por meio de parábolas (veja "Parábolas de Jesus Cristo" em Lucas 8.4).
O mesmo fizeram vários dos profetas do Antigo Testamento, inclusive Ezequiel.

1- A Madeira da Vinha
(Ez 15.1-8)
Simbolizava a maneira
pela qual Judá havia se
tornado inútil para o 2 - A Criança Enjeitada (Ez 16)
Senhor e já não servia Ilustrava a traição de Judá
para nenhum outro ao amor e compaixão de
propósito a não ser
queimar em julgamento.
Deus.
.
,

3 - As Águias e o
Cedro (Ez 17)
Ilustrava a tolice 4 - A Fornalha Ardente
do rei Zedequias, (Ez 22.17-22)
cuja rebeliãó Explicava a maneira
traria as tropas de pela qual Deus
Nabucodonosor purificaria seu povo
para destruir através do "calor" do
Jerusalém. cerco a Jerusalém.

5 - As Duas
Meretrizes
6 - A Panela de Cozer
(Ez 23)
(Ez 24.1-14)
Simbolizava o
Simbolizava a
adultério
maneira como Deus
espiritual de
aumentaria o fogo
Israel e Judá.
contra Jerusalém
para limpá-Ia de
suas impurezas.

7 - O Naufrágio
(Ez 27)
Ilustrava o
julgamento
8 - Os Pastores
que cairia
Irresponsáveis
sobre Tiro.
(Ez 34)
Retratava os
líderes inúteis de
Jerusalém e
como Deus
lidaria com eles.

9 - Os Ossos
Secos (Ez 37)
Simbolizava a
renovação
espiritual da Jeremias e Zacarias foram outros dois profetas que
nação de Israel. utilizaram parábolas para comunicar sua mensagem.
Veja Jeremias 18.1-10 e Zacarias 5.1-4.

191
DANIEL

Três das mais famosas histórias da Bíblia estão registradas no livro de Daniel. Sadraque, Mesaque e
Abede-Nego na fornalha, o escrito na parede durante o banquete de Belsazar, e Daniel na cova dos
leões. Entretanto, para além destas histórias, o livro é um mistério para muitos - relatando sonhos,
visões e suas interpretações dificeis de entender. A mensagem central do poder de Deus e de seu
triunfo final é clara, e tão relevante hoje quanto foi no tempo de Daniel.
O nome "Daniel" significa "Deus é meu Juiz" e o livro recebe o nome de seu autor e principal personagem.

Autor

A autoria e data de Daniel são duas das mais controvertidas questões no campo dos estudos
~. bíblicos (v~ja Data). Daniel .afi~a ter escrito seu livro (12.4) e usa o pr~nom~ na p.rimeira p~ssoa
.~~ de 7.2 em diante. O Talmude judaico concorda com este testemunho, tambem Cnsto citou o versículo
.~ 9.27 (Mt 24.15), e o atribuiu a "Daniel, o profeta". .
~
Daniel era umjovemjudeu nascido de uma família nobre, levado para a Babilônia no primeiro cativeiro
sob Nabucodonosor em 605 a.c. Logo no princípio de seu cativeiro, tomou-se membro do conselho
real da Babilônia e passou a maior parte de sua carreira como conselheiro de alto nível de
Nabucodonosor. Daniel parece ter gozado de menor proeminência durante o reinado dos sucessores
de Nabucodonosor, mas, depois que a Babilônia foi conquistada pelos persas, Daniel atingiu novamente
considerável importância durante o reinado de Dario.
Daniel é um dos poucos personagens bíblicos bem conhecidos a respeito de quem não se escreveu
nada de negativo. Sua vida caracterizou-se pela fé, oração, coragem, consistência e nenhuma
transigência. Este homem "muito amado" (9.23; 10.11, 19) foi mencionado três vezes por Ezequiel,
seu contemporâneo do 6º século a.c., como um exemplo de retidão.

Data

A Babilônia rebelou-se contra o império Assírio em 626 a.c., destruiu Nínive, a capital assíria, em 612
a.C. e tomou-se a maior potência do antigo Oriente Médio, quando venceu o Egito na batalha de Carquemis,
em 605 a. C. No final deste mesmo ano o rei babilônio, Nabucodonosor, conquistou Jerusalém e levou
importantes cidadãos da cidade como reféns para a Babilônia. Neste grupo estava o jovem Daniel.
Ele ministrou como profeta e membro do governo durante todo o cativeiro babilônico e continuou em suas
funções depois que a Babilônia foi conquistada pelos Medos e Persas, em 539 a.c. Seu ministério profético
foi dirigido à corte gentia da Babilônia e da Pérsia, assim como a seus compatriotas judeus. Zorobabel
dírigiu um retomo de judeus a Jerusalém no primeiro ano do reinado de Ciro, e Daniel viveu e ministrou
pelo menos até o terceiro ano deCiro (536 a.c.; 10.1).Tomando as afirmações do livro literalmente, o livro
de Daniel teria sido escrito, provavelmente, ao redor do nono ano do reinado de Ciro (c. 530 a.C.)
Especialmente em razão das extensas visões registradas em Daniel a respeito dos impérios que sucederam
à Babilônia e da convicção de que a profecia de predição é impossível, muitos críticos têm afirmado que
Daniel é um livro fraudulento, escrito no período dos Macabeus no 2º século a.c., e não no 6º século
como o livro afirma. Há, entretanto, fortes razões para aceitar a data do 6º século.
Os argumentos de que profecia de predição é impossível e, portanto, que a seqüência de impérios
retratados nos capítulos 7 e 8 teriam sido escritos durante o 2º século a.C., no período da dominação
grega, envolve uma rejeição dogmática ao sobrenatural. Além disso, o argumento do 2º século para
a data de composição do livro assume que os quatro impérios retratados são Babilônia, Média, Pérsia,
e Grécia. É claro, entretanto, que Daniel considera o império Medo-Persa (5.28) em conjunto, e que

192

b
a descrição do quarto império ajusta-se não à Grécia, mas a Roma, que atingiu o domínio do mundo
muito depois do alegado 2º século a.C. como data para o livro.
Embora se argumente que a porção aramaica de Daniel (caps. 2-7) seja escrita num aramaico
tardio, estudos recentes mostraram que o escrito de Daniel é, realmente, um exemplo do aramaico
imperial inicial - uma forma consistente com a data do 6º século a. C. Além disto, a presença de
fragmentos do texto de Daniel entre os Rolos do Mar Morto - fragmentos que aparentemente datam
do período dos Macabeus - não fornecem tempo suficiente para que um trabalho escrito no período
dos Macabeus tivesse se tomado amplamente aceito como Escritura.
Embora alguns argumentem que há erros históricos em Daniel, e que tais erros apontam para uma data
tardia, evidências recentes têm demonstrado a exatidão histórica do livro. Embora algumas questões
permaneçam, nenhuma delas põe dificuldades insuperáveis à aceitação do 6º século a.C. como data da
sua composição.

Temas e Estrutura Literária

Daniel, o "Apocalipse do Antigo Testamento", apresenta uma visão surpreendentemente abrangente


da história profética. Após um capítulo introdutório em hebraico, Daniel muda para o aramaico nos
capítulos 2-7 para apresentar o futuro dos poderes do mundo gentílico. Depois, nos capítulos 8-12,
Daniel volta ao hebraico para examinar o futuro da nação judaica sob dominação gentílica.
O tema do controle soberano de Deus sobre os acontecimentos da história do mundo emerge
claramente, confortando tanto a futura igreja como os judeus cuja nação fora destruída pelos babilônios.
Babilônios, Persas, Gregos e Romanos virão e passarão, mas Deus estabelecerá seu reino eterno
com o seu povo redimido.
Outro tema encontrado no livro é a ênfase da separação em obediência a Deus, da qual Daniel é o
exemplo máximo. Desde sua decisão de não comer a comida do rei (1.8-16), à sua recusa de orar ao
rei (6.4-24) Daniel mostra um espírito tão fiel às suas convicções que abre excelentes oportunidades
para Deus demonstrar seu poder em favor de Daniel.

Daniel em Relance

ÊNFASE HISTÓRIA DE PLANO PROFÉTICO PARA OS GENTIOS PLANO PROFÉTICO PARA ISRAEL
DANIEL

TEXTO 1.1 2.1 5.1 6.1 7.1 8.1 9.1 10.1 12.13

VIDA VISÕES DE VISÁODEUM VISÁO DAS VISÁODO


VISÁODE DECRETO QUATRO
DIVISÃO PESSOAL DE NABUCO- CARNEIRO SETENTA FUTURO DE
BELSAZAR DEDARIO ANIMAIS
DANIEL DONOSOR EUMBODE SEMANAS ISRAEL

ANTECEDENTES DANIEL INTERPRETA O SONHO DE GABRIEL INTERPRETA OS SONHOS DE DANIEL


DEDANIEL OUTRAS PESSOAS
TÓPICOS

HEBRAICO ARAMAICO HEBRAICO

LOCAL BABILÔNIA OU PÉRSIA

OCASIÃO c. 605 - 536 a. C

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Carreira Profética de Daniel

193
ESBOÇO DE DANIEL

Primeira Parte. História Pessoal de Daniel (1.1-21)

I. Deportação de Daniel para a Babilônia 1.1-7

11. Fidelidade de Daniel na Babilônia 1.8-16

111. A Reputação de Daniel na Babilônia 1.17-21

Segunda Parte. Plano Profético para os Gentios (2.1-7.28)'

I. Nabucodonosor Sonha com uma Grande Estátua 2.1-49


A. Nabucodonosor Dissimula seu Sonho 2.1-13
B. Deus Revela o Sonho 2.4-23
C. Daniel Interpreta o Sonho 2.24-45
D. Nabucodonosor Promove Daniel 2.6-49

11. A Imagem de Ouro de Nabucodonosor 3.1-30


A. A Imagem de Nabucodonosor É Erigida 3.1-7
B. Os Amigos de Daniel Recusam-se a Adorar 3.8-12
C. Os Amigos de Daniel Confiam em Deus 3.13-18
D. E São Protegidos na Fornalha 3.19-25
E. Os Amigos de Daniel São Promovidos 3.26-30

111. A Visão de uma Grande Árvore 4.1-37


A. A Proclamação de N abucodonosor 4.1-3
B. A Visão de Nabucodonosor 4.4-18
C. Danie1 Interpreta a Visão 4.19-27
D. A Humilhação de Nabucodonosor 4.28-33
E. A Restauração de Nabucodonosor 4.34-37

IV. Belsazar e a Escrita na Parede 5.1-31


A. Belsazar Profana os Utensílios do Templo 5.1-4
B. Be1sazar Vê a Escrita 5.5-9
C. Daniel Interpreta a Escrita 5.10-29
D. Belsazar É Morto 5.30,31

V. O Decreto Tolo de Dario 6.1-28


A. Daniel É Promovido 6.1-3
B. Daniel Assina um Decreto Tolo 6.4-9
C. Daniel Ora Fielmente 6.10-15
D. Daniel É Salvo da Cova dos Leões 6.6-24
E. O Decreto Sábio de Dario 6.25-28

VI. Visão de Daniel Sobre os Quatro Animais 7.1-28


A. A Revelação da Visão 7.1-14
B. A Interpretação da Visão 7.14-28

194
Terceira Parte: Plano Profético para Israel (8.1 - 12.13)

I. Visão de Daniel sobre o Cordeiro e o Bode 8.1-27


A. A Revelação da Visão 8.1-12
B. A Duração da Visão 8.13,14
C. A Interpretação da Visão 8.15 -27

11.Visão de Daniel sobre as Setenta Semanas 9.1-27


A. A Compreensão de Daniel 9.1,2
B. A Intercessão de Daniel 9.3-19
C. A Intervenção de Gabriel 9.20-23
D. A Revelação das Setenta Semanas 9.24-27

111. Visão de Daniel sobre o Futuro de Israel 10.1-12.13


A. A Preparação de Daniel 10.1-21
B. A Revelação das Sessenta e Nove Semanas 11.1-35
C. Revelação da Septuagésima Semana 11.36-12.3
D. Conclusão das Visões de Daniel 12.4-13

Sonhos e Visões em Daniel

A futura situação histórica do povo de Deus é comunicada em visões proféticas por meio de uma
estátua (cap. 2), de quatro animais (cap. 7) e de dois animais (cap. 8). O sonho da estátua no
capítulo 2 e a visão 'dos quatro animais no capítulo sete referem-se a quatro impérios gentílicos
.sucessivos sob os quais o povo de Deus viveria. Babilônia, Medo-Pérsia, Grécia e Roma.
A visão do capítulo 8 trata das experiências do povo de Deus sob o poder dos Medos e Persas,
representados pelo cordeiro, e as experiências sob o poder dos gregos representado pelo bode. O
"grande chifre" de 8.8 simboliza Alexandre, o Grande, que morreu com a idade de 33 anos, e
cujo reino foi dividido em quatro partes governadas por quatro generais gregos - os "quatro
notáveis" de 8.8. O "pequeno chifre" de 8.9 representa Antíoco IV Epifanes, que profanou o
templo em Jerusalém.

Correlação de Sonhos e Visões em Daniel

ESTÁTUA - CAPo 2 ANIMAIS - CAPo 7 ANIMAIS - CAPo 8 REINO REPRESENTADO

Cabeça de ouro Como um leão com


Babilônia
asa de águia

I/)
.2 Peito e braços de prata Como um urso Carneiro com dois chifres Medo-Pérsia
'E
Ql
o
I/) Barriga e Como um leopardo, com Bode com um grande chifre,
o Grécia
'O coxas de bronze quatro asas e quatro cabeças quatro chifres e chifre pequeno
o
Q.

E Pernas de ferro, Animal incomparável com dez


{!!. Roma
pés de ferro e barro chifres e um pequeno chifre
O

Pedra que se transforma Messias e santos


Reino de Deus
numa grande montanha recebem o reino

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195
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Os Pequenos Chifres em Daniel

Embora semelhantes na descrição, o pequeno chifre de 7.8 é diferente do pequeno chifre de 8.9. O pequeno
chifre de 7.8 ocorre no contexto do quarto reino (Roma), enquanto o pequeno chifre de 8.9 aparece no
contexto do terceiro reino (Grécia). Dentro de um consenso geral, este segundo pequeno chifre refere-se a
Antíoco IV Epifanes, que governou a Síria de l75-M3 a.c. e que atacou Jerusalém e profanou o templo.
A identidade do pequeno chifre de 7.8 é de certa forma discutível. Muitos intérpretes o entendem
como uma referência ao Anticristo, que reinaria sobre um ressurgimento do império romano no
futuro. Outros o interpretam como uma referência a um dos antigos césares romanos.

É importante notar que os pequenos chifres dos capítulos 7 e 8 referem-se a duas pessoas distintas.
Vários fatores deixam clara esta distinção.

Pequeno chifre do capo 7 Pequeno chifre do capo 8

Viria de Roma (quarto reino) Viria da Grécia (terceiro reino)


Seria um décimo primeiro chifre, arrancando três dos dez chifres Seria um quinto chifre, saindo de um dos quatro chifres
Perseguiria o povo de Deus por 42 meses ou três anos e meio Perseguiria o povo de Deus por 2300 dias, ou mais que seis anos.

Império GreJlO de Alexandre

.Sardes
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~.Ninive~

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Ecbátana •

Sidom
Tiro· , .. /Damasco

• Samaria .Susã
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• Jerusalém

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200 km
200 Mi
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© 2002, Editora Cultura Cristã

196

:-e= A
OSÉIAS

o livro de Oséias foi escrito para o reino do norte, Israel, quando este se achava à beira do desastre.
Exteriormente a nação gozava de um período de prosperidade e crescimento, mas internamente a
corrupção moral e o adultério espiritual contaminavam a vida do povo.
O profeta Oséias foi instruído por Deus para casar-se com uma mulher infiel, experimentando assim,
em sua própria vida, uma ilustração nítida da infidelidade do povo e da fidelidade de Deus. Oséias
faz ouvir repetidas vezes sua tríplice mensagem. Deus abomina o pecado de seu povo; o julgamento
é certo; o amor de Deus continua inabalável.
Oséias, cujo nome significa "Salvação", tem o mesmo nome que o último rei de Israel.

Autor

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~
..
Além do seu casamento calamitoso, pouco se sabe a respeito da vida do profeta Oséias. Sua terra
natal não é mencionada, mas a familiaridade que demonstra e sua preocupação com o reino do norte
indicam que ele viveu em Israel e não em Judá. Era filho de Beeri (1.1), marido de Gomer (1.3), e pai
~ , de dois filhos e uma filha (1.4,6,9).
Oséias demonstra uma compaixão real por seu povo, e seu sofrimento pessoal, em razão do
comportamento de sua esposa, deu a ele uma profunda percepção da tristeza de Deus com o pecado
de Israel. Por isso suas palavras sobre o julgamento iminente são apaixonadas, mas amenizadas por
um coração compassivo.

Data
Evidentemente o profeta compilou seu livro durante os primeiros anos do rei Ezequias, e seu ministério
estendeu-se de cerca de 755 a.c. até cerca de 710 a.C. Quando Oséias começou seu ministério,
Jeroboão 11(782-753) ainda reinava sobre Israel. O ministério de Oséias compreendeu os reinados
dos últimos seis reis de Israel de Zacarias (753-752 a.Ci) a Oséias (732-722 a.c.)
No início do seu ministério, Israel estava passando por um período temporário de prosperidade
política e econômica sob o governo de Jeroboão 11. Entretanto, a nação começou a desmoronar
depois que Tiglate-Pileser Il (745-727 a.C.) fortaleceu a Assíria.
O reinado dos últimos seis reis de Israel foram relativamente breves, pois quatro foram assassinados
e o quinto foi levado cativo para a Assíria. Confusão e declínio caracterizaram os últimos anos do
reino do norte, e o povo recusou-se a ouvir a admoestação de Oséias sobre o julgamento iminente.

Temas e Estrutura Literária


O livro de Oséias conta a história de um amor e uma fidelidade unilaterais, o que representa o
relacionamento entre Deus e Israel. Assim como Gomer é casada com Oséias, Israel é desposada
com Deus. Ambos os relacionamentos se desintegram gradualmente - Gomer corre atrás de outros
homens e Israel procura outros deuses. A idolatria espiritual de Israel é ilustrada pelo adultério físico
de Gomer. O desenvolvimento do livro pode ser traçado em duas partes: a esposa adúltera e o marido
fiel (caps. 1 - 3), o Israel adúltero e o Senhor fiel (caps. 4 - 14).

197
Oséias em Relance

ÊNFASE ESPOSA ADÚLTERA E MARIDO FIEL ISRAEL ADÚLTERO E SENHOR FIEL

TEXTO 1.1 2.2 3.1 4.1 6.4 9.1 11.1 14.9

GOMER ADULTÉRIO ISRAEL DEUS


CASAMENTO RESTAURAÇÃO DEUS JULGA
DIVISÃO APLICADA A ESPIRITUAL RECUSA RESTAURA
PROFÉllCO DEGOMER ISRAEL
ISRAEL DE ISRAEL ARREPENDER- ISRAEL
SE

CASAMENTO DE OSÉIAS MENSAGEM DE OSÉIAS


TÓPICOS

PESSOAL NACIONAL

LOCAL REINO DO NORTE -ISRAEL

OCASIÃO c. 755 - 710 a. C.

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Carreira Profética de Oséias

A mensagem do profeta reflete a terrível fascinação de Israel pelo culto a Baal. Baal significa
"marido", "senhor", e seu culto envolvia ritos de fertilidade, inclusive prostituição ritual. Baal era o
outro amor a quem a infiel Israel freqüentemente procurava.

Oséias nos dá uma das mais eloqüentes expressões da misericórdia de Deus que podemos encontrar
no Antigo Testamento. Este sentimento está englobado na palavra hebraica hesed, comumente traduzida
por "misericórdia", "bondade tema" ou "amor imutável". Este sentimento envolve uma lealdade
amorosa aos compromissos da aliança, bem ilustrado pelos votos matrimoniais. Mas, do ponto de
vista de Oséias, o amor fiel de Deus não lhe permitiria divorciar-se facilmente de seu povo.
Veja o quadro. "Apostasia de Israel e Casamento de Oséias", à .página ao lado.

198
ESBOÇO DE OSÉIAS

I. Esposa Adúltera e Marido Fiel 1.1-3.5


A. Introdução ao Livro de Oséias 1.1
B. Casamento Profético de Oséias e Gomer 1.2-2.1
C. Aplicação do Adultério de Gomer 2.2-23
D. Restauração de Gomer 3.1- 5

11. O Israel Adúltero e o Senhor Fiel 4.1-14.9


A. Adultério Espiritual de Israel 4.1-6.3
B. Israel Recusa Arrepender-se de seu adultério : 6.4-8.14
C. Deus Julga Israel 9.1-10.15
D. Deus Restaura Israel 11.1-14.9

Apostasta de Israel e o Casamento de Oséias

Os estágios do relacionamento entre Israel e Deus são retratados nas profecias de Jeremias e Ezequiel,
bem como no relacionamento entre Oséias e Gomer

Estágio Profetas de Israel Casamento de Oséias

Noivado
~
Jeremias 2.2 Oséias 1.2
-
-
Casamento EzequieI16.8-14 Oséias 1.3

Adultério Jeremias 5.7; EzequieI16.15-34 Oséias 3.1


1-

Separação Jeremias 3.8-10; EzequieI16.35-52 Oséias 3.3,4


I,
Restauração EzequieI16.53-63
-- ~ Oséias 3.5

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Que Si~nifi(a o Nornet


(Oséias 1)

Os nomes representam um papel significativo para a compreensão de Oséias,


como demonstra o quadro abaixo:

Nome Significado

Jezreel (Os 1.4) Deus Dispersa


Lo-Ruama (Os 1.6) Desfavorecida
Lo-Ami (Os 1.9) Não Meu Povo
Oséias (Os 1.1, relacionado também a Josué)
(Nm 13.16, e a Jesus, Mt 1.21) Javé É Salvação

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199
JOEL


o desastre abateu-se sobre o reino do sul, Judá, na forma de uma nuvem de gafanhotos. Em questão
de horas os campos ficaram arrasados e o profeta Joel aproveitou a oportunidade para proclamar a
"'",'~-\

," v mensagem de Deus. A praga dos gafanhotos foi vista como um prenúncio da vinda do dia do Senhor.
~ h

A partir desta perspectiva o livro adverte para o julgamento que se aproxima, chama o povo ao
arrependimento e dá ao povo de Deus a esperança da vinda do dia da salvação, que se seguirá ao
julgamento. O nome hebraico Yo 'el significa "Javé é Deus", um nome apropriado para um livro que
enfatiza a obra soberana de Deus na História.

Autor
Embora haja vários personagens bíblicos com este mesmo nome, o profeta Joel é conhecido apenas
"~ v. por este livro. Joel se identifica como filho de Petuel (1.1), e suas freqüentes referências a Sião e à
~~ casa do Senhor sugerem, provavelmente, que ele viveu perto de Jerusalé~. ~m razão de suas
~ ~ afirmações sobre o sacerdócio, em 1.13,14; e 2.17, alguns pensam que Joel tena SIdo um sacerdote,
bem como um profeta. Qualquer que seja o caso, ele foi um pregador claro, conciso e intransigente
do arrependimento.

Data

Desde que o livro não inclui nenhuma referência à ocasião histórica, não é possível datá-lo
com segurança. Tradicionalmente, o livro tem sido datado de cerca de 835 a.C., quando Joás
foi colocado no trono aos 7 anos de idade, e o sacerdote Joiada funcionou como o verdadeiro
governador (2Rs 11;12). Este período parece encaixar-se ao texto de Joel, uma vez que a
influência do sacerdócio parece ser forte, e não há nenhuma menção de um rei. Por causa
desta proeminência dos sacerdotes, alguns argumentam que Joel deve ser datado bem mais
tarde, do período pós-exílio.
A evidência aponta também para um material comum entre Joel e Amós. Embora alguns
creiam que Joel tenha emprestado de Amós, é mais provável que Amós, um profeta do século
8º, tenha utilizado material de Joel. Além disso, o estilo de Joel é mais parecido com o de
Oséias e Amós do que com o estilo dos profetas pós-exílios. Desde que Joel não menciona a
idolatria, o livro pode ter sido escrito após o expurgo do culto a Baal, no início do reinado de
Joás, sob a liderança do sacerdote Joiada. Sendo um profeta mais antigo em Judá, Joel teria
sido contemporâneo de Elias, de Israel.

Temas e Estrutura Literária


O livro de Joel é, freqüentem ente, considerado como o trabalho literário mais refmado entre os
escritos proféticos. Suas figuras literárias cuidadosas e bem desenvolvidas, especialmente no relato
da praga dos gafanhotos nos capítulos 1 e 2, e a estrutura clara do livro confirmam esta avaliação.
Joel pode ser dividido em duas seções principais: O dia do Senhor em retrospecto (cap. 1); e o futuro
dia do Senhor (caps. 2; 3).

200

Este pequeno livro desenvolve o tema crucial da vinda do dia do Senhor (1.15; 2.1,2,11,31; 3.14,18)-
uma ocasião de terrível julgamento sobre o povo e as nações que se rebelaram contra Deus. Mas
também uma ocasião de bênçãos futuras sobre aqueles que confiaram nele. O tema do desastre está
presente ao longo de todo o livro (praga de gafanhotos, fome, fogo devorador, exércitos invasores,
fenômenos (celestiais), porém as promessas de esperança estão entremeadas com o pronunciamento
do julgamento iminente.

ESBOÇO DE JOEL

I. O Dia do Senhor em Retrospecto 1.1-20

A. O Dia Passado do Gafanhoto 1.1-12


B. O Dia Passado da Seca 1.13-20.

11. O Futuro Dia do Senhor 2.1-3.21

A. O Iminente Dia do Senhor 2.1-27


B. O Último Dia do Senhor 2.28-3.21

joel em Relance

ÊNFASE DIA DO SENHOR EM RETROSPECTO O FUTURO DIA DO SENHOR

TEXTO 1.1 13 2.1 2.28 3.21

O DIA ANTERIOR O DIA ANTERIOR O IMINENTE DIA O ÚLTIMO DIA


DIVISÃO
DO GAFANHOTO
I DA SECA 00 SENHOR
I DO SENHOR

INVASÃO HISTÓRICA INVASÃO PROFÉTICA


TÓPICOS

JULGAMENTO PASSADO DE JUDÁ JULGAMENTO FUTURO E RESTAURAÇÃO DE JUDÁ

LOCAL REINO DO SUL - JUDÁ

OCASIÃO c. 835 d. C.

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Carreira Profética de Joel

201
AMÓS

o livro de Amós dirige-se à impiedade vista na excessiva busca de luxo, auto-indulgência e opressão
dos pobres que caracterizaram o período de prosperidade e sucesso no reino do norte, Israel, sob o
governo de Jeroboão II. A mensagem de destruição pregada por Amós, parecia incongruente com a
primorosa aparência exterior da época. Mas, com uma percepção divinamente concedida, Amós viu
a corrupção sob o exterior brilhantemente colorido e anunciou que a nação estava podre até o âmago.
O livro permanece como um eloqüente testemunho contra aqueles que subordinam a necessidade e
a dignidade humanas à busca do prazer e da riqueza.
O nome Amós deriva dos termos hebraicos que significam "levantar um fardo". Portanto, Amós
significa "Fardo" ou "Carregador de Fardo". O profeta fez jus ao significado do seu nome, suportando
o fardo divinamente colocado sobre ele de declarar julgamento ao rebelde Israel.

Autor

Amós não era um profeta profissional (7.14) como os numerosos profetas institucionais ou cúlticos
~ ') do seu tempo. De sua origem rústica em Tecoa, a cerca de dez quilômetros ao sul de Belém, no reino
~~ do sul, Judá, Amós foi chamado por Deus para ir ao reino do norte e ser seu porta-voz (7.15).
~ ~ O profeta era um homem comum, ocupando-se de gado e colher sicômoros para garantir uma renda
suplementar (7.14). Sua sensibilidade moral ficou chocada com a perversão do culto em Israel,
observada por ele em Betel, um dos mais importantes santuários do país.

Data

Conforme 1.I,Amós profetizou durante os reinados de Uzias, rei de Judá (767-739 a.C.), e Jeroboão,
rei de Israel (782-753 a.C.), deixando, assim, um possível período de atuação de 767 a 753 a.C. A
profecia de 7.9-11, parece indicar um período tardio no reinado de Jeroboão, e a data provável do
registro seria 760-753 a. C.
Amós ministrou depois do tempo de Joel e Jonas, e imediatamente antes de Oséias, Miquéias e
Isaías. Na ocasião, Uzias reinava sobre um Judá próspero e militarmente bem-sucedido. No norte,
Israel era governado pelo competente rei Jeroboão 11. As circunstâncias econômicas e militares eram
quase ideais, mas a prosperidade apenas incentivava o materialismo, a imoralidade e a injustiça.
Durante este período, Assíria, Babilônia, Síria e Egito estavam relativamente fracos. Por isso, o povo
de Israel achou dificil imaginar a vinda do desastre predito por Amós - um desastre que ocorreu
apenas três décadas depois.

Temas e Estrutura Literária

Embora Amós enfatize suas raízes rústicas e sua falta de status profissional como profeta, seu estilo
vigoroso e o caráter literário de seu livro sugerem que ele era instruído.O livro pode ser
convenientemente dividido em quatro seções de oito profecias (caps. 1,2), três sermões (caps. 3 - 6),
cinco visões (caps. 7.1 - 9.10), e cinco promessas (9.11-15).

202
Amós traz, basicamente, uma mensagem de julgamento. profecias de julgamento sobre as nações,
oráculos e visões de julgamento divino contra Israel. Amós inicia com uma série de acusações contra
sete inimigos de Israel, inclusive Judá, e contra o próprio Israel (caps. 1- 2). Cada nação estrangeira
deve ser punida por ofensas específicas contra Israel ou contra alguma outra nação. Este julgamento
sobre as nações ensina que Deus é um monarca universal, e todas as nações devem responder diante
dele por suas agressões a outras nações e povos.
A pregação de Amós enfatiza a retidão e justiça de Deus e sua exigência de que os relacionamentos
humanos de seu povo devem ser também caracterizados porretidão e justiça. Os ricos são condenados
por causa de sua opressão ao pobre e sua hipocrisia religiosa. Religião é mais do que a observação de
dias festivos e reuniões sagradas. a verdadeira religião exige uma vida de retidão, e a maneira como
o povo trata seus vizinhos reflete seu relacionamento com Deus.
Amós termina seu livro com uma nota de consolação. Após o exílio e o julgamento, Deus restaurará
seu povo, o trará de volta à terra e o abençoará.

Arnós em Relance

ÊNF-ASE OITO PROFECIAS TRÊS SERMÕES CINCO VISÕES CINCO PROMESSAS

TEXTO 1.1 3.1 7.1 9.1 9.15

DIVISÃO JULGAMENTO DE ISRAEL PECADO DE ISRAEL: IMAGENS DO RESTAURAÇÃO


E NAÇÕES VIZINHAS PRESENTE, PASSADO JULGAMENTO DE ISRAEL
E FUTURO DE ISRAEL

PRONUNCIAMENTOS DE PROVOCAÇÕES AO JULGAMENTO FUTURO PROMESSAS APÓS O


TÓPICOS JULGAMENTO JULGAMENTO JULGAMENTO

JULGAMENTO ESPERANÇA

LOCAL NAÇÕES VIZINHAS REINO DO NORTE, ISRAEL

OCASIÃO c. 760 - 753 a. C.

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Carreira Profética de Amós

203
ESBOÇO DE AMÓS

I. Introdução 1.1,2

11. Oito Julgamentos 1.3-2.16


A. Julgamento sobre Damasco 1.3-5
B. Julgamento sobre Gaza 1.6-8
C. Julgamento sobre Tiro 1.9,10
D. Julgamento sobre Edom : 1.11,12
E. Julgamento sobreAmom 1.13-15·
F. Julgamento sobre Moabe 2.1-3
G. Julgamento sobre Judá 2.4,5
H. Julgamento sobre Israel 2.6-16

111. Três Sermões de Julgamento 3.1- 6.14


A. Primeiro Sermão. O Presente de Israel 3.1-15
B. Segundo Sermão. O Passado de Israel 4.1-13
C. Terceiro Sermão. O Futuro de Israel 5.1-6.14

IV. Cinco Visões de Julgamento 7.1- 9.10


A. Visão dos gafanhotos 7.1-3
B. Visão do fogo 7.4-6
C. Visão do prumo 7.7-9
D. Oposição de Amazias (Parêntese Histórica) : 7.10-17
E. Visão dos frutos de verão 8.1-14
F. Visão das colunas atingidas .: 9.1-10

V. Cinco Promessas de Restauração de Israel 9.11-15

A Preservação do Remanescente

No século 8º a.C., Amós profetizou a ruína de Israel (8.1,2), mas também declarou a possibilidade de
salvação para um "remanescente de José" (5.15). Ao longo da História Deus sempre preservou um
remanescente do seu povo, como mostra o quadro abaixo.

Povo ou Grupo Referência

I Noé e família no dilúvio Gn7.1

José no Egito, durante a fome Gn45.7

Israel para sua terra prometida Dt4.27-31

Sete mil que não haviam adorado a Baal 1Rs19.18

Porção de Judá após o cativeiro Is 10.20-23

Remanescente para Sião Mq2.12,13

A igreja - judeus e gentios Rm.9.22-27

204
OBADIAS

Com apenas vinte e um versículos, Obadias é o menor livro do Antigo Testamento. Trata da amarga
rivalidade entre Edom, descendentes de Esaú, irmão gêmeo de Jacó, e o povo de Israel.
Obadias, cujo nome significa "Adorador de Javé" ou "Servo de Javé" anuncia condenação contra
Edom e profetiza sua total destruição, por causa de sua persistente oposição contra o povo esco-
lhido de Deus.

~i!lAutor .
~~ Obadias foi um profeta obscuro e viveu possivelmente no reino do sul, Judá.
~ Nada se sabe sobre sua cidade natal ou sobre sua família, mas é provável que não descendia de
linhagem real ou sacerdotal, pois seu pai não é mencionado em 1.1.
Há treze Obadias mencionados no Antigo Testamento, mas a nenhum deles pode ser atribuída, com
absoluta certeza, a autoria deste livro.

Data

Há várias opiniões a respeito da data. A cooperação de Edom junto aos estrangeiros no saque a
Jerusalém (vs. 10-14), fato que propicia o ambiente histórico da profecia, podendo relacionar-se a
vários incidentes, dos quais dois seriam os mais prováveis. O primeiro pode ter ocorrido cerca de 850
a.C., no reinado de Jeroboão II (veja 2Cr 21.8-10,16,17), durante o período de revolta de Edom,
quando Judá estava sendo ameaçada também por invasores filisteus e árabes.
Outra possibilidade é a referência existente de cumplicidade entre edomitas e babilônios na conquista
de Jerusalém em 586 a.c. De acordo com o Salmo 137.7, os edomitas aplaudiram a destruição de
Jerusalém por Nabucodonosor.
A preferência por esta data mais tardia é reforçada pelo fato de Obadias parecer citar Jeremias 49
(confira. vs. 1-4 com Jr 49.14-16; vs. 5,6 com Jr 49.9,10; vs. 8 com Jr 49.7; e vs. 16 com Jr 49. 12).
Portanto, as datas possíveis para a composição de Obadias são cerca de 840 a.C. , ou entre a queda
de Jerusalém em 586 a.c. e o édito de Ciro em 539 a.C.

Temas e Estrutura Literária


Embora sendo o mais curto livro do Antigo Testamento, Obadias traz uma das mais fortes mensagens
de julgamento. Como conseqüência de sua longa história de oposição ao povo de Deus, o destino de
Edom está selado e não há nenhuma possibilidade de livramento. Deus trará total destruição sobre
Edom e não haverá remanescentes. Obadias retrata o comparecimento de Edom, perante a corte
divina num processo integral com citação, acusação e sentença. Este profeta da justiça poética prevê
como o Juiz da terra destruirá o orgulho de Edom, restaurando a casa de Jacó. As duas seções deste
pequeno livro são: o julgamento de Edom (vs. 1-18), e a restauração de Israel (vs. 19-21).

205
o tema profético do dia do Senhor é salientado nos versículos 15-21. Como na profecia de Joel, este
ponto culminante da História trará tanto julgamento como salvação. Para Edom é um pronunciamen-
to de destruição (vs. 15,16), mas, para Judá haverá livramento e o povo experimentará bênção e
restauração para sua terra (vs. 17-21).

Obadias em Relance

ÊNFASE JULGAMENTO DE EDOM RESTAURAÇÃO DE


ISRAEL

TEXTO 11 10 15 19 21

DIVISÃO PREDiÇÕES DE RAZÕES DO RESULTADOS DO CONQUISTA DE EDOM POR


JULGAMENTO JULGAMENTO JULGAMENTO ISRAEL

DERROTA DE ISRAEL VITÓRIA DE ISRAEL


TÓPICOS

PREDiÇÃO DO JULGAMENTO PREDiÇÃO DA CONQUISTA

LOCAL EDOM E ISRAEL

OCASIÃO c. 890 a. C. ou 586 - 539 a.C.

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Carreira Profética de Obadias

ESBOÇO DE OBADIAS

I. Predições do Julgamento de Edom vs. 1-9

11. Razões para o Julgamento de Edom vs. 10-14

IH. Resultados do Julgamento de Edom vs. 15-18

IV. Conquista de Edom por Israel · vs. 19-21

206
JONAS

o interesse e preocupação amorosos de Deus pelos gentios não são uma verdade afirmada apenas
no Novo Testamento. Mais de sete séculos antes de Cristo, Deus comissionou o profeta hebreu,

• Jonas, para proclamar a mensagem de arrependimento à cidade assíria de Nínive. O nacionalismo


judaico, entretanto, cegou não só o profeta como o povo da aliança, que não perceberam o propósito
de Deus em salvar pessoas do mundo todo. A história de Jonas é uma das mais claras demonstrações,
nas Escrituras, do amor e da misericórdia de Deus para com todos os povos.

Autor

Não se menciona o autor do livro de Jonas, embora a tradição o atribua a Jonas, um profeta do reino
~ do norte, que viveu durante o século 8º a.c. É razoável supor-se que o próprio Jonas tenha registrado
~ as experiências excepcionais relatadas no livro. Este homem, cujo nome significa "pomba", era filho
~
~ de Amitai, nascido em Gate-Hefer (2Rs 14.25), em Zebulom, cidade cerca de quatro quilômetros ao
norte de N azaré. Jonas é apresentado como uma pessoa real e suas experiências como verdadeiras
e históricas.

Data
Jonas foi contemporâneo de Jeroboão II de Israel (782-753 a.C.), e ministrou depois do tempo de
Eliseu e imediatamente antes de Amós e Oséias. Israel passava por um período de desenvolvimento
e prosperidade, e o fervor nacionalista estava provavelmente alto.
AAssíria, nação que havia alcançado uma reputação quase legendária por sua crueldade, encontrava-
se, durante este período, num declínio lento, mas, ainda representava uma ameaça. O arrependimento
de Nínive ocorreu, provavelmente, no reinado de Asurdã III (773-755 a.C.). Duas pestes (765 e 759)
e um eclipse solar podem ter preparado o povo para a mensagem de julgamento levada por Jonas.
Embora alguns argumentem que o livro de Jonas foi escrito no período pós-exílio, com o objetivo de
contradizer o particularismo judaico de Esdras, Neemias e Malaquias, o ensino de que o plano de
Deus inclui os gentios não é, de forma nenhuma, exclusivo de Jonas no Antigo Testamento (Gn 9.27;
12.3; Lv 9.33; Is 2.2; J12.28-32), e outros argumentos para a data pós-exílio não são convincentes.

Temas e Estrutura Literária


A interpretação que damos ao livro de Jonas depende do tipo de literatura que o consideramos ser.
Muitos eruditos, entendendo que a história de Jonas ser engolido por um grande peixe é inverossímil,
têm firmado a posição de que o livro seria um exemplo de mito, alegoria ou parábola. Mas, há pouca
razão para não o considerarmos verdadeiro. A não ser pelo lamento no capítulo dois, o restante do
material é apresentado em prosa direta, em contraste com as histórias lendárias e poéticas do período.
As Escrituras o apresentam como histórico, e a aplicação da experiência de Jonas à ressurreição de
Cristo (Mt.l2.40) exige que encaremos o registro com muita seriedade.

207
jonas em Relance

ÊNFASE PRIMEIRO SEGUNDO


COMISSIONAMENTO DE JONAS COMISSIONAMENTO DE JONAS

TEXTO 1.1 1.4 2.1 2.10 3.1 3.5 4.1 4.4 - 4.11

DIVISÃO DESOBEDIÊNCIA EXIGIDO O ORAÇÃO DE OBEDIÊNCIA SUSPENSO o ORAÇÃO QUEIXADE


JULGAMENTO LIBERTAÇÃO AO SEGUNDO JULGAMENTO
AO JONAS DE JONAS JONAS
DE JONAS DE JONAS CHAMADO DE NíNIVE
PRIMEIRO DENTRO DO ADEUS
CHAMADO PEIXE

TÓPICO MISERICÓRDIA DE DEUS SOBRE JONAS MISERICÓRDIA DE DEUS SOBRE NíNIVE

"EU NÃO IREI" "EU IREI" "ESTOU AQUI" "NÃO DEVIA TER VINDO"

LOCAL O GRANDE MAR A GRANDE CIDADE

OCASIÃO c. 760 a. C.

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Carreira Profética de Jonas

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De uma perspectiva literária, o livro de Jonas apresenta uma simetria estrutural excelente,
desenvolvendo-se em dois ciclos paralelos que exigem constantes comparações. Ainda mais, o livro
é rico em ironia. A desobediência do profeta em contraste com a espantosa fé dos marinheiros (cap.
1); e a preocupação mesquinha de Jonas a respeito da planta, em contraste com o cuidado e preocupação
graciosos de Deus para com o povo pagão de Nínive (caps. 3 e 4).
O livro de Jonas pode ser dividido em duas partes: o primeiro comissionamento de Jonas (caps. 1; 2),
e o segundo comissionamento de Jonas (caps. 3; 4).
Como já foi notado, o tema que informa todo o livro é a disposição amorosa de Deus estendendo sua
misericórdia às nações gentílicas, mas outros temas importantes também são evidentes. A soberania
de Deus sobre a vida, os elementos, e as circunstâncias, é claramente enfatizada no relato da tempestade
(1.4), do peixe (1.17), da planta (4.6) , e da lagarta (4.7).
Jonas serve também como um desafio ao orgulho nacionalista de Israel em sua incapacidade de
compreender a natureza de sua tarefa missionária e o propósito de Deus de derramar sua bondade
sobre todos os povos,
A mudança na atitude de Jonas é simbólica da mudança que Deus requer de Israel como um todo.
A experiência de três dias dentro do peixe vivida por Jonas pode ser vista como um tipo de morte,
sepultamento e ressurreição de Cristo (Mt 12.39-41). Neste ponto seria importante notar que a
expressão hebraica "trê~ dias e três noites" exige apenas uma parte do primeiro e do terceiro dias.

208
ESBOÇO DE JONAS

I. Primeiro Comissionamento de Jonas 1.1 - 2.10

A. Desobediência ao Primeiro Chamado 1.1-3


B. Exigido o Julgamento de Jonas 1.4-17
C. Oração de Jonas 2.1-9
D. Salvamento de Jonas 2.10

11. Segundo Comissionamento de J onas 3.1 - 4.11

A. Obediência ao Segundo Chamado 3.1-4


B. Suspenso o Julgamento de Nínive 3.5-10
C. Oração de Jonas 4.1-3
D. Queixa de Jonas diante de Deus .4.4-11

A Geografla de jonas

ESPANHA

ÁSIA

siciu«

ÁFRICA DO NORTE

o 250 500Mi
I I i I

500 km

o Senhor mandou Jonas


Társis (Jn 1.3), Jope (Jn 1.3; veja At 9.24),
ir a Nínive (Jn 1.2), a o único porto natural
muitos crêem que Társis
capital da Assíria, cerca de Israel ao sul de Aco,
tenha sido um porto
de 880 km a nordeste de e provavelmente o mais
de mar ou uma região
Israel. Em vez disso, próximo disponível
no sul da Espanha Nínive (Jn 1.2), capital do
Jonas embarcou em um para o profeta fugitivo. império assírio no tempo
navio com destino a
de Jonas.
Tarsis, que devia ficar
cerca de 4.000 km na
direção oposta.
© 2002. Editora Cultura Cristã

209
jonas e os Marinheiros

o primeiro capítulo mostra um contraste irônico entre Jonas e os marinheiros. Apesar destes últimos
não possuírem experiências anteriores com o Deus verdadeiro, eles apresentam, aparentemente, maior
sensibilidade a Deus e mais compaixão humana que o profeta Jonas.

Jonas Marinheiros

Era um hebreu com uma rica história de Javé - Fidelidade de Deus. Eram gentíos, sem nenhum histórico do Deus Javé.

Era monoteísta, crendo em um único Deus verdadeiro (v.9). Eram politeístas, crendo em muitos falsos deuses.
Não conheciam o verdadeiro Deus.

Tinha um relacionamento com o verdadeiro Deus. Eram espiritualmente sensíveis, caminhando na direção de Deus.
Eles oravam. (v.5).

Era espiritualmente insensível, indo na direção contrária à de Deus (v.5). Eram espiritualmente sensíveis movendo-se na direção certa (v.5).

Era indiferente à vontade de Deus, apesar de conhecê-lo. Eram respeitosos diante de Deus,
apesar de conhecerem pouco ou nada sobre ele.

Não sentia compaixão por Nínive (v.3). Sentiam compaixão por Jonas (vs.11-14).

Jonas foi rebelde, por isso foi disciplinado, mas não destruído (v.17). Foram levados ao culto e ao compromisso (v.16).

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jorras e a Planta

o interesse de Jonas pela planta é contrastado pelo interesse de Deus por Nínive. Deus mostra a
Jonas que ele não criou nem sustenta a planta com a qual está preocupado. Milhares de ninivitas,
entretanto, haviam sido criados e eram constantemente sustentados por Deus. E este Deus, que sabe
quando um pardal cai, se interessa até mesmo pelo gado da cidade.
A perspectiva de Jonas não estava certa, pois era diferente da perspectiva de Deus.

Deus e Nínive Jonas e a planta

Deus se interessava pelo povo de Nínive Jonas se preocupou com uma planta

Deus se preocupava com o bem-estar dos outros Jonas preocupou-se consigo mesmo

Deus criou tudo o que havia em Nínive Jonas não criou a planta

Deus cuidou de Nínive Jonas nada fez pela planta

O povo de Nínive tem um valor eterno A planta era passageira

O cuidado de Deus foi e é para com a vida humana A preocupação de Jonas era com seu conforto pessoal
e interesse egoísta

A preocupação de Deus por nós é apropriada A preocupação de Jonas com a planta é inapropriada;
e' demonstra seu amor demonstra egoísmo e uma perspectiva errônea da vida

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210
MIQUÉIAS

Indignado com a corrupção, a hipocrisia e com o tratamento abusivo dispensado aos pobres, o livro de
Miquéias repreende qualquer pessoa disposta a usar o poder político ou posição social para seu ganho
pessoal. Um terço de Miquéias expõe os pecados de seus compatriotas, outro terço anuncia o castigo
que Deus está prestes a enviar; e o terço final sustenta a esperança de restauração, uma vez terminada
a disciplina. Ao longo de todo o livro, são claras as exigências de Deus para que seu povo viva com
retidão. " ... pratiques a justiça e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus" (6.8).

Autor
o profeta Miquéias, cujo nome significa "quem é como o Senhor?" foi um dos profetas do 8º século, ao
~ ') lado de Oséias, Amós, Isaías e Jonas, sendo mencionado em Jeremias 26.18. A terra natal de Miquéias
~ era Moresete-Gate (1.14), cidade localizada provavelmente a uns 35 quilômetros a sudoeste de Jerusalém.
~~ Como Amós, Miquéias era homem do campo, com tempo para pensar e uma visão clara. Abençoado
~
com a paixão por justiça de Amós e o coração amoroso de Oséias, o espírito de Miquéias queimava
de indignação pela maneira como os habitantes das cidades oprimiam os homens do campo. Entretanto,
seus ensinamentos não são inteiramente originais; ele ecoa grandes verdades proclamadas por seus
antecessores, especialmente Isaías, de Jerusalém.

Data
o primeiro versículo indica que Miquéias profetizou nos dias de Jotão (739-731 a.c.), Acaz (731-715
a.C.) e Ezequias (715-686 a.C}, reis de Judá. Embora Miquéias se dirija primariamente a Judá, fala
também ao reino do norte, Israel, predizendo a queda de Samaria (1.6). Grande parte do seu ministério,
portanto, ocorreu antes do cativeiro assírio de Israel, em 722 a.c. Suas violentas denúncias contra a
idolatria e a imoralidade também sugerem que seu ministério antecedeu muito as reformas religiosas
radicais de Ezequias. Assim, as profecias de Miquéias abrangeram o período de cerca de 735-710 a.C.
Durante o ministério do profeta o reino do norte continuou a desmoronar, tanto interna como externamente,
até seu colapso em 722 a.C. O império assírio alcançou o ponto culminante do seu poder e se tomou
uma ameaça constante para Judá. Babilônia ainda estava sob domínio assírio e uma predição de Miquéias
sobre o futuro cativeiro babilônico de Judá (4.10) devia ter soado como improvável.

Temas e Estrutura Literária


O livro de Miquéias é, de certa forma, difícil de analisar, por causa de sua organização muito flexível.
Entretanto, alguns temas importantes são claramente evidentes. A destruição de Samaria é certa e
Judá não fica muito longe disto. O povo planeja perversidade e oprime o pobre sem nenhuma
preocupação a respeito do julgamento divino sobre seus atos. A corrupção dos líderes políticos e
religiosos de Judá também é enfatizada (3).
Deus restaurará seu povo e lhe dará um verdadeiro governante, que o dirigirá com vitória. Mas esta
esperança se encontra além do julgamento que virá porque o povo não honrou as responsabilidades
como povo escolhido de Deus.

211
Miquéias pode ser dividido em três seções: predição de julgamento (caps. 1-3), predição de restauração
(caps. 4-5) e apelo ao arrependimento (caps.6-7).
A predição de Miquéias de que o Messias nasceria na cidade de Belém é uma das mais claras e
importantes profecias messiânicas de todo o Antigo Testamento. Além disso, Miquéias 2.12-13, 4.1-
8 e 5.4,5 propiciam fatos vívidos do justo reinado de Cristo sobre todo o mundo.

Miquéias em Relance

ÊNFASE PREDiÇÃO DE JULGAMENTO PREDiÇÃO DE RESTAURAÇÃO APELO AO ARREPENDIMENTO

TEXTO 1.1 3.1 4.1 4.6 5.2 6.1 6.10 7.7 7.20

JULGAMENTO JULGAMENTO PROMESSA PROMESSA DA PROMESSA PRIMEIRO SEGUNDO PROMESSA


DIVISÃO DO POVO DOS LíDERES DA VINDA DO VOLTA DOS DA VINDA DO APELO DE APELO DE FINAL DE
REINO CATIVOS REI DEUS DEUS SALVAÇÃO

PUNiÇÃO PROMESSA PERDÃO


TÓPICOS

RETRIBUiÇÃO RESTAURAÇÃO ARREPENDIMENTO

LOCAL JUDÁ - ISRAEL

OCASIÃO c. 735 - 710 a. C.

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Carreira Profética de Miquéias

ESBOÇO DE MIQLJÉIAS

I. Predição de Julgamento 1.1 - 3.12


A. Introdução ao Livro de Miquéias 1.1
B. Julgamento do Povo 1.2-2.13
C. Julgamento da Liderança 3.1-12

11. Predição de Restauração 4.1- 5.15


A. Promessa da Vinda do Reino 4.1-5
B. Promessa da Volta dos Cativos 4.6-5.1
C. Promessa da Vinda do Rei 5.2-15

111. Apelo ao Arrependimento 6.1- 7.20


A. Primeiro Apelo de Deus 6.1-9
B. Segundo Apelo de Deus 6.10- 7.6
C. Promessa Final de Salvação 7.7-20

212
NAUM

Ao contrário de seu antecessor, Jonas, cujo ministério redundou em arrependimento dos ninivitas, o
profeta Naum proclama a derrota de Nínive, a grande cidade da Assíria. Os ninivitas tinham-se
esquecido do reavivamento porque haviam passado e retomado a seus hábitos de violência, idolatria
e arrogância. Como resultado Babilônia destruiria a cidade, de tal forma, que nenhum traço
permaneceria - uma profecia cumprida em todos os seus dolorosos detalhes.

Autor

ft
O non;-e "Naum" significa "conforto", "consolação", e a mensagem de destruição de Nínive foi, sem
~ v: dúvida, uma fonte de conforto para os habitantes de Judá, que sofriam com a crueldade dos assírios.
~ De acordo com l.1, o profeta era chamado "o elcosita". Embora a localização específica de Elcos
~ ~ seja desconhecida, muitos eruditos acreditam que se tratava de uma cidade ao sul de Judá (mais tarde
chamada Elcesei), entre Jerusalém e Gaza. Isto faria de Naum um profeta do reino do sul; podendo
explicar seu interesse pelo triunfo de Judá (1.15; 2.2).

Data

Sendo que a mensagem do livro é uma predição da ruína de Nínive, deve ter sido proferida em algum
momento antes de 612 a.c., quando a cidade foi destruída pelos babilônios, Certamente foi escrita
depois de 663 a.c., o ano em que Tebas, capital do Egito (chamada Nô-Amon em 3.8), foi capturada
pela Assíria. Uma vez que Tebas readquiriu sua independência em 654 a.c., e Naum não faz alguma
referência ao fato, pode ser que o livro tenha sido escrito entre 663 e 654 a.C.

Temas e Estrutura Literária


Naum unilateralmente proclama a ruína de Nínive. Entre as razões para a condenação da cidade
estão as desumanidades do exército assírio (2.12), e os vícios da cidade (3.4). A natureza de Deus,
especificamente sua ira, sua santidade, sua justiça e seu poder, tomam inevitável o fato de que seus
inimigos perecerão (l.2-10).
O breve livro de N aum pode ser dividido em três palies: o decreto da destruição de Nínive (cap.l), a
narração da destruição de Nínive (cap. 2) e a merecida destruição de Nínive (cap. 3).

213
Naum em Relance

ÊNFASE DECRETADA A DESTRUiÇÃO REFERÊNCIA À DESTRUICÃO DE A DESTRUiÇÃO DE NíNIVE


DE NíNIVE NíNIVE >
É MERECIDA

TEXTO 1.1 1.9 2.1 2.3 3.1 3.12 3.19

PRINCíPIOS DESTRUiÇÃO NARRAÇÃO DA RAZÕES PARA A DESTRUiÇÃO


DIVISÃO CHAMADA À
GERAIS DO DE NíNIVE E DESTRUiÇÃO DESTRUiÇÃO DE NíNIVEÉ
BATALHA
JULGAMENTO LIVRAMENTO DE NíNIVE DE NíNIVE INEVITÁVEL
DIVINO DEJUDÁ

VEREDITO DA VINGANÇA VISÃO DA VINGANÇA LEGITIMIDADE DA VINGANÇA


TÓPICOS

O QUE DEUS FARÁ COMO DEUS FARÁ POR QUE DEUS FARÁ

LOCAL EM JUDÁ, CONTRA NíNIVE, CAPITAL DA AssíRIA

OCASIÃO c.660 a. C.

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Carreira Profética de Naum

ESBOÇO DE NALJM

I. A Destruição de Nínive É Decretada 1.1-15


A. Princípio Geral do Julgamento Divino 1.1-8
B. Destruição de Nínive e Salvação de Judá 1.9-15

11. A Destruição de Nínive É Narrada 2.1-13


A. Chamada para a Batalha 2.1, 2
B.ADestruiçãodeNínive 2.3-13

111.A Destruição de Nínive É Merecida 3.1-19


A. Razões para a Destruição de Nínive 3.1-11
B. A Destruição de ínive É Inevitável.. 3.12-19

214
HABACUQUE
o profeta Habacuque ministrou durante a agonia e morte da nação de Judá. Embora tenha sido
repetidamente chamada ao arrependimento, Judá teimosamente recusou-se a mudar seu
comportamento pecaminoso. Ao perguntar até quando a intolerável situação permaneceria, Deus
responde a Habacuque que Babilônia seria sua vara executora sobre Judá - declaração que leva o
profeta a cair de joelhos. Embora perplexo, Habacuque reconhece que, em qualquer tempo, o justo
viverá pela fé (2.4) e não por vista. E conclui louvando a sabedoria de Deus, mesmo não
compreendendo inteiramente seus caminhos.

Autor

o autor
f(
deste livro é o profeta Habacuque, a respeito do qual pouco se sabe, além de seu nome,
~ / derivado da palavra hebraica que significa "abraçar" ou "aquele que abraça". O fato de ser chamado
~ "profeta" (1.1; 3.1), sugere ter ele sido membro de um grupo profissional de profetas. Além disso, a
~ ~ referência musical na conclusão do livro indica que Habacuque tenha sido um sacerdote relacionado
com o culto no templo de Jerusalém.

Data

.Embora o livro não inclua qualquer referência ao reinado de um rei, a evidência interna indica uma
data entre a morte do rei Josias (609 a.C.') e o início do cativeiro babilônio (605 a.C.}. A única
referência explícita a data em Habacuque é a iminência da invasão babilônia (1.6; 2.1; 3.16). As
condições deploráveis do povo (1.2-4) indicam uma data posterior à morte prematura de Josias na
batalha de Megido (609 a.C.) e no princípio do reinado do perverso rei Jeoaquim (609-597 a.C.).
Contemporâneo de Sofonias e Jeremias, Habacuque advertiu sobre a aproximação do julgamento
divino por meio dos babilônios que chegavam. Esta profecia foi cumprida em 605 a.c., quando
Nabucodonosor deportou para a Babilônia dez mil proeminentes cidadãos de Jerusalém.

Temas e Estrutura Literária

O livro de Habacuque pode ser convenientemente dividido em duas porções: problemas e perplexidade
de Habacuque (caps. 1 e 2), e louvor de Habacuque (cap. 3).
Convencido da iniqüidade de Israel e da necessidade da punição, o profeta fica perplexo com o dilema moral
de como um Deus santo poderia usar um povo ainda mais perverso como os babilônios para castigar seus
filhos. A resposta de Deus é dupla: ele reafirma sua natureza moral básica, que implica no fato de que todas
as pessoas devem, decididamente, enfrentar o julgamento por suas ofensas (2.2-22). Deus dá também ao
profeta a visão de sua infinita glória, uma visão de certa forma reminiscente da que foi dada a Jó nos caps.
38--41. Estas duas respostas são suficientes para restabelecer a confiança de Habacuque em Deus.
Habacuque enfatiza também a liberdade soberana de Deus de alcançar seus bons objetivos com seus
próprios meios. Apesar das aparências em contrário, Deus ainda está no trono como Senhor da
História e Governante das nações.
O livro retrata a luta de fé do profeta e, conseqüentemente, a central idade da fé na vida do povo de
Deus é salientada. Esta fé capaz de manter-se firme, apesar de circunstâncias exteriores desfavoráveis,
emerge em uma bela expressão no cântico do profeta em 3.16-19.
215
Habacuque em Relance

PROBLEMAS DE HABACUQUE LOUVOR DE


ÊNFASE
HABACUQUE

TEXTO 1.1 1.5 1.12 2.2 B.1 3.19

PRIMEIRO PRIMEIRA SEGUNDA ORAÇÃO DE


DIVISÃO SEGUNDO PROBLEMA
PROBLEMA DE RESPOSTA RESPOSTA LOUVOR DE
DEHABACUQUE
HABACUQUE DE DEUS DE DEUS HABACUQUE

FÉ ATORMENTADA FÉ TRIUNFANTE
TÓPICOS
O QUE DEUS ESTÁ FAZENDO QUEMÉDEUS

LOCAL A NAÇÃO DE JUDÁ

OCASIÃO c. 607 a. C.

Nelson s Complete Book 0/ Bible Maps and Chans © 1993 by Thomas elson. Ine.

Carreira Profética de Habacuque

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ESBOÇO DE HABACUQUE

l. Os Problemas de Habacuque 1.1 - 2.20


A. Primeiro Problema de Habacuque 1.1-4
B. Primeira Resposta de Deus 1.5-11
C. Segundo Problema de Habacuque 1.12-2.2
D. Segunda Resposta de Deus 2.2-20

lI. O Louvor de Habacuque 3.1-19


A. Habacuque Suplica a Misericórdia de Deus 3.1,2
B. Habacuque Recorda a Misericórdia de Deus 3.3-15
C. Habacuque Confia na Salvaçào de Deus 3.16-19

Vivendo pela Fé

No que aparenta ser um contraste meramente acidental entre a arrogância dos babilônios e a humilde
submissào dos justos a Deus, Habacuque afirma um princípio fundamental do evangelho: "o justo
viverá por sua fé". Quando Paulo (Rm 1.17; Gl 3.11) e o autor de Hebreus (Hb 10.38) citaram este
versículo, estavam meramente aplicando o princípio estabelecido pelo profeta no que diz respeito à
importância da fé no relacionamento do homem com Deus.

Resposta do Profeta às difíceis questões enunciadas por ele. O justo viverá pela fé.
Primeira Pergunta Por que Deus não responde ao erro e à injustiça na terra (1.2-4)7
Resposta Ele vai responder usando a Babilônia como instrumento de julgamento (1.5-11).
Segunda Pergunta Por que Deus usa os perversos babilônios para punir os que são mais justos do que eles (1.12,13)7
Resposta Deus escolheu este plano de ação (2.2,3). O justo viverá por sua fé em Deus (2.4). Ai dos injustos (2.6-20).

216
SOFONIAS

o livro de Sofonias insiste repetidamente na mensagem de que o dia do Senhor, o dia do julgamento
está chegando, quando a malignidade do pecado receberá seu devido tratamento. Israel e seus vizinhos
gentios experimentarão muito em breve a mão esmagadora da ira divina. Mas, depois que o processo
de punição estiver terminado, as bênçãos virão na pessoa do Messias.

Autor

Normalmente, a genealogia de um profeta é traçada apenas até seu pai. Sofonias, entretanto, traça
~ / sua genealogia até a quarta geração, para demonstrar sua linhagem real como tetraneto do rei Ezequias
~ (1.1). Portanto, ele era um parente distante do rei Josias e daqueles para quem dirigia sua profecia.
~
~ Provavelmente o profeta viveu na cidade de Jerusalém, pois refere-se à cidade como "este lugar"
~
(1.4), e identifica sua topografia com grande familiaridade.

Data
. Sofonias fixa a ocasião de sua profecia "nos dias de Josias, filho de Amom, rei de Judá" (1.1). Josias
reinou de 640 a 609 a.C. e 2.13 indica que a destruição de ínive (612 a.C.) ainda estava no futuro.
Portanto, o livro de Sofonias pode ser datado entre 640 e 612 a.c.
Tendo as reformas religiosas de Josias começadas em 628 a.c., e tendo Sofonias catalogado uma
lista de pecados anteriores às reformas (1.3-13; 3.1-7) o tempo do ministério de Sofonias pode ser
datado com mais precisão por volta de 635 a 625 a.c. A profecia vigorosa de Sofonias pode até
mesmo ter sido um fator que desencadeou a reforma.

Temas e Estrutura Literária


Como um todo, Sofonias é um livro ameaçador e duro de advertências sobre a vinda do dia do
Senhor. Desolação, trevas e ruína cairão sobre Judá e sobre as nações por causa da ira de Deus
contra o pecado. Três vezes Sofonias vai do geral para o específico: (1) do julgamento universal
para o julgamento de Judá (1.1-2.3); (2) do julgamento das nações vizinhas para o julgamento de
Jerusalém (2.4-3.7); (3) do julgamento e purificação de todas as nações para a restauração de
Israel (3.8-20). As duas grandes divisões do livro são: o julgamento no dia do Senhor (1.1-3.8), e
a salvação no dia do Senhor (3.9-20).
Como no caso de Amós uns cem anos antes, o tema da vinda do Senhor é fundamental em Sofonias.
Este dia do Senhor se apresenta com dois componentes: julgamento que resulta na destruição de
Judá pelos exércitos estrangeiros, mas também restauração e esperança para o povo de Deus.
Sofonias vê este segundo aspecto do dia do Senhor como um evento terminal, levando a História a
um final. Assim, a mensagem mostra algumas características da literatura apocalíptica que retrata
o final dos tempos.

217
Sofonias em Relance

ÊNFASE JULGAMENTO NO DIA DO SENHOR SALVAÇÃO NO DIA DO


SENHOR

TEXTO 1.1 1.4 2.4 3.1 3.8 3.9 3.14 3.20

JULGAMENTO JULGAMENTO JULGAMENTO JULGAMENTO JULGAMENTO PROMESSA PROMESSA


DIVISÃO DETODAA DEJUDÁ DAS NAÇÕES DA CIDADE DE DETODAA DE DE
TERRA VIZiNHAS A JERUSALÉM TERRA CONVERSÃO RESTAURAÇÃO
JUDÁ

DIADE IRA DIA DE ALEGRIA


TÓPICOS

JULGAMENTO DE JUDÁ RESTAURAÇÃO DE JUDÁ

LOCAL JUDÁ E AS NAÇÕES

OCASIÃO c. 630 a.C.

Nelson s Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas Nelson, Inc.

Carreira Profética de Sofonias

~----~----~--~~--------~----~I
.....

ESBOÇO DE SOFONIAS

I. O Julgamento do Dia do Senhor 1.1-3.8


A. Julgamento de toda a Terra 1.1-3
B. Julgamento da Nação de Judá 1.4-2.3
C. Julgamento das Nações ao redor de Judá.. 2.4-15
D. Julgamento da Cidade de Jerusalém 3.1-7
E. Julgamento de toda a Terra 3.8

11. Salvação no Dia do Senhor 3.9-20


A. Promessa de Conversão 3.9-13
B. Promessa de Restauração 3.14-20

218
AGEU

(I
-
"
Ageu é o segundo livro mais breve do Antigo Testamento perdendo apenas para Obadias, mas
" .
esta série de quatro pequenos sermões fortes e francos alcança o efeito desejado, O trabalho no
''-I'' . . templo havia cessado e o povo estava mais interessado no embelezamento de suas próprias casas
~
do que na construção do santuário central de Deus. Por estarem escolhendo mal suas prioridades,
seus empreendimentos futuros não poderiam ser abençoados por Deus, Somente quando o povo
desse ao Senhor o primeiro lugar, completando a tarefa que havia sido posta diante deles, a mão do
Senhor derramaria novamente suas bênçãos sobre eles,

Autor
o profeta
~
f(
~
/
Ageu é conhecido apenas por este livro e por duas referências feitas a ele em Esdras
5,1 e 6.14. Nestas referências ele é visto trabalhando ao lado de Zacarias, um profeta mais novo,
incentivando o povo na reconstrução do templo.
~ ~ Ageu retomou da Babilônia com Zorobabel e, evidentemente, morava em Jerusalém. Alguns en-
tendem que 2.3 signifíca que ele teria nascido em Judá antes da destruição do primeiro templo em
.586 a.C. e que pertencia ao pequeno grupo de pessoas que se lembrava do esplendor do templo de
Salomâo. Isto significaria que Ageu tinha cerca de 75 anos quando profetizou em 520 a.C. É
igualmente provável, entretanto, que ele tenha nascido na Babilônia durante o cativeiro.

Data

Em 538 a.c. Ciro, da Pérsia, publicou um decreto permitindo aos judeus retomarem à sua terra e
reconstruirem o templo e em 536 a.c. teve início o trabalho no templo. Os exilados que retomaram
encontraram forte oposição dos samaritanos que estavam na terra, e as obras no templo pararam
em 534 a.c. Foi neste contexto que Deus chamou seus profetas Ageu e Zacarias para a mesma
tarefa de insistir com o povo para que completasse o templo.
Os quatro sermões de Ageu são datados precisamente do ano 520 a.C., o segundo ano do reinado
de Dario I (521-486 a.c.), rei da Pérsia. O primeiro foi pregado no primeiro dia do mês hebraico de
elul (agosto/setembro), o segundo no primeiro dia de tisri (setembro/outubro) e dois últimos no
vigésimo quarto dia de quisleu (novembro/dezembro ). Mais tarde, as mensagens foram compila-
das no que é hoje conhecido como o livro de Ageu.
Ageu, ao lado de Zacarias e Malaquias, enfrentaram uma situação diferente daquela conhecida
pelos profetas pré-exílio. Os profetas anteriores confrontaram um povo que tendia a depender
mais de cerimônias físicas e edifícios do que de um relacionamento verdadeiro com Deus marcado
pela obediência. Em contraste, os profetas pós-exílicos ministraram a um povo apático e desani-
mado tentado a acreditar que nada do que realizassem faria qualquer diferença do ponto de vista
religioso. A destruição de Jerusalém humilhou um povo antes orgulhoso, e que havia sido influen-
ciado pela visão persa de que todas as religiões têm o mesmo valor.

219
Como resultado, os judeus que retomaram viam pouca razão em valorizar as leis e práticas pecu-
liares à tradição religiosa que possuíam, e não sentiam nenhuma necessidade de ficar muito preo-
cupados com a reconstrução do templo. Sem dúvida, os perigos de tal situação eram graves. Em
poucas palavras, os judeus seriam assimilados pela cultura pagã vigente; a herança de revelação
estaria perdida e a linhagem messiânica prometida, extinta. Os profetas pós-exílio enfrentaram a
tarefa de estimular o povo a distinguir-se dos outros povos vizinhos por sua obediência a Deus,
começando com a reconstrução do templo e o reestabelecimento da lei mosaica.

Temas e Estrutura Literária

O tema básico de Ageu é claro: o remanescente precisa reformular suas prioridades e completar o
templo para que possa receber as bênçãos de Deus. As quatro mensagens registradas no livro podem
ser assim intituladas. O término do segundo templo (1.1-15); a glória do segundo templo (2.1-9); e a
futura bênção prometida (2.20-23)
A promessa em Ageu 2.9 aponta para o futuro, para o papel vital que o segundo templo teria no plano
redentor de Deus. Mais tarde, Herodes o Grande passou anos aumentando e enriquecendo este
templo que se encheu da glória do Deus encarnado todas as vezes que Cristo foi a Jerusalém.
O Messias é relembrado, também, na pessoa de Zorobabel (2.23), o qual se tornou o centro da
linhagem messiânica reunindo os dois ramos.
Examine o quadro "Zorobabel" à página 221.

A(;!eu em Relance

TÉRMINO DO GLÓRIA DO BENÇÃO PRESENTE FUTURA BÊNÇÃO


ÊNFASE
SEGUNDO TEMPLO SEGUNDO TEMPLO DA OBEDIÊNCIA PROMETIDA

TEXTO 1.1 2.1 2.10 2.20 2.23

"CONSIDERAIO "A GLÓRIA DESTA "DESDE "FAREI ABALAR


VOSSO PASSADO ... ÚLTIMA CASA ESTE DIA VOS OCÉU
DIVISÃO MINHA CASA QUE SERÁ MAIOR DO QUE ABENÇOAREI." EATERRA."
PERMANECE A DA PRIMEIRA."
EM RuíNAS."

O TEMPLO DE DEUS AS BÊNÇÃOS DE DEUS

TÓPICOS

PRIMEIRA REPREENSÃO PRIMEIRO INCENTIVO SEGUNDA REPREENSÃO SEGUNDO INCENTIVO


(PRESENTE) (FUTURO) (PRESENTE) (FUTURO)

LOCAL JERUSALÉM

OCASIÃO SETEMBRO 1 OUTUBRO 21 OUTUBRO 24 DEZEMBRO 24


520 a.C. 520 a.C. 520 a.C. 520 a.C.

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220
Carreira Profética de Ageu

ESBOÇO DE AGElJ

I. O Término do Segundo Templo 1.1-15


AO Templo não Está Terminado 1.1-6
B. O Templo Deve Ser Terminado 1.7-15

11. A Glória do Segundo Templo 2.1-9


A O Segundo Templo não É tão Glorioso quanto o Primeiro 2.1-3
B. O Segundo Templo Será mais Glorioso que o Primeiro 2.4-9

111. A Bênção Imediata da Obediência 2.10-19


A A Desobediência do Remanescente 2.l 0-14
B. Solução. A Obediência do Remanescente 2.l5-19

IV. A Futura Bênção Prometida 2.20-23


A A Futura Destruição das Nações 2.20-22
B. O Futuro Reconhecimento de Zorobabel 2.23

Zorobabel

iDAVID,
SALOMÃO NATÃ

ZOROBABEL

José MARIA

Nelson srComptete Book 0/ Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas Nelson, 1nc.

221
ZACARIAS

Após doze anos ou mais de trabalho, a tarefa de reconstruir o templo de Jerusalém estava ainda na
metade. O profeta Zacarias foi comissionado por Deus para incentivar o povo a completar esta obra
tão importante. Em lugar de exortá-los com palavras duras de censura, Zacarias apresentou-lhes um
objetivo muito positivo: o templo precisava ser reconstruído, pois algum dia a glória do Messias
habitaria nele.

Autor

Zacarias, cujo nome significa "Javé se lembra", foi um dos profetas pós-exílio contemporâneo de
~ ') Ageu. O nome Zacarias era popular em Israel, e há não menos do que vinte personagens do Antigo
~ ~ Testamento com este nome. Filho de Berequias e neto de Ido, descendente de uma família sacerdotal
~ da tribo de Levi. Nasceu na Babilônia e foi trazido por seu avô para Jerusalém, quando os exilados
.retomaram sob a liderança de Zorobabel.

Data

Zacarias foi um contemporâneo do profeta Ageu, do governador Zorobabel e do sacerdote Josué. O


ambiente histórico dos capítulos 1- 8 é o mesmo de Ageu (520-518 a.C}. O trabalho no templo foi
recomeçado em 520 a.C. e o projeto foi terminado em 516 a.c.
Os capítulos 9 - 14 não têm data, mas diferenças estilísticas e referências à Grécia (9.13), indicam
uma data entre 480 a 470 a.c. Isto significa que Dario I (521-486) já havia deixado a cena sendo seu
sucessor Xerxes (486-464 a.C.), o rei que fez de Ester rainha da Pérsia.

Temas e Estrutura Literária

Zacarias usa uma série de seis visões, quatro mensagens e dois fardos para retratar os planos futuros
de Deus para seu povo do pacto. Os primeiros oito capítulos foram escritos para estimular o
remanescente do povo, enquanto reconstruíam o templo, os últimos seis capítulos foram escritos
depois do término da construção do templo, antecipando a vinda do Messias de Israel. Zacarias passa
da dominação gentHica para o governo messiânico, da perseguição à paz, e da impureza à santidade.
Os últimos seis capítulos não estão claramente relacionados a qualquer situação histórica específica
na vida do profeta, mas olham para o futuro, para os eventos que encaminham a chegada da era
messiânica e, inclusive para esta própria era. Nesta seção são preditos: a ascensão da Grécia, o
advento e rejeição do Messias, e seu triunfo final.

223
Zacarias em Relance
QUATRO
ÊNFASE OITO VISÕES DOIS JUGOS
MENSAGENS

TEXTO 1.1 1.7 6.9 7.1 9.1 12.1 14.21

CHAMADO AO OITO VISÕES COROAÇÃO DE QUESTÃO PRIMEIRO FARDO: SEGUNDO FARDO:


DIVISÃO ARREPENDIMENTO JOSUÉ SOBRE JEJUM REJEiÇÃO DO REINADO DO
MESSIAS MESSIAS

IMAGENS PROBLEMAS PREDiÇÃO


TÓPICOS
JEJUM DE
DESTINO DE ISRAEL FUTURO DE ISRAEL
ISRAEL

LOCAL JERUSALÉM

OCASIÃO DURANTE A CONSTRUÇÃO DO TEMPLO APÓS A CONSTRUÇÃO DO TEMPLO


(520-518 a. C.) (c. 480-470 a. C.)

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Carreira Profética de Zacarias

ESBOÇO DE ZACARIAS

I. Chamada ao Arrependimento 1.1-6

11. As Oito Visões de Zacarias 1.7 - 6.8


A. Cavalos entre as Murteiras 1.7-17
B. Quatro Chifres e Quatro Ferreiros 1.18-21
C. O Homem com o Cordel de Medir 2.1-13
D. A Purificação de losué, o Sumo Sacerdote 3.1-10
E. O Candelabro de Ouro e as Oliveiras 4.1-14
F. O Rolo Voador 5.1-4
G. A Mulher e a Cesta 5.5-11
H. Os Quatro Carros 6.1-8

111. A Coroação de Josué 6.9-15

IV. A Questão do Jejum 7.1-3

224
V. Quatro Mensagens de Zacarias 7.4 - 8.23
A. Repreensão à Hipocrisia 7.4-7
B. Arrependimento da Desobediência 7.8-14
C. Restauração de Israel 8.1-7
D. Regozijo no Futuro de Israel 8.18-23

VI. Os Dois Fardos de Zacarias 9.1 -14.21

A. Primeiro Fardo: A Rejeição do Messias 9.1-11.17


1. Julgamento das Nações Vizinhas 9.1-8
2. A Vinda do Messias 9.9-10.12
3. Rejeição do Messias 11.1-17

B. Segundo Fardo: O Reinado do Messias 12.1-14.21


1. Livramento de Israel 12.1- 13.9
2. Reinado do Messias 14.1-21

Visões de Zacarias

O livro de Zacarias inclui uma série de visões com símbolos vigorosos, porém misteriosos, ao lado
do aparecimento de um anjo que interpreta as visões, porém deixando alguns dos símbolos sem
explicação. Estas visões misturam a obra do Messias em ambos os adventos, e, como os outros
profetas, Zacarias vê apenas os picos do programa de Deus, sem os vales intermediários.

Visões de Zacarias

As visões de Zacarias tinham um significado histórico para os seus dias, mas também um significado
para todos os tempos. Deus salvará seu povo e trará julgamento sobre o perverso.

Visão Significado

Homem e:.cavalos entre a murteira (1.8) O Senhor voltará a ser misericordioso com Jerusalém (1.14,16,17)

Quatro chifres e quatro ferreiros (1.18-20) Aqueles que dispersaram Judá são lançados fora (1.21)

Homem com o cordel de medir (2.1) Deus será um muro de fogo protetor ao redor de Jerusalém (2.3-5)

Purificação de Josué (3.4) O Servo, o Renovo, vem para salvar (3.8,9)

Candelabro de ouro e oliveiras (4.2,3) O Senhor dá poder a Israel pelo seu Espírito (4.6)

Rolo voador (5.1) A desonestidade é amaldiçoada (5.3)

Mulher dentro da cesta (5.6,7) A perversidade será removida (5.9)

Quatro carros (6.1) Os espíritos do céu executam julgamento sobre toda a terra (6.5,7)

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225

---------------------------------------------------------~
MALAQUIAS

Malaquias, um profeta dos dias de Neemias, dirigiu sua mensagem de julgamento a um povo
atormentado por sacerdotes corruptos, costumes iníquos, e um falso senso de segurança. Usando o
método de perguntas e respostas, Malaquias investiga profundamente os vários problemas
apresentados pelo povo como hipocrisia, infidelidade, casamentos mistos, divórcio, culto falso e
arrogância.
Durante os quatrocentos anos que se seguiram às condenações vibrantes de Malaquias, Deus
permaneceu silencioso. Somente com a vinda de João Batista (3.1) ele volta a se comunicar com seu
povo por uma voz profética.

Autor

o nome Malaquias significa "Meu Mensageiro". Embora alguns o considere mais como um título do
~ que como um nome propriamente, isto é improvável, pois o uso de um título seria único entre os
~
~
W- profetas. Desconhecido para nós fora do contexto de seu livro, Malaquias é o último profeta do
Antigo Testamento, e seu livro fecha esta porção das Escrituras.

Data

Embora não se possa estabelecer uma data exata, a evidência interna pode ser usada para se deduzir
uma data aproximada. O uso do termo persa pechah para referir-se ao governador (1.8) indica que o
livro foi escrito durante a dominação persa. O templo tinha sido reconstruído, uma vez que sacrificios
estavam sendo oferecidos no templo (1.7-10). Além disso, as mensagens de Malaquias se dirigem
aos mesmos problemas enfrentados por Neemias: sacerdotes corruptos (1.6-2.9; cf. Ne 13.1-9),
negligência com os dízimos e ofertas (3.7-12; cf. Ne 13.10-13) e casamentos mistos com esposas
pagãs (2.10-16; cf. Ne 13.23-28). Neemias tinha vindo para Jerusalém em 444 a.c. para reconstruir
as muralhas da cidade, mas voltou à Pérsia em 432 a.c. Quando retomou à Palestina (c. 425 a.C.),
Neemias enfrentou os pecados citados por Malaquias. Portanto, é provável que Malaquias tenha
proclamado sua mensagem durante o tempo em que Neemias esteve ausente, entre 432 e 425 a.C.

Temas e Estrutura Literária

Israel havia se tomado um povo desiludido e desconfiado. Internamente, ele se perguntava se as


promessas messiânicas de Deus seriam algum dia cumpridas e, afinal, se valeria a pena servir a
Deus. Externamente estas atitudes se manifestavam em um ritual vazio, retenção de dízimos e
ofertas e indiferença para com a lei moral e cerimonial.
Malaquias contesta estes problemas e atitudes, chamando o povo a um novo compromisso e uma
nova obediência. O livro de Malaquias pode ser dividido em três partes principais: o privilégio da
nação (1.1-5), a poluição da nação (1.6 - 3.15), e a promessa da nação (3.16 - 4.6).

226
Malaquias em Relance

ÊNFASE PRIVILÉGIO DA POLUiÇÃO DA


PROMESSA À NAÇÃO
NAÇÃO NAÇÃO

TEXTO 1.1 1.6 2.10 3.16 4.1 4.4 4.6

AMOR DE DEUS PECADO DOS PECADO DO POVO LIVRO AVINDADE AVINDADE


DIVISÃO
PELA NAÇÃO SACERDOTES MEMORIAL CRISTO ELlAS

PASSADO PRESENTE FUTURO

TÓPICOS

CUIDADO DE DEUS LAMENTO DE DEUS A VINDA DE DEUS

LOCAL JERUSALÉM

OCASIÃO c. 432 - 425 a. C.

Nelson s Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas Nelson. lnc.

Carreira Profética de Malaquias

ESBOÇO DE MALAQlJlAS

I. O Privilégio da Nação 1.1-5

11. A Poluição da Nação 1.6-3.15


A. O Pecado dos Sacerdotes de Israel 1.6-2.9
B. O Pecado do Povo de Israel 2.10-3.15

111. As Promessas da Nação 3.16-4.6


A.As Recompensas do Livro Memorial 3.16-18
B. As Recompensas da Vinda de Cristo 4.1-3
C. A Profecia da Vinda de Elias 4.4-6

227
A Vinda de Cristo

Os últimos dois capítulos do último livro do Antigo Testamento contém dramáticas profecias da
vinda do Senhor e de João Batista. Quatrocentos anos mais tarde Israel afluiu ao rio Jordão quando
a "voz do que clama no deserto: prepara i o caminho do Senhor" (Mt 3.3; cf. Ml 3.1), apareceu
quebrando, assim, o longo período de silêncio profético.

A Vinda de Cristo

Profecias de Malaquias Confirmadas no Novo Testamento

Como mensageiro da aliança, Cristo purifica o templo (Jo 2.14-17)


Cristo vem ao seu templo (3.1) e santifica seu povo (Hb 13.12)
e purifica seu povo (3.3)

Sua vinda traz julgamento (4.1) Aquele cujo nome não está no livro da vida
será lançado no lago de fogo (Ap 20.11-15)

Como Sol de Justiça, Cristo cura as multidões;


Cristo sara o seu povo (4.2) no final toda doença passará
(Mt 12.15; Ap 21.4)

Seu precursor prepara a vinda do Senhor (3.1; 4.5) João Batista anuncia Cristo (Mt 11.10-14)

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PERíODO ,
INTE·RTESTAMENTARIO

o mapa abaixo mostra a Palestina como uma região subjugada por quatro sucessivos impérios
mundiais, começando com o Império Assírio, em 750 a.C. e concluindo com o Império Grego de
Alexandre, de 331 a 146 a.C. Após a morte do grande conquistador em 323 a.C; os principais
generais de Alexandre dividiram o império entre si e estabeleceram suas próprias dinastias. Duas
delas governaram a Palestina: primeiro o reino de Ptolomeu, que manteve a Palestina de 323 a 198
a.C, quando, em batalha, ela foi perdida para o reino dos Selêucidas. Estes Selêucidas da Síria
governaram até a revolta da família judaica dos Asmoneus (mais tarde chamados Macabeus), os
quais conseguiram completa independência em 143 a.c. A independência da Judéia durou até que os
romanos ocuparam a região sob o comando do general Pompeu em 63 a.c. Roma continuou ocupando
a região durante todo período histórico compreendido pelo Novo Testamento. Mapas ilustrando
estas mudanças de poder político sobre a Palestina podem ser encontrados nas páginas seguintes.

Sucessão dos quatro impérios do mundo

Império Grego
331 - 146 a.C,
Alexandre conquistou
o império persa.

Império Persa
539 - 331 a.C.
Os judeus receberam
Império Babilônico
permissão para
612 - 539 a.C.
retornar do exílio.
Conquistou Judá;
início do Exílio.

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Expansão da Palestina sob o domínio Macabeu

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OS QUATRO
EVANGELHOS

Os quatro evangelhos - Mateus, Marcos, Lucas e João - nos contam a respeito da vida de Jesus. No
entanto, eles não são biografias verdadeiras. Falam pouco a respeito da origem da família de Jesus e
, de sua juventude. Eles se concentram quase que totalmente nos três anos do ministério de Jesus, mas
mesmo aí não fornecem informação suficiente para reconstruir uma história completa desses anos.
Há um grande foco de atenção voltado para a pessoa de Jesus e seus ensinamentos, e o ponto alto dos
quatro evangelhos é a morte e ressurreição de Jesus e os eventos associados a elas.
'Mateus, Marcos e Lucas são chamados de " Evangelhos Sinópticos". O termo "Sinóptico" significa
que eles vêem a vida de Jesus sob uma perspectiva comum. Depois de apresentarem Jesus de diferentes
formas dependendo do seu propósito, eles relatam o ministério de João Batista, o batismo e tentação
de Jesus, seu ministério na Galiléia e Judéia, sua última semana em Jerusalém, sua morte e ressurreição.
No relato sinóptico Jesus caracteristicamente se refere a si mesmo como o Filho do Homem, e
proclama o reino de Deus.
Apesar das semelhanças nos relatos sinópticos, esses evangelhos variam no tipo de material que eles
incluem e na organização de eventos específicos. Além disso, cada evangelho foi escrito para enfatizar
certos aspectos da pessoa e obra de Jesus. Mateus enfatiza que Jesus é o Messias verdadeiro e o
objeto da exçectativa e \1to{ecia do Â..l\tl'bO 1:e\'.tame\\to.O ,e\.ato ,i.}'>\lio lie M",-,\:'o~ {O\ e~\:'>\\o }'>"'->"'-
atrair os cristãos romanos e o evangelho de Lucas é dirigido aos gentios e enfatiza a consideração de
Jesus por todos os tipos de pessoas.
O evangelho de João se diferencia dos sinópticos em uma série de aspectos. Ele fala mais sobre o
início do ministério de Jesus na Judéia. João também relata longos discursos temáticos de Jesus ao
invés de dizeres curtos típicos dos relatos sinópticos. Em João Jesus refere-se a si mesmo como o
Filho de Deus e fala de salvação como vida eterna. Mais do que os sinópticos, João inclui reflexão
teológica sobre o significado da vida e morte de Jesus.
Veja o quadro "Por que quatro evangelhos" na página 240.

A questão da relação literária entre os evangelhos sinópticos não é facilmente respondida. No


geral, os sinópticos seguem as mesmas linhas gerais e relatam material semelhante. Às vezes os
relatos são quase idênticos, mas outras vezes são observadas diferenças importantes. Esse fenômeno
é chamado "problema sinóptico" e uma série de teorias têm surgido para explicar a relação literária
destes três evangelhos.
1. Algumas sugerem que os escritores dos três evangelhos sinópticos extraíram seu material de um
Evangelho anterior que não foi preservado.
2. Outras argumentam que a tradição oral no que diz respeito aos atos e ensinamentos de Jesus
se tornaram arraigadas muito cedo e que as semelhanças encontradas nos evangelhos sinópticos
se devem à dependência da tradição oral. Esta teoria, no entanto, é insuficiente para dar conta
da possível existência de antigas fontes escritas (veja Lucas l.1-4) e as variações evidentes de
forma e conteúdo.
3. A teoria mais popular no momento mantém que Marcos foi o primeiro evangelho e que Mateus e
Lucas utilizaram Marcos, bem como outras fontes para comporem seus próprios trabalhos. Alguns
catedráticos afirmam a prioridade de Marcos imposta numa "teoria de duas fontes" na qual Mateus e
Lucas também utilizam uma outra fonte comumente chamada "Q", da palavra alemã Quelle, que significa
"fonte". Diz-se que essa segunda fonte é responsável por 250 versículos (a maioria de material de
ensino) comuns a Mateus e Lucas, mas não encontrados em Marcos.
237
Outras teorias da prioridade de Marcos afirmam que Mateus e Lucas utilizaram múltiplas fontes
além de Marcos. Em uma "teoria de quatro fontes", postula-se uma fonte M responsável por material
exclusivo de Mateus e uma fonte L para material peculiar de Lucas.
4. Seguindo uma visão amplamente apoiada pelos pais da igreja primitiva, alguns discutem que
Mateus foi o primeiro dos Sinópticos. Lucas, que utilizou Mateus, é normalmente visto como o
segundo; e Marcos é o terceiro, sendo uma combinação abreviada de Mateus e Lucas. A pregação de
Pedro também é vista como influência significativa no Evangelho de Marcos.
Veja o quadro, "Três teorias da fonte dos Evangelhos Sinópticos" na página ao lado. Nas páginas
seguintes veja também os quadros "Os milagres de Jesus Cristo" e "As parábolas de Jesus Cristo".
O texto continua na página 242.

POR QUE QUATRO EVANGELHOSl

Evangelhos Mateus Marcos Lucas João

Audiência Judeus Romanos Helenistas Mundo Grego

Jesus é o Messias Rei Jesus é o Filho de Deus Jesus é o Filho do Homem Jesus é o totalmente divino
Retrato de que cumpre a profecia como autoridade perfeito que veio para Filho de Deus em quem
Jesus e expectativas do salvar e ministrar a todas devemos crer para
Antigo Testamento as pessoas através do poder receber a vida eterna
do Santo Espírito e oração (o "Eu Sou" de Deus)

Versos Mateus 1.1; 16.16, 20.28 Marcos 1.1; 8.27; 10.45; Lucas 19.10 João 20.31
chave 15.34

Palavras Cumprida Imediatamente Filho do Homem Creia: Vida eterna


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Quando Ocorreram os Eventos nos Evangelhos

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238

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As Teorias das Fontes dos Três Evanllelhos Sinópticos

A hipótese das duas fontes

MATEUS LUCAS

A hipótese das quatro fontes

MT MC Q LC
Jerusalém Roma Antioquia Cesaréia
60-65 d.C. 65 d.C. 50 d.C. 60-65 d.C.

Mateus
Antioquia

Um argumento da prioridade de dois evangelhos de Mateus

MATEUS
LUCAS
(Uma Testemunha Ocular)
59-61 d.C.
45-55 d.C.

MARCOS
65 d.C.

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239
OS MILAGRES DE JESLJSCRISTO

Milagre Mateus Marcos Lucas João


1. A cura de um leproso 8.2 1.40 5.12
2. A cura do criado de um centurião 8.5 7.1
3. A cura da sogra de Pedra 8.14 1.30 4.38
4. Muitas outras Curas 8.16 1.32 4.40
5. Jesus acalma uma tempestade 8.23 4.35 8.22
6. A cura do endemoninhado geraseno 8.28 5.1 8.26
7. A cura de um paralítico 9.2 2.3 5.18
8. A cura da filha de Jairo 9.18,23 5.22,35 8.40,49
9. A cura da mulher com hemorragia 9.20 5.25 8.43
10. A cura de dois cegos 9.27
11. A cura do mudo endemoninhado 9.32
12. A cura do homem da mão ressequida 12.9 3.1 6.6
13. -A cura do endemoninhado cego e mudo 12.22 11.14
14. A primeira multiplicação dos pães 14.13 6.30 9.10 6.1
15. Jesus anda por sobre o mar 14.25 6.48 6~19
16. A cura da filha de uma mulher gentia 15.21 7.24
17. A segunda multiplicação dos pães 15.32 8.1
18. A cura de um jovem epilético 17.14 9.17 9.38
19. O pagamento de imposto na boca do peixe 17.24
20. A cura de dois homens cegos 20.30 10.46 18.35
21. Jesus resseca a figueira sem fruto 21.18 11.12
22. A cura de um endemoninhado em Cafarnaum 1.23 4.33
23. A cura de um surdo-mudo 7.31
24. A cura do cego de Betsaida 8.22
25. Jesus escapa da multidão hostil 4.30
26. A pesca maravilhosa 5.1
27. A ressurreição do filho da viúva de Naim 7.11
28. A cura da mulher encurvada 13.11
29. A cura de um hidrópico 14.1
30. A cura de dez leprosos 17.11
31. Restauração da orelha do soldado 22.51
32. A transformação da água em vinho 2.1
33. A cura do filho de um oficial do rei 4.46
34. A cura de um enfermo em Betesda 5.1
35. A cura de um cego de nascença 9.1
36. A ressurreição de Lázaro 11.43
37. A segunda pesca maravilhosa 21.1

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240
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AS PARÁBOLAS DE JESUS CRISTO

Parábola Mateus Marcos Lucas


1. A parábola da candeia 5.14-16 4.21,22 8.16,17;11.33-36
2. A casa construída sobre a rocha
e a construída sobre a areia 7.24-27 6.47-49
3. Remendo de tecido novo em roupa velha 9.16 2.21 5.36
4. Vinho novo em odres velhos 9.17 2.22 5.37,38
5. O semeador 13.3-23 4.2-20 8.4-15
6. Ojoio 13.24-30
7. O grão de mostarda 13.31,32 4.30-32 13.18,19
8. O fermento 13.20,21
9. O tesouro escondido 13.44
10. A parábola da pérola 13.45,46
11. A parábola da rede 13.47-50
12. A ovelha perdida 18.12-14 15.3-7
13. O credor incompassivo 18.23-35
14. Os trabalhadores na vinha 20.1-16
15. Os dois filhos 21.28-32
16. A parábola dos lavradores maus 21.33-45 12.1-12 20.9-19
17. A parábola das bodas 22.2-14
18. A. parábola da figueira 24.32-44 13.28-3~ 21.29-33
19. A parábola das dez virgens 25.1-13
20. A parábola dos talentos 25.14-30
21. A parábola da semente 4.26-29
22. O dono da casa ausente 13.33-31
23. O credor e os dois devedores 7.41-43
24. O bom samaritano 10.30-37
25. O amigo em necessidade 11.5-13
26. O rico tolo 12.16-21
. 27. O servo vigilante 12.35-40
28. O servo bom e o servo mau 12.42-48
29. A figueira estéril 13.6-9
30. A grande ceia 14.16-24
31. A construção da torre e o rei indo para o combate 14.25-35
32. A dracma perdida 15.8-10
33. O filho pródigo 15.11-32
34. O administrador infiel 16.1-13
35. O rico e Lázaro 16.19-31
36. Os servos improdutivos 17.7-10
37. A viúva persistente 18.1-9
38. O fariseu e o coletor de impostos 18.9-14
39. As minas 19.11-27

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241
HARMONIA DOS EVANGELHOS

É dificil determinar uma cronologia histórica precisa, tanto do ponto de vista interno quanto externo,
para os eventos contidos nos Evangelhos. Existem algumas incertezas com respeito tanto a eventos
históricos externos como quanto ao relacionamento de alguns acontecimentos retratados nos próprios
Evangelhos. Por esta razão, a Harmonia dos Evangelhos apresentada neste trabalho, assim como as
datas históricas indicadas, devem ser consideradas como aproximadas.

Entretanto, estas incertezas não nos devem surpreender, pois os Evangelhos não pretendem ser
biografias completas de Jesus. Os evangelistas dão nos algumas referências históricas, mas sua
intenção primária é apresentar a obra e a pessoa salvadora de Jesus Cristo. Embora possamos ter
absoluta confiança no caráter histórico dos eventos relatados, há muitas informações que os
Evangelhos omitem (cf. Jo 2l.25).

Tradicionalmente, datava-se a vida de Jesus compreendendo o período de 1 a.e. até d.C.33.


Ultimamente o nascimento de Jesus tem sido datado por muitos eruditos ao redor do ano 5 ou 6 a. e.
Sugestões para a data da morte de Jesus variam de 27 d.e. até 33 d.e., sendo a data de 30 d.e. a mais
provável para a última Páscoa.

O nascimento de Jesus ocorreu, provavelmente, um ou dois anos antes da morte de Herodes, o


Grande, em 4 a.e. (cf. Mt 2.1-23). Há muita incerteza quanto ao censo realizado no tempo de
Quirino (Lc 2.2), normalmente datado ao redor do ano 7 de nossa era. Alguns têm sugerido que
Quirino pode ter governado a Síria duas vezes, ou que o censo ocorrido no tempo do nascimento
de Jesus tenha sido uma fase inicial de inscrição para um censo terminado posteriormente,
durante o tempo de Quirino.

Lucas 3.1 data o começo do ministério de João Batista no "décimo quinto ano do reinado de
Tibério César", data um tanto incerta (poderia ser 26 ou 29 d.e., dependendo do calendário usado).
De acordo com Lucas 3.23, Jesus começou seu ministério quando tinha ao redor de 30 anos de
idade. Embora o relato sinótico do ministério de Jesus pudesse ser resumido em apenas um ano, o
registro feito por João de três visitas de Jesus a Jerusalém para a celebração da Páscoa, indica um
período de ministério de três anos (alguns estudiosos preferem um período de dois anos para o
ministério de Jesus). Portanto, se Jesus começou seu ministério em 27 d.e., um ministério de três
anos resultaria em 30 d.e. para a crucificação e ressurreição.

242

..;
Harmonia dos Evanl1elhos

Data Evento Localização

APRESENTAÇÕES DE JESUS

1. Apresentação de Lucas 1.1-4

2. O Cristo anterior à encarnação 1.1-18

3. Genealogia de Jesus Cristo 1.1-17 3.23-38

NASCIMENTO, INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA DE JESUS E JOÂO BATISTA

7 a.C. 1. Anúncio do Nascimento de João Jerusalém (Templo) 1.5-25

7 ou 6 a.C. 2. Anúncio à Virgem do Nascimento de Jesus Nazaré 1.26-38

c. 5 a.C. 3. Saudação de Isabel a Maria Região montanhosa da Judéia 1.39-45

4. Cântico de Louvor de Maria· 1.46-56

5 a.C. 5. Nascimento, Infãncia e Propósito para o Futuro de João Batista Judéia 1.57-80

6. Anúncio a José sobre o Nascimento de Jesus Nazaré 1.18-25


5-4 a.C. 7. Nascimento de Jesus Selém 1.24,25 2.1-7

8. Proclamação dos Anjos Perto de Selém 2.8-14

9. Homenagem dos Pastores Selém 2.15-20

10. Circuncisão de Jesus Selém 2.21

4 a.C. 11. Primeira Visita ao Templo, Reconhecido por Simeão e Ana Jerusalém 2.22-38

12. Visita dos Magos Jerusalém e Selém 2.1-12

13. Fuga para o Egito e Massacre dos Inocentes Belérn, Jerusalém e Egito 2.13-18

14. Do Egito para Nazaré, com Jesus 2.19-23 2.39

Depois 15. Infância de Jesus Nazaré 2.40, 51

d.C.7-B 16. Aos 12 Anos, Jesus Visita o Templo Jerusalém 2.41-50

Depois 17. Dezoito anos de Adolescência e Maturidade de Jesus Nazaré 2.51,52

VERDADES SOBRE JOÃO BATISTA

c. 25--27 d.C. 1 . Início do Ministério de João Deserto da Judéia 3.1 1.1-4 3.1,2 1.19-28

2. Homem e Mensagem 3.2-12 1.2-8 3.3-14

3. Sua Imagem de Cristo 3.11, 12 1.7,8 3.15-18 1.26,27


4. Sua Coragem 14.4-12 3.19-20

INíCIO DO MINISTÉRIO DE JESUS

c. 2 d.C. 1. Batismo de Jesus Rio Jordão 3.13-17 1.9-11 3.21-23 1.29-34

2. Tentação de Jesus Deserto 4.1-11 1.12, 13 4.1-13

3. Escolha dos Primeiros Discípulos Além do Jordão 1.35-51


4. O Primeiro Milagre Caná da Galiléia 2.1-11
5. Primeira estada em Cafarnaum (Cafarnaum é a "Sua" cidade) 2.12
27 d.C. 6. Primeira Purificação do Templo Jerusalém 2.13-22

7. Recebido em Jerusalém Judéia 2.23-25

27 d.C. 8. Ensina Nicodemos sobre Novo Nascimento Judéia 3.1-21

9. Ministério ao Lado de João Judéia 3.22-30

10. Volta para a Galiléia Judéia 4.12 1.14 4.14 4.1-4

11. Mulher Samaritana no Poço de Jacó Samaria 4.5-42

12. Volta para a Galiléia 1.15 4.15 4.43-45

MINISTÉRIO DA GALlLÉIA

27-29 d.C.

27 d.C. 1. Cura do Filho de um Nobre Caná 4.46-54

2 Rejeitado em Nazaré Nazaré 4.16-30

3. Muda-se para Cafamaum Cafamaum 4.13-17

4. Quatro se Tomam Pescadores de Homens Mar da Galiléia 4.18-22 1.16-20 5.1-11

5. Endemoninhado Curado no Sábado Cafarnaum 1.21-28 4.31-37

6. Cura da Sogra de Pedro e Outros Cafamaum 8.14-17 1.29-34 4.38-41

c. 27 d.C. 7. Primeira Viagem de Pregação pela Galiléia Galiléia 4.23-25 1.35-39 4.42-44

8. Cura de um Leproso e Noticia Divutgada Galiléia 8.1-4 1.40-45 5.12-16

9. Paralítico Curado Cafamaum 9_1-8 2.1-12 5.17-26

10. Mateus É Chamado e Oferece uma Recepção Cafamaum 9.9-13 2.13-17 5.27-32

11. Discípulos Defendidos por uma Parábola Cafamaum 9.14-17 2.18-22 5.33-39

28 d.C. 12. Vai a Jerusaém para a Segunda Páscoa e Cura um Coxo Jerusalém 5.1-47

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243
Data Evento Localização Mateus Marcos Lucas João

13. Trigo Colhido Precipita Controvérsia sobre Sábado A Caminho da Galiléia 12.1-8 2.23-28 6.1-5
14. A Cura de um Homem com a Mão Mirrada Galiléia 12.9-14 3.1-6 6.6-11
Causa Outra Controvérsia sobre o Sábado
15. Multidões São Curadas Mar da Galiléia 12.15-21 3.7-12 6.17-19
16. Doze Apóstolos Selecionados Perto de Cafamaum 3.13-19 6.12·16
Após uma Noite de Oração
17. Sermão da Montanha Perto de Cafamaum 5.1-7.29 6.20·49
18. Cura do Servo do Centurião Cafarnaum 8.5-13 7.1-10
19. Ressucita o Filho da Viúva Naim 7.11-17
20. Jesus Aquieta as Dúvidas de João Galiléia 11.2-19 7.18-35
21. Ai dos Privilegiados 11.20-30
22. Mulher Pecadora Unge a Jesus Casa de Simão, Cafamaum 7.36-50
23. Outra Viagem pela Galiléia Galiléia 8.1-3
24. Jesus Acusado de Blasfêmia Cafamaum 12.22-37 3.20-30 11.14-23
25. Jesus Responde à Exigência de um Sinal Cafamaum 12.38-45 11.24-26, 29-36
26. Mãe e Irmãos Procuram Falar com Jesus Cafamaum 12.46-50 3.31-35 8.19-21
28 d.C. 27. Parábolas Famosas. Semeador, Semente, Joio, Junto ao Mar da Galiléia 13.1-52 4.1-34 8.4-18
Grão de Mostarda, Fermento, Tesouro, Pérola,
Rede, Candeia

28. Mar acalmado Mar da Galíléia 8.23-27 4.35·41 8.22-25


29. Cura do Endemoninhado Gadareno Praia Leste da Galiléia 8.28-34 5.1-20 8.26-39
30. Ressurreição da filha de Jairo, 9.18·26 5.21·43 8.40-56
e Cura da Mulher com Hemorragia
31. Restauração da Vista de dois Cegos 9.27·31
32. Cura do Endemoninhado Mudo 9.32-34
33. Segunda Rejeição de Cristo em Nazaré Nazaré 13.53-58 6.1-6
34. O Jovem Rico 9.35 -11.1 6.7-13 9.1-6
35. Herodes, com Medo, Decapita João Galiléia 14.1-12 6.14-29 9.7-9
Primavera, 29 d.C. 36. Retomo dos Doze, Jesus se Retira, Perto de Betesaida 14.13-21 6.30-44 9.10-17 6.1-14
5.000 Alimentados
37. Jesus Anda sobre o Mar Mar da Galiléia 14.22-33 6.45-52 6.15-21
38. Cura dos Enfermos em Genesaré Genesaré 14.34-36 6.53-56
39. Popularidade Diminui na Galiléra Cafamaum 6.22-717.1
29 d.C. 40. Ataque as Tradições 15.1·20 7.1-23
41. Frustrado o Descanso na Fenícia. Fenícia 15.21-28 7.24·30
Cura da Criança Siro-Fenícia
42. Cura de um Surdo e Gago Decápolis 15.29-31 7.31-37
43. Quatro mil Alimentados Decápolis 15.32-39 8.1-9
44. Aumenta o Ataque dos Fariseus Magdala 16.1-4 8.10-13
45. Descuido dos Discípulos é Condenado; 16.5-12 8.14-26
Cura de um Cego

46. Pedro Confessa que Jesus é o Cristo Perto de Cesaréia de Filipe 16.13-20 8.27-30 9.18-21
47. Jesus Prediz sua Morte Cesaréia de Filipe 16.21·26 8.31-38 9.22-25
48. Promessa do Reino 16.27,28 9.1 9.26,27
49. A Transfiguração Montanha não lcentl icada 17.1-13 9.2-13 9.28-36
50. Cura de um Epilético Monte da Transfiguração 17.14-21 9.14·29 9.37-42
51. Fala Novamente sobre sua Morte e Ressurreição Galiléia 17.22,23 9.30-32 9.43·45
52. Impostos Pagos Cafamaum 17.24-27
53. Discípulos Discutem sobre Quem é o Maior. Cafarnaum 18.1-35 9.33-50 9.46·62
Jesus Define Paciência, Lealdade, Perdão
54. Jesus rejeita o Conselho de seus Irmãos Galiléia 7.2-9
c.Sel. 29 d.C. 55. Saída da Galiléia, Rejeição dos Sarnaritanos 19.1 9.51-56 7.10
56. Custo do Discipulado 8.18-22 9.57-62

ÚLTIMO MINISTÉRIO DA JUDÉIA E DA PERÉIA

29-30 d.C.
Out. 29 d.C. 1. Festa dos Tabemáculos Jerusalém 7.2, 10-52
2. Mulher Adúltera Perdoada Jerusalém 7.53·8.11
29 d.e. 3. Cristo-a Luz do Mundo Jerusalém 8.12-20
4. Fariseus não Acertam a Profecia e Jerusalém- Templo 8.21-59
Tentam Destruir o Profela
5. Cego de Nascença É Curado; Conseqüências Jerusalém 9.1-41
6. Parábola do Bom Pastor JerusaJém 10.1-21
7. O Serviço dos Setenta Provalvelmente Judéia 10.1-24
8. Doutor da Lei Ouve a História do Bom Samaritano Judéia (?) 10.25-37

244

'"
~~~~=======================------------
Data Evento Localização Mateus Marcos Lucas João

9. Hospitalidade de Marta e Maria Betânia 10.38-42


10. Outra Lição sobre Oração Judéia (?) 11.1-13
11. Acusado de Relação com Belzebu 11.14-36
12. Julgamento de Escribas e Fariseus 11.37-54
13. Jesus Trata da Hipocrisia, Cobiça, 12.1-59
Preocupação e Vigilância

14. Arrependimento ou Perdição 13.1-5


15. A Figueira Estéril 13.6-9
16. Mulher Encurvada Curada no Sábado 13.10-17
17. Parábolas do Grão de Mostarda e Fermento Provavelmente Peréia 13.18-21
Invemo 29 d.C. 18. Festa da Dedicação Jerusalém 10.22-39
19. Retiro para além do Jordão 10.40-42
20. Inicia o Ensino durante o Retomo para Peréia 13.22-35
Jerusalém com Palavras Especiais sobre Herodes

21. Refeição com um Fariseu Proporciona Cura de 14.1-24


um Hidrópico. Parábolas do Boi, Melhores
Lugares e Grande Ceia

22. Exigências do Discipulado Peréia 14.25-35


23. Parábolas da Ovelha, Moeda e Filho Perdidos 15.1-32
24. Parábolas do Administrador Infiel, Rico e Lázaro 16.1-31
25. Lições sobre Serviço, Fé, Influência 17.1-10
26. Ressurreição de Lázaro Peréia a Betânia 11.1-44
27. Reação ao retiro de Jesus 11.45-54
30 d.C. 28. Inicio da Última Viagem para Jerusalém, Samaria, Galiléia 17.11
via Samaria e Galiléia

29. Cura de Dez Leprosos 17.12-19


30. Lições sobre a Vinda do Reino 17.20-37
31. Parábolas da Viúva Persistente, 18.1-14
Fariseu e Publicano

32. Doutrina sobre Divórcio 19.1-12 10.1-12


33. Jesus Abençoa as Crianças, Objeções Pereia 19.13-15 10.13-16 18.15-17
30 d.C. 34. O Jovem Rico Peréia 19.16-30 10.17-31 18.18-30
35. Os Trabalhadores da 11~Hora 20.1-16
36. Jesus Prediz sua Morte e Ressurreição Perto do Jordão 20.17-19 10.32-34 18.31-34
37. Ambição de Trago e João 20.20-28 10.35-45
38. Cura do Cego Bartimeu Jerico 10.46-52 18.35-43
39. Refeição com Zaqueu Jericô 19.1-10
40. Parábola das Minas Jericô 19.11-27
41. Retorno ao Lar de Marta e Maria Betãnia 11.55-12.1
42. Conspiração para Matar Lázaro Betãnia 12.9-11

ÚLTIMA SEMANA DE TRABALHO EM JERUSALÉM

Primavera 30 d.C. 1. Entrada Triunfal 8etânia para Jerusalém 21.1-9 11.1-11 19.28-44 12.12-19
Domingo 2. Figueira Amaldiçoada e Templo Purificado Betânia a Jerusalém 21.10-19 11.12-18 19.45-48
Segunda-Feira 3. A Atração do Sacrificio Jerusalém 12.20-50
4. Testemunho da Figueira Seca Betânia a Jerusalém 21.20-22 11.19-26
Terça-Feira 5. Sinédrio Desafia Jesus.

Resposta por Parábolas. Dois Filhos,


Lavradores Maus, Festa de Casamento Jerusalém 21.23--22.14 11.27-12.12 20.1-19
6. Tributo a César Jerusalém 22.15-22 12.13-17 20.20-26
7. Saduceus Questionam a Ressurreição Jerusalém 22.23-33 12.18-27 20.27-40
8. Fariseus Questionam os Mandamentos Jerusalém 22.34-40 12-28-34
9. Jesus e Davi Jerusalém 22.41-46 12.35-37 20.41-44
10. Último Sermão de Jesus Jerusalém 23.1-39 12.38-40 20.45-47
11. Oferta da Viúva Jerusalém 12.41-44 21.1-4
12. Jesus Fala sobre o Futuro Monte das Oliveiras 24.1-51 13.1-37 21.5-36
13. Parábolas. Dez Virgens, Talentos,
O Dia de Julgamento Monte das Oliveiras 25.1-46
14. Jesus diz a Data da Crucificação 26.1-5 14.1,2 22.1,2
15. Ungido por Maria no Banquete de Simão Betânia 26.6-13 14.3-9 12.2-8
16. Judas Ajusta a Traição 26.14-16 14.10,11 22.3-6
Quinta-Feira 17. Preparação para a Páscoa Jerusalém 26.17-19 14.12-16 22.7-13
Noite de Quinta-Feira 18. Celebrada a Páscoa Advertência sobre o Ciúme Jerusalém 26.20 14.17 22.14-16, 24-30
19. Lava-Pês Cenáculo 13.1-20

245
Data Evento Localização Mateus Marcos Lucas João

20. Judas Revelado Cenáculo 26.21-25 14.18-21 22.21-23 13.21-30

21. Jesus Adverte sobre Futura Deserção;

Afirmam Lealdade Cenáculo 26.31-35 14.27-31 22.31-38 13.31-38

22. Instituição da Ceia do Senhor Cenáculo 26.26-29 14.22-25 22.17-20

Noite de Quinta Feira 23. Último Discurso para os Discípulos e Oração

Sacerdotal Jerusalém 14.1-17.26

Quinta e Sexta feira 24. Angústia do Getsémani

Monte das Oliveiras Monte das Oliveiras 26.30, 36-46 14.26,32-42 22.39-46 18.1

Sexta-Feira 25. Traição, Prisão, Deserção Getsémani 26.47-56 14.43-52 22.47-53 18.2-12

26. Interrogado Primeiro por Anás Jerusalém 18.12-14,19-

27. Julgado por Cairás e Sinédrio; Injúrias Jerusalém 26.57, 58-68 14.53, 55-65 22.54,63-65 23

28. Tripla Negação de Pedro Jerusalém 26.58,69-75 14.54, 66-72 22.54-62 18.24

29. Condenação pelo Sinédrio Jerusalém 27.1 15.1 22.66-71 18.15-18,25-


30. Suicídio de Judas Jerusalém 27.3-10 27
31. Primeiro Interrogatório perante Pilatas Jerusalém 27.2,11-14 15.1-5 23.1-7

32. Jesus Perante Herodes Jerusalém 23.6-12

33. Segunda vez Perante Pilatos Jerusalém 27.15-26 15.6-15 23.13-25 18.28-38

34. Zombaria dos Soldados Romanos Jerusalém 27.27-30 15.16-19

35. Conduzido ao Gólgota Jerusalém 27.31-34 15.20-23 23.26-33 18.39-19.16

36. Seis Eventos das três primeiras horas na Cruz Calvário 27.35-44 15.24-32 23.33-43

37. Últimas três horas na Cruz Calvárío 27.45-50 15.33-37 23.44-46 19.16,17

38. Eventos Relacionados à Morte de Jesus 27.51-56 15.38-41 23.45,47-49 19.18-27

39. Sepultamento de Jesus Jerusalém 27.57-60 15.42-46 23.50-54 19.28-30

Sexta-Feira 40. Sepulcro Selado Jerusalém 27.61-66 23.55,56

Sábado 41. As Mulheres Observavam Jerusalém 15.47 19.31-42

DA RESSURREiÇÃO À ASCENSÃO

30 d.C. 1. As Mulheres Visitam o Sepulcro Perto de Jerusalém 28.1-10 16.1-8 24.1-1~


Madrugada 2. Pedra e João Vêem o Túmulo Vazio 24.12
Do Primeiro 3. Jesus Aparece à Maria Madalena Jerusalém 16.9-11
Dia (Domingo, 4. Jesus Aparece as outras Mulheres Jerusalém 28.9,10 20.1-10
Dia do Senhor) 5. Os Guardas Relatam a Ressurreição 28.11-15 20.11-18
6. Jesus Aparece a Dois Discípulos
Domingo à Tarde no Caminho de Emaús 16.12,13 24.13-35
7. Jesus Aparece a Dez Discípulos. Tomé Ausente Jerusalém 24.36-43
8. Jesus Aparece aos Discípulos. Tomé Presente Jerusalém
Domingo à Noite 9. Jesus Aparece a Sete Discípulos 20.19-25
Durante 40 Dias Junto ao Mar da Galiléia Galiléia 20.26-31
Até a Ascensão 10. Grande Comissão 28.16-20 16.14-18 24.44-49
11. Ascensão Monte das Oliveiras 16.19,20 24.50-53 21.1-25

Nelson s Com p lere Book of Bible Ma ps and Charts © 1993 b y Thomas Nelson, Inc.

Dinastia Herodiana

Herodes era o nome de família de vários governantes romanos que serviram como governadores da
Palestina e regiões vizinhas durante a época do ovo Testamento.
O primeiro Herodes, conhecido como Herodes o Grande, foi o governador romano da Palestina durante
a época do ImperadorCésar Augusto, no tempo em que Jesus nasceu em Belém (Mt 2,1; Lc 3.1) Todos
os outros Herodes mencionados no Novo Testamento são filhos ou netos deste Herodes.
Herodes o Grande (governou a Palestina de 37-4 a.c.), ficou conhecido como um grande construtor,
organizador e empreendedor, embora sua política fosse considerada cruel e implacável pelo povo judeu, Sua
realização mais notável foi a reconstrução do templo de Jerusalém - um projeto que durou quase cinqüenta
anos. Ele também reconstruiu e expandiu a cidade de Cesaréia, transforrnanda numa cidade portuária à beira
do mar Mediterrâneo. Cesaréia era a capital romana da Palestina durante a época do Novo Testamento. Os
fantásticos aquedutos construídos por Herodes na cidade ainda podem ser vistos hoje.
Antipas, filho de Herodes, sucedeu ao pai como governador romano da Galiléia e Peréia (Mt 14.1)
Antipas foi o responsável pela prisão e morte de João Batista (Lc 3.19, 20; Mt 14.1-12).
Agripa, neto de Herodes o Grande, foi nomeado governador de toda a Palestina pelo Imperador romano
Calígula. Agripa é conhecido como perseguidor dos cristãos primitivos. Mandou executar Tiago e
prendeu Pedro. Por causa de sua crueldade e blasfêmia, Agripa foi morto por um anjo do Senhor,
246

-
k.&:.<t-~ ~5::
Em 50 d.e., seu filho, Agripa lI, foi nomeado governador e rei do território de Calcis. Mais tarde
Abilene, Traconites, Acra e importantes áreas da Galiléia e da Peréia foram também incorporadas ao
território sob seu governo. A única referência a este Herodes no Novo Testamento ocorre em Atos
25.13 ~ 26.32, texto que relata a prisão de Paulo em Cesaréia. Agripa ouviu a defesa de Paulo, mas
o apóstolo havia apelado para César e Agripa. não tinha poder para libertá-lo.
Os outros dois Herodes mencionados no Novo Testamento são HerodesArquelau (Mt 2.22) e Herodes
Felipe (Lc 3.1) Ambos eram filhos de Herodes o Grande, tendo governado parte do território
anteriormente administrado pelo pai.

Planta do Templo de Herodes

N
Porta Exterior do Norte

t~t
II II II
U L
Cláustros Cláustros Cláustros Cláustros
Internos Internos Internos Internos Pátio dos Câmara dos
Nazireus Leprosos
Pátio de Israel (Homens)
Balcão das Mulhere Balcão das Mulheres

El-
Pátio de Sacerdotes

I I I I
-
o - Lugar
Santíssimo
Lugar Santo IAltarl
Porta Interior
Oriental
Pátio das
Mulheres
Porta Exterior
Oriental
L
-
• --
I I I I
Pátio de Sacerdótes

Balcão das Mulhere Balcão das Mulhere


Pátio de Israel (Homens)

II II l I
Compartimento Pátio do
Cláustros para Lenha
Cláustros Cláustros Cláustros Canto
Internos Internos Internos Internos
11

t---------t----~po-rt~a~Et~e~ri-or-d~o~S~U~I-----------------t

5 © 2002, Editora Cultura Cristã

A Família de Herodes
Herodes o Grande
I
Filho de Doris Filhos de Mariana Fihos de Maltace Filhos de Cleópatra Filhos de Mariana

----r- uma samaritana de Simão

Antipater
I
Aristóbulo
I
Alexandre

I Tetrarca Herodes
Felipe 11 T
+
Herodes
Herodes Arquelau Filipe I
Antipas (1 Q marido de Herodias)
,------ ------------~
H. de Calcis Herodias (mulher de
Herodes Antipas)
Herodes
Agripa I Salomé
I
~I
-------~----------~I
Berenice H.Agripa II Drusila
(casada com Félix)

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247
Diri~entes Políticos da Palestina no Novo Testamento

Imperador Romano Governadores da Palestina

Herodes o Grande (37- 4 a.C.)

Judéia Galiléia e Peréia Outras províncias

César Augusto Arquelau Herodes Antipas Herodes Filipe II


31 a.C. - 14 d.C.
Copônio

Ânio Rufo

Tibério César Valério Grato

Pôncio Pilatos

Calígula Marcelo

Herodes Agripa

Cláudio Cuspi o Fado

Tibério Alexandre
Herodes Agripa 11
Ventido Comano
(começou a govemar em 34 d.C.
M. Ântonio Félix
em outras província e em 39 d.C,
Nero Pórcio Festo
na Galiléia e na Peréia)
Clodio Albino

Galbo, Oto, Vitélio Gessio Floro

Vespasiano Revolta Judaica (66 - 70 d.C)

Tito

-
Domiciano

Nelson s Complete Boa" oJ Bib!e Maps and Charts © 1993 by Thomas elson. Inc.

248
MATEUS

o Evangelho de Mateus está apropriadamente localizado no início do Novo Testamento, não por que tenha
sido o primeiro livro escrito do Novo Testamento, nem tampouco porque seja o Evangelho mais antigo. A
razão é, antes de tudo, porque este Evangelho coloca sua maior ênfase na relação entre Jesus e o Antigo
Testamento, servindo, assim, como uma ponte entre os dois Testamentos, como promessa e cumprimento.

Autor

Os mais antigos manuscritos do primeiro Evangelho não identificam seu autor, e alguns estudiosos
~ ') modernos rejeitam a autoria de Mateus. Entretanto, desde o segundo século da nossa era, a tradição
~~ da Igreja tem atribuído a autoria deste Evangelho a Mateus, o discípulo de Jesus e apóstolo .
~ .,/ Antes de ser chamado para seguir a Jesus (Mt 9.9-13), Mateus ocupava um cargo muito impopular
como cobrador de impostos para o Império Romano em Cafarnaum. Como um cobrador de impostos
bem qualificado, Mateus estava, provavelmente, acostumado a tomar notas e manter registros do
que acontecia ao seu redor. O caráter judaico deste Evangelho combina bem com tal autor.

Data

Alguns têm sugerido uma data tão precoce quanto o ano 50 de nossa era, e Mateus foi o primeiro a
ser citado por um dos pais da Igreja ao redor de 110 d.C. A data precisa depende, até certo ponto, do
relacionamento de Mateus com Lucas e Marcos (Examine "Os quatro Evangelhos" página 237).
As duas expressões "até o dia de hoje" (27.8) e "até este dia" (28.15) indicam que um período
substancial de tempo se passou desde os eventos descritos no livro, mas também aponta para uma
data anterior à destruição de Jerusalém em 70 d.e. O sabor judaico deste Evangelho é mais um
argumento a favor de uma data anterior a 70 d.e.
Se Mateus dependeu do Evangelho de Marcos como uma de suas fontes, a data de Marcos determinaria
a data mais antiga possível para Mateus, e uma época plausível para a composição deste livro seria
58-68 d.e. Foi, provavelmente, escrito na Palestina ou em Antioquia da Síria.

Temas e Estrutura Literária

Em termos de conteúdo, Mateus pode ser esquematizado da seguinte forma: a apresentação do


Rei (l.1-4.11); a proclamação do Rei (4.12-7.29); o poder do Rei (8.1-11.1); a rejeição
crescente ao Rei (1l.2-16.12); a preparação dos discípulos do Rei (16.13-20.28); apresentação
e rejeição do Rei (20.29-27.6); confirmação do Rei (28.1-20).
Uma chave importante para definir a estrutura literária de Mateus pode ser encontrada na
expressão "Quando Jesus acabou" (7.28; 1l.1; 13.53; 19.1; 26.1), que é usada para concluir os
cinco discursos mais importantes do livro. Sermão da Montanha (5.3-7.27); Instrução aos
Discípulos (10.5-42); Parábolas do Reino (13.3-52); Os termos do Discipulado (J 8.3-35); e o
Discurso das Oliveiras (24.4-25.46). Esta estrutura quíntupla, comum no Judaísmo (por ex. o
Pentateuco), possivelmente indique o propósito de Mateus de apresentar Jesus como cumprimento
da profecia da vinda de um profeta como Moisés (Dt. 18.15).

249
A Igreja Primitiva colocou Mateus como primeiro livro do Cânon do Novo Testamento, porque ele
forma uma ponte natural entre os dois Testamentos: Mateus apresenta Jesus como o Rei Messiânico
prometido a Israel e como descendente de Davi. Para demonstrar que Jesus preenche as qualificações
do Messias, Mateus usa um número maior de alusões e citações do Antigo Testamento do que
qualquer outro livro do Novo Testamento (quase 130). A frase "para que se cumprisse o que foi dito
pelo profeta" aparece nove vezes neste Evangelho e nenhuma vez nos outros.
Mateus destaca a figura de Jesus como mestre e especialmente como intérprete autorizado e
competente da Lei de Moisés e da vontade de Deus (4.23; 5.2; 7.28, 29).
Mateus é o único Evangelho que menciona explicitamente a Igreja (16.18; 18.17), e a expressão
"Reino do Céu" ocorre trinta e duas vezes neste Evangelho, mas não aparece em nenhum outro livro
do Novo Testamento.
A narrativa de Mateus inclui alguns eventos que não são mencionados ou não têm paralelo preciso
nos outros evangelhos - por exemplo, a visita dos magos (2.1-12), a fuga para o Egito (2.12-23), e
o Sermão da Montanha (5.1 - 7.29).
Houve cumprimento de profecia na fuga de José e Maria para o Egito (Mt 2.15; cf. Os 11.1).
Muitos estudiosos sugerem que, ao empregar o texto de Oséias 11.1 em 2.15, Mateus infere
que Jesus recapitula a história de Israel, e incorpora em si mesmo o futuro de Israel como povo
de Deus.

Mateus em Relance

ÊNFASE DÁDIVA DO REI REJEiÇÃO AO REI

TEXTO 1.1 4.12 8.1 11.2 16.13 20.29 28.1 - 28.20

PREPARAÇÃO
CRESCENTE APRESENTAÇÃO
DIVISÃO APRESENTAÇÃO PROCLAMAÇÃO PODER DOS DESAGRAVO
REJEiÇÃO E REJEiÇÃO
DO REI DO REI DO REI DiscíPULOS AO REI
AO REI DO REI AO REI

TÓPICOS ENSINANDO AS MULTIDÕES ENSINANDO OS DOZE

.
CRONOlÓGICO
I TEMÁTlCO CRONOlÓGICO

BElÉME
LOCAL GALllÉIA JUDÉIA
NAZARÉ

OCASIÃO c. 4 a.C. - 33 d.C.

Nelson 's Complete Book of Bible Maps and Charts ~ 1993 by Thomas Nelson, lnc.

Quando Ocorreram os Eventos do Novo Testamento

••
250

-'6 Q
--------------

Maria, José e Jesus fo~em para o E~ito

(1) Maria e José vão a Belém, onde nasce Jesus.

(2) O casal leva Jesus a Jerusalém para a apresentação


e retornam a Belém, onde recebem a visita dos magos.

(3) José é avisado em sonhos ea família foge para o Egito.

(4) Ao saber da morte de Herodes a família retoma


e se estabelece em Nazaré.

Do Egito
chamei o meu filho"
Os 11.1

.-§?
~ N
~
r
o
I
o
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ESBOÇO DE MATElJS

Primeira Parte: A Apresentação do Rei (1.1 - 4.11)

I. O Advento do Rei 1.1 - 2.23


A. Genealogia de Cristo 1.1-17
B. Nascimento de Cristo 1.18-25
C. Visita dos Magos 2.1-12
D. Fuga para o Egito 2.13-15
E. Herodes Mata as Crianças 2.16-18
F. Jesus Retoma a Nazaré 2.19-23

11. O Anunciador do Rei 3.1-12


A. A Pessoa de João Batista 3.1-6
B. A Pregação de João Batista 3.7-12

111. O Rei É Aprovado 3.13 - 4.11


A. O Batismo de Jesus 3.13-17
B. A Tentação de Jesus 4.1-11
251
Segunda Parte. A Proclamação do Rei (4.12 - 7.29)

I. O Ambiente do Sermão 4.12-25


A. Jesus Inicia seu Ministério 4.12-17
B. Jesus Chama seus Primeiros Discípulos 4.18-22
C. O Ministério de Jesus na Ga1iléia 4.23-25

11. O Sermão da Montanha 5.1 - 7.29


A. Os Súditos do Reino 5.1-16
B. O Relacionamento de Jesus com a Lei 5.17- 7.6
C. Jesus Instrui sobre como Entrar no Reino 7.7-27
D. Resposta ao Sermão 7.27,28

Terceira Parte. O Poder do Rei (8.1 - 11.1)

I. Demonstrações do Poder do Rei 8.1 - 9.34


A. Milagres de Cura 8.1-17
B. Obrigações do Discipulado 8.18-22
C. Milagres de Poder 8.23- 9.8
D. Tipos de Discípulos 9.9-17
E. Milagres de Restauração 9.18-34

11. O Rei Delega Poder 9.35 - 11.1


A. A Necessidade de Delegar Poder 9.35-38
B. Os Doze Apóstolos São Enviados 10.1-4
C. Os Doze Apóstolos São Instruídos 10.5-1l.l

Quarta Parte. A Crescente Rejeição ao Rei. (11.2 - 16.12)

I. O Começo da Rejeição 11.2-30


A. Rejeição de João Batista 11.2-15
B. Rejeição da Geração de Jesus 1l.l6-19
C. Rejeição de Corazim, Betsaida, e Cafamaum 11.20-24
D. Convite para Vir a Jesus 11.25-30

11. Rejeição dos Fariseus a Cristo 12.1-50


A. Controvérsia sobre Trabalho aos Sábados 12.1-8
B. Controvérsia sobre Cura aos Sábados 12.9-13
C. Plano dos Fariseus para Destruir a Cristo 12.14-21
D. Blasfêmia ao Espírito Santo 12.22-30
E. Fariseus Cometem o Pecado Imperdoável 12.31-37
F. Fariseus Exigem um Sinal 12.38-45
G. Jesus e os Verdadeiros Irmãos 12.46-50

111. As Conseqüências da Rejeição 13.1-53


A. Parábolas Faladas à Multidão l3.1-35
B. Parábolas Contadas aos Discípulos l3.36-53

IV. Rejeição Continuada ao Rei 13.54 - 16.12


A. Rejeição de Nazaré l3.54-58
B. Rejeição de Herodes 14.1-36
C. Rejeição dos Escribas e Fariseus 15.1-39
D. Rejeição dos Fariseus e Saduceus 16.1-12
252

.•. _ ---~::-: --------------


...
Quinta Parte. A Preparação dos Discípulos do Rei (16.13 - 20.28)

I. A Revelação diante da Rejeição 16.13 - 17.13


A. A Revelação da Pessoa do Rei 16.13-17
B. A Revelação do Programa do Rei 16.l8-17.13

11. A Instrução em vista da Rejeição 17.14 - 20.28


A. Instruções sobre a Fé 17.14-21
B. Instruções sobre a Morte de Jesus 17.22,23
C. Instruções sobre Impostos 17.24-27
D. Instruções sobre a Humildade 18.1-5
E. Instruções sobre os Tropeços 18.6-20
F. Instruções sobre o Perdão 18.21-35
G. Instruções sobre Divórcio 19.1-15
H. Instruções sobre Riqueza 19.16-20.l6
I. Instruções sobre a Morte de Jesus 20.17-19
J. Instruções sobre a Ambição 20.20-28

Sexta Parte. Apresentação e Rejeição do Rei (20.29 - 27.66)

I. Os Cegos Reconhecem o Rei 20.29-34

11. Apresentação Pública do Rei 21.1-17


A. Entrada Triunfal 2l.1-11
B. A Purificação do Templo 2l.l2-17

111. A Nação Rejeita o Rei 21.18 - 22.46


A. A Figueira Amaldiçoada 21.18-22
B. Conflito com Sacerdotes e Anciãos 2l.23-22.l4
C. Conflito com Fariseus e Herodianos 22.15-22
D. Conflito com Saduceus 22.23-33
E. Conflito com Fariseus 22.34-46

IV. O Rei Rejeita a Nação 23.1-12


A. Jesus Caracteriza os Fariseus 23.1-12
B. Jesus Condena os Fariseus 23.13-36
C. Lamento de Jesus sobre Jerusalém 23.37-39

V. As Predições sobre a Segunda Vinda do Rei 24.1 - 25.46


A. O Templo Será Destruído 24.1,2
B. Duas Perguntas dos Discípulos. Quando? e O Que? 24.3
C. Jesus Responde sobre "O Que?" 24.4-31
D. Jesus Responde sobre "Quando?" 24.32-51
E. Jesus Prediz Julgamento em sua Vinda 25.1-46

VI. A Paixão do Rei 26.1 - 27.66


A. Líderes Religiosos Tramam a Morte de Jesus 26.l-5
B. Maria Unge Jesus para o Sepultamento 26.6-13
C. Judas Concorda em Trair Jesus 26.14-16
D. Os Discípulos Celebram a Páscoa 26.17-35
E. Jesus É Preso no Getsêmani 26.36-56
F. Jesus É Julgado 26.57 - 27.25
G. Jesus É Crucificado 27.26-56
H. Jesus É Sepultado 27.57-66

253
Sétima Parte. A Reivindicação do Rei (28.1-20)

I. O Túmulo Vazio 28.1-8

11. Jesus Aparece às Mulheres 28. 9, 10

111. O Suborno dos Guardas 28.11-15

IV. Jesus Aparece aos Discípulos 28.16,17

V. A Grande Comissão 28.18-20

o Sermão da Montanha

o longo discurso de Jesus conhecido como Sermão da Montanha (Mt 5 - 7) recebeu este nome porque
no início de seu ministério Jesus ensinou seus discípulos e as multidões que o seguiam da encosta de
uma montanha (Mt 5.1) O lugar onde tradicionalmente se considera que Jesus tenha pregado este
sermão é marcado hoje por uma pequena e bela igreja denominada Capela do Monte das Bem
Aventuranças, um dos mais importantes pontos de visita para os turistas que viajam pela Terra Santa.
O tema central do Sermão é resumido em Mt 5.48. "Portanto, sede vós perfeitos, como perfeito é o
vosso Pai Celeste." A palavra "perfeito"não quer dizer sem pecado e não se refere à perfeição
moral. Ela indica integralidade, totalidade, maturidade - significa tudo aquilo que Deus deseja que
uma pessoa seja. Este objetivo, embora não consigamos alcançá-lo nesta vida, deveria nos desafiar
continuamente a servir cada vez melhor ao nosso Senhor.
As dez principais seções do Sermão do Monte são as seguintes.
1- As Bem-Aventuranças (5.3-12) - as recompensas abençoadas de vivermos como cidadãos do
Reino de Cristo
2- A lição do sal e da luz (5.13-16) - os efeitos da vida cristã sobre o mundo.
3- A verdadeira justiça (ou retidão) (5.17-48) - o significado profundo da lei de Deus.
4- Prática sem hipocrisia (6.1-18) - as razões certas para dar, orar e jejuar.
5- As preocupações ou cuidados cristãos (6.19-34) - servir a Deus com singeleza de propósito e colocar
os interesse de seu reino em primeiro lugar nos liberta da ansiedade sobre coisas menos importantes.
6- Advertência sobre julgamento (7.1-16) - os perigos de julgarmos os outros de maneira impiedosa
e descuidada.
7- Convite à oração (7.7-12) - as bênçãos e privilégios da oração.
8- Os dois caminhos (7.13, 14) - escolha o caminho estreito, não o caminho largo que conduz à perdição.
9- A árvore e seus frutos (7.15-20) - "Por seus frutos os conhecereis."
10- A importância das obras (7.21-29) - obedecer a Deus é bem melhor do que falar sobre obediência.

o Batismo de Jesus

Os três Evangelhos Sinóticos registram o batismo ea tentação de Jesus (Mt 3.13 - 4.11; Me 1.9-13;
Lc 3.21, 22; 4.1-13). No batismo Jesus se identifica com o povo que veio salvar. Naquele momento
ele recebeu a bênção de seu Pai Celeste e o poder do Espírito Santo para a realização de sua obra
messiânica. Imediatamente após o batismo, Jesus foi conduzido pelo Espírito Santo ao deserto para
ser tentado pelo diabo. Era necessário que Jesus, sendo o segundo Adão inculpável, enfrentasse seu
adversário logo no início de seu ministério e demonstrasse brilhantemente sua vitória sobre a tentação.
O mapa à página ao lado traça a possível rota usada por Jesus de Nazaré até o local onde João
batizava e depois até o deserto da Judéia.
254
Ministério de Jesus na Galiléia

Os Evangelhos Sinóticos dão considerável proeminência ao ministério de Jesus na Galiléia. Uma


região de população mista, a Galiléia era conhecida como "Galiléia dos Gentios" (Mt. 4.15) e seus
habitantes judeus, com o sotaque característico da região (Mt. 26.69, 73), eram freqüentemente
desprezados pelos judeus da Judéia.
Embora nascido na cidade Judéia de Belém, Jesus foi criado em Nazaré, uma cidade da Galiléia. A
cidade de Cafamaum tomou-se o centro do ministério de Jesus na Galiléia, e a maioria de seus
discípulos era, também, desta mesma região.

(7 - Local exato questionável)

Mar o 40Mi
Mediterrâneo I
o 40km

GALlLÉIA

DECÁPOLlS

PERÉIA

N
Jerusalém

JUDÉIA • Maquerunte
t
© 2002, Editora Cultura Cristã

255
Ministério na Galiléia

"Então, correu célere


a fama de Jesus
Cesaréia de
'" Cura filha da Filipe e
em todas as direções, mulher siro-fenícia (Mc 7).
por toda a
\ Jesus prega;
circunvizinhança da Galiléia"
(Mc 1.28). ,"?" Distrito de confissão de Pedro (Mt 16).
~(j Tiro e Sidom
««J Quedes e

Cura de
Merom G~ULANITIS
e um cego (Mc 8).
Mar Cinco mil Selêucia
Centro tático Sermão
Mediterrâneo são alimentados
e
do ministério; do Monte Corazim e
muitos milagres. (Mt 5-7). (Mc6).
~_~-l Cafarnaume
Genesarée Betsaida
't- --1Jesus anda
sobre
e Gergesa as águas
GALlLÉIA Caná (Mc 6).
inium e
Sefóris
~.
0Q Nazaré
<;:,.
~
Megido '? Gadara
e
Cura do endemoninhado;
Prega na demônios entram
sinagoga e nos porcos (Mc.45).
é rejeitado (Lc 4).
DECÁPOLlS

Palestina Central

Na porção compreendida entre 19.1 - 20.34, Mateus relata o final do ministério de Jesus na região
da Judéia, Palestina Central. Começando na margem leste do Jordão, Jesus seguiu em direção a
Jerusalém, e do clímax de sua obra redentora.

"Esta notícia e S~41~ e Siló


a respeito dele Antipátride fl>/~
divulgou-se
por toda a Judéia e Efraim
e por toda a Arimatéia Betel
e e
circunvizinhança"
(Lc 7.17). Lida Gibeão Ramá
e e e e
Anatote J " .
Emaús Filadélfia
e e e Mizpa e enco
Ecrom
Quiriate-Jearim e Jerusalem
• e Nobe
e Betabara
• Ciprus
e
e
e
Bete-Nimrá °
e e Betfage
JUDÉIA Lívias
e Azoto
Bete-Hacerem e
B tâ " e Qumram e
e ama
Belém e Hicárnia Medeba
°
Deserto da e
e Asquelom AdulãOe e 0H ero dirum -1-----+- Judéia
Bete-Zur
Eleutrópolis e
Eglome e Tecoa Maquerunte
Marisa e e
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I -
256
~
,
<
Ministério de Jesus Além da Galiléia
Embora Jesus tivesse dirigido seu ministério primeiramente aos judeus (Mt 15.24), os quatro Evangelhos
registram ocasiões em que ele ministrou aos gentios. A razão imediata da excursão de Jesus em
território gentio foi a oposição dos líderes judeus, mas seu ministério nesta região serviu também para
antecipar a extensão do Evangelho aos gentios após o Pentecostes.
Perto de Tiro Jesus expulsou um demônio da filha de uma mulher siro-fenícia (Me 7.24-30), Pedro
fez sua grande confissão em Cesaréia de Felipe (Mt 16.13-19). Jesus voltou para a Galiléia passando
pela região de Decápolis e cruzando o Rio Jordão ao sul do mar da Galiléia.

A Vida de Jesus

Início do Ministério:
Batizado e tentado
no sul da Palestina (Mc 1.9-13); Cana.
transformou água em vinho
em Caná da Galiléia (Jo 2.1-12);
iniciou seu ministério com
uma proclamação pública na
sinagoga de Nazaré (Lc 4.16-23);
ensinou e curou na • Guedara
vizinhança de Cafarnaum (Mt 4.23-25).

Primeira Parte do
Ministério na Galiléia:
Pregou o Sermão do Monte (Mt 5-7);
ressuscitou o filho da
viúva de Naím (Lc 7.11-17);
curou o endemoninhado
em Guedara (Lc 8.26-39);
rejeitado por seus conterrâneos
em Nazaré (Mt 13.53-58). • Samaria
Final do ministério
ao sul e no centro da Palestina:
Curou dez leprosos
em Samaria (Lc 17.11-19);
ressuscitou Lázaro
dos mortos em Betânia (Jo 11.38-44);
preso, crucificado,
e ressuscitado em Jerusalém (Mc 14-16).

Mar
Mediterrâneo

8elém •

Mar
Nascimento e infância: Nascido em Belém (Lc 2.1-7); Morto
levado para o Egito para escapar da ameaça de Herodes (Mt 2.13-15);
cresceu em Nazaré, na Galiléia (Mt 2.19-23);
aos doze anos visitou o templo em Jerusalém (Lc 2.41-50).

© 2002, Editora Cultura Cristã


•!

257
Última Viallem a Jerusalém

Embora Jesus tenha feito várias viagens a Jerusalém (relatadas com maiores detalhes no Evangelho
de João), os Sinóticos enfatizam apenas sua última viagem à cidade onde ele deveria sofrer pelos
pecados do seu povo e ressucitar vencendo a morte.
Durante esta viagem da Galiléia para Jerusalém, Jesus instruiu seus discípulos sobre o significado do
verdadeiro discipulado cristào e falou-lhes sobre sua próxima paixào.

Acontecimentos da Semana Santa

Os evangelistas devotam grande atenção aos acontecimentos que culminaram com a crucificação de
Jesus. A última semana de seu ministério terreno começou com a entrada triunfal em Jerusalém, e os
"Hosanas" cantados pela multidão, os quais se transformaram, antes que a semana terminasse, em
gritos de "Crucifica-o." Jesus, aparentemente, gastou a maior parte da semana ensinando no templo
durante o dia. As noites foram passadas no lar de Marta, Maria e Lázaro, em Betânia. Acontecimentos
significativos durante esta semana incluíram a trama do Sinédrio, a traição e prisão de Jesus, os
julgamentos, e a caminhada de Jesus até o Gólgota, passando pelas ruas de Jerusalém, um caminho
conhecido hoje como Via Dolorosa, e a ressurreição. Após sua ressurreição, o ministério de Jesus
continuou por mais quarenta dias antes de sua ascenção.

Dia Acontecimento Referência Bíblica


~
Domingo. Entrada Triunfal em Jerusalém Marcos 11.1-11

Segunda Feira Purificação do templo em Jerusalém Marcos 11.15-19

Terça Feira O Sinédrio desafia a autoridade de Jesus Lucas 20.1-8


Jesus prediz a destruição de Jerusalém e sua segunda vinda Mateus 24; 25
Maria unge Jesus em Betânia João 12.2-8
Judas negocia com as autoridades judaicas para trair Jesus Lucas 22.3-6

Quinta Feira Jesus come a Páscoa com seus discípulos e institui a Ceia do Senhor João 13.1-30/ Marcos 14.22-26
Jesus ora por seus discípulos no Getsêmani João 17

Sexta Feira Traído e preso no Jardim do Getsêmani Marcos 14.43-50


Interrogado por Anás, o antigo Sumo Sacerdote João 18.12-24
Condenado por Caifás e pelo Sinédrio Marcos 14.53-65
Pedro nega a Jesus três vezes João 18.15-27
Jesus é formalmente condenado pelo Sinédrio Lucas 22.66-71
Judas comete suicídio Mateus 27.3-10
Julgamento de Jesus diante de Pilatos Lucas 23.1-5
Jesus comparece diante de Herodes Antipas Lucas 23.6-12
Formalmente condenado à morte por Pilatos Lucas 23.13-25
Jesus sofre zombaria e é crucificado entre dois ladrões Marcos 15.16-27
O véu do templo se parte quando Jesus morre Mateus 27.51-56
É enterrado no túmulo de José de Arimatéia João 19.31-42

Domingo Jesus é ressucitado dos mortos Lucas 24.1-9

,- 258
o Juleamento e Crucificação de Cristo

Após sua entrada triunfal em Jerusalém, Jesus encontrou a oposição de sacerdotes, Saduceus,
Fariseus, e escribas. Depois de sua prisão no Jardim do Getsêmani, os três julgamentos religiosos e
três civis culminaram com sua crucificação fora das portas da cidade.

o Juleamento e Crucificação de Cristo

"Calvário de Gordon"
e Jardim do Túmulo
N Localização Alternativa
Estrada de Betânia

t
Entrada Triunfal no
Domingo de Ramos

Tanque de
8etesda

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2
C
O
~
o Jardim do
Getsêmane
Palácio de Jesus é preso
Palácio de Herodes Antipas
Herodes

Muros durante
o tempo de Cristo

-r=:== • Fonte de Giom

E. 'Pp..\~
C\Op..O ..-:t::::::-Y/
Tanque de
"E aconteceu que,
~ Porta de _ /1 ao se completarem os dias
em que devia ele
Porta dos Porta das ser assunto ao céu,
Refúgio
Essênios manifestou, no semblante,
Águas
a intrépida resolução
de ir para Jerusalém" (Lc 9.51).
VALE DE HINOM
© 2002, Editora Cultura Cristã

259
Aparições de Jesus após sua Ressurreição

As Escrituras documentam dez aparições de Cristo após sua ressurreição e antes de sua ascenção,
além destas, temos a aparição do Cristo glorificado a Paulo, na estrada de Damasco. Estas
repetidas confirmações apontam para a centralidade da ressurreição para os crentes do Novo
Testamento - a certeza da ressurreição de Cristo nos dá a firme garantia da ressurreição final
dos crentes (lCo 15.12-23).
Examine o mapa abaixo "A Ressurreição." Veja também o gráfico "Aparecimentos do Cristo
Ressucitado", página 311.

A Ressurreição

• Cafarnaum

.
"... de fato Cristo ressuscitou
dentre os mortos, Ptolemaida •
sendo ele as
primícias dos que dormem" \\...~\~
(1 Co 15.20). G~\": Tiberíades

Mar
Mediterrâneo • Cesaréia Jesus parece a onze discípulos
numa montanha da Galiléia (Mt 28)

Em Jerusalém Cristo
aparece para: Maria Madalena (Mc 16); SAMARIA PERÉIA
'para as outras mulheres (Mt 28);
aos onze discípulos (Lc 24);
e a Tomé (Jo 20).

Jesus aparece a
quinhentos irmãos • Jope
e a Tiago (1Co 15)
Local desconhecido
• Emaús N

Jesus aparece a
dois discípulos no
caminho de Emaús (Lc 24)
JUDÉIA
Jerusalém
Betânia
à :...·----:r-Tl
Monte das Oliveiras
Ascenção (Lc 24)
t
© 2002, Editora Cultura Cristã

260
A Terra dos Evanl!elhos

_ Damasco

SíRIA

Mar
Mediterrâneo
Cisjordânia

SlMARIA
PERÉIA
~:além -Amã

Belém/'
- Gaza /

·IDUMÉIA

t
JORDÂNIA
ISRAEL

EGITO
Nomenclatura Moderna

Nomenclatura do Novo Testamento

o 60 Mi
Sinai I I! I

o 60 km
© 2002, Editora Cultura Cristã

261

--~
...••
MARCOS

Marcos, o mais CUlto dos evangelhos, conta-nos mais a respeito das obras do que dos ensinos de
Jesus. A maioria dos acontecimentos registrados aparece também em Mateus e Lucas, mas Marcos
os narra com mais detalhes e mais vivacidade. Seu estilo direto e movimentado leva o leitor rapidamente
ao evento central do Evangelho - a morte e ressurreição de Jesus.

Autor

o Evangelho de Marcos, como todos os outros, é tecnicamente anônimo, pois o autor não se identifica.
~
f(
~
~
_ Entretanto, o testemunho claro dos pais da igreja primitiva é de que o livro foi escrito por João
Marcos, cuja família tem uma presença importante na igreja primitiva de Jerusalém (At 12.12).
Marcos foi companheiro de Paulo e Bamabé na primeira viagem missionária (At 12.25; 13.13).
~
Embora Paulo tivesse se recusado a levá-Ia em sua segunda viagem (At 15.37,38), mais tarde,
Marcos reconciliou-se com Paulo (C14.10) e associou-se a Pedro (1Pe 5.13).

Data

Muitos eruditos crêem que Marcos tenha sido o primeiro dos quatro evangelhos, mas existe alguma
incerteza a respeito da data. Por causa da profecia sobre a destruição do templo (13.2), ele deveria
ser datado antes de 70 d.C. mas as tradições mais antigas discordam quanto ao livro ter sido escrito
antes ou depois do martírio de Pedra (64 d.C.). O período provável para a composição deste livra
varia entre 55 d.C. - 68 d.C.
O Evangelho foi, evidentemente, dirigido a um público romano, e a tradição primitiva indica que ele
originou-se em Roma. Esta pode ser a razão por que Marcos omite um número apreciável de itens
que não teriam sentido para os gentios, como as genealogias de Cristo, cumprimento de profecia,
referências à Lei e certos costumes judaicos que encontramos nos outros Evangelhos. Marcos também
interpreta palavras aramaicas (3.17; 5.41; 7.34; 15.22) e usa um grande número de termos latinos em
vez de seus equivalentes gregos (4.21; 6.27, 42; 15.15, 16,39).

Temas e Estrutura Literária

Marcos estrutura seu Evangelho ao redor da movimentação geográfica de Jesus, que chega ao
clímax com sua morte e ressurreição. Após a introdução, Marcos narra o ministério público de Jesus
na Galiléia(1.l4-8.30), a caminho da Judéia (8.31-10.52), e em Jerusalém (l1.l-13.37),culminando
na paixão (14.1-15.47), e ressurreição (cap. 16).
Sendo o mais curto e mais simples dos Evangelhos, Marcos apresenta um relato vívido e movimentado
do ministério de Jesus. A palavra característica deste livro é o termo grego euthus, traduzido como
"imediatamente", expressão que aparece mais freqüentem ente neste pequeno Evangelho do que no
restante do Novo Testamento. Cristo está constantemente se movimentando em direção a um alvo
que permanece desconhecido para quase todos.

262
Marcos realça o poder e a autoridade de Jesus, o eterno Filho de Deus, como Mestre (1.22), sobre
Satanás e os espíritos imundos (1.27; 3.19-30), sobre o pecado (2.1-12), sobre o sábado (2.27, 28;
3.1-6), a natureza (4.35-41; 6.45-52), a doença (5.21-34), a morte (5.35-43), a tradição legalista (7.1-
13; 14-20), e sobre o templo (11.15-18).
Quase quarenta por cento deste Evangelho dedica-se a relatar, com detalhes, os últimos oito dias de
vida de Jesus, culminando com sua ressurreição. Marcos enfatiza, de muitas maneiras, a paixão e
ressurreição como o padrão segundo o qual todo o ministério de Jesus pode ser avaliado.

Marcos em Relance

ÊNFASE SERVIR SACRIFICAR

TEXTO 1.1 2.13 8.27 11.1 16.1 16.20

APRESENTAÇÃO OPOSiÇÃO AO INSTRUÇÃO AO REJEiÇÃO AO RESSURREiÇÃO


DIVISÃO
DO SERVO SERVO SERVO SERVO DO SERVO

ENSINO E SINAIS SOFRIMENTO


TÓPICOS
C.DE3ANOS C.DE6MESES OITO DIAS

LOCAL GALlLÉIA E PERÉIA JUDÉIA E JERUSALÉM

,-
OCASIÃO c. 29-33 d.C.

Nelson s Complete Book Df Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas elson, Inc.

o "5eflredo Messiânico" em Marcos

Em várias ocasiões no Evangelho de Marcos, Jesus diz às pessoas que não contassem quem ele era,
nem que haviam presenciado algo que poderia demonstrar sua identidade. Isto é chamado "Segredo
Messiânico". Por que Jesus desejaria manter em segredo sua identidade como Messias?

• Para evitar que o considerassem como um mero "operador de maravilhas". Observe que muitas
destas ordens foram dadas após um milagre. Jesus não desejaria que as pessoas o seguissem
apenas para vê-lo fazer mágicas. Ele veio como Filho de Deus, trazendo salvação e perdão de
pecados, não apenas cura fisica e milagres.
• Para evitar publicidade indevida, que prejudicaria sua mobilidade e seu ministério com os discípulos.
Veja o resultado da desobediência do leproso em 1.45.
• Para evitar interpretações errôneas quanto ao tipo de Messias que Ele era. Ele veio para sofrer,
servir e sacrificar-se, não simplesmente para demonstrar seu poder (cf. 10.45).
• Para evitar a morte prematura que poderia ser a conseqüência de um aumento da popularidade.

Depois da transfiguração, que manifesta sua glória aos discípulos, Jesus disse-lhes para não comentarem
sobre este acontecimento "até o dia em que o Filho do Homem ressucitasse dentre os mortos" (9.9).
Após sua ressurreição e confirmação, a identidade do Messias e o caráter de sua missão seriam
propriamente compreendidos em toda sua plenitude. Após a ressurreição todos os crentes são enviados
ao mundo "para proclamar" (cf. Mt 28.7,8, 18-20; Mc16.7; Lc 24.9, 44-47).
i
263
ESBOÇO DE MARCOS

Primeira Parte: Apresentação do Servo (1.1-2.12)

I. O Precursor do Servo 1.1-8

11. O Batismo do Servo 1.9-11

111. A Tentação do Servo 1.12, 13

IV. A Missão do Servo 1.14 - 2.12


A. O Trabalho do Servo l.l4, 15
B. Os Primeiros Discípulos São Chamados l.16-20
C. Os Primeiros Milagres São Realizados l.21- 2.12

Segunda Parte: A Oposição ao Servo (2.13 - 8.26)

I. Oposição Inicial ao Servo 2.13 - 3.35


A. Controvérsia sobre a Amizade de Jesus com Pecadores 2.13-22
B. Controvérsia sobre Trabalho aos Sábados 2.23-28
C. Controvérsia sobre Cura aos Sábados 3.1-5
D. Fariseus Conspiram para Destruir Jesus 3.6-12
E. Escolha dos Doze 3.13-19
F. Oposição dos Amigos 3.20,21
G. Escribas Cometem o Pecado Imperdoável 3.22-30
H. Novos Relacionamentos São Definidos 3.31-35

11. As Parábolas do Servo 4.1-34


A. Parábola dos Solos 4.1-20
B. Parábola da Lâmpada 4.21-25
C. Parábola da Semente 4.26-29
D. Parábola do Grão de Mostarda 4.30-34

111. O Milagres do Servo 4.35 - 5.43


A. O Mar É Acalmado 4.35-41
B. Demônios Entram nos Porcos 5.1-20
C. Jairo Implora por sua Filha 5.21-24
D. A Mulher com Hemorragia É Curada 5.25-34
E. A Filha de Jairo É Curada 5.35-43

IV. Crescente Oposição ao Servo 6.1-28 - 8.26


A. Jesus É Rejeitado em Nazaré 6.l-6
B. Os Doze São Enviados para Servir 6.7-13
C. João Batista É Assassinado 6.14-29
D. Os Doze Retomam 6.30,31
E. Cinco Mil São Alimentados 6.32-44
F. Jesus Anda sobre as Águas 6.45-52
G. Jesus Cura em Genesaré 6.53-56
H. Os Fariseus e a Contaminação 7.1-23
I. Retirada para Território Gentio 7.24- 8.9
1. Os Fariseus Buscam um Sinal 8.10-13
K. Os Discípulos não Compreendem 8.14-21
L. Cura de um Cego , 8.22-26
264
Terceira Parte: A Instrução Dada pelo Servo (8.27 - 10.52)

I. A Confissão de Pedro 8.27-33

11. O Custo do Apostolado 8.34-38

111.A Transfiguração 9.1-13

IV. Filho Endemoninhado É Libertado 9.14-29

V. Jesus Prediz sua Morte 9.30-32

VI. Jesus Ensina para Preparar seus Discípulos 9.33 - 10.45


A. Atitude de Servo 9.33-41
B. Advertência sobre o Inferno 9.42-50
C. Casamento e Divórcio 10.1-12
D. As Crianças e o Reino 10.13-16
E. Riqueza 10.17-31
F. A Crucificação Virá 10.32-34
G. "Quem Quiser Tomar-se Grande" 10.35-45

VII. O Cego Bartimeu É Curado 10.46-52

Quarta Parte: Rejeição do Servo (11.1 - 15.47)

I. A Apresentação Formal do Servo 11.1-19


A. A Entrada Triunfal 1l.l-11
B. A Figueira É Amaldiçoada 1l.l2-14
C. A Purificação do Templo 1l.l5-19

11. Instrução sobre Oração 11.20-26


A. O Poder da Fé 11.20-24
B. Necessidade de Perdão 11.25,26

111. Oposíçãojlos Líderes 11.27 - 12.44


A. Pergunta sobre Autoridade 11.27-33
B. Parábola do Dono da Vinha 12.1-12
C. Perguntas sobre Impostos 12.13-17
D. Pergunta sobre a Ressurreição 12.18-27
E. Pergunta sobre o Maior dos Mandamentos 12.28-34
F. Jesus Questiona os Líderes 12.35-37
G. Jesus Condena os Líderes 12.38-44

IV. Instrução sobre o Futuro 13.1-37


A. Perguntas dos Discípulos 13.1-4
B. A Tribulação 13.5-23
C. A Segunda Vinda 13.24-27
D. Parábola da Figueira 13.28-31
E. Exortação à Vigilância 13.32-37 i
265
V. A Paixão do Servo 14.1-15.47
A. Conspiração dos Líderes para Matar Jesus 14.1,2
B. Maria Unge a Jesus 14.3-9
C. Judas Planeja Trair Jesus 14.10,11
D. Preparação da Páscoa 14.12-16
E. Celebração da Páscoa 14.17-21
F. Instituição da Ceia do Senhor 14.22-25
G. Jesus Prediz a Negação de Pedro 14.26-31
H. Jesus Ora no Getsemani 14.31-42
1. Judas Trai a Jesus 14.43-52
J. Jesus É Julgado 14.53-15.l4
K. Jesus É Açoitado 15.15-23
L. Jesus É Crucificado 15.24-41
M. Jesus É Sepultado 15.42-47

Quinta Parte: A Ressurreição do Servo (16.1-20)

I. A Ressurreição de Jesus 16.1-8

11. As Aparições de Jesus 16.9-18

111. A Ascensão de Jesus 16.19,20

o Império Romano Oriental na época do Novo Testamento

CARTAGO o
o
Mar Mediterrâneo

60 km
© 2002. Editora Cultura Cristã

266
LUCAS

o primeiro livro de um trabalho em dois volumes (sendo Atos o segundo), o Evangelho de Lucas é o
mais longo e mais literário dos quatro evangelhos. Apresenta a genealogia, nascimento e infância de
Jesus antes de prosseguir cuidadosamente o relato sobre o decurso de seu ministério, morte e
ressurreição; Lucas é, também, o mais completo dos Evangelhos.

Autor

o terceiro Evangelho é anônimo, mas os eruditos em geral concordam que Lucas escreveu ambos,
~_ ') este Evangelho e o livro de Atos (At 16.10-17; 20.5; 21.18; 27.1; 28.16). O autor de Atos escreve,
~~ primariamente, usando o pronome na terceira pessoa, mas, nestas passagens, muda abruptamente
~ ~ para a primeira pessoa, indicando que estava pessoalmente presente e era companheiro de viagem de
Paulo. Uma vez que Lucas não é mencionado em nenhuma destas "passagens nós", o companheiro
de viagem deve ser ele mesmo.
Lucas pode ter sido umjudeu helenista, mas a maior probabilidade é que fosse gentio. Em Colossenses
4.10-14, Paulo cita três companheiros de trabalho que são da circuncisão e, então, inclui o nome de
Lucas com os outros três gentios.
Alguns sugerem que Lucas pode ter sido um médico grego a serviço de uma família romana (era
comum que escravos gregos servissem como médicos), o qual foi libertado. A tradição antiga sustenta
firmemente que Lucas é o autor de Lucas-Atos e um ramo da tradição primitiva afirma que o Evangelista
era da Antioquia da Síria, permaneceu solteiro e morreu aos 84 anos de idade.

Data

No que diz respeito à data de composição deste evangelho, os estudos especializados dividem-se em
duas posições. Aqueles a favor de uma data mais tardia, colocam a composição do livro após 70 d.C.,
sugerindo que 21.20 indica que a queda de Jerusalémjá havia ocorrido (estes mantêm que a profecia
de predição é impossível).
A evidência bíblica aponta para 58--63 d.e. como a data mais provável. O Evangelho foi escrito
antes de Atos, e o último capítulo de Atos relata os acontecimentos ocorridos ao redor de 63 d.C
(e provavelmente termina da forma que o faz, porque os acontecimentos eram contemporâneos).
Se Atos foi escrito durante o período em que Paulo ficou preso em Roma (c. 63 d.C.), o Evangelho
pode ter sido composto durante os dois anos que Paulo passou encarcerado em Cesaréia, antes da
viagem para Roma.

Temas e Estrutura Literária

Lucas tem muito em comum com os outros Evangelhos Sinóticos - Mateus e Marcos - mas cerca
de metade do material que encontramos em Lucas é exclusivamente seu. Em particular, Lucas
ressalta a viagem final de Jesus da Galiléia para Jerusalém. Essa seção (9.51 - 19.27), contém
muitas parábolas não registradas em outra parte.
;
267
Lucas em Relance

ÊNFASE APRESENTAÇÃO DO MINISTÉRIO DO FILHO REJEiÇÃO DO FILHO CRUCIFICAÇÃO E


FILHO DO HOMEM DO HOMEM DO HOMEM RESSURREiÇÃO
DO FILHO DO HOMEM

TEXTO 1.1 4.14 9.51 19.28 24.53

DIVISÃO ADVENTO ATIVIDADE ANTAGONISMO E APLICAÇÃO E


ADMOESTAÇÃO AUTENTICAÇÃO

BUSCANDO O PERDIDO SALVANDO O PERDIDO


TÓPICOS
PROEMINÊNCIA DOS MILAGRES PROEMINÊNCIA DO ENSINO

LOCAL ISRAEL GALlLÉIA ISRAEL JERUSALÉM

OCASIÃO c. de 4 a.C. a 33 d.C.

Nelson s Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas elson. Inc.

Um aspecto do Evangelho de Lucas, que o distingue dos demais, é sua ênfase na universalidade da
mensagem cristã. Jesus não é apenas o Messias Judeu, mas o salvador de pessoas de todo o mundo
(2.32; 24.27). Ao apresentá-lo como Salvador de todos os tipos de pessoas, Lucas dá especial atenção
ao ministério de Jesus para com os pobres, os rejeitados e as mulheres.
Veja a Tabela "Mulheres do Novo Testamento" à página 271.
A humanidade e compaixão de Jesus são repetidamente enfatizadas no Evangelho de Lucas. O
Evangelista apresenta a mais completa narrativa da linhagem genealógica de Cristo, seu nascimento
e crescimento. Ele é o perfeito Filho do Homem que se identifica com a angústia e as circunstâncias
difíceis em que vive a humanidade pecaminosa, a fim de carregar consigo nossas tristezas e realizar
a obra da salvação. Somente Jesus cumpre o ideal da perfeição humana. Esta perfeição é
particularmente demonstrada em suas respostas à tentação - onde o primeiro Adão fracassou, Jesus,
como segundo Adão, triunfou (4.1-13).

Tentação: Contraste entre os Dois Adãos


Ambos, Adão e Cristo, enfrentaram três tipos de tentação. Adão cedeu, trazendo sobre a humanidade o pecado
e a morte. Cristo resistiu, conferindo às pessoas justificação e vida.

1 João 2.16 Gênesis 3.6 Lucas 4.1-13


Primeiro Adão Segundo Adão Cristo

"concupiscência da carne" "a árvore era boa para se comer" "manda que esta pedra se transforme
em pão" (
"concupiscência dos olhos" "agradável aos olhos" "o diabo ... mostrou-lhe todos os reinos
do mundo"

"soberba da vida" "árvore desejável para dar entendimento" "atira-te daqui abaixo"

Este Evangelho tem mais referências à oração do que qualquer dos outros. Lucas enfatiza especialmente
a vida de oração de Jesus, registrando sete ocasiões, nas quais Cristo orou, e que não são mencionadas
em qualquer outro Evangelho. Além disso, o Evangelho está repleto de expressões de louvor e gratidão.

268
ESBOÇO DE LUCAS

Primeira Parte: Apresentação do Filho do Homem (1.1- 4.13)

I. Propósito e Método do Evangelho de Lucas 1.1-4

11. Eventos que Antecederam o Nascimento de Cristo 1.5-56


A. Anúncio do Nascimento de João Batista 1.5-25
B. Anúncio do Nascimento de Jesus Cristo 1.26-56

111. Eventos que Acompanharam o Nascimento de Cristo 1.57- 2.38


A. Nascimento de João Batista 1.57-80
B. Nascimento de Jesus Cristo 2.1-38

IV. Acontecimentos Durante a Infância de Cristo 2.39-52


A. Jesus Retoma a Nazaré 2.39-40
B. Jesus Celebra a Páscoa 2.41-50
C. Jesus Cresce em Sabedoria 2.51-52

V. Eventos que Antecederam a Apresentação de Cristo 3.1-4.13


A. Ministério de João Batista 3.1-20
B. Batismo de Cristo 3.21-22
C. Genealogia de Cristo a partir de Maria 3.23-38
D. Tentação de Cristo 4.1-13

Segunda Parte: O Ministério do Filho do Homem (4.14 - 9.50)

I. A Apresentação de Cristo 4.14-30


A. Aceitação por toda a Galiléia 4.14-15
B. Rejeição em azaré 4.16-30

11.Demonstração dos Poderes de Cristo 4.31- 5.28


A. Demônios São Expulsos 4.31-37
B. Cura da Sogra de Pedra 4.38-39
C. Ministério de Jesus por toda a Galiléia 4.40-44
D. Os Primeiros Discípulos São Chamados 5.1-11
E. Cura de Um Leproso 5.12-15
F. Cura de um Paralítico 5.16-26
G. Mateus É Chamado 5.27-28

111. Explicação do Programa de Cristo 5.29- 6.49


A. Jesus Ensina aos Fariseus 5.29 -6.11
B. Jesus Ensina aos Discípulos 6.12-49

IV. A Expansão do Programa de Cristo 7.1- 9.50


A. Cura do Servo do Centurião 7.1-10
B. Ressurreição do Filho de uma Viúva 7.11-16
C. Cristo Comenta sobre João Batista 7.17-35
D. Cristo Ceia no Lar de um Fariseu 7.36-50
E. Algumas Mulheres Assistem a Jesus 8.1-3
F. Parábola dos Solos 8.4-15

269
G. Parábola da Lâmpada 8.16-18
H. Os Verdadeiros Irmãos de Cristo 8.19-21
I. A Tempestade É Acalmada 8.22-25
J. Demônios São Enviados aos Porcos 8.26-40
K. A Cura de uma Mulher 8.41-48
L. A Ressurreição da Filha de Jairo ,.., , 8.49-56
M. Os Doze São Enviados a Pregar 9.1-11
N. Cinco Mil São Alimentados 9.12-17
O. Confissão de Fé de Pedro 9.l8-22
P. O Custo do Discipulado 9.23-26
Q. A Transfiguração 9.27-36
R. Cura de um Filho Endemoninhado 9.37-42
S. Cristo Prediz sua Morte 9.43-45
T. Verdadeira Grandeza 9.46-50

Terceira Parte: A Rejeição do Filho do Homem (9.51- 19.27)

I. A Crescente Oposição a Cristo 9.51-11.54


A. Samaria Rejeita a Cristo 9.51-56
B. O Custo Real do Discipulado 9.57-62
C. Setenta Discípulos São Enviados 10.1-24
D. O Doutor da Lei Testa Cristo 10.25-37
E. Contraste entre Marta e Maria 10.38-42
F. Cristo Ensina sobre a Oração 11.1-13
G. Cristo É Rejeitado pelos Líderes Religiosos 11.14-36
H. Líderes Religiosos São Rejeitados por Cristo 11.37-54

11. Instrução em vista da Rejeição de Cristo 12.1-19.27


A. Cristo Adverte sobre a Hipocrisia 12.1-12
B. Cristo Adverte sobre a Avareza 12.13-34
C. Cristo Avisa sobre aSêgunda Vinda 12.35-48
D. Cristo Adverte sobre o Custo do Discipulado 12.49-53
E. Cristo Adverte sobre não Discernir os Sinais dos Tempos 12.54-59
F. Cristo Ensina sobre o Arrependimento........................ 13.1-9
G. Cristo Cura a Mulher Encurvada 13.10-17
H. Cristo Ensina sobre o Reino de Deus 13.18-30
I. Cristo Lamenta sobre Jerusalém 13.31-35
J. Cristo Ensina aos Fariseus 14.1-24
K. Cristo Ensina sobre Discipulado 14.25-35
L. Cristo Ensina sobre Arrependimento 15.1-32
M. Cristo Ensina sobre Mordomia 16.1-13
N. Cristo Ensina sobre os Tropeços 17.1-10
O. Cristo Purifica Dez Leprosos 17.11-19
P. Cristo Ensina sobre a Segunda Vinda : 17.20-37
Q. Cristo Ensina sobre a Oração 18.1-14
R. Cristo Abençoa as Crianças 18.15-17
S. Cristo Ensina sobre o Sacrifício 18.18-30
T. Cristo Prediz sua Morte e Ressurreição 18.31-34
U. Cristo Cura Bartimeu 18.35-43
V. Cristo Visita Zaqueu ;: 19.1-10
W. Cristo Conta a Parábola das Dez Minas 19.11-27

270
Quarta Parte: A Crucificação e Ressurreição do Filho de Deus (19.28 - 24.53)

I. A Última Semana de Cristo 19.28-23.56


A. Domingo: Entrada Triunfal 19.28-44
B. Segunda-feira: Purificação do Templo 19.45-48
C. Terça-feira: Ministério Público 20.l - 22.6
D. Quinta-feira: Páscoa e Prisào 22.7-53
E. Sexta-feira: Julgamentos e Crucificação 22.54-23.55
F. Sábado: No Túmulo 23.56

11. AAutenticação de Cristo 24.1-53


A. A Ressurreição 24.1-12
B. Cristo Aparece no Caminho de Emaús 24.13-32
C. Cristo Aparece aos Onze 24.33-53

Mulheres do Novo Testamento

Maria, a virgem mãe de Jesus, tem um lugar de honra entre as mulheres do Novo Testamento.
Ela é um permanente exemplo de fé, humildade e serviço (Lc 1.26-56).
Outras notáveis mulheres do Novo Testamento incluem as seguintes:

Nome Descrição Referência Bíblica

Ana Reconheceu Jesus como o Messias longamente esperado Lc 2.36-38

Berenice Irmã de Agripa, diante de quem Paulo fez sua defesa At 25.13

Candace Rainha da Etiópia At 8.27

Cláudia Cristã de Roma 2Tm 4.21

Cloe Mulher que conhecia o problema das divisões na igreja de Corinto 1Co 1.11

Damaris Mulher de Atenas, convertida pelo ministério de Paulo At 17.34

Dorcas (Tabita) Cristã de Jopa, a quem Pedro ressucitou At 9.36-41

Drusila Esposa de Félix, governador da Judéia At 24.24

Eunice Mãe de Timóteo 2Tm 1.5


/
<,
Febe Uma obreira, possivelmente uma diaconisa da igreja de Cencréia Rm 16.1-2

Herodias Rainha que exigiu a execução de João Batista Mt 14.3-10

Isabel Mãe de João Batista Lc 1.5,13

Joana Servia a Jesus com seus bens Lc 8.3

Lídia Convertida com o ministério de Paulo em Filipos At 16.14

Loide Avó de Timóteo 2Tm 1.5

Maria Madalena Mulher de quem Jesus expulsou demônios Mt 27.56-61/ Mc 16.9

Marta e Maria Irmãs de Lázaro, amigas de Jesus Lc 10.38-42

Priscila Esposa de Áquila, colaboradores de Paulo em Corinto e Éfeso At 18.2,18.19

Safira Reteve parte de seus bens na comunidade da igreja primitiva At 5.1

Salomé Mãe dos discípulos Tiago e João Mt 20.20-24

Suzana Servia a Jesus com seus bens Lc 8.3

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271
Genealo~ias de Jesus
Tanto Mateus como Lucas apresentam genealogias de Jesus (Mt 1.1-17; Lc 3.23-38), embora com
algumas diferenças. Mateus traça a linhagem de Jesus até Abraão, mas Lucas revela a natureza
universal da missão do Mestre traçando sua genealogia até Adão. Há, também, algumas diferenças
de nomes que podem ser explicadas por uma das seguintes possibilidades: 1- O funcionamento da
lei do casamento levirato (Dt 25.5), sugere que uma das genealogias (de Mateus ou de Lucas), dá a
ascendência legal, e a outra a ascendência fisica; ou 2 - Tanto José quanto Maria eram descendentes
de Davi, embora de ramos diferentes da família. Portanto, pode ser que Mateus trace a ascendência
de José, que seria a ascendência legal de Jesus, enquanto Lucas traça a ascendência de Maria, a real
conexão de Jesus com a raça a qual veio salvar.

Genealo~ias de Jesus
Adão (Lc 3.38)

(Mt 1.1, 2)
I
Abraão (Lc 3.34)

(Mt 1.6)
I
Davi (Lc 3.31)

(Mt 1.6-7) Salomão Natã (Lc 3.31)

(Mt 1.16) José Maria (Lc 3.23)

Evangelho de Mateus Evangelho de Lucas


(1) Genealogia de José (1) Genealogia de Maria
(2) Registro Legal e Real de Jesus (2) Registro Natural e Real de Jesus

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Jesus e os Doze
Jesus escolheu doze apóstolos para servir com ele durante seu ministério e com o objetivo de preparar
liderança para a Igreja após sua ascenção, Provavelmente foram selecionados doze, pois este número
corresponde às doze tribos de Israel no Antigo Testamento.
Escolhidos por Jesus depois de ter ele orado durante uma noite inteira (Lc 6.12-16), os doze incluíam
dois grupos de irmãos pescadores, um coletor de impostos e um traidor. Entre os doze, Pedra, Tiago
e João eram especialmente próximos do Mestre.
Os termos discípulos e apóstolos são usados de modo equivalente quando nos referimos a estes
homens. Um discípulo é alguém que aprende, ou um seguidor, enquanto apóstolo geralmente se
refere a uma pessoa enviada com uma mensagem ou missão especial (10 13.16). Os doze foram, sem
dúvida, apóstolos; quando Jesus os chamou, ele tinha em mente uma missão específica para eles -
continuar o trabalho depois que o Mestre tivesse finalizado seu ministério terreno.

272
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Os doze apóstolos originais foram escolhidos entre aqueles a quem Jesus conhecia pessoalmente
(At 1.2-22). Estes homens tinham uma compreensão inadequada da missão de Jesus e da neces-
sidade de sua morte (Mt 15.16). Jesus foi paciente com os imaturos apóstolos, embora ocasional-
mente os censurasse (Lc 9.55). Após terem recebido poder do Espírito Santo no Pentecoste, os
apóstolos mostraram uma nova ousadia e compreensão, tomando-se poderosas testemunhas em
Jerusalém e nas regiões vizinhas, apesar da violenta perseguição. Muitos foram martirizados por
causa de sua fé.
De acordo com a relação apresentada em Mateus 10.1-4 (veja também Me 3.13-19; Lc. 6.12-16;
At l.13), os doze apóstolos eram: (1) Simão Pedro (Cefas), líder dos apóstolos; (2) André, irmão
de Simão; (3) Tiago, filho de Zebedeu e irmão de João; (4) João, o discípulo amado; (5) Filipe, de
Betsaida; (6) Bartolomeu (provavelmente Natanael), de Caná da Galiléia; (7) Mateus (Levi),
cobrador de impostos; (8) Tomé (Dídimo, que significa "gêmeo"), da Galiléia; Simão o Cananita,
provavelmente Simão o Zelote, da Galiléia; (l0) Tiago, filho de Alfeu; (l1) Tadeu; e (12) Judas
Iscariotes, que traiu Jesus.
Matias foi escolhido como apóstolo para ocupar o lugar de Judas, após a ascensão de Jesus (At 1.26)

Os Doze Apóstolos

Mateus 10.2-4 Marcos 3.16-19 Lucas 6.14-16 Atos 1.1-13

Simão Pedro SimãoPedro SimãoPedro SimãoPedro

André Tiago André João

Tiago João Tiago Tiago

João André João André

Filipe Filipe Filipe Filipe

Bartolomeu Bartolomeu Bartolomeu Tomé

Tomé Mateus Mateus Bartolomeu

Mateus Tomé Tomé Mateus

Tiago (de Alfeu) Tiago (de Alfeu) Tiago (de Alfeu) Tiago (de Alfeu)
- -
Tadeu Tadeu Simão (o Zelote) Simão (o Zelote)

Simão (o Cananita) Simão (o Cananita) Judas (de Tiago) Judas (de Tiago)

Judas Iscariotes Judas Iscariotes Judas Iscariotes .,. o ••••••••••••••••• 0.0.

Mateus e Marcos usam o nome Tadeu; Lucas, em suas duas listas, usa Judas (de Tiago). Alguns pensam que seu nome
original tenha sido Judas, mas que foi posteriormente trocado por Tadeu (que provavelmente significa "afetuoso") para
evitar o estigma relacionado ao nome Judas Iscariotes.
"O Cananita" é uma transliteração que provavelmente representa uma palavra aramaica que significa "Zeloso".
É interesssante notar que as quatro listas começam com Simão Pedro e terminam com Judas Iscariotes (exceto a lista
de Atos 1, pois Judas já havia se matado). Também os nomes aparecem em grupos de quatro: Pedro, André, Tiago e
João estão sempre no primeiro grupo - embora nem sempre nesta ordem - e Filipe, Bartolomeu, Tomé e Mateus estão
no segundo grupo em todas as listas.
Nas quatro listas o nome de Pedro encabeça o primeiro grupo, Filipe encabeça o segundo, e Tiago (de Alfeu), o terceiro.
O Evangelho de João não contém uma lista dos apóstolos.

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273
-
JOAO

o Evangelho de João goza, há longo tempo, de um lugar de honra e devoção especiais entre os
cristãos. A profundidade de sua mensagem focalizando o mistério da Pessoa de Cristo e a encamação,
/ seu relacionamento com o Pai e a importância de crermos em Cristo - ao lado da relativa simplicidade
de sua composição, fazem com que este livro seja, freqüentem ente, a primeira porção da Bíblia a ser
traduzida para outra língua.

Autor

/ Embora o quarto Evangelho não.nomeie especificamente seu autor, muitos fatores sustentam a crença
~ há muito aceita de que JOã0 o apóstolo, irmão de Tiago e filho de Zebedeu, foi seu autor. De acordo
~ com 20.21,24, o Evangelho foi escrito pelo "discípulo que Jesus amava" e, do círculo mais íntimo de
~ Jesus (Pedro, Tiago e João), João é o único candidato provável. Outras evidências que corroboram a
autoria joanina seria o fato de o autor ser um judeu da Palestina e testemunha ocular dos acontecimentos
que apresenta.
Fontes escritas datadas dos primeiros séculos de nossa era, e uma persistente tradição a respeito do
apóstolo João, apontam para Éfeso como o lugar onde o Evangelho foi escrito. Crê-se que João viveu
e trabalhou durante muitos anos na região de Éfeso, e um túmulo encontrado nesta cidade é considerado
hoje como tendo pertencido ao apóstolo. Além disso, várias idéias e textos-chave presentes neste
Evangelho seriam especialmente compatíveis com esta região da Ásia Menor.

Data

Irineu, um dos pais da Igreja, testifica explicitamente que João escreveu o Evangelho enquanto
morava em Éfeso (66-98 d.C.), e há pouca razão para contestar uma data dentro de tal período.
Embora alguns estudiosos no passado tenham afirmado que o Evangelho foi composto em meados do
2º século de nossa era, a descoberta feita no Egito de um fragmento de papiro pertencente ao
Evangelho de João e datando de 125 d.C., toma quase certa a posição de que a data de composição
do Evangelho tenha ocorrido ainda no 1º século.

Temas e Estrutura Literária

O Evangelho de João é construído ao redor de sete milagres e sete afirmações "Eu Sou". As cinco
seções básicas deste Evangelho são: a encamação do Filho de Deus (1.1-18); a apresentação do Filho
de Deus (1.19 - 4.54); a oposição ao Filho de Deus (5.1 - 12.50); a preparação dos discípulos feita
pelo Filho de Deus (13.1 -17.26); a crucificação e ressurreição do Filho de Deus (18.1 - 21.25).
Que o Evangelho de João é significativamente diferente dos Evangelhos Sinóticos (Mateus, Marcos
e Lucas), ficou evidente desde os primeiros dias da história da igreja. É provável que João tenha
escrito seu Evangelho depois que os Sinóticos já estavam concluídos, e que ele tinha conhecimento
daqueles documentos. Sendo assim, o apóstolo compôs seu trabalho para suplementar os Sinóticos e
dar uma interpretação teológica da pessoa e da obra de Cristo, que fosse especialmente apropriada
para leitores helenistas.
Ao contrário dos Sinóticos, que apresentam os ensinos de Jesus em forma de mensagens curtas ou
de parábolas, João apresenta-os como discursos teológicos mais longos: O pão da vida (6.41-59); o
bom pastor e suas ovelhas (10.1-30); a videira e os galhos (15.1-8); e a oração sacerdotal (17.1-26).
Nestes discursos são usados, freqüentemente, pares de idéias contrastantes, tais como luz e trevas;
crença e descrença; amor e ódio; terreno e celetial. Em contrate com o realce dado pelos Evangelho
Sinóticos ao ministério da Galiléia, João enfatiza os acontecimentos que tiveram lugar na Judéia e
registra três ou quatro celebrações da Páscoa em que Jesus esteve presente em Jerusalém.
Embora os Sinóticos estejam repletos de matéria-prima para formulação de uma doutrina cristológica,
João demonstra uma convicção mais intensa da centralidade da Pessoa de Cristo. Para João a obra de
Cristo não pode ser compreendida à parte do fato de que ele é o Messias, o Filho de Deus, o próprio
Deus (1.1-18). Esta ênfase sobre a Pessoa de Jesus é ressaltada pela inclusão que o evangelista faz de
sete afirmações "Eu Sou".
Ao enfatizar a obra do Pai, Filho e Espírito Santo na realização da salvação, o Evangelho de João
apresenta componentes da doutrina cristã da Trindade.

João em Relance

ÊNFASE ENCARNAÇÃO DO APRESENTAÇÃO OPOSiÇÃO AO PREPARAÇÃO DOS CRUCIFICAÇÃO E


FILHO DE DEUS DO FILHO DE FILHO DE DEUS DiscíPULOS RESSURREiÇÃO DO
DEUS FILHO DE DEUS

TEXTO 1.1 1.19 5.1 13.1 18.1 21.25

DIVISÃO APRESENTAÇÃO DE REVELAÇÃO DE REJEiÇÃO A CRISTO REVELAÇÃO DE REJEiÇÃO A CRISTO


CRISTO CRISTO CRISTO

SETE MILAGRES DISCURSO DO SUPREMO MILAGRE


CENÁCULO
TÓPICOS

PARA QUE CREIAM PARA QUE TENHAM VIDA

LOCAL ISRAEL

OCASIÃO ALGUNS ANOS ALGUMAS HORAS ALGUMAS SEMANAS

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Afirmações "Eu Sou"


No decorrer do texto grego deste evangelho encontramos vinte e três importantes afirmações "Eu Sou" proferidas pelo
Senhor ( 4.26; 6.20,35,41,48,51; 8.12,18,24,28,58; 10.7,9,11,14; 11.25; 13.19; 14.6; 15.1,5; 18:5,6,8. Em várias delas,
ele conjuga o "Eu Sou" com sete fantásticas metáforas que expressam seu relacionamento redentor para com o mundo.

"Eu Sou o Pão da vida" (6.35, 41,48, 51).


"Eu Sou a Luz do mundo" (8.12)
"Eu Sou a Porta das ovelhas" (10.7, 9)
"Eu Sou o Bom Pastor" (10.11,14)
"Eu Sou a Ressurreição e a Vida" (11.25)
"Eu Sou o Caminho, a Verdade, e a Vida" (14.6)
"Eu Sou a Videira verdadeira (15.1,5).

Igualmente, acentuando a obra do Pai, do Filho, e o do Espírito Santo promovendo a salvação, o


Evangelho de João expõe os componentes da doutrina cristã da Trindade (por exemplo 16. 13-15). r
275
ESBOÇO DE JOÃO

Primeira Parte: A Encarnação do Filho de Deus (1.1-18)

I. A Divindade de Cristo 1.1, 2


11. A Obra do Cristo Pré-Encarnado 1.3-5
111. O Precursor de Cristo 1.6-8
IV. A Rejeição de Cristo 1.9-11
V. A Aceitação de Cristo 1.12, 13
VI. A Encarnação de Cristo 1.14-18

Segunda Parte: A Apresentação do Filho de Deus (1.19 - 4.54)

I. João Batista Apresenta Cristo 1.19-34


A. Testemunho de João diante dos Sacerdotes e Levitas 1.19-28
B. Testemunho de João no Batismo de Cristo 1.29-34

11. Apresentação de Cristo aos Discípulos de João 1.35-51


A. André e Pedra Seguem Cristo 1.35-42
B. Felipe e Natanael Seguem Cristo 1.43-51

111. Apresentação de Cristo na Galiléia 2.1-12


A. Primeiro Sinal: Cristo Transforma Água em Vinho 2.1-10
B. Os Discípulos Crêem 2.11,12

IV. Apresentação de Cristo na Judéia 2.13 -3.36


A. Cristo Purifica o Templo 2.13-25
B. Testemunho de Cristo a Nicodemos 3.1-21
C. Testemunho de João Batista sobre Cristo 3.22-36

V. Apresentação de Cristo em Samaria 4.1-42


A. Testemunho de Cristo à Mulher junto ao Poço 4.1-26
B. Testemunho de Cristo aos Discípulos 4.27-38
C. Testemunho de Cristo aos Samaritanos 4.39-42

VI. Apresentação de Cristo na Galiléia 4.43-54


A. Os Galileus Recebem Cristo 4.43-45
B. Segundo Sinal: Cura do Filho de um Oficial 4.46-54

Terceira Parte: A Oposição ao Filho de Deus (5.1 - 12.50)

I. A Oposição na Festa em Jerusalém 5.1-47


A. Terceiro Sinal: Cristo Cura um Paralítico 5.1-9
B. Os Judeus Rejeitam Cristo 5.10-47

11. Oposição na Galiléia na Páscoa 6.1-71


A. Quarto Sinal: Jesus Alimenta Cinco Mil 6.1-14
, .
B. Quinto Sinal: Jesus Caminha sobre a Água 6.15-21
C. Cristo Anuncia: "Eu Sou o Pào da Vida" 6.22-71

.. ) ... 276
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. _ ...:ê- __
111. Oposição em Jerusalém na Festa dos Tabernáculos 7.1 - 10.21
A. Antes da Festa dos Tabernáculos 7.1-13
B. No Meio da Festa dos Tabernáculos 7.14-36
C. No Último Dia da Festa dos Tabernáculos 7.37-53
D. Após a Festa dos Tabernáculos 8.1-10.21

IV. Oposição em Jerusalém na Festa de Dedicação 10.22-42

V. Oposição em Betânia 11.1-12.11


A. Sétimo Sinal: Ressurreição de Lázaro 11.1-44
B. Os Fariseus Planejam Matar Cristo 11.45-57
C. Maria Unge Cristo 12.1-11

VI. Oposição em Jerusalém 12.12-50


A. A Entrada Triunfal 12.12-22
B. O Messias Ensina 12:23-50

Quarta Parte: O Filho de Deus Prepara seus Discípulos (13.1 - 17.26)

I. A Preparação no Cenáculo 13.1-14.31


A. Cristo Lava os Pés dos Discípulos 13.1-20
B. Cristo Anuncia Judas, o Traidor 13.21-30
C. Cristo Faz o Discurso do Cenáculo 13.31-14.31

11. Preparação a Caminho do Jardim 15.1-17.26


,-A. Cristo Instrui os Discípulos 15.1- 16.33
B. Cristo Intercede ao Pai 17.1-26

Quinta Parte: A Crucificação e Ressurreição do Filho de Deus (18.1 - 21.25)

I. A Rejeição a Cristo 18.1-19.16


A. A Prisão de Cristo 18.1-11
B. Os Julgamentos de Cristo 18.l2 -19.l6

11. A Crucificação de Cristo 19.17-37


A. A Crucificação de Cristo 19.17, 18
B. Inscrição de Pilatos 19.19-22
C. Os Soldados Tiram Sorte 19.23-24
D. Jesus Entrega Maria aos Cuidados de um Discípulo 19.25-27
E. A Morte de Cristo 19.28-37

111. O Enterro de Cristo 19.38-42


IV. A Ressurreição de Cristo 20.1-10

V. As Aparições de Cristo 20.11- 21.25


A. Cristo Aparece a Maria Madalena 20.11-18
B. Cristo Aparece aos Discípulos (Tomé Ausente) 20.19-25
C. Cristo Aparece aos Discípulos (Tomé Presente) 20.26-29
D. Propósito do Evangelho de João 20.30-31
E. Cristo Aparece a Sete Discípulos 21.1-14
F. Cristo Conversa com Pedro 21.15-23
G. Conclusão do Evangelho de João 21.24-25 •,
277

_1
Títulos de Cristo

Além das afirmações "Eu Sou" de Jesus, o Evangelho de João nos dá, também, uma série de preciosos
títulos de Cristo, como "Pão da Vida", "Bom Pastor", "Cordeiro de Deus", "Luz do Mundo".
Observe o quadro "Títulos de Cristo" abaixo e também o mapa ao lado.

Os nomes ou títulos mais populares usados pelos cristãos quando se referem ao Senhor, são: Jesus, uma transliteração do nome
hebraico Josué, que significa "Javé É Salvação"; e Cristo, uma transliteração do termo grego Christos, quer dizer "Ungido" ou
"Messias". A seguir estão outros nomes ou títulos significativos para Cristo usados no Novo Testamento. Cada um destes títulos
expressa uma verdade particular sobre Jesus e seu relacionamento com os crentes.

Nome ou Título Significado Referência Bíblica


Adâo, Último Adão O primeiro de uma nova raça de redimidos 1Co 15.45
Alfa e Ômega O começo e o fim de todas as coisas Ap 21.6
Bom Pastor Sustentador e guarda Jo 10.11
Cordeiro de Deus Deu sua vida como sacrifício por nós Jo 1.29
Emanuel (Deus conosco) Permanece ao nosso lado em todas as circunstâncias da vida Mt 1.23
Filho do Homem Identifica-se conosco em nossa humanidade Mt 18.11
Filho Unigênito do Pai O único gerado Filho de Deus Jo 1.14
Grande Pastor das Ovelhas Guia confiável e Protetor Hb 13.20
Luz do Mundo Traz esperança nas trevas Jo 9.5
Mediador entre Deus e os Homens Leva-nos, redimidos e perdoados, à presença de Deus 1Tm 2.5
A Palavra A comunicação de Deus Jo 1.1
Pão da Vida O único alimento essencial Jo 6.35
Primogênito dentre os Mortos Conduz-nos à ressurreição e à vida eterna C11.18
Principal Pedra de Esquina Fundamento seguro para a Igreja Ef 2.20
Profeta Anunciador fiel das verdades de Deus At 3.22
Rei dos Reis, Senhor dos Senhores O Todo-Poderoso, diante de quem todo joelho se dobrará Ap 19.16
Salvador .....•............................................. Livra-nos do pecado e da morte Lc 1.47
Santo de Deus............................ .. Sem pecado em sua natureza Mc 1.24
Semente de Abraão Mediador da aliança de Deus....... .. GI 3.16
Senhor da Glória Poder e presença do Deus vivo 1Co 2.8
Sumo Sacerdote O nosso intercessor Hb 3.1
Supremo Pastor Protetor, Sustentador e Guia 1Pe 5.4

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Oração Sacerdotal

A mais longa oração de Jesus registrada nos Evangelhos é chamada "Oração Sacerdotal" e encontra-se em
João 17.l-26. Após pronunciar uma triunfante declaração de vitória em 16.33 ("eu venci o mundo"), Jesus
continua orando por si mesmo, por seus discípulos e pelos futuros crentes. Ao enfrentar sua hora da mais
profunda angústia, o Mestre olha para o futuro e para os benditos resultados de sua vitória sobre o pecado e
a morte -Lu reunião dos redimidos, com o amor e a unidade que Deus e os redimidos gozarão (17.20-26).

Jesus Ora:
Por si mesmo (vs 1-5) Por seus discípulos: (vs. 6-19) Pelos futuros crentes; (vs. 20-26)
Afirma a glória da cruz (vs. 1-2) Ora pelo entendimento deles (vs. 6-9) Ora por sua unidade (vs. 20-22)
Expressa a própria essência Ora por sua perseverança (vs. 10-12) Ora por sua perfeita união (v. 23)
da vida eterna (vs. 3-4)
Regozija-se com sua participação Ora por sua alegria (v. 13) Ora pela futura presença dos crentes
na glória do Pai (vs. 5) com ele (vs. 24- 25)
Ora por sua santificação (vs. 14-17) Ora por seu amor mútuo (v. 26) Ora por sua missão (vs. 18-19)

278
Eventos no Ministério de Cristo

"Deus ungiu a Jesus de Nazaré


com o Espírito Santo e com poder,
o qual andou por toda parte
fazendo o bem e curando
a todos os oprimidos do diabo,
porque Deus era com ele" Cesaréia
(At 10.38) de Filipe

Mar
Mediterrâneo

Cura de um
endemoninhado (Mc 5)

I Leprosos curados (Lc 17) I


Mulher junto
ao poço (Jo 4)

Sicar

Fica junto com os


discípulos (Jo 11)

Efraim

Jericó e-----f---i
Jerusalém L-- ----'

.6.. Monte, das Oliveiras


N

t
r
279

·1
A Morte de Jesus

o Evangelho de João considera a morte de Jesus como cumprimento de profecia do Antigo Testamento
(por exemplo: 18.8,9) e como um acontecimento designado pelo Pai (18.11). Neste Evangelho Jesus se
refere especificamente à sua morte, ressurreição e ascensão como uma unidade, usando para isto o
termo glorificar (por ex. 17.1-5). O Pai glorificou o Filho sustentando-o na experiência da morte e
ressuscitando-o para a vida; e o Filho glorificou o Pai entregando-se voluntariamente para nossa salvação.

Aspectos da Morte de Jesus


Referência do
Os judeus encaravam Aspecto Antigo Testamento
a morte de Jesus
Em obediência ao Pai (18.11) Salmo 40.8
como um escândalo.
Anunciada por ele mesmo (18.32; veja 3.14) Números 21.8-9
A Igreja compreendeu
Em lugar de seu povo (18.14) Isaías 53.4-6
sua morte como
Com malfeitores (19.18) Isaías 53.12
cumprimento de profecia Inocente (19.6) Isaías 53.9
do Antigo Testamento Crucificado (19.18) Salm022.16
Sepultado no túmulo de um homem rico (19.38-42) Isaías 53.9

Aparições do Ressuscitado

O Evangelho de João relata com detalhes diversas aparições pós-ressurreição que não aparecem ou são
apenas rapidamente mencionadas nos Sinóticos. Estas incluem as visitas de Jesus a Tomé, o discípulo cético
(20.24); a aparição aos discípulos no mar da Galiléia (21.1-14); e a restauração de Pedro (21.15-23).
Veja o mapa "A Ressurreição", ao lado.

Eventos Grandiosos em Lu~ar Humilde

Embora tenha sido escrito em Éfeso, na província da Ásia Menor, às margens do Mar Egeu e em
frente à Grécia, o Evangelho de João centraliza-se exclusivamente na região aparentemente
insignificante e remota da Palestina. Entretanto, João mostra que os eventos citados no livro têm
significado universal e seu Evangelho é escrito com o objetivo de que todo aquele que o ler "possa
crer que Jesus é o Cristo e, crendo, tenha vida em seu nome" (20.31).

Os Sinais e seus Si~nificados

Transforma água em vinho (João 2.1-12) Jesus é a fonte da vida

Cura o filho de um oficial (João 4.46-54) Jesus é Senhor da distãncia

Cura um paralítico no poço de Betesda (João 5.1-17) Jesus é Senhor do tempo

Alimenta cinco mil pessoas (João 6.1-14) Jesus é o pão da vida

Anda sobre a água e acalma uma tempestade (João 6.15-21) Jesus é Senhor da Natureza

Cura um cego de nascença (João 9.1-41) Jesus é a luz do mundo


,..\ Ressuscita Lázaro dos mortos (João 11.17-45) Jesus tem poder sobre a morte

280
A Ressurreição

Damasco
Mar
Mediterrâneo

Jesus aparece a Paulo


no caminho de Damasco,
e Paulo se toma seu servo
Jesus aparece aos apóstolos e o grande apóstolo aos gentios
enquanto pescavam (At 9.3-6).
no Mar da Galiléia (Jo 21.1-14).

Jesus explica as Escrituras


a dois viajantes no caminho de Emaús,
e mais tarde revela sua identidade Jesus aparece a Maria Madalena
ao partir o pão com eles durante sua visita ao túmulo
(Lc 24.13-31). (Jo 20.11-18).

Jesus aparece aos onze apóstolos


no cenáculo em Jerusalém,
comissionando-os
a espalhar as boas novas
(Lc 24.36-49) .

• Emaús

Jerusalém
s: Quarenta dias após a ressurreição
Jesus é elevado aos céu,
Monte das
do monte das Oliveiras,
Oliveiras na presença dos apóstolos
(At 1.1-11). .

Jesus aparece a N
Maria Madalena e "à outra Maria"

t
quando as duas
deixavam o túmulo em Jerusalém
(Mt 28.1 ,8-1 O).

281
A Palestina

.Sidom
Damasco.

/C esareia..
• d e F"I"
I ipe

Mar
Mediterrâneo GALlLÉIA

Cafarnaum
Caná.
Tiberíades •

.-

DECÁPOLlS

SAMARIA

PERÉIA
• Efraim
Betel. N
• Jericó
Jerusalém.

Belém •
• Betânia

• Maquerunte
t
JUDÉIA

o
• Berseba o
I

(km
© 2002, Editora Cultura Cristã

282
ATOS
As últimas palavras de Jesus no Novo Testamento ficaram conhecidas como "A Grande Comissão":
" ...e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até os confins
da terra." (l.8). O livro de Atos é a história de homens e mulheres que assumiram com seriedade
este comissionamento e começaram a difundir o Evangelho de Cristo até às mais remotas paragens
do mundo conhecido do 1º século.

Autor

Atos é o segundo de um trabalho em dois volumes, ambos endereçados a Teófilo e escritos por um
~ ') companheiro de Paulo, chamado Lucas, "o médico amado" (CI 4.14). O autor de Atos esteve com
~ Paulo em muitas de suas jornadas, como fica claro pelo uso do pronome "nós", que aparece em
~
~ vários trechos de seu trabalho (por cxemp Ia, At 16.10), tendo permanecido com o apóstolo durante
sua prisão em Roma (veja 2Tm 4.11).
Lucas 1.3,4 nos informa o propósito do autor: fornecer "uma exposição em ordem, para que tenhais
plena certeza das verdades em que foste instruído." Lucas foi um pesquisador e cronista dos
acontecimentos, para beneficio de seu amigo Teófilo e dos leitores em geral.

Data

A narrativa de Atos termina na ocasião em que Paulo estava em prisão domiciliar em Roma
(c. 62 d.C.). Porque o livro não nos dá nenhum indício da perseguição empreendida por Nero
(64 d.C.), nem da morte de Paulo (c. 68 d.C.), nem tampouco da destruição de Jerusalém (70 d.C.);
muitos datam a composição deste documento no período entre 63-64 d.C.

Temas e Estrutura Literária

Cada seção do livro (capítulos 1 - 7; 8 - 12; 13 - 28) focaliza uma audiência em particular, uma
personalidade central e uma fase significativa na expansão da mensagem do Evangelho. O Cristo
ressurreto é o tema central dos sermões e discursos de defesa em Atos. As Escrituras do Antigo
Testamento, a historicidade da ressurreição, o testemunho apostólico e a força de convicção do
Espírito Santo, todos dão testemunho de que Jesus é o Senhor e Cristo (2.22-36; 10.34-43), e o único
caminho para a salvação (4.12).
O crescimento da igreja é ressaltado em Atos. Existem quatro relatos da vida de Jesus, mas este
documento é o único que continua a história a partir da ascensão do Mestre até o período das epístolas
do Novo Testamento. Portanto, Atos é o elo histórico entre os Evangelhos e as Epístolas e foi escrito
para traçar o desenvolvimento do Corpo de Cristo na transição de uma comunidade essencialmente
judaica para outra predominantemente gentia, transição que ocorreu no decorrer de uma geração.
Este trabalho apologético apresenta o Cristianismo como um movimento distinto, mas ao mesmo
tempo, como cumprimento do Judaísmo.
Ao longo do livro há uma ênfase especial na atividade do Espírito Santo e no poder da ressurreição
de Jesus. Em razão da forte ênfase dada por Lucas no ministério do Espírito Santo, este livro poderia
ser considerado como "Os Atos do Espírito de Cristo trabalhando em e por meio dos Apóstolos."
283
Atos em Relance

ÊNFASE TESTEMUNHO EM JERUSALÉM TESTEMUNHO NA TESTEMUNHO ATÉ OS CONFINS DA TERRA


JUDÉIA E SAMARIA

TEXTO 1.1 3.1 8.5 13.1 21.17 28.31

DIVISÃO PODER DA IGREJA PROGRESSO DA EXPANSÃO DA TRÊS VIAGENS DE I JULGAMENTOS DE

I IGREJA IGREJA PAULO PAULO

JUDEUS SAMARITANOS GENTlOS


TÓPICOS
PEDRO RUPE PAULO

LOCAL JERUSALÉM JUDÉIA E SAMARIA REGiÕES MAIS REMOTAS

OCASIÃO 2 ANOS (33-35 d.e.) 13 ANOS (35-48 c.c: 14 ANOS (48-62 d.e.)

Nelson s Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas Nelson, lnc.

ESBOÇO DE ATOS

Primeira Parte: O Testemunho em Jerusalém (1.1 - 8.4)

I. O Poder da Igreja 1.1 - 2.47


A. Prólogo de Atos 1.1,2
B. Aparições do Cristo Ressurreto 1.3-8
C. Ascensão de Cristo 1.9-11
D. Espera pelo Espírito 1.12-14
E. Indicação de Matias 1.15-26
F. Cheios do Espírito Santo 2.l-4
G. Falando em outras Línguas 2.5-13
H. PedroExplica o Pentecoste 2.14-41
I. Práticas da Igreja 2.42-47

11. O Progresso da Igreja 3.1 - 8.4


A. Pedro Cura um Coxo 3.1-11
B. Segundo Sermão de Pedro 3.12-26
C. Pedro e João São Presos 4.1-4
D. Pedro Prega perante o Sinédrio 4.5-12
E. O Sinédrio Ordena a Pedra que se Cale 4.13-22
F. Os Apóstolos Oram por Ousadia 4.23-31
G. A Igreja Primitiva Compartilha Voluntariamente 4.32-37
H. Ananias e Safira Mentem 5.1-11
I. Milagres Poderosos dos Apóstolos 5.l2-16
J. Perseguição aos Apóstolos 5.17-42
K. Indicação dos Diáconos 6.1-8
L. Martírio de Estêvão 6.9-7.60
M. Saulo Persegue a Igreja 8.1-4
284

~--
~.

~~ ~--~~-----------------------
Segunda Parte: Testemunho na Judéia e Samaria (8.5 - 12.25)

I. O Testemunho de Filipe 8.5-4


A. Testemunho de Filipe aos Samaritanos 8.5-25
B. Testemunho de Filipe ao Oficial Etíope 8.26-40

11. A Conversão de SauIo 9.1-31


A. Conversão e Cegueira de Saulo 9.1-9
B. Saulo Fica Cheio do Espírito Santo 9.10-19
C. Saulo Prega em Damasco 9.20-22
D. Testemunho de Saulo em Jerusalém 9.23-31

111. O Testemunho de Pedro 9.32 -11.18


A. Pedro Cura Enéias em Lida 9.32-35
B. Pedro Ressuscita Dorcas em Jope 9.36-43
C. Testemunho de Pedro a Cornélio em Cesaréia 10.1-11.18

IV. O Testemunho da Igreja Primitiva 11.19 - 12.25


A. Testemunho da Igreja de Antioquia 11.19-30
B. Perseguição Promovida por Herodes 12.1-25

Terceira Parte: O Testemunho até os Confins da Terra (13.1 - 28.31)

I. Primeira Viagem Missionária 13.1 - 14.28


A. Barnabé e Saulo são enviados por Antioquia 13.1-3
B. Ministério em Chipre 13.4-13
C. Ministério em Antioquia 13.14-50
D. Ministério em Icônio 13.51-14.5
E. Ministério em Listra 14.6-20
F. Ministério na Viagem de Volta 14.21-25
G. Relatório da Primeira Viagem Missionária 14.26-28

11. O Concílio de Jerusalém 15.1-35


A. Debate sobre o Cumprvmcnto da Lei pelos Gentios 15.1-5
B. Pedro Prega a Salvação pela Graça 15.6-11
C. Testemunho de Paulo e Barnabé 15.12
D. Tiago Prova que os Gentios Estão Livres da Lei 15.13-21
E. O Concílio Envia uma Carta Especial 15.22-29
F. Relatório Entregue em Antioquia 15.30-35

111. Segunda Viagem Míssionária 15.36 - 18.22·


A. Desacordo a respeito de João Marcos 15.36-41
B. Derbe e Listra: Timóteo É Circuncidado 16.1-5
C. Trôade: O Chamado da Macedônia 16.6-10
D. Filipos: Ministério Amplo 16.11-40
E. Tessalônica: "Estes que Têm Transtornado o Mundo" 17.1-9
F. Beréia: Muitos Receberam a Palavra 17.10-15
G. Atenas: O Sermão de Paulo no Areópago 17.16-34
H. Corinto: Um Ano e Meio de Ministério 18.1-17
1. Viagem de Volta a Antioquia 18.18-22

285
IV. Terceira Viagem Missionária 18.23 - 21.16
A. Galácia e Frígia: Confirmando os Discípulos 18.23
B. Éfeso: Três Anos de Ministério 18.24-19.41
C. Macedônia: Três Meses de Ministério 20.1-5
D. Trôade: Êutico Cai da Janela 20.6-12
E. Mi1eto: Paulo se Despede dos Presbíteros 20.13-18
F. Tiro: Paulo É Avisado sobre Jerusalém 21.1-6
G. Cesaréia: Predição de Ágabo 21.7-16

V. A Viagem para Roma 21.17 - 28.31


A. Testemunho de Paulo em Jerusalém 21.17-23.33
B. Testemunho de Paulo em Cesaréia 23.34-26.32
C. Testemunho de Paulo em Roma 27.1- 28.31

Principais Sermões em Atos


Vários discursos e sermões importantes estão registrados no Livro dos Atos. Há mais de vinte incluídos, sendo
que a maioria é de Pedra (7 ao todo) e de Paulo (11 ao todo). Abaixo está uma lista dos mais importantes
com o tema e a referência bíblica.

Referência
Sermão Tema
Bíblica

Pedra à multidão no Pentecoste Explicação de Pedro sobre o significado do Pentecoste Atos 2.14-40

Pedra à multidão no Templo O povo judeu deveria se arrepender por haver Atos 3.12-26
crucificado o Messias

Pedro no Sinédrio Testemunho de que um homem aleijado havia sido Atos 4.5-12
curado pelo poder de Jesus

Estêvão no Sinédrio Estêvão recorda a história dos judeus acusando-os de Atos 7


terem matado o Messias

Pedro aos gentios Gentios e judeus podem ser salvos da mesma forma Atos 10.28-47

Pedra à igreja em Jerusalém Testemunho sobre sua experiência em Jope e a defesa Atos 11.4-18
de seu ministério aos gentios

Paulo à sinagoga em Antioquia Jesus é o Messias em cumprimento às profecias do Atos 13.16-41


Antigo Testamento

Pedra ao Concílio de Jerusalém Salvação pela graça disponível a todos Atos 15.7-11

Tiago ao Concílio de Jerusalém Gentios convertidos não necessitam circuncidar-se Atos 15.13-21

Paulo aos presbíteros em Éfeso Permaneçam fiéis apesar dos falsos mestres e Atos 20.17-35
da perseguição

Paulo à multidão em Jerusalém Declaração de Paulo sobre sua conversão e seu Atos 22.1-21
ministério aos gentios

Paulo ao Sinédrio Defesa de Paulo declarando-se um fariseu e um Atos 23.1-6


cidadão romano

Paulo diante do rei Agripa Declaração de Paulo sobre sua conversão e seu Atos 26
zelo pelo evangelho

Paulo aos líderes judeus em Roma Declaração de Paulo sobre sua herança judaica Atos 28.17-20

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286

- --.-
~
Z
~
Pentecostes, um festival judaico também conhecido como Festa das Semanas, -t""I
O,
marcava o término da colheita de cevada. Nesta festa, 50 dias após a ressurreição de Jesus, ri)
os judeus que se encontravam espalhados por todo Império Romano reuniam-se em Jerusalém. III
Quando o Espírito Santo foi derramado sobre os apóstolos, eles começaram a falar em outras línguas, Q.
e aqueles que vinham de outras nações podiam entendê-I os perfeitamente (At 2.5-13). O
Este mapa mostra as diferentes regiões do Império Romano
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que estavam representadas em Jerusalém no Dia do Pentecoste. ri)
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I © 2002. Editora Cultura

Cristã

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® Filipe passa a residir em Cesaréia
com suas quatro filhas virgens
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que eram profetisas. ~
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Paulo os visitou ali (At 21.8,ss).
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samana,
.\. o Filipe viaja para a cidade de Samaria,
onde Simão, o mágico, se converte (At 8.4).
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e Apolônia
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"As multidões atendiam,
unânimes, SAMARIA
às coisas que Filipe dizia, I
ouvindo-as e vendo os sinais
que ele operava"
AntiPátri~.@ "Eoooo'''Oo ,m ,",oto", I
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Filipe prega de
(At8.6) I
cidade em cidade I
~ até alcançar Cesaréia •
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(AtaAO), •••
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10) Filipe torna-se diácono
junto com outros seis
companheiros (At 6.5).

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Jerusalém
Mediterrâneo
e Azoto
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e Asquelom

e Betogabris
Na estrada entre
Jerusalém e Gaza,
Filipe batiza o
eunuco etíope (At 8.26). t
e
Láquis e Hebrom

© 2002, Editora Cultura Cristã


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"...não podemos deixar
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de falar das coisas
que vimos e ouvimos." Cornélio e toda a sua casa
® Pedra e João oram 0) o dois apóstolos =
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(At 4.20) crêem e recebem o batismo para que os samaritanos retornam a Jerusalém C.
(At 10.17,ss). recebam o Espírito Santo. "e evangelizavam muitas /'t)
Simão (o mágico) aldeias dos samaritanos"
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é repreendido (At 8.15,ss). (At 8.25). ."C.
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Mediterrâneo , ~
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"Ao que Deus purificou ,, CD Pedra e João vão a Samaria
não consideres comum" para avaliar o resultado
(At 10.15). I• dos esforços de Filipe
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Morto t © 2002, Editora Cultura Cristã

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Sonhos e Visões

Na época do Novo Testamento Deus muitas vezes usou sonhos (durante o sono) e visões (em vigília)
para tomar conhecida sua vontade. Particularmente, os líderes da igreja como Pedro e Paulo receberam
orientação sobre seu futuro ministério por meio de visões.

Personalidade Mensagem dos Sonhos Referência


Bíblica

José Três Sonhos Separados:


(1) Assegurado da pureza de Maria Mt 1.20
(2) Avisado para fugir para o Egito Mt2.13
(3) Avisado para voltar a Nazaré Mt 2.19-23

Sábios do Avisados sobre a conspiração de Herodes contra o menino Jesus Mt2.12


Oriente
VISÕES

Personalidade Mensagem das Visões Referência


Bíblica

Paulo Convertido ao Cristianismo numa visão de Cristo que o cegou no Atos 9.3-9
caminho de Damasco

Ananias Instruído a assistir a Saulo em Damasco Atos 9.10-16

Comélio Instruído a pedir a Pedro que fosse a Jope Atos 10.3-6

Pedro Instruído a comer animais impuros - mensagem para aceitar os gentios Atos 10.9-18,28

Paulo Chamado para um trabalho missionário na província da Macedônia Atos 16.9

Paulo Assegurado da presença de Deus em Corinto Atos 18.9,10

Paulo Recebeu a promessa da presença de Deus em sua viagem para Roma Atos 23.11

Paulo Viu a glória do terceiro céu 2Co 12.1-4

João Recebeu uma série de visões sobre o futuro Ap 4.1 - 22.11

Comparação entre Pedro e Paulo

A partir de Atos 12.25 a atenção literária de Lucas muda de Pedra para Paulo e de uma igreja
predominantemente judaica para uma comunidade gentílico-cristã.
A posição e o papel de Paulo como verdadeiro apóstolo são salientados pelo paralelo traçado entre os
dois apóstolos.
Verifique o quadro "A Vida de Paulo" na página 292.
Pedro Paulo

Cura um homem coxo de nascença (3.1-11) Cura um homem coxo de nascença (14.8-18)

Cura pessoas com sua sombra (3.15,16) Cura pessoas com seus lenços e aventais (19.11,12)

Seu sucesso provoca o ciúme dos judeus (5.17) Seu sucesso causa ciúme entre os judeus (13.45)

Enfrenta Simão, o mágico (8.9-24) Enfrenta Bar Jesus, um mágico (13.6-11)

Ressuscita Tabita (Dorcas) (9.36-41) Ressuscita Êutico (20.9-12)

É aprisionado e miraculosamente libertado por É aprisionado e miraculosamente libertado por


Deus (12.3-19) Deus (16.25-34)

290
Ministério de Paulo

A segunda metade do livro de Atos é dirigi da quase exclusivamente ao ministério do Apóstolo Paulo.
Antigo perseguidor da igreja, Saulo, que logo passou a ser chamado Paulo, converteu-se, no caminho
de Damasco, com uma visào do Cristo Ressuscitado (9.1-19). o decorrer das três viagens missionárias
e na viagem empreendida para o cativeiro em Roma, as quais estào relatadas em Atos, Paulo levou
a mensagem do Evangelho a grande parte do Império Romano e até ao seu centro - a própria cidade
de Roma.

A Carreira do Apóstolo Paulo

Origem: Tarso na Cilícia (At 22.3)


Tribo de Benjamim (Fp 3.5)

Educação: Aprendeu a fazer tendas (At 18.13)


Estudou com Gamaliel (At 22.3)

Religião Hebreu e Fariseu (Fp 3.5)


Anterior: Perseguidor dos Cristãos (At 8.1-3; Fp 3.6).

Salvação: Encontrou o Cristo Ressurreto no caminho de Damasco (At 9.1-8)


Recebeu o Espírito Santo na Rua chamada Direita (At 9.17)

Chamado A igreja de Antioquia foi orientada pelo Espírito Santo para enviar
Missionário: Paulo para a obra missionária (At 13.1-3).
Levou o Evangelho aos gentios (GI 2.7-10).

Papéis: Falou pela igreja de Antioquia no Concílio de Jerusalém (At 15.1-35).


Opôs-se a Pedro (GI 2.11-21).
Discutiu com Barnabé sobre João Marcos (At 15.36-41).

Realizações: Três Longas Viagens Missionárias (At 13 - 20).


Fundou numerosas igrejas na Ásia Menor, Grécia e, possivelmente,
na Espanha (Rm 15.24,28).
Escreveu cartas a numerosas igrejas e a várias pessoas,
as quais hoje representam um quarto do Novo Testamento.

Final da Vida Após ter sido preso em Jerusalém, foi enviado para Roma
(At 21.27; 28.16-31).
De acordo com a tradição cristã, foi libertado da prisão continuando
por mais algum tempo seu trabalho missionário na Macedônia;
novamente preso em Roma e decapitado fora da cidade.

Nelson s Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas Nelson, Inc.

Carreira Apostólica de Paulo

291
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Última parte do trabalho missionário: Na segunda viagem missionária Início do Trabalho Missionário: ~
Paulo levou o evangelho ainda mais a oeste, até à província da Macedônia, Trabalhou juntamente com Barnabé, C.
para as cidades de Filipos, Tessalônica, Beréia, Atenas e Corinto (At 16 - 18); objetivando alcançar os gentios, rD
na terceira viagem trabalhou com as igrejas de Éfeso, Trôade e Mileto (At 19; 20). recebendo o apoio da igreja de
"' Antioquia da Síria (At 11.19-26); '"'C
na primeira viagem missionária
~
visitou a ilha de Chipre,
e as cidades de Antioquia da Psídia,
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Icônio, Listra e>Derbe (At 13.14).

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fi Antioquia da Psídia
• Icônio
Lístra » •
Atenas Derbe

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Mediterrâneo

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Damasco

Anos de Preparação:
Viagem para Roma e últimos dias: Mocidade e Conversão: Após sua conversão,
Cercado por uma turba de judeus zelotes, Nascido em Tarso, possuia duas cidadanias: Paulo trabalhou
Paulo apelou para César (At 25); judeu e cidadão romano (At 22.3) com os cristãos
viajou para Roma por mar para estudou em Jerusalém sob a em Damasco (At 9.22),
comparecer perante o tribunal em Roma; orientação do erudito judeu Gamaliel; nas regiões desertas
como prisioneiro, Paulo continuou a perseguiu os primeiros cristãos em Jerusalém (At 8.3); ( da Arábia (GI 1.17),
proclamar o evangelho (At 28.17-31); converteu-se ao Cristianismo ao ter uma visão de Cristo I i e em Jerusalém.
morreu, provavelmente, nas mãos no caminho de Damasco (At 9.1-9). A oposição por parte
de um carrasco romano ao redor de 68 d.C. dos líderes judeus o
impeliu para Tarso
(At 9.26-30)
onde aparentemente
trabalhou durante dez anos.
© 2002, Editora Cultura Cristã
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"E, promovendo-Ihes, em cadàiigreja, :::!.

MíSIA
a eleição de presbíteros, depois de orar com jejuns,
os encomendaram ao Senhor em quem haviam crido" (At 14.23).
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CAPADÓCIA ~
Paulo Prega: lideres judeus ~
se opõem ao evangelho 3
(At 13.16ss).
Muitos crêem;
cresce a perseguição (At 14.1ss).
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Esmirna .Sardes FRíGIA Antioquia


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11I

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•Filadélfia \ da Pisídia Paulo e Barnabé ::s
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são considerados deuses;
Paulo é apedrejado (At 14.8ss).
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" D .Antioquia I embarcam para Chipre I
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(At 13.4).
_

~ RODES
SíRIA
o procônsul Sérgio Paulo
se converte. Elimas, o mágico, N
é castigado com a cegueira.

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Viagem de Ida

Viagem de Volta

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~ (5) Lídia é batizada; IJ"I
Anfípolis Filipos Paulo e Silas são presos ('1)
Apolônia "" \. (At 16.12ss). ~
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M A C E D Ô N IA~ ~ '" ._. Neápolis Bizâncio "Assim as Igrejas eram fortalecidas na fé :=
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~~~::0?Y- ,~, f c,, , e, dia a dia, aumentavam em número" (At 16.5). ~
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GALÁCIA CAPADÓCIA ~
('1)

(2) Paulo e Silas


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• Antioquia da Pisídia v ~c
~\~ seguem pela
Síria e Cilícia ~
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Sardes ~\
(At 15.41).
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~ ·Éfeso • laodicéia CILíCIA :=
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• Mileto
"Tarso ~.
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(3) Tirnóteo ju t
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a (Ataulo e Silas
16.1ss). Iselêucia ./. •
Antioqula
(8) Paulo permanece
.... SIRIA
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durante um ano e meio
em Corinto,
e é levado perante
o~
~:m·i~·~······· (1) Paulo e Barnabé
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c:
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o procônsul Gálio se desentendem


~ a respeito de Marcos;
(At 18). (9) Paulo retoma
CRETA Pafos vcHlPRE Barnabé e Marcos
a Jerusalém
(At 18.21). embarcam para Chipre
(At 15.39) .
........... -- Marcos e Barnabé
Paulo e Silas • Damasco

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CIRENAICA
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© 2002, Editora Cultura Cristã
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(4) Após um período de ministério na Macedônia e na Grécia,
Paulo fica sabendo de uma conspiração armada pelos líderes judeus Mar NegrQ PONTO ~
e retoma por terra através da Macedônia (At 20.3). \ '"'I
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MACEDÔNIA \ .FiliPos "Porque jamais deixei de vos anunciar -li


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Tessalônica
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todo o desígnio de Deus" (At. 20:27) .
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(2) Paulo envia ~
Timóteo e Erasto à Macedônia, U'O
seguindo-os posteriormente GALÁCIA CAPADÓCIA ro
(At 19.22) . 3
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(1) Paulo retoma
às igrejas
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(5) Em seu retorno, Paulo passa ao largo de Éfeso
tentando chegar a Jerusalém
por ocasião do Pentecoste (At 20.16).
SfRIA
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CRETA (6) Em Mileto o apóstolo exorta


os presbíteros de Éfeso (At 20.17ss). t
Mar Mediterrâneo o.
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Cirene (7)o profeta Agabo adverte Paulo
sobre o perigo em Jerusalém (At 21 .11). ~ J~rUSalém

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(7) Sob a custódia " . é pela esperança C
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de um guarda,
Paulo mora em Roma
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que estou preso com esta cadeia"
(At 28.20).
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(At 28.14).
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(5) Tendo naufragado (2) Paulo é transferido
em Malta, para um navio de Alexandria
permaneceram ali que ia para a Itália (At 27.6).
durante três meses •
Damasco
(At 27.41ss). (4) O navio é levado pela tempestade
durante vários dias (At. 27.20) (3) Um tufão tira o navio
de seu curso (At27.14). Mar :. C~saréia
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Livramentos no Novo Testamento

Durante o período do ovo Testamento os cristãos foram, muitas vezes, libertados de circunstâncias
angustiosas pela manifestação miraculosa do poder de Deus. Paulo e Silas, por exemplo, foram
açoitados e presos como agitadores por causa de sua pregação em Filipos. Enquanto oravam e
cantavam durante a noite, a prisão foi abalada por um terremoto e ambos foram libertados para
continuar seu trabalho (At 16.16-40). O poder de Deus para libertar ainda está disponível hoje para
todos aqueles que desejam exercitar sua fé e buscar a vontade do Pai para suas vidas.
Aqui estão várias circunstâncias específicas dentro do ovo Testamento nas quais Deus operou
libertando miraculosamente seu povo.

Nome Ação de Deus Referência Bíblica

Gadareno
endemoninhado Libertado por Jesus de possessão demoníaca Mc5.1-15

Lázaro Ressuscitado dos mortos por Jesus Jo 11.38-44

Jesus Ressuscitado dos mortos Lc 24.1-7


depois de ter estado no túmulo durante três dias Jo 20.1-10

Apóstolos Libertados da prisão por um anjo At5.17-20

Dorcas Ressuscitada por Pedra At 9.36-41

Pedra Libertado por um anjo da prisão At 12.1-11

Êutico Revivido por Paulo depois de uma queda da janela At20.1-12

Paulo Libertado de uma tribulação angustiosa na Ásia 2 Co 1.8-11

Paulo Salvo de um naufrágio na Ilha de Malta At 28.1

Via~ens no Novo Testamento

O mais famoso viajante do Novo Testamento foi o apóstolo Paulo. O relato da sua viagem a Roma
em navio cargueiro que levava trigo para a capital do império, nos ajuda a compreender como era a
viagem por mar nos tempos do ovo Testamento (At 27). Apanhados por uma tempestade de inverno
o navio e seus passageiros naufragaram na ilha de Malta, ou Melita, ao largo da costa da Sicília.
Depois de três meses, e com a melhora das condições do tempo prosseguiram para Roma num
segundo navio que havia saído de Alexandria, no Egito (At 28.1).
Outras viagens famosas de personagens do Novo Testamento incluem as seguintes:

297
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Personalidade Descrição da Viagem Referência Bíblica

Sábios do Oriente Vindo do Oriente (Pérsia) até Belém para adorar o recém nascido Jesus Mt2.1-12

José e Maria De Nazaré para Belém, onde Jesus nasceu


,
\ . Lc 2.4

Maria, José e Jesus Fugindo para o Egito para escapar da ameaça de Herodes;
retorno a Nazaré apos a morte de Herodes Mt2.13-23

Filipe De Jerusalém a Samaria para pregar aos samaritanos; de Samaria At 8.5


para o deserto para testemunhar a um eunuco etíope; do deserto para Cesaréia At 8.26
At8.40

Paulo De Jerusalém a Damasco para prender os primeiros cristãos At9

Pedro De Jope a Cesaréia para encontrar Cornélio e pregar aos gentios At10

Barnabé De Jerusalém a Antioquia para trabalhar com os gentios convertidos At 11.9-26

Paulo e Barnabé Primeira viagem missionária de Paulo de Antioquia para vários lugares,
incluindo a ilha de Chipre e cidades como Atália, Pérgamo, Antioquia da Pisídia,
Icônio, Listra e Derbe At13; 14

Paulo e Silas Segunda viagem missionária de Paulo de Antioquia para várias cidades como Tarso,
Trôade, Neápolis, Filipos, Anfípolis, Tessalônica, Beréia, Atenas, Corinto e Éfeso At15-18

Paulo Terceira viagem missionária de Paulo de Antioquia para várias cidades;


Locais novos visitados nesta viagem incluem: Assos, Mitilene, Mileto, Cós, Patara,
Mira e a ilha de Rodes no mar Egeu, ao largo da costa da Ásia Menor At 18-21
Experiências de Paulo na Prisão

A primeira prisão prolongada de Paulo, que está registrada em Atos 21.27 - 28.31, foi resultado de
uma falsa acusação por parte dos judeus em Jerusalém, de que Paulo teria introduzido um gentio
na área do Templo (21.28, 29). Por ser cidadão romano Paulo recebeu proteção das autoridades
romanas que o livraram da multidão em Jerusalém e o levaram escoltado para Cesaréia (23.11-35).
Após ser ouvido pelo Sinéclrio judaico (22.30 - 23.1 O), por Félix, governador romano (24.1-21), por
Festa, o novo Governador (25.1-12) e pelo rei Agripa (25.13 - 26.32), Paulo foi levado para Roma
(27.1 - 28.16). O livro de Atos termina com Paulo em prisão domiciliar em Roma, esperando sua
audiência diante do imperador (28.17-31).

A Prisão de Paulo

Caná
• "Coragem! Pois do modo por que
deste testemunho a meu respeito em Jerusalém,
assim importa que também o faças em Roma" (At 23.11).

Paulo é preso no templo; na prisão Jesus aparece a ele;


Na casa de Filipe,
durante seu retorno da

Samaria
os judeus conspiram para matá-Io;
o apóstolo é enviado a Félix, o governador (At 21-23).
Ptolomaida
• terceira viagem missionária,
o profeta Ágabo avisa a Paulo • Jerusalém
que ele será preso em Jerusalém
(At 21.11).

Mar
Mediterrâneo
Paulo comparece
diante de Félix e
apela para César;
Parada no final do primeiro
fala diante de Agripa e Berenice;
dia de viagem para Cesaréia
é colocado em um navio para Roma
(At 23.31).
(At 24- 26).

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I~rejas Cristãs Primitivas

Da evidência que encontramos nas Epístolas Pastorais (1 e 2 Tm; Tt), parece haver uma indicação
de que Paulo foi libertado da prisão em Roma registrada em Atos. Dentro desta hipótese, o apóstolo
teria continuado seu ministério, e talvez chegado até a Espanha (cf. Rrn 15.24). No final do 1º século
a igrejajá estava bem estabelecida na região oriental do Mediterrâneo e havia um esforço missionário
ativo tanto em direção ao Oriente quanto ao Ocidente. r
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Epístolas
de Paulo

Cartas eram uma forma comum de comunicação no primeiro século de nossa era. Paulo as escreveu
para incentivar, advertir e instruir as igrejas que havia fundado (1 e 2 Coríntios, Gálatas, Efésios,
Filipenses, 1 e 2 Tessalonicenses). Escreveu também a igrejas que não havia visitado (Romanos e
Colossenses) e a pessoas individuais (1 e 2 Timóteo, Tito, Filemom). Por meio de' suas cartas o
ministério de Paulo estendeu-se não apenas até aqueles a quem foram diretamente endereçados,
mas aos leitores da Bíblia ao longo dos séculos.
As cartas paulinas demonstram um padrão na sua elaboração. Na introdução ele se apresenta
pessoalmente àqueles a quem endereça a carta e, então, os saúda. A introdução é freqüentemente
seguida por uma palavra de gratidão e intercessão pelos leitores. Em seguida à carta normalmente
trata de questões doutrinárias e, por fim, sobre sua aplicação na vida. Paulo termina as cartas com
saudações enviadas por seus companheiros e com agradecimentos adicionais a várias pessoas nas
igrejas para as quais escreve. Suas cartas terminam com uma bênção.
As saudações de Paulo têm uma formulação exclusiva. A saudação grega normal era semelhante à
palavra grega para "graça". "Paz" era a saudação usada pelos judeus. Paulo combina as duas numa
fórmula especificamente cristã: "graça a vós outros e paz da parte de Deus, nosso Pai e do nosso
Senhor Jesus Cristo" (G 1 1.3). A graça de Deus em Cristo traz reconciliação com Deus, harmonia
entre as 'pessoas e plenitude de vida.
O empenho de Paulo por aqueles a quem escreve revela-se em suas ações de graça pelo progresso
espirirual de seus leitores (por exemplo: 1Ts 1.2-10) e em suas intercessões por seu contínuo crescimento
(por exemplo: Fp 1.8-11). Na epístola aos Gá1atas, em que Paulo estava profundamente preocupado
com o fato de seus convertidos estarem seguindo ensinamentos falsos, ele omite as açêes de graça
e a intercessão, indo direto ao problema que o afligia.
As cartas de Paulo cobrem tanto aspectos doutrinários quanto práticos. Em Romanos, a aplicação
prática (12.1 - 15.32), segue claramente a discussão doutrinária (1.16 - 1l.36). Por outro lado em
Filipenses a discussão doutrinária e a aplicação prática estão misturadas. Em 1 Coríntios Paulo
parece estar respondendo a uma série de perguntas enviadas a ele pela igreja de Corinto.
As últimas três cartas escritas pelo apóstolo (1 Timóteo, 2 Timóteo e Tito) são conhecidas como
epístolas pastorais - assim chamadas porque tratam de questões referentes aos pastores e suas
congregações. As epístolas de 1 Timóteo e Tito, são nossos mais antigos manuais de organização
eclesiástica. Estas três cartas dão ênfase à boa doutrina e desafiam os crentes às boas obras.
A bênção com que Paulo finaliza suas cartas sempre inclue os votos de que a graça de Deus esteja
com seus leitores "A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo seja com todo vós" (Rm 16.24; 1Co
16.23; Fp 4.23; lTs 5.28; 2Ts 3.18). Ele começa e termina com o maravilhoso dom da graça de
Deus em Cristo.

A Influência de Paulo

O testemunho do apóstolo Paulo começou cedo em Damasco e em Tarso, sua cidade natal. Viagens
missionárias levaram-no às províncias da Galácia, Ásia, Macedônia e Acaia. Mesmo quando sob
custódia em Cesaréia, ou aprisionado em Roma, Paulo deu testemunho de sua salvação em Cristo.
Verifique também os mapas: "Primeira e Segunda Viagens de Paulo" às páginas 293, 294 e "Terceira
e Quarta Viagens de Paulo" às páginas 295, 296 e "Resumo das Cartas de Paulo", página 302.

301
Cronologia das Epístolas de Paulo

Segunda 70 a.c.
Segunda
49--50 Primeira 63--67 Destruição de
Primeira Viagem Terceira 57-60 Prisão e
Prisão
.•.~
Jerusalém

-
Viagem Missionária Viagem Martirio
em Roma
Missionária Missionária em Roma
Macedônia
Concílio de 60-63 Quarta Viagem a Igreja continua
Galácia Acaia Ásia Julgamentos 67-68
Jerusalém Roma Missionária a espalhar-se
Grécia Roma e a crescer

48d.C. 49 50 53 57 60 63 67 68 95

Gãlatas 1 Tessalonicenses 1 Coríntios Efésios 1 Timóteo 2 Timóteo


Local: Antioquia Local:Corinto Local: Éfeso Local: Roma Local: Macedônia Local: Roma
Data: 48-49(?) Data:51-52 Data: 5&-57 Data: 6CHl3 Data: 62-<>6 Data: 66-<>7

2 Tessalonicenses 2 Corintios Colossenses Tito


Local:Corinto Local:Macedônia Local:Roma Local: Macedônia
Data:51-52 Data: 5&-57 Data: 6CHl3 Data: 62-<>6

Gálatas Filemom
Local:Antioquia Local:Roma
Data: 55-57(?) Data: 6CHl3

Romanos Filipenses
Local:Corinto Local:Roma
Data: 57(?) Data: 6CHl3(?)

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Quadro das Epístolas de Paulo


Nº de Local Onde
Livro Capítulos Tema foi Escrito Data Destinatário

Romanos 16 A Justiça de Deus Corinto Inverno de 57 Amados de Deus em Roma,


chamados para serdes santos (1.1)

1 Coríntios 16 Resolução de Divisões Éfeso 56-57 À igreja de Deus em Corinto,


e Problemas aos santos em Cristo Jesus(1.2)

2 Coríntios 13 O ministério da Macedônia 56-57 À igreja de Deus em Corinto, e


Reconciliação todos os santos, em toda a Acaia (1.1)

Gálatas 6 Liberdade em Cristo Antioquia 48-49 ou 55--57 Igrejas da Galácia (1.2)

Efésios 6 A igreja: Roma 60- 63 Aos santos que vivem em Éfeso,


O Corpo de Cristo e fiéis em Cristo Jesus (1.1)

Filipenses 4 Vida Cristã Jubilosa Roma 60-63 A todos os santos em Cristo Jesus, inclusive
bispos e diáconos que vivem em Filipos (1.1)

Colossenses 4 O Cristo Cósmico Roma 60-63 Aos santos e fiéis irmãos


em Cristo em Colossos (1.2)

1 Tessalonicenses 5 A vinda de Cristo Corinto 51 - 52- À igreja dos tessalonicenses,


em Deus Pai, e no Senhor Jesus Cristo (1.1)

2 Tessalonicenses 3 O Dia do Senhor Corinto 51 -52 À igreja dos tessalonicenses,


em Deus Pai, e no Senhor Jesus Cristo (1.1)

1 Timóteo 6 Conselhos Pastorais Macedônia 62-66 A Timóteo, verdadeiro filho na fé (1.2)

2 Timóteo 4 Uma palavra Roma 63-66 Ao amado Filho Timóteo (1.2)


animadora de despedida

Tito
, 3 Manual de Conduta Cristã Macedônia 63-66 À Tito, verdadeiro
segundo
filho,
a fé comum (1.4)

Filemom 1 Recebendo um Roma 60-63 Ao amado Filemom, nosso colaborador (1.1)


escravo como irmão

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302
Romanos
Teologicamente, Romanos é a mais importante epístola de Paulo, e contém sua apresentação mais
lógica e abrangente do Evangelho. Este livro representou, por diversas vezes, um papel importante ao
longo da história da igreja. Agostinho, teólogo do 4º século, converteu-se lendo Romanos. Da mesma
forma, no século 16, esta epístola inspirou Martinho Lutero ao descobrir, em sua leitura, a verdade sobre
a justificação pela fé. Séculos mais tarde, o coração de John Wesley foi "aquecido de forma especial",
quando ouviu o prefácio de Romanos, escrito por Lutero, lido em voz alta.

Autor

f(
Há uma esmagadora concordância entre os eruditos de que o autor deste livro fundamental do Novo
~ ') Testamento foi o apóstolo Paulo. Vocabulário, estilo, lógica e desenvolvimento teológico são consistentes
~ com as outras epístolas de Paulo. O apóstolo ditou a carta a um secretário chamado Tércio ( 16.22),
~ o qual acrescentou sua própria saudação.
~
Embora a autoria paulina seja inquestionável, a unidade da carta tem sido motivo de debate. Alguns
argumentam que o capítulo 16 era, originalmente, um documento separado adicionado à carta em
ocasião posterior. É mais simples, entretanto, entender a lista de saudações no final do capítulo, como
um esforço de Paulo, um desconhecido da igreja de Roma, em mencionar amigos comuns.

Data

Que Paulo não havia ainda visitado Roma na ocasião em que a carta foi escrita, fica evidente em 1.3.
Deve-se datar Romanos dentro do período compreendido pela terceira viagem missionária, quando o
apóstolo estava empenhado em angariar fundos para a igreja de Jerusalém. Quando Paulo escreveu 2
Coríntios, enquanto viajava de Éfeso para Corinto, a coleta ainda estava incompleta (2Co 8.1-9). Na
ocasião em que escreveu à igreja de Roma, esta coleta aparentemente já estava terminada (Rm 15.26-
28). Portanto, assumimos que Paulo escreveu sua epístola aos Romanos de Corinto, enquanto permanecia
na cidade por três meses, em 57 d.C; no final de sua terceira viagem missionária, antes de viajar para
Jerusalém (Rm 15.25; At 20.2-3) observe o mapa "Terceira Viagem Missionária de Paulo", à pág 295.

Tema e Estrutura Literária

A frase-chave desta epístola é encontrada em 1.17: "justiça de Deus". Esta frase engloba o próprio
coração da epístola. Romanos foi escrita para demonstrar como o homem e a mulher pecadores
podem receber a justificação de Deus mediante a fé em Jesus Cristo. O tema da justiça divina que
corre ao longo do livro é refletido no seguinte esquema: a revelação da justiça de Deus (caps.l - 8);
a defesa da justiça de Deus (caps. 9 - 11 ); e a aplicação da justiça de Deus (caps. 12 - 16).
Dentro do contexto de seu tema, Paulo discute a necessidade de justiça divina que a humanidade
pecadora apresenta (1.18 -3.20); a imputação da justiça de Cristo sobre os seres humanos pecaminosos
pela justificação (3.21 - 5.21), e a santificação dos redimidos (6.1 - 8.39). Além disso, Paulo discorre
sobre a justiça de Deus revelada em sua fidelidade às promessas de sua aliança com Israel (9.1 - 1 1.36)
e a justiça que os cristãos devem demonstrar uns para com os outros e também diante do mundo
(12.1 - 16.27). Em sua apresentação abrangente do plano de salvação de Deus, Paulo vai da
condenação para a glorificação, e da verdade teológica para o comportamento prático.
Palavras-chave como justiça, fé, lei, tudo e pecado, aparecem, cada uma delas, pelo menos sessenta
vezes no texto da epístola.

303
Romanos em Relance
ÊNFASE REVELAÇÃO DA JUSTiÇA DE DEUS
l DEFESA DA JUSTiÇA
DE DEUS
APLICAÇÃO DA JUSTiÇA
DE DEUS

TEXTO 1.1 3.21 6.1 9.1 9.30 11.11 12.1 14.1 -16.27

NECESSIDADE IMPUTAÇÃO DEMONSTRAÇÃO O O o DEVERES LIBERDADE


DIVISÃO DA DAJUSTIÇA DA PASSADO PRESENTE FUTURO CRISTÃOS CRISTÃ
DE
JUSTiÇA DE DE DEUS JUSTiÇA DE DE ISRAEL: DE ISRAEL:
ISRAEL:
DEUS DEUS ELlEIÇÃO REJEiÇÃO
RESTAURAÇÃO

PECADO SALVAÇÃO SANTIFICAÇÃO SOBERANIA SERViÇO


TÓPICO

DOUTRINÁRIO PRÁTICO

LOCAL PROVAVELMENTE ESCRITA EM CORINTO

OCASIÃO c.57 d.C.

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ESBOÇO DE ROMANOS

Primeira Parte. A Revelação da Justiça de Deus (1.1 - 8.39)

I. Introdução : 1.1-17

11. Condenação. A Necessidade da Justiça Divina 1.18 - 3.20


A. Culpa dos Gentios 1;18-32
B. Culpa dos Judeus 2.1 -3.8
C. Conclusão. Todos São Culpados Perante Deus 3.9-20

111. Justificação. A Imputação da Justiça Divina 3.21 - 5.21


A. Descrição da Justiça 3.21-31
B. Ilustração da Justiça 4.1-25
C. Beneficias da Justiça 5.1-11
D. Contraste entre Justiça e Condenação 5.12-21

IV. Santificação. A Ilustração da Justiça de Deus 6.1 - 8.39


A. Santificação e Pecado 6.1-23
B. Santificação e a Lei 7.1 -25
C. Santificação e o Espírito 8.1-39

Segunda Parte. A Defesa da Justiça de Deus (9.1 - 11.36)

I. O Passado de Israel. A Eleição de Deus 9.1- 29


A. Tristeza de Paulo : 9.1 -5
B. Soberania de Deus > •••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 9.ó-29

11. O Presente de Israel. A Rejeição de Deus 9.30 - 10.21


A. Israel Busca Justiça pelas Obras 9.30-33
B. Israel Rejeita a Cristo 10.1-15
C. Israel Rejeita os Profetas 1O.l6-2121
304
lU. O Futuro de Israel. Restauração Feita por Deus 11.1-36
A. A Rejeição de Israel não É Total 1l.l-10
B. A Rejeição de Israel não É Final 1l.l1-32
C. Restauração de Israel. Ocasião para Glorificar a Deus 11.33-36

Terceira Parte. A Aplicação da Justiça de Deus (12.1 - 16.27)

I. Justiça de Deus Demonstrada nos Deveres Cristãos 12.1 - 13.14


A. Responsabilidades para com Deus 12.1,2
e. Responsabilidades para com os Poderes Constituídos 13.1-7
D.Responsabilidades para com o Próximo 13.8-14

11. Justiça de Deus Demonstrada na Liberdade Cristã 14.1 - 15.13


A. Princípios da Liberdade Cristã 14.1-23
B. Práticas da Liberdade Cristã 15.1-13

111. Conclusão 15.14 - 16.27


A. Propósito de Paulo ao Escrever 15.14-21
B. Planos de Viagem de Paulo 15.22-33
C. Louvor e Saudações 16.1 -27

A Cidade de Roma

Roma-foi fundada em 753 a.e. e, no tempo de Paulo, era a maior cidade do mundo, com mais de um
milhão de habitantes. Possuía muitos prédios magnificos, mas a maioria da população era escrava;
. opulência e miséria coexistiam na cidade imperial.
A igreja em Roma era bem conhecida e, por ocasião desta carta, já estava estabelecida havia vários
anos. Seus membros eram numerosos, os quais, evidentemente, encontravam-se uns aos outros em
várias localidades (16.1-16). O historiador romano Tácito referiu-se aos cristãos que foram perseguidos
durante o reinado de Nero, em 64 d.e., como "uma imensa multidão".

(\ ~ Banhos .~
"Por isso, quanto está em mim, \.>:. de Nero ~~
As Sete Colinas de Roma
estou pronto a anunciar
o evangelho a vós outros Estádio de
«,'b'
.5:,..f!'
CD Aventino ® Quirino
em Roma" (Rm 1.15). Domiciano @ Palatino ® Viminal
Circo Via Pinciana @ Capitolino 0 Esquilino
~Iamínio @ Célio
~~o::::::::::::::~~~----' Prisão Mamertina*

Estrada Alta

Acampamento

{j p
Petroriano

CJfrlc' .
lq

305
Vida Cristã

Embora a profundidade teológica da epístola de Paulo aos Romanos seja imensa, o apóstolo não
negligencia os aspectos práticos da vida cristã. Considerando o que Deus tem feito por nós e em nós
por intermédio de Jesus Cristo, Paulo exorta cada crente a honrar a Deus, vivendo vidas de obediência
sacrificial, "santas e agradáveis a Deus" (12.1).

Descrição do Cristão Resultado

Apresenta-se a Deus (12.1) Toma-se um sacrificio vivo, santo e agradável a Deus (12.1)

Recebe transformação por meio de uma mente Descobre e demonstra a vontade de Deus (12.2)
renovada (12.2)

Tem dons espirituais de acordo com a graça Usa os dons espirituais como parte do corpo de Cristo
de Deus (12.ó-8) (12.ó)

Honra a lei civil (13.1) Honra a Deus (13.1)

Ama o próximo (13.8) Cumpre a lei de Deus (13.8)

Procura a paz (14.19) Edifica a todos por meio do serviço (14.19)

Tem o mesmo sentimento para com os outros (15.5) Glorifica a Deus com os outros (15.6)

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Discipulado ao Estilo do Reino

--I> Presbíteros
Tito --I> Creta
rito 1.5 --I> Homens mais velhos - Homens mais jovens
João Marcos '---- ----'--1> Mulheres mais velhas - Mulheres mais jovens
Atos 15.36-42

Esmirna
Pérgamo
Timóteo Ho~~ns Igreja I Tiatira
--I>Atos16.1-5 --I> Fiéis de Éfeso -----I~ Sardes
1 2 Te outros Filadélfia
e m 2 Tm 2.21 Tm 1.3
laodicéia
Ap 2-3

Antioquia Muitas Corinto


Atos -------i~ Cidades At 18.1-12
11.25-30
13.1-3;
Éfeso
Ananias 14.21-28 At 18.18-19
At 910-19 15.30-35 1Co .16:19

Roma
Rm 16.3-5
-------------------------------------~~

Apoio Acaia
At 18.24-28 -----.,~ At 18.27-28

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"
1 Coríntios

A primeira carta aos coríntios revela os problemas, pressões e lutas de uma igreja chamada a partir
de uma sociedade pagã. Paulo dirige-se a vários problemas no estilo de vida dos cristãos de Corinto:
facções, processos judiciais, imoralidade, práticas questionáveis, abuso na Ceia do Senhor e dons
espirituais. Além de palavras de disciplina, Paulo envia palavras de conselho, ao responder às perguntas
levantadas pelos Coríntios.

Autor
A autoria paulina de 1 Coríntios é quase universalmente aceita. Além das afirmações explícitas
~ encontradas na epístola (1.1; 16.21), o vocabulário e os ensinamentos do texto apontam para Paulo,
~ o apóstolo dos gentios. Referências a esta carta na literatura extra bíblica podem ser encontradas
~
~ desde o ano 95 de nossa era, quando Clemente de Roma menciona 1 Coríntios como tendo sido
~
escrita por Paulo.

Data
A primeira carta aos Coríntios foi escrita, provavelmente em 56 ou 57 d.e., e segunda carta de seis
a dezoito meses após. Paulo havia fundado a igreja de Corinto durante o período de dezoito meses
que passou na cidade (51-52 d.C}.
A Corinto que Paulo conheceu havia sido fundada como uma colônia romana, durante o século
anterior a Cristo. Era estrategicamente localizada na província romana da Acaia, numa faixa estreita
de terra entre o mar Egeu e o Adriático, possuindo dois portos adjacentes. A localização de Corinto
transformou-a em centro de rotas de comércio que vinham do Leste para o Oeste, e a prosperidade
resultante trouxe consigo o luxo e a imoralidade. "Viver como um coríntio" significava viver em
imoralidade grosseira e muitos templos pagãos localizados em Corinto estimulavam este estilo licencioso
de vida pela prostituição cultual.

Temas e Estrutura Literária


Esta epístola é bem metódica em sua abordagem, dirigindo-se em seqüência a conjuntos de problemas
que chamaram a atenção de Paulo. O apóstolo dá, também, uma série de perspectivas sobre várias
questões levantadas pelos coríntios em carta a ele enviada. As três divisões de 1 Coríntios são.
1 - resposta ao relato de Cloé sobre divisões na igreja (caps. 1 - 4); 2 - resposta ao relato de
fomicação e desordem (caps. 5 - 6); 3 - e resposta à carta com perguntas dos crentes (caps. 7 - 16).
Preparando-se para tratar de problemas sérios encontrados na igreja de Corinto, logo no início da
epístola Paulo proclama a relevância e suficiência de Cristo em todas as áreas da vida do crente.
Cristo Jesus "tomou-se para nós, da parte de Deus, sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção"
(1.30). Ao lidar com a imoralidade sexual que havia surgido em Corinto, Paulo enfatiza a importância
da disciplina e da pureza da igreja (5.9-13). este contexto, o apóstolo também indica que o objetivo
principal da disciplina é a restauração daquele que se desviou. r
307
o relacionamento entre liberdade cristã e amor cristão também é explorado. Paulo escreve. "Todas
as coisas me são lícitas, mas nem todas convêm." (6. 12), e o capítulo treze apresenta o mais extenso
e profundo ensinamento sobre o caráter sublime e santo do amor cristão. Além disso, encontramos
em 1 Coríntios extensa instrução doutrinária sobre o lugar dos dons espirituais na vida da igreja (caps.
12 - 14), e sobre a natureza da ressurreição do corpo (cap. 15).

1 Coríntios em Relance

ÊNFASE RESPOSTA À NOTíCIA RESPOSTA À NOTíCIA RESPOSTA À CARTA COM PERGUNTAS DA IGREJA
SOBRE DIVISÃO SOBRE FORNICAÇÃO

TEXTO 1.1 1.18 5.1 6.1 6.12 7.1 8.1 11.2 15.1 16.1 16.24

RELATÓRIO RAZÃO OFERTA CULTO COLETA


DIVISÃO SOBRE DAS INCESTO LITíGIO IMORALIDADE CASAMENTO AOS RESSURREiÇÃO PARA
PÚBLICO
DIVISÕES DIVISÕES íDOLOS JERUSALÉM

DIVISÕES NA IGREJA DESORDEM NA IGREJA DIFICULDADES NA IGREJA

TÓPICOS

PREOCUPAÇÃO CONDENAÇÃO CONSELHO

LOCAL ESCRITA EM ÉFESO

OCASIÃO c.56 d.C.

Nelson s Complete Book of Bible Maps and Charts ~ 1993 by Thomas elson. Inc.

"Não temas; pelo contrário, fala e não te cales;


porquanto eu estou contigo, e ninguém ousará fazer-te mal,
pois tenho muito povo nesta cidade" (At 18.9,10).

Largada para
as Corridas
~

Bema \
Tribunal *

Teatro

Os cristãos coríntios Em direção a


podem ter trazido suas Cencréia
demandas diante das ---
autoridades seculares • Paulo foi levado
Em direção a
na Ágora (1Co 6) a juízo por pregar o
Monumento Acrocorinto
evangelho de Cristo
© 2002, Editora Cultura Cristã

308
de Babius (AI 18.12-17).

"
ESBOÇO DE 1 CORíNTIOS

Primeira Parte. Resposta ao Relatório de Cloé sobre Divisões (1.1 - 4.21)

I. Introdução 1.1-9
A. Saudações da Graça 1.1-3
B. Oração de Gratidão 1.4-9

11. Relatório sobre Divisões 1.10-17

IIT. Razões para a Divisão 1.18 - 4.21


A. Incompreensão da Mensagem do Evangelho 1.18- 3.4
B. Incompreensão sobre o Mensageiro do Evangelho 3.5-4.5
C. Incompreensão do Ministério de Paulo 4.6-12

Segunda Parte. Resposta ao Relatório sobre Fornicação (5.1 - 6.20)

I. Sobre Incesto 5.1-13


A. Os fomicadores devem ser disciplinados 5.1-8
B. Separem-se de crentes imorais 5.9-13

n. A Respeito de Litígio entre os Crentes 6.1-11

11I. Advertência contra Imoralidade Sexual.. 6.12-20

Terceira Parte. Em Resposta à Carta com Perguntas (7.1 - 16.24)

I. Conselhos sobre Casamento 7.1-40


A. Princípios para a Vida de Casados 7.1-9
B. Princípios para o Crente Casado 7.10-16
C. Princípios para Permanecer na Vocação de Deus 7.17-24
D. Princípios para os Solteiros 7.25-38
E. Princípios para Novo Casamento 7.39-40

11. Conselhos sobre Coisas Oferecidas aos Ídolos 8.1 - 11.1


A. Princípios de Liberdade e o Irmão mais Fraco 8.l-13
B. Ilustrações de Paulo e sua Liberdade 9.1-27
C. Advertência sobre Falsa Liberdade 10.1-13
D. Exortação ao Uso da Liberdade para Glorificar a Deus 10.14-11.1

IIT. Conselho sobre Culto Público 11.2 - 14.40


A. Princípios de Oração Pública 11.2-16
B. Censura sobre as Desordens na Ceia do Senhor 11.17-34
C. Princípios sobre o Exercício dos Dons Espirituais 12.1-14.40

IV. Conselho sobre a Ressurreição 15.1-58


A. O Fato da Ressurreição de Cristo 15.l-11
B. Importância da Ressurreição de Cristo 15.l2-19
C. Ordem da Ressurreição 15.20-28
D. Implicações Morais da Ressurreição de Cristo 15.29-34
E. Corpos dos Mortos Ressuscitados 15.35-50
F. Corpos dos Vivos Trasladados 15.51-58

V. Conselho sobre a Coleta para Jerusalém 16.1-4

VI. Conclusão 16.5-24 i

309
Dons Espirituais

o Novo Testamento apresenta várias listas de dons espirituais. enhuma delas é final e o conteúdo
de cada uma delas depende do propósito específico do autor. Em Romanos 12, Paulo trata de dons
em termos gerais, ao passo que em 1 Corintios 12 o apóstolo enfatiza os dons que edificam a igreja
como um todo, ao invés de outros mais espetaculares como o falar em línguas que podem conferir um
beneficio particular e pessoal, mas que estavam sendo utilizados de maneira abusiva por parte dos
cristãos de Corinto. Veja a "Lista Neo- Testamentária de Dons Espirituais" abaixo:

o Caminho do Amor

Paulo valorizava grandemente o dom de profecia (veja 14.1 ) e os corintios colocavam maior ênfase
sobre dons espetaculares, como o falar em línguas e os dons de compreensão dos mistérios espirituais
e da fé para operar milagres dramáticos. Entretanto, aos olhos de Deus, mesmo estes dons espirituais
não nos trazem nenhum beneficio, a menos que vivamos em amor.

10 Amor É... Sem Amor ... O Amor É Maior Que ...

As línguas não passam de barulho (v. 1) Profecias que desaparecerão (v. 8)


Paciente, bondoso, altruísta, verdadeiro,
esperançoso, duradouro (vs. 4-7) Profecia, mistérios, conhecimento, Línguas que cessarão (v. 8)
e fé não têm valor (v. 2)
Não é ciumento, nem orgulhoso,
ou egoísta, ou rude, ou irritável Boas obras são inúteis (v.3) Ciência que passará (v.8)

Amor é um dos termos dinâmicos que Paulo emprega para falar sobre a vida daqueles que estâo cheios do Espírito Santo.
O termo engloba motivação e atitudes. O amor é característica do crente maduro.

Lista Neo-Testamentária de Dons Espirituais

Rm 12.6-8 1Co 12.8-10 1Co 12.28-30 Ef 4.11 1Pe 4.9-11

Profecia Palavra de sabedoria Apostolado Apóstolos Falar


- -
Ministério Palavra de conhecimento Profecia Profetas Servir

Ensino Fé Ensino Evangelistas


.-
Exortação Dons de curar Milagres Pastores e Mestres

Contribuição Milagres Cura


- I~-
Liderança Profecia Socorro

Misericórdia Discernimento de espíritos Governo

Línguas Línguas

Interpretação de línguas Interpretação de línguas

.,
310
~(~.

~
j;"C'" \,.;
A Obra do Espírito Santo

No principio
Ativo e presente na criação pairando sobre o caos (Gn 1.2)

No Antigo Testamento
Origem das habilidades sobrenaturais (Gn 41.38)
Doador do talento artístico (Ex 31.2-5)
Fonte de poder e força (Jz 3.9, 10)
Inspiração de profecia (1 Sm 19.20, 23)
Aquele que equipa e sustenta o mensageiro de Deus ((Mq 3.8)

Na Profecia do Antigo Testamento


Purificação do coração para uma vida santa (Ez 36.25-29)

Na salvação
Regenera o crente (Tt 3.5)
Habita o coração do crente (Rm 8.9-11)
Santifica o crente (2Ts 2.13)

No Novo Testamento
Declara a verdade sobre Cristo (Jo 16.13,14)
Reveste com poder a proclamação do evangelho (At 1.8)
Derrama o amor de Deus nos corações (Rm 5.5)
Intercede (Rm 8.26)
Confere dons para o ministério (1 Co 12.4-11)
Torna possível viver o fruto do Espírito (GI 5.22,23)
Fortalece o ser interior (Ef 3.16)

Na Palavra escrita
Inspira os que escrevem a Palavra (2Tm 3.16; 2Pe 1.21 )

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As Aparições do Cristo Ressurreto

Os coríntios também tinham problemas com a doutrina da ressurreição, os quais Paulo procurou corrigir
no capítulo 15. este capítulo, sua defesa histórica e teológica da ressurreição, o apóstolo instrui sobre
o fato da ressurreição de Cristo; sobre a relação temporal entre a ressurreição de Cristo e a dos
crentes; e sobre a natureza do corpo ressuscitado. Provavelmente, os coríntios vinham se debatendo
com esta questão pois a idéia de ressurreição tem pouca relevância no pensamento grego, que tende a
dar maior importância ao espiritual que ao fisico.

A ressurreição corpórea de Jesus é essencial para a fé cristã.


Registrando as aparições de Cristo após sua ressurreição,
o Novo Testamento não deixa dúvidas sobre este evento.
Mar
• Em e ao redor de Jerusalém
Mediterrâneo
A Maria Madalena (Jo 20.1-18)
Às outras mulheres (Mt 28.8-10)
A Pedro (Lc 24.34)
Aos dez discípulos (Lc 24.36-43; Jo 20.19-25)
Aos onze, inclusive Tomé (Jo 20.26-29)
Por ocasião da ascensão (Lc 24.50-53; At 1.4-12)

• Aos discípulos no caminho de Emaús


(Lc 24.13-25)

• Na Galiléia
(Mt 28.16-20; Jo 21.1-24)

Monte das
• A quinhentas pessoas Emaús Oliveiras
(1Co 15.6) " A
Jerusalém" "Bet- I
N
JUDÉIA
• A Tiago e demais apóstolos
(1Co 15.7)

• A Paulo no caminho de Damasco


Mar
Morto t
(At 9.1-6; 18.9-10; 23.11; 26.12-18; 1Co 15.8)

311
Ressurreição - Opções Propostas
A ressurreição de Jesus tem sido interpretada como:

1 Um grande logro
2 Mitologia (a ressurreição é uma ficção)
3 O Evento Supremo da História (A Ressurreição é um fato)

As seguintes teorias têm sido propostas para explicar o túmulo vazio e as aparições de Jesus após sua ressurreição.

Teoria Explicação

1 Desmaio Jesus, na realidade, não morreu

2 Espírito O espírito de Jesus retomou, não o seu corpo

3 Visão Os discípulos sofreram uma alucinação

4 Lenda! Mito A Ressurreição é apenas um mito ou história com um propósito didático.


Um Jesus real é provável, mas não absolutamente necessário.

5 Corpo Roubado O corpo foi roubado. (1) pelos judeus, (2) pelos romanos, (3) pelos discípulos (Mt 28.11-15),
ou (4) por José de Arimatéia (Jo 9.38ss)

6 Túmulo Errado Os discípulos foram ao túmulo errado, encontraram vazio e erroneamente


concluíram que Jesus havia ressuscitado.

7 Mentira Deliberada Os discípulos fabricaram a história da ressurreição objetando lucro próprio.

8 Confusão de Identidade Os discípulos confundiram Jesus com outra pessoa que se parecia com ele.

9 Uma Ressurreição Corpórea Literal Jesus foi ressuscitado dos mortos corpórea e historicamente pelo poder
sobrenatural de Deus (1 Co 15.3,ss)

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Ética para o Testemunho


(1) Somos cristãos, chamados por Deus para honrar Jesus Cristo com nossas vidas, sujeitando-nos a padrões éticos biblicamente
definidos em todas as áreas da vida pública ou particular. Isto inclui nossos esforços para persuadir companheiros de trabalho, assim
como outras pessoas, a crer nas boas-novas sobre Jesus Cristo.

(2) Onde quer que vivamos ou trabalhemos procuramos seguir os mandamentos, os motivos, a mensagem e o modelo de Jesus, que
ainda busca e chama aqueles que estão perdidos no pecado e que se rebelam contra ele.

(3) Cremos que todas as pessoas são criadas à imagem de Deus, com capacidade de relacionar-se com seu Criador e Redentor.
Rejeitamos qualquer esforço para influenciar pessoa que possa despersonalizá-Ias ou privá-Ias de seu valor inerente como pessoas.

(4) Desde que respeitamos o valor das pessoas, cremos que todos merecem ouvir as boas-novas de Jesus Cristo. Afirmamos
também o direito de cada um explorar outras opções religiosas. As pessoas são livres para escolher um conjunto de crenças
diferente do Cristianismo.

(5) Afirmamos a responsabilidade e o direito dos cristãos de compartilhar o evangelho de Cristo dentro de um fórum livre de idéias.
Entretanto, isto não justifica a utilização de qualquer método para alcançar este objetivo. Rejeitamos técnicas coercitivas e apelos
manipulativos, especialmente aqueles que apelam para as emoções e menosprezam ou contradizem a razão ou a evidência. Não
evitaremos o pensamento crítico das pessoas, não nos aproveitaremos de fraquezas psicológicas, não sabotaremos os relacionamentos
com a família ou com a instituição religiosa da pessoa. Também não camuflaremos a verdadeira natureza da conversão cristã. Não
desencaminharemos intencionalmente a ninguém.

(6) Respeitamos a integridade individual, a honestidade intelectual e a liberdade acadêmica das pessoas, tanto crentes quanto céticas
e, assim, proclamamos Cristo sem intenções ocultas. Revelamos nossa própria identidade, nosso propósito, nossas posições
teológicas e fontes de informação. Não utilizaremos propaganda falsa nem buscaremos ganho material por anunciar o evangelho.

(7) Convidamos pessoas de outras convicções religiosas a unirem-se a nós num diálogo verdadeiro. Reconhecemos nossa humanidade
- o fato de que somos tão pecadores, necessitados e dependentes da graça de Deus como qualquer outra pessoa. Procuramos ouvir
com sensibilidade para compreender e, assim, livrar nosso testemunho de qualquer traço de preconceitos ou fórmulas fixas que
bloqueiam uma comunicação honesta.

(8) Como "guardadores de nossos irmãos" aceitamos a responsabilidade de admoestar qualquer irmão ou irmã que apresentem a
mensagem de Cristo de maneiras que violem estes preceitos éticos.

312
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2 Coríntios

Desde que recebeu a primeira carta de Paulo, a igreja de Corinto vinha sendo invadida por falsos
mestres que mobilizaram os crentes contra o apóstolo, argumentando que ele era inconstante, orgulhoso,
inexpressivo na aparência e no falar, desonesto e sem qualificações para ser apóstolo de Jesus
Cristo.
Paulo enviou Tito a Corinto para tratar destas dificuldades e, após sua volta, regozijou-se ao ouvir as
notícias sobre a mudança de sentimentos ocorrida na igreja. Escreveu, então, esta carta para expressar
sua gratidão à maioria arrependida e apelar à minoria rebelde que aceitasse sua autoridade. No decorrer
de toda carta Paulo defende sua conduta, seu caráter e sua vocação como apóstolo de Jesus Cristo.

Autor

~~ Evidências internas e externas apóiam a autoria paulina desta carta. Como no caso de Romanos, a
~_ questão levantada sobre 2 Coríntios é sua unidade. Muitos têm sugerido que os capítulos 10 - 13
~ ~ originalmente não fazem parte desta carta, em razão do contraste existente, tanto no tom como no
assunto tratado, entre esta porção e os capítulos 1- 9. Para aqueles que negam a unidade da epístola,
a solução mais aceita é a de que os capítulos 10 - 13 pertencem a uma carta de Paulo que se perdeu
e que é mencionada em 2.4. Entretanto, é mais razoável explicar a diferença de tom existente entre
estas duas porções da carta (caps. 1-9 e 10 - 13), como uma mudança no enfoque de uma maioria
arrependida para uma minoria rebelde.

Data

Paulo escreveu 2 Coríntios da Macedônia, durante sua terceira viagem missionária, provavelmente
em 56 ou 57 d.e. Esta segunda carta talvez tenha sido escrita num prazo de seis meses a um ano
depois de 1 Coríntio. Veja o mapa "Terceira e Quarta Viagens Missionárias de Paulo" às páginas 295
e 296. Muitos estudiosos acreditam que 2 Coríntios foi, na realidade, a quarta epístola escrita por
Paulo aos crentes de Corinto. Em 1 Coríntios 5.9, Paulo menciona uma carta anterior e, depois de
escrever 1 Coríntios, Paulo visitou a igreja naquilo que ficou conhecido como a "visita dolorosa" (2.1
cf. 13. I). Após esta visita (a terceira de Paulo à cidade), Paulo escreveu uma "carta dolorosa" (2.4),
a qual também se perdeu. Tito levou esta carta a Corinto e, ao retomar à Macedônia, trouxe boas
novas para Paulo (7.6-8). Aliviado e agradecido, Paulo escreveu 2 Coríntios da Macedônia.

Temas e Estrutura Literária

2 Coríntios é a carta mais autobiográfica de Paulo, apresentando numerosas referências às lutas


enfrentadas por ele no curso de seu ministério. Ao longo da carta inteira Paulo defende sua conduta
apostólica, seu caráter e sua vocação. O livro se divide em três partes principais: Paulo explica seu
ministério (caps. 1- 7), a coleta para os santos (caps. 8 - 9), a defesa de seu discipulado (caps. 10-
13). A defesa que Paulo faz de seu aposto lado nos capítulos 10 - 13 caracteriza-se pelo uso magistral
da ironia e do sarcasmo. Particularmente, no assim chamado "Discurso do Tolo" (11.16 - 12.13), no
qual Paulo ridiculariza a fútil preocupação de alguns membros da igreja em Corinto com poder e dons.
espirituais espetaculares, "gabando-se" de suas fraquezas e das perseguições que sofreu.
313
2 Coríntios em Relance

ÊNFASE EXPLANAÇÃO DO MINISTÉRIO COLETA PARA OS SANTOS DEFESA DO APOSTOLADO DE PAULO


DE PAULO

TEXTO 1.1 2.14 6.11 8.1 8.7 10.1 11.1 12.14 13.14 .

AMUDANÇA FILOSOFIA EXORTAÇÃO EXEMPLO EXORTAÇÃO RESPOSTA DEFESA ANÚNCIO


DIVISÃO DE PLANOS DE AOS DOS AOS AOS SEUS DESEU DESUA
MINISTÉRIO CORíNTIOS MACEDÔNIOS CORíNTIOS ACUSADORES APOSTOLADO PRÓXIMA
VISITA

CARÁTER DE PAULO COLETA PARA OS SANTOS CREDENCIAIS DE PAULO

TÓPICOS

ÉFESO PARA A MACEDÔNIA MACEDÔNIA PREPARAÇÃO PARA CORINTO VISITA IMINENTE


MUDANÇA DE ITINERÁRIO PARA A VISITA

LOCAL ESCRITA DA MACEDÔNIA

OCASIÃO c. 56 d.C.

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ESBOÇO DE 2 CORíNTIOS

Primeira Parte. Explanação de seu Ministério (1.1 - 7.16)

I. Introdução 1.1-11
A. Gratidão de Paulo a Deus 1 .1-7
B. Tribulação na Ásia 1.8-11

11. Paulo Explica sua Mudança de Planos 1.12 - 2.13


A. Plano Original de Paulo 1.12-22
B. A Mudança de Planos 1.23- 2.4
C. Paulo Pede Perdão 2.5-13

IH. Filosofia Paulina de Ministério 2.14 - 6.10


A. Cristo nos Dá o Triunfo 2.14-17
B. Vidas Transformadas Provam o Ministério 3.1-5
C. A Nova Aliança É a Base do Ministério 3.6- 18
D. Cristo É o Tema do Ministério 4.1-7
E. As Tribulações São Abundantes no Ministério 4.8-15
F. Motivação no Ministério 4.16-5.21
G. Não Sendo Razão de Escandalo no Ministério 6.1-10

314
IV. Exortações de Paulo aos Coríntios 6.11- 7.16
A. Paulo Apela pela Reconciliação 6.11-13
B. Paulo Pede um Afastamento dos Incrédulos 6.14- 7.1
C. O Encontro de Paulo com Tito 7.2-7
D. Resposta dos Coríntios à Carta de Paulo 7.8-16

Segunda Parte. Coleta para os Santos (8.1 - 9.15)

I. Exemplo dos Macedônios 8.1-6

11. Exortação aos Coríntios 8.7 - 9.15


A. Exemplo de Cristo 8.7-9
B. Propósito da Oferta 8.10-15
C. Explicação sobre a Delegação 8.16-9.5
D. Exortação à Oferta 9.6 -15

Terceira Parte. Paulo Defende seu Apostolado (10.1 - 13.14)

I. Paulo Responde a seus Acusadores 10.1-18


A. Resposta à Acusação de Covardia 10.1,2
B. Reposta à Acusação de Andar na Carne 10.3-9
C. Resposta à Acusação de Fraqueza Pessoal 10.10-18

11. Paulo Defende seu Apostolado 11.1 - 12.13


A. Paulo Afirma seu Apostolado 11.1-15
B. Os Sofrimentos de Paulo Confirmam seu Apostolado 11.16-33
C. As Revelações Recebidas Confirmam seu Apostolado 12.1-10
D. Os Sinais Confirmam seu Apostolado 12.11-13

111. Paulo Anuncia sua Visita Próxima 12.14 - 13.10


A. Paulo não Deseja ser um Peso 12.14-18
B. Paulo Teme Encontrá-Ios Carnais 12.19-21
C. Paulo os Exorta a se Examinarem .. 13.1-10

IV. Conclusão 13.11-14

315
GÁLATAS
---

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, Gálatas é o documento clássico sobre a doutrina da justificação pela graça mediante a fé. Foi escrita
para rebater os falsos mestres que criam na necessidade que teriam os crentes de guardar a lei judaica
para serem aceitos diante de Deus. Assim como a epístola aos Romanos, Gálatas tem representado
um papel estratégico na história da Igreja Cristã. Tanto Martinho Lutero como John Wesley atestam
o impacto crucial que esta epístola teve sobre suas vidas.

Autor

A autoria Paulina e a unidade da epístola são virtualmente incontestáveis. Na realidade, o manuscrito


~ original da carta foi escrito por Paulo de próprio punho (6.11), em lugar de ser ditada a um secretário
~ como costumava faze.
~

Data

A data está relacionada à questão de quem seriam os destinatários da epístola. Esta incerteza deve-se
ao fato de que o teImo "Galácia" era usado tanto num sentido cultural/geográfico quanto em sentido
político.
Politicamente a província romana da Galácia incluía algumas áreas do sul da Ásia Menor (por exem-
plo, as cidades de Antioquia da Psídia, Icônio, Listra e Derbe), as quais não faziam parte da porção
central da Ásia Menor habitadas por tribos celtas conhecidas como "Galácia".
A "Teoria Galácia do Norte" afirma que Paulo estava usando o termo Galácia em seu primeiro e mais
estrito sentido. De acordo com esta teoria as igreja da Galácia estavam localizadas ao norte das
cidades visitadas por Paulo em sua primeira viagem missionária. Paulo visitou a Galácia étnica
durante sua segunda viagem missionária, provavelmente em seu caminho para Trôade (At 16.6).
Durante sua terceira viagem Paulo revisitou as igrejas da Galácia que havia fundado na primeira
viagem (At 18.23), tendo escrito esta carta de Éfeso (53-56 d.e.) ou da Macedônia (56 d.C}.
De acordo com a "Teoria da Galácia do Sul", Paulo estaria se referindo à Galácia no seu sentido
político mais amplo, como província de Roma. este caso as igrejas para quem a carta foi endereçada
seriam aquelas localizadas nas cidades evangelizadas por Paulo e Bamabé durante a primeira via-
gem missionária (At 13.13 -14.23). Esta primeira viagem ocorreu imediatamente antes do Concílio
de Jerusalém (At 15), neste caso a visita a Jerusalém comentada em Gá1atas 2.1-10, teria sido a
visita relatada em Atos 11.27-30 para levar socorro aos que sofriam com a fome na Judéia. De
acordo com esta hipótese, Gálatas teria sido escrita em 49 d.e.

Temas e Estrutura Literária

Gálatas dirige-se a problemas levantados pela teologia opressiva de certos legalistas judeus que
haviam convencido alguns crentes da Galácia a trocar sua liberdade em Cristo pela escravidão da lei.
Paulo escreve esta carta enérgica para afastar o falso evangelho das obras e demonstrar a superiori-
dade da justificação pela graça por meio da fé. Este documento polêmico, cuidadosamente escrito,
ataca o problema de três ângulos diferentes: defesa do evangelho da graça (caps. 1,2), explicação do
evangelho da graça (caps. 3,4), aplicação do evangelho da graça (caps. 5,6).

316

I.,'
A epístola aos Gálatas tem sido chamada "A Carta Magna da Liberdade Cristã". Cristo libertou os
crentes da escravidão à lei (legalismo) e do pecado (licenciosidade) e os colocou em liberdade. O
poder transformador da cruz de Cristo liberta o crente do poder do pecado, da lei e do egoísmo.
Gálatas defende uma união de fé dinâmica com Cristo (2.20), retratada visivelmente no batismo
(3.27) e que cria um relacionamento fraternal entre os crentes (3.28).

Gálatas em Relance

ÊNFASE o EVANGELHO DA GRACA O EVANGELHO DA GRAÇA O EVANGELHO DA GRAÇA


É DEFENDIDO > É EXPLICADO É APLICADO

TEXTO 11 2.1 3.1 4.1 5.1 6.1 6.18

DIVISÃO O APOSTOLADO AAUTORIDADE ESCRAVIDÃO DA LIBERDADE DA FRUTO DO FRUTOS DO


DE PAULO DE PAULO LE GRAÇA EspíRITO EspíRITO

EXPLICAÇÃO BIOGRÁFICA EXPOSiÇÃO DOUTRINÁRIA EXORTAÇÃO PRÁTICA


TÓPICOS

APLICAÇÃO DA LIBERDADE ARGUMENTAÇÃO PELA LIBERDADE AUTENTICAÇÃO DA LIBERDADE

LOCAL TEORIA DA GALÁCIA DO SUL: ANTIOQUIA DA SíRIA


TEORIA DA GALÁCIA DO NORTE: ÉFESO OU MACEDÔNIA

OCASIÃO TEORIA DA GALÁCIA DO SUL: a.C. 49


TEORIA DA GALÁCIA DO NORTE: 53-56 d C.

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As cidades da Galácia

Antioquia
da Psídia • • Icônio
Listra • • Derbe Tarso
CllÍCIA • • Antioquia

N
~
CRETA d
CHIPRE
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'Õ\~
Mar Mediterrâneo

PALESTINA!
I •
Jerusalém
CIRENAICA ,.,
EGITOt\.
LíBIA
© 2002, Editora Cultura Cristã

317
ESBOÇO DE GÁLATAS

I. Defesa do Evangelho da Graça 1.1- 2.21


A. Introdução.......................................................................................................... 1.1-9
1. Saudação. O Fundamento da Graça 1.1-5
2. Situação. O Abandono da Graça 1.6-9
B. O Evangelho da Graça É Dado por Revelação Divina 1.10-24
C. O Evangelho da Graça Foi Aprovado pelos Líderes em Jerusalém 2.1-10
D. O Evangelho da Graça É Demonstrado pela repreensão a Pedra 2.11-21

Il. Explicação do Evangelho da Graça 3.1-4.31


A. O Espírito Santo É Dado Mediante a Fé, não as Obras 3.1-5
B. Abraão Foi Justificado pela Fé, não pelas Obras 3.6-9
C. A Justificação É pela Fé, não pela Lei 3.10-4.11
D. Os Gálatas Receberam Bênçãos pela Fé, não pela Lei 4.12-20
E. Lei e Graça não Podem Coexistir 4.21-31

111. Aplicação do Evangelho da Graça 5.1- 6.18


A. Posição de Liberdade: "Permaneçam Firmes" 5.1-12
B. Prática da Liberdade: Amem Uns aos Outros 5.13-15
C. Poder para a Liberdade: Andem no Espírito 5.16-26
D. Atuação em Liberdade: Façam o Bem a Todos 6.1-10
E. Conclusão 6.11-18

Contraste entre Lei e Graça

Os defensores do legalismo judaico revogam ou rejeitam a graça de Deus reduzindo a morte reden-
tora e vicária de Cristo a um significado meramente exemplar. Todas as tentativas modernas de erigir
boas obras, quer morais quer religiosas, como meio de alcançar a salvação, caem na mesma conde-
nação dos judaizantes apresentada por Paulo nesta epístola.

Lei e Graça

A FUNÇÃO DEFEITO

Da Lei Da Graça Da Lei Da Graça

Baseada em Obras (3.10) Baseada na Fé (3.11,12) Obras nos colocam Justifica-nos pela Fé (3.3,24)
sob Maldição (3.10)

Nosso Guardião (3.23,4.2) Centralizada em Cristo (3.24) Guarda-nos para a Fé (3.23) Cristo Vive em Nós (2.20)

Nosso Tutor (3.24) Nosso Certificado Leva-nos a Cristo (3.24) Adota-nos como
de Liberdade (4.30,31) Filhos e Herdeiros (4.7)

A Lei funciona para: (1) declarar nossa culpa, (2) levar-nos a Cristo, e (3) dirigir-nos em uma vida de obediência.
Entretanto, a lei não tem poder para nos salvar.

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318
Orientação Bíblica para Famílias

TEXTOS TEMA RESUMO

Rm 9.6-11.36 Atitudes étnicas Paulo revê alguns relacionamentos judaicos que existiam desde o
tempo dos patriarcas e apela para humildade e aceitação.

Rm 14.1 -15.6 Diferenças na maturidade espiritual Os crentes devem viver com graça e tolerância
e nas convicções uns para com os outros.

1Co 5.1-13 Imoralidade sexual dentro das famílias Paulo lida com um caso contínuo de incesto numa família cristã.
2Co 2.1-11

1Co 6.15-20; Tentação à imoralidade sexual O corpo é o templo do Espírito Santo;


1Ts.4.1-12 os crentes devem fugir dos pecados sexuais.

1Co.7.1-7 Sexualidade dentro do casamento Intimidade é essencial para o relacionamento conjugal.

1Co 7.8-20, 25-38 Solteiros e casamento Paulo expressa sua preferência pessoal pelo estado de solteiro.

1Co 7.39,40 Novo casamento de viúvas O novo casamento é permitido.

Ef 5.21-33, Relacionamento Conjugal Paulo e Pedro desafiam maridos e esposas


CI3.18,19; a permanecerem em mútuo amor e apoio.
1Pe 3.1-7

Ef 6.1-4; Relacionamentos entre pais e filhos O lar deveria ser caracterizado por filhos obedientes e
CI3.20,21 pais dedicados e atenciosos.

1Tm 3.1-13; Caráter Umas das áreas mais importantes para se avaliar
Tt 1.5-16 os líderes espirituais deveria ser sua vida familiar.

1Tm 5.3-16; Viúvas Paulo oferece orientação para o cuidado com as viúvas;
Tg 1.27 Tiago exorta os crentes a atender às necessidades das viúvas e
dos órfãos.

319
EFÉSIOS

À exceção de Romanos, Efésios é a mais cuidadosa apresentação escrita da Teologia Cristã do Novo

(!ill" " Testamento. Paulo escreveu esta epístola para tomar os crentes mais conscientes das riquezas que

\,~ "" ~-
possuem em Cristo e para motivá-los a recorrer a estes recursos espirituais na vida diária.

Autor
o nome de Paulo ocorre em l.1 e em 3.1 como sendo o autor desta carta, e a tradição primitiva da
~ igreja apóia esta afirmação. No entanto, alguns têm argumentado que Efésios difere em vocabulário
~ e estilo, e que a visão da igreja universal como corpo de Cristo representa um desenvolvimento
~~ teológico mais tardio. Entretanto, argumentos baseados em vocabulário e estilo são notoriamente
~
subjetivos, e a riqueza teológica de Efésios é mais apropriadamente atribuída ao crescimento e
aprofundamento da meditação do próprio Paulo sobre a natureza da igreja.

Data
Sendo uma das "Epístolas da Prisão" (o título é atribuído corporativamente a Efésios, Filipenses, Colossenses
e Filemom), Efésios seria datado do período de 6O---é3d.e., correspondendo ao tempo da primeira prisão
de Paulo em Roma (cf. At 28.16-31). Foi provavelmente escrita ao mesmo tempo que Colossenses.
O destinatário da epístola é mais incerto. Por a expressão "Em Éfeso'{ 1.1) ser omitida em alguns dos
manuscritos gregos mais antigos, vários estudiosos têm sugerido que esta seria uma carta circular
endereçada às igrejas da Ásia Menor como um todo, e que deveria ser enviada de igreja para igreja.
Alguns acreditam que esta teoria explica a referência de Paulo em Colossenses 4.16, na qual o
apóstolo pede que a epístola aos Colossenses fosse lida ao mesmo tempo que a "epístola a Laodicéia".
Paulo estaria se referindo a uma cópia de Efésios com o nome Laodicéia inserido no espaço em
branco, de modo que a carta circular pudesse ser lida nesta cidade também.

Temas e Estrutura Literária


A primeira parte de Efésios apresenta uma lista das bênçãos celestiais que o crente recebe em Cristo
Jesus. adoção, redenção, herança, poder, vida, graça, cidadania e o amor de Cristo. Não há imperativos
nos capítulos de 1 - 3, cujo enfoque são as dádivas divinas concedidas ao crente. Mas os capítulos
4 - 6 incluem trinta e seis orientações específicas falando sobre a responsabilidade do crente de
dirigir sua vida de forma condizente com sua vocação. Portanto, as duas divisões principais do livro
são: a posição do cristão (caps. 1 - 3), e a vida prática do cristão (caps. 4 - 6).
Em Efésios as maravilhosas novas da salvação têm como objetivo o "louvor da glória de Deus" (1.6,
12,14). A palavra "glória" ocorre oito vezes e refere-se à suprema excelência do amor de Deus, sua
sabedoria e seu poder. A glória de Deus é particularmente revelada em seu compromisso de edificar
uma igreja gloriosa, madura e pronta para servir, "sem mácula nem ruga" (5.27).
O caráter "celestial" da vocação dos crentes é enfatizado (1.3). Embora anteriormente mortos no
pecado, os cristãos foram ressuscitados com Cristo e assentam-se com ele nos "lugares celestiais"
(2.6). Esta vocação "celestial" por sua vez, fornece os meios e o poder para que o cristão viva uma
vida de obediência na terra (4.1,7-10) .
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320

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Efésios em Relance

ÊNFASE A POSiÇÃO DO CRISTÃO A PRÁTICA DO CRISTÃO

TEXTO 1.1 1.15 2.1 3.14 4.1 4.17 5.22 6.10 6.24

CONDUTA
LOUVOR ORAÇÃO POSiÇÃO ORAÇÃO UNIDADE SANTIDADE RESPONSABILIDADES
DIVISÃO DIANTE
PELA POR DO POR DA IGREJA DEVIDA NOLARENO
DO
REDENÇÃO REVELAÇÃO CRISTÃO COMPREENSÃO TRABALHO
CONFLITO

CRER VIVER
TÓPICOS

PRIVILÉGIOS DO CRISTÃO RESPONSABILIDADES DO CRISTÃO

LOCAL ROMA

OCASIÃO 60-61 d.C.

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ESBOÇO DE EFÉSIOS
,-

'1 Primeira Parte. A Posição do Cristão (1.1 - 3.21)

I. Louvor pela Redenção 1.1-14


A. Saudação de Paulo 1.1,2
B. Escolhidos pelo Pai 1.3-6
C. Redimidos pelo Filho 1.7-12
D. Selados pelo Espírito 1.13,14

11. Oração por Revelação 1.15-23

111. Posição do Cristão 2.1-3.13


A. Posição do Cristão Individualmente 2.1-10
B. Posição do Cristão Corporativamente 2.11- 3.l3

IV. Oração por Compreensão 3.14-21


,

Segunda Parte. A Vida Prática do Cristão (4.1 - 6.24)

I. Unidade da Igreja 4.1-6


A. Exortação à Unidade 4.1-3
B. Explanação sobre a Unidade 4.4-6
C. Meios para a Unidade. Os Dons 4.7-11
D. Propósito dos Dons 4.12-16

321
11. Santidade de Vida ~ 4.17 - 5.21
A. Despojem-se do Velho Homem 4.17-22
B. Revistam-se do Novo Homem 4.23-29
C. Não Entristeçam o Espírito Santo 4.30 - 5.12
D. Andem como Filhos da Luz 5.13-17
E. Fiquem Cheios do Espírito 5.18-21

lU. Responsabilidades no Lar e no Trabalho 5.22 - 6.9


A. Esposas: Submetam-se a Seus Maridos 5.22-24
B. Maridos: Amem as suas Esposas 5.25-33
C. Filhos: Obedeçam a Seus Pais 6.1-4
D. Trabalhem Servindo 6.5-9

IV. Conduta em Meio ao Conflito 6.10-24


A. Revistam-se da Armadura de Deus 6.10-17
B. Orem por Ousadia 6.18-20
C. Conclusão 6.21-24

A Cidade de Éfeso

No final de sua segunda viagem missionária Paulo visitou Éfeso, onde deixou Priscila e Áquila
(At 18.18-21). Voltando à cidade em sua terceira viagem missionária, Paulo permaneceu ali durante
quase três anos (At 18.23 - 19.41). O ministério eficiente de Paulo começou a prejudicar seriamente
o lucro com magia e com imagens, o que provocou um protesto popular no enorme teatro de Éfeso.
Paulo deixou a cidade indo para a Macedônia. Posteriormente o apóstolo encontrou-se novamente
com os presbíteros de Éfeso em seu caminho para Jerusalém (At 20.17-38).

"Mas, agora, em Cristo Jesus,


vós que antes estáveis longe, Emdire9ã1
ao templo
tostes aproximados
de Diana
pelo sangue de Cristo" (Et 2.13).
(Muros escavados)
t\

Monte Pion

~
Ginásio Oriental

Porta.
~ Magnesiana

* Local do tumulto "-. (Muro provável)


contra Paulo
(At 19.29,55)
© 2002. Editora Cultura Cristã

322
Nossas Bênçãos em Cristo

A importante expressão paulina "em Cristo" (ou seus equivalentes) aparece trinta e cinco vezes nesta
carta, um número maior do que o encontrado em qualquer outro livro do Novo Testamento. Além
disso, a salvação do crente é garantida pela obra das três pessoas da Trindade - a escolha amorosa do
Pai (1.3-6), a obra redentora do Filho (1.7-12), e o selo do Espírito Santo (1.13,14).

A obra do Pai: Eleição (Ef 1.3-6)


A Obra do Filho: Redenção (Ef 1.7-12)
A Obra do Espírito: Proteção (Ef 1.13,14)

- Abençoado (v.3)
Escolhido (v.4)
Predestinado (v.5)
Adotado (v.5)
Aceito (v.6)
EM CRISTO SOU - Redimido (v.7)
Perdoado (v.7)
Esclarecido (vs.8,9)
Herdeiro (v.11)
Selado (v.13)
Seguro (v.14)
-
Graça Abundante

Graça (do grego charis ) refere-se às atitudes beneficentes de Deus por meio das quais ele revela sua
pessoa, suas bênçãos e sua vida - todas elas dádivas que emanam de seu amor e não do mérito ou
valor de qualquer pecador.

Benefício: Bênçãos espirituais de Cristo no céu (v.3); perdão de pecados (v.7)


Origem: Escolha Divina desde a eternidade (v.4); a boa vontade de Deus (v.5)
Propósito: Amor manifestado em santidade e ausência de culpa (v.4); estar unido a Cristo (v.10)
Privilégio: Adotado na família de Deus como beneficiário (v.5)
Custo: O sangue de Cristo (v.7)
Meios: Confiar em Cristo após ter ouvido a verdade (vs.12,13)
Segurança: O Espírito Santo é a garantia de nossa herança (vs.13,14).

A Obra da Salvação

A obra da salvação tem, essencialmente, três partes. (1) Justificação, na qual Deus declara o pecador
justificado diante dele, livrando-o da penalidade legal devida ao pecado; (2) Santificação, na qual o
pecador é progressivamente libertado do poder do pecado, pelo poder do Espírito Santo; e (3)
Glorificação, que contempla o futuro, quando o crente estará completamente livre do pecado e de
acordo com a imagem de Cristo.

Salvação: O Maior Tesouro do Homem


Justificação Santificação Glorificação
(Passado) (Presente) (Futuro)

Salvo Salvo Salvo


Imediatamente da Progressivamente Finalmente
penalidade do pecado do poder do pecado da presença do pecado

"...pela graça sais salvos, mediante a fé;


e isto não vem de vós; é dom de Deus."
(Ef 2.8)

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323
As Caracterlstlcas da Nova Criatura em Cristo

1Co 13.3-8 GI5.22,23 Fp 4.8 CI 3.12-16

o Amor é ... O fruto do Espírito é ... Meditem nas coisas que são ... Revistam-se de ...

o Paciente o Amor o Verdadeiras o Misericórdia

o Bondoso o Alegria o Nobres o Bondade

o Não é ciumento o Paz o Justas o Humildade

o Não é orgulhoso o Paciência o Puras o Delicadeza

o Não é vaidoso o Delicadeza o Amáveis o Paciência

o Não é grosseiro o Bondade o De boa fama o Suportando uns aos outros

o Não é egoísta o Fidelidade o Virtuosas o Perdoando uns aos outros

o Não fica magoado o Mansidão o Louváveis o Sobretudo,


revistam-se de amor
o Não cogita o mal o Domínio próprio
o Permitam que a paz de Deus
o Não se alegra com a injustiça dirija seus corações

o Alegra-se com a verdade o Sejam agradecidos

o Tudo sofre o Permitam que


a palavra de Cristo
o Tudo crê habite ricamente em vocês

o Tudo espera o Ensinem e admoestem


uns aos outros
o Tudo suporta
o Cantem com gratidão
no coração

"Agora, pois, "Contra estas coisas "O que também aprendestes, "E tudo o que fizerdes,
permanecem a fé, não há lei. .. e recebestes, e ouvistes, seja em palavra, seja em ação,
a esperança e o amor, Se vivemos no Espírito, e vistes em mim, isso praticai; fazei-o em nome do
estes três; porém o maior andemos também no Espírito." e o Deus da paz será Senhor Jesus." (3.17)
destes é o amor." (13.13) (5.23,25) convosco."(4.9)
FILIPENSES

Filipenses é a epístola da alegria e incentiva ante a circunstâncias adversas. Paulo expressa


livremente seu profundo afeto pelos cristãos de Filipos, aprecia seu testemunho firme e apoio, e
amorosamente os incita a centralizar suas ações e pensamentos na busca da pessoa e do poder
de Cristo.

Autor

Esta carta é claramente identificada como tendo sido escrita por Paulo, como lemos em 1.1, e a
~Á: autoria paulina nunca foi seriamente questionada. Tem havido, entretanto, um debate freqüente e
~~ vigoroso a respeito da data e do local de onde ela teria sido escrita.

Data

A posição tradicional tem afirmado que Paulo escreveu Filipenses entre 61-63 d.e. de sua prisão em
Roma. As referências à guarda do palácio (l.13) e à casa de César (4.22) coincidem com a prisão
em Roma. Além disso, as afirmações de Paulo em 1.12-20 e em 4.22 sugerem enfaticamente que
este período de prisão foi razoavelmente longo. Portanto, esta carta foi provavelmente escrita algum
. tempo depois do início do aprisionamento registrado em Atos 28.
Recentemente, entretanto, alguns estudiosos têm sugerido que Filipenses foi escrito ao redor de 55
d.e., durante o ministério de Paulo em Éfeso (At 19; 20), ou no período compreendido entre 56--61
d.e., durante sua prisão em Cesaréia (At 24.26). Estes argumentam que as expressões "casa de
César" e "guarda do palácio" poderiam referir-se a autoridades romanas provinciais como Éfeso ou
Cesaréia. Aqueles que preferem Éfeso mostram que as viagens freqüentes entre a prisão de Paulo
e Filipos subentendidas em 1.26; 2.19, 23-26; 4.18 indicam que Paulo estava mais perto de Filipos do
que permitiria uma prisão em Roma.
Deveríamos observar, no entanto, que Atos não menciona qualquer encarceramento em Éfeso, e que
Cesaréia ficava muito mais longe de Filipos do que Roma. Além disso, era possível fazer uma viagem
razoavelmente rápida entre Roma e Filipos que estava localizada sobre a Via Egnatia, uma das
principais estradas romanas (ligava Roma à Ásia Menor. N. do T.). Portanto, a posição tradicional de
que esta carta foi escrita de Roma entre 61-63 d.e., é a preferida.

Temas e Estrutura Literária

Filipenses é uma das cartas mais pessoais de Paulo. Aqui ele compartilha suas próprias
experiências com Cristo e a luta sobre o que seria preferível: morrer para estar com Cristo ou
permanecer vivo para servir aos filipenses (1.2-26). Paulo guardava os filipenses em seu coração,
e eles o apoiavam em sua prisão (1. 7), um fato que explica o tom de gratidão freqüentemente
usado por Paulo (1.3-11; 2.19-30; 4.10-20).
Filipenses ocupa-se centralmente do seguinte: Paulo fala de sua presente situação (cap. 1); o
apóstolo anela possuir a mente de Cristo (cap. 2); anela ter o conhecimento de Cristo (cap. 3), e
anela ter a paz de Cristo (cap. 4).

325
De importância central em Filipenses é o tema da alegria. A palavra alegria (chara em grego) é encontrada
cinco vezes (l.4,25; 2.2,29; 4.1) e o verbo "regozijar-se" ocorre onze vezes (duas vezes em 1.18; 2.17,18;
4.4; e uma vez em 2.28; 3.1 e 4.10). Apesar das circunstâncias desagradáveis da prisão, Paulo manifesta
uma alegre confiança no sustento de Deus para com ele pessoalmente e para com os cristãos de Filipos.
Paulo exorta os filipenses a manterem um espírito de unidade e mútuo cuidado e interesse, adotando
uma atitude de humildade (2.l-4), cujo maior exemplo é a encarnação e crucificação de Cristo (2.5-
11).A kenosis, ou "auto-esvaziamento" de Cristo, não significa que ele tenha renunciado sua divindade
essencial, mas que ele refreou a glória que possuía e voluntariamente restringiu o uso de certos
atributos seus (como a onipresença, por exemplo).

Filipenses em Relance
ÊNFASE DESCRiÇÃO DAS A MENTE DE CRISTO O CONHECIMENTO A PAZ DE CRISTO
CIRCUNST ÃNCIAS DE CRISTO
TEXTO 1.1 2.1 3.1 4.1 4.23

DIVISÃO PARTICIPAÇÃO POVO DE CRISTO BUSCA DE CRISTO PODER DE CRISTO


EM CRISTO

SOFRIMENTO SUBMISSÃO SALVAÇÃO SANTIFICAÇÃO


TÓPICOS

EXPERIÊNCIA EXEMPLOS EXORTAÇÃO

LOCAL ROMA

OCASIÃO c. de 62 d.C.

Nelson 5- Complete Book of Bible Maps and Charts :6- 1993 by Thomas I elson. Inc.

ESBOÇO DE FILlPENSES

I. Paulo Apresenta sua Presente Situação 1.1-30


A. Oração de Gratidão 1.1-11
B. As Aflições de Paulo Promovem o Evangelho 1.12-18
C. As Aflições de Paulo Exaltam o Senhor 1.19-26
D. Paulo Exorta os Aflitos l.27-30

11. Paulo Apela: Tenham a Mente de Cristo 2.1-30


A. Exortação à Humildade 2.1-4
B. Exemplo de Humildade de Cristo 2.5-16
C. Exemplo de Humildade de Paulo 2.17, 18
D. Exemplo de Humildade de Timóteo 2.19-24
E. Exemplo de Humildade de Epafrodito 2.25-30

111. Paulo Apela: Conheçam a Cristo 3.1-21


A. Admoestaçào contra Confiar na Carne 3.1-9
B. Exortação para Conhecer Cristo 3.10-16
C. Admoestação contra Viver na Carne 3.17-21

IV. Paulo Apela: Tenham a Paz de Cristo 4.1-23


A. Paz com os Irmãos 4.1-3
B. Paz com o Senhor 4.4-9
C. Paz em todas as Circunstâncias 4.10-19
D. Conclusào 4.20-23
326

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Cristo e Adão

Os cristãos são exortados a ter a mente de Cristo (2.5-11), cuja essência é a humildade e o amor
sacrificial pelos outros. O exemplo de Cristo contrasta com a mente muito diferente de Adão, cuja
desobediência e orgulho são superados pela obediência e humildade de Cristo.

Adão e Cristo:
Comparação e Contraste

Adão Cristo

Feito à imagem de Deus. É a forma e a própria essência de Deus.

Considerou ser como Deus um privilégio Não considerou o ser como Deus um privilégio do qual
do qual deveria apoderar-se. deveria apoderar-se,

Aspirou uma reputação, Tornou-se sem nenhuma reputação,

Desprezou o papel de servo de Deus, Tomou sobre si a forma de servo (escravo),

Procurando ser como Deus, Tornou-se em semelhança de homem,

Sendo feito homem (do pó, agora amaldiçoado), E sendo reconhecido em figura humana (Rm 8:3),

Exaltou-se a si mesmo, Humilhou-se a si mesmo,

E tornou-se desobediente até à morte. E tornou-se obediente até a morte,

Foi condenado e desonrado, Deus o exaltou soberanamente e lhe deu o nome e a


posição de Senhor.

Nelson 5 Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas Nelson, Inc,

Buscar a Cristo

Filipenses ensina que o objetivo da vida cristã deveria ser buscar a Cristo e a intimidade com Deus.
Devotar-se a conhecer Cristo, na realidade, o grau em que esta procura se toma um desejo e uma
devoção central em nossa vida, constituindo-se num parâmetro para avaliar nossa maturidade espiritual.

· Cristo sobre todas as coisas (1.21; 3.7, 8) e ENCONTRE justificação


Cristo e o poder de sua ressurreição (3.9-11)

· Humildade semelhante a Cristo (2.5-7) e ENCONTRE vontade de Deus


para o crente (2.12, 13)
BUSQUE ...

· Um objetivo divinamente indicado (3.14) e ENCONTRE o prêmio da


eterna salvação (3.14)

· Tudo o que é verdadeiro, respeitável, justo, puro, amável e de boa fama


(4.8) e ENCONTRE a presença do Deus da paz (4.9).

327
Os Dez Mitos Favoritos

Número Mito Procure

1 Jesus foi apenas um grande professor de moral. Mt 13.34,35

2 Não há evidência de que Jesus ressuscitou dos mortos. Mt 28.1-10

3 A ciência está em conflito com a fé cristã. Jo 4.48

4 Não importa o que você crê, todas as religiões são basicamente iguais. At 4.12

5 O Cristianismo é apenas uma muleta para os fracos. 1Co 1.26

6 As pessoas se tornam cristãs por condicionamento social. 1Co 15.9,10

7 O Cristianismo sufoca a criatividade GI5.1-12

8 O Cristianismo é do outro mundo, e irrelevante para a vida moderna. Hb 12.1-2

9 A Bíblia é falível e não é digna de confiança. 2Pe 1.16

10 Todo o mal e o sofrimento do mundo provam que não há Deus. Ap 20.1-10

328
COLOSSENSES

Colossenses é, talvez, o livro mais claramente cristocêntrico da Bíblia. Nele Paulo enfatiza a
preeminência da pessoa de Cristo e a totalidade da salvação outorgada por ele a nós.

Autor
o testemunho
ff
histórico da autoria paulina de Colossenses é antigo e consistente. A evidência externa
~ ') também é grande: não apenas a alegação de que foi escrita por Paulo (1.1,23; 4.18), mas também os
~ detalhes pessoais e os estreitos paralelos com Efésios e Filemom, reforçam esta afirmação.
~ No entanto, a autenticidade desta carta tem sido discutida com base no seu vocabulário e seus conceitos.
~
Em seus quatro capítulos Colossenses usa cinqüenta e cinco palavras gregas que não aparecem em
outras epístolas de Paulo. A profunda cristologia de Colossenses tem sido comparada ao conceito
mais tardio de Cristo como o Lagos Criador que aparece em João (Cl 1.15-23 cf. Jo 1.1-18), com a
conclusão de que tais conceitos são muito avançados para o tempo de Paulo. Além disso, algumas
vezes argumenta-se que a heresia de Colossos representava um tipo de gnosticismo prevalecente
durante o 2º século de nossa era.
Devemos reconhecer, no entanto, que Paulo dominava um vasto vocabulário, e os tópicos exclusivos
discutidos nesta carta, particularmente a Heresia de Colossos, respondem pelo vocabulário da epístola.
Além disso, não há razão para assumir que Paulo não estivesse consciente da obra de Cristo como
Criador, especialmente em vista de Filipenses 2.5-1l. Finalmente, a informação pertinente à heresia
de Colossos no capítulo 2 aponta com mais precisão para o que foi uma forma anterior de Gnosticismo,
e não para a formulação plenamente desenvolvida do Gnosticismo do 2º século d.e.

Data

Paulo escreveu esta carta na prisão, como aconteceu com Efésios, Filipenses e Filemon. Embora
Éfeso e Cesaréia tenham sido indicadas como possíveis localidades de sua composição, a maior
evidência sugere que Paulo a tenha escrito em 60 ou 61 d.e., durante sua primeira prisão em Roma
(At 28.16-31) e que a tenha enviado por intermédio de Tíquico e Onésirno, o escravo convertido (4. 7-9;
cf. Ef6.21; Fm 10-12).
Colossos era uma pequena cidade a leste de Éfeso e distante dela cerca de 170 quilômetros. Ficava
na região das sete igrejas da Ásia mencionadas em Apocalipse 1 - 3. Localizada no fértil vale de
Licos, na estrada que saía de Éfeso em direção ao leste, Colossos havia sido, anteriormente, um
centro populoso de comércio. Mas, no tempo de Paulo, sua importância havia se eclipsado diante das
cidades vizinhas de Laodicéia e Hierápolis. A não ser por esta carta, Colossos não exerceu praticamente
nenhuma influência na história da igreja primitiva.
O caráter preciso da heresia de Colossos tem sido um assunto de debate. A natureza desta heresia
pode ser deduzida apenas pelas referências acidentais que Paulo faz ao refutá-Ia em 2.8-23. Tratava-
se, aparentemente, de um sistema religioso que combinava elementos de especulação grega helenística
(2.4,8-10), legalismo judaico (2.11-17), e misticismo oriental (2.18-23). Envolvia uma visão de
desprezo pelo corpo (2.20-23) e, provavelmente, pela natureza como um todo. Com ênfase na
importância da circuncisão, regras dietéticas e observações rituais, ao lado de culto aos anjos e uma
preocupação com experiências místicas, a heresia de Colossos negava a suficiência de Cristo, e
qualquer tentativa de moldar Cristo dentro de tal sistema solaparia sua pessoa e sua obra redentora.
329
Temas e Estrutura Literária

o tema que ressoa em Colossenses é a preeminência e suficiência de Cristo em todas as coi as


Apenas nele o crente está completo e não sofre nenhuma carência por que "nele habita, corporalmen
toda a plenitude da Divindade" (2.9). A primeira parte da epístola consiste numa exposição sobre _
supremacia de Cristo (caps. 1 - 2), a segunda parte discute as implicações desta supremacia err,
termos da submissão do crente a Cristo, o Senhor (caps. 3 -4).
Particularmente, na segunda parte, Paulo explora as implicações da união do crente com Cristo .. .;.
união do crente com o Senhor em sua morte, ressurreição e exaltação constitui o fundamento sobre c
qual a vida terrena deve ser construída (3.1-4). Por causa de sua morte com Cristo, os cristãos devem
considerar-se mortos para o velhos hábitos do pecado (3.5-11), por causa da sua ressurreição com
Cristo, os cristãos devem considerar-se vivos para ele em retidão e revestir-se das novas qualidade:
inspiradas pelo amor cristão (3.12-17).
A nova vida em Cristo deve manifestar-se nos relacionamentos pessoais do cristão. Paulo dá instruções
específicas para maridos, mulheres, filhos, servos e senhores (3.18 - 4.1).

Colossenses em Relance

ÊNFASE SUPREMACIA DE CRISTO SUBMISSÃO A CRISTO

TEXTO 1.1 1.15 2.4 3.1 3.5 4.7 4.18

DIVISÃO INTRODUÇÃO PREEMINÊNCIA LIBERDADE POSiÇÃO VIVÊNCIA CONCLUSÃO


DE CRISTO EM CRISTO DO CRENTE DO CRENTE

DOUTRINÁRIO PRÁTICO

TÓPICOS

O QUE CRISTO FEZ POR NÓS O QUE CRISTO FAZ. POR MEIO DE NÓS

LOCAL ROMA

OCASIÃO 60-61 d.C.

Nelson s Com p lete Book o .Bible Ma p sanei Charts © 1993 b y Thomas Nelson. Inc .

ESBOÇO DE COLOSSENSES

Primeira Parte. A Supremacia de Cristo na Igreja (1.1- 2.23)

I. Introdução 1.1-14
A. Saudação de Paulo aos Colossenses 1.1, 2
B. Agradecimento de Paulo aos Colossenses 1.3-8
C. Oração de Paulo pelos Colossenses 1.9-14
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I'
330
11. A Preeminência de Cristo : 1.15 - 23
A. Cristo É Preeminente na Criação 1.15-18
B. Cristo É Preeminente na Redenção 1.19-23
C. Cristo É Preeminente na Igreja 1.24- 2.3

111. A Liberdade em Cristo 2.4-23


A. Livres de Raciocínios Enganosos 2.4-7
B. Livres de Filosofias Vãs 2.8-10
C. Livres do Julgamentos Humanos 2.11-17
D. Livres de um Culto Impróprio 2.18, 19
E. Livres de Doutrinas Humanas 2.20-23

Segunda Parte. A Submissão da Igreja a Cristo (3.1 - 4.18)

I. A Posição do Crente 3.1-4

11. A Vida Prática do Crente 3.5 - 4.6


A. Dispam-se do Velho Homem 3.5-11
B. Revistam-se do Novo Homem 3.12-17
C. Preceitos Pessoais para uma Vida de Santidade 3.18-4.6

111. Conclusão 4.7-18


A. Apresentação de Tíquico 4.7-9
B. Saudações dos Amigos de Paulo 4.10-14
C. Observações sobre a Carta 4.15-18

Comparação entre Efésios e Colossenses


Embora escritas aproximadamente ao mesmo tempo e refletindo temas semelhantes, Efésios e Colossenses
têm, cada um, sua própria ênfase distintiva. Se Efésios pode ser qualificada como a epístola que retrata a
"Igreja de Cristo", o enfoque de Colossenses será, certamente, o "Cristo da Igreja".

Efésios Colossenses

Jesus Cristo: Senhor da Igreja Jesus Cristo: Senhor do Cosmos

Ênfase na Igreja como corpo de Cristo, Ênfase em Cristo como o Cabeça


também reafirma Cristo como Senhor da igreja. da igreja e do cosmos.

Menos pessoal e, provavelmente, uma carta circular. Mais pessoal e orientado para a igreja local.

Menciona indiretamente os erros de falsos ensinamentos Fala diretamente sobre os erros de falsas doutrinas
(a heresia não é um grande perigo). (a heresia é mais ameaçadora).

Temas comuns tratados amplamente. Temas comuns tratados brevemente.

331
Cristo Acima de Tudo

o apóstolo não discute diretamente


com os colossenses a respeito de suas doutrinas falsas. Ao contrário,
começando no primeiro capítulo Paulo constrói uma argumentação positiva sobre a verdade cristã,
apresentando a preeminência de Cristo em tudo.

A Preeminência de Cristo

Cristo

No governo Na reconciliação Em conhecimento Na prática pessoal Na vivência cristã


universal e sabedoria

• A imagem visível de • Agrada o Pai • Fonte de todos • Vivemos nele • Ele é nossa vida
Deus (1.15) (1.19,20) os tesouros de (2.11-13) (3.3)
sabedoria e
• Reconcilia-nos por conhecimento • Não há necessidade • Podemos evitar
• Agente da criação meio de sua morte (2.2,3) de legalismo nem a imoralidade
(1.16) (1.21,22) ritualismo (2.8) e abençoar
• Filosofias do mundo outros (3.5-14)
• Habita em nós como não se adaptam
• Mantenedor (1.17) nossa esperança a ele (2.8)
da glória (1.27)

• Cabeça da Igr"eja
(1.18)

Nelson s Complete Book Df Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas Nelson. loco

Cristo É o Foco

Os primeiros dois capítulos de Colossenses constituem uma das mais importantes passagens
cristológicas das Escrituras. Enfatizando o papel do Filho como Criador e Redentor e
reconhecendo que "nele habita, corporalmente toda plenitude da Divindade" (2.9), Paulo afirma
a absoluta e completa divindade de Cristo.

Uma Fé Cantante

Como é evidente no Antigo Testamento, a fé hebraica enfatizava a alegria de cantar ao Senhor, mas
o Cristianismo é ainda mais profundamente uma fé cantante. Cantar pode tomar o ensino e a pregação
mais eficientes. Os colossenses deveriam salientar o ministério de ensino e admoestação cantando
salmos, hinos e cânticos espirituais. Examine a lista abaixo.

332
Hinos e Cânticos

Personalidade Descrição Referência Bíblica

Jesus e os discípulos Um hino cantado no cenáculo durante a celebração da Páscoa, antes da prisão de Mt26.30
Jesus

Maria Cântico de Maria ao saber que ela, uma virgem, daria à luz o Messias Lc 1.46-55

Zacarias Cântico de alegria no ato de circuncisão de seu filho que seria o precursor do Lc 1.68-72
Messias

Paulo e Silas Cântico de louvor a Deus à meia noite, quando se encontravam presos em Filipos At 16.25

Todos os Crentes Cânticos espirituais de gratidão e alegria que Deus deseja que todos os crentes Ef 5.19
cantem C13.16

144.000 Crentes O novo cântico dos redimidos no céu, entoado para glorificar a Deus. Ap 14.1-3

Quem é Jesus Cristo

Seu
Cristo Relacionamento Sua Obra Divina Seu Nome Divino Sua Natureza Divina
Divino

Evangelho de João O Verbo Criação de Tudo Theos (grego, lit. Deus) Integralmente Deus
(Jo 1; 14) (Jo 1.1, 14) (Jo 1.1-3) (Jo. 1.1,18) (Jo 1.18; 14.6)
Glória Radiante Salvação Integralmente Homem
(Jo 1.14; 14.7) (Jo 1.12, 13) (Jo 1.14)
Unigênito
(Jo 1.14,18)
Filho
(Jo 3.16)

Epístola aos Filipenses Forma de Deus Salvação Theos (Grego, lit. Deus) Integralmente Deus
(Fp 2) (Fp 2.6) (Fp 2.6-8) (Fp 2.6) (Fp 2.6)
Igual a Deus Integralmente Homem
(Fp 2.6) (Fp 2.7,8)
Servo
(Fp 2.7)

Epístola aos Imagem do Deus Invisível Criação de Tudo Theotetos Integralmente Deus
Colossenses (CI 1;2) (CI1.15,19) (CI 1.16-18) (grego, lit. Deidade) (CI1.19; 2.9)
Primogênito Salvação (CI2.9) Integralmente Homem
(CI1.15,18) (CI 1.4, 5,19-22; (CI2.9)
O Filho a quem Deus ama 2.6, 13-15)
(CI1.13)

Epístola aos Hebreus Revelação de Deus Criação de Tudo Theos (grego, lit. Deus) Integralmente Deus
(Hb 1; 2) (Hb 1.2) (Hb 1.2, 3,10) (Hb 1.8) (Hb 1.3)
Primogênito Salvação Integralmente Homem
(Hb 1.6) (Hb 1.3; 2.10,11) (Hb 1.6; 2.14-18)
Filho (Hb 1.2, 5, 8)

333
1 e 2 TESSALONICENSES

Escrevendo com gratidão e afeição para uma igreja que havia visitado rapidamente, as epístola: ce
Paulo aos Tessalonicenses oferecem palavras de ânimo a uma igreja fiel mas sofredora, enfocancc
particularmente o incentivo proporcionado pela promessa do retomo de Cristo.

Autor
A autoria paulina de 1 Tessalonicenses não foi disputada até o século 19, quando críticos radicais
argumentaram que a escassez de conteúdo doutrinário tomava sua autenticidade suspeita. Na realidade.
~ a proporção de ensino doutrinária varia grandemente nas epístolas de Paulo, e 1 Tessalonicenses foi
~ escrita para lidar com uma questão doutrinária específica - o retomo de Cristo.
~ A evidência externa da autenticidade de 2 Tessalonicenses é ainda mais forte que para a primeira
epístola. Internamente, vocabulário, estilo e conteúdo doutrinário confirmam as alegações encontradas
em 2 Tessalonicenses l.1 e 3.7 de que esta carta foi escrita por Paulo.

Data
Ambas epístolas aos Tessalonicenses foram escritas durante a segunda viagem missionária de Paulo.
o que as coloca entre os primeiros livros escritos do Novo Testamento. Depois de breve permanência
em Tessalônica, capital da Macedônia, Paulo viajou para o sul, passando por Beréia e Atenas, e
chegando até Corinto, onde passou dezoito meses. Durante a primeira parte da sua estadia em
Corinto, 51 e 52 d.C., o apóstolo escreveu 1 Tessalonicenses.
Veja o mapa. "Primeira e Segunda Viagem de Paulo", às páginas 293, 294.
Meses mais tarde, enquanto ainda estava em Corinto, Paulo recebeu notícias de Tessalônica.
informando que seu ensino sobre o dia do Senhor havia sido mal compreendido por alguns membro
daquela igreja. O apóstolo escreveu então uma segunda carta, 2 Tessalonicenses, para corrigir tai
mal-entendidos e confortar novamente a igreja.
No tempo de Paulo, Tessalônica era um importante porto marítimo e capital da província romana da
Macedônia. Esta próspera cidade ficava localizada sobre a Via Egnátia, estrada principal que ligava
Roma ao Oriente, e podia ser vista do monte Olimpo, legendário lar do panteão grego.
Com aproximadamente 200.000 habitantes no 1 século d.e., Tessalônica tinha uma população judaica
0

considerável e o monoteísmo ético da religião judaica atraía muitos gentios que se sentiam
desencantados com o paganismo grego. De acordo com 1 Tessalonicenses l.9 e 2.14-16 a maioria
dos convertidos em Tessalônica eram gentios vindos da idolatria.

Temas e Estrutura Literária


Após a separação forçada ocorrida entre Paulo e os tessalonicenses (At 17.1-9), o apóstolo sentiu
uma crescente preocupação a respeito do progresso na fé demonstrado pelos crentes daquela igreja.
1Tessalonicenses foi escrita para louvar e estimular.es crentes de Tessalônica, que sofriam perseguição,
e para consolá-Ios a respeito de seus queridos que haviam morrido em Cristo. O tema do retomo de
Cristo repete-se ao longo da epístola, e I Tessalonicenses 4.l3 - 5.l1 nos dá uma das mais completas
apresentações desta verdade essencial encontrada no Novo Testamento. A carta divide-se em duas
seções principais: reflexões pessoais de Paulo sobre os tessalonicenses
(caps. 1 - 3), e instruções do apóstolo aos tessalonicenses (caps. 4 - 5).
Com referência à doutrina da Segunda Vinda, que constitui o tema central de ambas as cartas,
I Tessalonicenses enfatiza a eminência da vinda do Senhor, ao passo que 2 Tessalonicenses observa
que certos eventos precederão o fim. Assim, as Escrituras apresentam a volta do Senhor tanto em
termos de sinais como de algo repentino. Alguns cristãos concluíram que
I Tessalonicenses fala de um arrebatamento da igreja que precederá o dia do Senhor, enquanto
2 Tessalonicenses fala a respeito do julgamento de Cristo sobre o mal. Outros, considerando que a
intenção primária de Paulo nestas epístolas é salientar o conforto que a esperança da vinda de Cristo
traz para os cristãos (assim como afirma o engano de se pensar que não é mais preciso trabalhar
diante da iminência da volta de Cristo), têm argumentado que Paulo não está apresentando uma
cronologia detalhada do final dos tempos. Ao contrário, estes cristãos crêem que Paulo está salientado
tanto a necessidade constante de estarmos prontos para a vinda do Senhor, como ao mesmo tempo,
de sermos diligentes no trabalho de Deus na terra.

1 Tessalonicenses em Relance

ÊNFASE REFLEXÕES SOBRE OS INSTRUÇÕES AOS TESSALONICENSES


TESSALONICENSES

TEXTO 1.1 2.1 2.17 4.1 4.13 5.1 5.12 5.28

DIVISÃO ELOGIO FUNDAÇÃO FORTALECENDO ORIENTAÇÃO OS MORTOS O DIA DO SANTIDADE


PELO DA IGREJA A IGREJA PARA O EM CRISTO SENHOR DE VIDA
CRESCIMENTO CRESCIMENTO

EXPERIÊNCIA PESSOAL EXORTAÇÃO PRÁTICA


TÓPICOS

OLHANDO PARA O PASSADO OLHANDO PARA O FUTURO

LOCAL ESCRITA EM CORINTO

OCASIÃO 51 d.C.

Nelson s Complete Book 01 Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas elson, Inc.

Comparação do Enfoque em 1 e 2 Tessalonicenses

1 Tessalonicenses 2 Tessalonicenses

Fala sobre como os tessalonicenses foram evangelizados Fala sobre como os tessalonicenses estão sendo edificados,
quando receberam a Palavra de Deus mencionando seu progresso na fé, no amor e na paciência

Enfatiza a iminência e importância do Dia do Senhor Corrige os mal-entendidos sobre o retorno do Senhor

Os santos são confortados e incentivados Os santos são assegurados acerca do julgamento de


Deus sobre seus inimigos

2 Tessalonicenses é a continuação teológica de I Tessalonicenses. Pouco tempo depois de receberem


a primeira carta de Paulo, alguns membros da igreja caíram na artimanha de falsas doutrinas afirmando
que o dia final do Senhor já estava em curso. Paulo escreve esta carta breve para corrigir este erro,
mostrando que certos eventos bem identificáveis deveriam preceder este dia final do Senhor, e
estimulando os crentes de Tessalônica, cuja fé estava sendo testada pela perseguição. Falando sobre
o problema daqueles que se recusavam a trabalhar por pensarem que o fim estava próximo, ou
mesmo sobre eles, Paulo animava a todos a que comparecessem aos seus trabalhos para não viverem
às expensas dos outros. 2 Tessalonicenses pode ser dividida em três seções principais: incentivo aos
que eram perseguidos (cap. 1); explanação sobre o Dia do Senhor (cap. 2); e exortação à igreja (cap. 3).

335
ESBOÇO DE 1 TESSALONICENSES

I. Reflexões Pessoais sobre os Tessalonicenses 1.1-3.13


A. Elogio à Igreja 1.1-10
B. Paulo Fundou a Igreja 2.1-16
C. Timóteo Fortaleceu a Igreja 2.17 - 3.13

11. Instruções aos Tessalonicenses 4.1- 5.28


A. Instruções para o Crescimento 4. 1-12
B. Revelação sobre os Mortos em Cristo 4.13-18
C. Explicação sobre Dia do Senhor 5.1-11
D. Instruções para uma Vida Santa 5.12-22
E. Conclusão 5.23-28

2 Tessalonicenses em Relance
ÊNFASE INCENTIVO NA PERSEGUiÇÃO EXPLICAÇÃO SOBRE O DIA EXORTAÇÃO
00 SENHOR À IGREJA

TEXTO 1.1 1.5 1.11 2.1 2.13 3.1 3.6 3.18

DIVISÃO GRATIDÃO PELO ENCORAJAMENTO SÚPLICA EVENTOS CONFORTO ESPEREM RETIRADA


CRESCIMENTO NA PERSEGUiÇÃO PELA ANTERIORES PARA OS COM
BÊNÇÃO CRENTES PACIÊNCIA

CRENTES DESANIMADOS CRENTES INQUIETOS CRENTES DESOBEDIENTES


TÓPICOS

CORREÇÃO DO
GRATIDÃO PELA VIDA DELES INSTRUÇÃO NA DOUTRINA COMPORTAMENTO

LOCAL ESCRITA EM CORINTO

OCASIÃO 51 d.C.

Nelson s Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas Nelson. Inc.

ESBOÇO DE 2 TESSALONICENSES

I. Incentivo na Perseguição 1.1-12


A. Gratidão pelo Crescimento........................................................................................... 1.1-4
B. Encorajamento na Perseguição 1.5-10
C. Súplica pela Bênção de Deus 1.11, 12

11. Explanação sobre o Dia do Senhor 2.1-17


A. Eventos que Precedem o Dia do Senhor 2.1-12
B. Conforto do Crente no Dia do Senhor 2.13-17

111. Exortação à Igreja ::: 3.1-18


A. Esperem Pacientemente por Cristo 3.1-5
B. Afastem-se dos Desordeiros 3.6-15
C. Conclusão 3.16-18

336
. " --
1 e 2 TIMÓTEO

Em I e 2 Timóteo o idoso e experimentado apóstolo Paulo escreve a seu protegido Timóteo, um


jovem pastor enfrentando pesadas responsabilidades. As cartas de Paulo dão a Timóteo ânimo no
ministério e instruções detalhadas sobre organização e vida da igreja.

Autor

A partir do início do século 19 as Epístolas Pastorais (1 e 2 Timóteo e Tito) têm sido mais atacadas do
~ ') que qualquer outra epístola de Paulo no que diz respeito à sua autoria. A semelhança existente entre
~~ estas epístolas exige que sejam consideradas em conjunto nesta questão de autoria.
~ ~ A evidência externa apoia a autoria paulina. Os pais pós-apostólicos da igreja, como Policarpo e
Clemente de Roma, as mencionam, e estas cartas são identificadas como paulinas desde o tempo de
Irineu e Tertuliano. Dentre as epístolas de Paulo, apenas Romanos e Coríntios gozam de uma
autenticação mais expressiva.
Alguns estudiosos, entretanto, consideram estas cartas "falsificações piedosas" surgi das durante o
2° século de nossa era. Entre as razões citadas para apoiar esta posição, incluem algumas diferenças
de linguagem, e a alegação de que a forma de governo eclesiástico aparente nas cartas pastorais,
.reflete um período posterior a Paulo. Embora haja diferenças entre as pastorais e as demais epístolas
paulinas, tais diferenças são adequadamente explicadas pelo fato de que as outras epístolas foram
dirigidas a igrejas, e as pastorais foram escritas para indivíduos. Algumas diferenças lingüísticas
podem ser devidas ao fato de que Paulo usou um amanuense ou secretário, provavelmente Lucas, ou
simplesmente pelo fato de que a diversidade de assunto produziu a diversidade de vocabulário. Além
disso, a suposição de que estes livros são falsificações sugere que o pretenso autor/compilador foi,
deliberadamente, fraudulento. Deve-se notar também que estas cartas diferem muito de escritos
reconhecidamente pós-apostólicos e pseudo-epigráficos. Finalmente, elas não tratam de problemas
comuns no 2º século, como gnosticismo, por exemplo.

Data

Nestas cartas Paulo escreve a Timóteo, o qual, durante a segunda viagem missionária, havia se

-
~
tomado um assistente muito próximo do apóstolo (At 16.1-3). Baseado na reconstrução histórica
abaixo, 1 Timóteo foi escrita em cerca de 63 d.e., e 2 Timóteo por volta de 67 d.e.
A autoria paulina das Epístolas Pastorais depende das seguintes circunstâncias: da libertação de
Paulo de sua prisão em Roma (At 28), da continuação de seus esforços missionários e de uma
segunda prisão em Roma. Infelizmente, a ordem dos eventos só pode ser reconstruída a partir de
alusões esparsas, pois não dispomos de uma fonte histórica, como o livro de Atos, que narre os
últimos anos do apóstolo. A reconstrução que se segue é apenas provisória.
Como esperava (FI 1.19,25,26; 2.24), Paulo foi libertado de sua prisão em Roma (63 d.Ci). Cumprindo
promessa feita aos filipenses (FI 2.19-23), ele enviou Timóteo a Filipos para relatar as boas-novas.
Paulo dirigiu-se a Éfeso (apesar de sua expectativa anterior, mencionada em Atos 20.38), e para
outras igrejas da Ásia, como Colossos (veja Filemom 22). Quando Timóteo reuniu-se a ele em Éfeso,

337
o apóstolo instruiu seu assistente a "permanecer em Éfeso (1Tm 1.3), enquanto ele próprio viajava para
a Macedônia. Quando percebeu que poderia demorar-se na Macedônia, Paulo escreveu 1 Timóteo
(c. 63 d.Cc) talvez de Filipos (1Tm. 3.14,15). Depois de encontrar-se com Timóteo em Éfeso, o apóstolo
viajou para a ilha de Creta onde, após um período de ministério, deixou Tito para continuar o trabalho
(Tt l.5). De Corinto, Paulo escreveu a carta a Tito (c. 63 d.C,), aproveitando o fato de que Zenas e
Apoio estavam de partida para uma viagem que os faria passar por Creta (Tt 3.13). O apóstolo pede a
Tito que vá encontrar-se com ele em icópolis, tão logo seu substituto chegue a Creta (Tt 3.12).
Se Paulo foi à Espanha como havia planejado (Rm 15.24,28), ele provavelmente partiu em companhia
de Tito para aquela província ocidental, depois de haver passado o inverno em Nicópolis. A tradição
da igreja primitiva sustenta que Paulo realmente foi à Espanha, e que talvez tenha permanecido ali
durante o período de 64--66 d.e. Retomando à Grécia e à Ásia - passando por Corinto, Mileto e
Trôade (2Tm 4.13,20), o apóstolo foi preso pela segunda vez, provavelmente em Trôade, onde deixou
seus valiosos livros e a capa (2Tm 4.13). Após ser preso, Paulo foi encarcerado em Roma, tendo
escrito 2 Timóteo de sua cela na prisão.

1 Timóteo em Relance

ÊNFASE DOUTRINA CULTO PÚBLICO FALSOS DISCIPLINA DA MOTIVAÇÃO


MESTRES IGREJA PASTORAL

TEXTO 1.1 2.1 4.1 5.1 6.1 6.21

DIVISÃO PROBLEMA LIDERANÇA E PRESERVAÇÃO RECOMENDAÇÕES MOTIVAÇÃO


DAS FALSAS CULTO PÚBLICO DA VERDADEIRA PARA VIÚVAS E PASTORAL
DOUTRINAS DOUTRINA PRESBíTEROS

AVISO CULTO SABEDORIA VIÚVAS RIQUEZA


TÓPICOS

PERIGO DE FALSA ORIENTAÇÃO PARA DEFESA CONTRA DEVERES PARA LIDANDO COM
DOUTRINA OCULTO FALSOS MESTRES COM OUTROS RIQUEZA

LOCAL ESCRITA DA MACEOÕNIA

OCASIÃO 62-63 c.d.C.

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Evidências do Se~uidor de Cristo


-

• Manifesta as "belas atitudes" expostas por Jesus em seu Sermão da Montanha (Mt 5.3-16)
.-
• Pensa com a mente transformada, expressa um espírito de amor genuíno, e mostra respeito pela autoridade
(Rm 12.1,2; 13.1-7)

• Reflete o estilo de vida do amor (1Co 13)

• Manifesta o fruto do Espírito anunciado por Paulo (GI 5.22-26)

• Alegra-se sempre, ora sem cessar e em tudo dá graças (1Ts 5.16-18)

• Realiza obras de fé e compaixão (Tg 2.14-17), controla a língua (3.1-11), e é reconhecido por sua sabedoria (3.13)

• Mantém-se firme na verdade sobre Jesus (2Jo 4; 3Jo 3-4) e a defende (Jd 3)
Comparação entre as Duas Prisões de Paulo em Roma

Primeira Prisão Segunda Prisão


- -- -
Atos 28 - Escreveu as Epístolas da Prisão 2 Timóteo
Acusado pelos judeus de heresia e sedição Perseguido por Roma e preso como criminoso contra o império
Perseguições locais esporádicas (6~3 d.C.) Perseguição sob Nero (64-68 d.C.)
Condições decentes de vida em casa alugada (At 28.30,31) Condições precárias num calabouço frio e escuro
Muitos amigos o visitaram Praticamente sozinho (apenas Lucas estava com ele)
Muitas oportunidade de testemunho cristão Oportunidades de testemunho muito restritas
Estava otimista quanto a sua libertação (Fp 1.24-26) Aguardava a sua execução (2Tm 4.6)

Temas e Estrutura Literária

Em sua primeira carta a Timóteo, Paulo procura orientar seu jovem e menos experimentado cooperador
em suas pesadas responsabilidades como supervisor do trabalho em Éfeso e outras cidades da Ásia.
A carta é, na realidade, um desafio a Timóteo para cumprir a tarefa que está diante dele: combater os
falsos ensinamentos com boa doutrina, preparar uma liderança qualificada, ensinar a Palavra de
Deus, e encorajar uma conduta cristã. Em razão do caráter pessoal e familiar, esta carta é estruturada
livremente ao redor de cinco incumbências que finalizam cada seção (1.l8-20; 3.14-16; 4.11-20:
5.21-15; 6.20,21).
Estas seções tratam de: doutrina (cap. I), culto público (caps. 2 - 3), o perigo de falsos mestres (cap.
4), disciplina da igreja (cap. 5), e motivação pastoral (cap. 5).
Em 2 Timóteo Paulo escreve como alguém que sabe que seus dias na terra estão rapidamente
chegando ao fim. Aproximando-se a hora de abandonar seus fardos, o santo apóstolo procura desafiar
e fortalecer seu auxiliar Timóteo, um jovem fiel, mas um tanto tímido, em seu difícil trabalho em
Éfeso. Apesar das condições desanimadoras, esta é uma carta de incentivo que leva Timóteo a
prosseguir no cumprimento de sua tarefa divinamente designada. Em 2 Timóteo o fato central para
todas as coisas é o seguro fundamento da Palavra de Deus. Paulo aponta a necessidade de perseverar
durante as presentes provações (caps. I e 2), e suportar as futuras (caps. 3 e 4).
Os encargos que Paulo atribui a Timóteo (resumidos em 2Tm 4.1-5), apresentam um resumo
apropriado da conduta essencial da conduta de um ministro do evangelho.

Ministério de Timóteo

Timóteo Deve ... Porque ...

Participar dos sofrimentos do evangelho (1.8; 2.3) Por sua participação outros serão salvos (2.10)
Manter a boa doutrina (1.13; 2.15) Falsa doutrina se espalha e leva à iniqüidade (2.16,17)
Fugir das paixões da mocidade (2.22) Ele deve ser puro e separado para o trabalho do Mestre (2.21
Evitar contendas (2.23-25) Deve orientar outros gentilmente à verdade (2.24-26)
Pregar o evangelho insistentemente (4.2) Aproxima-se a grande apostas ia (4.3,4)

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ESBOÇO DE 1 TIMÓTEO

I. Incumbência com Relação à Doutrina. ~ 1.1-1


A. A Incumbência Anterior de Paulo a Timóteo 1.1-'
B. A Incumbência Anterior de Cristo a Paulo 1.1_- i -

C. Primeira Incumbência: "Combater o Bom Combate" 1.1c __ r

339
11. Incumbência Relativa ao Culto Público 2.1 - 3.16
A. Oração no Culto Público 2.1-8
B. Mulheres no Culto Público 2.9-15
C. Qualificações para os Bispos 3.1-7
D. Qualificações para os Diáconos 3.8-13
E. Segunda Incumbência: "Ciente de como proceder bem na Casa de Deus" 3.14-16

111. Incumbência sobre os Falsos Mestres 4.1-16


A. Cuidados com o Falsos Mestres 4.1-5
B. Instrução para o Verdadeiro Mestre 4.6-10
C. Terceira Incumbência: "Não negligencie o dom" 4.11-16

IV. Incumbência com Relação à Disciplina da Igreja 5.1-25


A. Como Relacionar-se com todas as Pessoas 5.1, 2
B. Como Tratar as Viúvas 5.3-16
C. Como Tratar os Presbíteros 5.17-20
D. Quarta Incumbência: "Observa estas Coisas sem Prevenção 5.21-25

V. Incumbência sobre Motivos Pastorais 6.1-21


A. Exortação aos Santos 6.1,2
B. Exortação à Santidade com Contentamento 6.3-16
C. Exortação aos Ricos 6.17-19
D. Quinta Incumbência: "Guarda o que te Foi Confiado" 6.21,22

2 Timóteo em Relance
ÊNFASE PERSEVERANÇA NAS PRESENTES PROVAÇÕES RESISTÊNCIA NAS FUTURAS PROVAÇÕES

TEXTO 1.1 1.6 2.1 3.1 4.1 4.6 4.22

GRATIDÃO TlMÓTEOÉ
CARACTERíSTICAS APROXIMA-SE RESPONSABILIDADE APROXIMA-SE
PELA FÉ RELEMBRADO
DIVISÃO DEUM ODIADA DE PREGAR A MORTE
QUEHÁ DESUAS
MINISTRO FIEL APOSTASIA PALAVRA DE PAULO
EM TIMÓTEO RESPONSABILIDADES
PERSEVERANÇA PROTETOR DO
PODER DO EVANGELHO PROCLAMAÇÃO DO EVANGELHO
DO EVANGELHO EVANGELHO
TÓPICOS
LEMBRANÇA REQUISITOS RESISTÊNCIA PEDIDOS

LOCAL PRISÃO ROMANA

OCASIÃO c. 67 d.C.

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ESBOÇO DE 2 TIMÓTEO

I. Perseverança nas Presentes Provações 1.1- 2.26


A. Gratidão pela Fé que Há em Timóteo 1.1-5
B. Timóteo É Relembrado de suas Responsabilidades 1.6-18
C. Características de um Ministro Fiel 2.1-26

11. Resistência nas Futuras Provações 3.1-4.22


A. Aproxima-se o Dia da Apostasia 3.1-17
B. Responsabilidade de Pregar a Palavra 4.1-5
C. Aproxima-se a Morte de Paulo 4.6-22
340
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EPíSTOLA
ATITO
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~ x .•..,,"
" . Como 1 Timóteo, Tito foi escrita por Paulo para um auxiliar que trabalhou como seu representante


'(i",' , . • apostólico. Esta breve carta destaca o papel e a responsabilidade de Tito na organização e supervisão
;- '.,l

,. '---- " das igrejas na ilha de Creta.


"'-.

Autor

~
~
.fi A autoria paulina das Epístolas Pastorais (1 e 2 Timóteo e Tito) tem sido objeto de controvérsia na
idade moderna. Entretanto, a evidência que apoia a autoria Paulina destas epístolas é substancial e a
alternativa de considerá-Ias como "falsi fieações piedosas" não é aceitável (veja Autor em I e 2 Timóteo).

Data

Embora a cronologia necessite ser reconstruí da a partir de comentários acidentais que encontramos
ao longo das Epístolas Pastorais, possivelmente o livro de Tito foi escrito em c. de 63 d.C., após a
libertação de Paulo de sua prisão em Roma, relatada em Atos 28, e logo após a composição de 1
Timóteo. Veja Data de 1 e 2 Timóteo para uma consideração mais detalhada da cronologia da vida de
Paulo após o término do livro de Atos.
A ilha mediterrânea de Creta tem cerca de 96 km de comprimento por 19 km de largura. Seus
habitantes no primeiro século de nossa era eram conhecidos por sua desonestidade e imoralidade
(1.12,13) e a expressào "agir como um cretense" transformou-se em dito popular que significava
"ser mentiroso". Vários judeus de Creta estavam presentes em Jerusalém no dia de Pentecostes
(At 2.11) e, possivelmente, alguns creram em Cristo e levaram o evangelho para o seu país. Embora
Paulo tenha sofrido um naufrágio em Creta durante sua viagem para Roma (At 27.7-13), ele teve,
provavelmente, pouco tempo para desenvolver um ministério ativo durante aquele breve período. O
apóstolo pregou o evangelho pelas cidades de Creta após ter sido libertado de sua prisão em Roma,
deixando Tito na ilha para terminar de organizar as igrejas (1.5).

Temas e Estrutura Literária

Pouco tempo depois de haver deixado Creta, Paulo escreveu esta carta para animar e ajudar Tito em
sua tarefa de organizar as igrejas. A epístola salienta a boa e sã doutrina e adverte sobre aqueles que
distorcem a verdade. Ao mesmo tempo é um manual de conduta que enfatiza as boas obras e o
comportamento próprio de vários grupos dentro da igreja. Tito se divide em duas seções principais:
ordene presbíteros (cap. 1) e coloque tudo em ordem (caps. 2,3).
Sublinhando as instruções de Paulo, permanece a- rdade de que Cristo está construindo sua igreja,
escolhendo cuidadosamente as pedras que compõe esta habitação de Deus. A divindade de Cristo e
sua obra redentora sào esplendidamente afirmadas em 2.13,14, e Paulo apresenta a segunda vinda
de Cristo como um incentivo para viver-se uma vida santa (2.12,13).

341
Tito em Relance

I
ÊNFASE ORDENE RESBíTEROS COLOQUE TUDO EM ORDEM

TEXTO 1.1 1.10 2.1 3.1 3.15

ORDENEPRESB~EROS REPREENDA FALSOS ENSINE A SÃ DOUTRINA MANTENHA AS BOAS


DIVISÃO QUALIFICADOS MESTRES OBRAS

PROTEÇÃO DA SÃ DOUTRINA PRÁTICA DA SÃ DOUTRINA


TÓPICOS

ORGANIZAÇÃO ENGANADORES OPERAÇÃO OBEDIÊNCIA

LOCAL PROVAVELMENTE ESCRITA EM CORINTO

OCASIÃO c. 63 d.C.

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Homens e mulheres,jovens e velhos, todos têm uma missão vital para cumprir na igreja, se realmente
desejam ser exemplos vivos da doutrina que professam. Ao longo de sua carta a Tito, o apóstolo
enfatiza a operação prática e necessária da salvação na vida diária tanto dos presbíteros como dos
membros da congregação.
Veja o quadro: "Palavras de Paulo a Tito" abaixo.

ESBOÇO DE TITO

I. Ordene Presbíteros 1.1-16


A. Introdução..................................................................................................................... 1.1-4
B. Ordene Presbíteros Qualificados 1.5-9
C. Repreenda Falsos Mestres 1.10-16

11. Coloque Tudo em Ordem 2.1-3.15


A. Ensine a Sã Doutrina 2.1-15
B. Mantenha as Boas Obras 3.1-11
C. Conclusão 3.12-15

Palavras de Paulo a ruo


Aos cretenses: Ignorem fábulas e mandamentos falsos (1.14)
Aos homens idosos: Sejam sóbrios, respeitáveis, confiantes, amorosos e pacientes (2.2)
Às mulheres idosas: Sejam sóbrias, ensinem o que é bom, não calucíern e não bebam muito vinho (2.3)
Às mulheres jovens: Sejam discretas, boas donas de casa, amem seus maridos e filhos (2.4,5)
Aos homens jovens: Sejam criteriosos, pratiquem boas obras e mantenham a sã doutrina (2.6-8)
Aos servos: Sejam obedientes e respeitem seus senhores (2.9,10)

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342
FILEMOM

A mais curta das epístolas de Paulo (apenas 334 palavras no texto grego), é um modelo de cortesia,
discrição e profundo interesse no perdão de alguém que, em outras circunstâncias, teria de enfrentar
severas conseqüências.

Autor

~.ó" o consenso geral dos eruditos reconhece Filemom como tendo sido escrita por Paulo. Não teria
~_ havido nenhuma razão doutrinária que a motivasse. Externamente esta posição é apoiada por uma

~ ~ tradição consistente, e internamente por não menos do que três referências a Paulo (vs. 1,9,19).

Data

Filemom é uma das quatro epístolas da prisão (Efésios, Filipenses e Colossenses são as outras três).
Foi escrita em 60 ou 61 d.e. e enviada juntamente com Colossenses, durante a primeira prisão de
Paulo em Roma. O versículo 22 reflete a esperança do apóstolo de ser libertado da prisão .
. Reconstruindo os antecedentes desta carta podemos perceber que o escravo chamado Onésim., afrontou
seu senhor e fugiu para Roma, onde podia encontrar relativa segurança no meio da multidão. De
alguma forma Onésimo entrou em contato com Paulo, que o levou a Cristo. Sabendo que Onésimo
tinha a responsabilidade de retomar a Filemom, Paulo mandou-o de volta a Colossos na companhia
de Tíquico, levando esta carta.
Filemom residia em Colossos e havia sido evangelizado por Paulo (v. 19), talvez num encontro que
tiveram em Éfeso, durante a terceira viagem missionária. A casa de Filemom era suficientemente
grande para servir como ponto de reunião para a igreja em Colossos (v.2). Filemom havia sido
benevolente com outros crentes (vs. 5-7) e seu filho Arquipo evidentemente ocupava uma importante
posição de liderança na igreja (Cl 4.17; Fm 2). Filemom pode ter tido outros escravos além de
Onésimo e não era o único a possuir escravos entre os crentes de Colossos (Cl 4.1). Portanto, esta
carta fornece diretrizes para os relacionamentos entre senhores e escravos.

Temas e Estrutura Literária

Esta carta delicada e profundamente pessoal pode ser dividida em três partes: oração de gratidão por
Filemom (vs. 1-7); petição de Paulo em favor de Onésimo (vs. 8-16); e a promessa de Paulo a
Filemom (vs. 17-25).
A epístola de Paulo a Filemom é um testemunho do poder e da graça de Deus em Cristo Jesus e do
amor cristão que une os crentes. Embora fosse,-hõgalmente, um ladrão e um fugitivo, Onésimo, o
escravo de Filemom, havia sido transformado pela graça de Deus e era agora um irmão amado de
Filemom (v. 16).
Veja quadro: "Como Age o Amor", na próxima página.

343
Filemom em Relance

ÊNFASE ORAÇÃO DE GRATIDÃO PETiÇÃO POR ONÉSIMO PROMESSA A FILEMOM

TEXTO 1 8 17 25

DIVISÃO ELOGIO AO AMOR DE FILEMOM INTERCESSÃO POR ONÉSIMO CONFIANÇA NA OBEDIÊNCIA


DE FILEMOM

LOUVOR A FILEMOM APELO DE PAULO PENHOR DE PAULO


TÓPICOS

CARÁTER DE FILEMOM CONVERSÃO DE ONÉSIMO CONFIANÇA DE PAULO

LOCAL ROMA

OCASIÃO c. 60-61 d.C.


I
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ESBOÇO DE FILEMOM

I. Oração de Gratidão por Filemom 1-7

lI. Petição de Paulo em favor de Onésimo 8-16

III. Promessa de Paulo a Filemom 17-25

Como A$le o Amor

Agradece pelo que há de


melhor nos outros (v.4)

Relaciona-se Amor Procura o bem estar


honestamente dos outros (v.10)
com os outros (v.12)
Cristão

Leva as cargas credita o melhor a


dos outros (v.18) respeito dos outros (v.21)

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344
HEBREUS
Hebreus permanece único entre as epístolas do Novo Testamento em estilo e abordagem, sendo
também o único livro do Novo Testamento cuja autoria continua sendo um verdadeiro mistério. Este
profundo documento desenvolve uma argumentação em favor da superioridade de Cristo usando um
raciocínio cumulativo no qual Cristo é apresentado como "o melhor" em todos os aspectos.

Autor

Apesar das muitas sugestões apresentadas, o autor de Hebreus permanece desconhecido. Clemente
~ . ') de Alexandria (c.150-215 d.e.) propôs o nome de Paulo como autor acrescentando que Lucas teria
~ traduzido o livro para o grego. Orígenes (c. 185-253 d.C.) concluiu que as idéias eram paulinas, mas
~
~ a fraseologia e composição eram de alguém que estaria relembrando os ensinos do apóstolo (por
exemplo, Clemente de Roma ou Lucas). Muitos outros têm sido apresentados como possíveis autores.
Bamabé (sugerido por Tertuliano); Apoio (por Lutero); Filipe, o evangelista (por William Ramsay);
Priscila e Áquila (por Adolfo von Hamack). A antiga e famosa observação de Orígenes ainda é
válida: "Quem é o autor desta epístola, só Deus sabe."

Data

o lugar de onde Hebreus foi escrito também é desconhecido, mas é possível chegar-se a uma estimativa
razoável quanto à ocasião. Hebreus foi citado por Clemente de Roma ao redes do ano 95 de nossa
era, mas o fato de não haver menção do término do sistema sacrificial do Antigo Testamento ocorrido
com a destruição de Jerusalém em 70 d.e., indica que o livro foi escrito em data anterior a esta.
Timóteo ainda era vivo (12.23), a perseguição crescia e o velho sistema judaico estava prestes a ser
encerrado (12.26,27). Tudo isto sugere uma data entre 64-68 d.C.
Os destinatários deste trabalho eram crentes que haviam crido pela pregação de testemunhas oculares
de Cristo (2.3). Haviam suportado dificuldades por causa de sua firmeza no evangelho (10.32-34),
mas corriam perigo de abandonar a fé. A repetição dos argumentos em favor da superioridade de
Cristo e de seu sacrificio em relação a Moisés e o sistema sacrificial do Antigo Testamento indica que
os destinatários eram, provavelmente, judeus cristãos, em perigo de voltar para o Judaísmo.

Temas e Estrutura Literária

O autor dá a este livro o título de "uma palavra de exortação" (13.22), o que leva muitos estudiosos
a considerá-lo mais como um sermão escrito do que uma carta. Na realidade, Hebreus é uma
exposição ampliada de numerosas passagens do Antigo Testamento, tendo o autor usado a
Septuaginta (Tradução Grega do Antigo Testamento) para as citações destas passagens. Após
usar o Antigo Testamento para demonstrar a superioridade da pessoa de Cristo (1.1 - 4.13), e de
sua obra (4.14 - 18.18), o escritor aplica estas verdades de forma prática para demonstrar a
superioridade da caminhada cristã de fé (10.19 -13.25). O tema básico de Hebreus pode ser expresso
pela palavra "melhor", descrevendo a prioridade de Cristo em relação à sua pessoa e à sua obra (1.4;
6.9; 7.7,19,22; 8.6; 9.23; 10.34; 11.16,35,40; 12.24). Os termos "perfeito" e "celestial" também são
proeminentes. Cristo oferece melhor revelação, posição, sacerdócio, aliança, sacrificio e poder.

345
Hebreus apresenta a Cristo como o divino/humano Profeta, Sacerdote e Rei. Sua divindade
(1.3,8) e sua humanidade (2.9,14,17,18) são afirmadas com igual vigor e mais de vinte títulos
são usados para nomearseus atributos e seus feitos (por exemplo. "Herdeiro de todas as coisas",
"Apóstolo e Sumo Sacerdote", "Mediador", "Autor e Consumador da nossa fé").

Hebreus em Relance
ÊNFASE A PESSOA DE CRISTO A OBRA DE CRISTO A CAMINHADA DA FÉ

TEXTO 1.1 1.4 3.1 4.14 8.1 9.1 10.19 12.1 13.1 13.25

DIVISÃO CRISTO CRISTO CRISTO SACERDÓCIO ALIANÇA SANTUÁRIO CERTEZA RESISTÊNCIA EXORTAÇÃO
SOBRE OS SOBRE SOBRE E DAFÉ DAFÉ AO
PROFETAS OS ANJOS MOISÉS SACRIFíCIO AMOR

MAJESTADE DE CRISTO MINISTÉRIO DE CRISTO


MINISTROS DE CRISTO
TÓPICOS
DOUTRINA DISCIPLINA

LOCAL LOCAL DE COMPOSiÇÃO DESCONHECIDO

OCASIÃO c. 64-68 d.C.

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Quando Foram Escritas as Epístolas Gerais

ESBOÇO DE HEBREUS
-'
Primeira Parte. A Superioridade da Pessoa de Cristo (1.1 - 4.13)

I. A Superioridade de Cristo sobre os Profetas ............................•.................................... 1.1-3

11. A Superioridade de Cristo sobre os Anjos 1.4-2.18


A. Cristo É Superior por causa de sua Divindade 1.4-14
B. Primeira Exortação: Perigo de Iegligência 2.1-4
C. Cristo É Superior por causa de sua Humanidade 2.5-18

111. A Superioridade de Cristo sobre Moisés 3.1- 4.13


A. Cristo É Superior a Moisés em sua Obra 3.1-4
B. Cristo É Superior a Moisés em sua Pessoa 3.5,6
C. Segunda Exortação: Perigo de Descrença 3.7-4.13

Segunda Parte. A Superioridade da Obra de Cristo (4.14 - 7.28)

I. A Superioridade do Sacerdócio de Cristo 4.14- 7.28


A. Cristo É Superior em sua Posição 4.14-16
B. Cristo É Superior em suas Qualificações 5.1-10
C. Terceira Exortação: Perigo de Imaturidade 5.11--620
D. Cristo É Superior em sua Ordem Sacerdotal 7.1-28

346
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11. A Superioridade da Aliança de Cristo 8.1-13
A. Uma Aliança Melhor 8.1-6
B. Uma Nova Aliança 8.7-13

111. A Superioridade do Santuário e do Sacrifício de Cristo 9.1-10.18


A. Santuário e Sacrificio da Velha Aliança 9.1-10
B. Santuário e Sacrificio da Nova Aliança 9.11-10.18

Terceira Parte. A Superioridade da Caminhada Cristã de Fé (10.19- 13.25)

I. Exortação à Completa Certeza de Fé 10.19 - 11.40


A. Guardem com Firmeza a Confissão de Fé 10.19-25
B. Quarta Exortação: Perigo de Voltar Atrás 10.26-39
C. Definiçào de Fé 11.1-3
D. Exemplos de Fé 11.4-40

11. Resistência da Fé 12.1-29


A. Exemplo da Resistência de Cristo 12.1-4
B. Exortação a Suportar a Disciplina de Deus 12.5-24
C. Quinta Exortação. Perigo de Recusar a Deus 12.25-29

111. Exortação ao Amor 13.1-17


A. Amor na Esfera Social................................................................................................ 13.1-6
B. Amor na Esfera Religiosa 13.7-17

IV. Conclusão 13.18-25

A Superioridade de Cristo

o primeiro capítulo de Hebreus é uma das mais importantes passagens cristológicas das Escrituras
(veja também: Jo 1.1; Fp 2.6-11; e CI1.l5-20). A superioridade de Cristo sobre os profetas do Antigo
Testamento e sobre os anjos é apresentada por meio de sete afmnações a respeito do caráter de
Cristo e sete citações das Escrituras.

Jesus É Maior que os Profetas Jesus É Maior que os Anjos


1.1-3 1.4-14
Sete Afirmações sobre seu Caráter Sete Passagens das Escrituras

Herdeiro de todas as coisas (v.2) Salmo 2.7 (v.5)

Criador (v.2) 2 Samuel7.14 (v.3)

Manifestação de Deus (v.3) Deuteronômio 32.43; ou Salmo 97.7 (v. 6)

Expressão exata do seu Ser (v.3) Salmo 104.4 (v.7)

Mantenedor de todas as coisas (v.3) Salmo 45.6, 7 (vs. 8,9)

Salvador (v.3) Salmo 102.25-27 (vs. 10-12)

Senhor Exaltado (v.3) Salmo 110.1 (v.13)

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347
As Obras da Fé
o tipo de fé que os leitores devem nutrir é definida em Hebreus 11.1-3, e ilustrada em 11.4-40. Os
triunfos e realizações da fé na vida dos crentes do Antigo Testamento, deveriam estimular os cristãos
a "olhar para Jesus, o Autor e Consumador de nossa fé" (12.2).

Como As;!e a Fé
Está certa das Confia no poder
promessas de Deus de Deus
(11.1 ) (11.1 )

Tem consciência Age com base nas


da orientação divina promessas de Deus
(11.3) (11.8-22)

Honra Cristo sobre Supera enormes


todas as coisas dificuldades
(11.26) (11.29-38)

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A Galeria dos Heróis da Fé

Nas Escrituras, a galeria dos heróis da fé está localizada em Hebreus 11, e registra aqueles que
voluntariamente levaram Deus a sério (creram em sua Palavra), mesmo quando não havia nada em
que pudessem se agarrar senào a sua promessa.

Pessoa Referência Bíblica

Abel Gênesis 4
Enoque Gênesis 5
Noé Gênesis 6
Abraào Gênesis 12
Sara Gênesis 17
Isaque Gênesis 27
Jacó : Gênesis 48
José Gênesis 50
Os pais de Moisés Êxodo 2
Moisés Êxodo 2
Raabe Josué 2, 6
Gideão, Baraque, Sansào e Jefté Juízes 4,6,13,11
Davi, Samuel e os Profetas 1 Samuel

348
EPíSTOLAS
GERAIS

As Epístolas Gerais, algumas vezes denominadas de Epístolas Católicas (o termo grego katholikos
significa "universal") incluem as cartas de Tiago; 1 e 2 Pedro; 1,2 e 3 João; e Judas. Em contraste
com as epístolas paulinas que recebem o nome de seus destinatários, as epístolas gerais são designadas
pelo nome de seu autor. Estas cartas colocadas no final do Novo Testamento são, em sua maior parte,
endereçadas à igreja em geral, ou a grupos de igrejas (3 João é claramente endereçada a uma igreja
em particular, e provavelmente 2 João também) - por isso o termo "geral".
Como as cartas de Paulo, estas epístolas gerais seguem a fórmula comum da correspondência grega
helenística: uma introdução nomeando o autor e os destinatários com uma saudação e uma palavra
de gratidão, seguida do corpo ou desenvolvimento do assunto da carta e uma conclusão.
Os destinatários originais destas epístolas são, muitas vezes, incertos e as saudações são
propositadamente gerais. Tiago escreve para judeus cristãos espalhados por diversos países (judeus
da Dispersão). Pedro aos cristãos da Ásia Menor e as cartas joaninas foram, semelhantemente, escritas
para igrejas e indivíduos da Ásia Menor. Judas escreve para uma região não identificada afligida por
falsos mestres.

Comparação entre as Duas Alianças

A VELHA ALIANÇA A NOVA ALIANÇA


(Hb 9.1-10) (Hb 9.11-28)

Obsoleta após a vinda de Cristo (Hb 8.13). Uma aliança melhor oferecida por Cristo (Hb 7.19; 8.6,7).

Originada no Monte Sinai (GI 4.24-25). Originada na Jerusalém celestial (GI 4.26,27).

Trouxe morte e condenação (2Co 3.7-9). Produz vida (Ef 2.1-3).

Impossível obedecer perfeitamente em razão da Perfeitamente cumprida por Cristo (Lc 22.20; 1Co 11.25).
fraqueza e pecado humanos (Rm 8.3).

Exigia expiação anual dos pecados (Hb 9.7-8; 10.1-4). Remove o pecado de uma vez por todas e limpa
a consciência (Hb 9.12; 10.2, 22).

Acesso restrito a Deus (Hb 9.7,8). Acesso aberto a Deus para todos (Hb 9.15,16).

349
TIAGO
Fé sem obras não pode ser chamada fé. Sem obras a fé está morta e é pior do que nenhuma fé. A fé
deve trabalhar, deve produzir; apenas um assentimento intelectual não é suficiente. Ao longo desta
epístola endereçada aos judeus cristãos, Tiago integra fé verdadeira e sua expressão prática diária,
enfatizando que a verdadeira fé deve manifestar-se em atos de fé.

Autor

o autor desta carta se identifica simplesmente como "Tiago, servo de Deus e do Senhor Jesus
~ ~ Cristo" (1.1). O nome era muito comum; e o Novo Testamento apresenta pelo menos cinco homens
~ chamados Tiago, dois do quais eram discípulos de Jesus, e destes, um era irmão do Senhor. A tradição
~
~ tem atribuído o livro de Tiago ao irmão de Jesus, e temos pouca razão para questionar esta posição,
uma vez que a linguagem da epístola é, de certa forma, semelhante ao discurso de Tiago em Atos 15.
Este Tiago é mencionado duas vezes nos Evangelhos (Mt 13.55; Me 6.3), ambas as vezes
identificando-o como um dos irmãos de Jesus. Embora ele não seja considerado um seguidor do Senhor,
senão após a ressurreição, provavelmente estava entre os discípulos que obedeceram à ordem de Jesus
para que esperassem no cenáculo, e que ficaram cheios do Espirito Santo (At 1.14; 2.4). Quando Pedro
deixou a Palestina (At 12.17), Tiago, aparentemente, tomou-se o líder da igreja de Jerusalém.
Tem-se argumentado que o grego desta epístola é muito sofisticado para um galileu como Tiago, mas
este ponto de vista supõe que ele nunca tenha tido oportunidade ou aptidão para alcançar um bom
nível de competência no uso do grego Koine ("comum"). Sendo um importante líder da igreja, seria
vantajoso para ele tomar-se fluente na língua universal do Império Romano.

Data

De acordo com o historiador judeu Josefo, Tiago sofreu martírio em 62 d.e. Aqueles que o aceitam
como autor desta carta, têm proposto uma data de composição dentro do período compreendido
entre 45 d.C. até o final da vida do apóstolo.
Entretanto, vários fatores indicam que este pode ser o mais antigo documento do Novo Testamento
(c. 46-49 d.C.). Entre estes fatores temos: (l) não há menção de crentes gentios nem de qualquer
relacionamento dos gentios com judeus cristãos; (2) as alusões aos ensinos de Cristo apresentam
uma concordância de linguagem tão pequena com os Evangelhos Sinóticos que a carta de Tiago é,
provavelmente, anterior à composição dos Evangelhos; (3) Tiago, em 2.2, usa o termo grego para
"sinagoga", além do termo "igreja" em 5.14, indicando assim uma organização eclesiástica muito
simples, composta de presbíteros e mestres (3.1; 5.14), seguindo o modelo das sinagogas judaicas;
(4) Tiago não menciona as questões discutidas no Concílio de Jerusalém em Atos 15 (49 d.C,).

Temas e Estrutura literária

Tiago é o Provérbios do ovo Testamento, pois é escrito num estilo conciso e moralista próprio da
literatura de sabedoria. É evidente que Tiago era profundamente influenciado pelo Antigo Testamento
bem como pelos ensinos de Jesus. Uma vez que esta epístola abrange numerosos assuntos, é difícil
esboçá-Ia. O esboço usado neste trabalho é o seguinte. o teste da fé (1.1-18); características da fé
(l.l9-5.6); e o triunfo da fé (5.7-20).
351
TiaS10em Relance

ÊNFASE TESTEDAFÉ CARACTERíSTICAS TRIUNFO DA FÉ


DAFÉ

TEXTO 1.1 1.13 1.19 5.7 5.13 5.19 5.20

DIVISÃO PROPÓSITO FONTE DA DEMONSTRAÇÃO SUPORTA ORA PELOS CONFRONTA


DOS TESTES TENTAÇÃO EXTERIOR A ESPERA AFLITOS O PECADO
DA FÉ
INTERIOR

DESENVOLVIMENTO DA FÉ OBRAS DA FÉ PODER DA FÉ

TÓPICOS

RESPOSTA DE FÉ REALIDADE DA FÉ CONFIANÇA DA FÉ

LOCAL PROVAVELMENTE JERUSALÉM

OCASIÃO c. 46-49 d.C.

Nelson s Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas lelson, Inc.

ESBOÇO DE TIAGO

I. O Teste da Fé 1.1-18
A. O Propósito dos Testes 1.1-12
B. A Fonte das Tentações 1.13-18

11. As Características da Fé 1.19 - 5.6


A. A Fé Obedece à Palavra 1.19-27
B. A Fé Afasta a Discriminaçào 2.1-13
C. A Fé se Prova por suas Obras 2.14-26
D. A Fé Controla a Língua 3.1-12
E. A Fé Produz Sabedoria 3.13-18
F. A Fé Produz Humildade 4.1-12
G. A Fé Produz Dependência de Deus 4.13-5.6

111. O Triunfo da Fé 5.7-20


A. A Fé Persevera Esperando o Retomo de Cristo 5.7-12
B. A Fé Ora pelos Aflitos 5.13-18
C. A Fé Confronta o Irmào que Erra 5.19-20

352
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Tiago Sermão do Monte Assunto ~


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1.4 Mt 5.48 O desejo e a obra de Deus em nós. Perfeição V'I


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1.5 Mt 7.7 Pedir a Deus suas boas dádivas ('D O (J1 _. o V'I
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1.17 Mt 7.11 Deus é o doador de boas dádivas 3 V> "O
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1.19,20 Mt 5.22 Ordem contra a raiva
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1.22,23 Mt 7.24-27 Contraste entre ouvintes e praticantes (ilustrado) (1) "O o _.
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1.26,27 Mt7.21-23
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2.5 Mt 5.3 O
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2.10 Mt 5.19 Toda a lei moral deve ser guardada :::J PlaO~O
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2.11 Mt 5.21,22 Ordem contra o assassinato a
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2.13 Mt 5.7; 6.14,15 O misericordioso é abençoado; o sem misericórdia é condenado .....o ....,
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2.14-26 Mt7.21-23 Fé morta, inútil (e mentirosa) a Pl (D _.
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3.12 Mt 7.16 (Lc. 6. 44, 45)


-
A árvore produz o que é próprio para sua espécie c P
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3.18 Mt 5.9 Abençoados os que promovem a paz Pl o C ::h

4.2,3 Mt 7.7,8 Importância de pedir a Deus


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4.4 (1)c-<1i>
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Mt 6.24 Amizade com o mundo - Hostilidade para com Deus
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4.8 Mt 5.8 Benditos os puros de coração ., ~ . .P (J1 o
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4.9 Mt 5.4 Benditos os que choram ....., •...•• ('O r.n
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4.11,12 Mt7.1-5 Ordem contra julgar erroneamente aos outros Pl o
Mt 6.34 Não se preocupar demais com o amanhã
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4.13,14 - ~ a ~o...
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5.1 Lc6.24,25 Ai do rico ~ ~ o ~
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o... ~
5.2 Mt.6.19,20 Riquezas terrestres corroídas pela traça e a ferrugem Pl o ~C
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o. ~ (J1

5.6 Lc 6.37 Contra a condenação do justo (1)......


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Não julgar - o juiz está à porta (t' 00 o'


5.9 Mt 5.22; 7.1 - Pl -< (J1
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5.10 Mt 5.12 Os profetas como exemplo de sofrimento injusto q::. ~ g. "OPl


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5.12 Mt5.33-37 Não fazer votos apressados e irreverentes Z li>


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Comparação entre Tiaeo e Paulo
Por causa da afirmação feita por Tiago em 2.42 de que a pessoa é justificada pelas obras e não
unicamente pela fé, alguns líderes da igreja (inclusive Martinho Lutero) sentiram que esta carta
contradizia o grande ensino paulino sobre a justificação pela fé (cf. Rm 3.28; Ef2.8). Uma leitura
mais cuidadosa de Tiago e Paulo mostra que a contradição é apenas aparente. Paulo, tanto quanto
Tiago, reconhecia que uma fé viva e genuína resultará em atos de amor e obediência (Gl. 5.6).
A diferença entre Paulo e Tiago está no fato de que Paulo ataca o problema do legalismo, ao passo que Tiago se
opõe aos libertinosque pensavam que a qualidade da conduta cristã era irrelevante.Para Paulo a questão é como
a fé genuína toma posse da obra completa de Cristo - o contraste é entre fé e obras. Para Tiago a questão está
em como uma pessoa demonstra que possui uma fé genuína - o contraste está entre fé viva e morta.

Paulo Tiago

Preocupação Legalistas Libertinos


Ênfase Justificação perante Deus pela fé Justificação (defesa) diante dos homens pelas obras
Perspectiva Fé como dádiva Fé genuína
Resultado Justificação como uma posição Justificação numa prova diária agindo como Cristo
eterna pela fé em Cristo

Nelson s Complete Book of Bible Maps and Charts :ld 1993 by Thomas elson, Inc.

Fé Viva
Tiago deseja que seus leitores demonstrem em sua vida as qualidades de uma fé viva. Esta fé é
maior que apenas assentimento e conhecimento - inclui uma confiança íntima que persevera e
obedece a Deus.

Descrita como: Resulta em:

Testada (1.2, 3) Paciência (1.3)

Não sente dúvida (1.6-8) Resposta de oração (1.5)

Suporta a tentação (1.12) Vida eterna (1.12)

Mais do que crer (2.19, 20) Fé aperfeiçoada pelas obras (2.22)

Crê em Deus (2.23-25) Justiça perante Deus (2.23)


--- --- --
Tiago contrasta fé viva com fé morta ou vazia.
A fé morta não resulta numa vida transformada, que é característica da fé viva.

354
~.
1 PEDRO

A primeira Epístola de Pedro é endereça da a cristãos que estavam enfrentando perseguição por causa
de sua fé. Para confortá-los, Pedro relembra a herança celestial que possuem e os estimula a viver em
submissão à vontade de Deus.

Autor

Alguns estudiosos têm duvidado de que Pedro tenha escrito esta carta. Argumentam que o bom
~ estilo literário e o extenso vocabulário do autor não poderia ter vindo de um pescador da Galiléia.

~ "'*
~
~
Entretanto, há razões importantes para acreditarmos que tenha sido Pedro o seu autor. A epístola
contém referências à vida e aos ensinos de Jesus. Estudiosos têm demonstrado, também, semelhanças
entre 1 Pedro e os discursos do apóstolo em Atos. 1 Pedro apresenta também semelhanças com o
evangelho de Marcos, que pode ter sido baseado nos sermões de Pedro pregados em Roma.
O escriba de Pedro, Silvano, pode ter sido o responsável pela maior parte do estilo e do vocabulário.
Ele provavelmente utilizou suas habilidades editoriais para comunicar a mensagem, a personalidade
e a autoridade apostólica de Pedro, o apóstolo.

Data

1 Pedro foi escrita de "Babilônia" (5.13), mas os eruditos se dividem sobre se esta informação se
refere literalmente à Babilônia na Mesopotâmia , ou simbolicamente a Roma. Não há tradição de que
Pedro tenha ido à Babilônia e no tempo do apóstolo a cidade estava virtualmente deserta. De outro
lado, a tradição indica consistentemente que Pedro passou os últimos tempos de sua vida em Roma.
Sendo um centro de idolatria, o termo Babilônia era uma expressão adequada figurada para Roma
(cf. Ap 17.18). Pedro usa outras expressões figuradas nesta epístola e não seria surpresa se ele
fizesse o mesmo com Roma. Sua menção de Marcos (5.13) também se enquadra nesta posição,
porque Marcos estava em Roma durante a primeira prisão de Paulo (CI 4.10). Esta epístola foi
escrita, provavelmente, pouco antes do início da perseguição desencadeada por Nero em 64 d.C.
A carta é endereçada "aos eleitos que são forasteiros da Dispersão" (l.1), um termo que poderia
indicar que os destinatários eram judeus cristãos. Do outro lado, os destinatários são tomados, também,
em termos mais apropriados como gentios convertidos (1.14,18; 2.9,10), e a maior parte dos estudiosos
acredita que a maioria dos destinatários era de cristãos gentios das igrejas da Ásia Menor.
Do conteúdo da carta pode-se perceber que a hostilidade e a suspeita cresciam no império contra os
cristãos que estavam sendo insultados e maltratados por seu estilo de vida e seu discurso a respeito
de outro reino. O Cristianismo ainda não havia recebido uma condenação formal por parte de Roma,
mas o ambiente estava preparado para severas perseguições e martírios num futuro próximo.

Temas e Estrutura Literária

A carta se desenvolve logicamente pelos temas de salvação do crente (1.1 - 2.12), submissão do
crente (2.13 - 3.12), e sofrimento do crente (3.13 - 5.14).
O tema básico de 1Pedro refere-se à resposta adequada para o sofrimento cristão. Sabendo que seus leitores
iriam enfrentar mais perseguição do que jamais tinham sofrido, Pedro escreve esta epístola para lhes dar
uma perspectiva divina destas provações, de sorte que pudessem suportá-Ias sem vacilar em sua fé.
355
Esta epístola apresenta a Cristo como exemplo e esperança do crente em tempos de sofrimento. O
sofrimento de Cristo é um exemplo daquilo que seus seguidores podem enfrentar porque se conduzem
da maneira certa; sofrimento pessoal por causa da fé é também um meio pelo qual o cristão pode
participar da mente de Cristo (4.1).
Pedro discute os relacionamentos do crente no mundo e apela a uma atitude de submissão como um
caminho à semelhança de Cristo, para a harmonia e a verdadeira liberdade. Submissão em nome do
Senhor às autoridades governamentais, sociais e familiares favoreceria um bom testemunho diante
dos não crentes.

1 Pedro em Relance
ÊNFASE SALVAÇÃO DO CRENTE SUBMISSÃO SOFRIMENTO DO CRENTE
DO CRENTE

TEXTO 1.1 1.13 2.13 3.13 3.18 4.7 5.1. 5.14

DIVISÃO SALVAÇÃO SANTIFICAÇÃO GOVERNO, CONDUTA O EXEMPLO DEVERES MINISTÉRIO


DO CRENTE DO CRENTE NEGÓCIO, NO DE CRISTO NO NO NO
CASAMENTO E SOFRIMENTO SOFRIMENTO SOFRIMENTO SOFRIMENTO
TODA A VIDA

FÉ DOS CRISTÃOS CONDUTA DOS CRISTÃOS AÇOITE DOS CRISTÃOS


TÓPICOS

SANTIDADE HARMONIA HUMILDADE

LOCAL ROMA OU BABILÔNIA

OCASIÃO c. 63-64 d.C.

Nelson s Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas Nelson. Inc.

o Sofrimento na perspectiva Divina

Sofrimento humano Perspectiva Divina

Vários julgamentos (1 Pe 1.6) Alegre-se; eles são temporários (1 Pe 1.6)

Autoridade injusta (1 Pe 2.18) Cale os homens maus fazendo o bem.


Siga o exemplo de Cristo (1 Pe 2.21)

Sofrimento por fazer o que é certo (1 Pe 3.14) Esteja pronto para dar testemunho de sua fé (1 Pe 3.15)

Sofrimento por causa da determinação em resistir Desista das buscas carnais (1 Pe 4.2)
aos desejos carnais (1 Pe 4.1)

Perseguição religiosa (1Pe 4.12-14) Sejam participantes dos sofrimentos de Cristo (1 Pe 4.13.14

Sofrimento como parte do fogo purificador Comprometa sua vida com Ele; ele é fiel (1 Pe 4.19)
de Deus para o crescimento espiritual (1 Pe 4.19)

Sofrimento pelo ataque de Satanás (1 Pe 5.8) Resista a Satanás; seja firme na fé (1 Pe 5.9)

356
ESBOÇO DE 1 PEDRa

Primeira Parte. A Salvação do Crente (1.1 - 2.12)

I. Saudação 1.1, 2

11. Salvação do Crente 1.3-12


A. Esperança para o Futuro l.3, 4
B. Provações no Presente 1.5-9
C. Antecipação no Passado.................. 1.10-12

111. Santificação do Crente 1.13- 2.12


A. "Sede Santos" 1.13-21
B. "Amem Uns aos Outros" 1.22-25
C. "Desejem o Genuíno Leite Espiritual" 2.1-3
D. "Ofereçam Sacrificios Espirituais" 2.4-10
E. "Abstenham-se das Paixões Carnais" 2.11,12

Segunda Parte. A Submissão do Crente (2.13 - 3.12)

I. Submissão ao Governo 2.13-17


11. Submissão nos Negócios 2.18-25
111. Submissão no Casamento 3.1-8
IV. Submissão em toda a Vida Terrena 3.9-12

Terceira Parte. O Sofrimento do Crente (3.13 - 5.14)

I. Conduta no Sofrimento 3.13-17


11. Cristo, Exemplo de Sofrimento 3.18-4.6
111. Deveres no Sofrimento 4.7 -19
IV. Ministério no Sofrimento 5.1-9
A. Presbíteros, Pastoreiem o Rebanho 5.1-4
B. Santos, Humilhem-se 5.5-9

V. Bênção ~ 5.10-14

Vivendo entre Pal!ãos

Pedro dirige sua atenção para o importante objetivo dos crentes de indicar Deus aos outros mediante
uma vida piedosa. Agindo assim, eles proclamam louvores a Deus (2.9), ganham seus cônjuges para
Cristo por seu exemplo (3.1), envergonham seus críticos perversos (3.15,16), e deixam seus antigos
companheiros perplexos (4.4). Os cristãos devem ser uma força redentora no mundo, mesmo passando
por sofrimentos.

Os cristãos são exortados a ser ... Porque ...

Bons cidadãos (2.13,14) . Os insensatos serão silenciados (2.15)


Servos obedientes(2.18) . Cristo é o nosso exemplo (2.21)
Esposas submissas (3.1) . Maridos não crentes serão ganhos por seu exemplo (3.1,2)
Maridos atenciosos (3.7) . Suas orações serão ouvidas (3.7)
Irmãos e irmãs compassivos (3.8) . Eles herdarão a bênção (3.9)

357
2 PEDRO

Pedro escreveu sua primeira carta para incentivar seus leitores a responder apropriadamente à oposição
externa. Sua segunda epístola realça a oposição interna causada por falsos mestres cujas "heresias
destrutivas" (2.1) poderiam seduzir os crentes, levando-os ao erro e à imoralidade. Enquanto 1 Pedro
fala do novo nascimento produzido pela Palavra viva, 2 Pedro enfatiza a necessidade de crescer na
graça e no conhecimento de Cristo. O melhor antídoto para o erro é uma compreensão madura da
verdade.

Autor

fi
Alguns estudiosos têm duvidado que Pedro seja o autor desta carta. Apontam normalmente para
~ diferenças existentes entre 1 e 2 Pedro no que se refere a estilo, vocabulário e teologia. Além
~ disso, as evidências externas para 2 Pedro são mais tênues do que para qualquer outro livro do
~ ~ Novo Testamento, e sua canonicidade foi debatida até o século 4º de nossa era. Muitos
argumentam também, que 2 Pedro ataca o problema dos mestres gnósticos na igreja - ameaça
que data de um período posterior a Pedro. Finalmente argumenta-se também que o aparente
relacionamento literário entre
2 Pedro e Judas, indicaria que esta carta depende de Judas.
A dificuldade que houve para que 2 Pedro recebesse uma rápida aceitação por parte da igreja
deve-se, talvez, à sua brevidade, bem como à vagorosa circulação desta carta entre as igrejas. A
demora em ser reconhecida significou que 2 Pedro precisou competir com vários outros trabalhos
heréticos posteriores que afirmavam ter sido escritos pelo apóstolo (por exemplo, o Apocalipse de
Pedro) - embora o contraste entre 2 Pedro e estas falsificações posteriores seja impressionante.
A relação histórica entre 2 Pedro e Judas não está, de forma nenhuma, absolutamente esclarecida.
Embora se diga que 2 Pedro citou Judas e que este foi escrito após a morte de Pedro, é possível
também que Judas tenha citado Pedro, ou que ambos tenham usado uma fonte comum.
Finalmente, apesar de alguns estudiosos manterem a posição de que os falsos ensinamentos
mencionados em 2 Pedro representam uma forma de gnosticismo que surgiu depois da morte do
apóstolo, é melhor considerar as falsas doutrinas combatidas nesta carta como um exemplo de
tendências que posteriormente se desenvolveram até atingirem o gnosticismo aberto do 2º século.
A alternativa proposta para a autoria petrina é de que a carta seja um documento forjado
posteriormente feito em nome de Pedro. Até mesmo a alusão de que esta carta teria sido escrita
por um discípulo de Pedro não consegue superar o problema da desvirtuação. Além disso, embora
haja diferenças entre 1 e 2 Pedro, as diferenças existentes entre as duas epístolas petrinas e o
restante do ovo Testamento são muito mais profundas. Apesar das dificuldades internas e externas,
a postura da tradição que afirma a autoria petrina supera um número maior de dificuldades do que
qualquer outra opção.

358
"I.
I 1
se
~.;.~
Data

Esta epístola foi escrita pouco antes da morte do apóstolo (1.14), e provavelmente composta em
Roma. a
martírio de Pedro deu-se entre 64 e 66 d.C. (se Pedra estivesse vivo em 67 d.e., quando
Paulo escreveu 2 Timóteo, durante sua segunda prisão em Roma, Paulo possivelmente teria
mencionado este fato).

Temas e Estrutura Literária

2 Pedra divide-se em três partes. o cultivo do caráter cristão (cap. 1); condenação dos falsos mestres
(cap. 2); certeza do retomo de Cristo (cap. 3).
Pedra insiste em que seus leitores cresçam na fé e no conhecimento da verdade encontrados na
Palavra de Deus, enquanto cultivam um caráter cristão. a
caráter confiável das Escrituras é
particularmente enfatizado e 1.21 fornece uma impressionante descrição do processo divino-humano
da inspiração. "mas homens [santos] falaram da parte de Deus movidos pelo Espírito Santo." Também
relevante para nossa apreciação das Escrituras é o fato de Pedra mencionar as cartas de "nosso
amado irmão Paulo", e as coloca no mesmo nível das Escrituras do Antigo Testamento (3.15,16).
A condenação de Pedro aos falsos prafetas acusa seu estilo de vida imoral, a futilidade e o caráter
destrutivo de seus ensinos, e a certeza de sua destruição pelo julgamento de Deus.
a enfoque de Pedra sobre a vinda do Dia do Senhor foi, provavelmente, motivado pela posição
destes falsos mestres que não acreditavam na vinda de qualquer julgamento divino. À luz da vinda do
Dia do Senhor, Pedro exorta seus leitores a viverem vidas de santidade, perseverança e crescimento.

2 Pedro em Relance

ÊNFASE CULTIVO DO CARÁTER CONDENAÇÃO DOS CONFIANÇA NA VOLTA


CRISTÃO FALSOS ENSINADORES DE CRISTO

TEXTO 1.1 1.15 2.1 2.4 2.10 3.1 3.8 3.18

DIVISÃO CRESCIMENTO FUNDAMENTOS PERIGO DESTRUiÇÃO DESCRiÇÃO ZOMBARIA ODIADO


EM CRISTO DAFÉ NOS ÚLTIMOS SENHOR
DIAS

PROFECIA VERDADEIRA FALSOS PROFETAS PROFECIA. O DIA DO SENHOR


TÓPICOS

SANTIDADE HERESIA ESPERANÇA

LOCAL PROVAVELMENTE ROMA

OCASIÃO 64-66 d.C.

Nelson s Complete Book of Bible 'Maps and Charts © 1993 by Thomas Nelson, Inc.

359
ESBOÇO DE 2 PEDRO

I. Cultivo do Caráter Cristão 1.1-21


A. Saudação 1.1,2
B. Crescimento em Cristo 1.3-14
e. Bases da Fé 1.15-21

11. Condenação dos Falsos Mestres 2.1-22


A. Perigo dos Falsos Mestres 2.1-3
B. Destruição dos Falsos Mestres 2.4-9
e. Descrição dos Falsos Mestres 2.10-22

111. Confiança no Retorno de Cristo 3.1-18


A. Escárnio nos Últimos Dias 3.1-7
B. Manifestação do Dia do Senhor 3.8-10
e. Maturidade diante do Dia do Senhor 3.11-18

1 e 2 Pedro

Uma comparação entre 1 e 2 Pedra revela várias diferenças importantes - nenhuma delas é suficiente
para invalidar a autoria petrina. Diferenças quanto ao conteúdo são devidas, em grande parte, à situação
e aos problemas diferentes tratados pelas duas cartas. 1 Pedra trata principalmente do problema da
perseguição externa, enquanto 2 Pedro combate a ameaça de falsos mestres dentro da igreja.

1 Pedro 2 Pedro

Tema: Esperança em meio ao sofrimento Tema: O perigo de ensinos e práticas falsas

Cristologia: Os sofrimentos de Cristo por nossa Cristologia: A glória de Cristo e a consumação da


salvação e o exemplo de sua encarnação História na sua volta

O dia da salvação em que Cristo sofreu, O dia do Senhor, quando Cristo voltar para julgar
morreu e ressuscitou dos mortos

Título redentor: Cristo Título de domínio: Senhor

Sejam corajosos nas presentes provações Estejam apercebidos do julgamento escatológico

Precisamos de esperança para enfrentar nossas Precisamos de um completo conhecimento para


provações enfrentar o erro

Numerosos pontos similares com Paulo Quase idêntico aJudas


(especialmente Efésios e Colossenses) (compare 2 Pedro 2 com Judas 4-18)

Nelson s «
Com p lete Book o Bible Ma p s and Charts ~ 1993 by Thomas Nelson. Inc.

A Vida de Pedro

A vida de Pedra mudou drasticamente depois da ressurreição e ele ocupou um papel central na igreja
primitiva e na disseminação do evangelho entre os samaritanos e os gentios (At 2 - 10). Depois do
Concílio de Jerusalém relatado em Atos 15, pouco é registrado sobre as atividades de Pedra. Ele
evidentemente, viajou muito com sua esposa (1Co 9.5) visitando e ministrando em várias províncias
romanas. De acordo com a tradição Pedra foi crucificado de cabeça para baixo em Roma, antes da
morte de Nero em 68 d.e.

360
A Vida de Pedro

!J. Monte Hermom


(3) - Pedro, Tiago e João foram testemunhas
da transfiguração de Jesus no alto de uma montanha,
talvez o Monte Hermom, nesta região (Mt 17.1-9).
• Cesaréia de Felipe

Mar
Mediterrâneo (2) - Na região
de Cesaréia de Filipos,
Pedro reconheceu Jesus
Betsaida? como Senhor (Mt 16.13-16).
(7) - Começando em Cesaréia
Pedro viajou por toda Judéia e Samaria
proclamando a Cristo e testemunhando aos gentios
(At 10.24-11.18).

28 - Éfeso do Primei o Século (1) - Nascido em Betsaida,


Pedro foi chamado a abandonar
a pesca no mar da Galiléia
e a tornar-se um discípulo de Jesus
• Cesaréia (Jo 1.44; Lc 5.1-11).

(6) - Pedro foi testemunha corajosa


na igreja primitiva em Jerusalém (At 2.14-41),
ampliou seu testemunho para incluir
os gentios após a visão que teve
no alpendre da casa de Simão,
o curtidor, em Jope (At 10.9-23).
(4) - Por três vezes
Pedro negou a Jesus
na noite anterior à
crucificação em Jerusalém
(Mt 26.69-75) .

• Jerusalém

N
Mar
(5) - Após a ressurreição
Jesus apareceu a Pedro Morto
e aos demais discípulos
no cenáculo em Jerusalém
(Lc 24.33-43).

© 2002, Editora Cultura Cristã

361
Para ajudá-lota) a familiarizar-se melhor com Jesus, aqui estão 31 leituras (uma para cada dia do mês) colocada
na seqüência em que aparecem no ovo Testamento.

Dia 1
Mt 1.18-2.23 Jesus nasce e torna-se um refugiado para proteger-se de um rei perverso que procurava destruí-Ia. Finalmente, sua
Dia2 família volta para casa. _

Mt4.1-11
Dia3 Jesus enfrenta tentações muito reais. _

Mt 13.54-58
Dia4 Jesus sofre rejeição por causa de sua família, do trabalho que faziam e da pequena cidade em que moravam. _
Mt 23.1-39
Dia5 Jesus denuncia a mentira, o orgulho e a hipocrisia. _
Mt 25.31-46
Dia6 Jesus julga pela misericórdia e compaixão, não pela demonstração externa de espiritualidade. _

MC.4.1-4
Dia7 Jesus começa a explicar o reino de Deus usando histórias e imagens da vida e do trabalho cotidiano. _
Lc 2.1-52 Lucas descreve os eventos relativos ao nascimento de Jesus - e nos fala de um incidente ocorrido num viagem a
Dia8 Jerusalém durante sua meninice. _

Lc
Dia94.14-37 Jesus torna público o seu propósito e imediatamente encontra oposição. _

Lc 6.17-49 Jesus ensina verdades básicas, amor verdadeiro, julgamento dos outros e como fazer escolhas sábias.
Dia10----------------------------------------------------------------------------------------
Lc 9.18-36
Dia11 Jesus fala com seus seguidores sobre quem ele é. _
Lc 22.1
Dia12 - 24.53 Jesus é traído, julgado, executado, enterrado, ressuscitado e reunido a seus seguidores. _
Jo 1.1-18
Dia13 João, um dos seguidores de Jesus conta como Deus se tornou homem em Jesus Cristo - cheio de graça e verdace _
Jo 5.19-47
Dia14 Jesus explica suas relações com o Pai e as implicações disto para nós. _
Jo
Dia6.35-51
15 Jesus ensina que ele é o pão da vida e nos diz como podemos encontrá-Io. _
Jo 8.12-30
Dia16 Jesus anuncia que ele é a luz do mundo. _
Jo 10.1-8 Jesus diz que ele é bom pastor que busca as ovelhas perdidas de seu Pai.
Dia17 _
Jo 11.1 -12.8 João descreve o relacionamento de Jesus com alguns de seus amigos e o profundo amor e cuidado que tinham -~
para com os outros.
Dia18----------------------------------------------------------------------------------------
Jo 14.1 -15.8
Dia19 Jesus afirma que ele é nossa fonte de vida e realização - benefício espiritual - o caminho para Deus. _
Jo 21.15-25
Dia20 Jesus amou até mesmo o homem que o negou e sentia ciúmes de outro discípulo. _
At 2.22-42
Dia21 Pedro explica quem é Cristo a uma grande multidão em Jerusalém e recebe 3000 pessoas que aceitam a fé. _
Rm 5.1-21 Paulo explica como Cristo liberta as pessoas do pecado e as torna aceitáveis perante Deus.
Dia23 _
Ef 1.3-14
Dia24 Paulo descreve a obra de Cristo por nós de três pontos de vista. antes da criação, no presente, e na eternidade. _
Fp 2.5-16 Paulo explica as escolhas feitas por Cristo para tornar-se homem, bem como as escolhas que devemos fazer para
segui-Ia.
Dia25---------------------------------------------------------------------------------------------
CI1.15-22 Paulo afirma que Cristo é Senhor de tudo - ontem, hoje e amanhã.
Dia26 _
1 Ts 4.13
Dia27 - 5.11 Paulo explica que Cristo voltará e levará a História ao seu clímax. _
Hb1.1-2.18
Dia28 o autor de Hebreus expõe a completa e maravilhosa obra de Cristo em nosso favor.
_
Hb4.14-5.10 Cristo experimentou todo tipo de teste e provação que poderemos experimentar em toda nossa vida.
Dia29 __~ _
Hb 9.23
Dia30 -10.18 Jesus remove todo pecado, de uma vez para sempre. O perdão é nosso graças a ele. _
1Pe 1.1-12 Pedro nos diz que nossa salvação em Cristo é uma realidade que nem os anjos nem os profetas do Antigo Testamento
Dia31 compreendem. _
Ap 5.1-14; 22.1-21 Cristo reinará sobre o céu e a terra e acolherá os crentes para uma eternidade com ele.

362
-
1 JOAO

Avançado em anos, João escreve esta carta pastoral inspirada num interesse amoroso por seus
"filhinhos", cuja perseverança na verdade estava sendo ameaçada pelas atrações enganosas do mundo
e as astúcia dos falsos mestres.

Autor

f1'
Embora esta epístola não mencione o nome de seu autor, sólida evidência sugere que seu autor tenha
~ :J sido João, filho de Zebedeu e irmão de Tiago (Mc 1.19,20). Grandes semelhanças entre esta carta e
~ o Evangelho de João substanciam o testemunho de muitos dos pais da Igreja, inclusive Papias,
~ ~ Policarpo e Irineu, de que ambos os trabalhos são de João, o apóstolo de Jesus. Ambos apresentam
muitas frases idênticas e especificamente Joaninas, assim como um vocabulário limitado caracteristico
e freqüentes contrastes entre opostos.

Data

1 João foi escrito provavelmente em Éfeso, após o Evangelho de João, mas não é possível determinar
a data com exatidão. Nenhuma perseguição é mencionada, sugerindo uma data anterior a 95 d.e.,
quando a perseguição irrompeu no final do reinado de Domiciano (81-96 d.C.)

Temas e Estrutura Literária

Como 2 Pedro e Judas, 1 João tem uma carga positiva e uma negativa: refuta as doutrinas errôneas
e estimula seus leitores a prosseguirem no conhecimento da verdade. João apresenta uma lista de
critérios e características da comunhão com Deus e mostra que aqueles que habitam em Cristo podem
ter confiança e segurança nele. Este trabalho escrito com simplicidade, mas com grande profundidade,
apresenta a base da comunhão (1.1 - 2.27) e a conduta da comunhão (2.28 - 5.1).
O tema principal de I João é a comunhão com Deus (2.28) João deseja que seus leitores tenham
certeza da presença de Deus em si mesmos, por meio de um relacionamento constante e íntimo com
ele. Frases que enfatizam a certeza cristã aparecem cinco vezes nesta breve epístola.
Contra os falsos mestres que negavam a realidade da encarnação, dizendo que Jesus apenas
aparentava ter um corpo humano, João afirma decisivamente que o Filho de Deus tomou sobre si
uma completa e genuína natureza humana (4.2,3). A heresia confrontada por João com estas
afirmações era uma precursora do gnosticismo do 2º século, cujo ensinamento afirmava que a
matéria é essencialmente má, e o espírito essencialmente bom. Este dualismo errôneo induzia
estes falsos mestres a negar a encarnação de Cristo. O verdadeiro Deus, diziam eles, não poderia
nunca habitar em um corpo material de carne e sangue, portanto, o corpo humano que Jesus
supostamente possuía nào era real.
Outro tema saliente na epístola é o amor - a palavra aparece mais de trinta e cinco vezes no texto
da carta. O apóstolo usa o exemplo de Caim para ilustrar o que o amor não é: O ódio é assassinato
em espírito, e origina-se da esfera mundana da morte. João usa, então, o exemplo de Cristo para
ilustrar o que o amor é: amor é auto-sacrificio colocado em prática, não mera confissão ou

363
declaração. Esta expressão prática do amor resulta em segurança diante de Deus e em orações
respondidas, porque o crente está vivendo em obediência aos mandamentos de Deus, de crer em
Cristo e amar o próximo.

A Qualidade do Amor

A Fonte do Amor O efeito do Amor

Deus é a personificação do amor (4.8,16) Refletimos o amor de Deus no mundo (4.7)

Deus nos ama (4.19) Amamos a Deus. nosso medo desaparece; obedecemos
a seus mandamentos (4.18,19; 5.3)

Deus deu seu Filho por nós (4.9,10) Repartimos nossos recursos com outros (3.17; 4.11)

Cristo entregou sua vida por nós (3.16) Entregamos nossa vida pelos outros (3.16)

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1 João em Relance

ÊNFASE BASE DA COMUNHÃO CONDUTA DA COMUNHÃO

TEXTO 1.1 2.15 2.28 5.4 5.21

DIVISÃO CONDiÇÕES PARA A CAUTELAS COM A CARACTERíSTICAS DA CONSEQÜÊNCIAS DA


COMUNHÃO COMUNHÃO COMUNHÃO COMUNHÃO

TÓPICOS SIGNIFICADO DA COMUNHÃO MANIFESTAÇÃO DA COMUNHÃO

HABITANDO NA LUZ DE DEUS HABITANDO NO AMOR DE DEUS

LOCAL ESCRITA EM ÉFESO

OCASIÃO c. 90 d.e.

Nelson s Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas elson. 1nc.

364
ESBOÇO DE 1 JOÃO

Primeira Parte. A Base da Comunhão (1.1 - 2.27)

I. Introdução 1.1-4
11. Condições para a Comunhão 1.5 - 2.14
A. Andar na Luz 1.5-7
B. Confissão de Pecado , 1.8-2.2
C. Obediência aos Mandamentos 2.3-6
D. Amar uns aos Outros 2.7-14

111. Cautelas com a Comunhão 2.15-27


A. Amor ao Mundo 2.15-17
B. O Espírito do Anti-cristo 2.18-27

Segunda Parte. A Conduta da Comunhão (2.28 - 5.21)

I. Características da Comunhão 2.28 - 5.3


A. Pureza de Vida 2.28- 3.3
B. Prática da Justiça 3.4-12
C. Amor em Atos e Verdade 3.13-24
D. Teste dos Espíritos 4.1-6
E. Amar como Cristo Amou 4.7 - 5.3

11. Conseqüências da Comunhão 5.4-21


A. Vitória sobre o Mundo 5.4-5
B. Certeza da Salvação 5.6-13
C. Orientação na Oração 5.14-17
D. Libertação do Hábito de Pecar.. 5.18-21

365
-
2 e 3 JOAO

Embora estejam entre os mais breves das Escrituras, estes dois livros de apenas um capítulo cada.
possuem uma contínua relevância para a igreja. A segunda e terceira cartas de João refletem
circunstâncias semelhantes e têm conteúdo semelhante; isto é, em ambos o autor adverte contra a
dissensão ocasionada por falsos ou autopromovidos mestres e oferece incentivo aos crentes genuíno .
Especialmente em 2 João o autor admoesta seus leitores sobre o perigo de receberem hereges em
suas casas ou igrejas, enquanto 3 João estimula a comunhão entre irmãos cristãos.

Autor

~
f(
~
/
Em ambas as epístolas o autor se identifica como "o Presbítero". Isto não é argumento contra a teoria
joanina destas cartas, uma vez que seu conteúdo revela uma autoridade em seu autor muito maior
que a autoridade de um presbítero de igreja local. O apóstolo Pedro também referiu-se a si mesmo
~ como presbítero (I Pe 5.1), que significa "ancião".
As semelhanças de estilo, vocabulário, estrutura e tom entre 2 e 3 João deixam claro que ambas
foram escritas pelo mesmo autor. Além disso, ambas (especialmente 2 João) apresentam grande
semelhanças com I João e com o quarto Evangelho. Portanto, a evidência interna presta um apoio
claro à posição tradicional de que estas epístolas foram escritas pelo apóstolo João.

Data

Os paralelos entre 2 e 3 João sugerem que as duas foram escritas mais ou menos na mesma ocasião
(c.90 d.C.}. Escritores cristãos primitivos são unânimes em seu testemunho de que, no final de seu
ministério, a sede do apóstolo era Éfeso, principal cidade da província Romana da Ásia.
2 João é endereça da à "senhora eleita" e seus filhos. Alguns especialistas crêem que a expressão
"senhora eleita" deve ser tomada literalmente, referindo-se a uma mulher específica e seus filhos,
outros preferem considerar a expressão como uma alusão figurada de alguma igreja local.
3 João resultou de notícias vindas de uma igreja da Ásia, dando contas de um homem chamado
Diótrefes havia usurpado o poder, rejeitando os mestres enviados por João, e estava expulsando da
igreja os irmãos que desejavam receber estes mestres.

Temas e Estrutura Literária

2 João tem muito em comum com 1 João, inclusive uma advertência sobre os perigos dos falsos
mestres que negavam a encamação de Jesus Cristo. João anima seus leitores a continuar vivendo
em amor, mas exorta-os a ser sábios em suas expressões de amor. O livro pode ser dividido em
duas partes: permaneçam nos mandamentos de Deus (vs. 1-6); Não se comuniquem com os falsos
mestres (vs. 7-13).

366

2 João em Relance

ÊNFASE PERMANEÇAM NOS MANDAMENTOS DE DEUS NÃO SE COMUNIQUEM COM OS FALSOS MESTRES

TEXTO 1 4 5 7 10 12 13

SAUDAÇÃO ANDEM NA ANDEM EM DOUTRINA DOS EVITEM OS BÊNÇÃO


DIVISÃO
VERDADE AMOR FALSOS FALSOS
MESTRES MESTRES

TÓPICOS OBEDEÇAM AOS MANDAMENTOS CUIDADO COM AS FALSIDADES

PRATIQUEM A VERDADE PROTEJAM A VERDADE

LOCAL ESCRITA EM ÉFESO

OCASIÃO c. 90 d.C.

Nelson s Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas Nelson. Inc.

ESBOÇO DE 2 JOÃO

I. Permaneçam nos Mandamentos de Deus 1-6


A. Saudação 1-3
B. Andem na Verdade 4
C. Andem em Amor 5, 6

11. Não se Comuniquem com os Falsos Mestres 7-13


A. Doutrina dos Falsos Mestres 7-9
B. Evitem sua Companhia 10,11
C. Bênção 12,13

3 João enfatiza o tema do prazer na contínua comunhão com irmãos crentes, especialmente aqueles
que trabalham em tempo integral na obra cristã. A fidelidade e espírito serviçal de Gaio demonstrando
hospitalidade para com os mestres enviados por João, contrastam com o erro e o egoísmo de Diótrefes,
cuja arrogância e falta de hospitalidade demonstravam sua cegueira para com Deus

ESBOÇO DE 3 JOÃO

I. Elogio a Gaio 1-8


A. Saudação 1

B. Piedade de Gaio 2-4


C. Generosidade de Gaio 5-8

11. Condenação de Diótrefes 9-14


A. Orgulho de Diótrefes 9-11
B. Elogio a Demétrio 12
C. Bênção 13,14

367
3 João em Relance
ÊNFASE ELOGIO A GAlO CONDENAÇÃO DE DIÓTREFES

TEXTO 1 2 5 9 12 13 14

SAUDAÇÃO PIEDADE DE GENEROSIDADE ORGULHO DE ELOGIOA BÊNÇÃO


DIVISÃO DEMÉTRIO
GAlO DEGAIO DIÓTREFES

DISPOSiÇÃO DE SERVIR EGoísMO


TÓPICOS
DEVER DA HOSPITALIDADE PERIGO DA ARROGÂNCIA

LOCAL ESCRITO DE ÉFESO

OCASIÃO c. 90 d.C.

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A Vida de João

Em Atos 8.14, João é relacionado entre os "apóstolos que estavam em Jerusalém" e em Gálatas 2.9
Paulo o denomina como "um dos pilares da igreja de Jerusalém".
A não ser por Apocalipse 1, o Novo Testamento silencia sobre a vida posterior do apóstolo, mas a
tradição cristã primitiva atesta unanimemente que ele deixou Jerusalém (provavelmente muito antes
de sua destruição em 70 d.C.), e pastoreou em e ao redor de Éfeso. As sete igrejas da provincra
romana da Ásia mencionadas em Apocalipse faziam, evidentemente, parte de seu ministério.
O eficiente testemunho de João a respeito de Cristo levou as autoridades romanas a exilá-lo na
pequena e desolada ilha de Patmos, no mar Egeu (Ap 1.9). A data de sua libertação de Patmos é
desconhecida, mas ele provavelmente teve permissão de retomar a Éfeso após o reinado de Domiciano.

7 - Afirma a tradição que João


passou grande parte de seus últimos anos em Éfeso,
onde, provavelmente,
escreveu o Evangelho de João e as epístolas.

3 - Caminhou com Jesus


durante seu ministério público,
6 - Foi banido, por um certo tempo, ouviu seus ensinamentos,
para a ilha de Patmos. presenciou os milagres,
Ali escreveu o livro do Apocalipse (Ap 1.9) testemunhou a transfiguração (Mc 17 1-9). 2 - Deixou suas redes de pesca
no Mar da Galiléia
para seguir a Jesus.
4 - Permaneceu ao lado de Jesus Ele e seu irmão
durante a última semana de sua vida: entrada triunfal, foram chamados
Mar rejeição, última ceia, Getsêmani, "Filhos do Trovão" (Mc 3.17).
Mediterrâneo julgamento e crucificação (Jo 19.25-27).
1 - João e seu inmão Tiago
conheceram Jesus
5 - Trabalhou com Simão Pedro provavelmente
como líder da igreja primitiva em Jerusalém (At 3.4); por meio da pregação
não é mais mencionado no livro de Atos 1----+- de João Batista (Jo 1.35-37).
após a morte de seu irmão Tiago (At 12.1,2).

t
Jerusalém

EGITO
© 2002, Editora Cultura Cristã

368
JUDAS

Um surpreendente número de epístolas paulinas e não paulinas se ocupam da responsabilidade de

~·I·.'~v·~,
.. . .
enfrentar o problema de falsos mestres, e quase todas as cartas fazem alusão a eles. Mas Judas vai
. ,
I além de todas as outras epístolas do Novo Testamento em sua denúncia implacável e apaixonada dos
<. mestres que estavam se infiltrando na igreja.

Autor

Por um processo de eliminação concluímos que o Judas mencionado no v. 1 é, muito provavelmente,


~ um meio-irmão de Jesus (Mt 13.55). Tiago, também mencionado no v. 1, é outro meio irmão de
~ Jesus, Tiago o Justo, líder espiritual da igreja de Jerusalém e autor da carta de Tiago.
~

Data

Judas foi escrito durante a segunda metade do 1 século, como indica o conteúdo da carta, falando
Q

sobres falsos profetas itinerantes que estavam invadindo as igrejas - uma situação menos provável
no contexto mais bem estruturado da igreja do 2 século.
Q

Exatamente quando Judas foi escrito depende, até certo ponto, de seu relacionamento literário com 2
Pedro. Há uma nítida semelhança entre Judas 4-19 e 2 Pedro 2.1 - 3.3 e, porque o fraseado é muito
semelhante, a maioria dos especialistas crê que Pedro citou Judas, ou que Judas usou as palavras de
Pedro, ou que ambos tiraram as idéias de uma fonte comum não mais disponível. Se Judas usou
Pedro, então esta carta seria datada entre a composição de 2 Pedro (c. 64--66 d.C} e o ano 80 da
nossa era. Se Pedro usou Judas, então a data poderia ser entre 60-65 d.e.

Temas e Estrutura Literária

Esta carta urgente tem quatro seções principais: o propósito de Judas (vs. 1-4); característica dos
falsos mestres (vs. 17-23); e doxologia de Judas (vs. 24,25).
Não há dúvida alguma sobre o propósito de Judas. Ele desejava discutir a doutrina da salvação,
mas a ameaça dos mestres subversivos o compeliram a escrever e exortar seus leitores a "batalhar
diligentemente pela fé" (v. 3). Assim, a epístola inteira é um tributo contra os falsos mestres,
destacando particularmente o julgamento ao qual estão condenados, além de uma severa advertência
a seus ouvintes.
Os falsos mestres rejeitam a autoridade de Cristo, mas Judas reafirma que Jesus é Senhor agora e
para sempre.

369
judas em Relance

ÊNFASE PROPÓSITO DESCRiÇÃO DOS FALSOS DEFESA CONTRA OS FALSOS DOXOLOGIA


MESTRES MESTRES

TEXTO 1 5 8 14 17 24 25

DIVISÃO INTRODUÇÃO JULGAMENTO CARACTERíSTICAS JULGAMENTO DEVER DOS CONCLUSÃO


PASSADO ATUAIS FUTURO CRENTES

TÓPICOS RAZÃO DA CONTENDA COMO CONTENDER

ANATOMIA DA APOSTASIA ANTíDOTO PARA A APOSTASIA

LOCAL DESCONHECIDO

OCASIÃO c. 66-80 d.C.

Nelson s Complete Book of Bible Maps and Charts :D 1993 by Thomas elson, Inc.

ESBOÇO DE JLJDAS

I. Propósito de Judas 1- 4

11. Identificação dos Falsos Mestres 5-16


A. Julgamento Anterior dos Falsos Mestres 5-7
B. Características Atuais dos Falsos Mestres 8-13
C. Julgamento Futuro dos Falsos Mestres 14-16

111. Defesa Contra os Falsos Mestres ; 17-23

IV. Doxologia de Judas 24,25

370
APOCALIPSE
Como Gênesis é o livro dos começos, o Apocalipse é o livro da consumação. Nele o programa
divino da redenção é levado à sua completa realização, e o nome santo de Deus é confirmado diante
de toda criação.
A palavra Apocalipse é a transliteração da palavra grega que significa Revelação, e se refere à
comunicação dos propósitos secretos de Deus. No Apocalipse esta revelação incluiu a ordem dada
ao autor para que escrevesse a respeito dos planos de Deus para seus dias e para o futuro.

Autor
A tradição de que João, o apóstolo, escreveu o Apocalipse era largamente apoiada e permaneceu
~ praticamente incontestada ao longo de todo o 2º século d.e. Cinco vezes o autor se identifica como

~ "'*
~~ João, e embora o termo "o apóstolo" não seja nunca adicionado, o autor parece ter sido um homem
de envergadura na igreja (1.4,9).Contudo, certas diferenças entre o Apocalipse e outros escritos
joaninos do Novo Testamento levaram alguns especialistas a questionar esta tradição. Há diferenças
significativas entre a gramática grega e o vocabulário utilizados no Apocalipse e aqueles do Evangelho
e das cartas de João. Além disso, há diferença na ênfase teológica e também no fato de que os outros
escritos joaninos evitam citar o nome do autor.
Deve-se notar, no entanto, que há também várias semelhanças notáveis entre o Apocalipse e outros
livros tradicionalmente associados ao apóstolo João (por exemplo, o uso específico de termos como
"verbo", "cordeiro" e "verdadeiro", e o desenvolvimento cuidadoso de temas opostos como luz e
trevas, amor e ódio, bem e mal). Também, muitas diferenças podem ser explicadas pelas circunstâncias
incomuns que envolveram este livro. Portanto, a evidência interna, embora problemática, não
necessariamente anula o testemunho externo primitivo e consistente da origem apostólica deste
importante livro.

Data

o Apocalipse foi escrito em ocasião em que a hostilidade romana contra o Cristianismo estava
irrompendo em perseguição aberta (1.9; 2.10,13).
Alguns especialistas crêem que se deveria atribuir uma data anterior, isto é, durante a perseguição
dos cristãos no reinado de Nero, após o incêndio de Roma em 64 d.e. Argumentam que o valor
numérico para as letras gregas "Nero Caesar", soma 666, o número da besta (13.18). Entretanto,
evidências deste tipo são frágeis, e uma data mais tardia, próxima do final do reinado do Imperador
Domiciano (81-96 d.e.) é preferível por várias razões. A tradição da igreja do 2° século testifica a
favor da data mais tardia, durante o reinado de Domiciano. Além disso, imagina-se que João mudou-
se de Jerusalém para Éfeso ao redor do ano 67 de nossa era. Isto não daria a João tempo suficiente
para estabelecer um ministério florescente na Ásia durante o reinado de N ero. Finalmente, o conteúdo
do Apocalipse indica que as igrejas da Ásia já existiam havia vários anos, tempo suficiente para
atingir um ponto de complacência e declínio (2.4; 3.1,15-18).
O mais provável, portanto, é que João tenha escrito este livro em 95 ou 96 d.C. A data de sua
libertação de Patrnos é desconhecida, mas é possível que ele tenha tido permissão para retomar a
Éfeso após o reinado de Domiciano. Passagens como 1.11; 22.7,9,10,18,19, sugerem que o livro foi
terminado em Patmos, antes da libertação do apóstolo.

371
Temas e Estrutura Literária

Embora o livro inclua porções que seguem o modelo epistolar (1.4 - 3.22), a maior parte do Apocalipse
é escrito no formato da literatura apocalíptica (cf. Daniel e Zacarias) e considera-se a si mesmo um
livro profético (1.3; 22.7,10,18,19). Os principais movimentos desta profunda revelação são captados
em 1.19. "as coisas que viste" (cap. 1); "as coisas que são" (caps. 2 e 3); e as coisas que se passarão
depois disto" (caps. 4 - 22).
O número sete assume um profundo significado no Apocalipse (ocorre cinquenta e duas vezes). Três
ciclos de sete julgamentos nos capítulos 6-16, consistindo de sete selos, sete trombetas e sete flagelos.
Em razão do rico simbolismo do livro do Apocalipse, as abordagens interpretativas da comunidade
cristã têm diferido radicalmente entre si. As principais abordagens serão mencionadas abaixo.

Apocalipse em Relance

ÊNFASE "COISAS QUE "COISAS QUE "COISAS QUE SE PASSARÃO DEPOIS DISTO"
VISTE" SÃO"

TEXTO 1.1 2.1 4.1 6.1 19.1 20.1 21.1 22.21

DIVISÃO O SENHOR SETE OJUIZ TRIBULAÇÃO SEGUNDA MILÊNIO REINO ETERNO


JESUS IGREJAS VINDA
CRISTO

VISÃO DE CRISTO VISÃO DA CONSUMAÇÃO


TÓPICOS

TEOFANIA FALAS TRIBULAÇÃO TROMBETAS JUNTOS


-
LOCAL ESCRITO DA ILHA DE PATMOS

OCASIÃO c. 95-96 d.C.

• Nelsons Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas Nelson. Inc.

ESBOÇO DO APOCALIPSE

Primeira Parte. "As Coisas que Viste" (1.1-20)

I. Introdução : 1.1-8

11. Revelação de Cristo 1.9-20

Segunda Parte. "As Coisas que São" (2.1 - 3.22)

I. Mensagem a Éfeso 2.1-7

11. Mensagem a Esmirna 2.8-11

111. Mensagem a Pérgamo 2.12-17

372
IV. Mensagem a 'I'íatíra 2.18-29

V. Mensagem a Sardes 3.1-6

VI. Mensagem a Filadélfia 3.7-13

VII. Mensagem a Loadicéia 3.14-22

Terceira Parte. "As Coisas que se Passarão Depois Disto" (4.1 - 22.21)

I. A Pessoa do Juiz 4.1-5.14


A. O Trono de Deus 4.1-11
B. O Livro Selado 5.1-14

11. Profecias da Tribulação 6.1-19.6

A. Sete Selos de Julgamento 6.l - 8.5


B. Sete Trombetas de Julgamento 8.6-11.19
C. Profecias Explicativas 12.l- 14.20
D. Sete Flagelos de Julgamento 15.1- 19.6

111. Profecias da Segunda Vinda 19.7-21


A. Ceia das Bodas do Cordeiro 19.7-10
B. Segunda Vinda de Cristo 19.11-21

IV. Profecias do Milênio 20.1-15


A. Satanás É Preso por Mil Anos 20.1-3
B. Os Santos Reinam por Mil Anos 20.4-6
C. Satanás É Solto e Lidera Rebelião 20.7-9
D. Satanás É Atormentado para Sempre 20.10
E. Julgamento Vindo do Grande Trono Branco 20.l1-15

V. Profecias Sobre o Reino Eterno 21.1- 22.5


A. Novos Céus e Nova Terra São Criados 21.1
B. Descida da Nova Jerusalém 21.2-8
C. A visão da Nova Jerusalém 21.9-22.5

VI. Conclusão 22.6-21

As Sete I~rejas

O livro do Apocalipse contém mensagens especiais dirigi das a sete cidades específicas espalhadas
pela província romana da Ásia. Estas cidades eram centros importantes de comércio e comunicação,
e interligadas pelas maiores estradas existentes nos tempos do Novo Testamento. Observe que João
se dirige às igrejas exatamente na mesma ordem em que elas aparecem no mapa à página 374: de
Éfeso, ao norte de Pérgamo, descendo na direção sul até Laodicéia. Alguns especialistas crêem que
o Apocalipse seria uma carta circular que teria sido lida primeiro na igreja de Éfeso e, então, passada
adiante para as outras igrejas do circuito.
As sete cartas seguem um modelo semelhante de louvor pela fidelidade (exceto Laodicéia); crítica
(exceto Esmima e Filadélfia); chamado ao arrependimento; ameaça de julgamento; promessa de
373
3. Mensagem para Pérgamo
"Tenho, todavia, contra ti
algumas coisas" (2.14).
2. Mensagem para Esmirna
"Sê fiel até à morte,
e dar-te-ei a coroa da vida" (2.10). 4. Mensagem a Tiatira
" ...conservai o que tendes
até que eu venha" (2.25).

5. Mensagem para Sardes


Pérgamo "...tens nome de que vives

;• -- ---.
e estás morto" (3.1) .

,, ••• Tiatira
,,,
,
,,, ,
,,
,
6. Mensagem para Filadélfia
,, "...eis que tenho posto diante de ti
uma porta aberta" (3.8).
• Esmirna • ~~Filadélfia
~
\• "
\
,, ,
", Laudicéia
Mar Egeu • Efeso •

o
ILHA DE
PATMOS

7. Mensagem para Laodicéia


"...nem és frio, nem quente" (3.15).

1. Mensagem para Éfeso


"...abandonaste o
teu primeiro amor" (2.4).

João recebeu a visão


N

t
e escreveu o Apocalipse
enquanto estava exilado
nesta ilha do Mar Egeu
(Ap 1.1,9).

© 2002, Editora Cultura Cristã

374
recompensa para aquelas que responderem. O autor é Cristo. Ele fala àqueles que aceitaram seu
sacrificio e triunfo, porém que estavam falhando em sua maturidade espiritual ou em sua fidelidade.
Louvor Crítica Instrução Promessa

Éfeso Rejeita o mal, O amor por Cristo Faça as obras que A árvore da vida
(2.1-7) persevera, tem não é mais fervente fez no princípio
paciência

Esmima Suporta o sofrimento Nenhum Sejam fiéis até à morte A coroa da vida
(2.8-11) com paciência

Pérgamo Guarda a fé em Cristo Tolera imoralidade, Arrependam-se Maná escondido e a


(2.12-17) idolatria e heresias pedra com novo nome

Tiatira Amor, serviço, fé, . Tolera culto de O julgamento vem; Domínio sobre as
(2.18-29) paciência são maiores idolatria e imoralidade mantenha a fé nações, recebe a es-
do que no princípio trela da manhã

Sardes Alguns guardaram Uma igreja morta Arrependa-se, Os fiéis são honrados
(3.1-6) a fé fortaleça o que restou e vestidos de branco

Persevera na fé Nenhuma Guarde a fé Um lugar na presença


Filadélfia de Deus, um novo
(3.7-13) nome e a nova
Jerusalém

Laodicéia Nenhum Indiferente Seja zeloso e Partilha do trono de


(3.14-22) arrependa-se Cristo

Nelson S Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas Nelson, Inc.

Quatro Diferentes Posições sobre o Apocalipse

A posição do leitor diante do ao Apocalipse como um todo está condicionada a duas importantes
questões interpretativas - a interpretação histórica referente às visões em 6.1 - 18.24; e o caráter do
. período de mil anos citados no capítulo 20.
As visões de 6.1 - 18.24 são, em geral, consideradas a partir de quatro pontos de vista diferentes. A
Interpretação "Pretérita" (do termo latino para "passado"), que considera estas passagens como
referindo-se a fatos ocorridos durante o período do Império Romano. A interpretação "Histórica",
que considera Apocalipse um esboço panorâmico da História da Igreja até a Segunda Vinda de
Cristo. De acordo com a Abordagem "Idealista", o livro do Apocalipse retrata de forma simbólica a
grande luta ,espiritual entre o bem e o mal. Finalmente a interpretação "Futurista" considera o
Apocalipse como um panorama dos acontecimentos futuros que acompanharão o final dos tempos.
Qualquer que seja nossa posição sobre o Milênio, devemos dedicar nossa atenção em nosso preparo
pessoal para a Segunda Vinda do Senhor e seu reino eterno (Hb 10.13; lCo 15.25-27).

Resumo das Quatro Posições sobre o Apocalipse

Abordagem Interpretativa Tese Principal

Preterista Todos os acontecimentos do Apocalipse foram cumpridos durante o Império Romano.

Histórica O Apocalipse e um panorama da história da igreja, desde a época apostólica até a consu-
mação.

Idealista O Apocalipse não é o panorama de acontecimentos reais, mas o retrato da luta espiritual
entre o bem e o mal.

Futurista Começando no capítulo 4, o Apocalipse prevê eventos futuros que acompanharão o final
dos tempos.

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375
osição Pós-milenista

o termo Milênio significa "mil" e corresponde a um reinado de Cristo com a duração de mil anos
_0.1-6). Alguns cristãos crêem que o milênio será uma era de bênçãos sobre a terra. Alguns crêem
ue o Milênio é a presente era da igreja - um período de duração indefinida, ou que o Milênio seja
uma forma de se referir à eternidade.
A única menção específica sobre o Milênio na Bíblia é o capítulo 20 do Apocalipse. Os intérpretes
'ferem em larga escala em sua compreensão do termo, ou em como ele ocorrerá. Pós-milenistas
speram a volta visível de Cristo após o Milênio. Esperam que Deus use o ensino e a pregação da
ig ja para introduzir um longo período (alguns interpretam os mil anos literalmente, outros simbo-
. amente) de paz e justiça antes da volta de Cristo. Pós-milenistas normalmente adotam a aborda-
gem Pretérita ou Histórica do Apocalipse.

Posição Pós-milenista

Ministério da igreja culmina em longo Reino Eterno


período de paz e justiça antes da volta de de Cristo
Cristo.

Segunda Vinda
Julgamento Final

• 'i?ÍSOI/ 5- Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas Nelson, Inc.

Posição Pré-milenista

Os pré-rnilenistas crêem que Cristo voltará antes do Milênio. Interpretando literalmente o texto de
Apocalipse 20, sustentam que Cristo reinará na terra por um período literal de mil anos. Dentro deste
âmbito geral de concordância, há várias posições diferentes, sendo duas as mais prevalecentes.
Po ição-premilenista - pré-tribulacionista e premilenista pós-tribulacionista.
O especialistas que adotam a posição pré-milenista pré-tribulacionista argumentam que há dois
ovos de Deus - Israel e a igreja - com dois programas proféticos diferentes. De acordo com esta
po ição, a igreja será arrebatada antes dos sete anos da Grande Tribulação. Após a tribulação Cristo
retomará para estabelecer um reino de mil anos centralizado em Jerusalém, envolvendo a reconstituição
do istema sacrifical do Antigo Testamento.
O reino milenar terminará com uma fútil rebelião das forças do mal e, após esta, virá o julgamento
final e o início do reino eterno.

Posição Pré-milenista! Pré-tribulacionista


Grande
Era da Igreja Milênio Reino Eterno
Tribulação
1000 anos de Cristo
7 anos

orle!Ressu rreição! Arrebatamento Segunda Julgamento


Ascensão de Cristo da Igreja Vinda Final

. ;e/soll:, Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas Nelson. Inc.

376
posição Pré-milenista / Pós-tribulacionista

Estudiosos que adotam a posição Premilenista / Pós-tribulacionista afirmam que Cristo retomará no
final dos sete anos da tribulação para estabelecer o Reino do Milênio. Esse reino terminará com a
rebelião das forças do mal e o Juizo Final. Essa posição com freqüência interpreta a profecia de
forma não literal e normalmente não encara Israel e a Igreja como objetos de planos históricos
divinos completamente diferentes. Ao contrário, Israel e Igreja, em última análise, formam um único
povo de Deus.
Premilenistas de ambos os tipos adotam uma abordagem "Futurista" para o livro do Apocalipse.

Posição Pré-milenista / Pós-Tribulacionista

Grande Milênio Reino Eterno


Tribulação (1000 anos) de Cristo
( 7 anos)

Morte/Ressurreição SegundaVinda Julgamento Final


Ascensão de Cristo

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Posição Amilenista

Amilenistas interpretam o reino milenar de Cristo num sentido ideal ou espiritual. Embora creiam na
Segunda Vinda, rejeitam a idéia de um reino literal de mil anos sobre a terra. Alguns vêem o reinado
de Cristo como tendo começado durante seu ministério terreno, ou na ocasião da sua ressurreição.
Citam a declaração de Pedro de que Cristo agora reina à mão direita de Deus Pai (At 2.33-36).
Israel e Igreja formam um único povo de Deus e as promessas de um reino feitas a Israel aplicam-
se à era da Igreja, ou à existência eterna no novo céu e nova terra. A abordagem Amilenista em geral
aceita a interpretação Idealista do Apocalipse.

Posição Amilenista


Reino Eterno de Cristo

Morte/Ressurreição Segunda Vinda!


Ascensão de Cristo Julgamento Final

Nelson 5 Complete Book of Bible Maps and Charts © 1993 by Thomas elson. Ine.

377
índice Alfabético de
Mapas e Tabelas
Acontecimentos da Semana Santa 258 Doze Apóstolos (Os) 273
Adão e Cristo: Comparação e Contraste 327 Doze Distritos de Salomão (Os) 101
Ageu em Relance 220
Agora de Corinto (O) 308 Eclesiastes em Relance 160
Ameaça dos Filisteus (A) 8 Efésios em Relance 321
Amós em Relance 203 Éfeso do Iº Século 322
Antes que Davi se Tornasse Rei 89 Esdras em Relance 135
Aparições do Cristo Ressurreto . 311 Ester em Relance 142
Apocalipse em Relance 372 Ética para o Testemunho 312
Apostasia de Israel e Casamento de Oséias 199 Eventos no Ministério de Cristo 279
Árvore Genealógica de Rute 79 Evidências do Seguidor de Cristo 338
Árvore Genealógica de Saul 86 Êxodo em Relance . 28
Aspectos da Morte de Jesus 280 Êxodo do Egito 35
Assentamento das Tribos 66 Expansão da Fama de Salomão (A) 103
Atos em Relance 284 Expansão da Palestina sob o Domínio Macabeu 232
Ezequiel em Relance 184
Babilônia Invade a Palestina (A) 180
Batalhas de Gideão (As) 2 Família de Davi CA) 96
Famílias de Herodes (A) 247
Calendário Judaico 48 Faraós Egípcios 30
Caminho da Sabedoria (O) 161 Fé Viva 354
Campanha Assíria contra Israel I 18 Festas Judaicas 144
Campanha Assíria contra Judá I 17 Filemom em Relance 344
Campanhas Assírias Contra Israel e Judá 116 Filipenses em Relance 326
Campanhas de Nabucodonosor contra Judá 121 Fuga e Retorno de Moisés para o Egito 33
Campanhas Militares de Saul 88
Cântico dos Cânticos em Relance 163 Gálatas em Relance 31 7
Captura da Arca . 84 Galeria dos Heróis da fé 348
Características da Nova Criatura em Cristo 324 Genealogia de Jesus 272
Carreira do Apóstolo Paulo (A) 291 Gênesis em Relance 12
Casais Apaixonados 164 Geografia de Jonas (A) 209
Chamadode Jeremias (O) 178 Governantes Politicos do Novo Testamento .
Ciclo do Bem e do Mal nas Escrituras (O) 54 Graça Abundante 323
Cidade de Davi (A) 94
Cidades da Galácia (As) 317 Habacuque em Relance 216
Cidades de Refúgio 67 Harmonia dos Evangelhos 243 a 246
Cidade de Roma (A) 305 Hebreus em Relance 346
Colossenses em Relance 330 Hinos e Cânicos 59,333
Como Age a Fé 348 História de Rute (A) 78
Como Age o Amor 344
Comparação entre I e 2 Pedro . 360 Igrejas Cristãs Primitivas .. 300
Comparação entre as Duas Prisões de Paulo em Roma 339 Império Assírio (O) . 119
Comparação entre as Duas Alianças 349 Império Grego de Alexandre (O) 196
Comparação entre Paulo e Tiago 353 Império Romano na Epoca do ovo Testamento (O) 266
Comparação entre Pedro e Paulo 290 Isaías em Relance 169
Controle Ptolomaico da Palestina 230
Controle Romano da Palestina 233 Jeremias em Relance 176
Controle Selêucida da Palestina 231 Jerusalém do Tempo de Salomão 102
I Coríntios em Relance . 308 Jerusalém no Tempo de Ezequias 120
2 Coríntios em Relance 314 Jerusalém no Tempo de Ieemias 140
Correlação entre os Sonhos e Visões de Daniel 195 JóemRelance 147
Crimes que Exigiam a Pena de Morte 58 1 João em Relance 364
I Crônicas em Relance 125 2 João em Relance 367
2 Crônicas em Relance 128 3 João em Relance 368
Cronologia das Epístolas de Paulo 302 João em Relance 275
Cronologia de Israel no Pentateuco 10 Joel em Relance 20 I
Cumprimento das Profecias de Isaias 174 Jonas e a Planta 210
Jonas e os Marinheiros 210
Daniel em Relance 193 Jonas em Relance 208
Declínio e Queda do Rei Saul 85 Jornada de Jeremias ao Egito 179
Declínio Espiritual na Era Patriarcal........................ .. 17 Josué em Relance 62
Deuses Pagãos do Egito 31 Judas em Relance 370
Deuteronômio em Relance 56 Juízes de Israel 73
Dez Mitos Favoritos (Os) 328 Juízes em Relance 69
Dez Pragas do Egito (As) 32 Julgamento das ações 173
Dirigentes Políticos da Palestina no Novo Testamento 248 Julgamento e Crucificação de Cristo 259 i
379
Lamentações em Relance 181 Que Significa o ome? 199
Lei e Graça 3 18 Quem é Jesus Cristo 333
Levantamento das Epístolas de Paulo .
Levítico em Relance 42 Reino de Davi (O) . .. 95
Listas de Dons Espirituais no ovo Testamento 310 Reino de Salomão (O) 100
Livramentos no Novo Testamento 297 Reino de Salomão e as Terras Próximas (O) 103
Livros Proféticos (Os) 166 Reino Dividido (O) 104
Localização de Cântico dos Cânticos 164 Reino Dividido (O) 122,123
Lucas em Relance 268 I Reis em Relance 98
Localização das Tribos no Acampamento Israelita 53 2 Reis em Relance 109
Local do Nascimentos e Ministério dos Profetas ... .... 167 Ressurreição (A) 200,281
Ressurreição - Opções Propostas 312
Malaquias em Relance .. 227 Restauração da Terra .. 189
Marcos em Relance .. 263 Resumo das Quatro Posições sobre o Apocalipse 375
Maria, José e Jesus Fogem para o Egito 251 Retomo do Exílio 136
Mateus em Relance 250 Romanos em Relance 304
Mestres otáveis nas Escrituras 158 Rute em Relance 77
Milagres de Jesus (Os) 240
Ministério de Elias e Eliseu (O) 107 Salmos Messiânicos 154
Ministério de Eliseu 113 Salmos em Relance 151
Ministério de Jesus na Galiléia 255,256 Salvação: O Maior Tesouro do Homem 323
Ministério de Timóteo 339 I Sarnuel em Relance .. 81
Miquéias em Relance 212 2 Samuel em Relance 91
Mobília do Tabemáculo (A) 41 Sete Igrejas (As) 374
Mulheres do ovo Testamento 2 I Sete Igrejas de Apocalipse (As) 375
Mulheres do Antigo Testamento 143 Sinais e seus Significados 280
Sofonias em Relance 218
Nações de Gênesis 10 24 Sofrimento na Perspectiva Divina 356
Nações do Pentecoste (As) .. 287 Sonhos e Visões .. 290
Naum em Relance 214 Sucessão dos Quatro Impérios do Mundo 229
NeemiasemRelance 138 Superioridade de Cristo 347
Nossas Bênçãos em Cristo 323
Números em Relance 50 Templo de Ezequiel (0) 187
Templo de Salomão (O) 103
Obadias em Relance 206 Templos da Bíblia 132
Obra do Espírito Santo (A) 311 Teoria das Três Fontes dos Evangelhos Sinóticos (As) 239
Ofertas Levíticas 46,4 7 Terceira e Quarta Viagens Missionárias de Paulo 295,296
Oração Sacerdotal' 278 Terra dos Evangelhos (A) 261
Orientação ao Estilo do Reino .. 306 1Tessalonicenses em Relance 335
Orientação Bíblica para Famílias 319 2Tessalonicenses em Relance 336
Oriente Médio no Tempo de Ezequiel 188 Tiago e o Sermão do Monte 353
Oséias em Relance 198 Tiago em Relance 352
I Timóteo em Relance 338
Pacto Abraâmico 24 2 Timóteo em Relance 340
Palavra de Paulo a Tito 342 Tito em Relance 342
Palestina (A) 282 Títulos de Cristo 278
Palestina Central nos Tempos de Cristo 256 Triunfos de Davi 96
Parábolas de Ezequiel 191
Parábo Ias de Jesus Cristo (As) 241 Um Mês com Jesus 362
I Pedro em Relance 356
2 Pedro em Relance 359
Pentateuco (O) 10 Viagens de Filipe 288
Peregrinação dos Israelitas 53 Viagens de Pedro 289
Período dos Juizes (O) 74,75 Viagens no Novo Testamento 298
Por Que Quatro Evangelhos? 238 Viagens dos Patriarcas 25
Posição Amilenista 378 Vida Cristã (A) 306
Posição Pós-milenista 376 Vida de Davi (A) 93
Posição Pré-milenista 377 Vida de Elias (A) 106
Posição Pré-milenista/Pós-tribulacionista 377 Vida de Jacó (A) 22
Preeminência de Cristo (A) 332 Vida de Jesus (A) 257
Preservação do Remanescente (A) 204 Vida de João (A) 368
Primeira e Segunda Viagens de Paulo 293,294 Vida de Moisés (A) 34
Principais Sermões em Atos 286 Vida de Paulo (A) 292
Prisão de Paulo (A) 299 Vida de Pedro (A) 361
Prisioneiros do Senhor 133 Vida e Ministério de Samuel (A) 83
Problemas de Davi 96 Vida e Época de Ezequiel (A) 190
Projeto do Tabemáculo 40 Vinda de Cristo (A) 228
Planta do Templo de Herodes (A) 247 Visões de Zacarias 225
Provérbios em Relance 156 Vitória de Josué (A Conquista de Canaã) 64

Quadro das Epístolas de Paulo 302 Zacarias em Relance 224


Qualidade do Amor (A) 364 Zorobabel 221

380

"-
índice Bíblico de Mapas e Tabelas
AntiQo Testamento

o Pentateuco A Ameaça dos Filisteus 87


Campanhas Militares de Saul 88
Pentateuco (O) .. 10 Antes que Davi se Tornasse Rei 89
Cronologia de Israel no Pentateuco 10
2 Samuel
Gênesis 2 Samuel em Relance 91
Gênesis em Relance 12 A Vida de Davi 93
Declínio Espiritual na Era Patriarcal 17 A Cidade de Davi 94
A Vida de Jacó .. 22 O Reino de Davi 95
Nações de Gênesis 10 24 A Família de Davi 96
Pacto Abraâmico 24 Triunfos de Davi 96
Viagens dos Patriarcas 25 Problemas de Davi 96
Mencionados pela 1ª vez em Gênesis 26
I Reis
Êxodo 1 Reis em Relance 98
Êxodo em Relance 28 O Reino de Salomão 100
Faraós Egípcios 30 Os Doze Distritos de Salomão 101
Deuses Pagãos do Egito 31 Jerusalém nos Tempos de Salomão 102
As Dez Pragas do Egito 32 O Reino de Salomão e as Terras Próximas 103
Fuga e Retomo de Moisés ao Egito 33 O Templo de Salomão 103
A Vida de Moisés 34 O Reino Dividido 104
O Exodo do Egito 35 A Vida de Elias 106
O Projeto do Tabemáculo 40 O Ministério de Elias e Eliseu 107
A Mobilia do Tabemáculo 41
2 Reis
Levítico 2 Reis em Relance 109
Levítico em Relance 42 Ministério de Eliseu 113
Ofertas Levíticas 46,47 Campanhas Assírias contra Israel e J udá 1 16
Calendário Judaico 48 Campanha Assíria contra Judá 1 17
Campanha Assíria contra Israel 118
Números O Império Assírio 1 19
Números em Relance 50 Jerusalém no Tempo de Ezequias 120
Localização das Tribos no Acampamento Israelita 53 Campanhas de Nabucodonosor contra Judá 121
Peregrinação dos Israelitas 53 O Reino Dividido 122,123
O Ciclo do Bem e do Mal nas Escrituras 54
1 e 2 Crônicas
Deuteronômio 1 Crônicas em Relance 125
2 Crônicas em Relance 128
Deuteronômio em Relance 56
Templos da Bíblia 132
Crimes que Exigiam a Pena de Morte 58
Prisioneiros do Senhor 133

Livros Históricos
Esdras
Esdras em Relance 135
Retomo do Exílio 136
Josué
Josué em Relance 62
Neemias
Vitória de Josué (A Conquista de Canaã) 64
Neemias em Relance 138
Assentamento das Tribos 66
Jerusalém nos Tempos de Neemias 140
Cidades de Refúgio 67
Ester
Juizes Ester em Relance 142
Juízes em Relance 69 Mulheres do Antigo Testamento 143
As Batalhas de Gideão 72 Festas Judaicas 144
Juizes de Israel 73
O Período dos Juízes 74,75
Literatura de Sabedoria
Rufe
Rute em Relance 77 Já
t: Históriade Rute 78 Jó em Relance 147
Arvore Genealógica de Rute 79
Salmos
J Samuel Salmos em Relance 151
1 Samuel em Relance 81 Salmos Messiânicos 154
Vida e Ministério de Samuel (A) 83
Captura da Arca 84 Provérbios
Declínio e Queda do Rei Saul 85 Provérbios em Relance 156
Arvore Genealógica de Saul 86 Mestres notáveis nas Escrituras 158

381

.-
Eclesiastes Amós
Eclesiastes em Relance 160 Amós em Relance 203
O Caminho da Sabedoria 161 A Preservação do Remanescente 204

Cântico dos Cânticos Obadias


Cânticos dos Cânticos em Relance 163 Obadias em Relance 206
Casais Apaixonados 164
Localização de Cântico dos Cânticos 164 lonas
Jonas em Relance 208
A Geografia de Jonas 209
Jonas e os Marinheiros , , 210
Livros Proféticos Jonas e a Planta 21 O

Os Livros Proféticos 166 Miquéias


Local de Nascimento e Ministério dos Profetas 167 Miquéias em Relance 212

Isaías Naw/1
Isaías em Relance 169 Naum em Relance 214
Julgamento das Nações 173
Cumprimento das profecias de Isaías 174 Habacuque
Habacuque em Relance 216
lerem ias
Jeremias em Relance 176 Sofonias
O Chamado de Jeremias 178 Sofonias em Relance 21 8
Jornada de Jeremias no Egito 179
A Babilônia Invade a Palestina 180 Agell
Ageu em Relance 220
Lamentações Zorobabel .. 221
Larnentações em Relance 181
Zacarias
Ezequiel Zacarias em Relance 224
Ezequiel em Relance 184 Visões de Zacarias 225
O Templo de Ezequiel 187
Oriente Médio no Tempo de Ezequiel 188 Malaquias
Restauração da Terra 189 Malaquias em Relance 227
A Vida e a Época de Ezequiel 190 A Vinda de Cristo 228
As Parábolas de Ezequiel 191

Daniel
Daniel em Relance 193 Período Intertestamentário
Correlação dos Sonhos e Visões em Daniel 195
O Império Grego de Alexandre 196 Sucessão dos Quatro Impérios do Mundo 229

Oséias Conrrole Ptolomáico da Palestina 230


Oséias em Relance 198
Apostasia de Israel e o Casamento de Oséias 199 Controle Selêucida da Palestina 231
Que significa o nome? 199
Expansão da Palestina sob o domínio Macabeu 232
Joel
Joel em Relance 20 I Controle Romano da Palestina 233

382
Novo Testamento

Os Quatro Evangelhos Romanos


Romanos em Relance .." " " " ".".".304
Por que Quatro Evangelhos? " " " 238 A cidade de Roma .."... ...." " "" " " .. 305
As Teorias das Três Fontes dos Evangelhos Sinópticos 239 Vida Cristã " " " " .." "" 306
Os Milagres de Jesus 240 Orientação ao Estilo do Reino 306
As Parábolas de Jesus 241
Harmonia dos Evangelhos 243 a 246 1 Corintios
A Família de Herodes 247 I Coríntios em Relance .." "."" "" 308
A Planta do Templo de Herodes 247 A Ágora de Corinto " " 308
Dirigentes Políticos da Palestina do ovo Testamento 248 Listas de Dons Espirituais no Novo Testamento " 310
A Obra do Espírito Santo " " 311
Mateus Aparições do Cristo Ressurreto .." " " " .."" 311
Mateus em Relance 250 Ressurreição ~ Opções Propostas 3 12
Maria, José e Jesus Fogem para o Egito 251 Ética para o Testemunho " 312
Ministério de Jesus na Galiléia 255,256
Palestina Central nos Tempos de Cristo 256 2 Corintios
A Vida de Jesus 257 2 Coríntios em Relance " " " " 314
Acontecimentos da Semana Santa 258
Julgamento e Crucificação de Cristo 259 Gálatas
A Ressurreição 260 Gálatas em Relance " 317
A Terra dos Evangelhos 261 As Cidades da Galácia " " """ .." .." " 317
Lei e Graça 31 8
Marcos Orientação Bíblica para as Famílias " " 319
Marcos em Relance 263
O Império Romano na Época do Novo Testamento .. 266 Efésios
Efésios em Relance " " " 321
Lucas Éfeso do Iº Século " " " 322
Lucas em Relance 268 Nossas Bênçãos em Cristo " " " 323
Mulheres do Novo Testamento 271 Graça Abundante "" .." " "." " " 323
Genealogias de Jesus 272 Salvação: Maior Tesouro do Homem " " " 323
Os Doze Apóstolos 273 Características da Nova Criatura em Cristo " " 324

João Filipenses
João em Relance 275 Filipenses em Relance ""." ." "" .."." .." " 326
Títulos de Cristo 278 Adão e Cristo: Comparação e Contraste " 327
Oração Sacerdotal 278 Os Dez Mitos Favoritos " 328
Eventos no Ministério de Cristo 279
Aspectos da Morte de Jesus 280 Colossenses
Sinais e seus Significados 280 Colossenses em Relance " .." " " 330
A Ressurreição 281 A Preeminência de Cristo 332
A Palestina 282 Hino e Cânticos " " " " 59,333
Quem é Jesus Cristo ." " " " " 333

Os Atos dos Apóstolos I e 2 Tessalonicenses


I Tessalonicenses em Relance " " 335
Atos 2 Tessalonicenses em Relance " " 336
Atos em Relance 284
Principais Sermões em Atos 286 I e 2 Timóteo
As Nações do Pentecoste 287 • 1 Timóteo em Relance " 338
Viagens de Filipe 288 Evidências do Seguidor de Cristo 338
Viagens de Pedro 289 Comparação entre as Duas Prisões Romanas de Paulo " 339
Sonhos e Visões 290 Ministério de Timóteo .. " " 339
Comparação entre Pedro e Paulo " " "" .."."",, 290 • 2 Timóteo em Relance " .." " " " .. 340
A Carreira do Apóstolo Paulo ."" "" " 291
A Vida de Paulo "." .." .." ".292 TilO
Primeira e Segunda Viagens Missionárias de Paulo 293/294 Tito em Relance " " 342
Terceira e Quarta Viagens Missionárias de Paulo 295/296 Palavra de Paulo a Tito ." "." " " " 342
Livramentos no Novo Testamento " """ .. 297
Viagens no Novo Testamento " "." 298 Filemom
A Prisão de Paulo " "" " 299 Filemom em Relance " .." " .."" " " " 344
Igrejas Cristãs Primitivas " " 300 Como Age o Amor" " " " " " .." .." "." 344

Hebreus
Epístolas de Paulo Hebreus em Relance """ "" ""." .."." " 346
Superioridade de Cristo " " .." " " " 347
Cronologia das Epístolas de Paulo " " : 302 Galeria dos Heróis da Fé " " " ..""" "" " ",, 348
Quadro das Epístolas de Paulo 302 Como Age a Fé " " 348

383
Epístolas Gerais 2 e 3 João
Comparação entre as Duas Alianças 349 2 João em Relance 367
3 João em Relance 368
Tiago A Vida de João 368
Tiago em Relance 352
Tiago e o Sermão do Monte 353 Judas
Comparação entre Paulo e Tiago 353 Judas em Relance 370
Fé Viva . 354

1 Pedro
I Pedro em Relance 356 Apocalipse
Sofrimento na Perspectiva Divina 356
Apocalipse
2 Pedra Apocalipse em Relance 372
2 Pedro em Relance 359 As Sete Igrejas 374
Comparação entre I e 2 Pedra 360
As Sete Igrejas do Apocalipse 375
A Vida de Pedra 361
Resumo das Quatro Posições sobre o Apocalipse 375
Um Mês com Jesus 362
Posição Pós-milenista . 376
1 João Posição Pré-milenista 377
A Qualidade do Amor 364 Posição Pré-milenistal Pós-tribulacionista 377
I João em Relance 364 Posição Amilenista. . 378

384
l\1anual Bíblico
de mapas e gráficos
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sobre os livros da Escritura. Tudo junto neste livro indispensável.

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Manual Bíblico de Mapas e Gráficos tem a ajuda e a informação de que você e os seus alunos/

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concentrar em assuntos importantes

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